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Não resta dúvida que os históricos de localização são dados que adentram a
vida pessoal dos indivíduos interceptados, na medida em que revelam o local em que
as pessoas estiveram em determinado horário, e podem ser o ponto de partida para
extração de diversas outras informações, sem qualquer conexão com as investigações.
E pior, inserindo pessoas que não possuem relação com os fatos investigados, no cerne
do inquérito policial.
Não obstante seja inegável o interesse público no combate aos crimes, não se
justifica a adoção de toda e qualquer medida investigativa, sem observância à
legislação federal e aos dispositivos constitucionais. A existência de inovações
tecnológicas não pode ser um subterfúgio para desrespeito dos direitos fundamentais
e inversão da lógica de proteção de dados, na tentativa de corresponder ao anseio
público punitivista. Desta forma, o risco oriundo da banalização de ordens judiciais
genéricas, ilegais e exploratórias, por intermédio da transformação das empresas
privadas em longa manus investigatória, deve ser tema central da análise dos nossos
Tribunais, de forma a sopesar, de maneira adequada e proporcional, a relação entre o
interesse público das investigações criminais e a privacidade de dados dos usuários.