“Significa fartura, abundância, sendo aqui representada por uma espiga de trigo e uma queda
d’água”.
“Significa espiga e rio e, para nós, significa númerosos como espigas de trigo, porque tão
numerosos quanto estas são os membros de nossa Ordem”.
- Rito Escocês Antigo e Aceito (Grande Oriente do Brasil): “Significa fartura, abundância e é
representada por uma espiga de trigo”.
“Significa fartura, abundância e está representada no Painel da Loja do 2º Grau por uma espiga
de trigo junto de uma queda d’água”.
É interessante observar que os usuários do Painel do Irmão John Harris mencionam a queda
d’água e os que não o utilizam (Ritos Moderno, Brasileiro e Escocês do Grande Oriente do
Brasil) se referem apenas à espiga de trigo.
Então lhes diziam: Dize pois Chibolete. Porém ele dizia: Sibolete, porque o não podia
pronunciar assim bem: então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão, e caíram de
Efraim naquele tempo quarenta e dois mil.
Eles lhe replicavam: Pois dize Shibolet, que significa uma espiga. E quando o outro
pronunciava: Sibolet, não podendo exprimir a palavra espiga com a mesma letra;
imediatamente preso o degolavam na mesma passagem do Jordão. E assim naquele tempo
foram mortos quarenta e dois mil homens de Efraim.
Jefté usou de um ardil discutível quando escolheu a palavra Schibolet – que segundo a Vulgata
significa tão-somente “espiga” – para permitir a passagem pelo rio.
Além dos Efraimitas terem dificuldade de pronunciar o som palatal sibilante “Schi”, trocando-o
pelo lingual sibilante “Si”, o fato é que, nas margens de um rio, pedir-se para falar Schibolet,
“espiga”, ao invés de Sibolet que significa exatamente “rio”, “curso d’água”, “queda d’água”,
convenhamos, poderia induzir até mesmo os seus a incorrerem em erro se não estivessem
convenientemente instruídos.
Assim, fica a dúvida: 42.000 homens foram degolados no Jordão por terem dificuldade de
pronunciar a palavra espiga ou, por estarem em um rio, terem falado rio ao invés de espiga?
Concluindo, a espiga e o rio ou queda d’água que compõem o Painel do Irmão John Harris ali
estão presentes para contar a história e a importância da escolha da P.’.P.’. do Grau 2. A
espiga, a P.’.P.’. correta, Schibolet, e o curso d’água, a P.’.P.’. incorreta, Sibolet.
O que não se diz, mas não é demais aqui ficar registrado, é que ao contrário da guerra dos
Gileaditas contra os Amonitas, esta, entre Gileaditas e Efraimitas foi uma guerra fratricida
entre duas tribos judaicas.
Os Gileaditas eram descendentes de Gade, filho de Israel (Jacó) com Zilpa, escrava de Lia, uma
de suas mulheres e os Efraimitas eram descendentes de Efraim, filho de José, fruto da relação
de Israel (Jacó), com Raquel, sua outra esposa. O mais destacado Efraimita apresentado na
Bíblia foi Josué, sucessor de Moisés.
Após a morte de Josué, sucessor de Moisés, as tribos de Israel viviam mais ou menos
independentes, governados por um conselho de anciãos, sob a coordenação do Sumo-
Sacerdote. Nos períodos difíceis, especialmente quando os povos vizinhos os combatiam ou
oprimiam, as tribos escolhiam Juízes para libertar ou governar o povo, exercendo funções de
magistrados civis e militares.
Por cerca de 400 anos as tribos de Israel foram chefiadas por 17 Juízes, até a sagração de Saul
como primeiro rei dos judeus. O Juiz mais conhecido do público em geral foi Sansão.
Jefté foi o nono dos Juízes e, segundo a Bíblia, venceu os efraimitas, matando 42.000 deles
quando, já derrotados e em fuga, pretendiam atravessar os vaus do rio Jordão.
Ainda segundo a Bíblia (Juízes 12:6), todos aqueles que pretendiam atravessar o Jordão eram
obrigados a dizer Shibolet, que segundo a tradução católica de Figueiredo (na tradução de
Almeida não consta) significa "espiga".
Como os efraimitas tinham dificuldade de pronunciar o som palatal sibilante “schi”, trocando-o
pelo lingual sibilante “si”, ao invés de Shibolet diziam Sibolet, sendo então prontamente
identificados e degolados.
Jefté usou de um ardil discutível ao escolher a palavra Shibolet. Além da dificuldade dos
efraimitas pronunciarem a palavra, pedir para falar, no vau de um rio, Shibolet, que significa
"espiga", ao invés de Sibolet, que significa "rio", "curso d’água", convenhamos, poderia induzir
até mesmo os seus em erro se não estivessem convenientemente instruídos.
Afinal, 42.000 homens foram degolados no Jordão por terem dificuldade de pronunciar a
palavra ou porque por estarem em um rio falaram "rio" ao invés de "espiga"?
Excerto do Livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre
Irm.'. Almir Sant'Anna Cruz

INTRODUÇÃO
A palavra foi a forma com a qual a sociedade conseguiu encontrar a melhor forma de se
comunicar. Articulando as mesmas transformamos nossos pensamentos em palavras que
podem virar ações. Toda palavra tem poder, para o bem ou para o mal. Já dizia o provérbio
chinês: “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a
oportunidade perdida.”.
A Maçonaria por sua vez utiliza-se da Palavra em inúmeras ocasiões: encontramos a Palavra
Semestral, a de Reconhecimento, a de Ordem, a Misteriosa, e muitas outras. Neste trabalho
falarei sobre a Palavra de Passe do grau de companheiro, a PALAVRA DE PASSE é a Senha de
reconhecimento entre os maçons, para que estes sejam reconhecidos dentro dos seus graus.
DESENVOLVIMENTO
A Palavra de Passe do Grau de Companheiro foi retirada das Sagradas Escrituras, mais
propriamente do Velho Testamento, Livro dos Juízes – Cap. 12 e foi adotada pela maçonaria
tanto pela sua origem quanto pelo seu significado simbólico.
Nas Escrituras Sagradas, a versão brasileira vem escrita como “chibolete”, originariamente
escrito SCHIBBOLETH, havendo outras formas, shibbolet, chibolett, cibolet, mas o valor da
palavra esta em sua pronuncia e não na forma escrita, pois em italiano, por exemplo, o ch tem
o som de q e seria então quibolete, o que acabaria com sua função.
Aqui está o excerto relevante do livro de Juízes. O relato completo está no capítulo 12,
versículos 1-15.
4 - Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim,
e os homens de Gileade feriram a Efraim, porque estes disseram-lhe: vós gileaditas sois
fugitivos de Efraim no meio dos efraimitas, e entre os manassitas.
6 - Então lhe diziam: Dize agora Shibboleth, porem eles respodiam: Sibbolet: por
que não poderia moldura para pronunciá-lo direito. Então eles o levavam e assim os matavam
as passagens do Jordão, e caíram, naquele tempo quarenta e dois mil efraimitas.
O motivo desta desavença teria surgido do fato de não serem convidados os Efraimitas, de
participarem do conflito contra os filhos de Amon, lembrando que os vencedores, nesta época,
costumavam levar os ricos despojos de guerra dos vencidos.
Jefté, vitorioso no combate resolveu para garantir a total derrota dos Efraimitas, guardar as
passagens do rio Jordão, por onde tentariam os fugitivos retornarem a suas terras.
A semelhança entre os povos daquela região dificultava esta vigilância, foi então que, Jefté
utilizando-se da variação linguística, armou um meio de acabar de uma vez por todas com o
exército de Efraim. Assim sendo, todos que por ali passavam eram imediatamente indagados a
repetirem uma palavra.
A palavra escolhida foi SCHIBOLETH, pois os Efraimitas pronunciavam a consoante S, num som
mais sibilado, saindo então SIBOLET, dessa feita, os Efraimitas prejudicados por sua diferença
de pronúncia, ao repetirem a palavra, eram então rapidamente identificados e degolados.
Como a palavra SHIBOLETH resultou em uma senha segura, o rei Salomão a utilizou
posteriormente com palavra de passe aos Companheiros.
O significado da palavra assim como sua grafia possui variações conforme as fontes
pesquisadas, a tradução, Espiga de Trigo ou também “corrente das águas”. Conforme outras
interpretações, o significado passa a ser “A Senda” ou “O Caminho”.
De acordo com Jorge Adoum, “Um caminho, do qual não pode e nem deve afastar-se, porque
é o Caminho do Serviço e da Superação”.
Rizzardo da Camino fundamenta suas teorias também na relação da Palavra com a Espiga de
Trigo, fazendo ainda uma correlação com “Corrente de Água”.
Onde o Trigo, que sempre foi tido como um grão sagrado representa desde a fecundidade até
seu crescimento, onde o Aprendiz vence e se transforma em Companheiro, quando se
encontra e estabelece no plano elevado, para amadurecer e, por sua vez, frutificar.
CONCLUSÃO
Devemos saber falar a palavra certa no momento certo e do modo certo. Às vezes a palavra
mais forte é o silêncio. Muitas vezes falamos demais, falamos o que não sabemos, falamos
para a pessoa errada, no momento errado e da forma errada.
Na condição de maçom escutar e silenciar são artes que precisamos aprender e exercitar para
podermos evoluir no aprendizado Maçônico, afinal o silêncio vem sendo praticado á vários
séculos na Maçonaria.
BIBLIOGRAFIA