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CALENDÁRIO LETIVO: 3ª Etapa DATA:___/___/2019


TIPO DE MATERIAL: Interpretação de texto
DISCIPLINA: Língua Portuguesa ANO/SÉRIE: 5º Ano
PROFESSORAS: Aline Oliveira, Aline Soares, Cecilia, Danielle, Maristela,
Nívia e Zélia
Nº. TURMA:
ALUNO(A): ______________________________________________________ _______ __________

TEXTO 1
A VOLTA
1 Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos
se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação – a mesma do seu tempo, não
mudou nada – e respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não
tem mais cheiro de carvão porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será
possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes brancos, as rugas e o corpo
encurvado pela idade, não mudou nada.
O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé,
guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A
prefeitura. Até mesmo o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o
mesmo.
— Você não tinha um cachorro?
— O Cusca? Morreu, ih, faz vinte anos.
5 O homem sabe que subindo a Rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a Rua
Quinze. O cinema ainda existe. Mas mudou de nome. Agora é o Rex. Do lado tem uma
confeitaria. Ah, os doces da infância... Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o balcão
de fórmica (1), tudo igual. Ou muito se engana ou o dono ainda é o mesmo.
— Seu Adolfo, certo?
— Lupércio.
— Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de
uma farmácia.
— Qual delas, a Progresso, a Tem Tudo ou a Moderna?
10 — Qual é a mais antiga?
— A Moderna.
— Então é essa.
— Fica na Rua Voluntários da Pátria.
Claro. A velha Voluntários. Sua casa está intacta (2). Ele sente vontade de chorar. A
cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado (3) uma das janelas.
Mas não havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu à porta. A mulher que abriu lhe
parecia vagamente familiar. Seria...
15 — Titia?
— Puluca!
— Bem, meu nome é...
— Todos chamavam você de Puluca. Entre.
Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por
parentes de que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e
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disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera
matar a saudade. A tia parecia intrigada.
20 — Riachinho, Puluca?
— É, por quê?
— Você vai para Riachinho?
Ele não entendeu.
— Eu estou em Riachinho.
25 — Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis.
— Então eu desci na estação errada!
Durante alguns minutos os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha
pergunta:
— Como é mesmo o seu nome?
Mas ele estava na rua, atordoado (4). E agora? Não sabia voltar para a estação,
naquela cidade estranha.

Luís Fernando Veríssimo. A mulher do Silva. Porto Alegre. L&PM.


Vocabulário:
1- Fórmica - Nome comercial de uma espécie de plástico usado como revestimento de
mesas, balcões, cadeiras etc.
2- Intacta - que não foi mexido, se mantém do mesmo modo.
3- Emparedado - entre paredes.
4- Atordoado - que perdeu os sentidos, devido à grande emoção.

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1- O texto “A volta” pode ser considerado uma crônica. CITE uma característica desse
gênero textual que pode ser comprovada ao ler o texto.

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2- LEIA:

“Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus
olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação – a mesma do seu tempo,
não mudou nada – e respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! “

O homem se sentiu emocionado, pois

a) descobriu que errou de cidade.


b) tinha dúvidas de como voltar para a estação.
c) tinha reencontrado uma tia que não via há muitos anos.
d) estava se lembrando do tempo de infância, dos locais, cheiros.
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3- LEIA.

A crônica lida apresenta uma confusão ocorrida com um homem, ao voltar à cidade
em que nasceu.

EXPLIQUE qual foi a confusão ocorrida e como foi resolvida ao final da história.

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TEXTO 2

INFÂNCIA ONTEM E HOJE


Não dá para dizer que infância de uma geração é melhor
do que a da outra; em qualquer época, tem de aproveitar

Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC

1 Computador, videogame, TV, lição de casa e muitas atividades, além da escola.


Tudo faz parte da rotina da infância hoje. Mas já pensou o que pais e avós faziam quando
eram crianças? Após o colégio, alguns precisavam ajudar nos afazeres de casa e até
trabalhar. Também não tinham TV. Ainda assim divertiam-se; inventavam brincadeiras de
rua e até brinquedos.
Para saber mais sobre as transformações da infância de diferentes gerações, o
Diarinho conversou com duas famílias.
Nascido no Interior, Antônio Ferrari, 84 anos, adorava brincar de bola de gude,
carrinho de rolimã e pipa. “Andava descalço e subia em árvore.” Já Diomar Frias da Silva,
70, tem saudade da união da turma da rua. “Brincava com os meninos. Não tinha maldade.
As pessoas eram amigas. Hoje não saem de casa.”
Marco Antônio Ferrari, 49, gostaria que os filhos tivessem a liberdade de sua época.
Frequentador do Parque Regional da Criança, em Santo André, na infância, leva-os ao local
agora. “Tem de incentivá-los a mexer o corpo”.
5 Daniela Ceribeli, 36, acha que a geração da filha não aproveita tanto essa fase.
“Muita coisa se perdeu. A correria dos pais também aumentou. Uma vez ela disse que
minha infância foi triste por não ter computador. Expliquei que tinha outras formas de
brincar.”
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Ao ouvir as histórias dos pais e avós, Luana Bonfim Ferrari, 11, descobriu as
mudanças. Para a menina, muita gente de sua idade quer crescer antes da hora. “Algumas
amigas gostam de Barbie, mas não admitem porque têm vergonha e acham mico.”
Mas Luana e o irmão Lucas, 9, garantem que não viveriam sem tecnologia. “O lado
bom é que temos acesso a mais informações. O ruim é que não aproveitamos tanto uma
fase legal da vida”, diz a garota.
Não podemos dizer que a infância de uma geração é melhor do que a da outra. Mas,
em qualquer época, é direito aproveitá-la ao máximo.

Disponível em: https://www.dgabc.com.br/Noticia/63220/infancia-ontem-e-hoje


Adaptado para fins pedagógicos. Acesso em: 31 out. 2018.

4- LEIA.

INFÂNCIA ONTEM E HOJE


Não dá para dizer que infância de uma geração é melhor
do que a da outra; em qualquer época, tem de aproveitar.

JUSTIFIQUE a afirmativa acima mostrando as diferentes maneiras de se aproveitar a


infância.

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5- TRANSCREVA do texto 2 a fala que mostra o impacto do uso das tecnologias na
vida das crianças nos dias atuais.
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6- A partir da leitura das respostas dadas pelos entrevistados adultos, é possível


perceber que eles

a) têm saudade da infância que tiveram: brincadeiras que faziam, amigos, liberdade.
b) têm clareza das semelhanças existentes entre a infância que tiveram e a dos filhos.
c) acham que os filhos aproveitam mais a infância, pois têm brinquedos e recursos
tecnológicos.
d) pensam que a infância nos dias atuais é mais fascinante do que quando eram
crianças.
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TEXTO 3

Disponível em: http://www.ivancabral.com/2013/10/charge-do-dia-infancia.html Acesso em: 31 out. 2018.

7- A partir da análise dos elementos não verbais da charge, é possível afirmar que

a) o menino fez muita bagunça e acabou ficando preso dentro da televisão.


b) a televisão do menino estragou, e a sua mãe resolveu colocá-lo de castigo.
c) o menino não brinca com seus brinquedos e está prisioneiro dos eletrônicos.
d) o menino brinca tanto com seus brinquedos que até usa a TV como um deles.

8- Sobre os três textos lidos é CORRETO afirmar que

a) são de gêneros textuais diferentes, mas têm como assunto principal informações
sobre a infância.
b) o texto 1 é uma crônica e não tem relação com o assunto do texto 2, que é sobre a
infância.
c) os textos se assemelham, pois fazem uma crítica ao uso exagerado de tecnologias
nos dias atuais.
d) os textos 1 e 2 mostram relatos de idosos sobre como aproveitavam a infância, já o
2 é só para divertir.

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