Você está na página 1de 4

DIREITO PENAL – CLEBER MASSON

Direito penal é o conjunto de regras de princípios destinados a enfrentar os crimes e


contravenções penais mediante a imposição de uma sanção penal.
- Posição na teoria geral do direito: o direito penal e um ramo do direito público, sendo
suas normas indisponíveis e obrigatória a todas as pessoas, sendo o estado o titular
exclusivo do direito de punir.
- Nomenclatura: Direito Penal ou Direito Criminal; O correto no brasil é Direito penal pois
assim está explícito na CF (Art.22, I) e no Codigo Penal.
- Características do Direito Penal: ” O direito penal é uma ciência cultural, normativa,
valorativa e finalista’. Ou seja, é um dever ser, o objeto de estudo é a norma jurídica,
valorativa porque o direito penal possui uma escala de valores e por fim finalista pois
tem que ter finalidade pratica e não meramente teórica e acadêmica.
O direito penal é constitutivo ou sancionador? Para ZAFFARONI “ o direito penal é
predominantemente sancionador e excepcionalmente constitutivo”. Como regra ele não
cria nada de novo, vem apenas para reforçar algo que já está criado, porem
excepcionalmente cria institutos e situações que não existem em outros ramos do
direito.
- Funções do Direito Penal:

1- Proteção de bens Jurídicos; como sendo a principal função do direito penal, sendo
valores e interesses relevantes para manutenção e desenvolvimento do indivíduo e
sociedade é necessário que se faça um juízo de valor positivo que é feito pela
Constituição Federal.
2 – Instrumento de controle social: Manutenção da paz pública e ordem social, ao
cominar penas e crimes ele funciona como mais um elemento para o controle da paz
social
3 - Função de garantia: Princípio da Legalidade, só a lei pode criar crimes e cominar
penas, o código penal é a magna carta do delinquente
4 – Função ético-social do Direito Penal: Também chamada de função criadora ou
configuradora dos costumes, vai estabelecer a ligação em direito penal e valores éticos
de uma sociedade
5 – Função simbólica: Mais acentuada e evidente, de acordo com essa função ela produz
apenas efeitos internos, na mente dos governantes e governados, significa que é um
direito penal que não produz efeitos práticos e concretos Direito Penal de Emergência.
6 – Função Motivadora: ao criar a lei e a pena, o intuito do direito penal é que motive as
pessoas a não praticar determinada conduta.
7 – Função de redução da violência estatal: E uma nova forma de se observar o direito
penal mínimo
8 – Função promocional do direito penal: Promoção de uma melhora dos valores da
sociedade, visto como um instrumento de transformação social
A CIENCIA DO DIREITO PENAL

Olhar para o crime, agente, sanção e vitima a estrutura que irá compor o estudo do
direito penal.
Criminologia: ciência empírica e interdisciplinar
DIVISÃO DO DIREITO PENAL

- Direito penal fundamental versus direito penal complementar: o fundamental é a fonte


primaria do direto já o complementar e a fonte segundaria que está previsto na lei penal
extravagante
- Direito penal comum e especial: sendo o comum aplicado a todas pessoas
indistintamente; já o especial é aquele se aplica somente a determinadas pessoas que
preenchem requisitos diferenciados como por exemplo o código penal militar.
- Direito penal geral e local: o geral é aquele produzido pela união com aplicabilidade
geral, já o local é produzido pelos estados membros com validade limitada ao seu
território.
- Direito penal objetivo e subjetivo: o objetivo e o conjunto de leis que estão em vigor e
ainda não revogadas, já o subjetivo é o ius puniende que é exclusivo do estado.
- Direito penal material versus direito penal formal: material é o direito penal
propriamente dito, já o formal é o direito processual penal.
FONTES DO DIREITO PENAL

Origem e aplicação do direito penal


- Fontes matérias, substanciais ou de produção: em tese apenas a união pode legislar
mais por excepcionalidade diante de lei complementar autorizando o estado pode
legislar.
- Fontes formais, cognitivas ou de conhecimento: Aplicação pratica
Imediata – Lei pois somente ela pode criar crimes e cominar penas
Mediatas – auxiliam na aplicação pratica:
a) a CF
b) jurisprudência
c) Doutrina
d) tratado e convenções internacionais de direito humano
e) princípios
f) atos da administração pública
g) costumes
Hermenêutica é a ciência que estuda a interpretação da lei já a exegese é atividade
pratica de interpretar uma lei

AULA 2

Princípios no direito penal: São valores fundamentais que inspiram a criação e a aplicação
do direito penal.
Normas se subdividem em regra e princípios.
Qual a função dos princípios? Servem para orientar, vetores, da atuação tanto do
legislador quanto do aplicador do direito.
1 – Principio da reserva legal ou Estrita legalidade:

Qual a origem? Inglaterra 1215, magna carta do rei João Sem Terra
Previsão normativa e conceito no art. 1º do Código Penal ‘’. Não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”; além disso esta
previsto na constituição federal art. 5º XXXIX “não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal.”
Taxatividade certeza ou determinação
A lei deve descrever com precisão o conteúdo mínimo da conduta criminosa.
É um direito fundamental de primeira geração/dimensão
Medidas provisórias podem tratar de direito penal? Basicamente existem 2 posições, a
primeira é que sim desde que seja para favorecer o agente; já a segunda diz que não se
admite em hipótese alguma nem para favorecer nem para prejudicar
Princípio da reserva legal e legalidade são sinônimos? A primeira visão afirma que sim
Legalidade art.5º, II Lei sem sentido amplo
Reserva legal ar. 5 º XXXIX Lei sentido amplo material e formal
2 – Princípio da anterioridade
A lei penal deve ser anterior ao fato cujo a pretensão de punir, o desdobramento logico é
a irretroatividade da lei, salvo, para beneficiar o réu, o tempo rege o ato esse e o
parâmetro de aplicação da lei penal.
Princípio da anteriodade X Vacatio legis – praticar crime no período de vacância legis é
crime ou não, não há crime quando o fato é praticado no período de vacância da lei.
3 - Princípio da alteridade

Não a crime aquele que praticou a conduta somente se prejudicou, o código penal não
descreve conduta de autolesão
4 – Princípio da lesividade ou ofensividade

Não há crime quando a conduta praticada pelo agente não é capaz de lesar ou pelo
menos de colocar em lesão o bem jurídico tutelado pela norma. O direito penal não deve
se ocupar de assuntos políticos, religiosos, morais, filosóficos e etc., o direito penal deve
proteger bens jurídicos
Oque são bens jurídicos? São valores ou interesses relevantes para manutenção do
desenvolvimento do indivíduo e da sociedade.
5 – Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos

Somente bens jurídicos relevantes e importantes, a constituição define quais são esses
bens, surgindo a teoria constitucional do direito penal que diz que a criação de crimes e
cominação de penas somente são legitimas quando tutelam valores consagrados na
constituição federal.
Espiritualização dos bens jurídico do direito penal:
6 – Princípio da proporcionalidade

Ele apresenta uma dupla face, de um lado é a proibição do excesso não se podendo
punir de forma exagerada, não mais que o necessário, por outro lado também é a
proteção deficiente ou insuficiente dos bens jurídicos, não podendo se punir de forma
tímida. Proporcionalidade é achar o equilíbrio da punição.
Garantista: aquele que garante a aplicabilidade da lei, respeitando as regras do jogo.
Garntismo negativo proibição de excesso, olhar para o réu.
+
Garantismo positivo proibição da proteção deficiente de bens jurídicos, olhar para a
sociedade.
Formam o garantismo penal integral, que é o que deve ser buscado, não pode ser
monocular.

Você também pode gostar