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Resumo
O ensino de ciências exige uma reflexão sobre os conteúdos ensinados e, também, sobre as
práticas pedagógicas adotadas na sala de aula, uma vez que visa estabelecer a participação
ativa do educando, logo, propendendo a promoção do desenvolvimento da Educação
Científica. Neste artigo será abordado uma reflexão sobre a importância do ensino de ciências
baseando-se nos diferentes teóricos: Piaget (1896-1980) e Vygotsky (1896-1934). Ambos
destacam-se como precursores importantes ao proporem uma nova base teórica da educação
com mudanças na concepção de sujeito e de mundo. Dessa forma, um novo olhar direcionado
aos estudos nessa área possibilita a configuração de novas práticas pedagógicas, capazes de
transformar o desenvolvimento da aprendizagem em educação científica, no qual o educando
seja protagonista da sua própria história, transformando-se em um sujeito ativo na construção
e assimilação do conhecimento. Enquanto Piaget privilegia a maturação biológica, Vygotsky
valoriza o ambiente social no qual Piaget salienta que o desenvolvimento passa por estágios
fixos e universais, prevalecendo o processo de maturação, dando ênfase na epistemologia
genética no entanto Vygotsky discorda, por acreditar que o ambiente social da criança
influenciará no nível do seu desenvolvimento, ou seja, não se pode aceitar uma visão única do
desenvolvimento humano. Assim, esta pesquisa através de referências bibliográficas teve
como finalidade enfatizar as questões de desenvolvimento e aprendizagem no ensino na área
de ciências por meio de teorias com ênfase nas ideias dos autores que servem de alicerce para
1
Bióloga e Pedagoga; Professora Mestranda da UNESPAR-Campus Paranavaí, área de Ensino, Paraná (PR),
Brasil: E-mail: fabybotta@hotmail.com
2
Químico, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ensino: Formação Docente Interdisciplinar da
UNESPAR/Campus Paranavaí - PR. E-mail: marlonquimica29@gmail.com
3
Tecnóloga em Gestão Ambiental, Matemático e Administradora. Mestranda em Ensino: do Programa de Pós-
Graduação em Formação Docente Interdisciplinar da UNESPAR/ Campus Paranavaí – PR. E-mail:
soniamcm@sanepar.com.br
4
Bióloga; Professora Doutora da UNESPAR-Campus de Paranavaí, orientadora do Programa de Pós-Graduação
em Ensino: Formação Docente Interdisciplinar da UNESPAR/Campus Paranavaí - PR; e-mail:
marciaroyer@yahoo.com.br.
ISSN 2176-1396
3456
a elaboração dos currículos hoje presentes em nossa sociedade. A educação em nosso país
está prejudicada, em decorrências de muitas lacunas, dessa forma, é necessário encontrar
elementos para solucioná-las, ou então, reduzi-las ao máximo possível. No entanto, Piaget e
Vygotsky trazem contribuições relevantes a cerca desta discussão, portanto sugere-se que os
estudos desses dois pensadores, estejam entre as leituras essenciais dos nossos atuais, além
dos futuros professores.
Introdução
Jean Piaget possui inúmeras obras sobre estudos do conhecimento humano, sendo o
pioneiro e mais conhecido autor construtivista do século XX. Nascido em Neuchâtel, na
Suíça, no ano de 1896, filho primogênito de Arthur (professor Universitário) e Rebeca
(doméstica). Aos 19 anos de idade, foi licenciado pela Universidade de Neuchâtel, localizada
na Suíça, foi criada a partir da Academia de Neuchâtel (1838-1866) e possui graus de
3458
Figura 1. Esquema que caracteriza os processos mentais da teoria construtivista de Jean Piaget.
Fonte: http://psicologiad43.blogspot.com.br/2012/05/assimilacao-acomodacao-e-equilibracao.html
Equilibração
Todo organismo vivo precisa viver em equilíbrio com o meio ambiente, pois sem esse
equilíbrio, o organismo não sobrevive. O equilíbrio consiste num estado de constante troca.
No ambiente, o sujeito precisa se manter em equilíbrio, logo, favorece constantemente
situações novas e desafiadoras, lhe causando desequilíbrios, os quais são suficientes para o
avanço do desenvolvimento cognitivo.
Para reequilibrar-se diante de um conflito, pois um organismo nunca ficará em
equilíbrio constante, o sujeito pode lançar alguns mecanismos fundamentais, os quais são
denominados de mecanismos próprios do sujeito. A seguir, são explanadas as subdivisões da
equilibração.
Assimilação
Caracteriza-se como processo pelo qual as ideias, pessoas, costumes são incorporadas
à atividade do sujeito. A criança aprende e assimila tudo o que está inserido no ambiente em
que vive, transformando em conhecimento próprio, por exemplo, quando uma criança tem
uma nova experiência e se adapta à mesma.
3460
Acomodação
Este estágio ocorre do nascimento do indivíduo até os 2 anos de idade e, tem como
característica, enfatizar a inteligência inata do ser humano. Nessa etapa do desenvolvimento, o
bebê, gradualmente, se torna capaz de organizar atividades, em relação ao ambiente, por meio
de atividades sensórias motoras. Expressou, adema
movimento.
desenvolve a linguagem. Assim sendo, o sujeito se socializa o que implica desse modo, que a
criança consegue se comunicar com os demais ao seu redor.
Ocorre comumente entre os 6 aos 12 anos de idade. Neste estágio, ocorre uma
assimilação da logicidade de que um objeto pode transformar-se, reverter-se sem perder suas
características físicas. Assim, por meio das operações, os conhecimentos construídos
anteriormente pela criança, portanto vão se transformando em conceitos.
e .
2005 63 “O
í ”
Entretanto, pensamento e linguagem direcionam paralelamente e posteriormente
juntos (aproximadamente aos 2 anos de idade), onde o significado, a partir de então, ocupa
lugar central. Assim se refere Oliveira:
í - í .
í
í
-
“O
, funciona
com ” (OLIVEIRA, 1995,
p.68).
3463
Dentro desta perspectiva, pode-se entender que Vygotsky defende uma linguagem
socializada, que por assim dizer, concebe o desenvolvimento humano a partir das relações
sociais, para as quais, a pessoa estabelece no decorrer da vida.
í , nos , num
processo interno, que resulta no desenvolvimento de si mesmo.
composto de natureza física, e não aquele imposto pelo empirismo clássico, de forma que o
aluno seja capaz de reconstruir seus conceitos, contudo, favorecendo um conhecimento
significativo.
Em seus estudos, Vygotsky evidencia o processo de formação de conceitos, que são
compreendidos como signos, destacando sua importância através da citação abaixo:
í
da relação dos conceitos espontâneos. Eles surgem e se constituem no processo de
aprendizagem escolar por via in
í
O
Vygotsky discorda, por acreditar que o ambiente social da criança influenciará no nível do seu
desenvolvimento, ou seja, não se pode aceitar uma visão única do desenvolvimento humano.
Posição similar é defendida por Oliveira (1993):
Embora haja uma diferença muito marcante no ponto de partida que definiu o
empreendimento intelectual de Piaget e Vygotsky - o primeiro tentando desvendar
as estruturas e mecanismos universais do funcionamento psicológico do homem e o
último tomando o ser humano como essencialmente histórico e portanto sujeito às
especificidades do seu contexto cultural - há diversos aspectos a respeito dos quais o
pensamento desses dois autores é bastante semelhante. [...] Tanto Piaget como
Vygotsky são interacionistas, postulando a importância da relação entre indivíduo e
ambiente na construção dos processos psicológicos; nas duas abordagens, portanto,
o indivíduo é ativo em seu próprio processo de desenvolvimento: nem está sujeito
apenas a mecanismos de maturação, nem submetido passivamente a imposições do
ambiente (p.103-4).
Com esta citação, pode-se verificar que os dois teóricos contribuíram, de forma
relevante, quando o assunto é desenvolvimento e aprendizagem. Por conseguinte, pode-se
verificar nos currículos que, tanto a construção teórico-metodológica quanto, suas práticas
profissionais estão inseridas ou baseadas em procedimentos das obras dos teóricos Piaget
como de Vygotsky.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e Linguagem. 2.ed. São Paulo: Martin Fontes,
1991.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.