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BANCO DO BRASIL S.A


Escriturário - Agente Comercial
EDITAL Nº 01 - 2021/001 BB, DE 23 DE JUNHO DE 2021
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão de textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Classe e emprego de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4. Emprego do acento indicativo de crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Emprego dos sinais de pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9. Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Língua Inglesa
1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos . . . . . . . . . . . . 01

Matemática
1. Números inteiros, racionais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Problemas de contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Sistema legal de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Razões e proporções; divisão proporcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
5. Regras de três simples e compostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6. Porcentagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7. Lógica proposicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8. Noções de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Relações e funções; Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
11. Sequências. Progressões aritméticas e progressões geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

Atualidades do Mercado Financeiro


1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos modelos de
negócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Funções da moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
4. Marketplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Correspondentes bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
6. Arranjos de pagamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
7. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
8. Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

Matemática Financeira
1. Conceitos Gerais - O Conceito Do Valor Do Dinheiro No Tempo; Capital, Juros, Taxas De Juros; Capitalização, Regimes De Capitalização;
Fluxos De Caixa E Diagramas De Fluxo De Caixa; Equivalência Financeira. Juros Simples - Cálculo Do Montante, Dos Juros, Da Taxa De
Juros, Do Principal E Do Prazo Da Operação Financeira. Juros Compostos - Cálculo Do Montante, Dos Juros, Da Taxa De Juros, Do Prin-
cipal E Do Prazo Da Operação Financeira. Sistemas De Amortização - Sistema Price; Sistema Sac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e
operadoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e nãoconvencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . 05
ÍNDICE

4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06


5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, prev-
idência, consórcio, investimentos e seguros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
6. Noções de Mercado de capitais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Taxas de câmbio nominais e reais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. . . . . . . . . . . 14
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.. . . . . 16
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas al-
teraçõeS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
19. Autorregulação bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
22. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
23. Decreto nº 8.420/2015 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
25. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e
privadas. Código de Ética do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
26. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Conhecimentos de Informática
1. Noções De Sistemas Operacionais – Windows 10 (32-64 Bits) E Ambiente Linux (Suse Sles 15 Sp2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Edição De Textos, Planilhas E Apresentações (Ambientes Microsoft Office – Word, Excel E Powerpoint - Versão O365) . . . . . . . 04
3. Segurança Da Informação: Fundamentos, Conceitos E Mecanismos De Segurança.proteção De Estações De Trabalho: Controle De
Dispostivos Usb, Hardening, Antimalware E Firewall Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
4. Conceitos De Organização E De Gerenciamento De Informações, Arquivos, Pastas E Programas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. Redes De Computadores: Conceitos Básicos, Ferramentas, Aplicativos E Procedimentos De Internet E Intranet. Navegador Web (Microsoft
Edge Versão 91 E Mozilla Firefox Versão 78 Esr), Busca E Pesquisa Na Web. Correio Eletrônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6. Grupos De Discussão, Fóruns E Wikis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7. Redes Sociais (Twitter, Facebook, Linkedin, Whatsapp, Youtube, Instagram E Telegram . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8. Visão Geral Sobre Sistemas De Suporte À Decisão E Inteligência De Negócio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9. Fundamentos Sobre Análise De Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
10. Conceitos De Educação A Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
11. Conceitos De Tecnologias E Ferramentas Multimídia, De Reprodução De Áudio E Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
12. Ferramentas De Produtividade E Trabalho A Distância (Microsoft Teams, Cisco Webex, Google Hangout, Google Drive E Skype) . 42

Vendas e Negociação
1. Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e posicionamento 01
2. Segmentação de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Ações para aumentar o valor percebido pelo cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
4. Gestão da experiência do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
5. Aprendizagem e sustentabilidade organizacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
6. Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
7. Gestão da qualidade em serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
8. Técnicas de vendas: da pré-abordagem ao pós-vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
9. Noções de marketing digital: geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; Inbound marketing . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
10. Ética e conduta profissional em vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
11. Padrões de qualidade no atendimento aos clientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
12. Utilização de canais remotos para vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
13. Comportamento do consumidor e sua relação com vendas e negociação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
ÍNDICE

14. Política de Relacionamento com o Cliente: Resolução n°. 4.539 de 24 de novembro de 2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
15. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020 que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacio-
nal de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil . . . . . . 26
16. Resolução CMN nº 3.694/2009 e alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
17. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015 29
18. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078/1990 (versão atualizada) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão de textos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Ortografia oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Classe e emprego de palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4. Emprego do acento indicativo de crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
5. Sintaxe da oração e do período . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6. Emprego dos sinais de pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
7. Concordância verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
8. Regência verbal e nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9. Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências. Além de saber desses conceitos, é importante sabermos
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas damos a este processo é intertextualidade.
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença? Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
Tipos de Linguagem a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
facilite a interpretação de textos. de um texto.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
pode ser escrita ou oral. prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica
e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:


- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade,
estado, país e mundo;
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões);
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, ortográficas, gramaticais e interpretativas;
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. - Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais
polêmicos;
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:


– Leia lentamente o texto todo.
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.


Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as principal e das ideias secundárias do texto.
palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem – Separe fatos de opiniões.
verbal com a não-verbal. O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e
mutável).

1
LÍNGUA PORTUGUESA
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
tópicos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
são uma distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além As informações que se relacionam com o tema chamamos de
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se capaz de identificar o tema do texto!
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações,
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
apresentadas na prova. cundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com TEXTOS VARIADOS
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e
nunca extrapole a visão dele. Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, novo sentido, gerando um efeito de humor.
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo Exemplo:
significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma


espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-

2
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos:


ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia verbal NERO EM QUE SE INSCREVE
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
intenção são diferentes. pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Ironia de situação Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Busca de sentidos
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
morte. os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto.
Ironia dramática (ou satírica) Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
textos literários quando a personagem tem a consciência de que citadas ou apresentando novos conceitos.
suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência. tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a Importância da interpretação
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Humor pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- específicos, aprimora a escrita.
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
rer algo fora do esperado numa situação. ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
acessadas como forma de gerar o riso. presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

3
LÍNGUA PORTUGUESA
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. berdade para quem recebe a informação.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Fato
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Diferença entre compreensão e interpretação uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Exemplo de fato:
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O A mãe foi viajar.
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Interpretação
Gêneros Discursivos É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou sas, previmos suas consequências.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
dárias. ças sejam detectáveis.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Exemplos de interpretação:
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única tro país.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
encaminham-se diretamente para um desfecho. do que com a filha.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- Opinião


do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- que fazemos do fato.
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
curto.
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
anteriores:
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
como horas ou mesmo minutos. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
imagens. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a mos expressando nosso julgamento.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
vencer o leitor a concordar com ele. analisamos um texto dissertativo.

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um Exemplo:


entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas com o sofrimento da filha.
de destaque sobre algum assunto de interesse.
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
e o do leitor.

4
LÍNGUA PORTUGUESA
Parágrafo Língua escrita e língua falada
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Linguagem popular e linguagem culta
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo o diálogo é usado para representar a língua falada.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova. Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto- se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ríodo, e o tópico que o antecede. mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér- Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
sem coerência.
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
mais direto. acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário
de pequenos grupos ou cair em desuso.
NÍVEIS DE LINGUAGEM Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
“mina”, “tipo assim”.
Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias Linguagem vulgar
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti- há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa comida”.
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com Linguagem regional
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
e caem em desuso. nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos e genêros textuais Tipo textual expositivo
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma pode ser expositiva ou argumentativa.
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
exemplos e as principais características de cada um deles.
Características principais:
Tipo textual descritivo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma mar.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
um movimento etc. • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
Características principais: de ponto de vista.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
caracterizadora. Exemplo:
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
meração. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• A noção temporal é normalmente estática. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- terminado tema.
ção. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.

Exemplo: Tipo textual dissertativo-argumentativo


Era uma casa muito engraçada Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Não tinha teto, não tinha nada sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Ninguém podia entrar nela, não apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Porque na casa não tinha chão clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia dormir na rede tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque na casa não tinha parede (leitor ou ouvinte).
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali Características principais:
Mas era feita com muito esmero • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Na rua dos bobos, número zero e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
(Vinícius de Moraes) gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, gestão/solução).
instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o • Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente
comportamentos, nas leis jurídicas. nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
um caráter de verdade ao que está sendo dito.
Características principais: • Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali-
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver- zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas). • Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se ro-
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc. deios.
Exemplo: Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito- A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi- administração política (tese), porque a força governamental certa-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
perior para formação de oficiais. traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-

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LÍNGUA PORTUGUESA
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Carta de opinião
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Resenha
cobrança efetiva (conclusão). Artigo
Ensaio
Tipo textual narrativo Monografia, dissertação de
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta mestrado e tese de doutorado
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Narrativo Romance
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Novela
Crônica
Características principais: Contos de Fada
• O tempo verbal predominante é o passado. Fábula
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- Lendas
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente). Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
prosa, não em verso. nitos e mudam de acordo com a demanda social.

Exemplo: INTERTEXTUALIDADE
Solidão A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. ambos: forma e conteúdo.
Nelson S. Oliveira Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur- forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
reais/4835684 textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música,
GÊNEROS TEXTUAIS dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos,
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes provérbios, charges, dentre outros.
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- Tipos de Intertextualidade
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem • Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen-
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (paro-
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser- dès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante)
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante a outro”. Esse
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
textuais que neles predominam. • Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis),
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
significa a “repetição de uma sentença”.
Descritivo Diário • Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí-
Relatos (viagens, históricos, etc.) ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha
Biografia e autobiografia alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter-
Notícia mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
Currículo e “graphé” (escrita).
Lista de compras • Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção
Cardápio textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
Anúncios de classificados entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Injuntivo Receita culinária Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re-
Bula de remédio lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo
Manual de instruções “citação” (citare) significa convocar.
Regulamento • Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros
Textos prescritivos textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Expositivo Seminários • Outras formas de intertextualidade menos discutidas são
Palestras o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Conferências
Entrevistas ARGUMENTAÇÃO
Trabalhos acadêmicos O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa-
Enciclopédia ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva
Verbetes de dicionários de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente,

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LÍNGUA PORTUGUESA
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna Argumento de Autoridade
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
enunciador está propondo. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. dadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe-
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- cimento. Nunca o inverso.
mento de premissas e conclusões. Alex José Periscinoto.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a B.
A é igual a C. A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor-
Então: C é igual a A. tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
que C é igual a A. acreditar que é verdade.
Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero. Argumento de Quantidade
A vaca é um ruminante. É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú-
Logo, a vaca é um mamífero. mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
também será verdadeira. largo uso do argumento de quantidade.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se Argumento do Consenso
mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau- É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o
da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de
banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con- que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu-
fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não

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LÍNGUA PORTUGUESA
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao tal por três dias.
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
carentes de qualquer base científica. tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
Argumento de Existência deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar texto tem sempre uma orientação argumentativa.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
do que dois voando”. ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- outras, etc. Veja:
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vam abraços afetuosos.”
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
vios, etc., ganhava credibilidade. e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
Argumento quase lógico que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. injustiça, corrupção).
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se o argumento.
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con-
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
indevidas. atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
Argumento do Atributo que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi- uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais outros à sua dependência política e econômica”.
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc. A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce- ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi-
lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza, dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor tende o assunto, etc).
a associar o produto anunciado com atributos da celebridade. Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani-
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men-
competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto,
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali-
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
dades não se prometem, manifestam-se na ação.
de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico: que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
por bem determinar o internamento do governador pelo período a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che-

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LÍNGUA PORTUGUESA
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo - evidência;
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - divisão ou análise;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - ordem ou dedução;
comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. Fulano é homem (premissa menor = particular)
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, Logo, Fulano é mortal (conclusão)
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
ver as seguintes habilidades: dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma O calor dilata o ferro (particular)
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- O calor dilata o bronze (particular)
mente contrária; O calor dilata o cobre (particular)
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os O ferro, o bronze, o cobre são metais
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
ria contra a argumentação proposta;
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação oposta. Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar- também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos,
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu-
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata,
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques- deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé- argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de
todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do sofisma no seguinte diálogo:
simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes- - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões - Lógico, concordo.
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co- - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio - Claro que não!
de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos Exemplos de sofismas:
e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Dedução
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro Todo professor tem um diploma (geral, universal)
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma Fulano tem um diploma (particular)
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
da verdade:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são profes- sabiá, torradeira.
sores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou infun- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
dadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise su- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
perficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, basea- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
dos nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
pesquisa.
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
(Garcia, 1973, p. 302304.)
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina- de vista sobre ele.
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
o relógio estaria reconstruído. gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con- espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo- Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A
operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa-
relacionadas: lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
- o termo a ser definido;
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias - o gênero ou espécie;
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação - a diferença específica.
de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
lha dos elementos que farão parte do texto. O que distingue o termo definido de outros elementos da mes-
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in- ma espécie. Exemplo:
formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen- Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe- Elemento especie diferença
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as a ser definido específica
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos: É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme- tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me- forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-

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LÍNGUA PORTUGUESA
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está assim, desse ponto de vista.
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
ou instalação”; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
dida;d forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as que, melhor que, pior que.
diferenças). Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
vra e seus significados. bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- caráter confirmatório que comprobatório.
mentação coerente e adequada. Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás- cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco- caso, incluem-se
nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes, - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu- mortal, aspira à imortalidade);
rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis- dos e axiomas);
sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro- discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que parece absurdo).
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão. Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: cretos, estatísticos ou documentais.
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes- sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa- julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opi-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados niões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprova-
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de da, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por- expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
virtude de, em vista de, por motivo de. dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar gumentação:
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;

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LÍNGUA PORTUGUESA
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- banos;
dadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mais a sociedade.
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
dade da afirmação; Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- quências maléficas;
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- apresentados.
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados ção: é um dos possíveis.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para con- um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
traargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a com-
é que gera o controle demográfico”. preensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coeren-
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao te, além de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a Coerência
elaboração de um Plano de Redação. É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
tecnológica linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder outra”).
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos- Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
ta, justificar, criando um argumento básico; estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la elementos formativos de um texto.
(rever tipos de argumentação); A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po- elementos textuais.
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e conse- A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
quência); de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
argumento básico; tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que imediato a coerência de um discurso.
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu- A coerência:
mento básico; - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se- - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às tual;
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
menos a seguinte: o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Introdução
- função social da ciência e da tecnologia; Coesão
- definições de ciência e tecnologia; É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
Desenvolvimento fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol- tem-se a coesão lexical.
vimento tecnológico; A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
condições de vida no mundo atual; gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- nentes do texto.
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
desenvolvidos; que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
sado; apontar semelhanças e diferenças; advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A coesão: • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; palavras forma/fôrma.
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes Uso de hífen
componentes do texto; Regra básica:
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem.

Outros casos
ORTOGRAFIA OFICIAL 1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
ORTOGRAFIA OFICIAL – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- semicírculo.
troduzidas as letras k, w e y. – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O mo, antissocial, ultrassom.
PQRSTUVWXYZ – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a das.
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
gui, que, qui. 2. Prefixo terminado em consoante:
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
Regras de acentuação -bibliotecário.
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima persônico.
sílaba) – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações:
Como era Como fica
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
alcatéia alcateia iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
apóia apoia essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no mirante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
Como era Como fica pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
baiúca baiuca usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
bocaiúva bocaiuva recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. vamos passar para mais um ponto importante.

– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem


CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS
e ôo(s).

CLASSES DE PALAVRAS
Como era Como fica
abençôo abençoo Substantivo
crêem creem São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Classificação dos substantivos
Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural sua estrutura. macaco/João/sabão
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

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LÍNGUA PORTUGUESA

SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau


são formados por mais de um porta-voz/ diminutivo.
radical em sua estrutura. pé-de-moleque – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
são os que dão origem a mundo/ – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
outras palavras, ou seja, ela é população
a primeira. /formiga Adjetivo
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substanti-
são formados por outros populacional/formigueiro vo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão
radicais da língua. composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo
por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um ad-
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo jetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
designa determinado ser /Brasil vespertino).
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da
espécie. São sempre iniciados Liberdade Flexão do Adjetivos
por letra maiúscula. • Gênero:
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
referem-se qualquer ser de cachorro/prima no: homem feliz, mulher feliz.
uma mesma espécie. – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
própria. Esses seres podem /lobisomem
• Número:
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
reais ou imaginários.
número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/ res, japonês/ japoneses.
nomeiam ações, estados, bondade/ – Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
qualidades e sentimentos que confiança/ branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
não tem existência própria, ou lembrança/
seja, só existem em função de amor/ • Grau:
um ser. alegria – Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito-
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/ rioso (do) que o seu.
referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/ – Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito-
de seres da mesma espécie, buquê (de flores) rioso (do) que o seu.
mesmo quando empregado – Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
no singular e constituem um quanto o seu.
substantivo comum. – Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi-
mo.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS – Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa-
QUE NÃO ESTÃO AQUI! moso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
Flexão dos Substantivos mais famoso de todos.
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi- – Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou nos famoso de todos.
uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta Artigo
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única • Classificação e Flexão do Artigos
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em – Artigos Definidos: o, a, os, as.
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros. O menino carregava o brinquedo em suas costas.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá- As meninas brincavam com as bonecas.
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira – Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
macho/palmeira fêmea. Um menino carregava um brinquedo.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto Umas meninas brincavam com umas bonecas.
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua). Numeral
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou
para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
o/a estudante, o/a colega. • Classificação dos Numerais
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1). – Cardinais: indicam número ou quantidade:
– Singular: anzol, tórax, próton, casa. Trezentos e vinte moradores.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas. – Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação Pronomes Indefinidos – Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, sujeito. Veja:
nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, mui- João pulou da cama atrasado
ta, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, – Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
poucas, todo, toda, todos, todas, outro, ou- recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz
Variáveis tra, outros, outras, certo, certa, certos, cer- passiva analítica é formada por:
tas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros)
tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, +  verbo principal da ação conjugado no particípio  + preposição
quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, por/pelo/de + agente da passiva.
um, uma, uns, umas. A casa foi aspirada pelos rapazes
quem, alguém, ninguém, tudo, nada, ou-
Invariáveis A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono-
trem, algo, cada.
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu-
utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas. ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.
Classificação Pronomes Interrogativos Advérbio
qual, quais, quanto, quantos, É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad-
Variáveis vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
quanta, quantas.
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
Invariáveis quem, que.
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama-
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem,
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anterior- brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
mente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser -dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
variáveis e invariáveis. em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém,
Classificação Pronomes Relativos perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja,
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi-
Variáveis cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quan-
damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
tas.
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
Invariáveis quem, que, onde. – Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente,
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
Verbos – Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al-
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos me- gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
teorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo. – Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as-
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco,
• Flexão verbal de todo, etc.
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas. – Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na ventura, etc.
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, Preposição
subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex- plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre-
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
pio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE
oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li- A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
determinante e o outro é determinado). demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
• Conjunções Coordenativas
• Devemos usar crase:
Tipos Conjunções Coordenativas – Antes palavras femininas:
Iremos à festa amanhã
Aditivas e, mas ainda, mas também, nem... Mediante à situação.
contudo, entretanto, mas, não obstante, no O Governo visa à resolução do problema.
Adversativas
entanto, porém, todavia...
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
Alternativas
quer… locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Conclusivas
conseguinte, por isso, portanto... Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
pois (antes do verbo), porquanto, porque, vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Explicativas Mas... há crase, sim!
que...
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
• Conjunções Subordinativas
– Expressões fixas
Tipos Conjunções Subordinativas Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc. crase:
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
Embora, conquanto, ainda que, tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
Concessivas
mesmo que, posto que, etc. pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
Se, caso, quando, conquanto que, direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
Condicionais didas, à medida que, à proporção que.
salvo se, sem que, etc.
• NUNCA devemos usar crase:
Conforme, como (no sentido de – Antes de substantivos masculinos:
Conformativas conforme), segundo, consoante, Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
etc. pé.
Para que, a fim de que, porque (no
Finais
sentido de que), que, etc. – Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
À medida que, ao passo que, à plural) usado em sentido generalizador:
Proporcionais Depois do trauma, nunca mais foi a festas.
proporção que, etc.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a homem.
Quando, antes que, depois que, até
Temporais
que, logo que, etc. – Antes de artigo indefinido “uma”
Que, do que (usado depois de mais, Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Comparativas
menos, maior, menor, melhor, etc.
– Antes de pronomes
Que (precedido de tão, tal, tanto), Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
Consecutivas
de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se. Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
A quem vocês se reportaram no Plenário?
Interjeição Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções,
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações – Antes de verbos no infinitivo
das pessoas. A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas
é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten- estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
der o estudo da Sintaxe. da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
gumas questões importantes:

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 
Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas


Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora  quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante,  portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto
Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de
Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organi-
zar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da
sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BECHARA, 2009, p. 514)
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns sinais
gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], ponto e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reticências [ ...
]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], travessão duplo
[ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

Ponto ( . )
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de
oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências.
Estaremos presentes na festa.

Ponto de interrogação ( ? )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogativa ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?

Ponto de exclamação ( ! )
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclamativa.
Ex: Que bela festa!

Reticências ( ... )
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com breve
espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. verbo e o adjunto.

Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem


Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- ção.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- serem observadas na redação oficial.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de • Separa aposto.
um diálogo, com ou sem aspas. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] • Separa termos repetidos.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico Aquele aluno era esforçado, esforçado.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- efeito, digo.
rem uma nova inserção. O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- ou seja, de fácil compreensão.
vernador)
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
Aspas ( “ ” ) tos).
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- • Separa orações coordenadas assindéticas.
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. ideias na cabeça...

Vírgula • Isola o nome do lugar nas datas.


São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
vírgula: forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
mos” o momento certo de fazer uso dela. mações comprovam, etc.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o nizar o problema.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- Concordância Nominal
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
Maria foi à padaria ontem. referem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
sa.

22
LÍNGUA PORTUGUESA
Casos Especiais de Concordância Nominal Regência de algumas palavras
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Esta palavra combina com Esta preposição
alerta.
Acessível a
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Apto a, para
ção de palavras compostas:
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Atencioso com, para com
Coerente com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
Conforme a, com
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Dúvida acerca de, de, em, sobre
Empenho de, em, por
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan- Fácil a, de, para,
do advérbios: Junto a, de
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./
Usou meia dúzia de ovos. Pendente de
Preferível a
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Próximo a, de
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Respeito a, com, de, para com, por
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Situado a, em, entre
substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Ajudar (a fazer algo) a
Aludir (referir-se) a
Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Aspirar (desejar, pretender) a
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Assistir (dar assistência) Não usa preposição
mes. Deparar (encontrar) com
Concordância ideológica ou silepse Implicar (consequência) Não usa preposição
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Lembrar Não usa preposição
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
contexto. Pagar (pagar a alguém) a
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Precisar (necessitar) de
Blumenau estava repleta de turistas.
Proceder (realizar) a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Responder a
texto. Visar ( ter como objetivo a
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- pretender)
sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
soa gramatical que está subentendida no contexto. QUE NÃO ESTÃO AQUI!
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
líticos.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS PRONOMES OBLÍ-
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL QUOS ÁTONOS (PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)

• Regência Nominal  A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da


A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
mento é estabelecida por uma preposição. após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
• Regência Verbal cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).  formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Isto pertence a todos. Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
dique a eufonia da frase.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Próclise Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- EXERCÍCIOS
tentos são para nos prejudicarem.
1. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
Ênclise e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. (a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do americanas, entre na fila.”
indicativo: Trago-te flores. (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! subordinadas.
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- (B) Período, composto por três orações.
posição em: Saí, deixando-a aflita. (C) Oração, pois possui sentido completo.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com (D) Período, pois é composto por frases e orações.
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los. 2. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não
Mesóclise dormiu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segun-
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. da oração.
(A) Oração coordenada assindética aditiva.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no (B) Oração coordenada sindética aditiva.
futuro do pretérito que iniciam a oração. (C) Oração coordenada sindética adversativa.
Dir-lhe-ei toda a verdade. (D) Oração coordenada sindética explicativa.
Far-me-ias um favor? (E) Oração coordenada sindética alternativa.

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de 3. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia a
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer
Eu lhe direi toda a verdade. exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas
Tu me farias um favor? orações.
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada
Colocação do pronome átono nas locuções verbais adversativa.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal (B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- (C) Oração coordenada assindética e oração coordenada
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. aditiva.
Exemplos: (D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
Devo-lhe dizer a verdade. tiva.
Devo dizer-lhe a verdade. (E) Oração coordenada assindética e oração coordenada
adverbial consecutiva.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
do auxiliar ou depois do principal. 4. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Anali-
Exemplos: se sintaticamente a oração em destaque:
Não lhe devo dizer a verdade. “Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen-
Não devo dizer-lhe a verdade. sados” (Machado de Assis).
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, (B) oração subordinada adverbial causal.
o pronome átono ficará depois do auxiliar. (C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. (D) oração coordenada sindética conclusiva.
(E) oração coordenada sindética explicativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
5. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- número de professores com alguma formação em educação espe-
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser cial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país.
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase aula.
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma es-
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: trutura para o atendimento inclusivo, as salas de recursos. Aí, ao
(A) subordinada substantiva predicativa; menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno
(B) subordinada adjetiva restritiva; e sua família para definir atividades e de auxiliar os docentes do
(C) subordinada substantiva subjetiva; período regular nas técnicas pedagógicas.
(D) subordinada substantiva objetiva direta; Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compe-
(E) subordinada adjetiva explicativa. te ao Estado disseminar essas iniciativas exitosas por seus estabele-
cimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar
6. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No em salas especiais os estudantes com deficiência – que não se con-
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são funde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo.
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: (Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia,
mas nunca à custa de nossos filhos...” Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada pronome em relação ao verbo, conforme indicado nos parênteses,
sindética adversativa; a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética colocação dos pronomes.
explicativa; (A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver- deficiência. (incluem-se)
bial concessiva; (B) ... em educação especial inclusiva, contam-se  não muito
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada mais que 100 mil deles no país. (se contam)
sindética adversativa; (C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial sala de aula. (concebe-se)
concessiva. (D) Aí, ao menos um profissional preparado  se  encarrega de
receber o aluno... (encarrega-se)
7. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perío- (E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente
do “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um já vamos aprendendo. (confunde-se)
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
história.”, a oração sublinhada é classificada como: 9. (PREFEITURA DE CARANAÍBA - MG - AGENTE COMUNITÁ-
(A) coordenada assindética; RIO DE SAÚDE - FCM - 2019)
(B) subordinada substantiva completiva nominal;
(C) subordinada substantiva objetiva indireta; Dieta salvadora
(D) subordinada substantiva apositiva. A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
8. (PREFEITURA DE PIRACICABA - SP - PROFESSOR - EDUCA-
ÇÃO INFANTIL - VUNESP - 2020) O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o
câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um des-
Escola inclusiva tino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os
mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros concor- com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças
dam que há melhora nas escolas quando se incluem alunos com de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água,
deficiência. subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da
os Direitos das Pessoas com Deficiência e assumiu o dever de uma Guanabara ao Pacífico.
educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália,
perspectiva generosa. Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um
lei em 2015 e criou raízes no tecido social. micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualifi- jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado
cados até para o mais básico, como o ensino de ciências; o que dizer pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o
então de alunos com gama tão variada de dificuldades. das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios,
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o en- de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os
frentado por cadeirantes, a problemas de aprendizado criados por cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que
limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais. eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco
minorar preconceitos. A maioria dos entrevistados (59%), hoje, dis- Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na
corda de que crianças com deficiência devam aprender só na com- costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher
panhia de colegas na mesma condição. pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defende-
com pessoal capacitado, em cada estabelecimento, para lidar com rem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se re-
necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 produzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar
milhão de alunos assim categorizados. Embora tenha triplicado o e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.

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Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem A linha de argumento do ambientalista ingênuo lembra-nos o
se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras “salto do tigre” enunciado pelo filósofo da cultura Walter Benjamin,
aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios em uma de suas teses sobre a filosofia da história. Qual um tigre
no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo. mergulhamos no passado, e apenas apreendemos o que interessa
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. Paulo. para nossa argumentação. É o que se faz, a todo tempo.
Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019. (Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy. Disponível em: https://www.
conjur.com.br/2011. Acesso em: 10.08.2019. Adaptado)
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo,
possuem três posições: próclise (antes do verbo), mesóclise (no (*) Referência ao personagem Bambi, filhote de cervo conhe-
meio do verbo) e ênclise (depois do verbo). cido como “Príncipe da Floresta”, em sua saga pela sobrevivência
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos na natureza. 
nos trechos a seguir.
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados em-
não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus pró- pregando pronomes, de acordo com a norma-padrão de regência e
prios dejetos.” colocação.
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo: Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam-
“Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, bém rondaria a discussão. / Alguma ingenuidade conceitual pode-
sofás e até carcaças de automóveis.” ria marcar o ambientalismo apologético.
III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal: (A) ... lhe rondaria ... o poderia marcar
“Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se (B) ... rondá-la-ia ... poderia marcar ele
tornar as salamandras de Čapek.” (C) ... rondaria-a ... podê-lo-ia marcar
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser hu- (D) ... rondaria-lhe ... poderia o marcar
mano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e pro- (E) ... a rondaria ... poderia marcá-lo
duzir um ‘Dom Quixote’”.
11. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE -
Está correto apenas o que se afirma em TÉCNICO EM SANEAMENTO - IBFC - 2019)
(A) I e II.
(B) I e III. Vou-me embora pra Pasárgada,
(C) II e IV. lá sou amigo do Rei”.
(D) III e IV. (M.Bandeira)

10. (PREFEITURA DE BIRIGUI - SP - EDUCADOR DE CRECHE Quanto à regra de colocação pronominal utilizada, assinale a
- VUNESP - 2019) alternativa correta.
(A) Ênclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
Certo discurso ambientalista tradicional recorrentemente bus-
posto ao verbo.
ca indícios de que o problema ambiental seja universal (e de fato
(B) Próclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
é), atemporal (nem tanto) e generalizado (o que é desejável). Algu-
pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
ma ingenuidade conceitual poderia marcar o ambientalismo apo-
posto ao verbo.
logético; haveria dilemas ambientais em todos os lugares, tempos,
(C) Mesóclise: em orações iniciadas com verbos no presente ou
culturas. É a bambificação(*) da natureza. Necessária, no entanto,
pretérito afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado pos-
como condição de sobrevivência. Há quem tenha encontrado nor- posto ao verbo.
mas ambientais na Bíblia, no Direito grego, e até no Direito romano. (E) Próclise: em orações iniciadas com verbos no imperativo
São Francisco de Assis, nessa linha, prosaica, seria o santo padroeiro afirmativo, o pronome oblíquo deve ser usado posposto ao
das causas ambientais; falava com plantas e animais. verbo.
A proteção do meio ambiente seria, nesse contexto, instintiva,
predeterminando objeto e objetivo. Por outro lado, e este é o meu 12. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP - INSPETOR DE ALUNOS
argumento, quando muito, e agora utilizo uma categoria freudiana, - VUNESP - 2019)
a pretensão de proteção ambiental seria pulsional, dado que resiste
a uma pressão contínua, variável na intensidade. Assim, numa di- Pelo fim das fronteiras
mensão qualitativa, e não quantitativa, é que se deveria enfrentar
a questão, que também é cultural. E que culturalmente pode ser Imigração é um fenômeno estranho. Do ponto de vista pura-
abordada. mente racional, ela é a solução para vários problemas globais. Mas,
O problema, no entanto, é substancialmente econômico. O como o mundo é um lugar menos racional do que deveria, pessoas
dilema ambiental só se revela como tal quando o meio ambiente que buscam refúgio em outros países costumam ser recebidas com
passa a ser limite para o avanço da atividade econômica. É nesse desconfiança quando não com violência, o que diminui o valor da
sentido que a chamada internalização da externalidade negativa imigração como remédio multiuso.
exige justificativa para uma atuação contra-fática. No plano econômico, a plena mobilidade da mão de obra se-
Uma nuvem de problematização supostamente filosófica tam- ria muito bem-vinda. Segundo algumas estimativas, ela faria o PIB
bém rondaria a discussão. Antropocêntricos acreditam que a prote- mundial aumentar em até 50%. Mesmo que esses cálculos estejam
ção ambiental seria narcisística, centrada e referenciada no próprio inflados, só uma fração de 10% já significaria um incremento da or-
homem. Os geocêntricos piamente entendem que a natureza deva dem de US$ 10 trilhões (uns cinco Brasis).
ser protegida por próprios e intrínsecos fundamentos e característi- Uma das principais razões para o mundo ser mais pobre do
cas. Posições se radicalizam. que poderia é que enormes contingentes de humanos vivem sob
sistemas que os impedem de ser produtivos. Um estudo de 2016

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de Clemens, Montenegro e Pritchett estimou que só tirar um tra- No mesmo excerto “Dessa forma, as bandeiras e moradores
balhador macho sem qualificação de seu país pobre de origem e das 42 cidades do território original de Blumenau, que foi fundado
transportá-lo para os EUA elevaria sua renda anual em US$ 14 mil. por Hermann, também estiveram representadas na Rua XV de No-
A imigração se torna ainda mais tentadora quando se considera vembro.”, a palavra destacada pertence à classe gramatical:
que é a resposta perfeita para países desenvolvidos que enfrentam (A) conjunção
o problema do envelhecimento populacional. (B) pronome
Não obstante tantas virtudes, imigrantes podem ser maltrata- (C) preposição
dos e até perseguidos quando cruzam a fronteira, especialmente (D) advérbio
se vêm em grandes números. Isso está acontecendo até no Brasil, (E) substantivo
que não tinha histórico de xenofobia. Desconfio de que estão em
operação aqui vieses da Idade da Pedra, tempo em que membros 15. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - PORTU-
de outras tribos eram muito mais uma ameaça do que uma solução. GUÊS – MATUTINO - FURB – 2019)
De todo modo, caberia às autoridades incentivar a imigração, Determinado, batalhador, estudioso, dedicado e inquieto. Mui-
tomando cuidado para evitar que a chegada dos estrangeiros dê tos são os adjetivos que encontramos nos livros de história para
pretexto para cenas de barbárie. Isso exigiria recebê-los com inte- definir Hermann Blumenau. Desde os primeiros anos da colônia, es-
ligência, minimizando choques culturais e distribuindo as famílias teve determinado a construir uma casa melhor para viver com sua
por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. É tudo o que família, talvez em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.
não estamos fazendo. Infelizmente, nunca concretizou este sonho, porém, nunca deixou
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ de zelar por tudo aquilo que lhe dizia respeito.[...]
colunas/.28.08.2018. Adaptado) Disponível em: <https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/funda-
Considere as frases: cao-cultural/fcblu/memaoria-digital-ao-comemoraacaao-200-anos-dr-
• países desenvolvidos que enfrentam o problema do envelhe- -blumenau85>. Acesso em: 05 set. 2019. [adaptado]
cimento populacional. (4º parágrafo)
• ... minimizando choques culturais e distribuindo  as famí- Sobre a colocação dos pronomes átonos nos excertos: “...talvez
lias por regiões e cidades em que podem ser mais úteis. (6º pará- em um terreno que lhe pertencia no morro do aipim.” e “...zelar por
grafo) tudo aquilo que  lhe  dizia respeito.”, podemos afirmar que ambas
as próclises estão corretas, pois o verbo está precedido de palavras
A substituição das expressões em destaque por pronomes está que atraem o pronome para antes do verbo. Assinale a alternativa
de acordo com a norma-padrão de emprego e colocação em: que identifica essas palavras atrativas dos excertos:
(A) enfrentam-no; distribuindo-lhes. (A) palavras de sentido negativo
(B) o enfrentam; lhes distribuindo. (B) advérbios
(C) o enfrentam; distribuindo-as. (C) conjunções subordinativas
(D) enfrentam-no; lhes distribuindo. (D) pronomes demonstrativos
(E) lhe enfrentam; distribuindo-as. (E) pronomes relativos
13. (PREFEITURA DE PERUÍBE - SP – SECRETÁRIO DE ESCOLA 16. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode
- VUNESP - 2019) ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
Considere a frase a seguir. Como as crianças são naturalmente padrão na seguinte sentença:
agitadas, cabe aos adultos impor às crianças limites que garantam (A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
às crianças um desenvolvimento saudável. Para eliminar as repeti- (B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
ções da frase, as expressões destacadas devem ser substituídas, em (C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
conformidade com a norma-padrão da língua, respectivamente, por (D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(A) impor-nas ... lhes garantam (E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
(B) impor-lhes ... as garantam
(C) impô-las ... lhes garantam 17. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
(D) impô-las ... as garantam DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
(E) impor-lhes ... lhes garantam pontuação em:
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
14. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - GEO- dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
GRAFIA – MATUTINO - FURB – 2019) (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
O tradicional desfile do aniversário de Blumenau, que completa teiramente pela porta?
169 anos de fundação nesta segunda-feira, teve outra data especial (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
para comemorar: os 200 anos de nascimento do Doutor Hermann tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
Blumenau. __________ 15 mil pessoas que estiveram na Rua XV de (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem
Novembro nesta manhã acompanhando o desfile, de acordo com muito branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com
estimativa da Fundação Cultural, conheceram um pouco mais da os irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
vida do fundador do município. [...] O desfile também apresentou (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
aspectos da colonização alemã no Vale do Itajaí. Dessa forma, as penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
bandeiras e moradores das 42 cidades do território original de Blu- cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
menau, que foi fundado por Hermann, também estiveram repre-
sentadas na Rua XV de Novembro. [...]
Disponível em: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/desfile-em-blu-
menau-comemora-o-aniversario-da-cidade-e-os-200-anos-do-funda-
dor>.Acesso em: 02 set. 2019.[adaptado]

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18. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira- (C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
mente correta a pontuação do seguinte período: composições do músico na cultura ocidental.
(A) Os personagens principais de uma história, responsáveis (D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compositor
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque- termina em uma cena de reconciliação entre os personagens.
nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente (E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
sem importância, ditam o rumo de toda a história. deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.
(B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de peque- 22. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do
nas providências que tomadas por figurantes, aparentemente artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (A) pronome;
(C) Os personagens principais de uma história, responsáveis (B) adjetivo;
pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas (C) advérbio;
providências, que, tomadas por figurantes aparentemente, (D) substantivo;
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (E) preposição.
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de peque- 23. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação
nas providências, que tomadas por figurantes aparentemente morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (A) Pronome demonstrativo.
(E) Os personagens principais de uma história, responsáveis, (B) Pronome relativo.
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de pequenas (C) Pronome possessivo.
providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, (D) Pronome pessoal.
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (E) Pronome indefinido.

19. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a 24. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
série em que o hífen está corretamente empregado nas cinco pa- oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
lavras: lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- nhados classificam-se, respectivamente, em
-vermelho. (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
infra-assinado. (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiêni- (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
co. (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra. 25. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
-mencionado. te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
20. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente (C) Pretendo viajar a Paraíba.
empregadas e grafadas. (D) Ele gosta de bife à cavalo.
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o
poder de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de 26. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
qualquer excesso e violência. “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
isso, num modo de intervenção específico. marcada com o acento, EXCETO em:
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o (A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violen- (B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
to em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de eleitorado pelo resultado final.
revolta que ambos possam suscitar. (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do siste-
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
ma.
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
corpo dos supliciados.
vel.
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
sistema.
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
organização em delinqüência.
27. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade
21. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
– 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: se fundamenta em intertextualidade é:
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacida- (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morri-
de extraordinária de imitar vários estilos musicais. do há muito tempo.”
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
mentos pessoais por meio de sua música. mete onde não é chamada.”

28
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
gente mesmo!” temática e bom uso dos recursos coesivos.
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, Analise as assertivas e responda:
tudo bem.” (A) Somente a I é correta.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” (B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta.
Leia o texto abaixo para responder a questão. (D) Somente a IV é correta.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) Leia o texto abaixo para responder as questões.

A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um UM APÓLOGO


dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- Machado de Assis.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela — Deixe-me, senhora.
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- der na cabeça.
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
se tornou uma bomba relógio na região.” outros.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris- — Mas você é orgulhosa.
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se- — Decerto que sou.
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos — Mas por quê?
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ama, quem é que os cose, senão eu?
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, que quem os cose sou eu, e muito eu?
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco daço ao outro, dou feição aos babados…
regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida- — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju- puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz mando…
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com — Também os batedores vão adiante do imperador.
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. — Você é imperador?
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
28. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
fato. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
gênero textual editorial. fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
que se trata de uma reportagem. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
se trata de um editorial.
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
Analise as assertivas e responda:
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
(A) Somente a I é correta.
e acima…
(B) Somente a II é incorreta.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
(C) Somente a III é correta
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
(D) A III e IV são corretas.
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
29. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
ainda suja o Brasil”: tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
no desenvolvimento do assunto. costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
blemas no uso de conjunções e preposições. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
de palavras e da ordem sintática. dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da

29
LÍNGUA PORTUGUESA
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, (D) intensidade e dimensão;
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, (E) pejoratividade e afetividade.
perguntou-lhe:
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da 32. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Vamos, diga lá. (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- nossa ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agu-
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é lha. Agulha não tem cabeça.” (L.06)
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
fico. (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- nária!” (L.43)
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pou-
muita linha ordinária! co?” (L.25)

30. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis 33. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os sente no texto:
elementos dos textos: (A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

GABARITO

1 B
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02) 2 C
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é 3 C
agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?”
(L.06) 4 E
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adian- 5 A
te, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu
6 D
faço e mando...” (L.14-15)
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há 7 B
pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa 8 D
comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a
eles, furando abaixo e acima.” (L.25-26) 9 A
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para 10 E
ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha
de costura. Faze como eu, que não abro caminho para nin- 11 A
guém. Onde me espetam, fico.” (L.40-41) 12 C
13 E
31. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade, 14 B
pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que 15 E
os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de: 16 B
(A) dimensão e pejoratividade; 17 E
(B) afetividade e intensidade;
(C) afetividade e dimensão; 18 A

30
LÍNGUA PORTUGUESA

19 D ANOTAÇÕES
20 B
21 C ______________________________________________________
22 A ______________________________________________________
23 E
______________________________________________________
24 B
25 A ______________________________________________________
26 D ______________________________________________________
27 E
______________________________________________________
28 C
______________________________________________________
29 D
30 E ______________________________________________________
31 D ______________________________________________________
32 D
______________________________________________________
33 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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32
LÍNGUA INGLESA
1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos . . . . . . . . . . . . 01
LÍNGUA INGLESA
• Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO FUNDAMEN- modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
TAL E DOS ASPECTOS GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
COMPREENSÃO DE TEXTOS composta por um prefixo ou sufixo.
• Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
Reading Comprehension depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
assustador. hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
em nada, tudo pode ficar mais claro. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
Inglês Instrumental profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental sugere.
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
penhar a atividade de leitura em uma área específica.
Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
Estratégias de leitura nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se Regular plural of nouns
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- acrescentando-se “s” ao singular.
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um Ex.: Motherboard – motherboards
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- Printer – printers
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para Keyboard – keyboards
ler, etc.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- a regra geral: acrescentam s ao singular.
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença Ex.: Boy – boys Toy – toys
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso Key – keys
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- es.
dade, significa “avaliação”. Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e • Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, tro-
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. cam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que Ex.: fly – flies try – tries curry – curries
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar- Irregular plurals of nouns
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- There are many types of irregular plural, but these are the most
ria, por exemplo. common:

• Informação não-verbal: é toda informação dada através de • Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescen-
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve ta-se es.
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- Ex.: knife – knives
seja transmitir. life – lives
• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do wife – wives
texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente, • Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acres-
aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra- centa-se es.
vés do contexto. Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e • Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes
inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
portuguesa. • Substantivos que mudam a vogal e a palavra.
Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth
mouse – mice

1
LÍNGUA INGLESA
Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.

Veja outros de countable e uncountable nouns:

Definite Article

THE = o, a, os, as

• Usos

– Antes de substantivos tomados em sentido restrito.


THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
I hate THE music they’re playing.

2
LÍNGUA INGLESA
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as They went to THE movies last night.
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
THE United States Indefinite Article
THE Netherlands A / AN = um, uma
THE United Kingdom
THE Dominican Republic •A

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
John is THE tallest boy in the family. A boy, A girl, A woman

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento A uniform, A university, A European
geográfico tenha sido omitido.
THE Nile (River) • AN
THE Sahara (Desert)
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de nomes de famílias no plural. AN egg, AN orange, AN umbrella
THE Smiths have just moved here.
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de adjetivos substantivados. AN hour, AN honor, AN heir
You should respect THE old.
• Usos
– Antes de numerais ordinais.
He is THE eleventh on the list. – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
substantivos.
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
museus.
THE Hilton (Hotel) – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
A Mr. Smith phoned yesterday.
– Antes de nacionalidades.
THE Dutch – No modelo:
WHAT + A / AN = adj. + subst.
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
She plays THE piano very well. What A nice woman!

– Antes de substantivos seguidos de preposição. – Em algumas expressões de medida e frequência.


THE Battle of Trafalgar A dozen
A hundred
• Omissões Twice A year
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico.
Roses are my favorite flowers. - Em certas expressões.
It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
–Antes de nomes próprios no singular.
She lives in South America. – Antes de profissão ou atividades.
James is A lawyer.
–Antes de possessivos. Her sister is A physician.
My house is more comfortable than theirs.
• Omissão
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua-
ge. – Antes de substantivos contáveis no plural.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French Lions are wild animals.
language.)
– Antes de nomes de estações do ano. – Antes de substantivos incontáveis.
Summer is hot, but winter is cold. Water is good for our health.
• Casos especiais * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
– Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school, vos.
prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito. Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou
She went to church. (para rezar) mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
She went to THE church. (talvez para falar com alguém) superlativo.
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o
– Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine- superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo
ma, movies e theater. de três ou mais.
Let’s go to THE theater.

3
LÍNGUA INGLESA
3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
duas sílabas.
Exemplos:
More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


Exemplos: minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
As cold as = tão frio quanto Exemplos:
Not so (as) cold as = não tão frio quanto tired – more tired than – the most tired (cansado)
Less cold than = menos frio que charming – more charming than – the most charming (char-
The least cold = o menos frio moso)
As expensive as = tão caro quanto hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Less expensive than = menos caro que famous – more famous than – the most famous (famoso)
The least expensive = o menos caro
Variações ortográficas
– Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
berem –er ou –est.
Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
Observações: brave – braver than – the bravest (corajoso)
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba. Formas irregulares
Exemplos: Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto rativo e superlativo de superioridade.
bigger than = maior que / the biggest = o maior
good (bom / boa)
2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas. better than - the best
well (bem)
Exemplos:
happier than = mais feliz que bad (ruim / mau)
- the worst
cleverer than = mais esperto que badly (mal)
the happiest = o mais feliz little (pouco) less than - the least
the cleverest = o mais esperto

4
LÍNGUA INGLESA
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no comparativo e superlativo de superioridade.

far (longe)
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho)
older than – the oldest
elder – the eldest (só para elementos da mesma família)
late (tarde)
the latest (o mais recente)
the last (o último da série)

O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.

Subject Pronouns

I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, vocês) You are a student.
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good dancers.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.

Uso do pronome “it”

– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.


Example: The dress is ugly. It is ugly.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.

– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.

Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.

ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.

5
LÍNGUA INGLESA
Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:

SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL


THIS THESE THAT THOSE
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/aquilo Aqueles/aquelas

Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que estão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demonstra-
tivos nas frases abaixo:
This method will work.
These methods will work.

O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental disciplines of engineering.
Those computers technology are the most fundamental disciplines of engineering.

Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
Your Yours
His His
Her Hers
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, precedidos ou não de adjetivos.


Exemplos:
Our house is close.
I want to know your name.

• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
Exemplo:
My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.
Infinitive

A forma infinitiva do inglês é to + verbo

Usos:
- após numerais ordinais
He was the first to answer the prohne.

- com too e enough


This house is too expensive for me to buy.
He had bought food enough to feed a city!

- após o verbo want


I want you to translate the message.

- após os verbos make, let e have (sem to)


This makes me feel happy.
Let me know if you need any information.

6
LÍNGUA INGLESA
- após o verbo help (com ou sem to) She runs – Ela corre
She helped him (to) choose a new car. It runs – Ele/ela corre

Observações: Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
de sentido. He goes – Ele vai
It started raining. / It started to rain. She does – Ela faz
It watches – Ele/ela assiste
He began to clean the house. / He began cleaning the house.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
alteração de sentido. Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
o exemplo:
He stopped smoking. He studies – Ele estuda
(= Ele parou de fumar.) She tries – Ela tenta
It cries – Ele/ela chora
He stopped to smoke.
(= Ele parou para fumar.) Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
Imperative apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi- She stays – Ela fica
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada It plays – Ele/ela brinca
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.
Formas afirmativa, negativa e interrogativa
A forma afirmativa sempre inicia com o verbo.
Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!
Turn the TV down. – Desligue a televisão.
Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!

Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes


do verbo.
Exemplos:
Don’t be late! – Não se atrase!
Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
Don’t be scared. – Não se assuste. Present Continuous
Don’t worry! – Não se preocupe!
Don’t drink and drive. – Não beba e dirija. - Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present,
Simple Present at this moment, right now e outras.
Exemplo:
O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você She is running at the park now.
precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua
forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em - Usamos também para ações temporárias.
“I go” para dizer eu corro. Exemplos:
Exemplos de Simple Present: He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.
I run – Eu corro
You run – Você corre/Vocês correm - Futuro próximo.
We run – Nós corremos Exemplo:
They run – Eles correm The train leaves at 9 pm.

Regras do Simple Present Observações:


- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos con-
As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos tínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples:
pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple see, hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, un-
Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos derstand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose,
verbos recebe um “s” no final: appear, have (= ter, possuir), think (= acreditar).
He runs – Ele corre

7
LÍNGUA INGLESA
- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do acréscimo
de –ing.
Exemplos:
Run → running
swim → swimming

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acento
tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing

- Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.


Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, perdem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Immediate Future

O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
Example:

Affirmative: What will you study?


Negative: I will study English.
Interrogative: I won’t study English.

Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (without “to” ).

8
LÍNGUA INGLESA
Forma contraída
I will study - I’ll study
You will travel - You’ll travel
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen
We will work - We’ll work
You will dance - You’ll dance
They will do - They’ll do

Simple Past

With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Simple past is used to indicate an accomplished action and totally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect pre-
terite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played


Verbos terminados em “e” Acrescenta-se “d” Like – liked
Verbos terminados em y precedido de consoante Mudam o y para i e acrescentam “ed” Study – studied

Example:
To work
I worked
You worked
He worked
She worked
It worked
We worked
They worked

Simple past – negative and interrogative form

Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night (week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado.
Exemplos:
Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.

– ações habituais no passado com as mesmas expressões e advérbios que indicam ações habituais no presente.
Exemplos:
They visited rarely visited their grandparents.
She often got up at 6.

– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.


Exemplos:
She behaves as if she knew him.

9
LÍNGUA INGLESA
I wish I had more time to study.

– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma


(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:
If only I knew the truth.
If only he understood me.

OBSERVAÇÕES
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés- Present Perfect
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed.
stop → stopped Usos:
prefer → preferred – ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
rencia do Simple Past.
2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés- We have finished our homework.
cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso Jane has traveled to London.
contrário, o -y permanece. They have accepted the job offer.
rely → relied
play → played – com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
FEW TIMES etc.

Have you EVER seen a camel?


She has NEVER been to Greece.
The students have ALREADY written their compositions.
The bell hasn’t rung YET.
Our cousins have JUST arrived.
We have read five chapters SO FAR.
She has traveled a lot LATELY.
Have you seen any good films RECENTLY?
I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz)


She has lived in New York SINCE 2013.
She has lived in New York FOR 7 years.

Past Continuous

Usos:
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
passada começou.
Exemplos:
They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.

– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no


passado.
Exemplos: O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-
This time last year I was living in London. do para indicar várias situações:
I saw you last night. You were waiting for a bus. – Possibilidade
– Capacidade/habilidade
– Permissão
– Pedido

Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)

10
LÍNGUA INGLESA
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned.

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou no início de uma oração.


They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um verbo
auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de uma oração.


PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advérbios podem
também aparecer no início de uma oração se quisermos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room.

Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.

11
LÍNGUA INGLESA
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLYAT HOMEYESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDONBY PLANELAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO

As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphaelran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleveno’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon,night, midnight, dawn)
Endereços completosFabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do diaMarcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

12
LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place

Vestimentas

13
LÍNGUA INGLESA
T-shirt = camiseta High school = Ensino médio
Sweatshirt = Blusa de moletom College/University = Faculdade/universidade
Shirt = camisa
Suit = terno Subjects
Pants:calça
Tie = gravata Inglês: English
Wedding dress = vestido de noiva Matemática: Mathematics (Math)
Jacket = jaqueta História: History
Skirt = saia Geografia: Geography
Coat = casaco Química: Chemistry
Shorts = Bermuda Física: Physics
Dress = vestido Ciência: Science
Underpants = cueca Biologia: Biology
Panties = calcinha Educação Física: Physical Education (P.E.)
Bra = sutiã Artes: Arts
Nightgown = camisola Música: Music
Pajamas = pijama Literatura: Literature
Robe = roupão Redação: Writing
Scarf = cachecol Português: Portuguese
Uniform = uniforme Espanhol: Spanish
Singlet = regata
Swimming Trunks = sunga Diversão e mídia
Swimsuit = maiô
Bikini = biquíni Movies/cinema = cnema
Theater = teatro
Cotidiano Bar/Pub = bar
Restaurant = restaurante
U.S. Money Café = lanchonete
Park = parque
US$ 1 Dollar = 100 cents Concert = show
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Play = peça de teatro
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1
Penny = 1 cent Tecnologia
Nickel = 5 cents
Dime = 10 cents Cellphone/mobile phone = celular
Quarter = 25 cents Laptop = notebook
Personal computer(PC) = Computador
Ways to pay Printer = impressora
Keyboard = teclado
Check = cheque Mouse = mouse
Cash = em dinheiro Television = televisão
Note/bill = nota
Coin = moeda Meio ambiente
Credit card = cartão de crédito
Environment = meio ambiente
Materials Ozone layer = camada de ozônio
Water = água
Acrylic = acrílico Tree = árvore
Cotton = algodão Weather = clima
Denim = brim Animals = animais
Fleece/wool = lã Air = ar
Gold = ouro Wind = vento
Leather = couro Rain = chuva
Linen = linho Snow = neve
Plastic= plástico Fog = neblina
Rubber = borracha Hurricane = furacão
Silk = seda Storm = tempestade
Silver = prata Lightning = relâmpago
Thunder = trovão
Educação
Comida e bebida
Nursery School = pré-escola
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I Bread — Pão
Secondary school = Ensino fundamental II Butter — Manteiga

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LÍNGUA INGLESA
Cake — Bolo Sirloin — Lombo
Cheese — Queijo Smoked sausage — salsicha defumada
Chicken — Frango Squid — Lula
Chips — Salgadinhos Steak — Bife
Chocolate — Chocolate Stew meat — Guisado de carne
Corn flakes — Cereal T-bone steak — Bife t-bone
Egg — Ovo Tenderloin — Filé mignon
Fish — Peixe Tuna — Atum
French fries — Batata-frita Turkey — Peru
Ham — Presunto Veal — Vitela
Ice cream — Sorvete
Jam — Geleia Vegetables (vegetais)
Jello — Gelatina
Margarine — Margarina Anise — Anis
Mashed potatoes — Purê de batatas Asparagus — Espargos
Meat — Carne Beans — Feijão
Pancacke — Panqueca Beet — Beterraba
Pasta — Macarrão Broccoli — Brócolis
Peanut — Amendoim Cabbage — Repolho
Peanut butter — pasta de amendoim Carrot — Cenoura
Pepper — Pimenta Cauliflower — Couve-flor
Pie — Torta Celery — Aipo/Salsão
Pizza — Pizza Corn — Milho
Popsicle — Picolé Cucumbers — Pepinos
Potato chips — Batata-frita Eggplant — Berinjela
Rice — Arroz Garlic — Alho
Salt — Sal Ginger — Gengibre
Sandwich — Sanduíche Green onion — Cebolinha verde
Sliced bread — Pão fatiado Heart of Palms — Palmito
Soup — Sopa Leeks — Alho-poró
Sugar — Açúcar Lettuce — Alface
Toast — Torrada Manioc — Mandioca
Water cracker — Bolacha de água e sal Mushroom — Cogumelo
Okra — Quiabo
Meat (carne) Olives — Azeitonas
Onion — Cebola
Bacon — Bacon Pepper — Pimenta
Barbecue — Churrasco Pickles — Picles
Beef — Carne de vaca Potato — Batata
Beef Jerky — Carne seca Pumpkin — Abóbora
Blood sausage —Chouriço Radish — Rabanete
Carp — Carpa Rucola — Rúcula
Chicken — Frango Snow pea — Ervilha
Chicken legs — Pernas de Frango Spinach — Espinafre
Chicken wings — Asas de Frango Sweet potato — Batata doce
Cod — Bacalhau Tomato — Tomate
Crab — Caranguejo Turnip — Nabo
Duck — Pato Watercress — Agrião
Fish — Peixe Yams — Inhame
Grilled fish — Peixe grelhado
Ground beef — Carne moída Fruits (frutas)
Hamburger — Hambúrguer
Lobster — Lagosta Apple — Maçã
Meatball — Almôndega Apricots — Damascos
Mortadella — Mortadela Avocado — Abacate
Pork chops — Costeletas de porco Banana — Banana
Pork legs — Pernas de porco Blackberry — Amora
Pork loin — Lombo de porco Blueberry — Mirtilo
Rib cuts — Costela Cashew nut — Castanha de Cajú
Roast chicken — Frango assado Cherry — Cereja
Salami — Salame Coconut — Coco
Salmon — Salmão Figs — Figos
Sausage — Linguiça Grapes — Uvas
Shrimp — Camarão Guava — Goiaba

15
LÍNGUA INGLESA
Honeydew melon — Melão Jogging = corrida
Jackfruit — Jaca Knitting = tricotar
Kiwi — Kiwi Mountaineering = escalar montanhas
Lemon — Limão Painting = pintar
Mango — Manga Photography = fotografia
Orange — Laranja Playing video games = jogar vídeo games
Papaya — Mamão Reading = leitura
Passion fruit — Maracujá Riding a bike = andar de bicicleta
Peach — Pêssego Sculpting = esculpir
Pear — Pera Sewing = costurar
Pineapple — Abacaxi Singing = cantar
Plum — Ameixa Skating = andar de patins ou skate
Prune — Ameixa-seca Skiing = esquiar
Start fruit — Carambola Stamp collecting = colecionar selos
Strawberry — Morango Surfing = surfar
Tamarind — Tamarindo Working out = malhar
Tangerine — Tangerina
Watermelon — Melancia Saúde e exercícios

Drinks (bebidas)

Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Soda — Refrigerante ças)
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Tonic water — Água tônica Blemish – mancha
Vodka — Vodca Bruise - contusão
Water — Água Dandruff - caspa
Whiskey —Uísque Freckle – sarda
White wine —Vinho branco Itching – coceira
Yogurt — Iogurte Pimple – espinha
Rasch – erupção da pele
Tempo livre, “hobbies” e lazer Scar - cicatriz
Spot – sinal, marca
Bowling = boliche Wart – verruga
Camping = acampar Wound - ferida
Canoeing = canoagem Wrinkle – ruga
Card games = jogos de baralho
Chess = xadrez Aches (Dores)
Cooking = cozinhar Backache – dor nas costas
Crossword puzzl = palavras cruzadas Earache – dor de ouvido
Dancing = dançar Headache – dor de cabeça
Drawing = desenhar Heartache – dor no peito
Embroidery = bordado stomachache – dor de estômago
Fishing = pesca Toothache – dor de dente
Gardening = jardinagem
Hiking = caminhar Cold and Flu (Resfriado e Gripe)
Hunting = caçar Cough – tosse

16
LÍNGUA INGLESA
Fever – febre
Running nose – nariz entupido
Sneeze – espirro
Sore throat – garganta inflamada
Tonsilitis – amigdalitis

Other Diseases (Outras doenças)


Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências

Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Ashamed = envergonhado
Indifferent = indiferente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo

17
LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado Building – Edifício ou Prédio
Interested = interessado Bus station – Rodoviária
Shy = tímido Bus stop – Ponto de ônibus
Hopeful = esperançoso Butcher shop – Açougue
Regretful = arrependido Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Scared = assustado Capital – Capital
Stubborn = teimoso Cathedral – Catedral
Thirsty = com sede Cemetery – Cemitério
Guilty = culpado Chapel – Capela
Nervous = nervoso Church – Igreja
Embarrassed = envergonhado Circus – Circo
Disgusted = enojado City – Cidade
Proud = orgulhoso Clothing store – Loja de roupas
Lonely = solitário Club – Clube
Frustrated = frustrado Coffee shop – Cafeteria
Hurt= magoado College – Faculdade
Hungry = com fome Computer store – Loja de informática
Tired= cansado Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Thoughtful = pensativo Convenience store – Loja de conveniência
Optimistic = otimista Corner – Esquina
Relieved = aliviado Costume store – Loja de Fantasia
Shocked = chocado Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Sleepy = com sono te chamado de Fórum, depende do contexto.
Excited = animado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
Bad = mal destres
Worried = preocupado Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
City hall – Prefeitura
Identificação pessoal Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
Downtown – Centro da cidade
First name = Primeiro nome Driving school – Auto escola
Middle name = Nome do meio Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Last name = Último nome Factory – Fábrica
Full name = Nome completo Field – Campo
Date of Birth = Data de nascimento Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
Age = Idade Fishmonger’s – Peixaria
Sex = Sexo Flower show – Floricultura
Place of Birth = Local de nascimento Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Nationality = Nacionalidade Gas station – Posto de gasolina
Occupation = Ocupação/profissão Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica
Address = Endereço Greengrocer – Quitanda
City = Cidade Grocery store – Mercearia
Country = País Gym – Academia de ginástica
Zip code/Post code = Código postal (CEP) Hair salon – Cabeleireiro
Phone number = Número de telefone Hardware store – Loja de ferramentas
E-mail address = Endereço de e-mail Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde
Hospital – Hospital
Lugares e edificações Hotel – Hotel
House – Casa
Airport – Aeroporto Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria
Amusement park – Parque de diversões Intersection ou Crossroad – Cruzamento
Aquarium – Aquário Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão
Art gallery – Galeria de arte Jewelry store – Joalheria
ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico Kiosk – Quiosque
Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica Lake – Lago
Avenue – Avenida Laundromat ou Laundry – Lavanderia
Baby store – Loja infantil ou bebê Library – Biblioteca
Barber shop – Barbearia Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Bakery – Padaria Mall – Shopping center
Bank – Banco Metropolis – metrópole
Beach – Praia Monument – Monumento
Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Mosque – Mesquita
Block – Quarteirão Movie theater – Cinema
Bookstore ou Bookshop – Livraria Museum – Museu
Bridge – Ponte Neighborhood – Bairro

18
LÍNGUA INGLESA
Newsstand – Banca de jornal Nephew – sobrinho
Office – Escritório Niece – sobrinha
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Grandparents – avós
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Grandfather – avô
Park – Parque Grandmother – avó
Parking lot – Estacionamento Grandson – neto
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Granddaughter – neta
Perfume shop – Perfumaria Great grandfather – bisavô
Pet Shop – Pet Shop Great grandmother – bisavó
Pizzeria – Pizzaria Great grandson – bisneto
Place – Lugar Great granddaughter – bisneta
Playground – Parque infantil Father-in-law – sogro
Police station – Delegacia de polícia Mother-in-law – sogra
Port – Porto Brother-in-law – cunhado
Post office – Agência de correios Sister-in-law – cunhada
Pub – Bar Stepfather – padrasto
Real estate agency – Imobiliária Stepmother – madrasta
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Stepson – enteado
Restaurant – Restaurante Stepdaughter – enteada
River – Rio Foster parents – pais adotivos
Road – Estrada Foster father – pai adotivo
Rotary ou Roundabout – Rotatória Foster mother – mãe adotiva
School – Escola
Shoe store – Sapataria Transporte e serviços
Sidewalk – Calçada
Snack bar – Lanchonete Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama-
Square – Praça dos de boeing)
Stadium – Estádio Airplane ou apenas plane: Avião
Station – Estação Bike: Bicicleta
Stationery store – Papelaria Boat: Barco ou bote
Steak House – Churrascaria Bus: Ônibus
Store – Loja
Canoe: Canoa
Street – Rua
Car: Carro
Subway station – Estação de metrô
Carriage: Carruagem
Supermarket – Supermercado
Cruiser: Cruzeiro
Synagogue – Sinagoga
Ferry: Balsa
Temple – Templo
Glider: Planador
Town – Cidade pequena ou Município
Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero
Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos
Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho
Train station – Estação de trem
Travel agency – Agência de viagens Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também
University – Universidade pode ser chamado de scooter)
Zoo – Zoológico Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto
Motorboat: Lancha
Relacionamento com outras pessoas Ocean liner: Transatlântico
On foot: A pé
Parents – pais Pickup truck: Caminhonete
Father – pai Raft: Jangada
Mother – mãe Roller skates: Patins
Son – filho Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Daughter – filha School bus: Ônibus escolar
Siblings – irmãos Ship: Navio
Brother – irmão Skateboard: Skate
Sister – irmã Streetcar ou trolley: Bonde
Halfbrother – meio-irmão Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Halfsister – meia-irmã informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Only child – filho único Taxi ou cab: Táxi
Wife – esposa Train: Trem
Husband – esposo Truck: Caminhão
Fiancé – noivo Van: Furgão ou van
Bride – noiva
Uncle – tio Compras
Aunt – tia Algumas placas com informações importantes:
Cousin – primo e prima Out to lunch – Horário de almoço

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LÍNGUA INGLESA
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Volleyball - Vôlei
são) e two for one (dois por um). Water Polo - Polo Aquático
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
ção Mundo natural

Conversando com atendentes Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)


Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando
por… Bird: Pássaro;
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- Bunny: Coelhinho;
gado(a). Cat: Gato;
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que Dog: Cachorro;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? GuineaPig: Porquinho da Índia;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Mouse: Rato/Camundongo;
Could I return this? – Eu poderia devolver isso? Parrot: Papagaio;
Could I try this on? – Posso provar? Rabbit: Coelho;
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que Turtle: Tartaruga.
a loja abre?
Animais em inglês: principais nomes de aves
Esporte Chicken: Galinha;
Individual Sports - Esportes Individuais Rooster: Galo;
Pigeon: Pomba;
Athletics - Atletismo Peacock: Pavão;
Automobilism - Automobilismo Hawk: Falcão;
Artistic Gymnastics - Ginástica Artística Swan: Cisne;
Boxing - Boxe Sparrow: Pardal;
Bowling - Boliche Duck: Pato.
Canoeing - Canoagem
Cycling - Ciclismo Animais em inglês: principais animais selvagens
Equestrianism - Hipismo
Fencing - Esgrima Alligator: Jacaré;
Golf - Golfe Bat: Morcego;
Jiujitsu - Jiu-Jítsu Bear: Urso;
Judo - Judô Crocodile: Crocodilo;
Karate - Caratê Deer: Viado;
Motorcycling - Motociclismo Elephant: Elefante;
Mountaineering - Alpinismo Eagle: Águia;
Olympic Diving - Salto Ornamental Giraffe: Girafa;
Skiing - Esqui Hippo: Hipopótamo;
Sumo - Sumô Kangaroo: Canguru;
Surfing - Surfe Lion: Leão;
Swimming - Natação Monkey: Macaco;
Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue Owl: curuja;
Taekwon-Do - Taekwon-Do Pig: Porco;
Tennis - Tênis Snake: Cobra;
Triathlon - Triatlo Squirrel: Esquilo;
Weightlifting - Halterofilismo Stag: Cervo;
Tiger: Tigre;
Team Sports - Esportes Coletivos Zebra: Zebra;
Wolf: Lobo.
Badminton – Badminton
Baseball - Beisebol Animais em inglês: principais insetos
Basketball - Basquete Ant: Formiga;
Beach Soccer - Futebol de Areia Mite: Ácaro;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Bee: Abelha;
Football – Futebol Americano Beetle: Besouro;
Footvolley - Futevôlei Butterfly: Borboleta;
Futsal - Futsal Caterpillar: Lagarta;
Handball - Handebol Cockroach: Barata;
Hockey - Hóquei Cricket: Grilo;
Polo - Polo Fly: Mosca;
Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica Flea: Pulga;
Rugby - Rúgbi Firefly: Vagalume;
Soccer - Futebol Grasshoper: Grilo;

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LÍNGUA INGLESA
Ladybug: Joaninha;
canela cinnamon
Louseorlice: Piolho;
Mosquito: Pernilongo/Mosquito; carvalho oak
Snail: Caracol;
Spider: Aranha; horse chestnut
castanheiro
Tick: Carrapato; tree
Termite: Cupim.
caule stem
Animais em inglês: principais animais marítimos
cebola onion
Crab: Caranguejo; cebolinha green onion
Dolphin: Golfinho;
Fish: Peixe; cedro cedar
Octopus: Polvo;
Penguin: Pinguim; cerejeira cherry tree
Seal: Foca;
coentro cilantro
Shark: Tubarão;
Whale: Baleia. colorau red spice mix

Animais em inglês: principais tipos de peixes cominho cumin

Carp: Carpa; coqueiro coconut tree


Dogfish: Cação; cravo clove
Dried Salted Cod: Bacalhau;
Flounder: Linguado; erva herb
Hake: Pescada;
Scabbardfish: PeixeEspada; ervas finas fine herbs
Tuna: Atum;
Tilapia: Tilápia; figueira fig tree
Trout: Truta. folha de
bay leaves
louro
Animais brasileiros em inglês
Capivara: Capybara; gengibre ginger
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
Lobo guará: Maned Wolf; girassol sunflower
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin;
Onça Pintada: Jaguar; grama grass
Tamanduá Bandira: Giantanteater; lírio lily
Tatu: Armadilo;
Tucano: Toucan; macieira apple tree
Quati: Coati.
manjericão basil
Plantas em inglês
margarida daisy

PORTUGUÊS INGLÊS melissa melissa

árvore tree musgo moss

alecrim rosemary noz mos-


nutmeg
cada
ameixieira plum tree
oliveira olive tree
arbusto bush / shrub
orquídea orchid
azaleia azalea
orégano oregano
azevinho holly
papoula poppy
açafrão turmeric
pereira pear tree
bordo maple
pinheiro pine tree
bromélia bromeliads
planta plant
bétula birch
páprica paprika

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LÍNGUA INGLESA
Coisas para fazer nas férias
rosa rose

salgueiro willow Read. — Ler.


Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
salsa parsley Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
samambaia fern Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
tulipa tulip
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
violeta violet Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
vitória-régia waterlily Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Viagens e férias Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Vocabulário Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
Day off. — Dia de folga. deira.
Vacation. — Férias. atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Go away. — Ir viajar. Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
Travel. — Viajar. tuito.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Have a picnic. — Ter um piquenique.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. Had a picnic. — Teve um piquenique.
Go to the beach. — Ir para a praia. Play frisbee. — Jogar frisbee.
Go to the country. — Ir para o interior. Played frisbee. — Jogou frisbee.
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Como foram suas férias Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
How was your vacation? — Como foram as suas férias? Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
It was good. — Foram boas. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
It was amazing. — Foram demais. Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante. Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Got a tan. — Pegou um bronzeado.
Para onde você foi Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
zear.
Where did you go? — Onde você foi? Went sunbathing. — Foi se bronzear.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia. Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
com minha família. Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Got sunburn. — Se queimou do sol.
Hawaii. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
nossa família na França. Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
Who did you go with? — Com quem você foi? Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã
e meu irmão. Tempo
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
esposo e crianças. pressões de tempo como:
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Day: dia
crianças. Today: hoje
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Yesterday: ontem
aula. The day before yesterday: anteontem
Tomorrow: amanhã
Como você viajou The day after tomorrow: depois de amanhã
Morning: manhã
How did you go? — Como que você foi? Afternoon: tarde
We went by plane. — Nós fomos de avião. Evening: noite
We went by car. — Nós fomos de carro. Night: noite
Tonight: esta noite
Midday: meio-dia
At noon: ao meio-dia
Midnight: meia noite
At midnight: à meia-noite

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LÍNGUA INGLESA
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas)
Bartender = barman
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel)
Biologist = biólogo
Biomedical scientist = biomédico
Blacksmith = ferreiro
Bricklayer, mason = pedreiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de
imóveis)
Butcher = açougueiro
Butler, major-domo = mordomo
Buyer = comprador
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista
Cabinet-maker = marceneiro
Carpenter = carpinteiro
Cartoonist = cartunista
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe-
cuarista
Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os Cashier = caixa
números correspondentes (da hora e dos minutos): Chef = chef
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five. Chemist (bre) = farmacêutico
Chemist (ame) = químico
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas: Civil Servant = servidor público, funcionário público
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock. Clerk = auxiliar de escritório
Coach = treinador, técnico esportivo
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do Cobbler = sapateiro
30: Comedian = comediante
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six. Commentator = comentarista (rádio e TV)
Composer = compositor
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Computer programmer = programador
hora (15 minutos): Conference interpreter = intérprete de conferência
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Contractor = empreiteiro
Consultant = consultor
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi- Cook = cozinheiro
nutos): Dancer = dançarino
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight. Dentist = dentista
Designer = designer, projetista, desenhista
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Diplomat = diplomata
utilizamos o “to”: Doctor, medical doctor, physician = médico
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Doorman = porteiro
Driver = motorista, piloto de automóvel
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Economist = economista
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Editor = editor; revisor
a.m. – antes do meio-dia Electrician = eletricista
p.m. – depois do meio-dia Engineer = engenheiro, maquinista
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Trabalho e empregos Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Accountant = contador Firefighter, fireman = bombeiro
Actor = ator Fisherman = pescador
Actress = atriz Flight attendant = comissário de bordo
Administrator = administrador Foreman = capataz; encarregado
Agronomist = agrônomo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Anthropologist = antropólogo Gardener = jardineiro
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Geographer = geógrafo
Architect = arquiteto Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Astronaut = astronauta Glazer = vidraceiro
Astronomer = astrônomo Graphic designer = designer gráfico
Athlete = atleta Gravedigger = coveiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Guide = guia
Baker = padeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank clerk = bancário Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Banker = banqueiro; bancário Historian = historiador
Bank teller = caixa de banco Housewife = dona de casa
Barber = barbeiro Illustrator = ilustrador

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LÍNGUA INGLESA
Interior designer = designer de interiores, decorador Secretary = secretária
Interpreter = intérprete Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant =
Jailer = carcereiro lojista, comerciante
Janitor, superintendent, custodian = zelador Singer, vocalist = cantor
Journalist = jornalista Social worker = assistente social
Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro Speech therapist = fonoaudiólogo
Judge = juiz (de direito) Statistician = estatístico
Lawyer = advogado Systems analyst = analista de sistemas
Librarian = bibliotecário Tailor = alfaiate
Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas Teacher = professor
Locksmith = serralheiro; chaveiro Operator = operador
Maid = empregada doméstica Operator, telephone operator = telefonista
Male nurse = enfermeiro Teller = caixa (geralmente de banco)
Manager = gerente Trader = trader, operador (em bolsa de valores)
Mathematician = matemático Translator = tradutor
Mechanic = mecânico Travel agent = agente de viagens
Medic = militar do Serviço de Saúde; médico Treasurer = tesoureiro
Meteorologist = meteorologista Valet = manobrista
Midwife = parteira Vet, veterinarian = veterinário
Miner = mineiro Waiter* = garçom
Milkman = leiteiro Waitress* = garçonete
model = modelo Welder = soldador
Musician = músico Writer = escritor
Nanny (ame) = babá Zoologist = zoólogo
Nurse = enfermeiro, enfermeira
Occupational therapist = terapeuta ocupacional A Marinha
Optician, optometrist = oculista Proa = Bow
Painter = pintor Popa = Stern \ astern
Paleontologist = paleontólogo Bombordo = port
Paramedic = paramédico Boreste = starboard
Personal TRAINER = personal Convés = deck
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Linha d aqua = water line
Philosopher = filósofo Castelo de Proa = forecastle
Photographer = fotógrafo Boca = beans
Physicist = físico Comprimento (LOA) = length overall
Physiotherapist = fisioterapeuta Obras Vivas = botton
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Obras Mortas = topsides
Playwright = dramaturgo Pontal = depth
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Calado de Vante = Draught forward
Poet = poeta Tombadilho = Fanny
Police officer, officer, constable = policial Calado a ré = draught forward
Politician = político Costado = ribcage
Porter = porteiro Plano diametral = diametral plane
Postman, mailman = carteiro Bochecha = tack
Producer = produtor (em geral artístico) Alheta = wing \ quarter
Professor = professor (universitário) Passadisso = gangway \ bridge
Proofreader = revisor Casco = hull
Psychiatrist = psiquiatra Borda livre = free board
Psychologist = psicólogo Displacement = tonelagem
Publisher = editor Notice to marine = aviso aos navegantes
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis List of Lights = lista de faróis
Receptionist = recepcionista Full Load = plena carga
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Fuel = combustível
se de artigos científicos) Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Reporter = repórter Draft = projeto
Researcher = pesquisador Length = comprimento
Sailor, seaman = marinheiro Inland Waters = águas interiores
Salesman* = vendedor Bússula = compass
Sales representative, sales rep = vendedor Ship = navio
Saleswoman* = vendedora Ocean liner = navio transatlântico
Scientist = cientista Tug = rebocador
Screenwriter = roteirista Gross Tonnage = arqueação bruta
Sculptor = escultor Tanker Ship = Navio Petroleiro
Seamstress = costureira Plataform Ship = navio plataforma

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LÍNGUA INGLESA
Vessel = navio embarcação Coast Guard = guarda costeira
Broken = quebrado Watch Tower = posto de vigia
Rope = cabo Life Boat Station = Estação de Salva Vidas
Boom = pau de carga
Starboard = boreste Dependências a bordo
Port = bombordo Galley = cozinha
Speed = velocidade Crew Mess = refeitório da tripulação
Ahead = a frente Stateroom = cabine de dormir
Crew = tripulação
Stern = popa Amarração de cabos
Fire = fogo Rope = cabo \ corda
Fireman = bombeiro Dock line = cabo de amarração
Hose = mangueira Warp = lais de guia
Fire Hose = mangueira de incêndio Reef Knot = nó direito
Tonnage Length = comprimento tonelagem Volta do Fiel = clove hitch
Scend = Caturro Fisherman’s Bend = volta do Anete
Heel = adernar (mesmo que banda) Kink = coca (nó na mangueira)
Bulkhead = Antepara Yarn = fibra
Flush Deck = convés corrido Order = ordem
Hold = porão Anchor = ancora
Bollard = cabeço no cais
Bitt = cabeço no navio Estivagem de carga
Rope Sling = linga de cabo
Profissões a bordo no navio Bags Balles = bolsas de fardos
Captain of Long Haul = capitão de longo curso Steel plates = chapas de aço
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Homem ao mar = man over board
Steward = taifeiro Merchant Ship = Navio mercante
Cook = cozinheiro
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas) Chamadas e comunicações
Nurse = enfermeiro Não especificado = unspecified
Officer = oficial Explosion = explosão
Skipper = patrão Alagado = flooding
Helmsman = timoneiro Collision = colisão
Bo’sun = mestre ou contra mestre Grounding = encalhando
Seaman = homem do mar Adernado = listing
Sailor = marinheiro Capsizing = emborcando
Engineer = chefe de máquinas Sin King = naufragando
Mid Ship = meio navio Disabled = sem governo
Ship’s Articles = rol de equipagem Adrift = a deriva
Ship’s Log = diário de bordo Abandonar o navio = abandoning ship
Insurance Certificate = certificado de seguro Piracy = pirataria
Customs Clearance = aduaneiro Ataque armado = armed attack
Charter Party = Fretamento Grande = big
Bill of Health = certificado de saúde
Charts = cartas hidrográficas Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven- informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = apenas de how (como), começam com as letras wh.
convenção internacional sobre normas de formação certificação e Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
service de quarto para marinheiro. para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de onde”.
proteção individual.
Fire Extinguisher = extintor de incêndio WHAT = (o) que, qual
Rudder = leme
Helm = timão Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Bosun’s Locker = paiol do mestre
Oars = remos What makes you happy? (sujeito)
Buoy = boia
Fire Alarm = alarme de incêndio verbo objeto
Rope Ladder = escada de quebra peito principal
Gangway = passadiço
Ports = portos
What did you say? (objeto)
Port Captaincy = capitania dos portos
Yacht Harbours = docas de recreio auxiliar sujeito verbo

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LÍNGUA INGLESA

principal - HOW
HOW FAR = Qual é a distância?
WHO = quem HOW DEEP = Qual é a profundidade?
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
Funciona como sujeito ou objeto da oração. HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
Who arrived late yesterday? (sujeito) HOW OLD = Qual é a idade?
verbo principal HOW MUCH = Quanto(a)?
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
Who does she love? (objeto)
HOW FAST = A que velocidade?
auxiliar sujeito verbo
principal A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
WHOM = quem Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
ções. mos um advérbio de negação, como “não”.
Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
Whom did you talk to yesterday? (objeto)
posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
verbo sujeito verbo mativas.
auxiliar principal Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
To whom did you talk? gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção. inserir um verbo auxiliar em inglês.
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one? Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which of those ladies is your mother? ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
WHERE = onde parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
Where are you going tonight? Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
WHY = por que mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
Why don’t you come to the movies with us? as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
WHEN = quando que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
HOW = como
“How is his sister?” “Fine.” O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
WHOSE = de quem jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
“Whose dictionary is this?” “John’s.” pronomes pessoais.

Formas compostas de WHAT e HOW Verbo

- WHAT Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a


locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
WHAT + to be + like? = como é...? frasal inglesa.
“What is your boyfriend like?” Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
“He’s tall and slim.” contrar exemplos em que esta regra não é observada.
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...? computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.
What about having lunch now?
Complementos
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
What do you call this device? Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
- WHAT ... FOR? = por que, para que? que são os únicos termos essenciais da oração.
What are you doing this for?

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LÍNGUA INGLESA
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, RAJAGOPALAN, K. The identity of “World English”. New Chal-
“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- lenges in Language and Literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG,
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe- 2009, p. 99-100.
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato
executado The author’s main purpose in this paragraph is to
(A) talk about the growing role of some countries in the spread
EXERCÍCIOS of English in world affairs.
(B) explain the process of changing which occurs when a lan-
guage becomes international.
1. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PE- (C) raise questions about the consequences posed to a langua-
DRO II – 2019) ge when it becomes international.
(D) alert to the imminent rise of emergent countries and the
TEXT 6 replacement of English as a world language.
“Probably the best-known and most often cited dimension of
3. (PREFEITURA DE CUIABÁ - MT - PROFESSOR DE ENSINO
the WE (World Englishes) paradigm is the model of concentric cir-
FUNDAMENTAL - LETRAS/ INGLÊS - SELECON – 2019)
cles: the ‘norm-providing’ inner circle, where English is spoken as
a native language (ENL), the ‘norm-developing’ outer circle, where
Texto III
it is a second language (ESL), and the ‘norm-dependent’ expanding
circle, where it is a foreign language (EFL). Although only ‘tentati-
vely labelled’ (Kachru, 1985, p.12) in earlier versions, it has been Warnock (2009) stated that the first reason to teach writing
claimed more recently that ‘the circles model is valid in the senses online is that the environment can be purely textual. Students are
of earlier historical and political contexts, the dynamic diachronic in a rich, guided learning environment in which they express them-
advance of English around the world, and the functions and stan- selves to a varied audience with their written words. The electronic
dards to which its users relate English in its many current global communication tools allow students to write to the teacher and to
incarnations’ (Kachru and Nelson, 1996, p. 78).” each other in ways that will open up teaching and learning oppor-
PENNYCOOK, A. Global Englishes and Transcultural Flows. New tunities for everyone involved. Besides, writing teachers have a
York: Routledge, 2007, p. 21. unique opportunity because writing-centered online courses allow
According to the text, it is possible to say that the “circles instructors and students to interact in ways beyond content deli-
model” established by Kachru very. They allow students to build a community through electronic
(A) represents a standardization of the English language. means. For students whose options are limited, these electronic
(B) helps to explain the historicity of the English language. communities can build the social and professional connections that
(C) establishes the current standards of the English language. constitute some of education’s real value (Warnock, 2009).
(D) contributes to the expansion of English as a foreign langua- Moreover, Melor (2007) pointed out that social interaction te-
ge. chnologies have great benefits for lifelong education environments.
The social interaction can help enhancing the skills such as the abili-
2. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PE- ty to search, to evaluate, to interact meaningfully with tools, and so
DRO II – 2019) on. Education activities can usually take place in the classroom whi-
ch teacher and students will face to face, but now, it can be carried
TEXT 5 out through the social network technologies including discussion
and assessment. According to Kamarul Kabilan, Norlida Ahmad and
“In other words, there are those among us who argue that the Zainol Abidin (2010), using Facebook affects learner motivation and
future of English is dependent on the likelihood or otherwise of the strengthens students’ social networking practices. What is more,
U.S. continuing to play its hegemonic role in world affairs. Since that
according to Munoz and Towner (2009), Facebook also increases
possibility seems uncertain to many, especially in view of the mu-
the level of web-based interaction among both teacher-student
ch-talked-of ascendancy of emergent economies, many are of the
and student-student. Facebook assists the teachers to connect with
opinion that English will soon lose much of its current glitter and
their students outside of the classroom and discuss about the assig-
cease to be what it is today, namely a world language. And there are
those amongst us who further speculate that, in fifty or a hundred nments, classroom events and useful links.
years’ time, we will all have acquired fluency in, say, Mandarin, or, Hence, social networking services like Facebook can be chosen
if we haven’t, will be longing to learn it. […] Consider the following as the platform to teach ESL writing. Social networking services can
argument: a language such as English can only be claimed to have contribute to strengthen relationships among teachers as well as
attained an international status to the very extent it has ceased to between teachers and students. Besides, they can be used for tea-
be national, i.e., the exclusive property of this or that nation in par- chers and students to share the ideas, to find the solutions and to
ticular (Widdowson). In other words, the U.K. or the U.S.A. or who- hold an online forum when necessary. Using social networking ser-
soever cannot have it both ways. If they do concede that English is vices have more options than when using communication tools whi-
today a world language, then it only behooves them to also recog- ch only have single function, such as instant messaging or e-mail.
nize that it is not their exclusive property, as painful as this might The people can share interests, post, upload variety kinds of media
indeed turn out to be. In other words, it is part of the price they to social networking services so that their friends could find useful
have to pay for seeing their language elevated to the status of a information (Wikipedia, 2010).
world language. Now, the key word here is “elevated”. It is precisely
in the process of getting elevated to a world status that English or (Adapted from: YUNUS, M. D.; SALEHI, H.; CHENZI, C. English
what I insist on referring to as the “World English” goes through a Language Teaching; Vol. 5, No. 8; 2012.)
process of metamorphosis.”

27
LÍNGUA INGLESA
Das opções a seguir, aquela que se configura como o melhor De acordo com o texto: The diversion of the rivers has reduced
título para o Texto III é: the volume of the Aral..., assinale a alternativa correta.
(A) Advantages of Integrating SNSs into ESL Writing Classroom (A) by 60 percent
(B) Using Communication Tools Which Only Have Single Func- (B) by 70 percent
tion (C) by 75 percent
(C) Facebook Assists the Teachers to Connect with Their Stu- (D) by 66,100 kilometers
dents
(D) Using Social Networking Services to Communicate with Col- 6. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSI-
leagues CA - LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019)

4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO- The plural form of brother-in-law, foot and candy is
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019) (A) brothers-in-laws, feet ,candys.
(B) brothers-in-law, feet, candies.
Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo. (C) brother-in-laws, feet, candies.
(D) brothers-in-law, foots, candies.
(E) brother-ins-law, foots, candys.

7. (SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – INGLÊS - QUADRIX –


2018)

I. No primeiro quadrinho Hagar consultou o velho sábio para


saber sobre o segredo da felicidade.
II. No segundo quadrinho as palavras that e me se referem, res-
pectivamente, ao “velho sábio” e a “Hagar”.
III. As palavras do velho sábio no último quadrinho são de que
é melhor dar que receber.

Assinale a alternativa correta.


(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) Apenas a afirmativa I está correta

5. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO-


FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)

THE ARAL: A DYING SEA

The Aral Sea was once the fourth biggest landlocked sea in the
world – 66,100 square kilometers of surface. With abundant fishing
resources, the Sea provided a healthy life for thousands of people.
The Aral receives its waters from two rivers – the Amu Dar’ya
and the Syr Dar’ya. In 1918, the Soviet government decided to di-
vert the two rivers and use their water to irrigate cotton planta-
tions. These diversions dramatically reduced the volume of the Aral. Based on the text, judge the following items.
As a result, the concentration of salt has doubled and impor- The final “s” in “ideas” (line 2) and “brains” (line 8) is pronoun-
tant changes have taken place: fishing industry and other enterpri- ced in the same way.
ses have ceased: salt concentration in the soil has reduced the area ( ) Certo
available for agriculture and pastures; unemployment has risen dra- ( ) Errado
matically; quality of drinking water has been declining because of
increasing salinity, and bacteriological contamination; the health of 8. I normally have two long ________ a year.
the people, animal and plant life have suffered as well. (A) holiday
In the past few decades, the Aral Sea volume has decreased by (B) holidays
75 percent. This is a drastic change and it is human induced. During (C) holidaies
natural cycles, changes occur slowly, over hundreds of years. (D) holidayes
The United Nations Environment Program has recently created
the International Fund for Saving the Aral Sea. Even if all steps are
taken, a substantial recovery might be achieved only with 20 years.
(From: https://www.unenvironment.org/)

28
LÍNGUA INGLESA
9. They have four ________, all girls. 13. (PREFEITURA DE SALVADOR - BA - PROFESSOR LÍNGUA ES-
(A) childs TRANGEIRA – INGLÊS - FGV - 2019)
(B) childes
(C) childen TEXT III
(D) children

10. You must remember to brush your _____ after eating.


(A) tooths
(B) toothes
(C) teeth
(D) teeths

11. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS –


MATUTINO - FURB – 2019)

What is the sequence that presents the correct example asses-


sment items with their grammatical focus listed below?

Grammatical focus:
A superlative
B past simple
C gerunds and infinitives
D relative pronouns
E present simple passive
F second conditional

Example assessment items: (Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Green_Book)


1) Complete the sentences with the correct word(s). I ..........
there for six years before moving to Budapest. Here are six reviews on Green Book:
2) Complete the descriptions with who or which. This is a kind 1. The screenplay essentially turns Shirley into a black man who
of cheese .......... is made from goat’s milk not cow’s milk. thematically shapeshifts into whoever will make the story appealing
3) Rewrite the sentences using the correct form of the verbs in to white audiences - and that’s inexcusable.
brackets. Where (you/fly) if (you/be) a bird? Lawrence Ware New York Times
4) Complete the sentences with the correct form of the verbs 2. Green Book is effective and affecting while being careful to
in brackets. Coffee (grow) in Brazil. It (export) to many countries in avoid overdosing its audience on material that some might deem
the world. too shocking or upsetting.
5) Complete the sentences with ... +ing or to + ... . I decided James Berardinelli ReelViews
(send) a letter to my friend. 3. In a world that seems to get uglier every day, this movie’s
6) Complete the sentences with an appropriate adjective. gentle heart and mere humanity feel like a salve.
Shanghai is the .......... city in the world. Leah Greenblatt Entertainment Weekly
4. A bizarre fish-out-of-water comedy masquerading as a se-
Mark the alternative that presents the correct sequence: rious awards-season contender by pretending to address the deep
(A) B – D – F – E – C – A. wound of racial inequality while demonstrating its profound inabili-
(B) F – E – C – A – D – B. ty, intellectually and dramatically, to do that.
(C) A – C – B – E – D – F. Kevin Maher Times (UK)
(D) A – F – B – D – E. 5. Sometimes life is stranger than art, sometimes art imitates
(E) B – E – D –C – F – A. life, and sometimes life imitates art. If life starts imitating hopeful
art - that’s uplifting. That’s the goal of art, as I see it. “Green Book”
12. (PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE - SC - PROFESSOR uplifts.
- LÍNGUA INGLESA - AMEOSC – 2019) Mark Jackson Epoch Times
6. There’s not much here you haven’t seen before, and very
Analyze the sentences below: little that can’t be described as crude, obvious and borderline offen-
I. She can read music much more quickly then I can; sive, even as it tries to be uplifting and affirmative.
II. Until 2005, the film had made the most money that any Bri- A.O. Scott New York Times
tish film had ever made; (Source: https://www.rottentomatoes.com/m/green_book/
III. A lot of people behaved badly at the party, but she behaved reviews/)
worst of all.
In the sentence “to get uglier every day” (#3), “uglier” is to
Indicate the correct alternative according to the comparative “more beautiful” as
form. (A) faster is to quicker.
(A) The items I and II, only. (B) lighter is to darker.
(B) The items II and III, only. (C) tougher is to harder.
(C) The item III, only. (D) sadder is to more unhappy.
(D) The items I, II, and III. (E) freer is to more independent.

29
LÍNGUA INGLESA
14. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO-
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)
ANOTAÇÕES
O tempo verbal utilizado para descrever fatos que aconteceram ______________________________________________________
em tempo não determinado chama-se _____. Assinale a alternativa
que preencha corretamente a lacuna. ______________________________________________________
(A) Past continuous
(B) Past simple ______________________________________________________
(C) Present simple
(D) Present perfect ______________________________________________________

______________________________________________________
15. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO CEDRO - SC - PROFESSOR
–INGLÊS - AMEOSC – 2019) ______________________________________________________
Did you _____________ that Pilates was born in prison and ins- ______________________________________________________
pired by cats?
______________________________________________________
Identify the best alternative that completes the context.
(A) Knew. ______________________________________________________
(B) Know.
______________________________________________________
(C) Told them.
(D) Brought. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 B ______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 A
4 A ______________________________________________________
5 C ______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 CERTO
8 B ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
11 A
12 B ______________________________________________________

13 B _____________________________________________________
14 D
_____________________________________________________
15 B
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

30
MATEMÁTICA
1. Números inteiros, racionais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Problemas de contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Sistema legal de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
4. Razões e proporções; divisão proporcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
5. Regras de três simples e compostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6. Porcentagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7. Lógica proposicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8. Noções de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Relações e funções; Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
11. Sequências. Progressões aritméticas e progressões geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
MATEMÁTICA
Subconjuntos do conjunto :
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero

Números Naturais {...-2, -1, 1, 2, ...}


Os números naturais são o modelo matemático necessário
para efetuar uma contagem. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade,
obtemos o conjunto infinito dos números naturais {0, 1, 2, ...}

3) Conjunto dos números inteiros não positivos

- Todo número natural dado tem um sucessor {...-3, -2, -1}


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. Números Racionais
c) O sucessor de 19 é 20. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. São exemplos de números racionais:
-12/51
{1,2,3,4,5,6... . } -3
-(-3)
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- -2,333...
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
a) O antecessor do número m é m-1. portanto são consideradas números racionais.
b) O antecessor de 2 é 1. Como representar esses números?
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Representação Decimal das Frações
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
zamos alguns procedimentos:

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,


devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
resolvidos primeiro.

Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
22 – 6 + 7 lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio-
16 + 7 nal
23 OBS: período da dízima são os números que se repetem, se
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que
Exemplo 2 trataremos mais a frente.
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27

Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero. Representação Fracionária dos Números Decimais
Este conjunto pode ser representado por: 1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.

1
MATEMÁTICA

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333... Fonte: www.estudokids.com.br
9x=3
X=3/9 Representação na reta
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Intervalos limitados
Subtraindo: Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
100x-x=112,1212...-1,1212... e menores do que b ou iguais a b.
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Intervalo:[a,b]
Identificação de números irracionais Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
– Todas as dízimas periódicas são números racionais.
– Todos os números inteiros são racionais. Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
– Todas as frações ordinárias são números racionais. b.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número Intervalo:]a,b[
racional. Conjunto:{xϵR|a<x<b}
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0. Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou
iguais a A e menores do que B.
Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-


ro racional.

2
MATEMÁTICA
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
menores ou iguais a b. um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b} 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.
Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.
Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Intervalo:[a,+ ∞[ Exemplos:
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Intervalo:]a,+ ∞[ Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Conjunto:{x ϵ R|x>a}
Exemplos:
Potenciação 96 : 92 = 96-2 = 94
Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8

Casos 3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se


1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1. os expoentes.

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

3
MATEMÁTICA
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um Raiz quadrada de frações ordinárias
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3² 1 1
2 2 2 2 2
2
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos Observe: =  = 1 =
elevar separados. 3 3 3
32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
Radiciação é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
Radiciação é a operação inversa a potenciação radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo Operações


A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:

64 2
32 2 Operações
16 2
8 2 Multiplicação
4 2
2 2 Exemplo
1

64=2.2.2.2.2.2=26
Divisão
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

Exemplo

Observe:
Adição e subtração
1 1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

De modo geral, se 8 2 20 2
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , 4 2 10 2
2 2 5 5
Então:
1 1
n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é


igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
Caso tenha:
cando.
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

4
MATEMÁTICA
Racionalização de Denominadores Exemplo
Normalmente não se apresentam números irracionais com Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos algarismos distintos podemos formar?
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de


quadrados no denominador: Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se A3,2
PROBLEMAS DE CONTAGEM

Análise Combinatória
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos
problemas de contagem. Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
Princípio Fundamental da Contagem agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de O número de permutações simples de n elementos é indicado
um evento composto de duas ou mais etapas. por Pn.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2 Pn = n!
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Exemplo Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).


3(blusas)=6 maneiras Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto Solução
de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu- Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
tivos. Para facilitar adotamos o fatorial. Como temos uma letra repetida, esse número será menor.
n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Arranjo Simples
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda
sequência de p elementos distintos de E.

5
MATEMÁTICA
Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com i
elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.

Solução

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p, também é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos denominadores é igual ao numerador são iguais:

Relação de Stifel

Triângulo de Pascal

LINHA 0 1
LINHA 1 1 1
LINHA 2 1 2 1
LINHA 3 1 3 3 1
LINHA 4 1 4 6 4 1
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1

6
MATEMÁTICA
Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a + b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de Pascal.

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

7
MATEMÁTICA

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou?

15h 35 minutos
1 minutos 25 segundos
30 minutos
--------------------------------------------------
15h 66 minutos 25 segundos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos
Então fica: 16h6 minutos 25segundos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa.

8
MATEMÁTICA
Subtração Proporção
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 mi- Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
nutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo A/B e C/D é a igualdade:
ficou fora?

11h 60 minutos
16h 6 minutos 25 segundos Propriedade fundamental das proporções
-15h 35 min Numa proporção:
--------------------------------------------------

Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for-


ma que conta de subtração. Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
1hora=60 minutos meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é:
15h 66 minutos 25 segundos
AxD=BxC
15h 35 minutos
-------------------------------------------------- Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
0h 31 minutos 25 segundos

Multiplicação
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo-
rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
em proporção com 4/6.
2h 40 minutos Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
x2
----------------------------
4h 80 minutos OU
5h 20 minutos

Divisão Segunda propriedade das proporções


5h 20 minutos : 2 Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
5h 20 minutos 2 para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
1h 20 minutos 2h 40 minutos
80 minutos
0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu- Ou


tos

RAZÕES E PROPORÇÕES; DIVISÃO PROPORCIONAL


Ou
Razão
Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b
0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/bou
a : b.

Exemplo: Ou
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)

9
MATEMÁTICA
Terceira propriedade das proporções 10 100
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- 16 62,5
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen- 20 50
te. Temos então:
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??
Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Ou Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

Ou

A solução segue das propriedades das proporções:

Ou

Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
Grandezas Diretamente Proporcionais de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro- entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a porcional?
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto

DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)


13 1
26 2
39 3 Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.

52 4 Inversamente Proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível? samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
Diretamente proporcionais M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
Se eu dobro a distância, dobra o combustível ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
Grandezas Inversamente Proporcionais
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo cuja solução segue das propriedades das proporções:


Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
8 125

10
MATEMÁTICA

REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
Regra de três simples 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já está o x.
conhecidos.
Observe que:
Passos utilizados numa regra de três simples: Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
espécies diferentes em correspondência. Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
te proporcionais. para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
3º) Montar a proporção e resolver a equação. termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
das setas.
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? HORAS CAMINHÕES VOLUME
Solução: montando a tabela: 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
400 ----- 3
480 ----- X HORAS CAMINHÕES VOLUME
8 ----- 20 ----- 160
2) Identificação do tipo de relação:
5 ----- X ----- 125

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑
Logo, serão necessários 25 caminhões
Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-
meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima PORCENTAGENS

VELOCIDADE Tempo Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
400 ↓ ----- 3↓ bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
480 ↓ ----- X↓ cular, etc.

480x=1200 Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda


X=25 muito na resolução do exercício.

Regra de três composta Acréscimo


Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado va-
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. lor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse valor por
1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for de 20%, multi-
Exemplos: plicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela abaixo:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³? ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 1,10
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as
15% 1,15
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem: 20% 1,20
47% 1,47
67% 1,67

11
MATEMÁTICA
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
LÓGICA PROPOSICIONAL
10 x 1,10 = R$ 11,00
As sequências podem ser formadas por números, letras, pes-
Desconto soas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma se-
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: quência, o importante é que existem pelo menos três elementos
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal) que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries
Veja a tabela abaixo: necessitam de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom co-
nhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fa-
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO zem com que deduzir as sequências se tornem simples e sem com-
plicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que
10% 0,90 elas possam oferecer. Exemplos:
25% 0,75
Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo
34% 0,66 número.
60% 0,40
90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 X 0,90 = R$ 9,00
Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
mesmo número.
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


formas:

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o


mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente so-
frer rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:
Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
para x é igual a
(A) 8.
(B) 15.
Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes
(C) 10.
permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a
(D) 6.
277ª posição dessa sequência é:
(E) 12.

Resolução
45------100%
X-------60%
X=27

O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-


dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, conti-
nua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277
ocupa, então, a mesma posição das figuras que representam núme-
ro 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura,
que é representada pela letra “B”.
Resposta: C.
Resposta: B

1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-numeros-
-com-figuras-de-palavras/

12
MATEMÁTICA
(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B

NOÇÕES DE CONJUNTOS

Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjuntos
ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da semana ou simplesmente fazer grupos.
Os componentes de um conjunto são chamados de elementos.
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra maiúscula.

Representações
Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9}
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos temos:
B={0,1,2,3,4,5,6,7}

– Diagrama de Venn

Há também um conjunto que não contém elemento e é representado da seguinte forma: S = c ou S = { }.

13
MATEMÁTICA
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam- c) singular quando é formado por um único elemento
bém a outro conjunto B, dizemos que: d) vazio quando não tem elementos
A é subconjunto de B
Ou A é parte de B Exemplos
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi-
nito (∞));
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2);
B: A ⊄ B B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1)
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0)
Símbolos
∈: pertence Pertinência
∉: não pertence O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de perti-
⊂: está contido nência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas designam
⊄: não está contido os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos. Assim,
⊃: contém o conjunto das vogais (V) é:
⊅: não contém V={a,e,i,o,u}
/: tal que A relação de pertinência é expressa por: a∈V
⟹: implica que A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-
⇔: se,e somente se mento b não pertence ao conjunto V.
∃: existe
∄: não existe Inclusão
∀: para todo(ou qualquer que seja) A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
∅: conjunto vazio Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub-
N: conjunto dos números naturais conjunto dele mesmo.
Z: conjunto dos números inteiros Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
Q: conjunto dos números racionais Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C.
Q’=I: conjunto dos números irracionais
R: conjunto dos números reais Operações

Igualdade União
Propriedades básicas da igualdade Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U, pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
temos que: que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
(1) A = A. Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C. Exemplo:
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B. A={1,2,3,4} e B={5,6}
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C. A∪B={1,2,3,4,5,6}

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- Interseção
mente os mesmos elementos. Em símbolo: A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
apenas quais são os elementos. por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B}
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}

Não importa se há repetição:


A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Classificação
Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
número de elementos que ele possui.
Exemplo:
Exemplo A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4. A∩B={d,e}

Definições Diferença
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi- Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
nal. par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
Um conjunto diz-se A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele- mentar de B em relação a A.
mentos A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos cem a B.

14
MATEMÁTICA
A\B = {x : x∈A e x∉B}. Não importa se há repetição:
A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência
Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉)
Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5}
0∈A
2∉A

Relações de Inclusão
Relacionam um conjunto com outro conjunto.
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(contém),
⊅ (não contém)

Exemplo: A Relação de inclusão possui 3 propriedades:


A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A Exemplo:
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B. {1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}. {0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Complementar Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, boca aber-
Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple- ta para o maior conjunto.
mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto
cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per- Subconjunto
tencem a A. O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A bém elemento de B.

Exemplo Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}


A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
CBA={4,5} Operações

Representação União
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5} Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
-Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses elemen- pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a
tos temos: que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
B={3,4,5,6,7} Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B}

- por meio de diagrama: Exemplo:


A={1,2,3,4} e B={5,6}
A∪B={1,2,3,4,5,6}

Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de con- Interseção


junto vazio: S=∅ ou S={ }. A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
Igualdade por : A∩B.
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}
mente os mesmos elementos. Em símbolo:

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber


apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}

15
MATEMÁTICA
Exemplo: Exemplo
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g} (MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
A∩B={d,e} grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos
Diferença homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por: Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple- nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
mentar de B em relação a A. são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten- de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
cem a B. (A) 4.
(B) 7.
A\B = {x : x ∈A e x∉B}. (C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos pela


interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada um

B-A = {x : x ∈B e x∉A}.

Exemplo:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7} Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas homens
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A carecas e altos.
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B. Homens altos e barbados são 6
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos
elementos do conjunto universo que não pertencem a A.

Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são


altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas
e não são altos e nem barbados

Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B C)

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de fazer


todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é mais
rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender
melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer de
uma forma ou outra.

16
MATEMÁTICA
Sabemos que 18 são altos Resolução
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candidatos
que não são físicos, biólogos e nem químicos.
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)-
-n(B∩Q)
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162
Temos um total de 250 candidatos
250-162=88
Resposta: A.

RELAÇÕES E FUNÇÕES; FUNÇÕES POLINOMIAIS; FUN-


ÇÕES EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
Quando somarmos 5+x+6=18
X=18-11=7 Diagrama de Flechas

Carecas são 16

Gráfico Cartesiano

7+y+5=16
Y=16-12
Y=4

Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo dia-
grama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil.

Exemplo
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal:
1) 80 sejam formados em Física; Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem uma
2) 90 sejam formados em Biologia; relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta de luz
3) 55 sejam formados em Química; depende do consumo medido no período; o tempo de uma viagem
4) 32 sejam formados em Biologia e Física; de automóvel depende da velocidade no trajeto.
5) 23 sejam formados em Química e Física; Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domí-
6) 16 sejam formados em Biologia e Química; nio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia. mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem
da teoria dos conjuntos.
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta.
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma rela-
nem biólogos nem químicos. ção de A em B.
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados ape- Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemen-
nas em Física. to x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são formados conjunto B.
apenas em Física e em Biologia.
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B)
apenas em Química.
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos selecionados, Domínio, contradomínio, imagem
a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Física e O domínio é constituído por todos os valores que podem ser
Química, é inferior a 0,05. atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é forma-
da por todos os valores correspondentes da variável dependente.

17
MATEMÁTICA
O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por D.
O domínio serve para definir em que conjunto estamos trabalhan-
do, isto é, os valores possíveis para a variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no con-
tradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela
função f. O conjunto de todos os valores de y que são imagens de
valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos
por Im.
Função 1º grau
Exemplo A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser ção f(x) = ax + b.
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos,
desta função, é: Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas repre-
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax +
b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero.
Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien-
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

Função Crescente: a > 0


No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os
= {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12} valores de y vão crescendo.

Classificação das funções


Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio fo- Função Decrescente: a < 0


rem imagens de pelo menos um elemento do domínio. Nesse caso, os valores de y, caem.

Bijetora: Quando apresentar as características de função inje-


tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis-
tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con-
tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio. Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero,
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:

18
MATEMÁTICA
Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz ponto
de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base
na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
o valor de x (raiz da função).
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas
equações para acharmos o valor de a e b. raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
∆<0
Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função. A função não tem raízes reais

F(1)=1a+b
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b Raízes
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma: Vértices e Estudo do Sinal
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0 Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
f(x)=a(x-x1)(x-x2) um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.
É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e
deve ser o maior termo. Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se
a<0

19
MATEMÁTICA
Veja os gráficos: Solução

Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e
diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente
Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer
que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos
que a curva da função é crescente.

Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1. Função decrescente
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em
Exemplo todo o domínio da função.
Resolva a equação no universo dos números reais. Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x au-
menta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da função
é decrescente.

20
MATEMÁTICA
A Constante de Euler Consequências da Definição
É definida por :
e = exp(1)

O número e é um número irracional e positivo e em função da


definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1

Este número é denotado por e em homenagem ao matemático


suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
propriedades desse número.

O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:


e = 2,7182818284

Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser


escrita como a potência de base e com expoente x, isto é: Propriedades
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:

Mudança de Base

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Exemplo
Ainda com base na definição podemos estabelecer condições Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
de existência: a) log 6
b) log1,5
c) log 16

Solução
Exemplo a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

Função Logarítmica

Uma função dada por , em que a constante


a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica.

21
MATEMÁTICA
Exemplo
(PM/SE – Soldado 3ª Classe – FUNCAB) A matriz abaixo regis-
tra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade durante
uma semana.

Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o núme-


ro de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando
como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
(A) 61
MATRIZES. DETERMINANTES. SISTEMAS LINEARES (B) 59
(C) 58
Matriz (D) 60
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo (E) 62
linhas horizontais e colunas verticais.
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é de- Resolução:
nominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de Turno i –linha da matriz
elemento da matriz. Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
Tipo ou ordem de uma matriz 3º turno do 6º dia-a36=25
As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de 1º turno do 7º dia-a17=19
linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é deno- Somando:18+25+19=62
minada matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois Resposta: E.
tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:
Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma
ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

Operações com matrizes


Adição: somamos os elementos correspondentes das matri-
zes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem.
A=[aij]m x n; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.
Representação genérica de uma matriz
Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscula
(A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra.
Quando desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos uso
de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz
pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e a Exemplo
coluna em que se encontra tal elemento é indicada também no lado (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sen-
inferior direito do elemento. Exemplo: a11. tença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor


de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.

22
MATEMÁTICA
Resolução:

y=10
Resposta: D.

Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.

Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto, e a
matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)

De modo geral, temos:

Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:

(A)

(B)

(C)

(D)

23
(E)
(B)

(C) MATEMÁTICA

(D)

(E)

Resolução:

Resposta: B.

Casos particulares
Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais elemen-
tos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.

Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.

Exemplo:
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta At
em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2

Resolução:

2a=1
a=1/2
b+c=0
b=-c
2d=1
D=1/2
Resposta: E.

Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

24
MATEMÁTICA
Determinantes
Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma matriz
quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:

Determinante de uma matriz de 1ª- ordem


A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o determinante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento.

Determinante de uma matriz de 2ª- ordem


Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal pelo
produto dos elementos da diagonal secundária.

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.

Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C.

Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como aplicar
a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando os
sinais desses produtos.
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multipli-
cá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.

Simplificando temos:

25
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO)

Dada a matriz , onde , assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é


(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.

Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9
Resposta: A.

Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo teo-
rema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de uma
coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores.

Exemplo:
Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.

Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42

26
MATEMÁTICA
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores.
Dica: pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: Para o determinante é usado os números que
sobraram tirando a linha e a coluna.

A13=2.23=46

A43=1.2=2
D = 46 + 2 = 48
Resposta: D.

Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus. Exemplo:

Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:


det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

27
MATEMÁTICA
Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos Em que:
aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒
det A = 565

Propriedades dos determinantes


a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são
nulos, o determinante é nulo.

Sistema Linear 2 x 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equações li-
neares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente.
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1

b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais, a2 + b2 y = c2
então o determinante é nulo.
Sistema Linear 3x3

c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por um


número k real, o determinante também fica multiplicado pelo mes- Sistemas Lineares equivalentes
mo número k. Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto solução
são ditos equivalentes. Por exemplo:

São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto solução


S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequência or-
denada de números reais que verifica, simultaneamente, todas as
d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a se- equações do sistema.
guinte propriedade: Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar todas as
det (A. B) = det A + det B. sequências ordenadas de números reais que satisfaçam as equa-
ções do sistema.
e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, seu
determinante for diferente de zero. Matriz Associada a um Sistema Linear
Dado o seguinte sistema:
Sistema de equações lineares
Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto de m
equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

Matriz incompleta

Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

28
MATEMÁTICA
– Multiplicar uma das equações por um número real diferente
de 0.
– Multiplicar uma equação por um número real e adicionar o
resultado a outra equação.
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois
Exemplo

Como não existe outro par que satisfaça simultaneamente as


duas equações, dizemos que esse sistema é SPD(Sistema Possível e Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é conve-
Determinado), pois possui uma única solução. niente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.

2. Sistema Possível e Indeterminado

Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação


Multiplicando a equação por -2:
Esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valores de x
e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema a seguir, x e y
podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), (2,2), (3,1) e etc.

3. Sistema Impossível
Somando as duas equações:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente as duas


equações. Logo o sistema não tem solução, portanto é impossível. Sistemas com Número de Equações Igual ao Número de In-
cógnitas
Sistema Escalonado Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual ao nº
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as incógnitas de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente calculamos
das equações lineares estão escritas em uma mesma ordem e o 1º o determinante D da matriz dos coeficientes (incompleta), e:
coeficiente não-nulo de cada equação está à direita do 1º coeficien- – Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
te não-nulo da equação anterior. – Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou impossível.

Exemplo Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado ou


Sistema 2x2 escalonado. impossível, devemos conseguir um sistema escalonado equivalente
pelo método de eliminação de Gauss.

Exemplos
- Discutir, em função de a, o sistema:
Sistema 3x3
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a segunda
tem dois e a terceira, apenas um.

Resolução

Sistema 2x3 1 3
D= = a−6
2 a

D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
Podemos transformar qualquer sistema linear em um outro Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
equivalente pelas seguintes transformações elementares, realiza- Para a ≠ 6, temos:
das com suas equações:
– Trocas as posições de duas equações

29
MATEMÁTICA
r > 0, PA crescente
x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5 r = 0, PA constante
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9
 Propriedades das Progressões Aritméticas
-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
Que é um sistema impossível. aritmética entre o anterior e o posterior.
Assim, temos:
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer -A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à


soma dos extremos.
Consideramos os sistema . a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta Termo Geral da PA


Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
desse sistema é , cujo determinante é indicado por D =
seguinte forma:
ad – bc.
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela
a4 = a3 + r = a1 + 3r
coluna dos coeficientes independentes, obteremos ,cujo de-
terminante é indicado por Dy = af – ce.
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro
número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
Assim, .
an = a1 + (n - 1)r
Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e consideran-
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
do a matriz , cujo determinante é indicado por Dx = ed – bf,
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
obtemos , D ≠ 0.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40

SEQUÊNCIAS. PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PRO-


GRESSÕES GEOMÉTRICAS

Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-


Sequências
mos é igual à soma dos extremos.
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
Soma dos Termos
posição, temos uma sequência.
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal-
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por
cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter-
Sn - Soma dos primeiros termos
mo com sua posição.
a1 - primeiro termo
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)
an - enésimo termo
n - número de termos
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que
Exemplo
cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é
constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da
igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?
PA.
an = an-1 + r(n ≥ 2)
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo
Exemplo
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão:
a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
a3 = 7 + 5 = 12

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente

30
MATEMÁTICA
Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes 2º Caso: q≠1
dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos.
Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo
central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:
Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

Solução:
a1 = 1; q = 3; n = 6

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
por uma constante q, chamada razão da PG.

Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto 1º Caso:-1 < q < 1
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0. Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é
A PG constante é também chamada de PG estacionaria. convergente.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0. 2º Caso: |q| > 1
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é di-
Termo Geral da PG vergente
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é 3º Caso: |q| = 1
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo Também não possui soma finita, portanto divergente
menos uma unidade.
Produto dos termos de uma PG finita
a2 = a1 . q2-1
a3 = a1 . q3-1

Portanto, o termo geral é:


an = a1 . qn-1

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita


Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter-
mos Sn:

1º Caso: q=1
Sn = n . a 1

31
MATEMÁTICA
5. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)
EXERCÍCIOS João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem
duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se
1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir-
SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can- mar que o término das aulas de João se dá às:
didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio. (A) 22h30min
Sabe-se que: (B) 22h40min
• dentre os candidatos, 82 são homens; (C) 22h50min
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao (D) 23h
de mulheres de nível médio; (E) Nenhuma das anteriores
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
6. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
O número de candidatos homens de nível médio é FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em
(A) 42. 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min.
(B) 45. Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
(C) 48. em que era jovem, Arquimedes precisa de mais:
(D) 50. (A) 10 minutos;
(E) 52. (B) 7 minutos;
(C) 5 minutos;
2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS- (D) 3 minutos;
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José (E) 2 minutos.
foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados 7. (IPRESB/SP – AGENTE PREVIDENCIÁRIO – VUNESP/2017)
6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria A tabela, onde alguns valores estão substituídos por letras, mostra
Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni os valores, em milhares de reais, que eram devidos por uma empre-
fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo- sa a cada um dos três fornecedores relacionados, e os respectivos
cação, é correto afirmar que o vencedor foi: valores que foram pagos a cada um deles.
(A) José
(B) Isabella FORNECEDOR A B C
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni VALOR PAGO 22,5 X 37,5
VALOR DEVIDO Y 40 z
3. (IF/ES – ADMINISTRADOR – IFES/2017) Seis livros diferen-
tes estão distribuídos em uma estante de vidro, conforme a figura Sabe-se que os valores pagos foram diretamente proporcionais
abaixo: a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas condições, é cor-
reto afirmar que o valor total devido a esses três fornecedores era,
antes dos pagamentos efetuados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.

8. (DPE/RS - ANALISTA - FCC/2017) A razão entre as alturas de


Considerando-se essa mesma forma de distribuição, de quan- dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura do irmão mais alto era
tas maneiras distintas esses livros podem ser organizados na estan- 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto cresceu 10 cm. Para que a razão
te? entre a altura do irmão mais baixo e a altura do mais alto seja hoje,
(A) 30 maneiras igual a 4/5 , é necessário que o irmão mais baixo tenha crescido,
(B) 60 maneiras nesse tempo, o equivalente a
(C) 120 maneiras (A) 13,5 cm.
(D) 360 maneiras (B) 10,0 cm.
(E) 720 maneiras (C) 12,5 cm.
(D) 14,8 cm.
4. (UTFPR - TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – (E) 15,0 cm.
UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão viajar 4 pas-
sageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa que indica de quantas 9. (CRMV/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IESES/2017)
maneiras distintas os 4 passageiros podem ocupar os assentos do Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produzem 600 peças. De-
carro. termine quantas peças serão produzidas por sete operários traba-
(A) 13. lhando por 8 dias:
(B) 26. (A) 1120 peças
(C) 17. (B)952 peças
(D) 20. (C) 875 peças
(E) 24. (D) 1250 peças

32
MATEMÁTICA
10. (MPE/SP – OFICIAL DE PROMOTORIA I – VUNESP/2016) (C) 6 horas e 25 minutos.
Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 funcionários, todos (D) 5 horas e 25 minutos.
com a mesma capacidade de produção, trabalharam por 3 horas. (E) 5 horas e 15 minutos.
Para fazer o mesmo trabalho, 20 funcionários, todos com o mesmo
rendimento dos iniciais, deveriam trabalhar um total de tempo, em 15. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO
minutos, igual a DE TRANSPORTE – FCC/2017) Em um experimento, uma planta
(A) 48. recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebido no
(B) 50. dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas de água, no 1° dia
(C) 46. do experimento ela recebeu
(D) 54. (A) 64 gotas.
(E) 52. (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
11. (CRF/MT - AGENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2017) (D) 44 gotas.
Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de música, esporte e leitura; (E) 54 gotas.
48 gostam de música e esporte; 60 gostam de música e leitura; 44
gostam de esporte e leitura; 12 gostam somente de música; 18 gos- 16. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO
tam somente de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao esco- DE TRANSPORTE – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na se-
lher ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele não quência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12, 13, 11, 12,
gostar de nenhuma dessas atividades? 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos é igual a :
(A) 1/75 (A) 42.
(B) 39/75 (B) 31.
(C) 11/75 (C) 33.
(D) 40/75 (D) 39.
(E) 76/75 (E) 36.

12. (CRMV/SC – RECEPCIONISTA – IESES/2017) Sabe-se que


17% dos moradores de um condomínio tem gatos, 22% tem cachor-
GABARITO
ros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). Qual é o percentual de
condôminos que não tem nem gatos e nem cachorros?
(A) 53 1. Resposta: B.
(B) 69 150-82=68 mulheres
(C) 72 Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
(D) 47 nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
13. (CONSANPA – TÉCNICO INDUSTRIAL – FADESP/2017) 82-37=45 homens de nível médio.
Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por uma fonte
a vazão constante e tem a altura de sua coluna d’água (em metros), 2. Resposta: D.
em função do tempo (em dias), descrita pelo seguinte gráfico: Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.

3. Resposta: E.
P6=6!=6.5.4.3.2.1=720

4. Resposta: E.
P4=4!= 4.3.2.1=24

5. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros, o nú-
tervalo=4horas
mero de dias necessários para que a fonte encha o reservatório ini-
cialmente vazio é 18:40+4h=22h:40
(A) 18
(B) 12 6. Resposta: D.
(C) 8 1h45min=60+45=105 minutos
(D) 6 15km-------105
1--------------x
14. (TRT – 14ªREGIÃO -TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2016) X=7 minutos
Carlos presta serviço de assistência técnica de computadores em 1h20min=60+20=80min
empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até o local, mais R$ 25,00 por 8km----80
hora de trabalho até resolver o problema (também são cobradas 1-------x
as frações de horas trabalhadas). Em um desses serviços, Carlos re- X=10minutos
solveu o problema e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite A diferença é de 3 minutos
concluir que ele trabalhou nesse serviço
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos.

33
MATEMÁTICA
7. Resposta: E ↑ FUNCIONÁRIOS Minutos ↑
6 ----- X
20 ----- 180

Y=90/3=30 20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

11. Resposta: C
X=120/4=30

Z=150/3=50
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000

8. Resposta: E

X=1,05

Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50

32+10+12+18+16+28+12+x=150
X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades
X=1,20 P=22/150=11/75
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm
12. Resposta: B
9. Resposta: A

↑ DIAS ↑ OPERÁRIOS PEÇAS ↑


6 ----- 5 ----- 600
8 ----- 7 ----- X

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D
Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas
em minutos 9+8+14+x=100
X=100-31
3x60=180 minutos X=69%

↑ FUNCIONÁRIOS Minutos ↓ 13. Resposta: A.

6 ----- 180
20 ----- X
2x=36
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto X=18
mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos 14.Resposta: B.
F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

34
MATEMÁTICA
168,25=12+25x
25x=156,25
ANOTAÇÕES
X=6,25 horas
1hora---60 minutos ______________________________________________________
0,25-----x
X=15 minutos ______________________________________________________

Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos ______________________________________________________

15. Resposta: E ______________________________________________________


a65 = a1 + 64r
______________________________________________________
374 = a1 + 64 . 5
______________________________________________________
A1 = 374-320
A1 = 54 ______________________________________________________

16. Resposta: B ______________________________________________________


Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,... ______________________________________________________

______________________________________________________
São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 números.
Ou seja, o 9 está na posição 5 ______________________________________________________
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14 ______________________________________________________

Seguindo os termos: ______________________________________________________


25º termo é o 17
30º termo é 19 ______________________________________________________

Como o número seguinte a esses, abaixa duas unidades ______________________________________________________


O 31º termo é o 17.
______________________________________________________
14+17=31
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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35
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos modelos de ne-
gócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Funções da moeda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
4. Marketplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
5. Correspondentes bancários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
6. Arranjos de pagamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
7. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
8. Segmentação e interações digitais. Transformação digital no Sistema Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TEN- de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi-
DÊNCIAS E DESAFIOS-INTERNET BANKING.MOBILE ve em parcelas.
BANKING. OPEN BANKING. NOVOS MODELOS DE NE- • Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas
GÓCIOS.FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS.SISTEMA (débito e crédito).
DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING).O DINHEI-
RO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS Mobile banking
CRIPTOMOEDAS.SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGI- É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros
TAIS. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINAN- dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
CEIRO diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai-
xados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
Presente, tendências e desafios Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso
Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências
serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino-
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão Open banking e o modelo de bank as a service
substituídos pelos bancos digitais.
O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar Open Banking
uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes, É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi- dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe-
cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen-
muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas; tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso. financeiros.
Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple-
cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma mentação do Open Banking no Brasil.
mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po-
para seus usuários. der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco
B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico” condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi-
mento.
Internet Banking Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe
É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia- com quem compartilhá-los.
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam
operações bancárias, em ambiente fora da agência. Modelo de bank as a service
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex- Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução
tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração
movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade, na prestação de serviços financeiros.
pois não há necessidade de se deslocar até uma agência. Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de
mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de
Banco virtual uma forma simples e rápida.
São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte- Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em-
chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape-
Sistema Financeiro Nacional. nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao siste-
ma bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos comuns. O comportamento do consumidor na relação com o banco
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí- Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus-
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por relação aos serviços bancários não seria diferente.
meio de sites ou aplicativos. Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi-
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em
“Dinheiro de plástico” agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”, possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por
utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em aplicativos de forma rápida e segura.
caixas eletrônicos. Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o
Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências, ape- relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de-
nas para tais serviços. Promove também o conforto e a segurança do pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter-
cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie para net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros.
suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições financei-
ras e promove a garantia do recebimento para os comerciantes. A experiência do usuário
Os cartões mais utilizados são: A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti-
• Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto,
do valor referente a compra. Segurança também para o estabele- serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a expe-
cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do riência foi boa ou ruim.
cliente.

1
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que Fintechs, Startups e Big Techs
a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de- As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham
senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam-
necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocra- bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes-
cia de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, soas físicas ou jurídicas.
realização de tarefas de maneira mais ágil. Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e
São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológi- muito eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços
cos, que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor. que deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público
Segmentação e interações digitais que em muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras
Devido a facilidade de interação com a tecnologia, os usuários comuns.
que mais crescem entre os clientes dos bancos digitais, são os jo- Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
vens. Público que antigamente não se importava por assuntos de mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem e
dinheiro, tem se mostrado cada vez mais interessados nos produtos trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas
e serviços dos bancos digitais, que prezam pela resolução de pro- tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e
blemas. Microsoft.
Diferente dos bancos tradicionais, os virtuais trazem rapidez,
inovação e inclusive linguagens mais fáceis de entendimento. Soluções mobile e service design
Com o objetivo de ampliar o acesso de muitas pessoas a ser-
viços financeiros, essas instituições identificaram espaços para in- Soluções Mobile
clusão de produtos e serviços, inclusive para quem não tem vínculo Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das ne-
com os bancos. Por exemplo, cartão de crédito pré-pago. cessidades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira
Ou seja, o segmento de seus clientes é muito variado, embora mais eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os
os mais jovens sejam “mais simpáticos” e confiantes com serviços usuários mais precisam.
prestados de forma virtual. No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura
Além da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digitais de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
atraem seus clientes pelas tarifas bem mais baixas que os demais mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho-
bancos e a simplicidade e comodidade de ter um banco acessível a ne.
qualquer momento e lugar.
Service Design
Inteligência artificial cognitiva Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi-
É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
adquirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa gerar valor para ambas as partes.
tecnologia em seus serviços, as instituições financeiras tem como No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi-
objetivo principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personali- ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
zação dos serviços oferecidos. soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
A cada acesso, o computador é abastecido com as informações
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto-
que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao aces- moedas
sar o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimen-
to. Blockchain
Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento te- É a tecnologia que permite o registro de informações de forma
lefônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente
biométrica e também na internet e móbile banking. mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu
nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros
para as transações.
Banco digitalizado versus banco digital
Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na
Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos
indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea-
“tradicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que
mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e,
utilizaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar o
ainda, para que seus dados seu se percam.
modo como seus clientes realizam as transações. Através da digita-
Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição
lização, conseguiram mudar o foco das agências para internet ban-
se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser
king e móbile banking. comparada a pastas de arquivos.
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmen- Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende-
te digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial reço na própria blockchain.
com operadores de caixa, atendentes e gerentes.
Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não pos- Bitcoin
suem atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi-
Neon. camente e não tem um banco central que organize sua organização.
Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam Ou seja, só existe no mundo virtual.
100% de internet banking e móbile banking para realizar operações Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de
como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi
em caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos. Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa-
Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com-
ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização
aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados. de uma fração de bitcoin.

2
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir- Por fim, como unidade de conta, disse-se que a moeda é utiliza-
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma da como base para medir o preço dos demais bens. Ou seja, no caso
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso da nossa moeda, os bens em si passam a ser medidos e avaliados
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento. em “quantos reais” são necessários para adquiri-los.
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a
venda de bitcoins.

Demais criptomoedas MARKETPLACE


As principais criptomoedas negociadas são:
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au- Marketplace
xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais É uma plataforma online que conecta ofertas de produtos
rápida, global e também com redução de custos. e serviços. Ela reúne vendedores e prestadores de serviço em
• Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e um único lugar onde clientes pode acessar e fazer suas compras.
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos Basicamente, Marketplace é um shopping center online.
do dia a dia. Um Marketplace oferece vantagens para todos os envolvi-
• Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti- dos. Primeiramente o fornecedor da plataforma vende produ-
neiras, com taxas mais baixas. tos sem precisar se preocupar em possuir tais produtos, visto
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de que recebe comissão sobre a vende dos lojistas cadastrados;
contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip- em segundo os lojistas e fornecedores têm acesso a uma vitrine
tomoeda a Ether, lançada em 2017. online, com preços acessíveis de assinatura, onde podem expor
seu produtos para o Brasil e o mundo, excluindo muitas vezes
Sistema de bancos-sombra (shadow banking) a necessidade de lojas físicas, por exemplo, e eliminando boa
É um conjunto de operações não-regulamentadas de inter- parte dos custos; e por fim, o cliente tem acesso a um universo
mediários financeiros, que fornecem crédito no sistema finan- de possibilidades nesses shoppings centers no conforto do lar.
ceiro global de forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem As plataformas de venda do tipo revolucionaram a maneira de
passar por supervisão ou regulamentação bancária, algumas se fazer compras e vender online.
instituições conseguem realizar financiamentos e empréstimos
com suas atividades paralelas ao sistema bancário tradicional.
Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado,
visto que, na maior parte das vezes, não possuem uma garantia CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
de capital reserva, o que não impediu seu crescimento à nível
global, de modo que se estima que há que quase 100 trilhões Correspondentes bancários
de dólares circulam em ativos financeiros desse tipo, tornando- São empresas contratadas por instituições financeiras auto-
-o importante e relevante na estrutura financeira global, como rizadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clien-
fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações. tes. São como agentes intermediários entre as instituições ban-
Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de cárias e clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas
demanda, de modo que muitos argumentam que esses merca- estão lotéricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal,
dos paralelos colaboraram para grandes crises financeiras, como ou seja, não são bancos, mas prestadores de serviços financei-
a de 2008 nos Estados Unidos, por isso tenta-se desde então ros diversos e regulamentados para simplificar processos tradi-
aprovar uma série de medidas para regular ou limitar esse tipo cionais.
de operação, visto que seus números alavancados e sem garan-
tia seguem expondo os sistemas financeiros do mundo todo em
risco. ARRANJOS DE PAGAMENTOS

Arranjos de pagamentos
FUNÇÕES DA MOEDA Conjunto de procedimentos e regras que regem e discipli-
nam a prestação de serviços de pagamento ao público. Essas
Funções da moeda regras simplificam as transações financeiras que usam dinhei-
Moeda é definida com base em suas três funções básicas: re- ro eletrônico, por exemplo, um cliente só consegue pagar uma
serva de valor, meio de troca e unidade de conta. conta com o cartão de determinada bandeira de crédito, pois o
No que diz respeito à função de “meio de troca”, ela serve para fornecedor possui uma máquina que aceita tal bandeira.
eliminar a necessidade de dupla coincidência de desejos em uma
transação comercial. Antes, numa economia de escambo, depen-
dia-se desse desejo comum relacionado a produtos para um merca- SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)
do funcionar, porém com a moeda, um objeto único para esse fim,
a economia se descomplicou nesse sentido.
Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo
Como reserva de valor, nos referimos à capacidade que de-
Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são
terminados bens possuem de preservar o poder de compra com o
instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos.
tempo. Quem troca algum bem pela moeda pode usar tal moeda
Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
em troca de outros bens, é claro que muitos ativos também servem
semana e feriados.
como reserva de valor, inclusive a moeda em si tende a se desvalo-
As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
rizar por não pagar juros, ficando atrás da inflação, mas ela tem a
sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
vantagem de ser universalmente aceita em transações.
gamentos de impostos e taxas.

3
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
cias poderão ocorrer entre diferentes instituições. EXERCÍCIOS
Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban-
co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada 1. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) O sistema
uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta bancário vem passando por um processo acelerado de transforma-
bancária. ção digital. Entretanto, o nível de maturidade digital varia de banco
para banco. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.
• Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa- (A) Uma característica do banco digital é a realização de
gamento processos não presenciais, como o envio de informações e
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am- documentos por meio digital e a coleta eletrônica de assinatu-
plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando ra para a abertura de contas.
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o (B) Um banco digital é o mesmo que um banco digitalizado,
Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular. visto que ambos apresentam o mesmo nível de automação
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da dos processos.
mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti- (C) A oferta de canais de acesso virtual representa o mais alto
tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível nível de maturidade digital.
à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é (D) O banco digitalizado dispensa o atendimento presencial e
que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem o fluxo físico de documentos.
conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te- (E) Por questão de segurança, o banco digital permite a con-
lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença sulta de produtos e serviços financeiros por meio de canais
é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os eletrônicos, mas ainda não permite a contratação.
recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O
Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos, 2. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Quanto às
de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento, diferenças entre bancos digitalizados e bancos digitais, assinale a
entre outros. alternativa correta.
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei- (A) Um banco digital pode permitir que o próprio cliente ajus-
tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um te o respectivo limite de transferência ou do cartão de crédito
QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o e, por medida de segurança, demandar que tal cliente dirija-se
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da a um caixa eletrônico ou agência para concluir o processo.
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário. (B) Permitir que o cliente abra a própria conta corrente sem
As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi- precisar sair de casa e não cobrar taxa de manutenção da
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran- conta são os únicos requisitos obrigatórios que diferenciam
sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne- um banco digital de um banco digitalizado.
cessidade de qualquer outro instrumento. (C) Para que um banco seja considerado digital, basta que
O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu- disponibilize um ambiente de internet banking e aplicativos
ra ter menos intermediários. móveis, mesmo que, por medida de segurança, seja neces-
Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais sário instalar softwares de segurança adicionais que possam
meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na comprometer a experiência do cliente.
FAQ do Pix. (D) Demandar que o cliente se dirija a um caixa eletrônico para
desbloquear o respectivo cartão ou senha de internet é aceitá-
• Com quem é possível fazer um Pix vel para bancos digitalizados, mas não para bancos digitais.
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: (E) Disponibilizar serviços gratuitos e pacotes padronizados de
— entre pessoas (transações P2P, person to person); serviços, tais como os exigidos pela Resolução no 3.919, art.
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co- 2o , inciso I, do Banco Central, é o que define um banco como
mércio eletrônico (transações P2B, person to business); digital.
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo-
res, por exemplo (transações B2B, business to business); 3. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A respeito
— para transferências envolvendo entes governamentais, das definições de startups e dos respectivos tipos e nichos de atua-
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per- ção, assinale a alternativa correta.
son to government e business to government). (A) Startups B2B são as que têm outras empresas como con-
sumidores finais e, para se manterem competitivas, precisam
• Limite de valor nas transações evitar que o respectivo modelo de negócio seja repetível.
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via (B) Startups são empresas nascentes escaláveis ou não, desde
Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de que atuem com negócios digitais inovadores e em cenários
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre- minimamente estáveis.
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites (C) Toda empresa no respectivo estágio inicial pode ser consi-
máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de derada uma startup, exceto franqueadas, por se tratarem, na
fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- verdade, de filiais de empresas cuja marca já é consolidada.
ciamento do terrorismo.” (D) Fintechs são bancos digitais que aproveitam o alcance da
internet para ofertarem serviços financeiros a um custo menor
e nos quais o foco está na experiência do usuário. (E) Startups
B2B2C são as que atuam com modelos de negócio repetível e
escalável em parceria com outras empresas, visando à realiza-
ção de vendas para o cliente final.

4
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
4. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Acerca de 7. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
conceitos e aplicações do design de serviços no contexto bancário, cartão de crédito é um meio de pagamento que permite ao cliente
assinale a alternativa correta. pagar compras ou serviços até um limite de crédito previamente
(A) O foco do design de serviços é aprimorar apenas a expe- definido no contrato de uso do cartão. O ideal é que o cliente sem-
riência em serviços digitais, como aplicativos móveis, internet pre pague suas faturas nas datas acordadas – o valor inteiro ou pelo
banking e outros. menos um percentual do valor devido. Esse procedimento evita:
(B) Queixas recorrentes de clientes são indicativos de que o (A) o cancelamento do cartão de crédito;
design de serviço poderia ser aprimorado. (B) o cancelamento da conta-corrente do cliente;
(C) A aplicação correta da metodologia sugere que os espe- (C) a entrada no crédito rotativo;
cialistas devem se reunir e projetar um design que, posterior- (D) a entrada no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC);
mente, deverá ser seguido por toda a organização. (E) um processo junto ao Banco Central.
(D) Um dos princípios do design de serviços é ser centrado
no ser humano. Entende-se, com isso, que o design deve se 8. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018)
concentrar apenas na experiência do cliente. Acerca dos riscos ligados às chamadas criptomoedas ou moedas
(E) Soluções móveis devem aplicar apenas o design da expe- virtuais, o Banco Central do Brasil, em comunicado de novembro
riência do usuário (ux design), e não o design de serviço. de 2017, alertou para questões relacionadas à conversibilidade e ao
lastro de tais ativos, destacando que não é responsável por regular,
5. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A pesquisa autorizar ou supervisionar o seu uso. Assim, é correto afirmar que
Febraban de Tecnologia Bancária 2019 revelou que, entre 2017 e seu valor:
2018, as transações realizadas por meio de canais digitais cresce- (A) decorre da garantia de conversão em moedas soberanas;
ram 16%, totalizando 60% das transações bancárias. A respeito do (B) decorre da emissão e garantia por conta de autoridades
uso dos canais digitais, assinale a alternativa correta. monetárias;
(A) O aumento das transações com movimentação financeira (C) decorre de um lastro em ativos reais;
nos canais digitais evidencia o aumento da confiança do clien- (D) é associado ao tamanho da base monetária;
te na segurança do canal. (E) decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indi-
(B) A abertura de conta por meio de canal digital somente víduos ao seu emissor.
pode ser efetuada pelo internet banking.
(C) O mobile banking somente pode ser usado para transações 9. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE-
sem movimentação financeira. RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir
(D) São considerados canais digitais o internet banking, o no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven-
mobile banking e os correspondentes no País. cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
(E) Internet banking e mobile banking são canais digitais os itens a seguir.
mutuamente excludentes, ou seja, o cliente tem que informar A parcela não quitada do saldo devedor poderá ser financiada
ao banco qual canal quer usar para acessar as transações por meio da modalidade de crédito rotativo, com prazo de vigência
bancárias. de até doze meses, contados da data do vencimento da fatura não
paga integralmente.
6. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Por meio ( ) CERTO
do Comunicado no 33.455/2019, o Banco Central aprovou os re- ( ) ERRADO
quisitos fundamentais para a implementação do Sistema Financeiro
Aberto (open banking) no Brasil. De acordo com o modelo propos- 10. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE-
to, o conceito de open banking refere-se à (ao) RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir
(A) integração de plataformas e infraestruturas de sistemas no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven-
de informação para fins de compartilhamento de produtos cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
e serviços entre as instituições financeiras, sendo vedada a os itens a seguir.
identificação do cliente. É permitida a cobrança de juros remuneratórios sobre o saldo
(B) atribuição de uma nota de crédito ao cliente (credit score), devedor não quitado pelo cliente, além de multa e juros de mora,
que poderá ser consultada por qualquer instituição financeira, nos termos da legislação em vigor.
mediante prévio consentimento. ( ) CERTO
(C) compartilhamento de dados cadastrais, produtos e ser- ( ) ERRADO
viços pelas instituições financeiras, mediante prévia autori-
zação, por meio de sistemas de informações integrados que 11. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE-
garantam uma experiência simples e segura ao cliente. RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir
(D) inclusão do nome do cliente em um cadastro positivo para no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven-
fins de compartilhamento de dados, produtos e serviços pelas cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
instituições financeiras, garantindo ao cliente acesso a taxas os itens a seguir.
de juros menores. Além do crédito rotativo, que permite ao cliente liquidar parcial
(E) implementação de uma interface de integração digital para ou integralmente o seu débito a qualquer momento, outras mo-
compartilhamento de dados entre instituições financeiras, dalidades de crédito em condições mais favoráveis poderão ser-lhe
com base no princípio de que os dados pertencem às institui- oferecidas a qualquer tempo, antes do vencimento da fatura sub-
ções, e não aos usuários. sequente, com vistas a financiar o saldo devedor remanescente do
cartão de crédito.
( ) CERTO
( ) ERRADO

5
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
12. (CÂMARA MUNICIPAL DE PÉROLA D’OESTE/PR – CONTA- 15. (TRF/3ª. REGIÃO – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – SUPERIOR
DOR – SUPERIOR – FAUEL – 2018) Considere a seguinte análise – TRF/3ª. REGIÃO – 2018) Sobre bitcoin, assinale a alternativa COR-
sobre um interessante aspecto econômico e tecnológico da atua- RETA:
lidade e assinale a alternativa que lhe corresponde. “Trata-se de (A) É moeda eletrônica.
uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos (B) Não é regulada pelo Bacen (Banco Central do Brasil).
exemplos citados. O primeiro motivo é que não é possível mexer (C) As empresas que negociam ou guardam as chamadas
no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe moedas virtuais em nome dos usuários, pessoas naturais ou
fisicamente: é totalmente virtual. O outro motivo é que sua emissão jurídicas, são autorizadas a funcionar pelo Bacen.
não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma (D) É valor mobiliário.
descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pes-
soas que ‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criá-las 16. (TRANSERP/SP– AGENTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO – VU-
e registrar todas as transações feitas”. (Exame, 06/02/18, com adap- NESP – 2019) . Após a black friday, no fim de novembro, a empresa
tações). de entregas Rappi e a varejista Dafiti passarão a aceitar a moeda
(A) Bitcoin. virtual como forma de pagamento. Quem está nessa cruzada para
(B) GPS. ampliar esse cenário comercial é a fintech brasileira Warp Exchan-
(C) Iene. ge, que criou a tecnologia de pagamento que recebe e converte a
(D) Wifi. moeda virtual em reais em até 2 horas. (Revista Exame. 31.10.2018.
Adaptado)
13. (FUNPAPA – ARTE EDUCADOR – MÉDIO – AOCP – 2018) A moeda virtual a que se refere a notícia é
“Bitcoin é uma bolha envolta em misticismo tecnológico e termi- (A) o boleto flash.
nará em desastre.” “Bitcoin recua 7% com reguladores colocando (B) o hipercard.
contra a parede uma das maiores exchanges do mundo.” Recente- (C) os bitcoins.
mente, manchetes como as dispostas, ganharam destaque no ce- (D) o e-commerce.
nário internacional. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. (E) o pague seguro.
(A) Bitcoin é a denominação da moeda de uso oficial em
diversos países, impressa pelo Sistema de Reserva Federal dos
Estados Unidos, destacando-se por ter o maior nível de moeda
circulante no mundo. GABARITO
(B) Bitcoins são papéis que representam uma pequena parte
do capital social de uma empresa, podendo ser classificados
como ordinários ou preferenciais. 1 A
(C) A Bitcoin foi criada há 12 anos e sua origem está associada
à mineração de cálculos matemáticos. No Brasil, sua emissão é 2 D
controlada pelo Banco Central. 3 E
(D) Apesar da resistência de alguns países, a Bitcoin é conside-
rada um moeda digital, que pode ser recebida e enviada pela 4 B
internet. Sua emissão é realizada de forma descentralizada, 5 A
ou seja, sem o controle de uma instituição financeira ou de
6 C
bancos.
(E) Bitcoin é um sistema de crédito que ocorre a partir da 7 C
validação de um banco ou de uma processadora de cartão de 8 E
crédito.
9 ERRADO
14. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP – AUXILIAR DE SAÚDE 10 CERTO
BUCAL – MÉDIO – VUNESP – 2018) Leia o trecho da matéria. Na
quinta-feira (11.01) o bitcoin, registrou queda significativa após o 11 CERTO
Governo da Coreia do Sul anunciar que discute um plano para ba- 12 A
ni-lo do mercado local, um dos mais importantes do mundo. Nesta
13 D
sexta-feira (12.01), foi a vez de instituições do Brasil entrarem na
lista das autoridades mundiais que estão buscando formas para 14 D
regulamentar um ativo cujos preços dispararam no ano passado. 15 B
(goo.gl/n2hQWt. Adaptado) Bitcoin é
(A) uma letra de câmbio emitida pelo governo brasileiro. 16 C
(B) uma ação comercializada nas bolsas de valores da China.
(C) um investimento baseado na cotação do ouro no mercado
internacional.
(D) uma moeda digital, criada por computadores e que circula
apenas na internet.
(E) um fundo de ações controlado pelo Banco Central alemão.

6
MATEMÁTICA FINANCEIRA
1. Conceitos Gerais - O Conceito Do Valor Do Dinheiro No Tempo; Capital, Juros, Taxas De Juros; Capitalização, Regimes De Capitalização;
Fluxos De Caixa E Diagramas De Fluxo De Caixa; Equivalência Financeira. Juros Simples - Cálculo Do Montante, Dos Juros, Da Taxa De
Juros, Do Principal E Do Prazo Da Operação Financeira. Juros Compostos - Cálculo Do Montante, Dos Juros, Da Taxa De Juros, Do Prin-
cipal E Do Prazo Da Operação Financeira. Sistemas De Amortização - Sistema Price; Sistema Sac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resolução:
CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO DI- Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
NHEIRO NO TEMPO; CAPITAL, JUROS, TAXAS DE JU- 3900 – C ( I )
ROS; CAPITALIZAÇÃO, REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO; Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:
FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA;
EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA. JUROS SIMPLES - CÁLCU-
LO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS,
DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEI-
RA.JUROS COMPOSTOS - CÁLCULO DO MONTANTE,
DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO
PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA. SISTEMAS DE
AMORTIZAÇÃO - SISTEMA PRICE; SISTEMA SAC
390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C
Juros simples (ou capitalização simples) – 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
Os juros são determinados tomando como base de cálculo o 120.C = 390000
capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele C = 390000 / 120
que empresta) no final da operação. Devemos ter em mente: C = R$ 3250,00
– Os juros são representados pela letra J*. Resposta: C
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de
capital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou Juros compostos (capitalização composta)
VP ou PV (valor presente) *. A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Tam-
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado bém conhecido como “juros sobre juros”.
pela letra t ou n.* Usamos a seguinte fórmula:
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um
capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utili-
zada para calcular juros.
*Varia de acordo com a bibliografia estudada.

ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na


mesma unidade para efetuarmos os cálculos.

Usamos a seguinte fórmula:

O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de ca-


pital.

ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros


(i) e do período (t), tem de ser necessariamente iguais.

Em juros simples:
– O capital cresce linearmente com o tempo;
– O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
– A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma uni-
dade.
– Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
– Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital
com os juros, ou seja:
M=C+J
M = C.(1+i.t)

Exemplo:
(PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, O crescimento do principal (capital) em:
produzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses? – juros simples é LINEAR, CONSTANTE;
(A) R$ 1.650,00 – juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portan-
(B) R$ 2.225,00 to tem um crescimento muito mais “rápido”;
(C) R$ 3.250,00 Observe no gráfico que:
(D) R$ 3.460,00 – O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de
(E) R$ 3.500,00 juros simples como para juros compostos;

1
MATEMÁTICA FINANCEIRA
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros simples;
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros compostos.

Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos,
com taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

Resolução:

Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:


j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
Resposta: D

Juros Compostos utilizando Logaritmos


Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais pre-
cisamos achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os valores do logaritmo, então não é necessário decorar os
valores da tabela.

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação
de , pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t

(agora para calcular t temos que usar logaritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
, o expoente m passa multiplicando)

t.0,04 = 3

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Resposta: E

Taxas de juros
Índices fundamentais no estudo da matemática financeira, sendo incorporadas sempre ao capital. São elas:

Taxa efetiva: são aquelas onde a taxa da unidade de tempo coincide com a unidade de tempo do período de capitalização(va-
lorização). Exemplo: Uma taxa de 13% ao trimestre com capitalização trimestral.

ATENÇÃO: Quando no enunciado não estiver citando o período de capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa.
Em outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!

Taxa nominal: são aquelas cujas unidade de tempo NÂO coincide com as unidades de tempo do período de capitalização.

Exemplo:
(TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC) Uma taxa de juros nominal de 21% ao trimestre, com juros capitalizados men-
salmente, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de, aproximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

Resolução:
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.
(1+im)3 = (1+it)  (1+0,07)3 = 1+it  (1,07)3 = 1+it  1,225043 = 1+it  it= 1,225043-1  it = 0,225043 x 100  it= 22,5043%
Resposta: B

ATENÇÃO: Para resolução de questões com taxas nominais devemos primeiramente descobri a taxa efetiva (multiplicando ou
dividindo a taxa)

Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser calculada proporcionalmente.

Taxas proporcionais (regime de juros simples): são taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capi-
tal ao mesmo período de tempo irão gerar o mesmo montante.

Exemplo:
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL – FEPESE) A taxa de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral.
(C) 25,5% semestral.
(D) 36,0% anual.
(E) 52% anual.

Resolução:
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcionais ou lineares. Para resolução das questões vamos avaliar item a
item para sabermos se está certo ou errado:
4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)
Resposta: C

Taxas equivalentes (regime de juros compostos): as taxas de juros se expressam também em função do tempo da operação,
porém não de forma proporcional, mas de forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes.

3
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo:

Taxa Real, Aparente e Inflação


– Taxa real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e seus ganhos.
– Taxa aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da inflação (são as taxas efetivas/nominais).
– Taxa de inflação (ii) = a inflação representa a perda do poder de compra.

Escrevendo todas as taxas em função uma das outras, temos:

(1+ia) = (1+ir).(1+ii)

, independe da quantidade de períodos e do regime de


juros.

Descontos
É a diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual).

D=N–A

Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

ATENÇÃO: Comparando com o regime de juros, observamos que:


– o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;
– o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
– e o Desconto nos dá ideia de Juros.
Os descontos podem ser:

Desconto racional simples (por dentro): nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor atual
(A) do título. Associando com os juros simples teremos:

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Também podemos escrever a seguinte fórmula:

Exemplo:
(ASSAF NETO) Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes
de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta
operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

Desconto comercial simples ou bancário (por fora): nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois, todas as
taxas são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior e é justamente onde eles querem ganhar.

• Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada: quando se utiliza taxas pré-fixadas aos títulos, que são as
taxas de despesas bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Fazemos uso da
seguinte formula:

Dc = N. (i.t + h)

Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo:
Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco
cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00
líquidos, ao descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:

Resolução:
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000

Resposta: 200 000

– Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr): para sabermos o valor do desconto caso fosse utilizado o
desconto comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa, utilizamos a seguinte relação: Dc = Dr . (1 + i.t)

Desconto Racional Composto (por dentro): as fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:

Desconto Comercial Composto (por fora): como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N
pelo A e vice-versa, mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).

Exemplo:
(PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP - AUDITOR FISCAL MUNICIPAL – CETRO) Com adiantamento de dois meses do vencimento,
um título de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a uma taxa composta de 10% a.m.. A diferença entre o desconto racional
composto e o desconto comercial composto será de:
(A) R$246,59.
(B) R$366,89.
(C) R$493,39.
(D) R$576,29.
(E) R$606,49.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resolução: 6. resolva a equação de valor;
N = 30000 7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
t = 2 meses você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo
i = 10% am = 0,10 (às vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos,
Vamos utilizar a formula do Drc: encontra um resultado intermediário e assinala a alternativa
N = A(1 + i)t  30.000= A (1+ 0,1)2  30000 = A (1,1)2  que o contém, colocada ali para induzi-lo em erro, quando se-
30000 = A.1,21 ria necessário ainda uma passo a mais para chegar ao resultado
A = 30000 / 1,21 = 24793,39 final correto).
Como D = N – A
D = 30000 – 24793,39 Exemplo:
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61 A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses,
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplica-
recaí sobre o nominal, então trocamos na formula o A pelo N e
ção, existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento
vice e versa e mudamos o sinal), temos:
a 18 meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o cri-
A = N.(1 - i)t
tério de desconto racional e a data focal 12 meses, a soma das
A = 30000 . (1 - 0,1)2
aplicações é, em R$:
A = 30000 . 0,81
A = 24300
Como D = N – A Resolução:
D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial com- Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primei-
posto ra aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos N = C (1 + in)
que o Desconto Comercial é maior que o racional: |Drc - Dcc| N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
|5.206,61 - 5.700 | = 493,39 Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para
serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que
Resposta: C ser capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000
terá que ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de
Equivalência de capitais 18% a.a., considerando-se capitalização simples, é equivalente
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, a 1,5% a.m. = 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mes- 2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
ma data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR 2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
nessa data. 2.528,9 + 6.422,02 = x
x = 8.950,92
• Equação de Valor
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + … Anuidades
Séries Financeiras também conhecidas como Rendas Certas
• Resolução de Problemas de Equivalência ou Anuidades. São séries de depósitos ou prestações periódi-
1. leia o problema todo; cas ou não periódicas, em datas de previamente estabelecidas,
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagra- por um determinado período de tempo. Os depósitos ou presta-
ma de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima ções podem ser uniformes quando todos são iguais ou variáveis
o plano original de pagamento e na parte de baixo o plano alter- quando os valores são diferentes.
nativo proposto, indicando todos os valores envolvidos, as datas
Quando as séries financeiras que tem como objetivo de acu-
respectivas e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama
mular capital ou produzir certo montante temos uma Capitaliza-
é importante porque permite visualizar os grupos de capitais
ção e quando as séries financeiras têm como objetivo pagar ou
equivalentes e estabelecer facilmente a equação de valor para
amortizar uma dívida temos uma Amortização.
resolução do problema;
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compro-
missos estão na mesma unidade de medida de tempo periodici- Elementos das séries financeiras
dade da taxa; se não estiverem, faça as transformações neces- – Valor presente (VP) = Numa série de pagamentos, defini-
sárias (ou você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo mos VALOR ATUAL como sendo a parcela única que equivale (ou
ou expressa o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a que substitui) a todos os termos (devidamente descapitalizados)
transformação que torne os cálculos mais simples); até o início do fluxo. É a soma dos valores atuais de todos os
4. leve todos os valores para a data escolhida para a ne- termos que compõe a série.
gociação (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis
antes da data focal deverão ser capitalizados através da fórmula – Valor futuro (VF) = Numa série de pagamentos, definimos
do montante M = C (1 + in), dependendo da modalidade de des- MONTANTE como sendo a parcela única, que equivale (ou subs-
conto utilizada; titui) a todos os termos (devidamente capitalizados) até o final
5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e do fluxo. É a soma dos montantes de todos os termos que com-
com base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, põe a série.
monte a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores
dos títulos (transportados para a data focal) da parte de cima – Prestações (P) = Numa série de pagamentos, definimos
do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos Prestações como sendo o valor que é pago (ou recebido) a cada
títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do período de capitalização de uma Série Pagamentos.
diagrama de fluxo de caixa;

7
MATEMÁTICA FINANCEIRA
– Número de prestações (n) = número de Parcelas, Depósitos ou Pagamentos.
– Taxa efetiva de juro (i)= com capitalização na periodicidade das Prestações.

Séries financeiras postecipadas


São aquelas em que as prestações, pagamentos ou depósitos são efetuados no final de cada período.

Valor Futuro Postecipado (VFp)


O Valor Futuro (VF) produzido por uma série de n prestações P postecipadas, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros
i, na forma unitária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos capitalizados para uma mesma
data focal, coincidindo com o último depósito.

Fazemos uso da seguinte fórmula:

O valor capitalizado de cada um dos termos da Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma resulta
na seguinte expressão:

Fator de Capitalização Postecipado

Valor Presente postecipado (VPp)


O Valor Presente (VP) produzido por uma série de n prestações P, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na forma uni-
tária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos descapitalizados para uma mesma data focal 0.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira postecipada forma uma Progressão Geométrica (PG)
cuja soma resulta na seguinte expressão:

Fator de Descapitalização Postecipado

Séries financeiras antecipadas


São aquelas em que o depósito ou pagamento é efetuado no início de cada período e o valor futuro é obtido em um período de
tempo após o último depósito ou pagamento da última prestação.

Valor Futuro antecipado (VFa)

O Valor Futuro de uma série financeira é obtido fazendo-se a capitalização da entrada e de cada um dos pagamentos, realizan-
do-se a soma destes valores no final, conforme a seguir:

O valor capitalizado de cada uma das prestações de uma Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja
soma resulta na seguinte expressão:

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Fator de Capitalização Antecipado

O valor da prestação é obtido isolando-se a P na equação anterior.

Valor Presente antecipado (VPa)

O Valor Presente de uma série financeira antecipada é obtido fazendo-se a descapitalização de cada uma das prestações, so-
mando-se no final a entrada e cada um destes valores, conforme a seguir:

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira forma uma Progressão Geométrica cuja soma resulta
na seguinte expressão:

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
O Fator de Descapitalização Antecipado

Séries financeiras diferidas ou com carência


Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO INICIAL quando ANTES do início do primeiro pagamento, é dado um prazo de
dois ou mais períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.
Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO FINAL quando APÓS o último pagamento, é dado um prazo de dois ou mais
períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.

Valor Presente com diferimento inicial


Podemos calcular o Valor Presente de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Presente postecipado com diferimento inicial (VPpdi)


Numa série de pagamentos com diferimento inicial, vamos primeiro calcular o valor presente da série financeira postecipada,
em seguida, vamos efetuar a descapitalização deste valor a juros compostos até o início do prazo da contratação (data focal 0).

CÁLCULO DO VP DA SÉRIE CÁLCULO DA DESCAPITALIZAÇÃO CÁLCULO DIRETO DO VPA COM


ANTECIPADA: DO PERÍODO DE DIFERIMENTO: D DIFERIMENTO INICIAL:

Valor futuro com diferimento final


Podemos calcular o Valor Futuro de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Futuro postecipado com diferimento final (VFpdf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira postecipada, onde
esse valor futuro é obtido logo após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do pe-
ríodo de carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFP COM


PAGAMENTOS POSTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Cálculo do Valor Futuro antecipado com diferimento final (VFadf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira antecipada, onde
esse valor futuro é obtido um período após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do pe-
ríodo de carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFA COM


PAGAMENTOS ANTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Exemplo:
Uma máquina é vendida a prazo através de oito prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro pagamento só irá ocor-
rer após três meses da compra. Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês.

Resolução:
R = $4.000,00
i = 5% a.m.
n = 8 meses
m = 2 meses

Pd = $23.449,30

Sistema de amortização
Visam liquidar uma dívida mediante de pagamentos periódicos e sucessivos.

Principais conceitos
Sempre que efetuamos um pagamento estamos pagando parte do valor relativo aos juros, que são calculados sobre o saldo
devedor e outra parte chamada de amortização, que faz com que o saldo devedor diminua.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
– Saldo devedor: é o valor nominal do empréstimo ou financiamento ou simplesmente o Valor Presente (VP) na data focal 0,
que é diminuído da parcela de amortização a cada período.
– Amortização: é a parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.
– Juros: é o valor calculado a partir do saldo devedor e posteriormente somado à parcela de amortização.
– Prestação: é o pagamento efetuado a cada período, composto pela parcela de juros mais a amortização: PRESTAÇÃO = JUROS
+ AMORTIZAÇÃO

Existem diversos sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos, dos quais os mais usados são:
– Sistema de Amortização Francês (Tabela Price):
– Sistema de Amortização Constante (SAC):
– Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM).

Sistema de Amortização Francês (SAF)


Este sistema utiliza a chamada TABELA PRICE que consiste no cálculo do fator de descapitalização postecipado representado por
fdp(i%,n) e é normalmente usada para financiamento em geral de bens de consumo, tipo: carros, eletrodomésticos, empréstimos
bancários de curto prazo, etc.
O SAF caracteriza-se por PRESTAÇÕES CONSTANTES E IGUAIS, normalmente mensais e decrescentes, com isso, as parcelas de
amortizações são crescentes. Isto é, o valor amortizado é crescente ao longo do tempo, ao contrário dos juros, que decrescem
proporcionalmente ao saldo devedor.
Logo, as principais características do SAF são:
a) A prestação é constante durante todo o período de financiamento;
b) A parcela de amortização aumenta a cada período;
c) Os juros diminuem a cada período;
d) O percentual de prestações pagas não é igual ao percentual de quitação da dívida, pois no início das prestações os juros são
maiores que as amortizações, sendo que do meio para o final das prestações esta situação é invertida.
e) Nos juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

Utilizamos as seguintes fórmulas:

Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que :

Sistema de Amortização Constante (SAC)


O SAC foi bastante usado pelo Sistema Financeiro de Habitação no início dos anos 70 e, atualmente, é amplamente utilizado
para financiamentos bancários de longo prazo de imóveis.
O tomador do empréstimo pagará uma prestação decrescente em cada período, a qual é composta por duas parcelas: a amor-
tização e os juros.
As principais características do SAC são:
a) A parcela de amortização é constante em todo período de financiamento;
b) A prestação é decrescente durante todo o período;
c) Os juros diminuem uniformemente a cada período;
d) O percentual de prestações pagas é igual ao percentual de quitação da dívida.
e) Nos Juros e nas Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.

13
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

UTILIZANDO O CAPITAL UTILIZANDO O MONTANTE

CASO O EXPOENTE SEJA NEGATIVO, UTILIZA-SE:

Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por .

Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM)


No Sistema de Amortização Crescente ou Sistema de Amortização Misto, cada prestação é a média aritmética das prestações
nos sistemas Francês (Tabela Price) e Sistema de Amortização Constante (SAC), quando a proporção for de 50% para o Sistema de
Amortização Frances (SAF) e 50% para o Sistema de Amortização Constante (SAC), com isto as primeiras prestações são maiores
que no SAF e menores que no SAC, sendo que a partir da metade do período do financiamento a situação é invertida. As parcelas
de juros, das amortizações e dos saldos devedores de cada período também são obtidas pela média aritmética dos dois sistemas.

Exemplos:
(UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ECONOMIA – AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma dívida em
prestações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, denomina-se:
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

Resolução:
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização Cons-
tante (SAC).
Resposta: C

(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – FEPESE) Uma pessoa financiou 100% de um imóvel
no valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações mensais e o sistema de amortização é o sistema de amor-
tização constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.

Resolução:
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?

14
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

PERÍODO SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO JUROS PRESTAÇÃO


0 216.000 - - -
1 216.000 – 2.000 = 214.000 2.000
2 214.000 – 2.000 = 212.000 2.000
3 212.000 – 2.000 = 210.000 2.000
...

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. Os juros incidem sobre o capital do período anterior que neste caso é
o 2.O tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%
Resposta: B

ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e
operadoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e nãoconvencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . 05
4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, pre-
vidência, consórcio, investimentos e seguros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
6. Noções de Mercado de capitais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Taxas de câmbio nominais e reais; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. . . . . . . . . . . 14
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.. . . . . 16
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alte-
raçõeS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
19. Autorregulação bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
22. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
23. Decreto nº 8.420/2015 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
25. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e
privadas. Código de Ética do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
26. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INS-
TITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

Sistema Financeiro Nacional (SFN)


De acordo com o BACEN:
“O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação finan-
ceira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo
circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom
funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas
pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários”.

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas
pelo CMN.

Conselho monetário nacional (CMN)


É a autoridade máxima do Sistema Financeiro Nacional. Sendo órgão normativo, apenas define normas e diretrizes para execução do
BACEM e da CVM.
Conforme definição do Banco Central do Brasil:
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formu-
lar a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.

1 Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn

1
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Como funciona o CMN Emissor do dinheiro​
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deli- O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que ga-
berar sobre assuntos como adaptar o volume dos meios de paga- rantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em
mento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e espécie”.
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orien-
tar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o Comissão de valores mobiliários (CVM)
aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; Autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia. Possui
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e coor- autoridade executora e reguladora, ou seja, cria normas e regras
denar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida através da Instrução Normativa CVM. Todas as informações relacio-
pública interna e externa. nadas ao mercado de capitais estão reguladas nesse conjunto de
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião instruções.
por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Conforme o Ministério da Economia:
Resoluções CMN divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no “A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
Busca de normas do Conselho e do Banco Central (BC). 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, norma-
tizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no
Composição do CMN Brasil.
— Ministro da Economia (presidente do Conselho) A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vin-
— Presidente do Banco Central culada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e
— Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa inde-
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595, pendente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
de 31 de dezembro de 1964. O Conselho deu início às suas ativida- estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamen-
des 90 dias depois, em 31 de março de 1965”. tária.

Banco Central do Brasil (BACEN) Desenvolvimento do mercado


Conhecido como BACEN, Banco Central do Brasil ou mesmo, Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores
Banco Central, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e re-
Economia, com sua sede em Brasília. gular do mercado de ações; e estimular as aplicações permanentes
Possui autonomia para executar medidas que favoreçam a eco- em ações do capital social de companhias abertas sob controle de
nomia do país. capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I e II).
Conforme definição própria:
“O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O BC é Eficiência e funcionamento do mercado
uma autarquia federal, vinculada - mas não subordinada - ao Minis- Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados
tério da Economia, e foi criado pela Lei nº 4.595/1964. da bolsa e de balcão; assegurar a observância de práticas comer-
Sua missão é assegurar à sociedade a estabilidade do poder ciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a
de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, eficiente e observância, no mercado, das condições de utilização de crédito
competitivo. fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei 6.385/76, art. 4º,
incisos III, VII e VIII).
Múltiplas atividades
As tarefas a cargo do Banco Central são bastante diversas. En- Proteção dos investidores
tenda no detalhe: Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do
Inflação baixa​e estável mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários; atos
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo ilegais de administradores e acionistas controladores das compa-
fundamental do BC. nhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobi-
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, man- liários; e o uso de informação relevante não divulgada no mercado
tendo o poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou
BC utiliza a política monetária, política que se refere às ações do BC manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda,
que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei
de dinheiro (condições de liquidez) na economia. 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).

Sistema financeiro seguro e eficiente Acesso à informação adequada


Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores
seja sólido (tenha capital suficiente para arcar com seus compro- mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido, re-
missos) e eficiente. gulamentando a Lei e administrando o sistema de registro de emis-
sores, de distribuição e de agentes regulados (Lei 6.385/76, art. 4º,
Banco do governo inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).
O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depo-
sitório das reservas internacionais do país

Banco dos bancos


As instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas
contas são monitoradas para que as transações financeiras acon-
teçam com fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia
com saldo negativo.

2
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Fiscalização e punição Bancos de investimento
Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do São instituições financeiras privadas que captam e adminis-
mercado de valores mobiliários, bem como a veiculação de infor- tram recursos na forma de fundos de investimento, emprestando
mações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos no mercado a médios e longos prazos. Executam alguns serviços
valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das dos bancos comerciais, mas não abrem contas correntes.
Leis 6.404/76 e 6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis es- Sua forma de constituição é a Sociedade Anônima.
peciais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei 6.385/76, art.
8º, incisos III e V, e art. 11)”. Bancos de desenvolvimento
São bancos públicos que oferecem crédito para projetos que
Conselho de recursos do sistema financeiro nacional (CRSFN) desenvolvimento econômico e social do país. No Brasil, o principal é
Tem como função principal, revisar as decisões administrativas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
e de primeira instância do Sistema Financeiro Nacional, principal-
mente do BACEN, da CVM e do COAF (Conselho de controle de Ati- Sociedades de crédito, financiamento e investimento
vidades Financeiras). São instituições financeiras privadas, mais conhecidas como fi-
A Secretaria Especial da Fazenda define: nanceiras; que fornecem empréstimos e financiamentos para aqui-
“O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRS- sição de bens, serviços, capitas de giro, etc.
FN) é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura São constituídas como Sociedades Anônimas e devem manter
do Ministério da Economia e tem por finalidade julgar, em última em sua denominação social a expressão “crédito, financiamento e
instância administrativa, os recursos contra as sanções aplicadas investimento”.
pelo BCB e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as san- Podem ser independentes, sem vínculos com outras institui-
ções aplicadas pelo COAF, SUSEP e demais autoridades competen- ções ou ligadas a ligados a diversos tipos de conglomerado, tais
tes”. como, financeiros, estabelecimentos comerciais, grupos indústrias
(montadoras).
Bancos comerciais Sua captação de recurso ocorre principalmente por Letras de
É o banco mais popular entre as instituições financeiras. Foi o câmbio e RDB.
primeiro banco comercial a oferecer a tão conhecida conta corren-
te (conta de depósito à vista), além de outros serviços bancárias Sociedades de arrendamento mercantil
como; recebimento e pagamento de títulos, operações de crédito, São empresas que operam as carteiras de leasing, não são con-
conta poupança, vendas de seguros, etc. sideradas como instituições financeiras.
É a principal instituição financeira intermediária, tendo o poder Oferecem serviços de arrendamento de bens móveis e imóveis
da geração de moeda na economia brasileira. Atende pessoas físi- próprios, segundo as especificações do arrendatário (cliente).
cas e jurídicas. São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizam opera-
ções com idênticas a financiamentos.
Caixas econômicas
É uma instituição financeira que oferece todos os serviços de Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários
um banco comercial, porém, apenas a caixa tem desempenha o pa- São instituições que atuam na intermediação de títulos e va-
pel de banco social, participando diretamente dos programas do lores mobiliários (recursos captados pelas empresas para suprir as
governo. Inclusive os cidadãos que não são clientes, podem usufruir necessidades de caixa) nos mercados financeiro e de capitais.
desses serviços. Possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central do
Brasil e compõem o Sistema Financeiro Nacional.
Cooperativas de crédito
Representa um grupo de pessoas com a mesma intenção, Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
prestar serviços financeiros, como; abertura de contas, aplicações sociedades de crédito imobiliário
financeiras, emissão de cartão de crédito, etc. O diferencial é que na São as principais instituições que operam na Bolsa de Valores,
cooperativa, o cliente como associados, é também um dos donos. também atuando no mercado de câmbio. Constituídas sob a forma
Essas instituições estão localizadas também longe dos grandes de Sociedades Anônimas ou sociedades por quotas de responsabi-
centros, como em pequenos bairros ou comunidades. lidade limitada. São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e pela
Contam com a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativis- Comissão de Valores Mobiliários.
mo de Crédito, para casos em que o dinheiro deva ser devolvido Sua administração é realizada por pessoas naturais, residentes
aos clientes. no Brasil, que cumprem exigências pelo Banco Central do Brasil,
com relação a sua formação e conhecimento. Cumprem funções
Bancos comerciais cooperativos auxiliares no Sistema Financeiro Nacional.
São bancos instituídos como cooperativas, porém, tiveram
que se modificar com o passar do tempo devido seu crescimento. São capacitadas para:
Juntam-se três centrais cooperativas e constituem uma Sociedade Encarregar-se da administração de carteira de custódia de títu-
Anônima de capital fechado, em que 51% de seu capital deve per- los e valores mobiliários.
manecer em poder das controladoras. — Exercer funções de agente fiduciário.
Os bancos comerciais cooperativos devem ter uma carteira co- — Instituir, organizar e administrar fundos de investimentos e
mercial e funcionar como um banco comercial. Suas atividades fi- clubes de investimento.
cam restritas apenas no estado em que estejam seus controladores. — Constituir sociedades de investimentos de capital estrangei-
ro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliá-
rios.

3
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Bolsas de valores A SELIC pode ser considerada também, um mecanismo de con-
A Bolsa de Valores é o ponto de encontro entre vendedores e trole da inflação. Quando está a inflação está alta, o COPOM tende
compradores de produtos financeiros e foi constituída para organi- a escolher aumentar a taxa de juros e conter esse processo. Com o
zar essas negociações que ocorrem em grande número e aconte- aumento, fica mais difícil a obtenção de crédito, reduzindo o consu-
cem em questão de segundos devido a tecnologia da plataforma mo, a elevação dos preços; o resultado é a queda da inflação. Se a
da Bolsa. inflação estiver controlada, a tendência é que o COPOM promova a
A Bolsa estabelece regras de negociações com o objetivo de redução na SELIC, como consequência, temos um aumento na libe-
tornar o ambiente transparente e seguro para todas as partes en- ração de crédito e maior investimento nas empresas.
volvidas.
O produto mais popular negociado na Bolsa é a ação, que re- CETIP S.A.
presenta uma pequena parte de uma empresa, então, ao adquirir Central de Liquidação e Custódia de Operações Financeiras foi
uma ação o comprador se torna um acionista (pequeno sócio) do uma empresa privada do mercado financeiro.
negócio. Iniciou suas atividades em 1986, atuando com serviços de re-
A popularidade da Bolsa se deve a compra e venda de ações, gistro, central de depositária, negociação e liquidação de ativos e
porém, há outros seguimentos na estrutura da bolsa: títulos. Em 2017 houve a fusão com a BM&F BOVESPA, formando a
• Mercados à vista. atual Bolsa de Valores no país, a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão.
• Derivativos listados.
• Derivativos de balcão. Associações de poupança e empréstimo (APE)
• Ativos de renda fixa. Instituições não consideradas financeiras, mas sim sociedades
• Crédito imobiliário civis. Tem como finalidade captação de poupança e financiamento
• Financiamento de veículos. da casa própria.
São regulamentadas pela Lei nº 6.855/80, pertencem ao Siste-
Todos esses empréstimos devem ter sua garantia registrada em ma Financeiro Nacional, devendo seguir as regras do BACEN e do
um sistema de liquidação financeira. COPOM. Pertencem também ao Sistema Financeiro da Habitação
As Bolsas de Valores estão presentes em todo o mundo. Entre (SFH).
as maiores do mundo estão a de New York, a Nasdaq, a de Tóquio, A Poupex é a única APE em atividade no Brasil nos dias de hoje,
a de Londres, etc. atuando para captar recursos da poupança e financiamento de ha-
Aqui no Brasil, temos a Bolsa que se chama [B]3. Até 2008, bitação para seus associados.
eram duas Bolsas, a BM&F e Bovespa, no entanto, neste mesmo Os associados são aqueles que depositam para formar poupan-
ças e também os que adquirem financiamento imobiliário.
ano, houve a unificação e se tornou a BM&F Bovespa. Em 2017, se
Suas operações quanto a aplicação de dinheiro consistem em
juntou a esta a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira
direcionar os recursos para o mercado imobiliário, incluindo o SFH.
de Títulos), formando a [B]3 (Brasil, Bolsa e Balcão).
As operações para captar recursos, além dos depósitos de
O IBOVESPA é o principal índice da Bolsa, sendo composto pe-
poupança, são constituídas por: Letras hipotecárias, repasses e re-
las ações mais negociadas e por isso tem maior representatividade
financiamentos contraídos no país, empréstimos e financiamentos
no mercado brasileiro de ações. É revisado a cada quatro meses,
contraídos no exterior, letras de crédito imobiliário, letra financeira
assim, são alteradas suas ações e também seus percentuais.
e depósitos interfinanceiros.
Mas existem outros índices, conhecidos como setoriais, por
exemplo: índice de energia, índice de mercado imobiliário, etc.
A praticidade é um dos atrativos de investir na Bolsa, já que são MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS
investimentos são realizados totalmente de forma on-line. Também (MERCADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E
a rentabilidade chama a atenção, especialmente no cenário de ju- CAMBIAL)
ros baixos do Brasil. Há ainda, os proventos que fazem parte dos
lucros das companhias, repassado aos acionistas. É possível inves- Mercado Monetário
tir na Bolsa com poucos recursos. Porém, o investimento só ocorre O mercado monetário é um dos mercados que faz parte do
através de uma corretora de valores. mercado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Logo,
é regulamentado e supervisionado pelo CMN e Banco Central do
Bolsas de mercadorias e de futuros Brasil.
Bolsa em que eram negociados contratos futuros de commodi- O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de tí-
ties; como soja, milho, água, energia, ouro, gás natural. tulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), de
Em 2008, a BM&F e a BOVESPA se unificaram, dando início a curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental com a
BM&F BOVESPA. Em 2017, ocorreu outra fusão, dessa vez com a liquidez monetária, que por sua vez influencia toda economia, atra-
CETIP, dando origem a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão; que é agora a única vés da inflação e a taxa de juros. É por meio dos títulos públicos que
Bolsa de Valores do Brasil. o Banco Central atua neste mercado visando atingir os objetivos do
governo quanto à inflação e a taxa de juros, visto que ao comprar
Sistema especial de liquidação e custódia (SELIC) títulos públicos, ele aumenta a oferta de moeda no sistema, geran-
Conhecida como a Taxa Básica de Juros, é um indicador que do uma baixa na taxa de juros e uma alta na inflação e, ao vender
serve de referência para diversas outras taxas. títulos públicos, ele diminui a oferta de moeda no sistema, gerando
A SELIC é de responsabilidade do Comitê de Política Monetária uma alta na taxa de juros e uma baixa na inflação.
(COPOM), que organiza reuniões a cada 45 dias para definir qual
será a meta para a taxa. Após cada reunião, o COPOM disponibiliza
uma ata com seu parecer e o resultado da taxa SELIC que pode ser
de aumento, redução ou mesmo manutenção da taxa (quando per-
manece inalterada).

4
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Mercado de Crédito Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta de
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agentes dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Conselho
econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes eco- monetário Nacional (CMN).
nômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições financei- Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política monetária
ras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. atua utilizando as seguintes ferramentas:
As principais operações são: • Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada ban-
• Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consignado, co deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo com
cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc. grande movimento de saque por parte dos clientes, este valor é
• Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, financia- uma espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual de de-
mento de máquinas e equipamentos, financiamento de projetos, pósito compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo quer que
etc. os bancos emprestem mais recursos, esse valor é reduzido; para o
caso de menos dinheiro circulando, há um aumento desse percen-
Essas relações tem algumas características que precisam ser tual.
definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fiscaliza- • Compra e venda de títulos públicos – Quando o governo
ções do mercado financeiro para que possam ser realizadas, como tem a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títulos pú-
os períodos que podem ser de curto, médio ou longo prazo; valor, blicos ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o valor arreca-
forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e destinação
dado em caixa. No caso contrário, o governo recompra esses títulos
dos recursos.
públicos e permite uma oferta maior de crédito. É uma operação
realizada pelo Banco Central, mantendo o equilíbrio de moeda na
Mercado de Capitais
economia.
É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas
vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diversos e • Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo emprésti-
buscam os investidores, que são as pessoas com recursos e interes- mo de dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final
se disponíveis. do dia, o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco
Sua principal função é possibilitar aos investidores boas opor- Central. Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expediente
tunidades de investimento através de empresas que estão dispos- os bancos emprestaram mais ou menos recursos; pois quando está
tas a aceitar novos sócios. baixa é mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central para su-
No mercado de capitais a empresa assume o compromisso de prir o depósito compulsório.
retorno com o investidor, através da emissão de títulos e ações, dis- O governo pode também, através da política monetária, atuar
ponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de capitais sur- de forma expansionista, deixando mais dinheiro na economia. Para
giu para aproximar aqueles investidores que gostariam de investir isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar títulos públi-
em empresas e de empresas que precisam de recursos para proje- cos e diminuir a taxa de redesconto.
tos de investimento. Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e atuar
de forma expansionista, faz o processo inverso, aumentando o valor
Mercado Cambial do depósito compulsório, vendendo títulos e elevando a taxa de
É um dos principais mercados existentes dentro mercado finan- redesconto.
ceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo norma-
tizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central. Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing)
É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias não
diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de estimu-
na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga- lar a economia. Utilizados quando a economia está em crise, com
mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc. inflação muito baixa, taxas de juros também muito baixas; em que
Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du- o Banco Central já praticamente esgotou todas as formas conven-
rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade cionais da política monetária.
de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen- Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do gover-
do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
no ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de juros e
importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns especialistas
transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
consideram essas ações como políticas artificias de criação de moe-
bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
da, pois o dinheiro é circulado apenas de forma eletrônica.
comércio, turismo e investimentos internacionais.
Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por cré-
dito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter dinheiro
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONE- em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Central estimule a
TÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃOCONVENCIONAIS economia utilizando opções não convencionais.
(QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo,
COMPROMISSADAS; O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a moeda
REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BAN- perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda da taxa
CO CENTRAL DO BRASIL de juros mais longas, proporcionando maior oferta de crédito.

Políticas monetárias convencionais


Política monetária convencional é um dos instrumentos para
manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de política
monetária é utilizado quando apenas os instrumentos básicos são
capazes de equilibrar o mercado.

5
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa SELIC Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferramenta
A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal ins- de controle de liquidez as operações compromissadas, porém esta
trumento de política monetária aplicado pelo Banco Central do faz a dívida pública aumentar, pois é incluída diretamente em seu
Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições financeiras. total.
Quando um banco está precisando de dinheiro para fechar a conta
do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro banco, dando
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIO-
como garantia títulos emitidos pelo Governo. A taxa Selic é a refe-
NAL E DÍVIDA PÚBLICA
rência para as demais taxas de juros da economia, ou seja, é a base
para definir o custo do crédito no Brasil.
Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SELIC Orçamento Público
de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse dinheiro Orçamento público é m planejamento público financeiro que
para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais seus custos. detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do gover-
Por isso que as taxas de juros cobradas nos empréstimos, financia- no para manter os serviços públicos funcionando em equilíbrio com
mentos, cheque especial, ou no cartão de crédito são maiores que as contas públicas.
a SELIC; pois as instituições incluem no valor principal custos opera- Existem três instrumentos importantes que devem ser conside-
cionais; o risco de inadimplência, a taxa de impostos e o seu lucro. rados no momento da definição desse orçamento nas esferas muni-
cipal, estadual e federal:
Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen-
• Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e
tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos empréstimos e
objetivos de médio prazo para o governo. Considerado um planeja-
financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo e favore-
mento estratégico de grandes investimentos. Contém a realização
ce a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as outras taxas
de obras grandiosas, como a manutenção ou construção de rodo-
de juros tendem a cair também, estimulando o consumo. Quem vias, hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é elaborado e
decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política Monetária). O discutido a cada quatro anos.
COPOM é formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Cen- • Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e dis-
tral. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada 45 dias, na sede do cutida anualmente para definir as prioridades de curto prazo do
Banco Central em Brasília. Nessa reunião é definido se a Taxa SELIC governo, além de orientar a maneira que serão executadas no ano
aumenta, diminui ou se mantém. A taxa SELIC é uma meta defini- seguinte, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o quanto o go-
da pelo COPOM, portanto ela não é cumprida por força de norma, verno deve poupar para pagar a própria dívida, investimentos em
e sim da compra e venda de títulos públicos do Governo Federal, agências de fomento etc. O Presidente da República tem até a data
uma operação que busca aproximar a taxa real da meta definida de 15 de abril para enviar esse documento para a Comissão Mista de
pelo COPOM. E esses títulos são negociados em um sistema admi- Orçamento, que é formada com o intuito de analisar essa proposta,
nistrado pelo próprio Banco Central, chamado Sistema Especial de seguindo para a votação no Congresso. Essa votação deve ocorrer
Liquidação e Custódia, por isso, o nome da Taxa Selic. até a data de 07 de julho; prazos definidos pela Constituição.
• Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresen-
Operações Compromissadas tado e discutido sempre no final do ano, com base nos objetivos
Trata-se de uma operação de compra e venda através de ban- do PPA e nas prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas e
co ou outra instituição financeira, que é feita com o compromisso despesas. O Presidente da República tem até o dia 3 de agosto para
de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos financeiros, encaminhar esse documento à Comissão Mista de Orçamento, se-
como títulos públicos, por exemplo. guindo depois para o plenário do Congresso, onde será votado até
Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tí- o dia 22 de dezembro.
tulo, enquanto o comprador compromete-se a vender esse título Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento pú-
com a mesma instituição da primeira operação, em data menciona- blico deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e LOA, de
das pelas partes em contrato. forma organizada e planejada.
As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chamada
“ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda chama- Títulos do Tesouro Nacional
O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em parce-
da “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No momento
ria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão empres-
da negociação, deverão constar em contrato, algumas informações,
tados para o governo federal aumentar investimentos em saúde,
como a data da recompra e o valor, que geralmente é o mesmo.
educação, segurança etc. Em troca, o investidor recebe será remu-
Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa física
nerado, através do principal mais juros.
ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições autorizadas São investimentos considerados com o menor risco do merca-
para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas na Re- do, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A rentabili-
solução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário Nacional. dade varia conforme o título escolhido e se a remuneração é pré ou
pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais ou acumula-
O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comer- dos no vencimento.
ciais do Banco Central do Brasil Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos-
Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020, suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer con-
autorizando o Banco Central a receber das instituições financeiras forme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títulos é ga-
depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora para rantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor pelo qual o
sanção do Presidente. título está sendo negociado na data; valor este que não é fixo.
O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um instru- Como os demais investimentos, existem as taxas de administra-
mento para controlar a quantidade de moeda que circula na econo- ção da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, além de IR e
mia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública. IOF. Antes de investir é importante observar qual o título que possui
as melhores condições conforme o objetivo do investidor.

6
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os títulos do Tesouro Nacional são: As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilida-
• Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Tí- de na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem
tulo prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe exata- trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns
mente quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por unidade instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas
de título). Atualmente sua rentabilidade anual é de 8,14%, com in- vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser
vestimento mínimo de R$ 31,63. necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte,
• Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Título o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte.
pós-fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha a va- Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in-
riação da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é de 3,74% termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e
e seu investimento mínimo é de R$ 59,02. adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter
• Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título serviços antifraudes.
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia Existem também as empresas conhecidas como gateways,
(taxa Selic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua rentabi- que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as
lidade aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade diminui. “maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de
Rentabilidade atual de 0,2323%, com investimento mínimo de R$ e-commerce.
108,12.
Bandeiras de cartão
Dívida Pública Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as
É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter di- bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões
nheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado financeiro serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabeleci-
e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o governo se com- mentos.
promete em receber o título e devolver o valor pago, acrescido de Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a
juros, na data de seu vencimento. Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil.
O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui- Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação
tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente para entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momen-
cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos a popu- to em que ocorre a compra para a conclusão da transação.
lação, compra de bens e serviços e com o pagamento de seus ser- A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, se-
vidores. guros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a
modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos.
PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de
CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMI- câmbio
DOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO,
PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGU- Depósitos à vista
ROS Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a
entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guar-
Cartões de crédito e débito dados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em
Cartões de crédito que o cliente necessitar.
Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter di- Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos,
nheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata.
uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consu-
mo, ou em várias parcelas. Depósitos a prazo
É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou ins- Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de ven-
tituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias cimento para resgatá-lo, conforme contrato.
após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior. Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito
Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo.
multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remu-
que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo. neração de juros.
CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer
Cartões de débito momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetí-
Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o des- veis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garanti-
conto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou dor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro
cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista, por CPF ou CNPJ).
pois utiliza o dinheiro que já disponível. RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan-
ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma
Rede de aceitação (adquirências) instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital in-
As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a vestido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas
Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação.
da bandeira do cartão. Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas con-
Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse dições do CDB.
do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação.

7
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Letras de câmbio LC’s) Arrecadação de tributos e tarifas públicas
São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja em- Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoria-
prestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas. mente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento.
Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da apli- São serviços prestados através de convênios específicos de arreca-
cação inicial. dação e repasse.
Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial
vencimento do título. conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar paga-
Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra meta- mento dos contribuintes.
de na pós fixada. Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público
São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no (união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica
valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00. (impostos, taxas e contribuições).
Sofrem incidência de IOF e também de IR. Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por conces-
sionárias (água, luz, telefone e gás).
Cobrança e pagamento de títulos e carnês
A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar Home/office banking e remote banking
e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os
instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas. clientes realizem operações bancárias fora das agências, através
dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sis-
Boleto tema favorece também a redução de custos e expansão de serviços
Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popu- para as instituições financeiras.
lar, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha
para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém, acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir
seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos custos de operação e geração de eficiência na relação entre ban-
sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em esta- co e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicati-
belecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor vos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e
estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a WhatsApp.
facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc.
Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a Corporate finance
cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente. É a prestação de serviços de instituições financeiras de inves-
timento, para grandes empresas em negociações de aquisições, ci-
Carnê sões, fusões, incorporações, etc.
Também um título de cobrança, representa a união de vários Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam
boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation),
relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação.
de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a fi- Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em-
nalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos
de compra. para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a
operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato.
Transferência automática de fundos
Prestação de serviços em que a instituição financeira movimen- Fundos mútuos de investimento
ta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fun- São fundos de investimentos gerenciados por profissionais es-
dos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movi- pecialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de
mentar suas contas. um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e
É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação)
ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois em partes iguais para todos.
dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de va- Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e
lores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados
para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão
possíveis valores que não estejam disponíveis. na rentabilidade dos fundos
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá-
Commercial papers vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos.
São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras
da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de Hotmoney
captar recursos no mercado interno para financiar suas necessida- São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti-
des de fluxo de caixa. nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse
Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360. sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez
Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros
até 360. são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos.
É uma operação considerada alternativa para empréstimos As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço
bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros através de instituição financeira e celebração de contrato.
devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra-
pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Contas garantidas Compror finance: É a operação de financiamento em que a ins-
É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utili- tituição financeira intermedia através de convênio uma negociação
zação no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como al- de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empre-
gum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a sa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de
realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira.
estabelecido é disponibilizado. Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga-
Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito mento acontecerá em data futura, acordado em contrato.
mais elevado devido as garantias.
Leasing (tipos, funcionamento, bens)
Crédito rotativo Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis-
Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de car- tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas
tões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de como jurídicas.
duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recur- O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário
so. de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa
O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem ne-
o pagamento com juros. cessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso
Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com do arrendador (empresa).
pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento reali- Existem três tipos de leasing:
zado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifes-
crédito rotativo. ta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já
terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem,
Descontos de títulos este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aqui-
Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de re- sição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor
cebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual
como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.). Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o pra-
Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de zo do contrato será de dois anos. Já os bens com vida útil superior a
taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos.
nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá-
IOF; e outros encargos bancários contratuais. rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em
É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físi- adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o
cas também tem acesso. bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe
o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultra-
Financiamento de capital de giro passar 75% da vida útil do bem.
O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas for- c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário ven-
mas: de o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por
a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto meio de aluguel, formalizado em contrato.
exclusivo.
b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imó-
estoque. veis.

A movimentação dos recursos ocorre através de transferência Financiamento de capital fixo


para a conta do tomador. As instituições financeiras não tem muita opção para crédito
O limite de financiamento é determinado pela análise de crédi- quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita
to do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos po- de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos,
dem variar conforme a necessidade da empresa. quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos
Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para finan- e pelo período de amortização muito longo.
ciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Po- Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam
rém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das em-
mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada presas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc.
ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF. Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu- facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As modalidades de crédito são:
Vendor Finance e Compror Finance Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e
Vendor finance: É a operação de financiamento em que a ins- financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e ser-
tituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de viços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações men-
compra de venda entre duas empresas. sais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito.
A negociação é formalizada em contrato com a empresa ven- CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empre-
dedora, mencionando que o banco financiará recursos para a com- sas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o paga-
pradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante des- mento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores;
conto. pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu intervenien-
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco, te.
por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição
crédito não precisa ser correntista. se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito.

9
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes espe- Financiamento à importação e à exportação: repasses de re-
ciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com cursos do BNDES
taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e Importação
acordadas em contratos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-
DES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvol-
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu- vimento do mundo.
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. Por se tratar de um banco público e instrumento principal da
União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de
Crédito direto ao consumidor conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos
Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pesso- setores socioambiental e econômico do Brasil.
al; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição Assim, antes de conceder financiamentos para a importação
bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido
juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor não possui semelhança ou equivalência a outro produzido interna-
é descontado diretamente da conta corrente. mente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para
a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos eco-
Crédito rural nômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação.
Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de pro- Conforme o BNDES:
dutores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são “O apoio à importação de bens ficará condicionado à compro-
disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais vação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa
por terem taxas de juros abaixo do mercado. comprovação, um dos seguintes documentos:
Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incenti- a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a
vando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as ati- lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando
vidades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data
métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra da aprovação e da contratação da operação;
para agricultura familiar e aquisição de equipamentos. b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exte-
Financia as atividades de custeio, investimento e beneficia- rior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado,
mento ou industrialização. Serve também para o custeio de despe- atestando a inexistência de similar nacional;
sas de produção, investimento na produção e custeio das despesas c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito
pós produção. nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de
Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obe- Comércio Exterior, de inexistência
decidas algumas exigências: de produção ou similar nacional.
• Idoneidade Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, In-
• Orçamento do Projeto e viabilidade econômica tervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será
• Acompanhamento do cronograma indicado no projeto solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de
• Fiscalização do financiador reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente
• Cumprimento das regras de zoneamento. contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de
entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, con-
Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive sumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desem-
para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a ativi- penho específicos do caso;
dades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc. d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante
São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca, o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U.,
etc. e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida
A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965. pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior –
O pagamento será realizado conforme seu valor original e po- SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previs-
derá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme con- tos na Lei 8.010, de 1990.
trato.
Observações
Cadernetas de poupança Os critérios mencionados serão observados, no que couber,
A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e para o financiamento de serviços importados.
liquidez imediata. No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES:
Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remunera- I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas
ção só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias. partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tec-
Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sem- nológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de
pre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior produção ou similar nacional;
ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta. II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos docu-
A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do mentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência
país. de similar nacional;
Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri- O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter com-
butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das plementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de
cadernetas de poupança. produção ou similar nacional”.

10
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Exportação Buyer credit
O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque, Financiamento à exportação mediante celebração de contrato
com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já com o importador, com interveniência do exportador. Operações
está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade mais complexas e que envolvem diretamente o importador es-
das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos trangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja
na economia interna. como funciona:
De acordo com o BNDES: • O BNDES concede ao importador financiamento mediante a
“Pré-embarque – financiamento à produção para exportação celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e
O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguin- o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência
tes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BN- do exportador.
DES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aero- • O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais,
naves e BNDES Exim Automático. no Brasil.
No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a • O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo defi-
comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BN- nido.
DES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e
serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de documentos relativos à operação.
recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa
a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exte- Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit
rior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro 1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importa-
é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras dor, para entrega futura de bens/serviços.
atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES. 2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com
O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de
de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit, acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a
além da linha BNDES Exim Automático. operação, que é formalizada por meio de um contrato de financia-
mento com o Importador/devedor, com interveniência do Expor-
Supplier credit tador.
Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títu- 3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao
los. Veja como funciona: Importador.
• O exportador concede ao importador financiamento por 4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exporta-
meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias. ção e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento
Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador para o Banco Mandatário.
ao BNDES. 5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o
• O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos pedido de liberação de recursos.
instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exporta- 6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
dor, à vista, em reais, no Brasil. dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
• O importador pagará ao BNDES no prazo definido. 7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e portador.
documentos relativos à operação. 8. Após o término da carência de principal do financiamento, o
Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquida-
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Cre- ção financeira do contrato.
dit
1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su- BNDES Exim Automático
pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação na-
serviços para o Importador. cional mediante a abertura de linha de crédito a instituições finan-
2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos ceiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do
em favor do Exportador. BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu
3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exporta-
cartas de crédito em favor do BNDES. dor, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no
4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação com- Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da
probatória da exportação e o pedido de liberação de recursos. operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES.
5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático
6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex- 1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im-
portador. portador, para entrega futura de bens.
7. Após o término da carência de principal do financiamento, o 2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador.
Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Manda- 3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financia-
tário, até a total liquidação financeira do contrato. mento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES
8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e ho-
BNDES, até a total liquidação do financiamento. mologa a operação.
4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia docu-
mentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário,
que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de
recursos.

11
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é clas-
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. sificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um
6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Ex- plano de previdência complementar.
portador. No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo com-
7. Após o término da carência de principal do financiamento, pleto de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as
o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12%
liquidação do financiamento”. de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a pla-
nos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual
Cartões de crédito do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos
Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo- consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de
mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12%
da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda
posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é desejam contratar um plano de acumulação para complementação
necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição. de renda”.
No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias
através da instituição financeira ou da administradora de cartões. Planos de seguros
Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do Seguro é toda situação em que o segurador tem é obrigado
vencimento, há incidência de juros conforme contrato. a indenizar o segurado na ocorrência de um sinistro, em troca do
prêmio de seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões,
Títulos de capitalização por isso existem os planos de seguro.
Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Se-
Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em guros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído
contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superin-
guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios. tendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por
O capital é separado em três partes: sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corre-
1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo. tores habilitados.
2ª. Destinada para custear os sorteios. Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas pri-
3ª. Reservada para custear as despesas administrativas. vadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro.
Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encon- Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme
trado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são: suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano atra-
• Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em sé- vés de um contrato chamado apólice.
ries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000 A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações
unidades. para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informa-
• Forma de pagamento – mensal, periódico ou único. ções sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem
a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos
Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da
com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios, indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como
porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso
inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a par- não haja sinistros.
tir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros
mensal aplicada a caderneta de poupança.
Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, po-
derá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS
valor será menor do que o valor total pago até o momento.
É o ambiente onde são negociados os títulos que representam
Planos de aposentadoria e pensão privados. o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (debêntures).
Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro, Neste local se encontram empresas e investidores (pessoas físicas e
uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remune- jurídicas). As empresas estão em busca de alavancar seu capital de
rado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do pla- giro ou fixo através da emissão de títulos. São operações geralmen-
no. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos. te de longo prazo, sem a intermediação de instituições financeiras,
A Previdência privada foi criada com o objetivo de complemen- porém, as instituições responsáveis pela negociação entre empre-
tar a previdência social, porém, também, como um seguro para os sas e investidores devem estar autorizadas a operar no Sistema Fi-
trabalhadores que não contribuem para o INSS. nanceiro Nacional.
Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi-
tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os ren- tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais
dimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no rece- (preferência na distribuição de resultados).
bimento da renda. O mercado de capitais é constituído por:
Conforme a SUSEP: • Bolsa de Valores – Local onde as companhias são listadas.
“VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gera- • Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bolsas e
dor de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro investidores.
de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamen- • Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das
te) que, após um período de acumulação de recursos (período de empresas.
diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e partici- • CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador
pantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período desse mercado.

12
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O mercado de capitais está dividido em outros dois mercados: Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produtos
 Mercado primário –Quando uma empresa lança pela pri- e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma possível
meira vez um título. redução da oferta de produtos no mercado interno. A inflação ten-
 Mercado secundário – Quando um título já está em poder de a se elevar e as demandas internacionais por bens e serviços
de um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido a ne- aumentam.
cessidade de liquidez. Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as impor-
tações de produtos e insumos importados mais baratos. Ocorre au-
 mento da competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros.
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES A tendência da inflação é diminuir demandas internacionais por
AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS bens e serviços.

Instituições Autorizadas a operar Remessas


As instituições que operam neste mercado são os bancos múlti- Representam uma forma segura do envio de dinheiro para fora
plos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimen- do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre contas.
to, bancos de câmbio (realizam todas as operações previstas para o Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras específicas, por
mercado de câmbio). exemplo, na compra é necessário a comprovação de uma fatura pró
Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as so- forma, documento que registra e formaliza a intenção da compra e
ciedades de crédito, financiamento e investimento; podem execu- venda; com o objetivo de rastrear a origem das transações, evitan-
tar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN. do fraudes e evasão de divisas de um país para outro.
As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, socie- Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os go-
dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades vernos dos países envolvidos na transação e identificar origem da
de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes para liqui- saída e destino desse envio.
dação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras nacionalidades e É preciso contar com uma instituição financeira para interme-
operações no mercado interbancário, arbitragens no país e através diar esse processo.
de banco autorizado a operar no mercado de câmbio e arbitragem O motivo do envio também deve ser explicado, para que se
com o exterior. adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil.
A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e tam-
Operações Básicas bém outros impostos sobre o valor, dependendo do enquadramen-
Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em to do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são: pagamento de
moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro ex- cursos, manutenção de residências e compra de imóveis no exterior.
terno, transferências. Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição que
Todas as operações de câmbio são formalizadas e registradas viabiliza a transação; o valor muda de instituição para instituição.
no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de Opera-
ções de Câmbio. SISCOMEX
Programa integrado de comércio exterior que possibilita as
Características de Contratos de Câmbio operações de compra e venda no mercado internacional.
Operações que envolvem a movimentação de valores para o Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exportação no
exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, regulamen- ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de importação.
tado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de 16/12/2013. Nesse Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope-
contrato, devem constar as partes interessadas, ou seja, a institui- racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessário o
ção que está autorizada a operar o câmbio, a parte que está no Bra- cadastro da empresa na Receita Federal, para os processamentos
sil e a parte que se encontra no exterior. de registros na importação e exportação.
É necessário, discriminar no documento; o custo da operação, Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de comér-
a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o intermedi- cio exterior, agilizando as operações de embarque de mercadoria,
ário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corretagem. diminuindo o período de liberação dos importados, dispondo de
controle automático, gerando dados confiáveis, inibindo possíveis
Taxas de Câmbio fraudes, ampliando atendimentos, motivando a entrada de novas
Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan- empresas do comércio exterior.
tificar como o montante de Real necessário para trocar por dólar,
euro, etc.
A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a
oferta pelas demais moedas em relação ao Real. REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E
Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e ven- REGIMES INTERMEDIÁRIOS
dem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores em
dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no Bra- Regimes de taxas de câmbio fixas
sil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os importadores Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa entre
compram mercadorias no exterior e trazem para o país, vendem sua moeda e a moeda estrangeira.
e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangeiros querem
levar dólares para o exterior. Temos assim, a relação de oferta e de- Regime de câmbio flutuante
manda, com exportadores ofertando dólares e precisando de reais Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição
e importadores oferecendo reais e precisando de dólares. Assim de- ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico.
manda e oferta se igualam, criando um equilíbrio, a chamada taxa
de câmbio.

13
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Regimes intermediários Atualmente a diferença entre os juros internos e externos ain-
Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central tem da é importante para o equilíbrio da economia e para o câmbio,
interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou muito dó- pois quando os juros internos estão baixos, os capitais buscam in-
lar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o Banco Cen- vestimentos fora do país, e quando os juros internos estão altos,
tral faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da economia, capitais nacionais permanecem e entram recursos estrangeiros bus-
mantendo seu preço. A situação contrária também ocorre, quando cando rendimentos.
saem muitos dólares da economia, fazendo com que o preço fique
muito elevado, o Banco Central normalmente vende a quantidade Prêmio de risco
dessa moeda que tem em caixa, para segurar seu preço. É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de um
Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar den- investimento. Pode ser considerado como a diferença entre o re-
tro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi adotado torno de um investimento com risco comparado a um investimento
durante um período no Plano Real. sem risco.
Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a pri-
meira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, pode
dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio de risco é
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS representado através dos 5% de expectativa de retorno, em função
do risco que se corre, por não haver garantias desse recebimento.

Taxas de câmbio nominais Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio
Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câmbio. É As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis,
o valor da moeda em referência a outra. mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais investimen-
tos, mais recursos de diversas transações circularão na economia.
Taxas de câmbio reais Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estrangeiras permite
É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de inflação que o câmbio diminua e o real seja valorizado.
entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma correção No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atrati-
de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo. vos para atrair e manter internamente capital externo. Juros altos
são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvimento pro-
dutivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais especulativos.
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPOR- Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabilidade
TAÇÕES E IMPORTAÇÕES e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece elevada, cola-
borando para a desvalorização do real.
Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado, são
necessários muitos reais para comprar um dólar.
Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO
sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com- INTERBANCÁRIO
moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por
muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex- Operações no mercado interbancário
portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o As operações no mercado interbancário ou mercado secundá-
produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações rio, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negociações
serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares, são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados pelo Ban-
nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm- co Central.
bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada. Não há necessidade do registro de entrada e saída de moeda
O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As expor- estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições financeiras
tações serão desestimuladas e as importações estimuladas. apenas; excluindo assim, turismo e importações por exemplo.
Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais In-
ternacionais do Banco Central do Brasil:
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊ- − As operações no mercado interbancário podem ser cele-
MIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS bradas para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o cance-
SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO lamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipada delas.
− As operações de câmbio interbancárias a termo têm as
Diferencial de juros internos e externos seguintes características: a) a taxa de câmbio é livremente pactu-
Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio ada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da moeda
foi praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando a estrangeira para a data da liquidação da operação de câmbio; b)
diferença de juros interno e externo era uma variável fundamen- possuem código de natureza de operação específico;
tal para a política monetária interna. Os juros altos atraíam capitais c) são celebradas para liquidação em data futura, com entrega
estrangeiros e mantinham o câmbio fixo, suportando também a in- efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira, na data da
flação. liquidação das operações de câmbio;
Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os ju- d) não são admitidos adiantamentos das moedas.
ros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo controlar a − As operações no mercado interbancário são realizadas
inflação. com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de
compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado
pelo Banco Central do Brasil para liquidação de operações de câm-
bio.

14
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

Operações de tesouraria
A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas atividades.
Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos que controlam e reduzem riscos para os clientes, focando principalmente a exposi-
ção de moeda, taxa de juros etc.; sempre protegendo as finanças. Os produtos utilizados para maior proteção são swaps, hedge, termo de
moedas, opções, combinação de derivativos etc.

Varejo bancário
Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja, o público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com situa-
ções financeiras diversificadas. Oferece produtos, independente da necessidade do cliente, visando o lucro.
Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é geral, sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser atendidos
por quem estiver disponível.
Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de contas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.

Recuperação de crédito
É um processo realizado por empresas especializadas no recebimento de dívidas, que são contratadas por instituições financeiras.
Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela cobrança e rece-
bimento das contas atrasadas.
Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas, atra-
vés de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédito, a empresa responsável contata o cliente para negociar somente dívidas
negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o cliente tenha o nome
“limpo” com crédito recuperado.

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS

11. TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS

Taxa de juros de curto prazo


Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma taxa de juros de curto e longo prazo, para as instituições financeiras,
quanto menor o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo seu fator risco.
Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto prazo;
pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras distintas do que no longo prazo.
Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar resultados rápidos (quase que imediatos) na economia.
As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será o custo
desse dinheiro.

Curva de juros
A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para os
próximos anos.
Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam colocados
num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um empréstimo for solicitado para 2022.
Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos, então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões que
podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos.
As ações de abertura e fechamento da curva se devem exatamente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de aumen-
to e fechamento para casos de redução da taxa de juros.

Taxa de juros nominais e reais


Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes conhecer as duas situações, de devedor e de credor.

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
É a taxa que as instituições financeiras divulgam. É a taxa que considera o custo efetivo total (CET), incluindo
A taxa que considera apenas o custo básico do di- impostos, taxas, etc.
nheiro. A taxa de juros real é > que a taxa de juros nominal.
Credor Credor
É a taxa que se recebe ao aplicar o dinheiro em É a taxa de retorno real do dinheiro, já que a taxa de juros
determinado investimento. A taxa que considera menos os custos administrativos, inflação, impostos, etc.
apenas o retorno do dinheiro investido. Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real.

15
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Segue exemplo:

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
Empréstimo: 4,5% a.m. Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx. Adm. = 5 % a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real
Credor Credor
Fundo de R.F.: 1,7% a.m. Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm. = 1,1% a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patrimônio para garantir uma dívida.
Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as obrigações previstas no título.
Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação da dívida, caso o devedor não o faça.
Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Garantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor para que
haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veículos, joias) móvel
até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a posse do bem para seu dono.
Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à instituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de financia-
mento de veículos e imóveis. A informação de que o comparador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente pertence a instituição
que concedeu o crédito até seu pagamento total.
Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamento,
o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucrativos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investidor em
eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos. Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$ 250.000,00, como
depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio, Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem emissão de CDB e RDB,
etc.

Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 milhão:


“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor detenha
valor garantido pelo FGC.
Permanece inalterado o limite de R​ $ 250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado financeiro.
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4
anos”.

COMO ERA COMO FICOU


Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e con-
glomerado financeiro, em depósitos cobertos pelo
Limite permanece inalterado.
Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por insti-
tuições associadas à entidade.
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por
CNPJ, a cada período de 4 anos, para a
CPF ou CNPJ em qualquer período.
garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes pas-
Investidores não-residentes não contavam com
sam a contar com a garantia, para in-
a garantia do FGC.
vestimentos elegíveis.

Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia

16
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETA-


PAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM
A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES
em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008,
para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
satisfação para os clientes e também a redução de reclamações nos
órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais. Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de
Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu siste- bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema
ma de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem de financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho
Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabilidade de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras pro-
Socioambiental. vidências.
A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a partir
de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e refinanciamen- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
tos com agregação de margem, serão consultados no sistema do Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) após a averbação
do contrato. Realizada a consulta, o sistema retorna ao banco com
CAPÍTULO I
a informação se a comissão sobre a operação pode ou não ser paga.
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS,
A finalidade principal da Autorregulação é promover a padro-
DIREITOS E VALORES
nização nas ações de todas as instituições financeiras participantes.

Referências Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização,


disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxa- valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração pe-
selic, acesso em 25-06-2021. nal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/186/ I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
noticia, acesso em 25-06-2021. II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/estabilidade- III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
financeira/cambiocapitais/normas_cambio/rmcci/RMCCI-1-04.pdf, IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
acesso em 25-06-2021. V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.br/ VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
pagina/43/23/pt-br/consignado-apresentacao, acesso em 26-06- VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
2021. VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.br/ Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação
pagina/52/34/pt-br/apresentacao-portabilidade-credito, acesso dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
em 26-06-2021. § 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimu-
Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.br/ lar a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de in-
paginas/16/pt-br/normativos#, acesso em 26-06-2021. fração penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/ I - os converte em ativos lícitos;
706698-camara-vai-analisar-permissao-para-banco-central-rece- II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em ga-
ber-por-depositos-voluntarios, acesso em 25-06-2021. rantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/Menu_In- III - importa ou exporta bens com valores não correspon-
vestidor/Old/Valores_Mobiliarios/Titulos_publicos.html, acesso dentes aos verdadeiros.
em 27-06-2021.
§ 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada
Disponível em: https://www.tesourodireto.com.br/titulos/ti-
pela Lei nº 12.683, de 2012)
pos-de-tesouro.htm, acesso em 27-06-2021.
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, di-
reitos ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada
pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhe-
cimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do
art. 14 do Código Penal.
§ 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os cri-
mes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou
por intermédio de organização criminosa. (Redação dada pela
Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser
cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao
juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe cola-
borar espontaneamente com as autoridades, prestando esclare-
cimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à iden-

17
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou
dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada valores, sem prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela
pela Lei nº 12.683, de 2012) Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, ad- § 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre
mite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agen- bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente
tes.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para
pagamento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação
CAPÍTULO II dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de va-
lor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte
Lei: interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento co- apartado e cujos autos terão tramitação em separado em rela-
mum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz ção ao processo principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
singular; § 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- de todos os demais bens, com a descrição e a especificação de
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão se encontram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
sobre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela § 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
Lei nº 12.683, de 2012) apartados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº
III - são da competência da Justiça Federal: 12.683, de 2012)
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem § 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências so-
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou bre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor
interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou em- atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou
pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a
presas públicas;
75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei
b) quando a infração penal antecedente for de competência
nº 12.683, de 2012)
da Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada
§ 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da
em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte discipli-
existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os
na:(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de
I - nos processos de competência da Justiça Federal e da
pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antece-
Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
dente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Fede-
§ 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica
ral ou em instituição financeira pública, mediante documento
o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não 2012)
comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, pros- b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Fe-
seguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor deral ou por outra instituição financeira pública para a Conta
dativo.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer
Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída
Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi- pela Lei nº 12.683, de 2012)
co ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou
Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indí- por instituição financeira pública serão debitados à Conta Única
cios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas as- do Tesouro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela
securatórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acu- Lei nº 12.683, de 2012)
sado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam II - nos processos de competência da Justiça dos Estados:
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou das infrações penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira
12.683, de 2012) designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou,
§ 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação na sua ausência, em instituição financeira pública da União;(In-
do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificul- b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
dade para sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº
de 2012) 12.683, de 2012)
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, § 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do de-
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, pósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores neces- penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
sários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de I - em caso de sentença condenatória, nos processos de
prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal,
penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683,
que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a de 2012)

18
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibili- Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens
dade, colocado à disposição do réu pela instituição financeira, sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimen-
acrescido da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº to do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.
12.683, de 2012) (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6oA instituição financeira depositária manterá contro-
le dos valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO III
12.683, de 2012) DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
§ 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os
tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Código Penal:
Federação, venham a desonerar bens sob constrição judicial da- I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
queles ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e
§ 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos cri-
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. mes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
§ 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos -fé;(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previs- II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
to neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de ad-
§ 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal ministração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no
condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade apli-
União ou do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) cada.
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e § 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
da fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e va-
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e da- lores cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos
queles aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela processos de competência da Justiça Federal, a sua utilização
Lei nº 12.683, de 2012) pelos órgãos federais encarregados da prevenção, do combate,
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noven- da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
ta) dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a
ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído preferência dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela
pela Lei nº 12.683, de 2012) Lei nº 12.683, de 2012)
§ 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste § 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja
artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o perda em favor da União ou do Estado for decretada serão inu-
saldo na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº tilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública,
12.683, de 2012) se houver interesse na sua conservação. (Incluído pela Lei nº
§ 12.O juiz determinará ao registro público competente que 12.683, de 2012)
emita documento de habilitação à circulação e utilização dos
bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se re- CAPÍTULO IV
fere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES
§ 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de PRATICADOS NO ESTRANGEIRO
bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de
drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tra-
nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina de- tado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade
finida em lei específica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, di-
Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas as- reitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o pratica-
securatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas dos no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente
imediata puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei de tratado ou convenção internacional, quando o governo do
nº 12.683, de 2012) país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, § 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos
ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por soli-
qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores citação de autoridade estrangeira competente ou os recursos
sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de compro- provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado
misso.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o di-
Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos reito do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei
bens:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) nº 12.683, de 2012)
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;
II - prestará, por determinação judicial, informações peri-
ódicas da situação dos bens sob sua administração, bem como
explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvesti-
mentos realizados.

19
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO V a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comer-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) ciais ou industriais ou participações societárias de qualquer na-
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE tureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos;
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupan-
as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanen- ça, investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº
te ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumula- 12.683, de 2012)
tivamente ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qual-
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos finan- quer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas aná-
ceiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; logas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela
ativo financeiro ou instrumento cambial; Lei nº 12.683, de 2012)
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negocia- f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos re-
ção, intermediação ou administração de títulos ou valores mo- lacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais;
biliários. (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação
e os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposi-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ções ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Inclu-
de previdência complementar ou de capitalização; ído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua
para aquisição de bens ou serviços; comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de car- XVIII - as dependências no exterior das entidades menciona-
tão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalen- das neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente
te, que permita a transferência de fundos; a residentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em-
presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples CAPÍTULO VI
de Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
de 2019) E MANUTENÇÃO DE REGISTROS
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou
quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ain- Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
da, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualiza-
método assemelhado; do, nos termos de instruções emanadas das autoridades com-
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que petentes;
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, II - manterão registro de toda transação em moeda nacional
ainda que de forma eventual; ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito,
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinhei-
autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de ro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e
câmbio, de capitais e de seguros; nos termos de instruções por esta expedidas;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles in-
que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, ternos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que
comissionárias ou por qualquer forma representem interesses lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na
de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referi- forma disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada
das neste artigo; pela Lei nº 12.683, de 2012)
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e con-
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, dições por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de
pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. 2012)
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf
de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, ca-
exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos bendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações
em espécie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) prestadas. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídi-
pela Lei nº 12.683, de 2012) ca, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abran-
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que ger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, seus proprietários.
auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer nature-
za, em operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

20
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste I - advertência;
artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada
cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão pela Lei nº 12.683, de 2012)
da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autori- a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº
dade competente. 12.683, de 2012)
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efe- b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
tuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes seria obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, ope- 12.683, de 2012)
rações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (In-
em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
competente. III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos,
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for- para o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas
mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
referidas no art. 9º;
financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício
nº 10.701, de 2003)
de atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela
Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO VII
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade
no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: art. 10.
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos ter- § 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
mos de instruções emanadas das autoridades competentes, pos- no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683,
sam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta de 2012)
Lei, ou com eles relacionar-se; I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertên-
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência cia, no prazo assinalado pela autoridade competente;
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re-
informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
realização: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisi-
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, ção formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do men- pela Lei nº 12.683, de 2012)
cionado artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comu-
b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela nicação a que se refere o art. 11.
Lei nº 12.683, de 2012) § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obri-
da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, for- gações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência es-
ma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de pro- pecífica, devidamente caracterizada em transgressões anterior-
postas, transações ou operações passíveis de serem comunica- mente punidas com multa.
das nos termos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas reincidência específica de infrações anteriormente punidas com
no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.
por suas características, no que se refere às partes envolvidas, Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela
falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a
CAPÍTULO IX
hipótese nele prevista.
DO CONSELHO DE CONTROLE
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou adminis-
trativa.
§ 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia,
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a
pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
9o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilí-
Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em citas previstas nesta Lei, sem prejuízo das competências de ou-
espécie deverão ser previamente comunicados à instituição fi- tros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória
nanceira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo nº 886, de 2019)
Banco Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio
CAPÍTULO VIII fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competin-
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA do-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a
aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos ad- § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos
ministradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações
obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumula- rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de
tivamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes bens, direitos e valores.
sanções:

21
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração de 8 de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de de 2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei março de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entor-
nº 10.701, de 2003) pecentes e Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes nº 154, de 26 de junho de 1991, na Convenção das Nações Uni-
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir das contra o Crime Organizado Transnacional, promulgada pelo
pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indí- Decreto nº 5.015, de 12 de março de 2004, na Convenção Inte-
cios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. ramericana contra o Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº
Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) 5.639, de 26 de dezembro de 2005, na Convenção Internacional
Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) para Supressão do Financiamento do Terrorismo, promulgada
pelo Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005, e na Con-
CAPÍTULO X venção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, resolve:
DISPOSIÇÕES GERAIS
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) CAPÍTULO I
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro- Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimen-
cesso Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (In- tos e os controles internos a serem adotados pelas instituições
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à
Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos
acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independen- que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financia-
temente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, mento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março
pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos de 2016.
provedores de internet e pelas administradoras de cartão de Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes refe-
crédito. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) ridos no caput serão denominados genericamente “lavagem de
Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financei- dinheiro” e “financiamento do terrorismo”.
ras e tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou
transferência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, CAPÍTULO II
em meio informático, e apresentados em arquivos que possibi- DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E
litem a migração de informações para os autos do processo sem AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
redigitação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos mentar e manter política formulada com base em princípios e
previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas
fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
2012) Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser
Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conser- compatível com os perfis de risco:
vará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 I - dos clientes;
(cinco) anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao II - da instituição;
da declaração de renda respectiva ou ao do pagamento do tribu- III - das operações, transações, produtos e serviços; e
to. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. terceirizados.
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no
mínimo:
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 I - as diretrizes para:
a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri-
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 mento das obrigações de que trata esta Circular;
b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles análise prévia de novos produtos e serviços, bem como da utili-
internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a zação de novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem
funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da de dinheiro e de financiamento do terrorismo;
utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade
“lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que tra- de que tratam os arts. 10 e 62;
ta a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do d) a verificação do cumprimento da política, dos procedi-
terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. mentos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem
como a identificação e a correção das deficiências verificadas;
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à la-
realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contem-
nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº plando, inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores
9.613, de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795, de serviços terceirizados;

22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestado- § 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser ob-
res de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem servada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela fa-
de dinheiro e de financiamento do terrorismo; e culdade estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52.
g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da preven-
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, CAPÍTULO IV
incluindo os funcionários dos correspondentes no País que pres- DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
tem atendimento em nome das instituições mencionadas no art.
1º; Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar
II - as diretrizes para implementação de procedimentos: avaliação interna com o objetivo de identificar e mensurar o ris-
a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa- co de utilização de seus produtos e serviços na prática da lava-
ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, gem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
os parceiros e os prestadores de serviços terceirizados; § 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a ava-
b) de registro de operações e de serviços financeiros; liação interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco:
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situ- I - dos clientes;
ações suspeitas; e II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área
d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle geográfica de atuação;
de Atividades Financeiras (Coaf); e III - das operações, transações, produtos e serviços, abran-
III - o comprometimento da alta administração com a efeti- gendo todos os canais de distribuição e a utilização de novas
vidade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e tecnologias; e
dos controles internos relacionados com a prevenção à lavagem IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. prestadores de serviços terceirizados.
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à la- § 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro-
vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro,
conglomerado prudencial e por sistema cooperativo de crédito. jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição.
Parágrafo único. As instituições que não constituírem polí- § 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibi-
tica própria, em decorrência do disposto no caput, devem for- litem a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação
malizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de reforçados para as situações de maior risco e a adoção de con-
administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. troles simplificados nas situações de menor risco.
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem asse- § 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna
gurar a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entida-
situadas no exterior. des públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação de financiamento do terrorismo.
legal à aplicação da política referida no caput à unidade da insti- Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de
tuição situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justifi- forma centralizada em instituição do conglomerado prudencial
cando o impedimento ou a limitação. e do sistema cooperativo de crédito.
Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a
funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços avaliação interna de risco na forma do caput devem formalizar
terceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível essa opção em reunião do conselho de administração ou, se ine-
de detalhamento compatível com as funções desempenhadas e xistente, da diretoria da instituição.
com a sensibilidade das informações. Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:
Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser: I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;
I - documentada; II - encaminhada para ciência:
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexis- a) ao comitê de risco, quando houver;
tente, pela diretoria da instituição; e b) ao comitê de auditoria, quando houver; e
III - mantida atualizada. c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à direto-
ria da instituição; e
CAPÍTULO III III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem
DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVA- alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art.
GEM DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORIS- 10, § 1º.
MO
CAPÍTULO V
Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS
de estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento A CONHECER OS CLIENTES
da política referida no art. 2º e dos procedimentos e controles SEÇÃO I
internos de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen- DOS PROCEDIMENTOS
to do terrorismo previstos nesta Circular.
Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for- Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo plementar procedimentos destinados a conhecer seus clientes,
cumprimento das obrigações previstas nesta Circular. incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na
§ 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar sua identificação, qualificação e classificação.
outras funções na instituição, desde que não haja conflito de § 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser com-
interesses. patíveis com:

23
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor- § 2º A necessidade de verificação e de validação das infor-
çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, mações referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de
de acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10; acordo com o perfil de risco do cliente e com a natureza da re-
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- lação de negócio.
ciamento do terrorismo de que trata o art. 2º; e § 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser
III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10. coletadas informações adicionais do cliente compatíveis com o
§ 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser risco de utilização de produtos e serviços na prática da lavagem
formalizados em manual específico. de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela dire- § 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma
toria da instituição e mantido atualizado. permanente, de acordo com a evolução da relação de negócio e
Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedi- do perfil de risco.
mentos referidos no art. 13 devem ser armazenadas em siste- § 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de-
mas informatizados e utilizadas nos procedimentos de que trata vem ser mantidas atualizadas.
o Capítulo VII. § 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de infor-
Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem mações a serem coletadas, verificadas e validadas em procedi-
ser observados sem prejuízo do disposto na regulamentação mentos específicos de qualificação de clientes.
que disciplina produtos e serviços específicos. Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art.
18 devem incluir a verificação da condição do cliente como pes-
SEÇÃO II soa exposta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES verificação da condição de representante, familiar ou estreito
colaborador dessas pessoas.
Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar § 1º Para os fins desta Circular, considera-se:
procedimentos de identificação que permitam verificar e validar I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o se-
a identidade do cliente. gundo grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o ente-
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a ado e a enteada; e
obtenção, a verificação e a validação da autenticidade de infor- II - estreito colaborador:
mações de identificação do cliente, inclusive, se necessário, me- a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estrei-
diante confrontação dessas informações com as disponíveis em ta relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
bancos de dados de caráter público e privado. 1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito
§ 2º No processo de identificação do cliente devem ser co- privado;
letados, no mínimo: 2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento par-
I - o nome completo, o endereço residencial e o número de ticular da pessoa mencionada no item 1; ou
registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa 3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
natural; e jurídica; e
II - a firma ou denominação social, o endereço da sede e b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou
o número de registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem
(CNPJ), no caso de pessoa jurídica. sido criados para o benefício de pessoa exposta politicamente.
§ 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior § 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta po-
desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secre- liticamente ou como representante, familiar ou estreito cola-
taria da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de do- borador dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º
cumento de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no devem:
mínimo, o país emissor, o número e o tipo do documento. I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis
§ 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou com essa qualificação;
sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma de- II - considerar essa qualificação na classificação do cliente
finida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições nas categorias de risco referidas no art. 20; e
devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do rela-
sede e o número de identificação ou de registro da empresa no cionamento com o cliente.
respectivo país de origem. § 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser
Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser man- realizada por detentor de cargo ou função de nível hierárquico
tidas atualizadas. superior ao do responsável pela autorização do relacionamento
com o cliente.
SEÇÃO III
DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES SEÇÃO IV
DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar
procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classi-
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o ficar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação
perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio. interna de risco mencionada no art. 10, com base nas informa-
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput ções obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente refe-
devem incluir a coleta de informações que permitam avaliar a ridos no art. 18.
capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso de Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve
pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica. ser:

24
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natu- qual o Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca
reza da relação de negócio; e de informações, admite-se que as informações relativas ao be-
II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco neficiário final sejam obtidas da instituição no exterior, desde
do cliente e na natureza da relação de negócio. que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso às informa-
ções e aos procedimentos adotados.
SEÇÃO V
DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICA- SEÇÃO VII
ÇÃO E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICA-
MENTE
Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
procedimentos de identificação, de qualificação e de classifica- Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
ção previstos neste Capítulo para os administradores de clientes plementar procedimentos que permitam qualificar seus clientes
pessoas jurídicas e para os representantes de clientes. como pessoa exposta politicamente.
Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput de- § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
vem ser compatíveis com a função exercida pelo administrador I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executi-
e com a abrangência da representação. vo e Legislativo da União;
Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informa- II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
ções necessárias e dos procedimentos de verificação, validação a) Ministro de Estado ou equiparado;
e atualização das informações para cada categoria de risco de- b) Natureza Especial ou equivalente;
vem ser previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º. c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar entidades da administração pública indireta; e
relação de negócios sem que os procedimentos de identificação d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível
e de qualificação do cliente estejam concluídos. 6, ou equivalente;
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trin- III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Su-
ta dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência premo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais
de informações relativas à qualificação do cliente, desde que Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tri-
não haja prejuízo aos procedimentos de monitoramento e sele- bunais Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do
ção de que trata o art. 39. Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Públi-
SEÇÃO VI co, o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da
DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral
FINAL da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Fede-
Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa ral;
jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação socie- V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procu-
tária até a identificação da pessoa natural caracterizada como rador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público
seu beneficiário final, observado o disposto no art. 25. junto ao Tribunal de Contas da União;
§ 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput, VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalen-
no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a tes, de partidos políticos;
categoria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiá- VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri-
rio final detenha participação societária. to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes,
§ 2º É também considerado beneficiário final o representan- ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta
te, inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tri-
de fato sobre as atividades da pessoa jurídica. bunais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Esta-
§ 3º Excetuam-se do disposto no caput as pessoas jurídicas dos e do Distrito Federal; e
constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais,
fins lucrativos e as cooperativas, para as quais as informações os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração
coletadas devem abranger as informações das pessoas naturais pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Con-
autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, ad- tas ou equivalentes dos Municípios.
ministradores e diretores, se houver. § 2º São também consideradas expostas politicamente as
Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem es- pessoas que, no exterior, sejam:
tabelecer valor mínimo de referência de participação societária I - chefes de estado ou de governo;
para a identificação de beneficiário final. II - políticos de escalões superiores;
§ 1º O valor mínimo de referência de participação societária III - ocupantes de cargos governamentais de escalões supe-
de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e riores;
não pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), conside- IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do
rada, em qualquer caso, a participação direta e a indireta. Poder Judiciário;
§ 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser jus- V - executivos de escalões superiores de empresas públicas;
tificado e documentado no manual de procedimentos referido ou
no art. 13, § 2º. VI - dirigentes de partidos políticos.
Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente § 3º São também consideradas pessoas expostas politica-
no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo mente os dirigentes de escalões superiores de entidades de di-
grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a reito internacional público ou privado.

25
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do SEÇÃO II
disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
adotar pelo menos duas das seguintes providências: MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua
qualificação; Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, re-
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e cebimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre instrumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir
pessoas expostas politicamente. nos registros mencionados no art. 28 as informações necessárias
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser à identificação da origem e do destino dos recursos.
aplicada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa dei- § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição
xou de se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. pagadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de
no exterior que também seja cliente de instituição do mesmo pagamento utilizado na transação.
grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição
a qual o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca recebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatá-
de informações, admite-se que as informações de qualificação ria dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou
de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição de pagamento utilizado na transação.
no exterior, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o § 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem
acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados. ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes
informações, quando couber:
CAPÍTULO VI I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme-
DO REGISTRO DE OPERAÇÕES tente ou sacado;
SEÇÃO I II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do rece-
DISPOSIÇÕES GERAIS bedor ou beneficiário;
III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de
Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter pagamentos ou de transferência de fundos, das instituições en-
registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços volvidas na operação; e
contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, IV - números das dependências e das contas envolvidas na
recebimentos e transferências de recursos. operação.
§ 1º Os registros referidos no caput devem conter, no míni- § 4º No caso de transferência de recursos por meio de che-
mo, as seguintes informações sobre cada operação: que, as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no re-
I - tipo; gistro da operação, além das informações referidas no § 3º, o
II - valor, quando aplicável; número do cheque.
III - data de realização; Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam
IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titu- relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para
lar e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo
ou sediada no País; e de pagamento do qual a instituição também participe, deve ser
V - canal utilizado. estipulado em contrato o acesso da instituição à identificação
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural resi- dos destinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à
dente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma de- lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
finida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no
devem incluir no registro as seguintes informações: caso de relação de negócio que envolva a interoperabilidade
I - nome; com arranjo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco
II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país Central do Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não
emissor; e participem.
III - organismo internacional de que seja representante para Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da
o exercício de funções específicas no País, quando for o caso. compensação interbancária de cheque, a instituição sacada
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com deve informar à instituição depositária, e a instituição depositá-
domicílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, ria deve informar à instituição sacada, os números de inscrição
na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta de-
instituições devem incluir no registro as seguintes informações: positária, respectivamente.
I - nome da empresa; e
II - número de identificação ou de registro da empresa no SEÇÃO III
respectivo país de origem. DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE
Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser
realizados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em
âmbito da mesma instituição. espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil re-
ais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro,
além das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o res-
pectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos.

26
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em CAPÍTULO VII
espécie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cin- DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE-
quenta mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem in- RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
cluir no registro, além das informações previstas nos arts. 28 e SEÇÃO I
30: DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos;
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem imple-
portador dos recursos; e mentar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do por- especial atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de finan-
tador dos recursos em prestar a informação referida no inciso III ciamento do terrorismo.
do caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa infor- § 1º Para os fins desta Circular, operações e situações sus-
mação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise peitas referem-se a qualquer operação ou situação que apresen-
de que tratam os art. 38 a 47. te indícios de utilização da instituição para a prática dos crimes
Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realiza- de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
das por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor indi- § 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser apli-
vidual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as cados, inclusive, às propostas de operações.
instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além § 3º Os procedimentos mencionados no caput devem:
das informações previstas nos arts. 28 e 30: I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;
CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos; II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do que trata o art. 10;
portador dos recursos; III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente,
III - a finalidade do saque; e nos termos do art. 27, bem como a condição de representante,
IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II. familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamen-
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do por- te, nos termos do art. 19; e
tador dos recursos em prestar a informação referida no inciso III IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela di-
do caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa infor- retoria da instituição.
mação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise
de que tratam os art. 38 a 47. SEÇÃO II
Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem re- DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E
querer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de pro- SITUAÇÕES SUSPEITAS
visionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência,
das operações de saque, inclusive as realizadas por meio de Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implemen-
cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a tar procedimentos de monitoramento e seleção que permitam
R$50.000,00 (cinquenta mil reais). identificar operações e situações que possam indicar suspeitas
§ 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, es-
consideradas individualmente, para efeitos de observação do li- pecialmente:
mite previsto no caput. I - as operações realizadas e os produtos e serviços contra-
§ 2º As instituições referidas no caput devem: tados que, considerando as partes envolvidas, os valores, as
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de
sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Pos- fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência
tos de Atendimento; de indícios de lavagem de dinheiro ou de financiamento do ter-
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao saca- rorismo, inclusive:
dor não cliente, no qual devem ser informados o valor da opera- a) as operações realizadas ou os serviços prestados que,
ção, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que
programada para o saque; e objetive burlar os procedimentos de identificação, qualificação,
III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as registro, monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
informações indicadas no art. 35, conforme o caso. b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque
§ 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio em espécie, ou pedido de provisionamento para saque que
de cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisiona- apresentem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza,
mento de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou
em agências ou em Postos de Atendimento. da propriedade de bens, direitos e valores;
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem preju- c) as operações realizadas e os produtos e serviços con-
ízo do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009. tratados que, considerando as partes e os valores envolvidos,
Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter apresentem incompatibilidade com a capacidade financeira do
registro específico de recebimentos de boleto de pagamento pa- cliente, incluindo a renda, no caso de pessoa natural, ou o fatu-
gos com recursos em espécie. ramento, no caso de pessoa jurídica, e o patrimônio;
Parágrafo único. A instituição que receber boleto de paga- d) as operações com pessoas expostas politicamente de na-
mento que não seja de sua emissão deve remeter à instituição cionalidade brasileira e com representantes, familiares ou es-
emissora a informação de que o boleto foi pago em espécie. treitos colaboradores de pessoas expostas politicamente;

27
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) as operações com pessoas expostas politicamente estran- § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada
geiras; em dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf refe-
f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja rida no art. 48.
possível identificar o beneficiário final; Art. 44. É vedada:
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territó- I - a contratação de terceiros para a realização da análise
rios com deficiências estratégicas na implementação das reco- referida no art. 43; e
mendações do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior.
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui
as informações cadastrais de seus clientes; e a contratação de terceiros para a prestação de serviços auxilia-
II - as operações e situações que possam indicar suspeitas res à análise referida no art. 43.
de financiamento do terrorismo. Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no
Parágrafo único. O período para a execução dos procedi- País, de recursos e competências necessários à análise de ope-
mentos de monitoramento e de seleção das operações e situ- rações e situações suspeitas referida no art. 43.
ações suspeitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43
dias, contados a partir da data de ocorrência da operação ou da podem ser realizados de forma centralizada em instituição do
situação. conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.
Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar
operações e situações suspeitas contenham informações deta- a opção em reunião do conselho de administração ou, se inexis-
lhadas das operações realizadas e das situações ocorridas, in- tente, da diretoria da instituição.
clusive informações sobre a identificação e a qualificação dos
envolvidos. SEÇÃO IV
§ 1º As instituições devem manter documentação detalhada DISPOSIÇÕES GERAIS
dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no moni-
toramento e seleção de operações e situações que possam in- Art. 47. No caso de contratação de serviços de processa-
dicar suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do mento e armazenamento de dados e de computação em nuvem
terrorismo. utilizados para monitoramento e seleção de operações e situa-
§ 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monito- ções suspeitas, bem como de serviços auxiliares à análise dessas
ramento e na seleção de operações e situações suspeitas devem operações e situações, as instituições referidas no art. 1º devem
ser passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetivi- observar:
dade. I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de
Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38, agosto de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referi-
§ 3º, inciso IV: da Circular, no caso de instituições de pagamento; e
I - os critérios de definição da periodicidade de execução II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de
dos procedimentos de monitoramento e seleção para os dife- abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida
rentes tipos de operações e situações monitoradas; e Resolução, no caso de instituições financeiras e demais institui-
II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários uti- ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
lizados no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de
operações e situações. CAPÍTULO VIII
Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção re- DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF
feridos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada SEÇÃO I
em instituição do conglomerado prudencial e do sistema coope- DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEI-
rativo de crédito. TAS
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar
devem formalizar essa opção em reunião do conselho de admi- ao Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de di-
nistração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. nheiro e de financiamento do terrorismo.
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao
SEÇÃO III Coaf deve:
DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITU- I - ser fundamentada com base nas informações contidas no
AÇÕES SUSPEITAS dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado
Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem imple- no art. 43, § 2º; e
mentar procedimentos de análise das operações e situações III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art.
selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e 43, § 1º.
seleção de que trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las § 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao
ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financia- Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de
mento do terrorismo. comunicação.
§ 1º O período para a execução dos procedimentos de aná-
lise das operações e situações selecionadas não pode exceder
o prazo de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da
seleção da operação ou situação.

28
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO II CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEI-
Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem co- RIZADOS
municar ao Coaf:
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta plementar procedimentos destinados a conhecer seus funcioná-
mil reais); rios, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo
II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e procedimentos de identificação e qualificação.
transferências de recursos, por meio de qualquer instrumen- Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput de-
to, contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a vem ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
R$50.000,00 (cinquenta mil reais); e dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º
III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie e com a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser
que trata o art. 36. formalizados em documento específico aprovado pela diretoria
Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve da instituição.
ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da opera- Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve
ção ou do provisionamento. ser mantido atualizado.
Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar
SEÇÃO III as atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e pres-
DISPOSIÇÕES GERAIS tadores de serviços terceirizados nas categorias de risco defini-
das na avaliação interna de risco, nos termos do art. 10.
Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar § 1º A classificação em categorias de risco mencionada no
as comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência caput deve ser mantida atualizada.
aos envolvidos ou a terceiros. § 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco
Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o referida no caput devem estar previstos no documento mencio-
quinto dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompa- nado no art. 57.
nhadas de justificativa da ocorrência. § 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e
Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atua-
centralizada por meio de instituição do conglomerado pruden- lizadas, considerando inclusive eventuais alterações que impli-
cial e de sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição quem mudança de classificação nas categorias de risco.
na qual ocorreu a operação ou a situação. Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as de contratos com instituições financeiras sediadas no exterior,
comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, de- devem:
vem formalizar a opção em reunião do conselho de administra- I - obter informações sobre o contratado que permitam
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição. compreender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou
especificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunica- de ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de
ção: dinheiro ou com financiamento do terrorismo;
I - é pessoa exposta politicamente ou representante, fami- III - certificar que o contratado tem presença física no país
liar ou estreito colaborador dessa pessoa; onde está constituído ou licenciado;
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha in- IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relati-
tentado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilita- vos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
do o seu cometimento; e terrorismo;
III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamen- V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de
te, recursos na instituição, no caso do inciso II. nível hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e
Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tive- VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencio-
rem efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão nado no art. 9º.
prestar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às
referido ano, atestando a não ocorrência de operações ou situa- relações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes
ções passíveis de comunicação. no exterior.
Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habi- Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração
litar para realizar as comunicações no Sistema de Controle de de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para fun-
Atividades Financeiras (Siscoaf), do Coaf. cionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de
pagamento do qual a instituição também participe, devem:
I - obter informações sobre o terceiro que permitam com-
preender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de
ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di-
nheiro ou com financiamento do terrorismo;
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do
arranjo para operar, quando for o caso;

29
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de
à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do ter- avaliação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às
rorismo; e instituições do conglomerado prudencial e do sistema coopera-
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. tivo de crédito.
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o
CAPÍTULO X relatório de avaliação de efetividade na forma do caput devem
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou,
se inexistente, da diretoria da instituição.
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem insti- Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar
tuir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a plano de ação destinado a solucionar as deficiências identifica-
assegurar a implementação e a adequação da política, dos pro- das por meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
cedimentos e dos controles internos de que trata esta Circular, § 1º O acompanhamento da implementação do plano de
incluindo: ação referido no caput deve ser documentado por meio de rela-
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; tório de acompanhamento.
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e § 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput de- de junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que
vem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, trata o art. 62, § 1º:
quando aplicáveis, compatíveis com os controles internos da I - do comitê de auditoria, quando houver;
instituição. II - da diretoria da instituição; e
III - do conselho de administração, quando existente.
CAPÍTULO XI
DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a
efetividade da política, dos procedimentos e dos controles inter- Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central
nos de que trata esta Circular. do Brasil:
§ 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à
em relatório específico. política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento
§ 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser: do terrorismo de que trata o art. 2º;
I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezem- II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
bro; e inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formali-
II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano se- zada a opção de que trata o caput do art. 4º;
guinte ao da data-base: III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se
a) ao comitê de auditoria, quando houver; e existente;
b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à dire- IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de
toria da instituição. que trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de
Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve: suporte à sua elaboração;
I - conter informações que descrevam: V - o contrato referido no art. 31;
a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade; VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na
b) os testes aplicados; sua inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem
c) a qualificação dos avaliadores; e formalizadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e
d) as deficiências identificadas; e 64;
II - conter, no mínimo, a avaliação: VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o
a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, in- art. 62, § 1º;
cluindo a verificação e a validação das informações dos clientes VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de
e a adequação dos dados cadastrais; que trata o art. 10;
b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a co-
comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos nhecer os clientes referido no art. 13, § 2º;
parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas; X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento,
c) da governança da política de prevenção à lavagem de di- seleção e análise de operações e situações suspeitas menciona-
nheiro e ao financiamento do terrorismo; do no art. 38, § 3º, inciso IV;
d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacio- XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a
nal voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financia- conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços
mento do terrorismo; terceirizados mencionado no art. 57;
e) dos programas de capacitação periódica de pessoal; XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efeti-
f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcioná- vidade de que trata o art. 62, § 1º;
rios, parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos
g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos mecanismos de acompanhamento e de controle de que trata o
da auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil. art. 61; e
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respec-
tivo relatório de acompanhamento mencionados no art. 65.

30
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º O contrato referido no inciso V do caput deve perma- XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de
necer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo 2014;
de cinco anos após o encerramento da relação contratual. XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016; e
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
a XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central 2017.
do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à
disposição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período
mínimo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
a conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, con- E SUAS ALTERAÇÕES
tado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano
seguinte ao término do relacionamento com o cliente; CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados
a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços Divulga relação de operações e situações que podem con-
terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no figurar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou ocul-
caput a partir da data de encerramento da relação contratual; tação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613,
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a de 3 de março de 1998, e de financiamento ao terrorismo, pre-
37, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do vistos na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, passíveis de
ano seguinte ao da realização da operação; e comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financei-
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. ras (Coaf).
Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013,
passa a vigorar com as seguintes alterações: A Chefe do Departamento de Supervisão de Conduta (De-
“Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de con), no uso da atribuição que lhe confere o art. 23, inciso I, alí-
câmbio devem verificar a legalidade das operações, as respon- nea “a”, do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, anexo
sabilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus à Portaria nº 105.173, de 24 de outubro de 2019, resolve:
clientes previamente à realização das operações no mercado de
câmbio na forma prevista pela regulamentação sobre a política, Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir
os procedimentos e os controles internos na prevenção à prá- exemplificam a ocorrência de indícios de suspeita para fins dos
tica dos crimes de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circu-
valores, previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de lar nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020:
financiamento do terrorismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 I - Situações relacionadas com operações em espécie em
de março de 2016.” (NR) moeda nacional com a utilização de contas de depósitos ou de
“Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado contas de pagamento:
de câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento
a prática de operações que visem a burlar os limites e outros para saque ou qualquer outro instrumento de transferência de
requerimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR) recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à
“Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua
de câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes, capacidade financeira;
mediante documentação em meio físico ou eletrônico e me- b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas
diante a realização, entre outras providências pertinentes, de atividades possuam como característica a utilização de outros
avaliação de desempenho, de procedimentos comerciais e de instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques,
capacidade financeira.” (NR) cartões de débito ou crédito;
Art. 69. Ficam revogados: c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou apor-
I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009; tes em espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem cau-
II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010; sa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem
III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012; posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo,
IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013; a destino não relacionado com o cliente;
V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017; d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de
VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018; transferência de recurso em espécie, inclusive boleto de paga-
VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de mento, de forma a dissimular o valor total da movimentação;
novembro de 2013; e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limi-
VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013; tes regulatórios de reportes;
IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de
2013; forma parcelada, principalmente nos mesmos caixas ou termi-
X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013; nais de autoatendimento próximos, destinados a uma única con-
XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013; ta ou a várias contas em municípios ou agências distintas;
XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013; g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes
XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013; que exerçam atividade comercial relacionada com negociação
XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013; de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imó-
XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013; veis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;

31
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
h) saques em espécie de conta que receba diversos depósi- a) resistência ao fornecimento de informações necessárias
tos por transferência eletrônica de várias origens em curto pe- para o início de relacionamento ou para a atualização cadastral;
ríodo de tempo; b) oferecimento de informação falsa;
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que foram arma- d) abertura, movimentação de contas ou realização de ope-
zenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, rações por detentor de procuração ou de qualquer outro tipo de
símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços de- mandato;
sorganizados e não uniformes; e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedi-
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de mentos de identificação e registro das operações exigidos pela
cédulas de pequeno valor, por pessoa natural ou jurídica, cuja regulamentação vigente;
atividade ou negócio não tenha como característica recebimen- f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou
tos de grandes quantias de recursos em espécie; em curto período, com depósitos de valores idênticos ou aproxi-
k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferio- mados, ou com outros elementos em comum, tais como origem
res aos limites estabelecidos, de forma a dissimular o valor total dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número
da operação e evitar comunicações de operações em espécie; de telefone, etc;
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, g) operações em que não seja possível identificar o benefi-
com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do ciário final, observados os procedimentos definidos na regula-
sacador; mentação vigente;
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimen- h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou orga-
to em espécie, no período de cinco dias úteis, com indícios de nizações pelos mesmos procuradores ou representantes legais,
tentativa de burla para evitar a identificação do depositante; sem justificativa razoável para tal ocorrência;
n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial
públicos e de qualquer tipo de Pessoas Expostas Politicamente por pessoas naturais, sem demonstração da existência de rela-
(PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de ção familiar ou comercial;
j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamen-
2020, bem como seu representante, familiar ou estreito cola-
to informados com o padrão apresentado por clientes com o
borador.
mesmo perfil;
II - Situações relacionadas com operações em espécie e car-
k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet
tões pré-pagos em moeda estrangeira e cheques de viagem:
Protocol (IP) por diferentes pessoas jurídicas ou organizações,
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de
sem justificativa razoável para tal ocorrência;
cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, que
l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Proto-
apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do
col (IP) por pessoas naturais, sem justificativa razoável para tal
cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
ocorrência;
b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che-
m) informações e documentos apresentados pelo cliente
ques de viagem denominados em moeda estrangeira, que não conflitantes com as informações públicas disponíveis;
apresentem compatibilidade com a natureza declarada da ope- n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira
ração; para o porte da atividade empresarial declarada.
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che- IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas
ques de viagem denominados em moeda estrangeira, realizadas de depósito e de contas de pagamento em moeda nacional, que
por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que digam respeito a:
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato a) movimentação de recursos incompatível com o patrimô-
ou possuam o mesmo representante legal; nio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capa-
d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação cidade financeira do cliente;
significativa em relação às praticadas pelo mercado; b) transferências de valores arredondados na unidade de
e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolven- milhar ou que estejam um pouco abaixo do limite para notifica-
do cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de ção de operações;
terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apre- c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contu-
sentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas maz, em benefício de terceiros;
em maços desorganizados e não uniformes; d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhi-
f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca mento de depósitos em nome de um mesmo cliente, cujos valo-
de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, realizadas res, somados, resultem em quantia significativa;
por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não e) movimentação de quantia significativa por meio de conta
tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso; até então pouco movimentada ou de conta que acolha depósito
g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor inusitado;
não compatível com a capacidade financeira, atividade ou perfil f) ausência repentina de movimentação financeira em conta
do cliente; que anteriormente apresentava grande movimentação;
h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e re- g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em rela-
carga de cartões pré-pagos; ção ao perfil do cliente;
i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediata- h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas
mente por saques em caixas eletrônicos. como recebimento de crédito, de juros remuneratórios para
III - Situações relacionadas com a identificação e qualifica- grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais
ção de clientes: que, em circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer
cliente;

32
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimen- aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam
tação de recursos ou nos tipos de transação utilizados; atividade comercial relacionada com negociação de bens de luxo
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, joias,
induzir funcionários da instituição a não seguirem os procedi- automóveis ou aeronaves;
mentos regulamentares ou formais para a realização de uma ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar
operação; patrimônio e/ou evitar a realização de bloqueios judiciais, inclu-
k) recebimento de recursos com imediata compra de instru- sive cheque administrativo;
mentos para a realização de pagamentos ou de transferências a ac) movimentação de valores incompatíveis com o fatura-
terceiros, sem justificativa; mento mensal das pessoas jurídicas;
l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, con- ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos va-
figurem artifício para burla da identificação da origem, do desti- lores;
no, dos responsáveis ou dos destinatários finais; ae) movimentações de valores com empresas sem atividade
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos regulamentada pelos órgãos competentes.
com a utilização de instrumentos de transferência de recursos V - Situações relacionadas com operações de investimento
não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade de- no País:
senvolvida pelo cliente; a) operações ou conjunto de operações de compra ou de
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas ori- venda de ativos financeiros a preços incompatíveis com os pra-
gens, sem fundamentação econômico-financeira, especialmente ticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou
provenientes de regiões distantes do local de atuação da pessoa jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao
jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural; tipo de negociação realizada;
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos
que não apresentem ligação com a atividade ou ramo de negó- para os agentes intermediários, em desproporção com a nature-
cio da pessoa jurídica; za dos serviços efetivamente prestados;
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para c) investimentos significativos em produtos de baixa renta-
fornecedor distante de seu local de atuação, sem fundamenta- bilidade e liquidez;
ção econômico-financeira; d) investimentos significativos não proporcionais à capaci-
q) depósitos de cheques endossados totalizando valores sig- dade financeira do cliente, ou cuja origem não seja claramente
nificativos; conhecida;
r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, indepen-
pagamento de organizações sem fins lucrativos cujos saldos ou dentemente do resultado auferido.
movimentações financeiras não apresentem fundamentação VI - Situações relacionadas com operações de crédito no
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação País:
entre a atividade declarada da organização e as outras partes a) operações de crédito no País liquidadas com recursos apa-
envolvidas nas transações; rentemente incompatíveis com a situação financeira do cliente;
s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível
para qualquer tipo de PEP, conforme elencados no art. 27 da com a atividade econômica ou com a capacidade financeira do
Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, fami- cliente;
liar ou estreito colaborador, não justificada por eventos econô- c) operação de crédito no País seguida de remessa de re-
micos; cursos ao exterior, sem fundamento econômico ou legal, e sem
t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, relacionamento com a operação de crédito;
cujos representantes realizem grande número de operações e/ d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecuti-
ou operações de valores relevantes; vas, liquidadas antecipadamente ou em prazo muito curto;
u) transações significativas e incomuns por meio de contas e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida
de depósitos ou de contas de pagamento de investidores não no País por terceiros, sem justificativa aparente;
residentes constituídos sob a forma de trust; f) concessão de garantias de operações de crédito no País
v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal por terceiros não relacionados ao tomador;
de pagamento (Point of Sale - POS), que apresentem indícios de g) operação de crédito no País com oferecimento de garan-
atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financei- tia no exterior por cliente sem tradição de realização de opera-
ra do estabelecimento comercial credenciado; ções no exterior;
w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto
de pagamento (Point of sale - POS), que apresentem indícios de da pessoa jurídica, especialmente quando os recursos forem ori-
atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabeleci- ginados de crédito no País.
mento comercial credenciado; VII - Situações relacionadas com a movimentação de recur-
x) desvios frequentes em padrões adotados por cada admi- sos oriundos de contratos com o setor público:
nistradora de cartões de credenciamento ou de cartões de crédi- a) movimentações atípicas de recursos por agentes públi-
to, verificados no monitoramento das compras de seus titulares; cos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº 8.429, de 2 de junho
y) transações em horário considerado incompatível com a de 1992;
atividade do estabelecimento comercial credenciado; b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural
z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em ou jurídica relacionadas a patrocínio, propaganda, marketing,
localização geográfica distante do local de atuação do estabele- consultorias, assessorias e capacitação;
cimento comercial credenciado; c) movimentações atípicas de recursos por organizações
sem fins lucrativos;

33
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural dências com tributação favorecida ou regimes fiscais privilegia-
ou jurídica relacionadas a licitações. dos, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos
VIII - Situações relacionadas a consórcios: crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, não
a) existência de consorciados detentores de elevado núme- claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamentação
ro de cotas, incompatível com sua capacidade financeira ou com econômica;
o objeto da pessoa jurídica; b) operações complexas e com custos mais elevados que vi-
b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a sem a dificultar o rastreamento dos recursos ou a identificação
um mesmo consorciado; da natureza da operação;
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade c) pagamentos de importação e recebimentos de expor-
financeira do consorciado; tação, antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem; capacidade financeira seja incompatível com o montante nego-
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de pres- ciado;
tações vincendas, não condizente com a capacidade financeira d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de
do consorciado; importação ou de exportação;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor
quitação das prestações vincendas; ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tenta- f) transferências internacionais, inclusive a título de dispo-
tiva de adesão a grupo de consórcio; nibilidade no exterior, nas quais não se justifique a origem dos
h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a ca-
endereço do cadastro; pacidade financeira ou com o perfil do cliente;
i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou
pagamento de crédito em espécie, em agência/localidade dife- com indícios de superfaturamento ou subfaturamento, ou ainda
rente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem em situações que não seja possível obter informações sobre o
de Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de pou- desembaraço aduaneiro das mercadorias;
pança divergente da inicialmente fornecida. h) existência de informações na carta de crédito com discre-
IX - Situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas pâncias em relação a outros documentos da operação de comér-
de envolvimento com financiamento ao terrorismo e a prolifera- cio internacional;
ção de armas de destruição em massa: i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou enti- nas contas de depósitos dos titulares das operações de câmbio
dades relacionadas a atividades terroristas listadas pelo Conse- por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a exis-
lho de Segurança das Nações Unidas (CSNU); tência de vínculo comercial ou econômico;
b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a j) movimentações decorrentes de programa de repatria-
pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ção de recursos que apresentem inconsistências relacionadas à
ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou identificação do titular ou do beneficiário final, bem como au-
facilitado o seu cometimento; sência de informações confiáveis sobre a origem e a fundamen-
c) existência de recursos pertencentes ou controlados, dire- tação econômica ou legal;
ta ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecida- k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresen-
mente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, tem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a ativi-
ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; dade ou capacidade econômico-financeira do cliente;
d) movimentações com indícios de financiamento ao terro- l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas na-
rismo; turais ou jurídicas com indícios de fragmentação, como forma de
e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou enti- ocultar a real origem ou destino dos recursos;
dades relacionadas à proliferação de armas de destruição em m) transações em uma mesma data, ou em curto período,
massa listadas pelo CSNU; de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos
f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, em comum, tais como origem ou destino dos recursos, titulares,
a pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham come- procuradores, endereço, número de telefone, que configurem
tido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas de artificio de burla do limite máximo de operação;
destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a
cometimento; utilização do cartão de crédito de uso internacional, que, pela
g) existência de recursos pertencentes ou controlados, dire- habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
ta ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecida- tem atipicidade;
mente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proli- o) transferências relacionadas a investimentos não conven-
feração de armas de destruição em massa, ou deles participado cionais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifi-
ou facilitado o seu cometimento; quem ou apresentem atipicidade;
h) movimentações com indícios de financiamento da proli- p) pagamento de frete internacional sem amparo em docu-
feração de armas de destruição em massa. mentação que evidencie vínculo com operação comercial.
X - Situações relacionadas com atividades internacionais: XI - Situações relacionadas com operações de crédito con-
a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive so- tratadas no exterior:
ciedades e instituições financeiras, situadas em países que não a) contratação de operações de crédito no exterior com
apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as pra-
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento ticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo
do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em países ou depen- muito longo;

34
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de
consecutivas, sem que a instituição tome conhecimento da qui- valores que desrespeitem as vedações ou extrapolem os limites
tação das anteriores; definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de ter-
c) contratação, no exterior, de operações de crédito que ceiros e/ou de contas de terceiros;
não sejam quitadas por intermédio de operações na mesma ins- d) transferências, a partir das contas de candidatos, para
tituição; pessoas naturais ou jurídicas cuja atividade não guarde aparente
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quita- relação com contas de campanha.
das sem explicação aparente para a origem dos recursos; XV - Situações relacionadas a BNDU e outros ativos não fi-
e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exte- nanceiros:
rior, oferecendo garantias em valores ou formas incompatíveis a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para
com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valo- pessoas naturais ou jurídicas sem capacidade financeira;
res muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro me-
origem não seja claramente conhecida; diante pagamento em espécie;
f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por
credor seja de difícil identificação e sem que exista relação ou preço significativamente superior ao de avaliação;
fundamentação para a operação entre as partes. d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício
XII - Situações relacionadas com operações de investimento de terceiros.
externo: XVI - Situações relacionadas com a movimentação de contas
a) recebimento de investimento externo direto, cujos re- correntes em moeda estrangeira (CCME):
cursos retornem imediatamente a título de disponibilidade no a) movimentação de recursos incompatível com a atividade
exterior; econômica e a capacidade financeira do cliente;
b) recebimento de investimento externo direto, com reali- b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas
zação quase imediata de remessas de recursos para o exterior a movimentações financeiras não apresentem fundamentação
título de lucros e dividendos; econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação
c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores entre a atividade declarada do titular da CCME e as outras partes
incompatíveis com o valor investido; envolvidas nas transações;
d) remessas ao exterior a título de investimento em mon- c) movimentação de recursos, em especial nas contas titu-
tantes incompatíveis com a capacidade financeira do cliente; ladas por agentes autorizados a operar no mercado de câmbio,
e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no que denotem inobservância a limites por operação cambial ou
exterior para várias empresas no País; qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresen-
f) remessas de recursos de vários investidores situados no tem atipicidade, pela habitualidade, valor, forma ou ausência de
exterior para uma mesma empresa no País; aderência às normas cambiais;
g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao por- d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita.
te ou à natureza empresarial do cliente, ou em valores incompa- Exemplos: contas de agências de turismo e contas de adminis-
tíveis com a capacidade financeira dos sócios; tradoras de cartão de crédito.
h) retorno de investimento feito no exterior sem comprova- XVII - Situações relacionadas com operações realizadas em
ção da remessa que lhe tenha dado origem. municípios localizados em regiões de risco:
XIII - Situações relacionadas com funcionários, parceiros e a) operação atípica em municípios localizados em regiões
prestadores de serviços terceirizados: de fronteira;
a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comporta- b) operação atípica em municípios localizados em regiões de
mento do empregado, do parceiro ou de prestador de serviços extração mineral;
terceirizados, sem causa aparente; c) operação atípica em municípios localizados em outras re-
b) modificação inusitada do resultado operacional da pes- giões de risco.
soa jurídica do parceiro, incluído correspondente no País, sem § 1º As operações ou as situações referidas no caput devem
causa aparente; ser comunicadas, nos termos da referida Circular, somente nos
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedi- casos em que os indícios forem confirmados ao término da exe-
mento formal da instituição por funcionário, parceiro, incluído cução dos procedimentos de análise de operações e situações
correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados; suspeitas.
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou § 2º. Os procedimentos referidos no § 1º devem considerar
não, a cliente em prejuízo do programa de prevenção à lavagem todas as informações disponíveis, inclusive aquelas obtidas por
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da instituição, ou meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcio-
de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites nários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
regulamentares ou operacionais. Art. 2º Esta Carta-Circular entra em vigor em 1º de julho de
XIV - Situações relacionadas a campanhas eleitorais: 2020, quando fica revogada a Carta-Circular nº 3.542, de 12 de
a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) março de 2012.
de candidatos, contas de estreito colaborador dessas pessoas
ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem
as vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em
vigor;
b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo
de caixa do partido eleitoral;

35
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces-
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qual-
E SUAS ALTERAÇÕES quer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente
nos seguintes crimes:
LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001. I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas
Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições finan- afins;
ceiras e dá outras providências. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou mate-
rial destinado a sua produção;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso IV – de extorsão mediante seqüestro;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: V – contra o sistema financeiro nacional;
VI – contra a Administração Pública;
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
suas operações ativas e passivas e serviços prestados. VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efei- valores;
tos desta Lei Complementar: IX – praticado por organização criminosa.
I – os bancos de qualquer espécie; Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do
II – distribuidoras de valores mobiliários; Brasil, em relação às operações que realizar e às informações
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; que obtiver no exercício de suas atribuições.
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; § 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplica-
V – sociedades de crédito imobiliário; ções e investimentos mantidos em instituições financeiras, não
VI – administradoras de cartões de crédito; pode ser oposto ao Banco Central do Brasil:
VII – sociedades de arrendamento mercantil; I – no desempenho de suas funções de fiscalização, com-
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado; preendendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos pratica-
IX – cooperativas de crédito; dos por controladores, administradores, membros de conselhos
X – associações de poupança e empréstimo; estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de instituições
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros; financeiras;
XII – entidades de liquidação e compensação; II – ao proceder a inquérito em instituição financeira subme-
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas tida a regime especial.
operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo- § 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se
netário Nacional. refere o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer docu-
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para mentos relativos a bens, direitos e obrigações das instituições
os efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas apli- financeiras, de seus controladores, administradores, membros
cáveis às instituições financeiras previstas no § 1o. de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos,
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo: inclusive contas correntes e operações com outras instituições
I – a troca de informações entre instituições financeiras, financeiras.
para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de ris- § 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valo-
co, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário res Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e
Nacional e pelo Banco Central do Brasil; serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas insti-
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro tuições financeiras que sejam companhias abertas.
de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedo- § 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo-
res inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, obser- biliários, em suas áreas de competência, poderão firmar convê-
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e nios:
pelo Banco Central do Brasil; I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do financeiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas,
art. 11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996; observadas as respectivas competências;
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de ou-
de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimen- tros países, objetivando:
to de informações sobre operações que envolvam recursos pro- a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições fi-
venientes de qualquer prática criminosa; nanceiras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e
V – a revelação de informações sigilosas com o consenti- subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
mento expresso dos interessados; b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para
VI – a prestação de informações nos termos e condições a investigação de atividades ou operações que impliquem apli-
estabelecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei cação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
Complementar. ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de
VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamen- condutas ilícitas.
tos, relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento § 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar
adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, estende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a
a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de seus agentes.
crédito, nos termos de lei específica. (Incluído pela Lei § 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mo-
Complementar nº 166, de 2019) (Vigência) biliários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas
atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades

36
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 XIII - operações com cartão de crédito;
de março de 1998, as informações cadastrais e de movimento XIV - operações de arrendamento mercantil; e
de valores relativos às operações previstas no inciso I do art. 11 XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante
da referida Lei. que venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Co-
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela missão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.
Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras § 2o As informações transferidas na forma do caput deste
as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o artigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identifica-
seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que de- ção dos titulares das operações e os montantes globais mensal-
las não poderão servir-se para fins estranhos à lide. mente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a
prestação de informações e o fornecimento de documentos sigi- partir deles efetuados.
losos solicitados por comissão de inquérito administrativo desti- § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este
nada a apurar responsabilidade de servidor público por infração artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
com as atribuições do cargo em que se encontre investido. Municípios.
§ 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se
sigilo independe da existência de processo judicial em curso. detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de
§ 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá
do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Ad- requisitar as informações e os documentos de que necessitar,
vocacia-Geral da União as informações e os documentos neces- bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada
sários à defesa da União nas ações em que seja parte. apuração dos fatos.
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores § 5o As informações a que refere este artigo serão conserva-
Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições fi- das sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.
nanceiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informa- Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da
ções e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somen-
fizerem necessários ao exercício de suas respectivas competên- te poderão examinar documentos, livros e registros de institui-
cias constitucionais e legais. ções financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e
§ 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercí- aplicações financeiras, quando houver processo administrativo
cio de sua competência constitucional e legal de ampla investi- instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames se-
gação, obterão as informações e documentos sigilosos de que jam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
necessitarem, diretamente das instituições financeiras, ou por competente. (Regulamento)
intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valo- Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e
res Mobiliários. os documentos a que se refere este artigo serão conservados em
§ 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre- sigilo, observada a legislação tributária.
viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comis-
Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões são de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo,
parlamentares de inquérito. poderá solicitar à autoridade judiciária competente o levanta-
Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe- mento do sigilo junto às instituições financeiras de informações
riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais e documentos relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa
as instituições financeiras informarão à administração tributária física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar.
da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de
seus serviços. (Regulamento) Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de in-
§ 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos formações acerca dos resultados das inspeções que realizarem,
deste artigo: dos inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplica-
I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de pou- rem, sempre que as informações forem necessárias ao desem-
pança; penho de suas atividades.
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em che- Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades pre-
ques; vistas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pe-
III – emissão de ordens de crédito ou documentos asseme- las autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco
lhados; Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às insti-
IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, in- tuições financeiras.
clusive de poupança; Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco
V – contratos de mútuo; Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verifica-
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros rem a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública,
títulos de crédito; ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; Público, juntando à comunicação os documentos necessários à
VIII – aplicações em fundos de investimentos; apuração ou comprovação dos fatos.
IX – aquisições de moeda estrangeira; § 1o A comunicação de que trata este artigo será efetua-
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; da pelos Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão
XI – transferências de moeda e outros valores para o exte- de Valores Mobiliários, admitida delegação de competência, no
rior; prazo máximo de quinze dias, a contar do recebimento do pro-
XII – operações com ouro, ativo financeiro; cesso, com manifestação dos respectivos serviços jurídicos.

37
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento
o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários co- realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito
municarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e público ou privado, independentemente do meio, do país de sua
os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indí- sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que:
cios de sua prática, anexando os documentos pertinentes. I - a operação de tratamento seja realizada no território na-
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas cional;
nesta Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsá- II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta
veis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplican- ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de da-
do-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras dos de indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação
sanções cabíveis. dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re- III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido
tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações coletados no território nacional.
requeridas nos termos desta Lei Complementar. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os da-
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utili- dos pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
zação de qualquer informação obtida em decorrência da quebra § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o trata-
de sigilo de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e mento de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta
diretamente pelos danos decorrentes, sem prejuízo da respon- Lei.
sabilidade objetiva da entidade pública, quando comprovado Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pes-
que o servidor agiu de acordo com orientação oficial. soais:
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente
sua publicação. particulares e não econômicos;
Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezem- II - realizado para fins exclusivamente:
bro de 1964. a) jornalístico e artísticos; ou
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
desta Lei;
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº III - realizado para fins exclusivos de:
13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES a) segurança pública;
b) defesa nacional;
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações pe-
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação nais; ou
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência IV - provenientes de fora do território nacional e que não
sejam objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência in-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ternacional de dados com outro país que não o de proveniência,
desde que o país de proveniência proporcione grau de proteção
CAPÍTULO I de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III
será regido por legislação específica, que deverá prever medi-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pes- das proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento
soais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por do interesse público, observados o devido processo legal, os
pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de princípios gerais de proteção e os direitos do titular previstos
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade nesta Lei.
e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. § 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de inciso III do caput deste artigo por pessoa de direito privado,
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direi-
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de to público, que serão objeto de informe específico à autoridade
2019) Vigência nacional e que deverão observar a limitação imposta no § 4º
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como deste artigo.
fundamentos: § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou re-
I - o respeito à privacidade; comendações referentes às exceções previstas no inciso III do
II - a autodeterminação informativa; caput deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunica- de impacto à proteção de dados pessoais.
ção e de opinião; § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; banco de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo po-
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inova- derá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela
ção; que possua capital integralmente constituído pelo poder públi-
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do con- co. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
sumidor; e Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da per- I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural
sonalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas identificada ou identificável;
naturais.

38
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da adminis-
ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindi- tração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito
cato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis
dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou bio- brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em sua missão
métrico, quando vinculado a uma pessoa natural; institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pesquisa
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa básica ou aplicada de caráter histórico, científico, tecnológico
ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos ra- ou estatístico; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
zoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento; gência
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pesso- XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública
ais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrô- responsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento
nico ou físico; desta Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pes- nº 13.853, de 2019) Vigência
soais que são objeto de tratamento; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deve-
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito pú- rão observar a boa-fé e os seguintes princípios:
blico ou privado, a quem competem as decisões referentes ao I - finalidade: realização do tratamento para propósitos le-
tratamento de dados pessoais; gítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem pos-
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito públi- sibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com
co ou privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em essas finalidades;
nome do controlador; II - adequação: compatibilidade do tratamento com as fi-
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e ope- nalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do
rador para atuar como canal de comunicação entre o controla- tratamento;
dor, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
de Dados (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
Vigência dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; finalidades do tratamento de dados;
X - tratamento: toda operação realizada com dados pes- IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facili-
soais, como as que se referem a coleta, produção, recepção, tada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem
classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distri- como sobre a integralidade de seus dados pessoais;
buição, processamento, arquivamento, armazenamento, elimi- V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exati-
nação, avaliação ou controle da informação, modificação, comu- dão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com
nicação, transferência, difusão ou extração; a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu trata-
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e mento;
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
um indivíduo; tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
XII - consentimento: manifestação livre, informada e ine- segredos comercial e industrial;
quívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administra-
dados pessoais para uma finalidade determinada; tivas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autori-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação zados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco alteração, comunicação ou difusão;
de dados; VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocor-
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados rência de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
armazenados em banco de dados, independentemente do pro- IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tra-
cedimento empregado; tamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
XV - transferência internacional de dados: transferência de X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
dados pessoais para país estrangeiro ou organismo internacio- pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de com-
nal do qual o país seja membro; provar a observância e o cumprimento das normas de proteção
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
transferência internacional, interconexão de dados pessoais
ou tratamento compartilhado de bancos de dados pessoais por CAPÍTULO II
órgãos e entidades públicos no cumprimento de suas compe- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
tências legais, ou entre esses e entes privados, reciprocamente, SEÇÃO I
com autorização específica, para uma ou mais modalidades de DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSO-
tratamento permitidas por esses entes públicos, ou entre entes AIS
privados;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
documentação do controlador que contém a descrição dos pro- realizado nas seguintes hipóteses:
cessos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
às liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medi- II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória
das, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco; pelo controlador;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - pela administração pública, para o tratamento e uso § 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades deter-
compartilhado de dados necessários à execução de políticas minadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de da-
públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em dos pessoais serão nulas.
contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas § 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer mo-
as disposições do Capítulo IV desta Lei; mento mediante manifestação expressa do titular, por procedi-
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga- mento gratuito e facilitado, ratificados os tratamentos realiza-
rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pesso- dos sob amparo do consentimento anteriormente manifestado
ais; enquanto não houver requerimento de eliminação, nos termos
V - quando necessário para a execução de contrato ou de do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei.
procedimentos preliminares relacionados a contrato do qual § 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
seja parte o titular, a pedido do titular dos dados; I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar
VI - para o exercício regular de direitos em processo judi- ao titular, com destaque de forma específica do teor das altera-
cial, administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº ções, podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento
9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; é exigido, revogá-lo caso discorde da alteração.
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informa-
titular ou de terceiro; ções sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser dis-
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedi- ponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de,
mento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde entre outras características previstas em regulamentação para o
ou autoridade sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de atendimento do princípio do livre acesso:
2019) Vigência I - finalidade específica do tratamento;
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem comercial e industrial;
direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a pro- III - identificação do controlador;
teção dos dados pessoais; ou IV - informações de contato do controlador;
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
na legislação pertinente. controlador e a finalidade;
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o trata-
Vigência mento; e
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos
Vigência contidos no art. 18 desta Lei.
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titu-
justificaram sua disponibilização. lar tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no apresentadas previamente com transparência, de forma clara e
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente pú- inequívoca.
blicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os prin- § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se
cípios previstos nesta Lei. houver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pes-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no soais não compatíveis com o consentimento original, o contro-
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- lador deverá informar previamente o titular sobre as mudanças
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter de finalidade, podendo o titular revogar o consentimento, caso
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas discorde das alterações.
as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercí-
não desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações cio de direito, o titular será informado com destaque sobre esse
previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios fato e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do
gerais e da garantia dos direitos do titular. titular elencados no art. 18 desta Lei.
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente pode-
referem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para no- rá fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades
vas finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e legítimas, consideradas a partir de situações concretas, que in-
específicos para o novo tratamento e a preservação dos direitos cluem, mas não se limitam a:
do titular, assim como os fundamentos e os princípios previstos I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta seus direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respei-
Lei deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que de- tadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades
monstre a manifestação de vontade do titular. fundamentais, nos termos desta Lei.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
deverá constar de cláusula destacada das demais cláusulas con- do controlador, somente os dados pessoais estritamente neces-
tratuais. sários para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consen- § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
timento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante ví- interesse.
cio de consentimento.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador II - as transações financeiras e administrativas resultantes
relatório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o do uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo.
tratamento tiver como fundamento seu interesse legítimo, ob- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
servados os segredos comercial e industrial. § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistên-
cia à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de
SEÇÃO II seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS como na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados
poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: dados pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de de anonimização ao qual foram submetidos for revertido, utili-
forma específica e destacada, para finalidades específicas; zando exclusivamente meios próprios, ou quando, com esforços
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipó- razoáveis, puder ser revertido.
teses em que for indispensável para: § 1º A determinação do que seja razoável deve levar em
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo con- consideração fatores objetivos, tais como custo e tempo neces-
trolador; sários para reverter o processo de anonimização, de acordo com
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu- as tecnologias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios pró-
ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas prios.
em leis ou regulamentos; § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pes-
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, soais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação
sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais sen- do perfil comportamental de determinada pessoa natural, se
síveis; identificada.
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em § 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e
processo judicial, administrativo e arbitral, este último nos ter- técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar ve-
mos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitra- rificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional
gem) ; de Proteção de Dados Pessoais.
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os ór-
de terceiro; gãos de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais,
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento rea- que serão tratados exclusivamente dentro do órgão e estrita-
lizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autori- mente para a finalidade de realização de estudos e pesquisas e
dade sanitária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) mantidos em ambiente controlado e seguro, conforme práticas
Vigência de segurança previstas em regulamento específico e que inclu-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, am, sempre que possível, a anonimização ou pseudonimização
nos processos de identificação e autenticação de cadastro em dos dados, bem como considerem os devidos padrões éticos re-
sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no lacionados a estudos e pesquisas.
art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do
liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos estudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em ne-
dados pessoais. nhuma hipótese poderá revelar dados pessoais.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamen- § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
to de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
possa causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legisla- circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
ção específica. § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será obje-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” to de regulamentação por parte da autoridade nacional e das
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades autoridades da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas
públicas, será dada publicidade à referida dispensa de consenti- competências.
mento, nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de
soais sensíveis entre controladores com objetivo de obter van- associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de
tagem econômica poderá ser objeto de vedação ou de regula- informação adicional mantida separadamente pelo controlador
mentação por parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos em ambiente controlado e seguro.
setoriais do Poder Público, no âmbito de suas competências.
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre SEÇÃO III
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
com objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipó- ADOLESCENTES
teses relativas a prestação de serviços de saúde, de assistência
farmacêutica e de assistência à saúde, desde que observado o § Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de
5º deste artigo, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e te- adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos
rapia, em benefício dos interesses dos titulares de dados, e para termos deste artigo e da legislação pertinente.
permitir: (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; realizado com o consentimento específico e em destaque dado
ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.

41
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste arti- I - confirmação da existência de tratamento;
go, os controladores deverão manter pública a informação sobre II - acesso aos dados;
os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os pro- III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatuali-
cedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. zados;
18 desta Lei. IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desne-
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem cessários, excessivos ou tratados em desconformidade com o
o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a disposto nesta Lei;
coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável le- V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço
gal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua ou produto, mediante requisição expressa, de acordo com a
proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro regulamentação da autoridade nacional, observados os segre-
sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo. dos comercial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a partici- 2019) Vigência
pação dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta
informações pessoais além das estritamente necessárias à ati- Lei;
vidade. VII - informação das entidades públicas e privadas com as
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis quais o controlador realizou uso compartilhado de dados;
para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer con-
artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as sentimento e sobre as consequências da negativa;
tecnologias disponíveis. IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art.
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas 8º desta Lei.
neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara § 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar
e acessível, consideradas as características físico-motoras, per- em relação aos seus dados contra o controlador perante a auto-
ceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso ridade nacional.
de recursos audiovisuais quando adequado, de forma a propor- § 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com fun-
cionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal damento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento,
e adequada ao entendimento da criança. em caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos me-
SEÇÃO IV diante requerimento expresso do titular ou de representante
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS legalmente constituído, a agente de tratamento.
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro-
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorre-
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará
rá nas seguintes hipóteses:
ao titular resposta em que poderá:
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
indicar, sempre que possível, o agente; ou
finalidade específica almejada;
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a
II - fim do período de tratamento;
adoção imediata da providência.
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu di-
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será aten-
reito de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º
dido sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos
do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver em regulamento.
violação ao disposto nesta Lei. § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata,
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término aos agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso
de seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das ativi- compartilhado de dados a correção, a eliminação, a anonimiza-
dades, autorizada a conservação para as seguintes finalidades: ção ou o bloqueio dos dados, para que repitam idêntico proce-
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo con- dimento, exceto nos casos em que esta comunicação seja com-
trolador; provadamente impossível ou implique esforço desproporcional.
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
possível, a anonimização dos dados pessoais; § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requi- inciso V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham
sitos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou sido anonimizados pelo controlador.
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também
terceiro, e desde que anonimizados os dados. poderá ser exercido perante os organismos de defesa do con-
sumidor.
CAPÍTULO III Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados
DOS DIREITOS DO TITULAR pessoais serão providenciados, mediante requisição do titular:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
de seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utiliza-
liberdade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. dos e a finalidade do tratamento, observados os segredos co-
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do mercial e industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias,
controlador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a contado da data do requerimento do titular.
qualquer momento e mediante requisição:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
favoreça o exercício do direito de acesso. cia
§ 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
critério do titular: publicidade das operações de tratamento.
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou § 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas
II - sob forma impressa. mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades
§ 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento de que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
do titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia ele- Acesso à Informação) .
trônica integral de seus dados pessoais, observados os segredos § 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos
comercial e industrial, nos termos de regulamentação da auto- do titular perante o Poder Público observarão o disposto em le-
ridade nacional, em formato que permita a sua utilização subse- gislação específica, em especial as disposições constantes da Lei
quente, inclusive em outras operações de tratamento. nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da
§ 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferen- Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo
ciada acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste Administrativo) , e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
artigo para os setores específicos. (Lei de Acesso à Informação) .
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revi- § 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter
são de decisões tomadas unicamente com base em tratamento privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo trata-
automatizado de dados pessoais que afetem seus interesses, mento dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste
incluídas as decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, artigo, nos termos desta Lei.
profissional, de consumo e de crédito ou os aspectos de sua per- § 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer aces-
sonalidade. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência so aos dados por meio eletrônico para a administração pública,
§ 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, tendo em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de econo-
procedimentos utilizados para a decisão automatizada, observa- mia mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao
dos os segredos comercial e industrial. disposto no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo
§ 2º Em caso de não oferecimento de informações de que tratamento dispensado às pessoas jurídicas de direito privado
trata o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo co- particulares, nos termos desta Lei.
mercial e industrial, a autoridade nacional poderá realizar au- Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de
ditoria para verificação de aspectos discriminatórios em trata- economia mista, quando estiverem operacionalizando políticas
mento automatizado de dados pessoais. públicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo trata-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- mento dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público,
gência nos termos deste Capítulo.
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato intero-
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. perável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos,
de dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletiva- à descentralização da atividade pública e à disseminação e ao
mente, na forma do disposto na legislação pertinente, acerca acesso das informações pelo público em geral.
dos instrumentos de tutela individual e coletiva. Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
Público deve atender a finalidades específicas de execução de
CAPÍTULO IV políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas enti-
DO TRATAMENTO DE DADOS dades públicas, respeitados os princípios de proteção de dados
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO pessoais elencados no art. 6º desta Lei.
SEÇÃO I § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades priva-
DAS REGRAS das dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha
acesso, exceto:
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurí- I - em casos de execução descentralizada de atividade públi-
dicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º ca que exija a transferência, exclusivamente para esse fim espe-
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à cífico e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de
Informação) , deverá ser realizado para o atendimento de sua 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
finalidade pública, na persecução do interesse público, com o II - (VETADO);
objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atri- III - nos casos em que os dados forem acessíveis publica-
buições legais do serviço público, desde que: mente, observadas as disposições desta Lei.
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
suas competências, realizam o tratamento de dados pessoais, paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres;
fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar ex-
a execução dessas atividades, em veículos de fácil acesso, prefe- clusivamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou pro-
rencialmente em seus sítios eletrônicos; teger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos
II - (VETADO); e dados, desde que vedado o tratamento para outras finalidades.
III - seja indicado um encarregado quando realizarem ope- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
rações de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste arti-
desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência go deverão ser comunicados à autoridade nacional.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados VI - quando a transferência resultar em compromisso assu-
pessoais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito mido em acordo de cooperação internacional;
privado será informado à autoridade nacional e dependerá de VII - quando a transferência for necessária para a execução
consentimento do titular, exceto: de política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta
nesta Lei; Lei;
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento
dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta específico e em destaque para a transferência, com informação
Lei; ou prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei. claramente esta de outras finalidades; ou
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Inclu- nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pes-
Art. 28. (VETADO). soas jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
momento, aos órgãos e às entidades do poder público a reali- Acesso à Informação) , no âmbito de suas competências legais,
zação de operações de tratamento de dados pessoais, informa- e responsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão requerer
ções específicas sobre o âmbito e a natureza dos dados e ou- à autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a dados
tros detalhes do tratamento realizado e poderá emitir parecer pessoais conferido por país ou organismo internacional.
técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei. Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro
(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência ou do organismo internacional mencionado no inciso I do caput
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas do art. 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que
complementares para as atividades de comunicação e de uso levará em consideração:
compartilhado de dados pessoais. I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país
de destino ou no organismo internacional;
SEÇÃO II II - a natureza dos dados;
DA RESPONSABILIDADE III - a observância dos princípios gerais de proteção de da-
dos pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regu-
do tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autori- lamento;
dade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o
fazer cessar a violação. respeito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferên-
Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção cia.
de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas prá- Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão con-
ticas para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. tratuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais espe-
cíficas para uma determinada transferência, normas corporati-
CAPÍTULO V vas globais ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS refere o inciso II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela
autoridade nacional.
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo,
mente é permitida nos seguintes casos: deverão ser considerados os requisitos, as condições e as garan-
I - para países ou organismos internacionais que proporcio- tias mínimas para a transferência que observem os direitos, as
nem grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto garantias e os princípios desta Lei.
nesta Lei; § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de ou de normas corporativas globais submetidas à aprovação da
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime autoridade nacional, poderão ser requeridas informações su-
de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: plementares ou realizadas diligências de verificação quanto às
a) cláusulas contratuais específicas para determinada trans- operações de tratamento, quando necessário.
ferência; § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de
b) cláusulas-padrão contratuais; certificação para a realização do previsto no caput deste artigo,
c) normas corporativas globais; que permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente regulamento.
emitidos; § 4º Os atos realizados por organismo de certificação pode-
III - quando a transferência for necessária para a cooperação rão ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconfor-
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de midade com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
investigação e de persecução, de acordo com os instrumentos § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios
de direito internacional; gerais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput
IV - quando a transferência for necessária para a proteção deste artigo serão também analisadas de acordo com as medi-
da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; das técnicas e organizacionais adotadas pelo operador, de acor-
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; do com o previsto nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como su- SEÇÃO III
ficientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
direitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deve-
rão ser comunicadas à autoridade nacional. Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exer-
cício de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a
CAPÍTULO VI outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em vio-
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS lação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a
SEÇÃO I repará-lo.
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos
dados:
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro I - o operador responde solidariamente pelos danos causa-
das operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, dos pelo tratamento quando descumprir as obrigações da le-
especialmente quando baseado no legítimo interesse. gislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- instruções lícitas do controlador, hipótese em que o operador
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- equipara-se ao controlador, salvo nos casos de exclusão previs-
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações tos no art. 43 desta Lei;
de tratamento de dados, nos termos de regulamento, observa- II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos
dos os segredos comercial e industrial. no tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste arti- respondem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previs-
go, o relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos tos no art. 43 desta Lei.
de dados coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para § 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da pro-
a garantia da segurança das informações e a análise do controla- va a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossí-
dor com relação a medidas, salvaguardas e mecanismos de miti- mil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de
gação de risco adotados. prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo excessivamente onerosa.
as instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a ob- § 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham
servância das próprias instruções e das normas sobre a matéria. por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o dis-
de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso posto na legislação pertinente.
aos dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda § 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de
dos registros, tendo em vista especialmente a necessidade e a regresso contra os demais responsáveis, na medida de sua parti-
transparência. cipação no evento danoso.
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabi-
SEÇÃO II lizados quando provarem:
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que
lhes é atribuído;
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tra- II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados
tamento de dados pessoais. pessoais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de
§ 1º A identidade e as informações de contato do encar- proteção de dados; ou
regado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular
objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. dos dados ou de terceiro.
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quan-
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar do deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a
esclarecimentos e adotar providências; segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as cir-
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar cunstâncias relevantes, entre as quais:
providências; I - o modo pelo qual é realizado;
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se espe-
respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de ram;
dados pessoais; e III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo con- à época em que foi realizado.
trolador ou estabelecidas em normas complementares. Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da vio-
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- lação da segurança dos dados o controlador ou o operador que,
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indica- desta Lei, der causa ao dano.
ção, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âm-
operações de tratamento de dados. bito das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- responsabilidade previstas na legislação pertinente.
gência

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII boas práticas e de governança que estabeleçam as condições
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS de organização, o regime de funcionamento, os procedimen-
SEÇÃO I tos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas de
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para
os diversos envolvidos no tratamento, as ações educativas, os
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de mecanismos internos de supervisão e de mitigação de riscos e
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais.
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais § 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qual- o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento
quer forma de tratamento inadequado ou ilícito. e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões téc- e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata-
nicos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste mento de dados do titular.
artigo, considerados a natureza das informações tratadas, as § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e
características específicas do tratamento e o estado atual da VIII do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a
tecnologia, especialmente no caso de dados pessoais sensíveis, estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a
assim como os princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão dos danos para os titulares dos dados, poderá:
ser observadas desde a fase de concepção do produto ou do ser- I - implementar programa de governança em privacidade
viço até a sua execução. que, no mínimo:
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa a) demonstre o comprometimento do controlador em ado-
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- tar processos e políticas internas que assegurem o cumprimen-
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação to, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à
aos dados pessoais, mesmo após o seu término. proteção de dados pessoais;
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacio- b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que
nal e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa estejam sob seu controle, independentemente do modo como
acarretar risco ou dano relevante aos titulares. se realizou sua coleta;
§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas
definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mí- operações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
nimo: d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; em processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à pri-
II - as informações sobre os titulares envolvidos; vacidade;
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utiliza- e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com
das para a proteção dos dados, observados os segredos comer- o titular, por meio de atuação transparente e que assegure me-
cial e industrial; canismos de participação do titular;
IV - os riscos relacionados ao incidente; f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter estabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e ex-
sido imediata; e ternos;
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para re- g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação;
verter ou mitigar os efeitos do prejuízo. e
§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do inciden- h) seja atualizado constantemente com base em informa-
te e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ções obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações
titulares, determinar ao controlador a adoção de providências, periódicas;
tais como: II - demonstrar a efetividade de seu programa de governan-
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e ça em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. da autoridade nacional ou de outra entidade responsável por
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada even- promover o cumprimento de boas práticas ou códigos de condu-
tual comprovação de que foram adotadas medidas técnicas ade- ta, os quais, de forma independente, promovam o cumprimento
quadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no desta Lei.
âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
não autorizados a acessá-los. publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhe-
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados cidas e divulgadas pela autoridade nacional.
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisi- Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de pa-
tos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança drões técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus
e aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas dados pessoais.
regulamentares.

SEÇÃO II
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas


competências, pelo tratamento de dados pessoais, individual-
mente ou por meio de associações, poderão formular regras de

46
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VIII § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
DA FISCALIZAÇÃO ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078,
SEÇÃO I de 11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput des-
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das te artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos,
infrações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujei- sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
tos às seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autori- 1990, na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527,
dade nacional: (Vigência) de 18 de novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de me- § 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
didas corretivas; caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamen- faturamento total da empresa ou grupo de empresas, quando
to da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado não dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade em-
no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, presarial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade
no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por nacional, ou quando o valor for apresentado de forma incomple-
infração; ta ou não for demonstrado de forma inequívoca e idônea.
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela
inciso II; ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo
IV - publicização da infração após devidamente apurada e de Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº
confirmada a sua ocorrência; 7.347, de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
até a sua regularização; § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput des-
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infra- te artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ção; I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das
VII - (VETADO); sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput des-
VIII - (VETADO); te artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº
IX - (VETADO). 13.853, de 2019)
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
a que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) me- entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses ór-
ses, prorrogável por igual período, até a regularização da ati- gãos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vidade de tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autoriza-
13.853, de 2019) dos de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos de conciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja
dados pessoais a que se refere a infração pelo período máximo acordo, o controlador estará sujeito à aplicação das penalidades
de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela de que trata este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula-
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades re- mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta
lacionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias
de 2019) que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa.
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento admi- (Vigência)
nistrativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de § 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo
forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as pe- devem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes
culiaridades do caso concreto e considerados os seguintes parâ- de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e
metros e critérios: dosimetrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa,
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pes- que deverão conter fundamentação detalhada de todos os seus
soais afetados; elementos, demonstrando a observância dos critérios previstos
II - a boa-fé do infrator; nesta Lei.
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; § 2º O regulamento de sanções e metodologias correspon-
IV - a condição econômica do infrator; dentes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a
V - a reincidência; adoção de multa simples ou diária.
VI - o grau do dano; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infra-
VII - a cooperação do infrator; ções a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autorida-
procedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados de nacional. (Vigência)
ao tratamento seguro e adequado de dados, em consonância Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária de-
com o disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; verá conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o pra-
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; zo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e o valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a inten-
sidade da sanção.

47
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IX § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do manda-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS to de membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será
(ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DA- completado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
DOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente per-
SEÇÃO I derão seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de pro-
(ANPD) cesso administrativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019)
Art. 55. (VETADO). § 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
Art. 55-A. Fica criada, sem aumento de despesa, a Autori- Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar
dade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão da adminis- o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por
tração pública federal, integrante da Presidência da República. comissão especial constituída por servidores públicos federais
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) estáveis. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º A natureza jurídica da ANPD é transitória e poderá ser § 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas-
transformada pelo Poder Executivo em entidade da administra- tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela
ção pública federal indireta, submetida a regime autárquico es- comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o
pecial e vinculada à Presidência da República. (Incluído pela Lei julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
nº 13.853, de 2019) Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após
§ 2º A avaliação quanto à transformação de que dispõe o o exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16
§ 1º deste artigo deverá ocorrer em até 2 (dois) anos da data de maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
da entrada em vigor da estrutura regimental da ANPD. (Incluído Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste arti-
pela Lei nº 13.853, de 2019) go caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela
§ 3º O provimento dos cargos e das funções necessários à Lei nº 13.853, de 2019)
criação e à atuação da ANPD está condicionado à expressa au- Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a
torização física e financeira na lei orçamentária anual e à per- estrutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
missão na lei de diretrizes orçamentárias. (Incluído pela Lei nº 2019)
13.853, de 2019) § 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regi-
Art. 55-B. É assegurada autonomia técnica e decisória à mental, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Casa Civil da Presidência da República para o exercício de suas
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº atividades. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da da ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do
Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das fun-
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ções de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Dire-
V - órgão de assessoramento jurídico próprio; e (Incluído tor e nomeados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluí-
pela Lei nº 13.853, de 2019) do pela Lei nº 13.853, de 2019)
VI - unidades administrativas e unidades especializadas ne- Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
cessárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 2019)
13.853, de 2019) I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de legislação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
5 (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela II - zelar pela observância dos segredos comercial e indus-
Lei nº 13.853, de 2019) trial, observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão esco- informações quando protegido por lei ou quando a quebra do
lhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após sigilo violar os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela
aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do in- Lei nº 13.853, de 2019)
ciso III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853,
no mínimo, de nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de
dentre brasileiros que tenham reputação ilibada, nível supe- dados realizado em descumprimento à legislação, mediante pro-
rior de educação e elevado conceito no campo de especialidade cesso administrativo que assegure o contraditório, a ampla de-
dos cargos para os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº fesa e o direito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controla-
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dor não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação;
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Di- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
retor nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de VI - promover na população o conhecimento das normas e
5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de das políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das
nomeação. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) medidas de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

48
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacio- XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descum-
nais e internacionais de proteção de dados pessoais e privacida- primento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da admi-
de; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nistração pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produ- XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
tos que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus para exercer suas competências em setores específicos de ati-
dados pessoais, os quais deverão levar em consideração as espe- vidades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e
cificidades das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
IX - promover ações de cooperação com autoridades de pro- meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o trata-
teção de dados pessoais de outros países, de natureza interna- mento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (In-
cional ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de § 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamen-
tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comer- to de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam
cial e industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exi-
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder gência de mínima intervenção, assegurados os fundamentos,
público que realizem operações de tratamento de dados pesso- os princípios e os direitos dos titulares previstos no art. 170 da
ais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os Constituição Federal e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade 2019)
de emitir parecer técnico complementar para garantir o cumpri- § 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD de-
mento desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) vem ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ati- de análises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853,
vidades; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis
de dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de pela regulação de setores específicos da atividade econômica e
impacto à proteção de dados pessoais para os casos em que o governamental devem coordenar suas atividades, nas corres-
tratamento representar alto risco à garantia dos princípios ge- pondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumpri-
rais de proteção de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído mento de suas atribuições com a maior eficiência e promover o
pela Lei nº 13.853, de 2019) adequado funcionamento dos setores regulados, conforme le-
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em ma- gislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma
térias de interesse relevante e prestar contas sobre suas ativida- desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des e planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) § 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação,
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
inclusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entida-
de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o
des da administração pública responsáveis pela regulação de se-
detalhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº
tores específicos da atividade econômica e governamental, a fim
13.853, de 2019)
de facilitar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no
da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
âmbito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput
com a devida observância do disposto no inciso II do caput des-
deste artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preser-
te artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos
vação do segredo empresarial e do sigilo das informações, nos
agentes de tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela
termos da lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019)
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso
agentes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza V do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agre-
jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos admi- gada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão ser
nistrativos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, adotadas de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
de 4 de setembro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simpli- Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei com-
ficados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que pete exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalece-
microempresas e empresas de pequeno porte, bem como inicia- rão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as
tivas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se competências correlatas de outras entidades ou órgãos da admi-
autodeclarem startups ou empresas de inovação, possam ade- nistração pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
quar-se a esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efe- órgãos e entidades com competências sancionatórias e normati-
tuado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu vas afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão
entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º central de interpretação desta Lei e do estabelecimento de nor-
de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº mas e diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter termina- Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
tivo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os 13.853, de 2019)
casos omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União,
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- os créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, e os repasses que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº
de 2019) 13.853, de 2019)

49
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela
que lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei nº 13.853, de 2019)
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet
e imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de no Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) re-
IV - os valores apurados em aplicações no mercado finan- condução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ceiro das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de
13.853, de 2019) Dados Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) serviço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- 13.853, de 2019)
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, pú- Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de
blicos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei Dados Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853,
nº 13.853, de 2019) de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a
dados e informações, inclusive para fins de licitação pública. (In- elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) e da Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº
Art. 56. (VETADO). 13.853, de 2019)
Art. 57. (VETADO). II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
SEÇÃO II Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO- III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído
AIS E DA PRIVACIDADE pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públi-
Art. 58. (VETADO). cas sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (In-
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pes- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
soais e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) repre- V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados
sentantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pessoais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº Art. 59. (VETADO).
13.853, de 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, CAPÍTULO X
de 2019) DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela da Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
Lei nº 13.853, de 2019) “Art. 7º ..................................................................
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (In- .......................................................................................
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver forne-
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído cido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento,
pela Lei nº 13.853, de 2019) ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que
relacionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº dispõe sobre a proteção de dados pessoais;
13.853, de 2019) ..............................................................................” (NR)
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de “Art. 16. .................................................................
inovação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) .......................................................................................
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular,
13.853, de 2019) exceto nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a prote-
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresa- ção de dados pessoais.” (NR)
rial relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (In- Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de todos os atos processuais previstos nesta Lei, independente-
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. mente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presi- por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório
dente da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº instalado no Brasil.
13.853, de 2019) Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Es-
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito
e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos de suas competências, editarão regulamentos específicos para
titulares dos respectivos órgãos e entidades da administração o acesso a dados tratados pela União para o cumprimento do
pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) disposto no § 2º do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) , e aos re-
X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei ferentes ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
nº 13.853, de 2019) (Sinaes), de que trata a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .

50
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais san-
a adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a ções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos
data de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexida- antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simu-
de das operações de tratamento e a natureza dos dados. lação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex- § 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou,
cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacio- no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida-
nados à matéria ou nos tratados internacionais em que a Repú- riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
blica Federativa do Brasil seja parte. restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº de multa e reparação integral do dano causado.
13.853, de 2019)
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, CAPÍTULO II
55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO-
58-B; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) NAL OU ESTRANGEIRA
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020) Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, na-
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, cional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles pra-
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único
do art. 1º , que atentem contra o patrimônio público nacional ou
estrangeiro, contra princípios da administração pública ou con-
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 tra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim
definidos:
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, van-
tagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele re-
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de lacionada;
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa físi-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ca ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou
a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
CAPÍTULO I IV - no tocante a licitações e contratos:
DISPOSIÇÕES GERAIS a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedi-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva mento licitatório público;
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
contra a administração pública, nacional ou estrangeira. ato de procedimento licitatório público;
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às socieda- c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude
des empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
independentemente da forma de organização ou modelo socie- d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
tário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica
entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham para participar de licitação pública ou celebrar contrato admi-
sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas nistrativo;
de fato ou de direito, ainda que temporariamente. f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudu-
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objeti- lento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados
vamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos com a administração pública, sem autorização em lei, no ato
previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumen-
exclusivo ou não. tos contratuais; ou
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro
responsabilidade individual de seus dirigentes ou administrado- dos contratos celebrados com a administração pública;
res ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór-
do ato ilícito. gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação,
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente- inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de
mente da responsabilização individual das pessoas naturais re- fiscalização do sistema financeiro nacional.
feridas no caput . § 1º Considera-se administração pública estrangeira os ór-
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão res- gãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de
ponsabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente,
hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, pelo poder público de país estrangeiro.
fusão ou cisão societária. § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsa- pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
bilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do

51
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanis-
desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remune- mos e procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão es-
ração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, en- tabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.
tidades estatais ou em representações diplomáticas de país es-
trangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta CAPÍTULO IV
ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
organizações públicas internacionais.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo adminis-
CAPÍTULO III trativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla
jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos defesa.
nesta Lei as seguintes sanções: § 1º A competência para a instauração e o julgamento do
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% processo administrativo de apuração de responsabilidade da
(vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício ante- pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
rior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controlado-
tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando ria-Geral da União - CGU terá competência concorrente para
for possível sua estimação; e instaurar processos administrativos de responsabilização de
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, iso- fundamento nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para
lada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do corrigir-lhes o andamento.
caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações. Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será pre- apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos
cedida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pú- nesta Lei, praticados contra a administração pública estrangeira,
blica ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Comba-
ente público. te da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Tran-
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não ex- sações Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº
clui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do 3.678, de 30 de novembro de 2000.
dano causado. Art. 10. O processo administrativo para apuração da res-
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja pos- ponsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão
sível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pes- designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
soa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ ou mais servidores estáveis.
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representa-
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ção judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se re-
ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa fere o caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias
jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área para a investigação e o processamento das infrações, inclusive
da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua de busca e apreensão.
falta, em publicação de circulação nacional, bem como por meio § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autorida-
de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no de instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo ob-
próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, jeto da investigação.
de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180
de computadores. (cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que
§ 6º (VETADO). a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apu-
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san- rados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo
ções: de forma motivada as sanções a serem aplicadas.
I - a gravidade da infração; § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, me-
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; diante ato fundamentado da autoridade instauradora.
III - a consumação ou não da infração; Art. 11. No processo administrativo para apuração de res-
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; ponsabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30
V - o efeito negativo produzido pela infração; (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.
VI - a situação econômica do infrator; Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da co-
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das missão, será remetido à autoridade instauradora, na forma do
infrações; art. 10, para julgamento.
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos Art. 13. A instauração de processo administrativo específico
de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari- de reparação integral do dano não prejudica a aplicação imedia-
dades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no ta das sanções estabelecidas nesta Lei.
âmbito da pessoa jurídica; Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazen-
o órgão ou entidade pública lesados; e da pública.
X - (VETADO).

52
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada § 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão com-
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, enco- petente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Po-
brir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei der Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos pratica-
ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos dos contra a administração pública estrangeira.
os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus admi- Art. 17. A administração pública poderá também celebrar
nistradores e sócios com poderes de administração, observados acordo de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prá-
o contraditório e a ampla defesa. tica de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsa- com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas
bilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento estabelecidas em seus arts. 86 a 88.
administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua
existência, para apuração de eventuais delitos. CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pes-
soa jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade na esfera judicial.
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurí- Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des-
dicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
colaborem efetivamente com as investigações e o processo ad- por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de re-
ministrativo, sendo que dessa colaboração resulte: presentação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, po-
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quan- derão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções
do couber; e às pessoas jurídicas infratoras:
II - a obtenção célere de informações e documentos que I - perdimento dos bens, direitos ou valores que represen-
comprovem o ilícito sob apuração. tem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser ce- infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
lebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requi- II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
sitos: III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder pú-
na infração investigada a partir da data de propositura do acor- blico, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
do; § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será deter-
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e minada quando comprovado:
coopere plena e permanentemente com as investigações e o I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habi-
processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, tual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu en- II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses
cerramento. ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa § 2º (VETADO).
jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa cumulativa.
aplicável. § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da de representação judicial, ou equivalente, do ente público po-
obrigação de reparar integralmente o dano causado. derá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessá- necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação
rias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado integral do dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressal-
útil do processo. vado o direito do terceiro de boa-fé.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, pode-
pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de rão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo
fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, res- daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omis-
peitadas as condições nele estabelecidas. são das autoridades competentes para promover a responsabi-
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará lização administrativa.
pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interes- Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adota-
se das investigações e do processo administrativo. do o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de
ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. reparar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, será apurado em posterior liquidação, se não constar expressa-
a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo mente da sentença.
prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela adminis-
tração pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.

53
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VII Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por
DISPOSIÇÕES FINAIS pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estran-
geira, ainda que cometidos no exterior.
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da
dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esfe- que constitua infração à ordem econômica.
ras de governo com base nesta Lei. Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afe-
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão in- ta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades
formar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às san- decorrentes de:
ções por eles aplicadas. I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
acerca das sanções aplicadas: II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou de 1993, ou outras normas de licitações e contratos da adminis-
entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; tração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de
II - tipo de sanção; e Contratações Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limi- de agosto de 2011.
tador ou impeditivo da sanção, quando for o caso. Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos após a data de sua publicação.
de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo,
as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo DECRETO Nº 8.420/2015 E SUAS ALTERAÇÕES
se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações e
ao processo administrativo. DECRETO Nº 8.420, DE 18 DE MARÇO DE 2015
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que
ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento. dispõe sobre a responsabilização administrativa de pessoas
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
excluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido nacional ou estrangeira e dá outras providências.
no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de
leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe
solicitação do órgão ou entidade sancionadora. confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constituição, e tendo em
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Le- vista o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
gislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão DECRETA:
informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Ca-
dastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização ob-
caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, jetiva administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos
os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do contra a administração pública, nacional ou estrangeira, de que
disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 .
1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores CAPÍTULO I
aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferen- DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
cialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de
nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso pessoa jurídica que possa resultar na aplicação das sanções pre-
de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver ces- vistas no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 , será efetuada por
sado. meio de Processo Administrativo de Responsabilização - PAR.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres- Art. 3º A competência para a instauração e para o julgamen-
crição será interrompida com a instauração de processo que te- to do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual
nha por objeto a apuração da infração. foi praticado o ato lesivo, ou, em caso de órgão da administra-
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo ad- ção direta, do seu Ministro de Estado.
ministrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. Parágrafo único. A competência de que trata o caput será
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão repre- exercida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delega-
sentadas pela pessoa a quem couber a administração de seus da, sendo vedada a subdelegação.
bens. Art. 4º A autoridade competente para instauração do PAR,
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à adminis-
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência tração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade e
ou sucursal aberta ou instalada no Brasil. mediante despacho fundamentado, decidirá:
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento I - pela abertura de investigação preliminar;
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a II - pela instauração de PAR; ou
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e adminis- III - pelo arquivamento da matéria.
trativamente nos termos da legislação específica aplicável.

54
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá ca- § 2º Em se tratando de pessoa jurídica que não possua sede,
ráter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de in- filial ou representação no País e sendo desconhecida sua repre-
dícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração sentação no exterior, frustrada a intimação nos termos do caput
pública federal. , será feita nova intimação por meio de edital publicado na im-
§ 2º A investigação preliminar será conduzida por comissão prensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público
composta por dois ou mais servidores efetivos. responsável pela apuração do PAR, contando-se o prazo para
§ 3º Em entidades da administração pública federal cujos apresentação da defesa a partir da última data de publicação
quadros funcionais não sejam formados por servidores estatu- do edital.
tários, a comissão a que se refere o § 2º será composta por dois Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por
ou mais empregados públicos. meio de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes
§ 4º O prazo para conclusão da investigação preliminar não assegurado amplo acesso aos autos.
excederá sessenta dias e poderá ser prorrogado por igual perío- Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da reparti-
do, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à ção pública, sendo autorizada a obtenção de cópias mediante
autoridade instauradora. requerimento.
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à Art. 9º O prazo para a conclusão do PAR não excederá cento
autoridade competente as peças de informação obtidas, acom- e oitenta dias, admitida prorrogação por meio de solicitação do
panhadas de relatório conclusivo acerca da existência de indí- presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá
cios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração de forma fundamentada.
pública federal, para decisão sobre a instauração do PAR. § 1º O prazo previsto no caput será contado da data de pu-
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designa- blicação do ato de instauração do PAR.
rá comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis, que § 2º A comissão, para o devido e regular exercício de suas
avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa funções, poderá:
jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e I - propor à autoridade instauradora a suspensão cautelar
especificar eventuais provas que pretende produzir. dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos II - solicitar a atuação de especialistas com notório conhe-
quadros funcionais não sejam formados por servidores estatu- cimento, de órgãos e entidades públicos ou de outras organiza-
tários, a comissão a que se refere o caput será composta por ções, para auxiliar na análise da matéria sob exame; e
dois ou mais empregados públicos, preferencialmente com no III - solicitar ao órgão de representação judicial ou equiva-
mínimo três anos de tempo de serviço na entidade. lente dos órgãos ou entidades lesados que requeira as medidas
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de necessárias para a investigação e o processamento das infra-
novas provas ou de juntada de provas julgadas indispensáveis ções, inclusive de busca e apreensão, no País ou no exterior.
pela comissão, a pessoa jurídica poderá apresentar alegações § 3º Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
finais no prazo de dez dias, contado da data do deferimento ou missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da
da intimação de juntada das provas pela comissão. eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no
§ 3º Serão recusadas, mediante decisão fundamentada, pro- qual sugerirá, de forma motivada, as sanções a serem aplicadas,
vas propostas pela pessoa jurídica que sejam ilícitas, imperti- a dosimetria da multa ou o arquivamento do processo.
nentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. § 4º O relatório final do PAR será encaminhado à autoridade
§ 4º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa infor- competente para julgamento, o qual será precedido de mani-
mações e documentos referentes à existência e ao funciona- festação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência jurídica
mento de programa de integridade, a comissão processante de- competente.
verá examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo § 5º Caso seja verificada a ocorrência de eventuais ilícitos a
IV, para a dosimetria das sanções a serem aplicadas. serem apurados em outras instâncias, o relatório da comissão
Art. 6º A comissão a que se refere o art. 5º exercerá suas será encaminhado, pela autoridade julgadora:
atividades com independência e imparcialidade, assegurado o I - ao Ministério Público;
sigilo, sempre que necessário à elucidação do fato e à preserva- II - à Advocacia-Geral da União e seus órgãos vinculados,
ção da imagem dos envolvidos, ou quando exigido pelo interesse no caso de órgãos da administração pública direta, autarquias e
da administração pública, garantido o direito à ampla defesa e fundações públicas federais; ou
ao contraditório. III - ao órgão de representação judicial ou equivalente no
Art. 7º As intimações serão feitas por meio eletrônico, via caso de órgãos ou entidades da administração pública não
postal ou por qualquer outro meio que assegure a certeza de ci- abrangidos pelo inciso II.
ência da pessoa jurídica acusada, cujo prazo para apresentação § 6º Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comis-
de defesa será contado a partir da data da cientificação oficial, são, esta deverá ser fundamentada com base nas provas produ-
observado o disposto no Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de zidas no PAR.
janeiro de 1999 . Art. 10. A decisão administrativa proferida pela autorida-
§ 1º Caso não tenha êxito a intimação de que trata o caput de julgadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da
, será feita nova intimação por meio de edital publicado na im- União e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público respon-
prensa oficial, em jornal de grande circulação no Estado da fede- sável pela instauração do PAR.
ração em que a pessoa jurídica tenha sede, e no sítio eletrônico Art. 11. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedi-
do órgão ou entidade pública responsável pela apuração do PAR, do de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez
contando-se o prazo para apresentação da defesa a partir da dias, contado da data de publicação da decisão.
última data de publicação do edital.

55
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções CAPÍTULO II
no PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMEN-
cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para TOS JUDICIAIS
interposição do pedido de reconsideração. SEÇÃO I
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para DISPOSIÇÕES GERAIS
decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e
publicar nova decisão. Art. 15. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san-
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será ções administrativas, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.846, de
concedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para cum- 2013 :
primento das sanções que lhe foram impostas, contado da data I - multa; e
de publicação da nova decisão. II - publicação extraordinária da decisão administrativa san-
Art. 12. Os atos previstos como infrações administrativas cionadora.
à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , ou a outras normas Art. 16. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações
de licitações e contratos da administração pública que também administrativas à Lei nº 8.666, de 1993 , ou a outras normas de
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013 , licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
serão apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, a apuração conjunta prevista no art. 12, a pessoa jurídica tam-
aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo. bém estará sujeita a sanções administrativas que tenham como
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo efeito restrição ao direito de participar em licitações ou de cele-
autoridades distintas competentes para julgamento, o processo brar contratos com a administração pública, a serem aplicadas
será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, no PAR.
para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedên-
cia o julgamento pelo Ministro de Estado competente. SEÇÃO II
§ 2º Para fins do disposto no caput , o chefe da unidade DA MULTA
responsável no órgão ou entidade pela gestão de licitações e
contratos deve comunicar à autoridade prevista no art. 3º sobre Art. 17. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores
eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º correspondentes aos seguintes percentuais do faturamento bru-
da Lei nº 12.846, de 2013. to da pessoa jurídica do último exercício anterior ao da instaura-
Art. 13. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito ção do PAR, excluídos os tributos:
do Poder Executivo federal, competência: I - um por cento a dois e meio por cento havendo continui-
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e dade dos atos lesivos no tempo;
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para II - um por cento a dois e meio por cento para tolerância
exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento, ou ciência de pessoas do corpo diretivo ou gerencial da pessoa
inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa jurídica;
cabível. III - um por cento a quatro por cento no caso de interrup-
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual- ção no fornecimento de serviço público ou na execução de obra
quer tempo, a competência prevista no caput , se presentes contratada;
quaisquer das seguintes circunstâncias: IV - um por cento para a situação econômica do infrator com
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente base na apresentação de índice de Solvência Geral - SG e de Li-
competente; quidez Geral - LG superiores a um e de lucro líquido no último
II - inexistência de condições objetivas para sua realização exercício anterior ao da ocorrência do ato lesivo;
no órgão ou entidade de origem; V - cinco por cento no caso de reincidência, assim definida
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria; a ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipifi-
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o cada como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013 , em
órgão ou entidade atingida; ou menos de cinco anos, contados da publicação do julgamento da
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados a mais de infração anterior; e
um órgão ou entidade da administração pública federal. VI - no caso de os contratos mantidos ou pretendidos com o
§2º Ficam os órgãos e entidades da administração pública órgão ou entidade lesado, serão considerados, na data da práti-
obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos ca do ato lesivo, os seguintes percentuais:
os documentos e informações que lhes forem solicitados, incluí- a) um por cento em contratos acima de R$ 1.500.000,00 (um
dos os autos originais dos processos que eventualmente estejam milhão e quinhentos mil reais);
em curso. b) dois por cento em contratos acima de R$ 10.000.000,00
Art. 14. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, (dez milhões de reais);
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos à administração c) três por cento em contratos acima de R$ 50.000.000,00
pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito proce- (cinquenta milhões de reais);
dimental previsto neste Capítulo. d) quatro por cento em contratos acima de R$ 250.000.000,00
(duzentos e cinquenta milhões de reais); e
e) cinco por cento em contratos acima de R$ 1.000.000.000,00
(um bilhão de reais).
Art. 18. Do resultado da soma dos fatores do art. 17 serão
subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percentu-
ais do faturamento bruto da pessoa jurídica do último exercício
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - um por cento no caso de não consumação da infração; II - sobre o montante total de recursos recebidos pela pes-
II - um e meio por cento no caso de comprovação de ressar- soa jurídica sem fins lucrativos no ano em que ocorreu o ato
cimento pela pessoa jurídica dos danos a que tenha dado causa; lesivo; ou
III - um por cento a um e meio por cento para o grau de cola- III - nas demais hipóteses, sobre o faturamento anual esti-
boração da pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do mável da pessoa jurídica, levando em consideração quaisquer
ato lesivo, independentemente do acordo de leniência; informações sobre a sua situação econômica ou o estado de
IV - dois por cento no caso de comunicação espontânea pela seus negócios, tais como patrimônio, capital social, número de
pessoa jurídica antes da instauração do PAR acerca da ocorrên- empregados, contratos, dentre outras.
cia do ato lesivo; e Parágrafo único. Nas hipóteses previstas no caput , o valor
V - um por cento a quatro por cento para comprovação de da multa será limitado entre R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$
a pessoa jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo IV. Art. 23. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa
Art. 19. Na ausência de todos os fatores previstos nos art. aplicável será reduzida conforme a fração nele pactuada, obser-
17 e art. 18 ou de resultado das operações de soma e subtração vado o limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de
ser igual ou menor a zero, o valor da multa corresponderá, con- 2013 .
forme o caso, a: § 1º O valor da multa previsto no caput poderá ser inferior
I - um décimo por cento do faturamento bruto do último ao limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 .
exercício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tribu- § 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descum-
tos; ou primento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa
II - R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese do art. 22. jurídica colaboradora, o valor integral encontrado antes da re-
Art. 20. A existência e quantificação dos fatores previstos dução de que trata o caput será cobrado na forma da Seção IV,
nos art. 17 e art. 18, deverá ser apurada no PAR e evidenciada descontando-se as frações da multa eventualmente já pagas.
no relatório final da comissão, o qual também conterá a estima-
tiva, sempre que possível, dos valores da vantagem auferida e SEÇÃO III
da pretendida. DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMINIS-
§ 1º Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como TRATIVA SANCIONADORA
limite:
I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida e o Art. 24. A pessoa jurídica sancionada administrativamente
previsto no art. 19; e pela prática de atos lesivos contra a administração pública, nos
II - máximo, o menor valor entre: termos da Lei nº 12.846, de 2013 , publicará a decisão adminis-
a) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício trativa sancionadora na forma de extrato de sentença, cumula-
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos; ou tivamente:
b) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida. I - em meio de comunicação de grande circulação na área
§ 2º O valor da vantagem auferida ou pretendida equivale da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua
aos ganhos obtidos ou pretendidos pela pessoa jurídica que não falta, em publicação de circulação nacional;
ocorreriam sem a prática do ato lesivo, somado, quando for o II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local
caso, ao valor correspondente a qualquer vantagem indevida de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilida-
prometida ou dada a agente público ou a terceiros a ele rela- de pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
cionados. III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo de trinta dias e em
§ 3º Para fins do cálculo do valor de que trata o § 2º, serão destaque na página principal do referido sítio.
deduzidos custos e despesas legítimos comprovadamente exe- Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será
cutados ou que seriam devidos ou despendidos caso o ato lesivo feita a expensas da pessoa jurídica sancionada.
não tivesse ocorrido.
Art. 21. Ato do Ministro de Estado Chefe da Controladoria- SEÇÃO IV
-Geral da União fixará metodologia para a apuração do fatura- DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA
mento bruto e dos tributos a serem excluídos para fins de cálcu-
lo da multa a que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013. Art. 25. A multa aplicada ao final do PAR será integralmen-
Parágrafo único. Os valores de que trata o caput poderão te recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta
ser apurados, entre outras formas, por meio de: dias, observado o disposto nos §§ 1º e 3º do art. 11.
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
do inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro sentará ao órgão ou entidade que aplicou a sanção documento
de 1966 ; e que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pes- § 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa
soa jurídica acusada, no país ou no estrangeiro. tenha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de
Art. 22. Caso não seja possível utilizar o critério do valor do seu pagamento integral, o órgão ou entidade que a aplicou en-
faturamento bruto da pessoa jurídica no ano anterior ao da ins- caminhará o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou
tauração ao PAR, os percentuais dos fatores indicados nos art. das autarquias e fundações públicas federais.
17 e art. 18 incidirão: § 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida
I - sobre o valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, ex- Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia ins-
cluídos os tributos, no ano em que ocorreu o ato lesivo, no caso crição.
de a pessoa jurídica não ter tido faturamento no ano anterior ao
da instauração ao PAR;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO V Art. 31. A proposta de celebração de acordo de leniência
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS poderá ser feita de forma oral ou escrita, oportunidade em que
a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi
Art. 26. As medidas judiciais, no País ou no exterior, como a orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais
cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção e de que o não atendimento às determinações e solicitações da
da publicação extraordinária, a persecução das sanções referi- Controladoria-Geral da União durante a etapa de negociação im-
das nos incisos I a IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de portará a desistência da proposta.
2013 , a reparação integral dos danos e prejuízos, além de even- § 1º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso
tual atuação judicial para a finalidade de instrução ou garantia e o acesso ao seu conteúdo será restrito aos servidores espe-
do processo judicial ou preservação do acordo de leniência, se- cificamente designados pela Controladoria-Geral da União para
rão solicitadas ao órgão de representação judicial ou equivalen- participar da negociação do acordo de leniência, ressalvada a
te dos órgãos ou entidades lesados. possibilidade de a proponente autorizar a divulgação ou com-
partilhamento da existência da proposta ou de seu conteúdo,
Art. 27. No âmbito da administração pública federal dire-
desde que haja anuência da Controladoria-Geral da União.
ta, a atuação judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da
§ 2º Poderá ser firmado memorando de entendimentos
União, com exceção da cobrança da multa administrativa apli-
entre a pessoa jurídica proponente e a Controladoria-Geral da
cada no PAR, que será promovida pela Procuradoria-Geral da
União para formalizar a proposta e definir os parâmetros do
Fazenda Nacional. acordo de leniência.
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e fundações pú- § 3º Uma vez proposto o acordo de leniência, a Controla-
blicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado- doria-Geral da União poderá requisitar os autos de processos
ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa administrativos em curso em outros órgãos ou entidades da
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências administração pública federal relacionados aos fatos objeto do
específicas da Procuradoria-Geral do Banco Central. acordo.
Art. 32. A negociação a respeito da proposta do acordo de
CAPÍTULO III leniência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias,
DO ACORDO DE LENIÊNCIA contado da data de apresentação da proposta.
Parágrafo único. A critério da Controladoria-Geral da União,
Art. 28. O acordo de leniência será celebrado com as pesso- poderá ser prorrogado o prazo estabelecido no caput , caso pre-
as jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos sentes circunstâncias que o exijam.
na Lei nº 12.846, de 2013 , e dos ilícitos administrativos previs- Art. 33. Não importará em reconhecimento da prática do
tos na Lei nº 8.666, de 1993 , e em outras normas de licitações e ato lesivo investigado a proposta de acordo de leniência rejeita-
contratos, com vistas à isenção ou à atenuação das respectivas da, da qual não se fará qualquer divulgação, ressalvado o dispos-
sanções, desde que colaborem efetivamente com as investiga- to no § 1º do art. 31.
ções e o processo administrativo, devendo resultar dessa cola- Art. 34. A pessoa jurídica proponente poderá desistir da pro-
boração: posta de acordo de leniência a qualquer momento que anteceda
I - a identificação dos demais envolvidos na infração admi- a assinatura do referido acordo.
nistrativa, quando couber; e Art. 35. Caso o acordo não venha a ser celebrado, os do-
II - a obtenção célere de informações e documentos que cumentos apresentados durante a negociação serão devolvidos,
comprovem a infração sob apuração. sem retenção de cópias, à pessoa jurídica proponente e será
Art. 29. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar vedado seu uso para fins de responsabilização, exceto quando
acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos a administração pública federal tiver conhecimento deles inde-
pendentemente da apresentação da proposta do acordo de le-
casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
niência.
Art. 30. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de
Art. 36. O acordo de leniência estipulará as condições para
leniência deverá:
assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do pro-
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
cesso, do qual constarão cláusulas e obrigações que, diante das
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias.
relevante; Art. 37. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi-
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato le- ções, cláusulas que versem sobre:
sivo a partir da data da propositura do acordo; I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos
III - admitir sua participação na infração administrativa nos incisos II a V do caput do art. 30;
IV - cooperar plena e permanentemente com as investiga- II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descum-
ções e o processo administrativo e comparecer, sob suas ex- primento do acordo;
pensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu III - a natureza de título executivo extrajudicial do instru-
encerramento; e mento do acordo, nos termos do inciso II do caput do art. 585 da
V - fornecer informações, documentos e elementos que Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 ; e
comprovem a infração administrativa. IV - a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de programa
§ 1º O acordo de leniência de que trata o caput será propos- de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Ca-
to pela pessoa jurídica, por seus representantes, na forma de pítulo IV.
seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com Art. 38. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e
poderes específicos para tal ato, observado o disposto no art. 26 julgar os processos administrativos que apurem infrações admi-
da Lei nº 12.846, de 2013 . nistrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013 , na Lei nº 8.666,
§ 2º A proposta do acordo de leniência poderá ser feita até de 1993 , e em outras normas de licitações e contratos, cujos
a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR. fatos tenham sido noticiados por meio do acordo de leniência.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 39. Até a celebração do acordo de leniência pelo Minis- VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e
tro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União, a identida- precisa as transações da pessoa jurídica;
de da pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração
público, ressalvado o disposto no § 1º do art. 31. e confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiros da
Parágrafo único. A Controladoria-Geral da União manterá pessoa jurídica;
restrito o acesso aos documentos e informações comercialmen- VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilí-
te sensíveis da pessoa jurídica signatária do acordo de leniência. citos no âmbito de processos licitatórios, na execução de contra-
Art. 40. Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pes- tos administrativos ou em qualquer interação com o setor públi-
soa jurídica colaboradora, serão declarados em favor da pessoa co, ainda que intermediada por terceiros, tal como pagamento
jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, de tributos, sujeição a fiscalizações, ou obtenção de autoriza-
um ou mais dos seguintes efeitos: ções, licenças, permissões e certidões;
I - isenção da publicação extraordinária da decisão adminis- IX - independência, estrutura e autoridade da instância in-
trativa sancionadora; terna responsável pela aplicação do programa de integridade e
II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, fiscalização de seu cumprimento;
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e ampla-
públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas mente divulgados a funcionários e terceiros, e de mecanismos
pelo Poder Público; destinados à proteção de denunciantes de boa-fé;
III - redução do valor final da multa aplicável, observado o XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa
disposto no art. 23; ou de integridade;
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas pre- XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de
vistas nos art. 86 a art. 88 da Lei nº 8.666, de 1993 , ou de outras irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remedia-
normas de licitações e contratos. ção dos danos gerados;
Parágrafo único. Os efeitos do acordo de leniência serão es- XIII - diligências apropriadas para contratação e, conforme o
tendidos às pessoas jurídicas que integrarem o mesmo grupo caso, supervisão, de terceiros, tais como, fornecedores, presta-
econômico, de fato e de direito, desde que tenham firmado o dores de serviço, agentes intermediários e associados;
acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabeleci- XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições
das. e reestruturações societárias, do cometimento de irregularida-
des ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas
CAPITULO IV jurídicas envolvidas;
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
visando seu aperfeiçoamento na prevenção, detecção e comba-
Art. 41. Para fins do disposto neste Decreto, programa de te à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no con- 12.846, de 2013 ; e
junto de mecanismos e procedimentos internos de integridade, XVI - transparência da pessoa jurídica quanto a doações
auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplica- para candidatos e partidos políticos.
ção efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretri- § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata este artigo,
zes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregula- serão considerados o porte e especificidades da pessoa jurídica,
ridades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, tais como:
nacional ou estrangeira. I - a quantidade de funcionários, empregados e colabora-
Parágrafo Único. O programa de integridade deve ser estru- dores;
turado, aplicado e atualizado de acordo com as características e II - a complexidade da hierarquia interna e a quantidade de
riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual por departamentos, diretorias ou setores;
sua vez deve garantir o constante aprimoramento e adaptação III - a utilização de agentes intermediários como consultores
do referido programa, visando garantir sua efetividade. ou representantes comerciais;
Art. 42. Para fins do disposto no § 4º do art. 5º, o programa IV - o setor do mercado em que atua;
de integridade será avaliado, quanto a sua existência e aplica- V - os países em que atua, direta ou indiretamente;
ção, de acordo com os seguintes parâmetros: VI - o grau de interação com o setor público e a importância
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, in- de autorizações, licenças e permissões governamentais em suas
cluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívo- operações;
co ao programa; VII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e proce- integram o grupo econômico; e
dimentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e VIII - o fato de ser qualificada como microempresa ou em-
administradores, independentemente de cargo ou função exer- presa de pequeno porte.
cidos; § 2º A efetividade do programa de integridade em relação
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de inte- ao ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da
gridade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como, avaliação de que trata o caput .
fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e § 3º Na avaliação de microempresas e empresas de peque-
associados; no porte, serão reduzidas as formalidades dos parâmetros pre-
IV - treinamentos periódicos sobre o programa de integri- vistos neste artigo, não se exigindo, especificamente, os incisos
dade; III, V, IX, X, XIII, XIV e XV do caput .
V - análise periódica de riscos para realizar adaptações ne-
cessárias ao programa de integridade;

59
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria- III - tipo de sanção;
-Geral da União expedir orientações, normas e procedimentos IV - fundamentação legal da sanção;
complementares referentes à avaliação do programa de integri- V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção;
dade de que trata este Capítulo. VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impedi-
§ 5º A redução dos parâmetros de avaliação para as micro- tivo da sanção ou data de aplicação da sanção;
empresas e empresas de pequeno porte de que trata o § 3º po- VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
derá ser objeto de regulamentação por ato conjunto do Ministro quando couber;
de Estado Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e do VIII - nome do órgão ou entidade sancionador; e
Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União. IX - valor da multa, quando couber.
Art. 47. A exclusão dos dados e informações constantes do
CAPÍTULO V CEIS ou do CNEP se dará:
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E I - com fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da
SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PU- sanção; ou
NIDAS II -mediante requerimento da pessoa jurídica interessada,
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis:
Art. 43. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica
pensas - CEIS conterá informações referentes às sanções admi- sancionada, nas hipóteses dos incisos II e VI do caput do art. 43;
nistrativas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem b) cumprimento integral do acordo de leniência;
restrição ao direito de participar de licitações ou de celebrar c) reparação do dano causado; ou
contratos com a administração pública de qualquer esfera fede- d) quitação da multa aplicada.
rativa, entre as quais: Art. 48. O fornecimento dos dados e informações de que
I - suspensão temporária de participação em licitação e im- tratam os art. 43 a art. 46, pelos órgãos e entidades dos Poderes
pedimento de contratar com a administração pública, conforme Executivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de
disposto no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993 ; governo, será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a administração pública, conforme disposto no inciso IV do CAPÍTULO VI
caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993 ; DISPOSIÇÕES FINAIS
III - impedimento de licitar e contratar com União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art. 7º da Art. 49. As informações referentes ao PAR instaurado no
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 ; âmbito dos órgãos e entidades do Poder Executivo federal serão
IV - impedimento de licitar e contratar com a União, Esta- registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de proces-
dos, Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art. sos administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-
47 da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 ; -Geral da União, conforme ato do Ministro de Estado Chefe da
V - suspensão temporária de participação em licitação e im- Controladoria-Geral da União.
pedimento de contratar com a administração pública, conforme Art. 50. Os órgãos e as entidades da administração pública,
disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 no exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre
de novembro de 2011 ; e os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades
VI - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar reguladas, inclusive no caso de proposta e celebração de acordo
com a administração pública, conforme disposto no inciso V do de leniência.
caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011. Art. 51. O processamento do PAR não interfere no segui-
Art. 44. Poderão ser registradas no CEIS outras sanções que mento regular dos processos administrativos específicos para
impliquem restrição ao direito de participar em licitações ou de apuração da ocorrência de danos e prejuízos à administração
celebrar contratos com a administração pública, ainda que não pública federal resultantes de ato lesivo cometido por pessoa
sejam de natureza administrativa. jurídica, com ou sem a participação de agente público.
Art. 45. O Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controlado-
conterá informações referentes: ria-Geral da União expedir orientações e procedimentos com-
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, plementares para a execução deste Decreto.
de 2013 ; e Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data de sua publi-
II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado cação.
com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 .
Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên-
cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 , se- SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN
rão registradas no CNEP após a celebração do acordo, exceto se Nº 4.658, DE 26 DE ABRIL DE 2018
causar prejuízo às investigações ou ao processo administrativo.
Art. 46. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de ou- RESOLUÇÃO Nº 4.658, DE 26 DE ABRIL DE 2018
tros a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União,
dados e informações referentes a: Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os
I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancio- requisitos para a contratação de serviços de processamento e
nada; armazenamento de dados e de computação em nuvem a serem
II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Na- observados pelas instituições financeiras e demais instituições
cional da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
de Pessoas Físicas - CPF;

60
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº b) a definição de procedimentos e de controles voltados à
4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conse- prevenção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por
lho Monetário Nacional, em sessão realizada em 26 de abril de empresas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem
2018, com base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei dados ou informações sensíveis ou que sejam relevantes para a
nº 4.728, de 14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº condução das atividades operacionais da instituição;
6.099, de 12 de setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, c) a classificação dos dados e das informações quanto à re-
de 14 de fevereiro de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº levância; e
130, de 17 de abril de 2009, resolve: d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avalia-
ção da relevância dos incidentes;
CAPÍTULO I VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segu-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO rança cibernética na instituição, incluindo:
a) a implementação de programas de capacitação e de ava-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança liação periódica de pessoal;
cibernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre
de processamento e armazenamento de dados e de computação precauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e
em nuvem a serem observados pelas instituições financeiras e c) o comprometimento da alta administração com a melho-
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central ria contínua dos procedimentos relacionados com a segurança
do Brasil. cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações
CAPÍTULO II sobre os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com
DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA as demais instituições referidas no art. 1º.
SEÇÃO I § 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re-
DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBER- feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade
NÉTICA da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade
a incidentes relacionados com o ambiente cibernético.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implemen- § 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso
tar e manter política de segurança cibernética formulada com II do caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a crip-
base em princípios e diretrizes que busquem assegurar a confi- tografia, a prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de
dencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos vazamento de informações, a realização periódica de testes e
sistemas de informação utilizados. varreduras para detecção de vulnerabilidades, a proteção con-
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível tra softwares maliciosos, o estabelecimento de mecanismos de
com: rastreabilidade, os controles de acesso e de segmentação da
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da insti- rede de computadores e a manutenção de cópias de segurança
tuição; dos dados e das informações.
II - a natureza das operações e a complexidade dos produ- § 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II
tos, serviços, atividades e processos da instituição; e do caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de
III - a sensibilidade dos dados e das informações sob respon- sistemas de informação seguros e na adoção de novas tecnolo-
sabilidade da instituição. gias empregadas nas atividades da instituição.
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança ciberné- § 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
tica única por: controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput,
I - conglomerado prudencial; e devem abranger inclusive informações recebidas de empresas
II - sistema cooperativo de crédito. prestadoras de serviços a terceiros.
§ 3º As instituições que não constituírem política de segu- § 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do
rança cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º caput devem contemplar procedimentos e controles em níveis
devem formalizar a opção por essa faculdade em reunião do de complexidade, abrangência e precisão compatíveis com os
conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria utilizados pela própria instituição.
da instituição.
Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, SEÇÃO II
no mínimo: DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulga-
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais da aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de
objetivos de segurança cibernética; serviços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a nível de detalhamento compatível com as funções desempenha-
rastreabilidade da informação, que busquem garantir a seguran- das e com a sensibilidade das informações.
ça das informações sensíveis; Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o contendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades
da instituição;
V - as diretrizes para:
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos
testes de continuidade de negócios;

61
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO III Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente
DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES à contratação de serviços relevantes de processamento e arma-
zenamento de dados e de computação em nuvem, devem adotar
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabele- procedimentos que contemplem:
cer plano de ação e de resposta a incidentes visando à imple- I - a adoção de práticas de governança corporativa e de ges-
mentação da política de segurança cibernética. tão proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos
Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abran- riscos a que estejam expostas; e
ger, no mínimo: II - a verificação da capacidade do potencial prestador de
I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade- serviço de assegurar:
quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vi-
e às diretrizes da política de segurança cibernética; gor;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnolo- b) o acesso da instituição aos dados e às informações a se-
gias a serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, rem processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
em conformidade com as diretrizes da política de segurança ci- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a
bernética; e recuperação dos dados e das informações processados ou arma-
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos zenados pelo prestador de serviço;
de incidentes relevantes. d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar para a prestação do serviço a ser contratado;
diretor responsável pela política de segurança cibernética e pela e) o acesso da instituição contratante aos relatórios ela-
execução do plano de ação e de resposta a incidentes. borados por empresa de auditoria especializada independente
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode de- contratada pelo prestador de serviço, relativos aos procedimen-
sempenhar outras funções na instituição, desde que não haja tos e aos controles utilizados na prestação dos serviços a serem
conflito de interesses. contratados;
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar f) o provimento de informações e de recursos de gestão
relatório anual sobre a implementação do plano de ação e de adequados ao monitoramento dos serviços a serem prestados;
resposta a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da
31 de dezembro. instituição por meio de controles físicos ou lógicos; e
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mí- h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção
nimo: dos dados e das informações dos clientes da instituição.
I - a efetividade da implementação das ações descritas no § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado,
art. 6º, parágrafo único, inciso I; mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve
II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e
rotinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a das informações a serem processados, armazenados e gerencia-
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descri- dos pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação
tos no art. 6º, parágrafo único, inciso II; realizada nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as
cibernético ocorridos no período; e informações relativas à verificação mencionada no inciso II, de-
IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con- vem ser documentados.
siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes. § 3º No caso da execução de aplicativos por meio da inter-
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: net, referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e que o potencial prestador dos serviços adote controles que mi-
II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua tiguem os efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de
inexistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano novas versões do aplicativo.
seguinte ao da data-base. § 4º A instituição deve possuir recursos e competências ne-
Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º cessários para a adequada gestão dos serviços a serem contra-
e o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. tados, inclusive para análise de informações e uso de recursos
6º devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na providos nos termos da alínea “f” do inciso II do caput.
sua inexistência, pela diretoria da instituição. Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os ser-
Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de viços de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à
ação e de resposta a incidentes devem ser documentados e revi- instituição contratante, sob demanda e de maneira virtual, de
sados, no mínimo, anualmente. ao menos um dos seguintes serviços:
I - processamento de dados, armazenamento de dados,
CAPÍTULO III infraestrutura de redes e outros recursos computacionais que
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E AR- permitam à instituição contratante implantar ou executar sof-
MAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM twares, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos
desenvolvidos pela instituição ou por ela adquiridos;
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos
que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento pela instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando
de riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamen- recursos computacionais do prestador de serviços; ou
te no tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de III - execução, por meio da internet, dos aplicativos implan-
serviços, contemplem a contratação de serviços relevantes de tados ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utili-
processamento e armazenamento de dados e de computação zação de recursos computacionais do próprio prestador de ser-
em nuvem, no País ou no exterior. viços.

62
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da
no art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, segregação dos dados e dos controles de acesso para proteção
pela disponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos das informações dos clientes;
serviços contratados, bem como pelo cumprimento da legisla- IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
ção e da regulamentação em vigor. a) transferência dos dados citados no inciso I ao novo pres-
Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processa- tador de serviços ou à instituição contratante; e
mento, armazenamento de dados e de computação em nuvem b) exclusão dos dados citados no inciso I pela empresa con-
deve ser previamente comunicada pelas instituições referidas tratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
no art. 1º ao Banco Central do Brasil. alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade
§ 1º A comunicação de que trata o caput deve conter as dos dados recebidos;
seguintes informações: V - o acesso da instituição contratante a:
I - a denominação da empresa a ser contratada; a) informações fornecidas pela empresa contratada, visan-
II - os serviços relevantes a serem contratados; e do a verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III;
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde b) informações relativas às certificações e aos relatórios de
os serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser ar- auditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d”
mazenados, processados e gerenciados, definida nos termos do e “e”; e
inciso III do art. 16, no caso de contratação no exterior. c) informações e recursos de gestão adequados ao moni-
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada, toramento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12,
no mínimo, sessenta dias antes da contratação dos serviços. inciso II, alínea “f”;
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a institui-
das informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao ção contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes
Banco Central do Brasil, no mínimo, sessenta dias antes da alte- para a instituição;
ração contratual. VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos
Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processa- contratos e aos acordos firmados para a prestação de servi-
mento, armazenamento de dados e de computação em nuvem ços, à documentação e às informações referentes aos serviços
prestados no exterior deve observar os seguintes requisitos: prestados, aos dados armazenados e às informações sobre seus
I - a existência de convênio para troca de informações entre processamentos, às cópias de segurança dos dados e das infor-
o Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos paí- mações, bem como aos códigos de acesso aos dados e às infor-
ses onde os serviços poderão ser prestados; mações;
II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em
dos serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regu- decorrência de determinação do Banco Central do Brasil; e
lar funcionamento nem embaraço à atuação do Banco Central IX - a obrigação de a empresa contratada manter a institui-
do Brasil; ção contratante permanentemente informada sobre eventuais
III - a instituição contratante deve definir, previamente à limitações que possam afetar a prestação dos serviços ou o cum-
contratação, os países e as regiões em cada país onde os servi- primento da legislação e da regulamentação em vigor.
ços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, Parágrafo único. O contrato mencionado no caput deve pre-
processados e gerenciados; e ver, para o caso da decretação de regime de resolução da insti-
IV - a instituição contratante deve prever alternativas para tuição contratante pelo Banco Central do Brasil:
a continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de ma- I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e
nutenção ou extinção do contrato de prestação de serviços. irrestrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos
§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inci- contratos, aos acordos, à documentação e às informações refe-
so I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autoriza- rentes aos serviços prestados, aos dados armazenados e às in-
ção do Banco Central do Brasil para a contratação, observando formações sobre seus processamentos, às cópias de segurança
o prazo e as informações requeridas nos termos do art. 15 desta dos dados e das informações, bem como aos códigos de acesso,
Resolução. citados no inciso VII do caput, que estejam em poder da empre-
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as insti- sa contratada; e
tuições deverão assegurar que a legislação e a regulamentação II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo
nos países e nas regiões em cada país onde os serviços poderão regime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada
ser prestados não restringem nem impedem o acesso das insti- interromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias
tuições contratantes e do Banco Central do Brasil aos dados e às de antecedência da data prevista para a interrupção, observado
informações. que:
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido
tratam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço,
de que trata o § 2º devem ser documentados. feito pelo responsável pelo regime de resolução; e
Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação
de processamento, armazenamento de dados e computação em em que a interrupção for motivada por inadimplência da con-
nuvem devem prever: tratante.
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à con-
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armaze- tratação de sistemas operados por câmaras, por prestadores de
nados, processados e gerenciados; serviços de compensação e de liquidação ou por entidades que
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e exerçam atividades de registro ou de depósito centralizado.
armazenamento dos dados citados no inciso I;

63
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IV I - o documento relativo à política de segurança cibernética,
DISPOSIÇÕES GERAIS de que trata o art. 2º;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formali-
que suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na re- zada a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
gulamentação em vigor disponham, no tocante à continuidade III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a
de negócios, sobre: incidentes, de que trata o art. 6º;
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
o ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV; V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrup- art. 12, § 2º;
ção de serviços relevantes de processamento e armazenamento VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
de dados e de computação em nuvem contratados, abrangendo serviços prestados no exterior;
cenários que considerem a substituição da empresa contratada VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo
e o reestabelecimento da operação normal da instituição; e referido no caput a partir da extinção do contrato; e
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos
continuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea mecanismos de acompanhamento e de controle de que trata o
“a”. art. 21, contado o prazo referido no caput a partir da implemen-
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para tação dos citados mecanismos.
gerenciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medi-
devem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: das necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução,
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos inciden- bem como estabelecer:
tes relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamen-
dos serviços relevantes de processamento, armazenamento de to de informações, nos termos do art. 22;
dados e de computação em nuvem contratados; II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das a serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição
suas atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, cita- financeira contratante, na prestação dos serviços de que trata
dos no inciso I; e o art. 12;
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil III - os prazos máximos, de que trata o art. 20, inciso II, para
das ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos reinício ou normalização das atividades ou dos serviços relevan-
serviços relevantes, citados no inciso I, que configurem uma si- tes interrompidos; e
tuação de crise pela instituição financeira, bem como das provi- IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a
dências para o reinício das suas atividades. serem observados pelas instituições para o cumprimento desta
Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir Resolução.
mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as- Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, na data de
segurar a implementação e a efetividade da política de seguran- entrada em vigor desta Resolução, já tiverem contratado a pres-
ça cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos tação de serviços relevantes de processamento, armazenamen-
requisitos para contratação de serviços de processamento e ar- to de dados e de computação em nuvem devem apresentar ao
mazenamento de dados e de computação em nuvem, incluindo: Banco Central do Brasil, no prazo máximo de cento e oitenta
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; dias, contados a partir da data de entrada em vigor desta Reso-
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e lução, cronograma para adequação:
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e §
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
serviços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser con- II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
sideradas na definição dos mecanismos de que trata o caput. Parágrafo único. O prazo previsto no cronograma para ade-
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme- quação mencionado no caput não pode ultrapassar 31 de de-
tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicá- zembro 2021.
vel, compatíveis com os controles internos da instituição. Art. 26. A aprovação da política de segurança cibernética,
Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrên- referida no art. 2º, e do plano de ação e de resposta a inciden-
cia, as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver tes, referido no art. 6º, deve ser realizada, na forma do art. 9º,
iniciativas para o compartilhamento de informações sobre os até 6 de maio de 2019.
incidentes relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV. Art. 27. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abran- restrições para a contratação de serviços de processamento e
ger informações sobre incidentes relevantes recebidas de em- armazenamento de dados e de computação em nuvem quando
presas prestadoras de serviços a terceiros. constatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponí- Resolução, bem como a limitação à atuação do Banco Central
veis ao Banco Central do Brasil. do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos
serviços.
CAPÍTULO V Art. 28. Esta Resolução entra em vigor na data de sua pu-
DISPOSIÇÕES FINAIS blicação.

Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil


pelo prazo de cinco anos:

64
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
valor à organização, à sua imagem e impacto na sociedade. O
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTU- agir ético fortalece o BB enquanto empresa íntegra e confiável.
DES; NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIO- Aos funcionários sugiro que, em caso de dúvida, não hesitem
NAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E em conversar com o seu gestor ou consultar o Comitê de Ética
PRIVADAS CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL do seu Estado. Todos somos responsáveis pelo BB e somos pro-
tagonistas na sua perenidade.
O Código de Ética do Banco do Brasil é o instrumento de for-
malização da visão, dos valores, do propósito e dos princípios da “A CONFIANÇA, TÃO VALIOSA NA ATIVIDADE BANCÁRIA,
Organização, o qual apresenta os compromissos e diretrizes do É O RESULTADO DA CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE ÉTI-
Banco em relação ao seu público de relacionamento (clientes e CA NA EMPRESA, E O COMPROMISSO ÉTICO DO CORPO FUN-
usuários; alta administração, funcionários e colaboradores; for- CIONAL ENVOLVE TANTO PEQUENAS ATITUDES NO DIA A DIA
necedores; acionistas, investidores e credores; parceiros; con- QUANTO DECISÕES COMPLEXAS.”
correntes; governo; comunidades e órgãos reguladores). Fausto de Andrade Ribeiro
Rege, também, os deveres e indica os comportamentos con- Presidente
siderados desejáveis no ambiente de trabalho. O documento
contempla diretrizes específicas relacionadas a conflito de inte- PROPÓSITO, VISÃO E VALORES
resses; presentes e favores; ambiente de trabalho; boas práticas Propósito: “Cuidar do que é valioso para as pessoas”.
de relacionamento; bens e recursos do Banco do Brasil; segu- Visão: “Ser a empresa que proporciona a melhor experiên-
rança e tratamento da informação; envolvimento com a comu- cia para a vida das pessoas e promove o desenvolvimento da
nidade e sustentabilidade; uso responsável das mídias digitais; sociedade de forma inovadora, eficiente e sustentável.”
tomada de decisão; responsabilidade do segmento gerencial e Valores: Foco no Cliente: Estamos sempre atentos àquilo
responsabilidade da alta administração. que é valioso para nossos clientes. Inovação: Somos movidos
A principal função destes direcionadores é promover os pela inovação e agentes da transformação.
princípios éticos e orientar as ações da alta administração, dos Ética: Adotamos a ética como fundamento de nossa prática
funcionários (no Brasil e no exterior), dos colaboradores, e da- empresarial.
queles que estejam atuando ou prestando serviços em nome ou Senso de Dono: Assumimos a responsabilidade por empre-
para o Banco do Brasil cabendo-lhes conhecer e zelar pelos pre- ender soluções de excelência e atuamos com protagonismo.
ceitos contidos nos documentos. Tratam-se, portanto de refe- Confiabilidade: Somos comprometidos com a transparência
renciais que, obrigatoriamente, devem ser cumpridos por todos. e a solidez de nossas ações.
O Código de Ética é revisado periodicamente para que for- Eficiência: Otimizamos os recursos disponíveis para criar va-
neça as diretrizes sobre como a Empresa deve agir perante os lor aos nossos públicos de relacionamento.
desafios da atualidade. Além disso, integra o conteúdo progra- Espírito Público: Consideramos o interesse coletivo na to-
mático das seleções externas, e os procedimentos pré-admissio- mada de nossas decisões.
nais. O documento possui versões em inglês, espanhol, alemão,
japonês e mandarim. Todos os funcionários no Brasil e no ex- PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA
terior, estagiários e aprendizes são incentivados a realizar sua • HONESTIDADE
leitura anualmente. • RESPONSABILIDADE
• TRANSPARÊNCIA
MENSAGEM DO PRESIDENTE • RESPEITO
Olá,
Você está diante da nova versão do Código de Ética do Ban- SÃO OS PRINCÍPIOS QUE DITAM A DIREÇÃO QUE DEVEMOS
co do Brasil. TOMAR, PRINCIPALMENTE QUANDO VIVENCIAMOS DILEMAS
A solidez e a perenidade do BB no mercado só são possíveis ÉTICOS E PRECISAMOS TOMAR DECISÕES ADERENTES ÀS EX-
com o comprometimento de seus colaboradores no cumprimen- PECTATIVAS DO BANCO, AINDA QUE NÃO TENHAM SIDO PRE-
to dos padrões de conduta e princípios contidos nas suas Po- VISTAS EM NORMAS ESPECÍFICAS.
líticas, no Código de Governança Corporativa, no Programa de
Compliance e nos normativos e regulamentos internos. PÚBLICO ALVO
O compromisso e o engajamento de cada um contribuem O CÓDIGO DE ÉTICA É APLICADO :
para o alcance do Propósito e Visão do Banco do Brasil, bem
como dos pilares que constituem sua Estratégia. À ALTA ADMINISTRAÇÃO
O Código de Ética é um documento que consolida o que o BB – Conselheiros, Presidente, VicePresidentes e Diretores, in-
espera do seu corpo funcional. clusive de empresas controladas
Suas revisões periódicas visam torná-lo mais representati-
vo, reforçando conceitos e orientações para o relacionamento AOS FUNCIONÁRIOS
com colaboradores, clientes e fornecedores dentre outros pú- – lotados no Brasil e no exterior
blicos com os quais o BB se relaciona.
Para que tenhamos êxito, o documento corporativo deve AOS COLABORADORES
ser norteador de sua conduta. Pautar suas atividades e compor- – estagiários, aprendizes, dirigentes e empregados de em-
tamentos pelos princípios éticos é fundamental. presas contratadas
Portanto, a leitura e o registro de ciência do Código de Éti-
ca não é apenas um procedimento administrativo. Conhecer a
ética corporativa e aplicá-la no dia a dia são ações que agregam

65
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
DEMAIS 1.3 Devemos zelar pelo estabelecimento de um ambiente
– Àqueles que estejam atuando ou prestando serviços em de trabalho digno e saudável, pautando as relações pelo respei-
nome do Banco do Brasil ou para o Banco do Brasil. to e cordialidade, independentemente da posição exercida na
organização.
PRINCÍPIOS do Código de Ética
Cada um de nós tem o desafio de transformar princípios éti- Exemplo Ilustrativo - Desrespeito no ambiente de trabalho:
cos em parte essencial de nossas responsabilidades. Um colega, no ambiente de trabalho, rotineiramente, faz
São princípios que ditam a direção que devemos tomar, piadas inconvenientes diante dos colegas. Embora tenham con-
principalmente quando vivenciamos dilemas éticos e precisa- versado sobre isso, ele não cessa esse tipo de comportamento,
mos tomar decisões aderentes às expectativas do Banco, ainda gerando uma sensação de desconforto e constrangimento nos
que não tenham sido previstas em normas específicas. demais.
Honestidade: O Banco espera que a conduta de seus fun- Posicionamento do BB
cionários tenha como padrão a honestidade. Devemos fazer O Banco do Brasil não tolera atos de desrespeito ou discri-
somente aquilo que é correto, devemos agir de boa-fé, com in- minação. Se isso ocorrer, procure seu gestor e setores compe-
tegridade e sinceridade nos assuntos que afetam deveres e in- tentes para manifestar seu desconforto.
teresses do Banco.
Responsabilidade: Cada membro do Banco é responsável ”PARA MIM, ÉTICA É A SEMENTE; RESPEITO À DIVERSIDA-
por suas ações e decisões. Devemos, independentemente da DE É O NOSSO FRUTO.”
posição que ocupamos, ser responsáveis pela criação de um am- Raysa Gonzaga - funcionária
biente transparente, respeitoso e seguro, a fim de que os negó-
cios sejam éticos e sustentáveis. Também é nossa responsabili- 1.4 Devemos pautar nossas relações pelo respeito às dife-
dade zelar para que atos irregulares não ocorram no Banco. renças, sendo elas físicas, raciais, culturais, religiosas, de orien-
Transparência: O Banco zela pela transparência de suas tação sexual, sociais, linguísticoregionais, etárias, de ideias, de
ações. As informações devem ser completas, precisas e claras. A origem, de capacidade, de aparência, de classe, de estado civil
confiança de nossos parceiros está ligada ao livre acesso que o ou de identidade de gênero.
Banco dá às informações de seus relatórios, prestações de con- 1.5 Devemos respeitar as normas sociais e culturais da co-
tas e tomadas de decisão. O sigilo e a confidencialidade das in- munidade em que atuamos, apresentando-nos e nos compor-
formações permeiam e são exigidos em nossas ações no Banco. tando de maneira adequada e alinhada à posição exercida.
Entretanto, ações executadas deliberadamente às escondidas 1.6 Devemos prevenir constrangimentos e prejuízos à ima-
não são éticas. gem do Banco e de seus funcionários.
Respeito: O Banco do Brasil não tolera desrespeito à dig- 1.7 Desautorizamos que se inicie ou divulgue, em qualquer
nidade, à igualdade, à diversidade e à privacidade das pessoas. meio - interno ou externo - críticas ofensivas à honra ou calúnias
O ambiente de trabalho deve ser um local de profissionalismo, que exponham a imagem do BB ou de quaisquer de nossas áreas
em que se respeitam as diferentes culturas e compreensões de ou funcionários.
mundo e onde o respeito às leis e aos regulamentos internos do
BB são prioridade. CAPÍTULO 2
BOAS PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO
O que esses princípios significam na prática? Ambiente de Trabalho Presencial, Remoto ou Contingencial
• Respeito é um dever, é bom e todo mundo gosta.
• Faça o que é certo. 2.1 Primamos pela confiança, honestidade e ética em nossas
• Você é responsável pelas consequências de suas atitudes. práticas comerciais, atuando de forma transparente, imparcial
• Cuide do Banco! O que afeta ele, afeta você. e íntegra.
• Se você precisa esconder a sua ação, ela não é ética. 2.2 Devemos oferecer produtos e serviços, bem como, pres-
• Não basta ser ético; é necessário também parecer ético. tar atendimento com honestidade, diligência e ética.
• Na dúvida sobre como agir, pare e procure ajuda 2.3 Devemos nos comprometer com o bom clima de traba-
lho, pautando nossas condutas pelo respeito e tolerância.
Quais são os ganhos e os benefícios de manter-se uma pos- 2.4 Devemos manter a comunicação respeitosa e profissio-
tura ética? nal com nossos pares, gestores, subordinados, clientes internos
A postura ética de cada um colabora decisivamente para e externos
o desenvolvimento de uma cultura organizacional saudável. O 2.5 Desautorizamos a emissão ou reprodução de comentá-
ambiente de trabalho se torna seguro e as pessoas se sentem rios que possam prejudicar a convivência harmoniosa no am-
engajadas. Com a postura ética de seus funcionários, a Empresa biente de trabalho.
ganha respeito nos seus negócios e aprovação da comunidade. 2.6 Devemos desenvolver atividades com responsabilidade,
autonomia e comprometimento.
CAPÍTULO 1 2.7 Devemos realizar as atividades que nos são confiadas,
RESPEITO AO INDIVÍDUO assumindo a responsabilidade pela tarefa.
2.8 Devemos desenvolver nosso trabalho diário observando
1.1. Respeitamos a diversidade das pessoas que formam o as orientações de segurança.
ambiente de trabalho e que mantêm relacionamento com o Ban- 2.9 Consideramos a segurança e a saúde no trabalho pilares
co do Brasil. institucionais.
1.2. Encorajamos a cultura de respeito e repudiamos a vio- 2.10 Devemos cumprir as normas de segurança e saúde do
lência. trabalho.

66
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.11 Proibimos que se trabalhe embriagado e/ou sob efeito 2.18 Esperamos que os nossos líderes construam uma relação
de drogas ilícitas. sólida com os clientes, fornecendo soluções adequadas para eles.
2.12 Devemos contribuir, nas nossas atividades diárias, para 2.19 Esperamos que nossos líderes atuem com visão e pro-
a manutenção do caráter laico e apartidário da Empresa. pósito, apresentando a estratégia do BB de uma perspectiva as-
2.13 Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio sertiva para obter o apoio e o comprometimento dos liderados.
de qualquer natureza 2.20 Exigimos que os nossos líderes sejam éticos, referência
de postura adequada e incentivadores do trabalho em equipe
“O trabalho remoto é, ao mesmo tempo, um privilégio e como prática de colaboração e de compartilhamento de conhe-
um desafio, pois o sucesso nessa modalidade de trabalho re- cimentos e experiências.
quer adaptar rotinas do funcionário e das pessoas que coabi-
tam” LÍDERES
Céssia Freitas de Figueiredo - funcionária 2.21 Determinamos que a comunicação dos nossos líderes
esteja alinhada à estratégia do Banco, buscando o equilíbrio en-
TODA CONDUTA INADEQUADA QUE GERE DESENTENDI- tre pessoas, processos e resultados, demonstrando cuidado com
MENTO PODE SER CONSIDERADA ASSÉDIO MORAL? clientes, funcionários, sociedade e acionistas.
Entende-se por assédio moral toda conduta abusiva, a 2.22 Esperamos dos nossos líderes coragem para ousar e
exemplo de gestos, palavras e atitudes que se repitam de forma que desenvolvam adaptabilidade, resiliência e sabedoria frente
sistemática, atingindo a dignidade ou integridade psíquica ou fí- a circunstâncias desafiadoras, fazendo constantemente a gestão
sica do trabalhador. dos riscos.
Fonte: Cartilha de Prevenção ao Assédio Moral - Pare e Re- 2.23 Recomendamos que os nossos líderes tenham empatia,
pare – Por um Ambiente de Trabalho mais Positivo - Secretaria controle emocional e respeito à individualidade dos liderados.
de Comunicação Social do TST. 2.24 Esperamos que nossos líderes sejam promotores do
diálogo com respeito, boa educação e assertividade, colocando
O assédio moral é uma forma de violência grave e que tem em prática a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa.
como objetivo desestabilizar emocional e profissionalmente a
2.25 Esperamos que os nossos líderes contribuam para o de-
pessoa de forma direta – acusações, insultos, ofensas, hostili-
senvolvimento dos liderados, incentivando a autonomia, a ino-
dade, gritos, humilhações públicas – ou indireta – propagação
vação e a transformação cultural.
de boatos, isolamento, recusa na comunicação, exclusão social.
2.26 Desejamos que os nossos líderes valorizem vitórias e
O sofrimento gerado impacta a autoestima, gera desmotivação,
conquistas da equipe como incentivo à continuidade dos bons
podendo evoluir para a incapacidade laboral e/ou quadros de
resultados.
adoecimento.
2.27 Esperamos dos nossos líderes conhecimento de pro-
Condutas pontuais ou isoladas não caracterizam assédio
cessos mais eficazes e eficientes, antecipando e adotando inicia-
moral.
tivas inovadoras no desenvolvimento de soluções digitais para
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO ASSÉDIO SEXUAL? obter resultados consistentes.
2.14 Repudiamos condutas que possam caracterizar discri- 2.28 Esperamos dos nossos líderes, além da conduta ética, a
minação ou sua indução; coação, perseguição ou constrangi- disseminação dos valores da organização e preceitos do Código
mento; desrespeito às atribuições funcionais; desqualificação de Ética, contribuindo para a aplicação deste documento.
pública, ofensa ou ameaça.
2.15 Orientamos que funcionários mantenham situação LIDERADOS
econômicofinanceira compatível com a ocupação e a renda 2.29 Exigimos que os nossos liderados respeitem o Código
comprovadas. de Ética e a Política de Relacionamento com Clientes e Usuários.
2.16 Devemos supervisionar e adotar medidas inibidoras de 2.30 Esperamos que os nossos liderados tenham respeito,
irregularidades. tolerância, controle emocional e maturidade, colocando em prá-
tica a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa.
O assédio sexual no trabalho caracteriza-se, em regra, pela 2.31 Esperamos que os nossos liderados sejam protagonis-
conduta que viola a liberdade sexual de alguém tas da sua carreira e promovam seu autodesenvolvimento, de-
monstrando iniciativa e comprometimento, além de capacidade
A definição está descrita no art. de adaptação a mudanças de cenário.
216-A do Código Penal: 2.32 Esperamos dos nossos liderados a parceria com a ges-
“Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou tão, com foco nas boas práticas de relacionamento e na condu-
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condi- ção dos processos.
ção de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exer- 2.33 Esperamos que os nossos liderados desenvolvam o
cício de emprego, cargo ou função”. Também são considerados pensamento estratégico, a destreza digital, a leitura de cenário,
como assédio sexual: atos, insinuações, contatos físicos força- a criatividade e inovação.
dos, convites impertinentes como condição clara para manter
o emprego; influir nas promoções da carreira do assediado ou MEU GESTOR ME MANDOU FAZER ALGO QUE FERE O CÓDI-
prejudicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou inti- GO DE ÉTICA. O QUE EU FAÇO?
midar a vítima Converse com seu gestor e verifique se não houve proble-
ma de comunicação. Se você perceber algo que fere o Código
2.17 Esperamos que nossos líderes promovam o desenvol- de Ética, busque ajuda na Ouvidoria Interna ou em outro canal
vimento e inspirem suas equipes, estimulando o engajamento e do Banco. Você não pode ser conivente com atos que violam o
buscando formar sucessores para desafios atuais e futuros. Código de Ética.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
PARCEIROS ACIONISTAS, INVESTIDORES E CREDORES
2.34 Orientamos parcerias com agentes que assegurem va- 2.44 Somos transparentes e ágeis no fornecimento de infor-
lores como: integridade, ética, idoneidade e respeito à comuni- mações, observando regras de sigilo e confidencialidade.
dade e ao meio ambiente. 2.45 Elaboramos demonstrações financeiras em conformi-
2.35 Exigimos que os impactos socioambientais sejam me- dade com a lei, princípios e normas de contabilidade para repre-
didos e considerados na realização de parcerias, convênios, sentar adequadamente o resultado das operações, os fluxos de
protocolos de intenções e de cooperação técnicofinanceira com caixa e a posição patrimonial e financeira da Empresa.
entidades externas privadas ou públicas. 2.46 ADOTAMOS PROCEDIMENTOS E CONTROLES INTER-
2.36 Orientamos que contatos e negócios com clientes se- NOS PARA ASSEGURAR O DETALHAMENTO, A VERACIDADE E A
jam pautados pelo respeito, idoneidade e profissionalismo e que TRANSPARÊNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO BB.
os produtos e serviços oferecidos sejam adequados ao perfil dos
clientes e de acordo com a legislação. CONCORRENTES
2.37 Orientamos que entidades ligadas ao Banco do Brasil 2.47 Definimos que a ética, a integridade e a civilidade de-
pautem seus direcionamentos estratégicos e de negócios por vem ser princípios norteadores das nossas relações com a con-
princípios éticos. corrência. Trocas de informações só podem ocorrer de maneira
2.38 Respeitamos a liberdade de associação sindical e bus- lícita, transparente e fidedigna, preservando os princípios do
camos conciliar, de forma transparente, interesses da empresa sigilo bancário e os interesses da Empresa.
com interesses de funcionários e de nossas entidades represen- 2.48 Desaprovamos a emissão de juízo de valor sobre a con-
tativas tendo a negociação como prática permanente. corrência ou a depreciação de seus produtos e serviços.
2.49 Proibimos práticas inadequadas na oferta de produtos
FORNECEDORES e serviços, inclusive a imposição na efetivação de negócios.
SE VOCÊ PERCEBER IRREGULARIDADE OU INCONSISTÊNCIA
POR PARTE DE FORNECEDORES, DEVE COMUNICAR O FATO A SEU GOVERNOS
SUPERIOR E À UNIDADE RESPONSÁVEL PELA ADMINISTRAÇÃO 2.50 Somos parceiros do poder público na implementação
DE CONTRATOS PELO E-MAIL CESUP.ADCON@BB.COM.BR OU, SE de políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados
PREFERIR, REGISTRAR DEMANDA NA OUVIDORIA INTERNA. para o desenvolvimento sustentável do Brasil e dos países em
que atuamos.
2.39 Devemos conduzir processos de licitação, contratação 2.51 Articulamos interesses e necessidades da Administra-
e formalização de acordos, convênios e parcerias com lisura, éti- ção Pública com segmentos econômicos das sociedades com as
ca, integridade e imparcialidade. quais nos relacionamos.
2.40 Devemos adotar ações e procedimentos para prevenir 2.52 Devemos atuar nas relações com o poder público em
fraudes e ilícitos nos processos licitatórios, na execução e acom- conformidade com diretrizes internacionais no que diz respeito
panhamento de contratos administrativos ou em interação com prevenção e combate à evasão fiscal, à corrupção, à lavagem de
o setor público. dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
2.41 Orientamos que critérios de seleção, contratação e 2.53 Repudiamos atos de corrupção praticados contra go-
avaliação devem ser determinados de forma imparcial e trans- vernos e a administração pública brasileira ou estrangeira,
parente, permitindo pluralidade e concorrência entre fornece- como, por exemplo:
dores. • garantir, prometer, oferecer ou dar, direta ou indireta-
2.42 Devemos exigir de fornecedores: mente, qualquer vantagem indevida a agente público ou a ter-
•cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e ceiro a ele relacionado;
fiscal; • financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo sub-
• cumprimento da legislação e das regulamentações relati- vencionar prática de ato ilícito;
vas à prevenção e ao combate à corrupção; • induzir a realizar ou deixar de realizar ação em violação às
• não utilização de trabalho infantil ou escravo; obrigações legais;
• adoção de boas práticas de preservação ambiental; • obter, manter ou direcionar negócios de maneira indevi-
• não adoção de atos de corrupção contra governos e a ad- da;
ministração pública brasileira ou estrangeira. • praticar sonegação de impostos, evasão de divisas e de-
mais crimes fiscais;
Exemplo ilustrativo • afetar ou influenciar ato ou decisão;
Relação com fornecedores • utilizar intermediário - pessoa física ou jurídica - para
No cafezinho, a copeira revela a um funcionário que não re- ocultar ou dissimular interesse ou identidade de beneficiários
cebeu seu salário. de atos praticados;
Posicionamento do BB • frustrar, fraudar, obter vantagem ou benefício indevido,
O Banco do Brasil deve zelar para que seus fornecedores impedir, perturbar ou manipular caráter competitivo de proce-
cumpram a legislação, pois, além da questão ética, o Banco po- dimento licitatório;
derá responder pelo descumprimento. • dificultar atividade de investigação ou fiscalização ou in-
tervir em nossa atuação.
2.43 Orientamos os fornecedores a seguir as diretrizes deste
Código de Ética. 2.54 Devemos estabelecer independentemente de convic-
ções ideológicas individuais, relacionamento cortês com o poder
público brasileiro e com o dos países em que atuamos.

68
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
2.55 Proibimos o financiamento de partidos políticos ou “É IMPORTANTE ZELAR PELA ÉTICA E DENUNCIAR ATOS IN-
candidatos a cargos públicos no Brasil e nos países em que atu- CORRETOS, MESMO QUANDO NOS SENTIMOS PRESSIONADOS
amos. A FAZER O CONTRÁRIO.”
2.56 Proibimos dar, oferecer, prometer ou autorizar que se Duílio Benício e Silva - funcionário
dê qualquer coisa de valor a funcionário do governo brasileiro
ou estrangeiro, diretamente ou por meio de intermediário, a fim ATENÇÃO
de influenciar ação para obter vantagem indevida. 3.10 Devemos assegurar informação legítima, objetiva, atu-
al e clara em divulgações públicas, relatórios e documentos dis-
CAPÍTULO 3 ponibilizados aos órgãos reguladores de países onde atuamos.
NECESSIDADE DA OBEDIÊNCIA AO QUE É LEGAL 3.11 Orientamos os funcionários e os membros da alta ad-
ministração a realizarem anualmente capacitação sobre ética
3.1 Pautamos nossa atuação pelos princípios da legalidade, disseminando os preceitos contidos neste Código e na Trilha da
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Ética e sobre as Políticas associadas à gestão de riscos.
3.2 Repudiamos práticas ilícitas, principalmente fraude, su- 3.12 Orientamos os funcionários, estagiários e aprendizes a
borno, extorsão, corrupção, propina, agiotagem, lavagem de di- registrar ciência do Código de Ética do BB a cada campanha de
nheiro, evasão de divisas e financiamento do terrorismo. leitura.

EXEMPLO ILUSTRATIVO ALTA ADMINISTRAÇÃO


CORRUPÇÃO Um diretor do Banco recebeu uma proposta para assumir de
Uma funcionária que trabalhava com agricultores familia- imediato o cargo de CEO de uma fintech de pagamentos digitais .
res e pequenos pecuaristas visitou a assistência técnica de um
cliente, que lhe pediu que direcionasse as demandas por pro- Posicionamento BB
jetos rurais para a empresa dele. A funcionária passou, então, Nesse caso, o diretor deverá cumprir a quarentena que con-
a indicar a empresa do cliente e, em troca do “favor”, recebia siste no período de interdição de quatro meses, a partir da data
depósitos em sua conta-corrente originados da empresa da as- de exoneração.
sistência técnica.
Posicionamento BB
3.13 Orientamos a Alta Administração a observar normas
Nunca se deve direcionar negócios nem receber valor/pre-
jurídicas que lhe são aplicáveis no exercício da função, inclusive
sente/ brinde/hospitalidade de terceiro como pagamento de
as de direito público.
“comissão” pelos serviços prestados pelo Banco.
3.14 Orientamos os Estatutários a seguir, além deste Código
de Ética, o Código de Conduta da Alta Administração Federal,
CONFORMIDADE
que dispõe, entre outros assuntos, sobre:
3.3 Ratificamos a necessidade de todos os funcionários e os
• conflito de interesses;
membros da alta administração possuírem conhecimentos so-
• sigilo e comunicação de informações relevantes obtidas
bre as Políticas do Banco, a legislação e a regulamentação em
vigor inerentes às suas atividades. em razão da função ocupada;
3.4 Devemos atuar em conformidade com os normativos in- • quarentena estatutária
ternos, as leis e normas de ordenamento jurídico brasileiro e dos
países onde atuamos. QUEM DEVE DECIDIR SOBRE O CUMPRIMENTO OU NÃO DA
QUARENTENA? COMO SE DEVE PROCEDER?
ATENÇÃO “Compete à Comissão de Ética Pública – CEP avaliar cada si-
3.5 Vedamos o relacionamento negocial com pessoas e or- tuação. O estatutário deverá consultar previamente a CEP sobre
ganizações envolvidas em atividades ilícitas. as atividades e serviços que pretenda exercer ou prestar duran-
te o período de quarentena.”
ATENÇÃO Fonte: Código de Conduta da Alta Administração Federal
3.6 Desautorizamos a prática de ato que possa acarretar
ação cível ou trabalhista ou que cause prejuízo ao Banco. CAPÍTULO 4
3.7 Proibimos a formalização de decisões relativas a opera- Conflito de Interesses
ções sem prévia e formal autorização do cliente.
3.8 Proibimos a comercialização e o consumo de drogas ilíci- 4.1 Compreendemos que há conflito quando um funcioná-
tas no ambiente de trabalho. rio tem interesses privados que influenciam no desempenho de
3.9 Devemos atender às solicitações de órgãos externos de seus deveres e responsabilidades no Banco.
regulamentação e fiscalização e de auditorias externa e interna 4.2 Entendemos que a forma correta de evitar o conflito de
nos prazos estabelecidos. interesses é buscando a imparcialidade. Agir de forma imparcial
significa, por vezes, declarar-se impedido de realizar determina-
TUDO QUE NÃO ESTÁ ESCRITO NOS NORMATIVOS É PER- das atividades.
MITIDO? 4.3 Devemos exercer nossa atividade de forma isenta, exi-
Os normativos do Banco são bons condutores de nossas mindo-nos de usar a condição de funcionário para obter van-
ações. Se você, porém, estiver diante de situação em que não tagens para nós ou para terceiros. É dever de cada um evitar a
encontra nos normativos explicação clara de como deve agir, ocorrência de conflito de interesses
peça ajuda ao seu gestor e pelos canais de atendimento. Se de- 4.4 Devemos comunicar, de forma imediata, casos de con-
terminada situação não está prevista nos normativos, não signi- flito de interesses ou presunção de sua existência ao superior
fica que é permitida. hierárquico ou à Ouvidoria Interna.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
4.5 Devemos apoiar e participar de estratégias de preven- • Utilizar a condição de funcionário para obter empréstimo
ção organizadas pelo BB que busquem alertar a ocorrência de pecuniário de cliente, fornecedor ou prestador de serviços.
conflito de interesses. • Utilizar informação privilegiada sobre ato ou fato relevan-
te ainda não divulgado no mercado a que tenha tido acesso em
EXEMPLO ILUSTRATIVO CONFLITO DE INTERESSES razão de cargo ou função.
Um funcionário do Banco monitora os leilões de imóveis re-
alizados pelo Banco e indica a compra desses imóveis para seus Em função das atividades desenvolvidas no BB, um funcio-
clientes, recebendo uma “comissão” pela indicação, atuando nário obtém informações de determinada empresa listada em
como um “corretor de imóveis”. bolsa de valores. Ciente da valorização de seus papéis, adquire
Posicionamento BB elevada quantidade, a fim de lucrar com o movimento.
Não podemos utilizar informação interna para realizar ne- Posicionamento BB
gócios pessoais com terceiros, como clientes, fornecedores, Funcionários devem se abster de realizar negócios a partir
prestadores de serviços, parceiros de negócios, corresponden- de informações obtidas em função das atividades desenvolvidas
tes, etc. no Banco ainda não divulgadas ao mercado, além de mantê-las
sob sigilo até que sejam de conhecimento público.
4.6 Advertimos que as ações exemplificadas a seguir confi-
guram conflito de interesses: Somente a alta administração tem acesso a informações
•Deliberar sobre assuntos de interesse conflitante com o do privilegiadas?
Banco. NÃO. Informação privilegiada envolve conhecimentos e da-
•Celebrar contrato administrativo ou celebrar contrato em dos que todos nós possuímos dentro do Banco em decorrência
nome do Banco, excetuada contratação de operações bancárias, das atividades que desempenhamos - em maior ou menor grau.
desde que observados os limites dispostos nos termos da legis- São informações estratégicas ou que podem gerar algum impac-
lação, regulamentações aplicáveis bem como nas Políticas Espe- to nos negócios e processos internos.
cificas de Transações com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas Por exemplo:
de Credito do Banco, com pessoa que tenha relação de paren- -orientar alguém a aguardar para fazer um investimento por
tesco até o terceiro grau com: saber que o Banco lançará um novo produto no mercado (ainda
a) dirigente do BB; não divulgado);
b) empregado do BB cujas atribuições envolvam atuação na -desobedecer a quarentena estatutária e passar a atuar em
área responsável pela licitação ou contratação; empresa com atividade concorrente ao Banco, utilizando-se de
c) autoridade de ente público a que o BB está vinculado. informações que detinha no BB;
• Manter sob subordinação hierárquica direta cônjuge, -usar acessos em ambientes corporativos - físicos ou virtuais
companheiro(a) ou parente em linha reta ou colateral, por con- - para obtenção de informações para uso particular;
sanguinidade ou afinidade, até o 3º grau. -compartilhar com terceiros informações, ainda não públi-
cas, de clientes, as quais obteve em função da prestação de con-
Exemplo Ilustrativo I sultoria;
A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a -divulgar informação sigilosa a respeito de estudos sobre
esposa do diretor BB, demonstra interesse em fechar contrato eventual parceria estratégica ou operação societária de partici-
com o Banco para a promoção dos eventos institucionais. pações do Banco a terceiros.
Posicionamento BB • Utilizar informação interna para realizar negócios pessoais
Essa situação configura conflito de interesses, porque é ve- com terceiros, como clientes, fornecedores, prestadores de ser-
dado celebrar contrato administrativo com parente ate o tercei- viços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.
ro grau de dirigente do BB. • Utilizar o nome do Banco do Brasil no exercício de seus
direitos políticos.
Exemplo Ilustrativo II • Conduzir carreira no Banco recorrendo à intermediação
A empresa promotora de eventos, que tem como sócia a de terceiros.
esposa do diretor BB, pretende solicitar um financiamento junto • Usar de sua posição e poder para nomear, contratar ou
ao Banco, para renovar a frota de automóveis da empresa. favorecer um ou mais parentes em detrimento de pessoas e em-
Posicionamento BB presas com perfil e competências mais adequados, configurando
A celebração de contrato de operações com parente de di- prática de nepotismo.
rigente do BB, não configura conflito de interesses, desde que • Desempenhar atividades externas que possam constituir
observados os limites dispostos nos termos da legislação, regu- prejuízo ou concorrência para o Banco.
lamentações aplicáveis, bem como na Políticas Especificas de
Transações com Partes Relacionadas (TPR) e Políticas de Crédito EXEMPLO ILUSTRATIVO INTERFERÊNCIA NO TAO
do Banco. Funcionário tem uma trajetória exemplar no Banco, desem-
penho satisfatório e é considerado apto para assumir novas fun-
• Conduzir assuntos ou negócios com agente público com ções na empresa.
poder decisório no âmbito dos órgãos e entidades do governo Entretanto, nas concorrências no TAO não figura entre os
com o qual tenha relação de parentesco, em linha reta ou cola- classificados.
teral, por consanguinidade ou afinidade, até 3º grau. Esse funcionário pode contatar os demais inscritos e solici-
• Permitir que atividades internas extrapolem o ambiente tar-lhes que retirem suas concorrências para que ele melhore
restrito, afetando interesses do Banco. sua classificação?

70
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Posicionamento BB 6.4 Desaprovamos o recebimento ou a oferta de presentes
Não! O funcionário deve pesquisar os parâmetros das opor- ou brindes que comprometam a percepção de profissionalismo
tunidades em que está inscrito (Pessoal 43-05) e envidar esfor- e de imparcialidade da empresa, independentemente do valor
ços na melhoria de sua pontuação, por exemplo, fazendo os
cursos UniBB e certificações indicados. Fazer contato com cole- EXEMPLO ILUSTRATIVO -PRESENTES E BRINDES
ga melhor pontuado é antiético, fragiliza o processo e pode ser Um cliente de uma agência trouxe uma garrafa de vinho de
analisado sob aspecto disciplinar. presente para seu gerente. Durante o atendimento, foi identifi-
cado que ele gostaria de ter benefícios anteriormente negados,
Funcionário deseja abrir empresa de consultoria financeira. como, por exemplo, o aumento de seu limite de crédito.
Posicionamento BB Posicionamento BB
Neste caso, configura-se Conflito de Interesses, porque a Nunca se deve aceitar presentes que configurem troca de
atividade de consultoria financeira concorre com a atividade favores, independentemente do valor. O Banco não autoriza ato
bancária. que possa ser entendido como suborno, propina ou vantagem
indevida.
4.7 Vedamos a realização de Transações com Partes Relacio-
nadas (TPR) em condições diversas às de mercado. “PARECER ÉTICO É TÃO IMPORTANTE QUANTO SER ÉTICO!”
SYLVIA REJANE - FUNCIONÁRIA
ATENÇÃO
Casos de conflito de interesses envolvendo os integrantes 6.5 Autorizamos aceitar presente ou brinde avaliado em até
da Diretoria Executiva (Presidente, Vice-presidentes e Diretores) 100 reais, desde que não caracterize manipulação de processos
deverão ser encaminhados à análise da Comissão de Ética Públi- decisórios ou obtenção de vantagens indevidas.
ca da Presidência da República. 6.6 Orientamos a doação à Fundação Banco do Brasil ou à
instituição beneficente sem fins lucrativos presentes recebidos
CAPÍTULO 5 em desacordo com este Código cuja devolução não seja possí-
TOMADA DE DECISÃO vel. A doação deve ser comunicada no Portal Pessoas (dipes.bb.
com.br) > Crachá > Você > Atuação > Presentes/Brindes > Incluir
Novo Item.
6.7Orientamos que, para oferecer brindes e presentes em
nome do BB para agente público, sejam observados os limites
estabelecidos na legislação local, na legislação que trata de su-
borno transnacional e nas regras e políticas da instituição da-
quele que receberá a cortesia.

Se você ainda estiver em dúvida se deve ou não receber


presentes, consulte o seu gestor.

CAPÍTULO 7
BENS E RECURSOS DO BANCO DO BRASIL

A ética atrapalha o lucro? 7.1 Proibimos o uso de recursos físicos, tecnológicos, bens e
A ética não atrapalha o lucro, ela traz confiança. A confiabili- serviços exclusivos ao desempenho de nossas atribuições, para
dade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente fins particulares.
e ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de perten- 7.2Devemos nos limitar a instalar, usar ou permitir o uso de
cimento nos funcionários. Investir em ética é investir no maior programa de computador (software) licenciados ou autorizados.
bem da empresa: a confiança no seu nome. 7.3 Devemos preservar a identidade institucional, evitando
usar o nome da Empresa, marcas e símbolos privativos sem au-
“NUMA DECISÃO DE TRABALHO, SEMPRE QUE VOCÊ DER torização.
PREFERÊNCIA A UM INTERESSE PESSOAL, REPENSE, POIS PODE 7.4 Devemos observar a competência restrita dos porta-vo-
HAVER UM CONFLITO DE INTERESSES.” zes para atender demanda de informações pela mídia, conforme
MÁRCIA DOSI - FUNCIONÁRIA diretrizes do discurso institucional.
7.5 Proibimos o uso de instalações, equipamentos, materiais
CAPÍTULO 6 de trabalho e rede eletrônica de comunicações para assuntos
PRESENTES,BRINDES, HOSPITALIDADE E FAVORES políticopartidários, religiosos ou de interesse comercial próprio
ou Fon de terceiros.
6.1 As regras a seguir referem-se ao relacionamento do Ban- 7.6 Devemos zelar pelo patrimônio e imagem do BB e disse-
co do Brasil com terceiros, como cliente, fornecedor, prestador minar este cuidado
de serviço, parceiro de negócios, correspondente, etc
6.2 Vedamos o recebimento pelo funcionário do BB de qual- São porta-vozes do BB os gerentes gerais, superintendentes,
quer valor em espécie como benefício próprio. gerentes executivos, diretores e integrantes do Conselho Diretor
6.3 Proibimos o recebimento e solicitação de benefício ou Um funcionário usou a logo do Banco como foto de seu per-
remuneração em retorno por serviço prestado na realização de fil em rede social.
nossas atividades na qualidade de funcionários do BB

71
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Frequentemente, ele se manifesta sobre questões político- Somente mais tarde se deu conta de que um de seus pa-
-partidárias atuais. Isso é correto? rentes que estava presente tem amigos em banco concorrente.
A utilização da logo do Banco exige, previamente, avaliação Posicionamento BB
criteriosa da área gestora da marca. Além disso, a vinculação da Cada um de nós é responsável pelo sigilo e uso adequado
marca a manifestações político-partidárias é vedada pelo Banco. das informações do Banco. Às vezes, o dano pode ser irreparável
para a Instituição.
CAPÍTULO 8
PROPRIEDADE INTELECTUAL E PROPRIEDADE DA INFORMAÇÃO CAPÍTULO 9
ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE E SUSTENTABILIDADE
8.1 Preservamos a segurança da informação, pois a infor-
mação corporativa é um ativo e possui valor para a organização. 9.1 Adotamos a responsabilidade socioambiental na defini-
8.2 Devemos estar cientes da responsabilidade no trata- ção de políticas, normas e procedimentos de prevenção e com-
mento das informações corporativas durante todo o seu ciclo bate à corrupção, bem como à lavagem de dinheiro e ao finan-
de vida. ciamento do terrorismo.
8.3 Devemos observar normas da propriedade intelectual 9.2 Estimulamos ações empreendedoras com parceiros que
de livros, textos, imagens e outros produtos protegidos por di- abordam proativamente impactos ambientais.
reito autoral. 9.3 Repudiamos o trabalho degradante: infantil, forçado e
8.4 Devemos observar diretrizes e políticas de segurança da escravo.
informação do BB, atentando-nos para a criticidade das infor-
mações. Sustentabilidade é uma questão de atitude e espírito pú-
8.5 Proibimos que funcionários tratem de assuntos sigilosos blico.
e de uso interno em salas de conversação, redes sociais e apli- 9.4 Valorizamos vínculos estabelecidos com as comunida-
cativos com acesso pela internet não autorizados pelo Banco. des nas quais atuamos e respeitamos seus valores culturais pois
8.6 DEVEMOS PROTEGER INFORMAÇÕES DE PROPRIEDADE reconhecemos a necessidade de retribuir à comunidade parcela
DO BANCO DO BRASIL COMO FORMA DE GARANTIR INTEGRIDA- do valor agregado aos negócios.
DE, CONFIDENCIALIDADE E DISPONIBILIDADE. NÃO PODERÃO 9.5 Apoiamos iniciativas de desenvolvimento sustentável e
SER DIVULGADOS SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ESTUDOS, METO- participamos de empreendimentos voltados à melhoria das con-
DOLOGIAS, TÉCNICAS, MATERIAIS OU MODELOS DESENVOLVI- dições sociais da população.
DOS PARA O BANCO.
8.7 Devemos consultar o cadastro e as informações de pro- Por que a sustentabilidade ética é uma responsabilidade
dutos e serviços de funcionários e correntistas apenas por ne- do Banco?
cessidade do serviço, preservando o sigilo cadastral, bancário, A sustentabilidade é pautada por três aspectos indissociá-
empresarial e profissional. veis: ambiental, social e econômico. Esse tripé determina que os
8.8 Devemos resguardar o sigilo de informação do Banco do negócios do Banco causem o menor impacto ao meio ambiente
Brasil, relativas a ato ou fato relevante às quais tenham acesso e agreguem valor à sociedade.
privilegiado em razão da posição ou função que ocupamos.
CAPÍTULO 10
ÉTICA
USO RESPONSÁVEL DAS MÍDIAS DIGITAIS
8.9 Devemos prestar esclarecimentos fidedignos e tempes-
tivos quando solicitados pelo Banco, mesmo quando estivermos
10.1 Entendemos que a comunicação interna deve contri-
em situação de disponibilidade para outra empresa ou cedido
buir para o fortalecimento
para órgão externo.
da relação entre a Empresa e os funcionários.
8.10 Devemos assegurar que registros contábeis e demons-
10.2 Primamos pela comunicação inclusiva e que cria condi-
trações financeiras sejam verdadeiros, completos, precisos, cla-
ções favoráveis à ação negocial e à realização do trabalho, com
ros e estejam em conformidade com a legislação, os princípios e
as normas de contabilidade e controles internos foco na transparência, clareza e objetividade.
10.3 Devemos usar de forma responsável as mídias digitais
Uso Ético dos Dados e aplicar boas práticas de comunicação alinhadas aos princípios
8.11 Tratamos de maneira responsável e ética os dados in- de integridade, transparência e respeito.
ternos e externos coletados, de acordo com a legislação, duran-
te todo o ciclo de vida da informação. EXEMPLO ILUSTRATIVO - MÍDIAS DIGITAIS
8.12 Utilizamos mecanismos de segurança para proteção de Um colega faz comentários depreciativos sobre um setor do
dados e informações de clientes, fornecedores, parceiros e de- Banco e colegas que lá trabalham. Mesmo que o tenha feito em
mais intervenientes. grupo fechado, suas mensagens podem gerar prejuízos pessoais
8.13 Devemos realizar nossas atividades respeitando a pri- e profissionais.
vacidade do cliente e a legislação relativa ao assunto, inclusive Posicionamento BB
no uso e tratamento de bases de dados analíticas. Em grupos fechados, mensagens são públicas. Elas se espa-
lham rapidamente e de maneira fácil. O descontrole e a impossi-
Exemplo ilustrativo - Propriedade da Informação bilidade de remoção das mensagens podem gerar danos irrepa-
Um funcionário contou em uma reunião de família que o ráveis às pessoas e à instituição.
Banco está desenvolvendo uma nova estratégia de captação de
clientes. Falou, inclusive, da metodologia a ser utilizada para im-
pactar o mercado.

72
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
PROTAGONISMO E DEBATE COLABORATIVO As denúncias são conduzidas por instâncias autônomas e
10.4 Valorizamos manifestações no ambiente digital que especializadas.
respeitem a diversidade de ideias e o posicionamento da Em- A OUVIDORIA INTERNA pode ser contatada pelos seguintes
presa. canais:
10.5 Proibimos a vinculação do Banco do Brasil a comen- E-mail: ouvidoriainterna@bb.com.br
tários e postagens de informações ou imagens ofensivos e/ou Telefone: (61) 3108-7488
que violem a privacidade de funcionários e terceiros em mídias Intranet: aba “ouvidoria interna” Carta e Atendimento pre-
digitais e redes sociais. sencial: SAUN Quadra 5, Bloco B, Torre Central, 5º andar, Asa
10.6 Proibimos a emissão ou compartilhamento de informa- Norte - CEP: 70.040-912 Brasília-DF
ções de caráter discriminatório ou ofensivo que exponha a ima-
gem do Banco, de seus funcionários e do Conglomerado. A OUVIDORIA EXTERNA pode ser contatada pelos seguintes
canais:
#cuidardoqueévaliosoparaaspessoas SAC: 0800 729 0722
Antes de escrever nas redes sociais, lembre-se de que todo Ouvidoria Externa: 0800 729 5678
conteúdo é público. Pense no impacto na sua vida profissional, Deficientes Auditivos: 0800 729 0088
na sua privacidade e na dos outros
COMO FAZER UMA DENÚNCIA ÀOUVIDORIA INTERNA?
Minhas ações na esfera privada podem gerar consequên- Toda denúncia deve ser formalizada. No registro, procure
cias no Banco? responder às seguintes perguntas: Quem está sendo denuncia-
Sempre que você, na vida privada, envolve o nome do Banco do? O que ele fez? (se possível, identifique qual item do Código
em ações ilegais e/ou não éticas, gera consequências danosas foi descumprido) Como aconteceu? Quando ocorreu o fato? Há
para o Banco e para si. Ações que suscitem repulsa ou repro- testemunhas ou provas? (indique-as)
vação, ainda que não vinculadas diretamente ao nome do BB,
podem ser tratadas administrativamente – inclusive sob aspecto 11.4 Orientamos comunicar à Diretoria de Controles Inter-
ético e/ou disciplinar. no-Dicoi/DF indício de corrupção, por meio do Canal de Denún-
cia de Ilícitos, disponível no Portal BB, inclusive de maneira anô-
CAPÍTULO 11 nima.
DÚVIDAS E DENÚNCIAS 11.5 Recomendamos que, em caso de dúvida quanto ao
exercício de atividade laboral remunerada ou não, paralela ao
11.1 Valorizamos sua manifestação. Se perceber algo que Banco, o funcionário encaminhe consulta por meio do Sistema
fira o Código de Ética do Banco do Brasil, é seu dever denunciar Eletrônico de Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), dispo-
11.2 Repudiamos qualquer tipo de retaliação ao autor de nível no site da Controladoria-Geral da União - CGU.
denúncias 11.6 Sugerimos que, em caso de dúvida quanto à aplicação
do Código de Ética, converse com seu gestor ou consulte o Comi-
Denúncias devem ser encaminhadas para a Ouvidoria In- tê Estadual de Ética, por meio de registro no Portal da Ouvidoria
terna, mesmo de forma anônima. O sigilo da fonte e a confi- Interna, na intranet.
dencialidade são premissas da Ouvidoria Interna.
Qual é a finalidade e a importância do Comitê de Ética?
Casos desta natureza serão avaliados sob aspecto ético e O Comitê de Ética atua principalmente na prevenção de pro-
podem ser encaminhados para tratamento disciplinar. blemas éticos e investe em ações de educação; responde a con-
11.3 Entendemos que o descumprimento das diretrizes des- sultas e dúvidas de funcionários sobre como se deve agir; busca
te Código de Ética representa grave manifestação contra a ética minimizar conflitos e também age quando há descumprimento
e contra princípios administrativos do Banco do Brasil. Quem do Código de Ética. O Comitê de Ética é um parceiro do funcio-
descumprir o Código de Ética está sujeito às penalidades das nário no seu dia a dia.
instruções normativas e poderá ser responsabilizado na Fon es-
fera judicial CARTA DE ENCERRAMENTO
Este Código de Ética foi elaborado pela Diretoria Gestão da
Fazer uma denúncia é ser “dedo-duro”? Cultura e de Pessoas com a participação de vários colegas, va-
NÃO. lidado por todas as Unidades Estratégicas do BB, pelo Comitê
Fazer uma denúncia é cumprir com seu dever ético e re- Executivo Pessoas e Cultura Organizacional, Conselho Diretor e
presenta cuidado com a nossa empresa. Deixar de denunciar Conselho de Administração do BB. Essa construção colaborativa
comportamento inadequado é ser conivente com o erro. A de- retrata que a ética faz parte da cultura do Banco do Brasil.
núncia representa respeito aos princípios e condutas defendidas O documento deve ser revisado a cada três anos ou, extra-
pelo Banco. Permanecer em silêncio pode ser considerado ato ordinariamente, a qualquer tempo.
de honra em determinadas culturas, porém jamais poderá ser A Diretoria Gestão da Cultura e de Pessoas é a área respon-
considerado ato ético. Nem a honra está acima dos princípios sável pela estruturação, atualização, disseminação e implemen-
éticos. É considerado conflito de interesses defender, proteger tação deste Código.
ou acobertar pessoas ou grupos em detrimento dos interesses Para facilitar seu entendimento, utilizou-se linguagem sim-
do Banco. Lembre-se de que o sentimento de culpa não deve ples e clara. Exemplos, perguntas e respostas foram construídos
ser do denunciante, mas daquele que praticou a ação incorreta. com o objetivo de ilustrar a aplicação da ética no dia a dia de
trabalho.

73
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Além de ser um instrumento que orienta os funcionários na Educação para a Ética: É a formação de bons hábitos sob
tomada de decisões, o Código de Ética apresenta condutas espe- orientação de regras e princípios éticos, que oferece fundamen-
radas pelo BB e as que são expressamente vedadas, indicando, tação necessária para escolha correta de nossa conduta social.
de forma objetiva e prática, as responsabilidades dos colabora-
dores, inclusive da Alta Administração, a fim de contribuir para Prevenção de Problemas Éticos: Prevenir é a melhor estra-
credibilidade, idoneidade e perenidade de nossa Organização. tégia de desenvolvimento de ambientes saudáveis. É o ato de
Os pressupostos e orientações constantes no Código de sermos guardiões de nossas próprias ações, de zelarmos por to-
Ética do Banco do Brasil devem ser observados com atenção, dos e pela instituição.
cuidado e visão de protagonismo, pois a responsabilidade pela
aplicação e disseminação é de todos nós. Conflito de Interesses: O conflito de interesses surge quan-
do uma pessoa se encontra envolvida em processo decisório
AFINAL, SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS POR CUIDAR DO em que ela tenha o poder de influenciar o resultado final, asse-
QUE É VALIOSO PARA AS PESSOAS. gurando ganho para si, algum familiar, ou terceiro com o qual
esteja envolvido, ou ainda que possa interferir na capacidade
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E CONSELHO DIRETOR de julgamento, sem isenção. Há conflito de interesses quando
Membros CA alguém não é independente em relação à matéria em discussão,
Presidente: Iêda Aparecida de Moura Cagni e pode influenciar ou tomar decisões motivadas por interesses
Vice-Presidente: Walter Eustáquio Ribeiro distintos daqueles da organização.
Membro: Fausto de Andrade Ribeiro
Membro: Rachel de Oliveira Maia Quarentena estatutária: É o período de interdição, conta-
Membro: Débora Cristina Fonseca dos a partir da data de exoneração, no qual o estatutário fica
Membro: Waldery Rodrigues Júnior impedido de realizar atividade incompatível com o cargo ante-
Membro: Paulo Roberto Evangelista de Lima riormente exercido.
Membro: Aramis Sá de Andrade
Subordinação Hierárquica Direta: Caracteriza-se pela vincu-
Membros CD lação direta entre o funcionário e o seu superior hierárquico e
Presidente: Fausto de Andrade Ribeiro materializa-se pela sujeição do funcionário e ordens diretas, à
Vifin: José Ricardo Fagonde Forni avaliação de desempenho - GDP - validação de ponto eletrônico,
Vivar: Carlos Motta dos Santos despacho de férias, autorizações e deferimentos diversos, entre
Vicri: Ana Paula Teixeira outras situações.
Vitec: Gustavo de Souza Fosse
Vigov: João Pinto Rabelo Júnior O QUE MUDOU NO CÓDIGO DE ÉTICA?
Vicor: Ênio Mathias Ferreira Numeração das páginas do Código de Ética.
Vipat: João Carlos de Nobrega Pecego Alteração da numeração dos itens de acordo com o capítulo.
Atualização da mensagem do Presidente.
GLOSSÁRIO Alteração da imagem da contra-capa.
Ética: Palavra de origem grega. Significa costume ou hábito. Alteração da imagem do verso da página da carta do Presi-
É uma parte da filosofia que se dedica a responder como deve- dente.
ríamos agir. Alteração da imagem (pág. 8).
Inclusão do item 2.4 (pág. 11).
Moral: Tradução latina da palavra ética, do grego. Com o Inclusão dos itens 2.6; 2.7 e 2.8 (pág. 11).
passar do tempo, a literatura especializada optou por definir Inclusão dos itens 2.18, 2.19, 2.22 e 2.23 (pág 14).
como moral todo sistema público de regras próprio de diferen- Inclusão dos itens 2.25, 2.26, 2.27, 2.29, 2.30, 2.31, 2.32 e
tes grupos sociais. 2.33 (pág. 15).
Inclusão de exemplos (págs. 24 e 26).
Código de Ética do Banco do Brasil: Conjunto de princípios Migração do item 2.38 do subtítulo “Governos” para “Par-
e regras que orientam como devemos agir no ambiente de tra- ceiros” (pág. 37).
balho. É ferramenta de educação para a Ética. Inclusão do item 3.3 (pág. 23).
Inclusão no item 4.6 de exemplo do conflito de interesse
Cultura da Ética: Se caracteriza pela busca diária dos funcio- (págs. 26 e 27)
nários pelo desenvolvimento de bons hábitos de comportamen- Exclusão no texto do trecho: “Mais exemplos de conflito de
to ético, pensando sempre no outro e na instituição, antes de interesses:”
agir, colaborando pelo desenvolvimento de boas práticas. Cons- Alteração das imagens das págs: 7, 8, 9, 11, 14, 17, 19, 20,
titui-se cultura por tratar-se de preocupação comum, de algo 24, 25 e 37.
que se torna valor de todos. Alteração da citação da pág. 11.
Inclusão do subtítulo “Liderado” (pág. 15).
Compromisso com a Ética: Cada um tem uma parte de Inclusão no glossário o item “Subordinação Hierárquica Di-
responsabilidade pela efetivação da ética que é só sua. Com- reta” (pág. 44).
promisso é a responsabilidade individual que nos vincula com
a necessidade de colocarmos os princípios da ética como parte
integrante da vida pessoal e da vida institucional.

74
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL


DO BANCO DO BRASIL

Política de Responsabilidade Socioambiental *


Abrangência: Esta política orienta o comportamento do
Banco do Brasil, que pautado pelos princípios da relevância,
proporcionalidade e da eficiência, se compromete a envidar es-
forços para colaborar com as empresas controladas, coligadas e
simples participações, a fim de que definam seus direcionamen-
tos a partir destas orientações, considerando as necessidades
específicas e os aspectos legais e regulamentares a que estão
sujeitas.
Regulamentação: Resolução do Conselho Monetário Na-
cional 4.327, de 25/04/2014 e Normativo SARB nº 14, de
28/08/2014 (Autorregulação FEBRABAN)
Introdução: Esta política orienta o comportamento do Ban-
co do Brasil em relação à responsabilidade socioambiental e
seus princípios também se encontram inseridos em políticas es-
pecíficas.
1. Pautamos a atuação em responsabilidade socioambiental
pelas nossas definições estratégicas, alinhadas às leis e normas
que disciplinam o assunto.
2. Adotamos e difundimos princípios de atuação em bases
social e ambientalmente responsáveis, considerando:
a) a ética, a promoção dos direitos humanos, dos direitos
fundamentais do trabalho, meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável e a contribuição para a universalização dos direitos
sociais e da cidadania;
b) o respeito e a valorização da diversidade e da equidade
nas relações;
c) a contribuição para que o potencial dos funcionários e
demais colaboradores possa ser aproveitado pela sociedade;
d) o estímulo, a difusão e a implementação de práticas de
desenvolvimento sustentável;

75
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) a melhoria contínua de nosso desempenho socioambien- (C) cartas de fiança e garantias;
tal; (D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos; (E) ações
f) o desenvolvimento de ações voltadas para a ecoeficiência e debêntures.
e para a prevenção da poluição e das emissões de carbono em
produtos, serviços e processos, bem como o zelo pela adequada 3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JORNA-
destinação dos resíduos gerados. LISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto recente da
g) o apoio a iniciativas que visem à redução da emissão ou economia brasileira a valorização cambial vem sendo utilizada como
à estabilização da concentração de gases de efeito estufa na at- instrumento no combate à inflação. Mas a conservação desta política,
mosfera. contudo, tende a expor setores econômicos mais voltados ao mercado
3. Adotamos estrutura de governança da responsabilidade interno a um grau de concorrência crescente com empresas interna-
socioambiental e gestão de riscos socioambientais compatíveis cionais, o que pode vir a acarretar em queda do emprego e da renda
com o nosso porte, a natureza do negócio, a complexidade dos internos. Um contexto de valorização cambial, no Brasil:
(A) Reduzirá a dívida externa em dólar.
produtos e serviços, e as relações estabelecidas com os diversos
(B) Trará importações mais baratas.
públicos de interesse.
(C) Valorizará os termos de troca.
4. Engajamos e capacitamos a alta administração e o nosso
(D) Propicia o acesso de capitais internacionais.
público interno, em todos os seus níveis, para o cumprimento
desta Política. 4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ-
5. Estimulamos a participação dos nossos públicos de inte- DIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Monetária
resse no desenvolvimento desta Política. – Copom a fixação:
6. Atuamos em conjunto com empresas, governos e socie- (A) da taxa do CDI;
dade na definição de iniciativas voltadas à redução de riscos e (B) da taxa Selic diária;
ao aproveitamento de oportunidades relacionadas às questões (C) da meta para a taxa Selic;
socioambientais, inclusive às mudanças climáticas. (D) da Taxa de Juros de Longo Prazo;
7. Buscamos, por meio da nossa atuação negocial, favore- (E) do superávit primário.
cer a inclusão e a educação financeira, a geração de emprego e
renda e a melhoria contínua das condições de vida para clientes 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) Em
e sociedade. referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de opera-
8. Buscamos o alinhamento entre o investimento social pri- ções do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com relação à
vado e a nossa atuação negocial, considerando práticas ambien- taxa Selic, é estabelecido que:
talmente corretas. (A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co-
9. Adotamos estrutura de gerenciamento de riscos que tem pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
por objetivo identificar, classificar, avaliar, monitorar, mitigar e (B) o Copom determina a meta para a Selic e é também respon-
controlar o risco socioambiental. sável por manter a taxa diária próxima da meta;
(C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de opera-
10. Avaliamos, atualizamos e publicamos sistematicamente
ções é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
nossos desafios e ações em sustentabilidade, bem como o re-
(D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é tam-
porte dos resultados alcançados, de acordo com padrões reco-
bém responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
nhecidos pelo mercado. (E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN).

EXERCÍCIOS 6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)


Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Constitui-
ção Federal marque a alternativa incorreta:
1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ- (A) A duração atual é de quatro anos.
DIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é dividido (B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
em segmentos especializados e um dos ramos de maior importân- e metas da Administração Pública para as despesas de capital.
cia é o Mercado de Crédito, responsável por: (C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do gover-
(A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral e nante.
para o funcionamento das empresas; (D) Estabelece um conjunto de metas de política governamen-
(B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural, tal que envolve programas de duração prolongada.
aquela depositada em conta-corrente; (E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do exe-
(C) permitir às empresas em geral captar recursos de terceiros cutivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que devem
e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; ser observadas na elaboração da lei Orçamentária Anual.
(D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira;
(E) permitir operações em mercados futuros. 7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) So-
bre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº 4.320/1964),
2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O analise as assertivas:
mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mo- I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu-
biliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou in-
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder pú-
pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autoriza- blico, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária
das, e seus produtos principais incluem: suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
(A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras; acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as empresas públicas e
(B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; as sociedades de economia mista, autorização específica presente.

76
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II- A proibição de aquisição de veículos de representação, cons- 12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O com-
tante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da auto- portamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime cam-
nomia administrativa e financeira dos Poderes da República, não bial adotado pelo país. Assim, em um regime de
vincula o Poder Judiciário. (A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz em
III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei determinar a taxa de câmbio real, muito embora não tenha
de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações na controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutuação suja ou
legislação tributária. Assinale a alternativa correta: controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida fixa de sorte a
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. atrair capitais estrangeiros interessados em carry trade.
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia basea-
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. do em déficits em transações correntes torna o equilíbrio das
(D) se apenas a afirmativa II estiver correta. contas externas diretamente dependente da liquidez no mer-
(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. cado financeiro internacional.
(D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária ao
8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) isolar a economia de variações nos preços internacionais dos
Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas consta- bens importados.
rão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afirmação (E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mone-
refere-se à: tária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de flu-
(A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal. tuação.
(B) LOA- Lei Orçamentária Anual.
(C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias. 13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IESES
(D) LTF- Lei de Transparência Fiscal. – 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominantemente
(E) PPA- Plano Plurianual determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, estamos
diante de um regime cambial de taxas ___________.
9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – (A) Sujas.
MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui (B) Fixas.
órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem de- (C) Flutuantes.
finidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade: (D) Mistas.
(A) do Conselho Monetário Nacional (CMN);
(B) do Banco Central do Brasil; 14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU-
(C) da Bolsa de Valores; TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime
(D) do Ministério da Fazenda; cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio é
(E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que um
regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso, o Ban-
10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUADRIX – co Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio, vide início
2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das empre do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutuante, a taxa de
sas. O mercado de capitais compreende todos os mercados de câmbio variará de acordo com as conjunturas de mercado. Saindo
recursos financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédito do do modelo simplificado, dentro desses dois regimes, existem ainda
sistema econômico tipos específicos. Sobre o comportamento dos regimes cambiais,
( ) CERTO ( NÃO podemos afirmar que:
) ERRADO (A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações es-
porádicas por parte do Banco Central com a intenção de atenu-
11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP – ar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é conhecido
2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação contínua por flutuação suja.
dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um investi- (B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele sim-
dor que queira operar nesse mercado deve plificar a tomada de decisão por parte dos agentes econômicos.
(A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários (C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas tran-
(CVM). sações internacionais de troca de bens e serviços de uma nação
(B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma bolsa por bens e serviços de outra nação.
de valores, na qual receberá orientações e esclarecimentos na (D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Banco
Central não executa operações de compra e venda de moedas
seleção dos investimentos.
estrangeiras.
(C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
valores mobiliários, que participem do lançamento das ações
15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPERIOR
pretendidas.
– CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco Central
(D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é
do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de
o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais
câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$,
brasileiro.
representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em
(E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha inte-
termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fa-
resse em adquirir ações.
tores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do
tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o)
(A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
(B) venda de reservas internacionais por parte do Banco Cen-
tral do Brasil.

77
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos im- 19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe
pactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial entre as quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assi-
taxas de juros internas e externas. nale a alternativa correta.
(E) aumento das posições compradas da moeda brasileira nos (A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de Tí-
mercados futuros de câmbio tulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é consi-
derada instituição financeira.
16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – (B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa-
QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da matemáti- ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos
ca financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os juros reais clientes, independentemente de autorização judicial.
são os juros resultantes, após a subtração da taxa de crescimento (C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo presiden-
da economia, dos juros nominais. te, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pode re-
( ) CERTO quisitar ao BRB informações a respeito da movimentação ban-
( ) ERRADO cária de clientes da instituição financeira.
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públicos
17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As entida- não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida lei com-
des representativas das instituições financeiras, a exemplo da Fe- plementar de acordo com jurisprudência do STJ.
deração Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços (E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento
para a criação e o aprimoramento contínuo de sistemas de autor- mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são conside-
regulação destinados a reforçar publicamente o compromisso do radas instituições financeiras.
setor financeiro com a observância dos princípios da integridade,
equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando, 20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as
no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessi- instituições financeiras devem conservar o sigilo de suas opera-
dades e dos interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de ções, sendo uma violação desse dever
garantir a respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões (A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o con-
conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medidas volta- sentimento expresso do interessado.
das à responsabilidade socioambiental, prevenção de situações de (B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática de
conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial.
à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- (C) a troca de informações entre instituições financeiras, para
mo. No que se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados, fins cadastrais, ainda que observadas as normas do Banco Cen-
assinale a alternativa correta. tral e do Conselho Monetário Nacional.
(A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil. (D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de informa-
(B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais ções financeiras relativas a operações de crédito adimplidas,
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra- para formação de histórico de crédito.
sil, independentemente de vínculo associativo ou adesão vo- (E) a transferência, à autoridade tributária, de informações re-
luntária. lativas a operações com cartão de crédito que permitam iden-
(C) Decorrem de lei. tificar a natureza dos gastos efetuados.
(D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória,
não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de des- 21. Considerando os crimes praticados contra a Administra-
cumprimento. ção Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA.
(E) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas (A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para
não dependem de autorização do Banco Central do Brasil. outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
18. Lei Complementar n.º 105/2001 função, pratica o crime de exploração de prestígio.
Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da (B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somen- utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis-
te poderão examinar documentos, livros e registros de institui- tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete
ções financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e ou testemunha, pratica o crime de tráfico de influência.
aplicações financeiras, quando houver processo administrativo (C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames fo- privado perante a administração pública, valendo-se da qua-
rem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa lidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de influência.
competente. (D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), alte-
Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anterior- rada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atualmente não
mente transcrito é possível a prática de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
(A) fere o direito à privacidade e à intimidade. e valores na modalidade tentada.
(B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo fis- (E) É crime praticado por funcionário público contra a admi-
co depende de autorização judicial. nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplicação
(C) não ofende o direito ao sigilo bancário. diversa da estabelecida em lei.
(D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário.
(E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos. 22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação
de bens, direitos e valores
(A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de comba-
te ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxativo de
crimes antecedentes.

78
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao autor 26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anti-
que colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos corrupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre
que conduzam à identificação de autores, coautores e partíci- a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas
pes, a qualquer tempo. pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou
(C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público o aces- estrangeira.
so direto a documentos relativos a movimentações bancárias (A) Não será levada em consideração na aplicação das sanções
de investigados por crime de lavagem de dinheiro. a consumação ou não da infração, nem a cooperação da pessoa
(D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apura- jurídica para a apuração das infrações.
ção e julgamento do crime de lavagem de dinheiro. (B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas por
(E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa. atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto os dirigen-
tes ou administradores serão responsabilizados objetivamente.
23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados (C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obriga-
pessoais sensíveis os dados sobre ção de reparar integralmente o dano causado.
(A) contas bancárias. (D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa jurídi-
(B) viagens realizadas. ca considerada responsável pelas práticas ilícitas, no valor de 1 a
(C) formação acadêmica. 50% do faturamento bruto.
(D) origem racial ou étnica. (E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administra-
(E) numeração de documentos. tiva afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera
judicial.
24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de
Dados, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de 27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no
Proteção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta. âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e
(A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
transformada pelo Poder Executivo em entidade da administra- denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de
ção pública federal indireta, submetida a regime autárquico es- ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detec-
pecial e vinculada à Presidência da República. tar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos prati-
(B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comuni- cados contra a administração pública, nacional ou estrangeira. A
cações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD. que termo se refere a descrição acima?
(C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titular (A) Sistema de Controles Internos.
contra controlador após comprovada pelo titular a apresentação (B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administração
de reclamação ao controlador não solucionada no prazo estabe- Pública.
lecido em regulamentação. (C) Programa de Integridade.
(D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens móveis (D) Política de Governança Corporativa.
e imóveis de sua propriedade não constituem receitas da ANDP. (E) Processo Administrativo de Responsabilização.
(E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD
serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder Exe-
28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração
cutivo federal.
da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa
resultar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no
25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa
12.846, de 2013, será efetuada por meio de Processo Adminis-
e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Admi-
trativo de
nistração Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a
(A) Especialização
afirmativa correta.
(A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabili- (B) Fixação
dade individual de seus dirigentes e administradores. (C) Contribuição
(B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas (D) Responsabilização
somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do (E) Proporcionalização
patrimônio líquido.
(C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos con- 29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato
tra a Administração Pública apenas quando estes foram prati- lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar
cados exclusivamente em seu benefício. o caráter competitivo de procedimento licitatório público e ofe-
(D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será respon- recer vantagem indevida a agente público. Levando em conta o
sabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previstas em caso hipotético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013,
Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável. assinale a alternativa correta:
(E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se- (A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa, da
rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos contra empresa em questão, o que afasta a possibilidade de responsa-
a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à bilização na esfera judicial.
obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do (B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera admi-
dano causado. nistrativa, com a imposição de multa em percentual do fatura-
mento, estará a empresa automaticamente desobrigada com
relação à reparação integral do dano causado.
(C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
afasta a possibilidade de responsabilização individual dos diri-
gentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos.

79
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de le-
niência, com identificação dos envolvidos e obtenção de infor-
ANOTAÇÕES
mações, o que implica na isenção das sanções e exime a pessoa
jurídica da obrigação de reparação dos danos causados. ______________________________________________________
(E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à aplica-
ção, dentre outras, das sanções de suspensão ou interdição par- ______________________________________________________
cial das atividades e dissolução compulsória da pessoa jurídica.
______________________________________________________

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GABARITO
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1 A ______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 C
5 C ______________________________________________________
6 E ______________________________________________________
7 E
______________________________________________________
8 B
9 E ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 C
13 C ______________________________________________________
14 C ______________________________________________________
15 C
______________________________________________________
16 C
17 E ______________________________________________________
18 C ______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 E
21 E ______________________________________________________
22 B ______________________________________________________
23 D
______________________________________________________
24 E
25 E _____________________________________________________
26 C _____________________________________________________
27 C
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28 D
29 E ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
1. Noções De Sistemas Operacionais – Windows 10 (32-64 Bits) E Ambiente Linux (Suse Sles 15 Sp2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Edição De Textos, Planilhas E Apresentações (Ambientes Microsoft Office – Word, Excel E Powerpoint - Versão O365) . . . . . . . 04
3. Segurança Da Informação: Fundamentos, Conceitos E Mecanismos De Segurança.proteção De Estações De Trabalho: Controle De
Dispostivos Usb, Hardening, Antimalware E Firewall Pessoal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
4. Conceitos De Organização E De Gerenciamento De Informações, Arquivos, Pastas E Programas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. Redes De Computadores: Conceitos Básicos, Ferramentas, Aplicativos E Procedimentos De Internet E Intranet. Navegador Web (Microsoft
Edge Versão 91 E Mozilla Firefox Versão 78 Esr), Busca E Pesquisa Na Web. Correio Eletrônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6. Grupos De Discussão, Fóruns E Wikis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7. Redes Sociais (Twitter, Facebook, Linkedin, Whatsapp, Youtube, Instagram E Telegram . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8. Visão Geral Sobre Sistemas De Suporte À Decisão E Inteligência De Negócio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9. Fundamentos Sobre Análise De Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
10. Conceitos De Educação A Distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
11. Conceitos De Tecnologias E Ferramentas Multimídia, De Reprodução De Áudio E Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
12. Ferramentas De Produtividade E Trabalho A Distância (Microsoft Teams, Cisco Webex, Google Hangout, Google Drive E Skype) . 42
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Área de trabalho
NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS – WINDOWS
10 (32-64 BITS) E AMBIENTE LINUX (SUSE SLES 15 SP2)

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome
“pasta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organi-
zar, armazenar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem
ser documentos de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos
diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas. Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em
segundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vá-
rios tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl +
C”, estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl +
V”, estamos colando, isto é, estamos pegando o que está grava-
do na área de transferência.

Manipulação de arquivos e pastas


A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Pode-
mos executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos,
criar pastas, criar atalhos etc.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro ar-


quivos.

Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organiza-
ção, vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos
e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado
dado. Estes arquivos podem ser documentos de forma geral
(textos, fotos, vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determi-
nada pasta ou arquivo propriamente dito.

1
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Uso dos menus se reorganiza internamente tornando o computador mais rápido
e fazendo com que o Windows acesse os arquivos com maior
rapidez.

Programas e aplicativos e interação com o usuário • O recurso de backup e restauração do Windows é muito
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para importante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até
entendermos melhor as funções categorizadas. mesmo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo uma cópia de segurança.
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é
uma excelente experiência de entretenimento, nele pode-se ad-
ministrar bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu com-
putador, copiar CDs, criar playlists e etc., isso também é válido
para o media center.

Inicialização e finalização

– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o
próprio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simples- Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no
mente confirmar sua exclusão. Windows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

LINUX
O Linux não é um ambiente gráfico como o Windows, mas
podemos carregar um pacote para torná-lo gráfico assumindo
• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito im- assim uma interface semelhante ao Windows. Neste caso vamos
portante, pois conforme vamos utilizando o computador os ar- carregar o pacote Gnome no Linux. Além disso estaremos tam-
quivos ficam internamente desorganizados, isto faz que o com- bém usando a distribuição Linux Ubuntu para demonstração,
putador fique lento. Utilizando o desfragmentador o Windows pois sabemos que o Linux possui várias distribuições para uso.

2
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organiza-
ção, vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos
e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado
dado. Estes arquivos podem ser documentos de forma geral
(textos, fotos, vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determi-
nada pasta ou arquivo propriamente dito.
Vamos olhar abaixo o
No caso do Linux temos que criar um lançador que funciona
Linux Ubuntu em modo texto: como um atalho, isto é, ele vai chamar o item indicado.

Linux Ubuntu em modo gráfico (Área de trabalho):

Perceba que usamos um comando para criar um lançador,


mas nosso objetivo aqui não é detalhar comandos, então a for-
ma mais rápida de pesquisa de aplicativos, pastas e arquivos é
através do botão:

Conceito de pastas e diretórios


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, arma-
zenar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documen-
tos de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).

Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.


Desta forma já vamos direto ao item desejado

Área de transferência
Perceba que usando a interface gráfica funciona da mesma
forma que o Windows.
A área de transferência é muito importante e funciona em
segundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vá-
rios tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl +
C”, estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl +
V”, estamos colando, isto é, estamos pegando o que está grava-
do na área de transferência.

No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro ar-


quivos.

3
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Manipulação de arquivos e pastas
No caso da interface gráfica as funcionalidades são seme- EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES
lhantes ao Windows como foi dito no tópico acima. Entretanto, (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE – WORD, EXCEL E
podemos usar linha de comando, pois já vimos que o Linux origi- POWERPOINT - VERSÃO O365)
nalmente não foi concebido com interface gráfica.
Microsoft Office

Na figura acima utilizamos o comando ls e são listadas as


pastas na cor azul e os arquivos na cor branca.

Uso dos menus


Como estamos vendo, para se ter acesso aos itens do Linux
são necessários diversos comandos. Porém, se utilizarmos uma
interface gráfica a ação fica mais intuitiva, visto que podemos
utilizar o mouse como no Windows. Estamos utilizando para fins
de aprendizado a interface gráfica “GNOME”, mas existem diver-
sas disponíveis para serem utilizadas.

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais


para uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramen-
tas, mas em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor
de Textos – Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de
Apresentações – PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização
mais comum:

Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com
ele podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc.
Vamos então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de
acordo com a necessidade.

Programas e aplicativos
Dependendo da distribuição Linux escolhida, esta já vem
com alguns aplicativos embutidos, por isso que cada distribui-
ção tem um público alvo. O Linux em si é puro, mas podemos
destacar duas bem comuns:
• Firefox (Navegador para internet);
• Pacote LibreOffice (Pacote de aplicativos semelhante ao
Microsoft Office).

4
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Iniciando um novo documento • Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da
seguinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para ope-


rar diferentes tipos de marcadores automáticos:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formata-
ções desejadas. • Outros Recursos interessantes:

• Alinhamentos GUIA ÍCONE FUNÇÃO


Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo
para atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os - Mudar Forma
alinhamentos automáticos disponíveis na plataforma do Word. - Mudar cor de
Página inicial Fundo
- Mudar cor do
GUIA PÁGINA TECLA DE texto
ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J - Inserir Tabelas
Inserir
com a margem - Inserir Imagens

Alinhamento à direita Ctrl + G

Centralizar o texto Ctrl + E Verificação e cor-


Revisão
reção ortográfica
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q

• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)


Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área Arquivo Salvar
de trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos
básicos de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou
Excel
pontuação), se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para
recursos automáticos.
cálculos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automá-
ticos, dentre outras funcionalidades importantes, que fazem
parte do dia a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO – Planilha de custos.
Tipo de letra Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados
automaticamente.
Tamanho
• Mas como é uma planilha de cálculo?
– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados
Aumenta / diminui tamanho são calculados automaticamente mediante a aplicação de fór-
mulas específicas do aplicativo.
Recursos automáticos de caixa-altas – A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
e baixas entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

Limpa a formatação

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresen-
tações personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma
série de recursos avançados para a formatação das apresenta-
– Podemos também ter o intervalo A1..B3 ções, aqui veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na


célula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação bási-
ca de uma planilha. Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-
ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou
• Formatação células até mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já mo-
vemos as caixas, colocando um título na superior e um texto
na caixa inferior, também alinhamos cada caixa para ajustá-las
melhor.

• Fórmulas básicas
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mes-
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) mo tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o Po-
werPoint, o Word e o Excel, o que faz deles programas bastante
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY) parecidos, no que diz respeito à formatação básica de textos.
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY) Confira no tópico referente ao Word, itens de formatação básica
DIVISÃO =(célulaX/célulaY) de texto como: alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias
de marcadores e recursos gerais.

6
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso ampla-
mente utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas
que mudam a aparência básica de nossos slides, melhorando a
experiência no trabalho com o programa.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma


apresentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la
bastando clicar no ícone correspondente no canto inferior di-
reito.

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vá- Um último recurso para chamarmos atenção é a possibili-
rios no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniatu- dade de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresenta-
ras, pelas quais podemos navegador, alternando entre áreas de ções, levando a experiência dos usuários a outro nível.
trabalho. A edição em cada uma delas, é feita da mesma manei-
ra, como já apresentado anteriormente. Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explo-
rar a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está dis-
ponível nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensí-
veis ao toque (TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas
em equipamentos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nu-
vem, desta forma documentos, configurações pessoais e aplica-
tivos podem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso atra-
vés de smartfones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos ex-
tensos agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa
na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem
como editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
Percebemos agora que temos uma apresentação com qua- – Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjun-
tro slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos to de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao
que se fizerem necessários. Além de copiar podemos mover usuário melhores formas de apresentar dados.
cada slide de uma posição para outra utilizando o mouse. – Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
As Transições são recursos de apresentação bastante utili-
zados no PowerPoint. Servem para criar breves animações au- • Atualizações no PowerPoint
tomáticas para passagem entre elementos das apresentações. – O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do
Office2013 tem um grande número de templates para uso de
criação de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;

7
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo
o destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo sli-
de antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborati-
va de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar jun-
tamente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso
que permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente
em um mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com
outras ferramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 tam-
bém roda em smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros pro- – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz
dutos, mas no Word agora é real, de modo que é possível até alta”. Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
acompanhar quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo
de pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a
pesquisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de
toque, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando
assim a digitação de equações.

• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos an-
teriores, mas agora com uma maior integração com dispositivos • Atualizações no Excel
móveis, além de ter aumentado o número de gráficos e melho- – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
rado a questão do compartilhamento dos arquivos. destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização
de algum mapa que deseja construir.
• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos mo-
veis, além de ter aumentado o número de templates melhorado
a questão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não
houve uma mudança tão significativa. Agora temos mais mode-
los em 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositi-
vos sensíveis ao toque, o que permite que se faça destaque em
documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um me-
lhor desenvolvimento de documentos;

8
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Atualizações no PowerPoint A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2:
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferra- – Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar dis-
menta de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apre- ponível somente a pessoas autorizadas.
sentações; – Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
– Inclusão de imagens 3D na apresentação. acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou
seja, de modo permanente a elas.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou
seja, sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por
quem e nem em qual etapa, se no processamento ou no envio.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e
autoria do conteúdo seja mesmo a anunciada.

Existem outros termos importantes com os quais um profis-


sional da área trabalha no dia a dia.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação
do conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que
se refere ao controle sobre quem acessa as informações; e a
auditoria, que permite examinar o histórico de um evento de
segurança da informação, rastreando as suas etapas e os res-
ponsáveis por cada uma delas.

Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares


– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo
protegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de se-
gurança da informação, ainda que sem intenção
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da
vulnerabilidade existente para atacar a informação sensível ao
negócio.
Office 365 – Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assina- ser explorada por uma ameaça.
tura semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz ne- – Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o
cessário sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e conteúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
utilizar o Word, Excel e PowerPoint. – Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em segu-
Observações importantes: rança da informação.
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as
melhorias citadas constam nele; Tipos de ataques
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são
responsável por isso; eles3:
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre – Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gra-
atualizados. var de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o
ataque passivo não é prejudicial, mas a informação coletada du-
rante a sessão pode ser extremamente prejudicial quando utili-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: FUNDAMENTOS, CON- zada (adulteração, fraude, reprodução, bloqueio).
CEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA.PROTEÇÃO – Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados co-
DE ESTAÇÕES DE TRABALHO: CONTROLE DE DISPOS- letados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sis-
TIVOS USB, HARDENING, ANTIMALWARE E FIREWALL tema, infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques
PESSOAL a partir da máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento
(Ex.: interceptação, monitoramento, análise de pacotes).
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
Segurança da informação é o conjunto de ações para prote- Política de Segurança da Informação
ção de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
seja para um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para da organização através de regras de alto nível que representam
uma organização1. os princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma com a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível
corporação, sendo também fundamentais para as atividades do tático) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será
negócio. manter a segurança da informação. Todos os detalhes definidos
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- nelas serão para informar sobre o que pode e o que é proibido,
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, incluindo:
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para 2 https://bit.ly/2E5beRr
problemas. 3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-
1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/ -informacao/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo,
regra de formação e periodicidade de troca.
• Política de backup: define as regras sobre a realização de cópias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de re-
tenção e frequência de execução.
• Política de privacidade: define como são tratadas as informações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
• Política de confidencialidade: define como são tratadas as informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
a terceiros.

Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técnica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de pre-
servar o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.

Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da infor-
mação da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação4.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da
informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou
a ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de
um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste
basicamente em bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5
4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20
de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.

10
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Formas de segurança e proteção • Firewall
– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele de-
com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa termina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou cor-
que está acessando o sistema é quem ela diz ser6. porativa, bloqueando entradas indesejáveis e protegendo assim
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extre- o computador. Pode ter regras simples ou complexas, depen-
mamente importantes, pode-se colocar uma identificação bio- dendo da implementação, isso pode ser limitado a combinações
métrica como os olhos ou digital. simples de IP / porta ou fazer verificações completas.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de
nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiús- • Antispyware
culas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *. Spyware é um software espião, que rouba as informações,
– Instalação de antivírus com atualizações constantes. em contrário, o antispyware protege o computador funcionando
– Todos os softwares do computador devem sempre estar como o antivírus em todos os sentidos, conforme relatado aci-
atualizados, principalmente os softwares de segurança e siste- ma. Muitos antivírus inclusive já englobam tais funções em sua
ma operacional. No Windows, a opção recomendada é instalar especificação.
atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção
é a recomendada. CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO
– Sempre estar com o firewall ativo. DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS 
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque. Pasta
– Evite sites duvidosos. São estruturas que dividem o disco em várias partes de ta-
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se manhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e
tiver anexos (link). outras pastas (subpastas)7.
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso
seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos
anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atuali-
zado.

NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS

Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares) Arquivo


– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, É a representação de dados/informações no computador
isto é, programas maliciosos que servem pra danificar seu siste- os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que
ma e diminuir o desempenho do computador; identifica o tipo de dado que ele representa.
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem inicia-
dos, é necessária uma ação (por exemplo um click por parte do
usuário);
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do
sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador
se instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por
parte do usuário ou ação automática do sistema.

Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispywa-


re etc.)

• Antivírus
O antivírus é um software que encontra arquivos e progra-
mas maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce
um papel fundamental protegendo o computador. O antivírus
evita que o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou
até mesmo de uma ação inesperada em que o usuário aciona
um executável que contém um vírus. Ele pode executar algumas
medidas como quarentena, remoção definitiva e reparos.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos
potencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e
toma as medidas de segurança.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-se- 7 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-ma-
guranca-da-informacao-parte-3/ nipulacao-de-arquivos-e-pastas

11
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do
Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
letras que ficam no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto
do LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inuti-
lizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres
(letras, números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em
um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Mi-
crosoft8.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows
Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, reno-
mear, excluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar
algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são
as de Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear
ela. Você pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma
mesma pasta um arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode
também clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão
direito do mouse e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos,
lista com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o
arquivo e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente
no botão direito do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de
Pesquisar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

8 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma
alteração, poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no
disco.

REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E


INTRANET. NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR), BUSCA E PESQUI-
SA NA WEB. CORREIO ELETRÔNICO

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido. Exemplos: casa, escritório, etc.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por
exemplo.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos aces-
• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior sar web sites para operações diversas.
que a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para
entendermos o conceito. • Links
O link nada mais é que uma referência a um documento,
onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geral-
mente aponta para uma determinada página, pode apontar para
um documento qualquer para se fazer o download ou simples-
mente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de al-


guns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet
Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

Navegação e navegadores da Internet

• Internet • Identificar o ambiente


É conhecida como a rede das redes. A internet é uma cole-
ção global de computadores, celulares e outros dispositivos que
se comunicam.

• Procedimentos de Internet e intranet


Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diver-
sas informações, para trabalho, laser, bem como para trocar O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Mi-
mensagens, compartilhar dados, programas, baixar documentos crosoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navega-
(download), etc. dor simplificado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções
que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por
sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um
endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: ht-
tps://www.gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto.
No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.
gov.br/pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favo-
ritos

15
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e
vídeos que possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica
automaticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

16
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A barra de endereços é o local em que se digita o link da pá-
gina visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo
que ao digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca
do Google é acionado e exibe os resultados.

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos


1 Botão Voltar uma página
Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,
7
Menu e outros) 2 Botão avançar uma página
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8 3 Botão atualizar a página
detalhar adiante)

9 Mostra menu de contexto com várias opções 4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais
na internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus 6 Usuário Atual
dados como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazena-
das, etc., sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
estar logado com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao uti- seguir.
lizar um computador público sempre desative a sincronização
para manter seus dados seguros após o uso. O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostu-
mados ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, per-
Google Chrome cebemos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está ins-
talado em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais
comum atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre
suas funcionalidades.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para
adicionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à
direita da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o
sugerido, e pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e dispo- Favoritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua
nibiliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram imple- lista. Para removê-lo, basta clicar em excluir.
mentadas por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas
também como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aber-
ta, se quisermos abrir outra para digitar ou localizar outro site,
temos o sinal (+).

17
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para
acessá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar ata-
lho do teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma • Sincronização
nova aba, onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é
ou mesmo dia a dia se preferir. importante para manter atualizadas nossas operações, desta
forma, se por algum motivo trocarmos de computador, nossos
dados estarão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações esta-
rão disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Goo-
gle.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto


do usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e de-
sativar.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet Safari


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos
ver o progresso e os downloads concluídos.

O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras


funções implementadas.
Vejamos:

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços.
Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e
pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para
removê-lo, basta clicar em excluir.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é
um serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens
de texto e outras funções adicionais como anexos junto com a
• Histórico e Favoritos mensagem.

Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar


conectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua
rede local.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre
o e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuá-
rio na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso
este é nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrôni-
cos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maio-
ria das vezes, a empresa;

Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hot-


mail.com.br / @editora.com.br
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
• Pesquisar palavras – Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em ainda não enviadas;
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos – E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam
o atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual os e-mails que foram enviados;
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado. – Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não ter-
minou de redigir;
• Salvando Textos e Imagens da Internet – Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta. Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:
– Para: é o campo onde será inserido o endereço do desti-
• Downloads natário do e-mail;
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um – CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma
algum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes mensagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para
etc.). Neste caso, o Safari possui um item no menu onde pode- todos os destinatários envolvidos;
mos ver o progresso e os downloads concluídos.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, • Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos do- – E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coi-
nos da mensagem; sas que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem; – Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (ima- e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.
gens, programas, música, textos e outros); Computação de nuvem (Cloud Computing)
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensa-
gem. • Conceito de Nuvem (Cloud)

• Uso do correio eletrônico


– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada
através de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais so-
bre a criação de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um clien-
te de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird,
Opera Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os ser-
nos tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas viços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas
bastante parecidas. demandas de usuários e empresas.

• Preparo e envio de mensagens

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado; A internet é a base da computação em nuvem, os servidores
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos
extremo dando muitas voltas; usuários e às empresas.
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio corre- A computação em nuvem permite que os consumidores
to de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados. aluguem uma infraestrutura física de um data center (provedor
de serviços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e
• Anexação de arquivos as empresas usam aplicativos e a infraestrutura alugada para
acessarem seus arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer
computador conectado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas
em um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses
produtos são subdivididos de acordo com todos os serviços em
nuvem, mas os principais aplicativos da computação em nuvem
estão nas áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Ban-
cos, Empresas de TI, Telecomunicações.

Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-


xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente
com o texto.

21
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é simples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser
acessados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, OneDrive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos respon-
sáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus
dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em ter-
mos de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem
que podem ser contratados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook
também pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas,
contatos e anotações.

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail

22
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

5 Enviar Alt+S Botão enviar


6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este
é nome do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real:
joaodasilva@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos
os destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las
conforme a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

23
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os bo-
A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de tões indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros
e-mail, referida no item “Endereços de e-mail”. de texto, para a indicação de endereços e digitação do corpo do
e-mail de resposta ou encaminhamento.
Criar nova mensagem de e-mail

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para


digitação do texto e colocar o destinatário, podemos preencher
também os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta),
porém esta outra pessoa não estará visível aos outros destina-
tários.

Adicionar, abrir ou salvar anexos


A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no
corpo do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão cor-
respondente, segundo a figura abaixo:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em
evidência para o envio de e-mails.

24
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Adicionar assinatura de e-mail à mensagem
Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida
a nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em
cada mensagem.

GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS

Grupos de discussão
Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela In-
ternet que permitem que um grupo de pessoas troque mensa-
gens via e-mail entre todos os membros do grupo. Essas men-
sagens, geralmente, são de um tema de interesse em comum,
onde as pessoas expõem suas opiniões, sugestões, críticas e ti-
ram dúvidas. Como é um grupo onde várias pessoas podem par-
ticipar sem, geralmente, ter um pré- requisito, as informações
nem sempre são confiáveis.
Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.
com.br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão,
mas um grupo pode ser montado independentemente, onde
pessoas façam uma lista de e – mails e troquem informações.

Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos


criar um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns
passos serão necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos
quando estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar
no menu “Mais” e no item “Ainda mais”.
3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em
“Grupos”.

!
Grupos

Imprimir uma mensagem de e-mail


Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos
possibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora
ligada ao computador. Um recurso que se assemelha aos apre-
sentados pelo pacote Office e seus aplicativos.

25
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar Após este passo, teremos que adicionar os membros do
um grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...” grupo e faremos isto através de um convite que será enviado
aos e – mails que digitaremos em um campo especial para esta
finalidade. Cada destinatário dos endereços cadastrados por nós
receberá um convite e deverá aceitá-lo para poder receber as
mensagens e participar do nosso grupo.

A mensagem do convite também será digitada por nós, mas


o nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados
automaticamente. Nesta página teremos o botão “Convidar”.
Quando clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem:

Passo 2 – Criando um grupo

Seguiremos alguns passos propostos pelo website.

Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Pro-


fale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de
e – mail do grupo e endereço do grupo na web vão sendo auto- !
maticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo, Finalização do processo de criação do grupo
que servirá para ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse
grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado. Os convidados a participarem do grupo receberão o convite
Após a inserção do comentário sobre as intenções do gru- em seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser rea-
po, podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, lizada depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos
nudez ou material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse casos, as mensagens de convite são identificadas pelos servido-
grupo é necessário confirmar que você é maior de 18 anos. res de mensagens como Spams e por esse motivo são automati-
camente enviadas para a pasta Spam dos destinatários.
Escolheremos também, o nível de acesso entre: O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde pode-
rá: visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de
“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer discussão, convidar ou adicionar membros, e ajustar as configu-
pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar rações do seu grupo.
mensagens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico
ler os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente de discussão, será aberta uma página semelhante a de criação
os administradores podem postar mensagens.” de um e – mail. A linha “De”, virá automaticamente preenchi-
da com o nome do proprietário e o endereço do grupo. A linha
“Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é pre- “Para”, também será preenchida automaticamente com o nome
ciso ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não do grupo. Teremos que digitar o assunto e a mensagem e clicar
aparecem nos resultados de pesquisa públicos do Google nem no botão “Postar mensagem”.
no diretório.” A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde
as pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um
fórum) ou encaminha via e-mail para outras pessoas.
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O pro-
prietário também tem que se cadastrar e inserir informações
como nome do grupo, convidados, descrição e outras, mas am-
bas as ferramentas acabam tornado o grupo de discussão mui-
to semelhante ao fórum. Para criar um grupo de discussão da
maneira padrão, sem utilizar ferramentas de gerenciamento, as
pessoas podem criar um e – mail para o grupo e a partir dele
criar uma lista de endereços dos convidados, possibilitando a
troca de informações via e – mail.

!
Configurar grupo

26
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A maioria das pessoas que têm um smartphone também o
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, têm instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido
WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM E TELEGRAM) de “zap zap”.
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas
Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da in- operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar
ternet, por pessoas e organizações que se conectam a partir de do consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se infor-
interesses ou valores comuns9. Muitos confundem com mídias ma através dele.
sociais, porém as mídias são apenas mais uma forma de criar
redes sociais, inclusive na internet. YouTube
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pes-
soas. Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e
interage com as pessoas com base nos detalhes que elas leem
sobre você. Pode-se dizer que redes sociais são uma categoria
das mídias sociais.
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange
diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas re- O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da
des sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que atualidade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1
compreendíamos como mídia antes da existência da internet: bilhão de horas de vídeos visualizados diariamente.
rádio, TV, jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível
na internet, ela deixou de ser estática, passando a oferecer a Instagram
possibilidade de interagir com outras pessoas. Rede para compartilhamento de fotos e vídeos.
No coração das mídias sociais estão os relacionamentos,
que são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão.
Mídias sociais são lugares em que se pode transmitir informa-
ções para outras pessoas.
Estas redes podem ser de relacionamento, como o Face-
book, profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos es-
pecíficos como o Youtube que compartilha vídeos.
As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Insta-
gram, Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas
recentemente, o Tik Tok. para acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível
visualizar publicações no desktop, seu formato continua sendo
Facebook voltado para dispositivos móveis.
Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pes- É possível postar fotos com proporções diferentes, além de
soais de seus membros. outros formatos, como vídeos, stories e mais.
Os stories são os principais pontos de inovação do aplica-
tivo. Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas,
enquetes, vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir ví-
deos de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados
de outro clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e so-
breposição para transições mais limpas – lembrando que esta
O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que é mais uma das funcionalidades que atuam dentro dos stories.
reúne muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para
gerar negócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se Twitter
com amigos e família, informar-se, dentre outros10. Rede social que funciona como um microblog onde você
pode seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo
WhatsApp real as atualizações que seus contatos fazem e eles as suas.
É uma rede para mensagens instantânea. Faz também liga-
ções telefônicas através da internet gratuitamente.

O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para


cá está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos
9 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/ pararam de usar a rede social.
10 https://bit.ly/32MhiJ0

27
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A rede social é usada principalmente como segunda tela em Snapchat
que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na Rede para mensagens baseado em imagens.
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos
de futebol e outros programas.
Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais
utilizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam infor-
mações em primeira mão por ali.

LinkedIn
Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede
quer manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos,
como um emprego por exemplo. vídeos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-
-modernidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros co-
nhecidos como snaps, que desaparecem algumas horas após a
publicação.
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o inte-
resse de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes
tentou adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o
CEO lançou a funcionalidade nas redes que já haviam sido ab-
A maior rede social voltada para profissionais tem se tor- sorvidas, criando os concorrentes WhatsApp Status, Facebook
nado cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, Stories e Instagram Stories.
como o Facebook. Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: bem específico, formado por jovens hiperconectados.
no lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, te-
mos companhias. Outro grande diferencial são as comunidades, Skype
que reúnem interessados em algum tema, profissão ou mercado O Skype é um software da Microsoft com funções de video-
específicos. conferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz.
É usado por muitas empresas para recrutamento de profis- O serviço também opera na modalidade de VoIP, em que é pos-
sionais, para troca de experiências profissionais em comunida- sível efetuar uma chamada para um telefone comum, fixo ou
des e outras atividades relacionadas ao mundo corporativo celular, por um aparelho conectado à internet

Pinterest
Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas
também compartilha vídeos.

O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extin-


to MSN Messenger.
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para
realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo
O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o concei- em grupo ou até mesmo enviar SMS.
to de “mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar É possível, no caso, obter um número de telefone por meio
suas inspirações e também pode fazer upload de imagens assim próprio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer
como colocar links para URLs externas. ligações a taxas reduzidas.
Os temas mais populares são: Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mun-
– Moda; do corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos
– Maquiagem; nichos e tamanhos.
– Casamento;
– Gastronomia; Tik Tok
– Arquitetura; O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para
– Faça você mesmo; iOS e Android, possui recursos que podem tornar criações de
– Gadgets; seus usuários mais divertidas e, além disso, aumentar seu nú-
– Viagem e design. mero de seguidores11.
Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.

11 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/

28
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar • Já temos como valida a contratação eletrônica;
duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e • Já temos a equiparação da assinatura digital com a assina-
sincronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pare- tura com firma reconhecida.
ça que é você mesmo falando.
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os A gestão eletrônica de documentos é um caminho sem vol-
usuários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pes- ta, pois a sociedade atual está avançando neste sentido. Por isso
soas famosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer par- é importante à observação de aspectos relevantes sobre o tema.
ticipar da brincadeira — o que atrai muito o público jovem.
Portal Coorporativo
Portal coorporativo é uma aplicação via internet cuja função
é informar, organizar e compartilhar informações de interesse
VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECI- para funcionários em único local.
SÃO E INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO O portal coorporativo é um sistema onde os funcionários
tem acesso à configurações variadas, portanto seu acesso é limi-
Business Intelligence é um conjunto de processos de coleta, tado a funcionários e o perfil é configurado para a segurança das
análise e organização, tudo isso voltado para a gestão e suporte informações de acordo com nível hierárquico do funcionário.
a negócios. ▪ Vantagens do uso de portais colaborativos
O conceito de Business Intelligence atua em todas as ca- • Notícias (comunicações internas);
madas de dados, visualização de informações, geração de rela- • Interatividade (demonstrativos de processos);
tórios, funções analíticas e integrações, Datamining, etc. É um • Transparência (admissões, transferências, desligamentos,
guarda-chuva que envolve toda a manipulação de dados voltada promoções, etc...);
a inteligência de negócios. • Melhor ambiente organizacional (aniversariantes, etc...);
• É considerado um Portal Intranet onde estão
▪ Abrangência do BI: disponibilizados link diversos para outros portais, aplicações,
etc.
Portal Colaborativo
O portal colaborativo é um ambiente virtual onde os indiví-
duos podem produzir, compartilhar e interagir conteúdos, tais
como: textos, arquivos, notícias, links, atividades, etc. Através
de um portal colaborativo os usuários podem interagir entre si
e participar de grupos categorizados por temas conforme a ne-
cessidade.
▪ Benefícios do uso de um portal colaborativo
• Comunicação integrada;
• Ferramentas de colaboração;
• Compartilhamento de conteúdo;
• Compartilhamento de atividades;
• Criação de grupos;
• Postagens de conteúdo.
A gestão eletrônica de documentos (GED) é um conjunto de
técnicas e procedimentos que envolvem a criação, recebimento,
manuseio, tramitação, guarda e descarte bem como sua racio-
nalização e eficiência em meios digitais. FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS
▪ Vantagens da GED
• Redução do volume de papel; Conceito de SGBD
• Localização mais rápida; Banco de dados é uma organização de dados dentro de um
• Transporte mais fácil; contexto. Por exemplo, em um banco de dados de uma institui-
• Maior controle de aceso; ção de ensino temos variadas tabelas, views, controles de aces-
• Maior rastreabilidade; sos, permissões, limites, etc.
• Redução de risco de perda; Gerenciador de banco de dados é um sistema que gerencia
• Redução de deterioração; banco de dados, isto é, administra o armazenamento, a segu-
• Ganho em todo o processo. rança, a auditoria, enfim, é um sistema que controla todos os
▪ Requisitos para a GED aspectos relacionados.
• Garantir a integridade (escolha da mídia); Segue um exemplo de modelagem de banco de dados forne-
• Garantir a legibilidade ao longo do tempo (escolha da mí- cido pela Microsoft para estudo.
dia);
• Garantir a segurança da informação.

▪ Pontos jurídicos sobre a GED


• Todo o arcabouço legal já está construído para o GED;
• Já existe a premissa que podemos fazer o translado do
físico para o eletrônico;

29
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Modelagem de dados
No tocante a modelagem de dados, o diagrama MER (Modelo de entidade e relacionamento) representa a relação entre as
tabelas. Vejamos a representação abaixo:

Na figura acima temos que N produtos podem pertencer a um tipo. Segundo a figura do modelo “MER” acima temos o exemplo:

PRODUTO TIPO
Violão Instrumento musical
Teclado Instrumento musical

Entidades
Entidade é uma representação de um conjunto de informações sobre um determinado objeto. Por exemplo, na figura abaixo
temos várias tabelas, que são entidades de banco de dados.

30
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Atributos
Atributos são os campos de uma determinada tabela, se fizermos uma analogia com EXCEL, os atributos são as colunas da pla-
nilha.

Vejamos a tabela de produtos do banco de dados NORTWIND:

Relacionamentos
São ligações entre entidades. Por exemplo:

Na figura acima temos um relacionamento entre categorias e produtos, neste caso, ao cadastrar um produto podemos classi-
ficá-lo pertencente a uma categoria

Cardinalidade
Cardinalidade de uma entidade em um relacionamento, é o número de ocorrências da entidade associada com uma ocorrência
da entidade origem.

31
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
▪ Tipos de cardinalidades em relacionamentos

1:1 Um para Um Exemplo: Pessoa   CPF

1:N Um para muitos

N:1 Muitos para um Idem ao anterior, apenas invertendo os lados da figura direito para esquerdo.
Autor   Livro
N:N Muito para Muitos Um autor escreve vários livros
Um livro pode ser escrito por vários autores

Exemplos :

Relacionamento: Exemplo:
Nome: José da Silva tem o CPF: 11111.2
1:1 (um para um)
Neste caso temos: Uma pessoa tem um CPF associado, e um CPF é associado somente a uma pessoa.

1:N

Neste caso temos que o departamento técnico tem os funcionários João, José e Maria

E cada funcionário pertence somente a um departamento.

Livros e Autores:

Existem casos em que um mesmo livro tem diversos autores e


existem casos que um mesmo autor escreve vários livros.

Exemplo:

N:N

32
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Noções e característica – Tamanho do banco de dados: para criar um sistema mais
Data Mining (Mineração de dados) é o processo de exami- poderoso, mais dados são necessários para serem processados​​
nar grandes quantidades de dados para encontrar padrões con- e mantidos.
sistentes. – Complexidade da consulta: é importante definir a com-
Uma vez encontrados, esses padrões precisam passar por plexidade de cada consulta. Afinal, quanto maior o número de
um processo de validação para serem considerados informação consultas, mais poderoso deve ser o sistema usado.
útil.
Claramente, devido à quantidade quase infinita de dados a
serem avaliados, a mineração não pode ser feita de forma efi-
ciente apenas com a ação humana.
Portanto, esse é um dos fatores que tornam a transforma-
ção digital tão importante para o desenvolvimento das empre-
sas.
Com o uso automatizado de algoritmos de aprendizagem,
em um tempo razoável, o Data Mining consegue evidenciar ten-
dências de consumo e interação apresentadas por potenciais
clientes da empresa.
Então, como veremos ao longo do texto, ele acaba sendo
um excelente aliado para a equipe de marketing.
Assim, o Data Mining nada mais é do que um conjunto de
técnicas que permite filtrar do Big Data as informações conside-
radas relevantes para o propósito almejado.

Etapas
O processo do Data Mining é composto por uma série de
etapas que precisam interagir entre si:
• Primeira etapa: é a definição do problema, ou seja, é pre-
ciso traçar as metas a serem atingidas e a expectativa geral em
relação aos resultados do processo.
• Segunda etapa: busca reduzir a incidência de dados du- Passos do Data Mining.
plicados ou redundantes. Para isso, é realizada uma integração
entre todos os dados coletados, independentemente de sua Principais técnicas no Data Mining
origem. As fontes de informação, por sua vez, são analisadas O Data Mining (DM) descende fundamentalmente de 3 li-
separadamente, integrando aquelas que são consideradas mais nhagens12:
pertinentes. – Estatística clássica: sem a estatística não seria possível
• Terceira etapa: é um esforço para excluir pontos que se- termos o DM, visto que a mesma é a base da maioria das tecno-
jam irrelevantes aos objetivos estabelecidos na primeira etapa. logias a partir das quais o DM é construído.
• Quarta etapa: é a limpeza de dados. Tem como propósito – Inteligência Artificial (IA): essa disciplina, que é construí-
fazer uma avaliação nos dados selecionados no terceiro passo e da a partir dos fundamentos da heurística, em oposto à estatís-
limpar aqueles que apresentarem algum tipo de problema. tica, tenta imitar a maneira como o homem pensa na resolução
Assim, a limpeza dá atenção às seguintes situações: dos problemas estatísticos.
– Dados inseridos erroneamente; – Machine Learning (Aprendizado de Máquina): pode ser
– Dados com nomes duplicados; melhor descrita como o casamento entre a estatística e a Inteli-
– Informações conflituosas. gência Artificial.

Após a limpeza, ainda é preciso um cuidado: garantir que Enquanto a Inteligência Artificial não se transformava em
as informações sejam, de fato, mineráveis. Para isso, diversas sucesso comercial, suas técnicas foram sendo largamente co-
técnicas podem ser utilizadas. optadas pela machine learning, que foi capaz de se valer das
Com as informações já selecionadas, filtradas e tratadas, sempre crescentes taxas de preço/performance oferecidas pe-
utilizamos uma série de técnicas — que abordaremos logo mais los computadores nos anos 80 e 90, conseguindo mais e mais
— para identificar os padrões, relacionamentos e correlações aplicações devido às suas combinações entre heurística e aná-
dentro da base de dados. lise estatística.
Depois, essas relações são avaliadas de acordo com os obje- Machine learning é uma disciplina científica que se preocu-
tivos definidos na primeira etapa. É aqui que são identificados os pa com o design e desenvolvimento de algoritmos que permitem
padrões que realmente podem ser utilizados de forma útil pela que os computadores aprendam com base em dados, como a
empresa ou organização. partir de dados do sensor ou bancos de dados. Um dos princi-
A partir daqui, paramos de lidar com dados para, oficialmen- pais focos da Machine Learnig é automatizar o aprendizado para
te, contar com informações sólidas que podem ser apresentadas reconhecer padrões complexos e tomar decisões inteligentes
para as partes interessadas. baseadas em dados.

Para minerar dados é preciso contar com uma certa infraes- 12 https://www.devmedia.com.br/conceitos-e-tecnicas-sobre-data-mi-
trutura tecnológica: ning/19342

33
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O Data Mining é um campo que compreende atualmente Tais algoritmos podem fazer previsões a partir de amostras
muitas ramificações importantes. Cada tipo de tecnologia tem ou tomar decisões guiadas unicamente por dados, sem qualquer
suas próprias vantagens e desvantagens, do mesmo modo que tipo de programação. Embora semelhante, em certos aspectos,
nenhuma ferramenta consegue atender todas as necessidades da estatística computacional, que faz previsões com o uso dos
em todas as aplicações. computadores, o aprendizado de máquina é usado em tarefas
Existem inúmeras ramificações de Data Mining, sendo algu- computacionais onde criação e programação de algoritmos ex-
mas delas: plícitos é impraticável.
– Redes neurais: são sistemas computacionais baseados Entre os exemplos de aplicações temos:
numa aproximação à computação baseada em ligações. Nós – Processamento de linguagem natural;
simples (ou «neurões”, “neurônios”, “processadores” ou “unida- – Filtragem de SPAM;
des”) são interligados para formar uma rede de nós - daí o termo – Reconhecimento de fala e de escrita;
“rede neural”. A inspiração original para esta técnica advém do – Visão computacional;
exame das estruturas do cérebro, em particular do exame de – Diagnóstico médico;
neurônios. Exemplos de ferramentas: SPSS Neural Connection, – Sistemas de busca.
IBM Neural Network Utility, NeuralWare NeuralWork Predict.
– Indução de regras: a Indução de Regras, ou Rule Induction,
refere-se à detecção de tendências dentro de grupos de dados,
ou de “regras” sobre o dado. As regras são, então, apresentadas CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
aos usuários como uma lista “não encomendada”. Exemplos de
ferramentas: IDIS da Information Discovey e Knowledge Seeker EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
da Angoss Software. Diagnóstico
– Árvores de decisão: baseiam-se numa análise que traba- No processo de universalização e democratização do ensi-
lha testando automaticamente todos os valores do dado para no, especialmente no Brasil, onde os déficits educativos e as de-
identificar aqueles que são fortemente associados com os itens sigualdades regionais são tão elevados, os desafios educacionais
de saída selecionados para exame. Os valores que são encontra- existentes podem ter, na educação a distância, um meio auxiliar
dos com forte associação são os prognósticos chaves ou fato- de indiscutível eficácia. Além do mais, os programas educativos
res explicativos, usualmente chamados de regras sobre o dado. podem desempenhar um papel inestimável no desenvolvimento
Exemplos de ferramentas: Alice d’Isoft, Business Objects Busi- cultural da população em geral.
nessMiner, DataMind. O País já conta com inúmeras redes de televisão e rádio edu-
– Análise de séries temporais: a estatística é a mais antiga cativas no setor público. Paralelamente, há que se considerar
tecnologia em DM, e é parte da fundação básica de todas as a contribuição do setor privado, que tem produzido programas
outras tecnologias. Ela incorpora um envolvimento muito for- educativos de boa qualidade, especialmente para a televisão.
te do usuário, exigindo engenheiros experientes, para construir Há, portanto, inúmeras iniciativas neste setor.
modelos que descrevem o comportamento do dado através dos
Ainda são incipientes, no entanto, aquelas que concretizam
métodos clássicos de matemática. Interpretar os resultados dos
um trabalho em regime de cooperação, capaz de elevar a qua-
modelos requer “expertise” especializada. O uso de técnicas de
lidade e aumentar o número de programas produzidos e apre-
estatística também requer um trabalho muito forte de máqui-
sentados. O sistema também se ressente da falta de uma rede
nas/engenheiros. A análise de séries temporais é um exemplo
informatizada que permita o acesso generalizado aos programas
disso, apesar de frequentemente ser confundida como um gêne-
existentes. Entretanto a regulamentação constante na Lei de Di-
ro mais simples de DM chamado “forecasting” (previsão). Exem-
retrizes e Bases é o reconhecimento da construção de um novo
plos de ferramentas: S+, SAS, SPSS.
paradigma da educação a distância.
– Visualização: mapeia o dado sendo minerado de acordo
À União cabe o credenciamento das instituições autoriza-
com dimensões especificadas. Nenhuma análise é executada
pelo programa de DM além de manipulação estatística básica. O das a oferecer cursos de educação a distância, assim como o
usuário, então, interpreta o dado enquanto olha para o monitor. estabelecimento dos requisitos para a realização de exames e
O analista pode pesquisar a ferramenta depois para obter dife- o registro de diplomas (art. 87, §§ 1º e 2º); são de responsabili-
rentes visões ou outras dimensões. Exemplos de ferramentas: dade dos sistemas de ensino as normas para produção, controle
IBM Parallel Visual Explorer, SAS System, Advenced Visual Sys- e avaliação dos programas, assim como a autorização para sua
tems (AVS) Express - Visualization Edition. implementação (art. 87, § 3º).
Ao introduzir novas concepções de tempo e espaço na edu-
Noções de aprendizado de máquina cação, a educação a distância tem função estratégica: contribui
Machine Learning, ou o aprendizado automático, como tam- para o surgimento de mudanças significativas na instituição
bém é conhecido, é um subcampo da ciência da computação. escolar e influi nas decisões a serem tomadas pelos dirigentes
Evoluiu do estudo de reconhecimento de padrões e da teoria do políticos e pela sociedade civil na definição das prioridades edu-
aprendizado computacional em inteligência artificial. cacionais.
De acordo com Arthur Samuel (1959), o aprendizado de má- As possibilidades da educação a distância são particular-
quina é o “campo de estudo que dá aos computadores a ha- mente relevantes quando analisamos o crescimento dos índices
bilidade de aprender sem serem explicitamente programados”. de conclusão do ensino fundamental e médio. Cursos a distân-
Além disso, explora a construção de algoritmos que podem cia ou semipresenciais podem desempenhar um papel crucial na
aprender com seus erros e fazer previsões sobre dados a par- oferta de formação equivalente ao nível fundamental e médio
tir de duas abordagens de aprendizagem: supervisionada, não para jovens e adultos insuficientemente escolarizados.
supervisionada e por reforço. Isso permite produzir decisões e
resultados confiáveis e repetíveis.

34
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O Ministério da Educação, nesse setor, tem dado prioridade pacitar os professores para utilizá-los, especialmente na Escola
à atualização e aperfeiçoamento de professores para o ensino Normal, nos cursos de Pedagogia e nas Licenciaturas, e integrar
fundamental e ao enriquecimento do instrumental pedagógico a informática na formação regular dos alunos.
disponível para esse nível de ensino. A TV Escola e o fornecimen- A televisão, o vídeo, o rádio e o computador constituem
to, aos estabelecimentos escolares, do equipamento tecnológi- importantes instrumentos pedagógicos auxiliares, não devendo
co necessário constituem importantes iniciativas. Além disso, a substituir, no entanto, as relações de comunicação e interação
TV Escola deverá revelar-se um instrumento importante para direta entre educador e educando.
orientar os sistemas de ensino quanto à adoção das Diretrizes Só será permitida a celebração de contratos onerosos para a
Curriculares Nacionais para o ensino fundamental e os Parâme- retransmissão de programa de Educação à Distância com redes
tros Curriculares. Estão também em fase inicial os treinamen- de televisão e de rádio quando não houver cobertura da Tele-
tos que orientam os professores a utilizar sistematicamente a visão e de Rádio Educativa, bem como a elaboração dos pro-
televisão, o vídeo, o rádio e o computador como instrumentos gramas será realizada pelas Secretarias Estaduais, Municipais ou
pedagógicos de grande importância. pelo Ministério da Educação.
O Ministério da Educação, a União e os Estados são parcei-
ros necessários para o desenvolvimento da informática nas es- Objetivos e Metas
colas de ensino fundamental e médio. 1. A União deverá estabelecer, dentro de um ano, normas
para credenciamento das instituições que ministram cursos a
Diretrizes distância .
Ao estabelecer que o Poder Público incentivará o desenvol- 2. Estabelecer, dentro de 2 anos, em cooperação da União
vimento de programas de educação a distância, em todos os ní- com os Estados e Municípios, padrões éticos e estéticos median-
veis e modalidades de ensino, a Lei de Diretrizes e Bases da Edu- te os quais será feita a avaliação da produção de programas de
cação Nacional introduziu uma abertura de grande alcance para educação a distância.*
a política educacional. É preciso ampliar o conceito de educação 3. Utilizar os canais educativos televisivos e radiofônicos, as-
a distância para poder incorporar todas as possibilidades que as sim como redes telemáticas de educação, para a disseminação
tecnologias de comunicação possam propiciar a todos os níveis de programas culturais e educativos, assegurando às escolas e à
e modalidades de educação, seja por meio de correspondência, comunidade condições básicas de acesso a esses meios.**
transmissão radiofônica e televisiva, programas de computador, 4. Garantir a integração de ações dos Ministérios da Educa-
internet, seja por meio dos mais recentes processos de utiliza- ção, da Cultura, do Trabalho, da Ciência e Tecnologia e das Co-
ção conjugada de meios como a telemática e a multimídia. municações para o desenvolvimento da educação a distância no
O material escrito, parte integrante e essencial para a eficá- País, pela ampliação da infra-estrutura tecnológica e pela redu-
cia desta modalidade de educação, deverá apresentar a mesma ção de custos dos serviços de comunicação e informação, crian-
qualidade dos materiais audiovisuais. do, em dois anos, um programa que assegure essa colaboração.
No conjunto da oferta de programas para formação a distân- 5. Enviar ao Congresso Nacional, no prazo de um ano, pro-
cia, há certamente que permitir-se a multiplicação de iniciativas. posta de regulamentação da reserva de tempo mínimo, sem
Os programas educativos e culturais devem ser incentivados ônus para o Poder Público, para transmissão de programas edu-
dentro do espírito geral da liberdade de imprensa, consagrada cativos pelos canais comerciais de rádio e televisão, inclusive em
pela Constituição Federal, embora sujeitos a padrões de quali- horários nobres.*
dade que precisam ser objeto de preocupação não só dos órgãos 6. Fortalecer e apoiar o Sistema Nacional de Rádio e Televi-
governamentais, mas também dos próprios produtores, por são Educativa, comprometendo-o a desenvolver programas que
meio de um sistema de auto-regulamentação. Quando se trata, atendam as metas propostas neste capítulo.
entretanto, de cursos regulares, que dêem direito a certificados 7. Promover imagens não estereotipadas de homens e mu-
ou diplomas, a regulamentação e o controle de qualidade por lheres na Televisão Educativa, incorporando em sua programa-
parte do Poder Público são indispensáveis e devem ser rigoro- ção temas que afirmem pela igualdade de direitos entre homens
sos. e mulheres, assim como a adequada abordagem de temas refe-
Há, portanto, que distinguirem-se claramente as políticas rentes à etnia e portadores de necessidades especiais.*
dirigidas para o incentivo de programas educativos em geral e 8. Ampliar a oferta de programas de formação a distância
aquelas formuladas para controlar e garantir a qualidade dos para a educação de jovens e adultos, especialmente no que diz
programas que levam à certificação ou diploma. respeito à oferta de ensino fundamental, com especial conside-
A Lei de Diretrizes e Bases considera a educação a distância ração para o potencial dos canais radiofônicos e para o atendi-
como um importante instrumento de formação e capacitação de mento da população rural.
professores em serviço. Numa visão prospectiva, de prazo ra- 9. Promover, em parceria com o Ministério do Trabalho, as
zoavelmente curto, é preciso aproveitar melhor a competência empresas, os serviços nacionais de aprendizagem e as escolas
existente no ensino superior presencial para institucionalizar a técnicas federais, a produção e difusão de programas de forma-
oferta de cursos de graduação e iniciar um projeto de universi- ção profissional a distância.**
dade aberta que dinamize o processo de formação de profissio- 10. Promover, com a colaboração da União e dos Estados e
nais qualificados, de forma a atender as demandas da sociedade em parceria com instituições de ensino superior, a produção de
brasileira. programas de educação a distância de nível médio.**
As tecnologias utilizadas na educação a distância não po- 11. Iniciar, logo após a aprovação do Plano, a oferta de cur-
dem, entretanto, ficar restritas a esta finalidade. Elas constituem sos a distância, em nível superior, especialmente na área de for-
hoje um instrumento de enorme potencial para o enriquecimen- mação de professores para a educação básica.**
to curricular e a melhoria da qualidade do ensino presencial.
Para isto, é fundamental equipar as escolas com multimeios, ca-

35
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
12. Ampliar, gradualmente, a oferta de formação a distância O termo multimídia refere-se portanto a tecnologias com
em nível superior para todas as áreas, incentivando a partici- suporte digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar
pação das universidades e das demais instituições de educação conteúdos. Os conteúdos multimídia estão associados nor-
superior credenciadas.** malmente a um computador pessoal que inclui suportes para
13. Incentivar, especialmente nas universidades, a formação grandes volumes de dados como os discos ópticos CDs e DVDs,
de recursos humanos para educação a distância.** abrange também nas ferramentas de informática a utilização de
14. Apoiar financeira e institucionalmente a pesquisa na arquivos digitais para a criação de apresentações empresariais,
área de educação a distância.** catálogos de produtos,exposição de eventos e para catálogos
15. Assegurar às escolas públicas, de nível fundamental e eletrônicos com mais facilidade e economia. Privilegiando o uso
médio, o acesso universal à televisão educativa e a outras re- dos diversos sentidos visão, audição e tato este tipo de tecnolo-
des de programação educativo-cultural, com o fornecimento do gia abrange diversas áreas da informática em que todo o tipo de
equipamento correspondente, promovendo sua integração no informação possa ser representada, armazenada, transmitida e
projeto pedagógico da escola.* processada digitalmente.
16. Capacitar, em cinco anos, pelo menos 500.000 profes- O desenvolvimento dos computadores e também da Inter-
sores para a utilização plena da TV Escola e de outras redes de net tem contribuído para melhorar a comunicação, visto que os
programação educacional.** primeiros terminais só permitiam informações do tipo texto,
17. Instalar, em dez anos, 2.000 núcleos de tecnologia edu- entretanto foram evoluindo até chegar aos dias atuais com uma
cacional, os quais deverão atuar como centros de orientação diversidade de dispositivos pessoais que fornecem informações
para as escolas e para os orgãos administrativos dos sistemas contendo som, figuras, vídeos etc. a baixo custo e alto desem-
de ensino no acesso aos programas informatizados e aos vídeos penho. Nesse contexto podemos definir:
educativos.** • Multimídia é qualquer combinação de texto, arte gráfi-
18. Instalar, em cinco anos, 500.000 computadores em ca, som, animação e vídeo transmitidos pelo computador.
30.000 escolas públicas de ensino fundamental e médio, promo- • Multimídia Interativa, quando se permite ao usuário o
vendo condições de acesso à internet.* controle de quando e quais elementos serão transmitidos.
19. Capacitar, em dez anos, 12.000 professores multiplica- • Hipermídia, estrutura de elementos vinculados pela
dores em informática da educação.** qual o usuário pode mover se.
20. Capacitar, em cinco anos, 150.000 professores e 34.000 A maior diferença entre as mídias tradicionais tais como
técnicos em informática educativa e ampliar em 20% ao ano a rádio e televisão e a multimídia digital é a noção de interativ-
oferta dessa capacitação.** idade. Os dispositivos permitem aos usuários a interação com
21. Equipar, em dez anos, todas as escolas de nível médio os programas. Essa interação é tão importante que pode ser
e todas as escolas de ensino fundamental com mais de 100 alu- considerada como parte integrante da multimídia.
nos, com computadores e conexões internet que possibilitem a Existem 4 características que definem Sistemas Multimídia
instalação de uma Rede Nacional de Informática na Educação e 1. Os Sistemas Multimídia tem de ser controlados por com-
desenvolver programas educativos apropriados, especialmente putador, o que implica à partida a existência de pelo menos um
a produção de softwares educativos de qualidade.** computador.
22. Observar, no que diz respeito à educação a distância e às 2. São integrados. Significa que utilizam o menor número de
novas tecnologias educacionais, as metas pertinentes incluídas dispositivos diferentes possível - um exemplo é usar apenas um
nos capítulos referentes à educação infantil, à formação de pro- monitor para apresentar todo o tipo de informação visual.
fessores, à educação de jovens e adultos, à educação indígena e 3. A informação que eles manuseiam tem de ser representa-
à educação especial. da digitalmente.
4. A interface com o usuário deve permitir interatividade, o
que significa que o utilizador possui uma certa forma de controle
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MUL- sobre o que se está sendo executado, ao contrário do que acon-
TIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO tece quando se vê um filme no cinema.
Multimídia local e em rede
Multimídia é a combinação, controlada por computador Multimídia local. Refere-se a aplicações que não fazem
(computador pessoal, periférico e dispositivo móvel), de pelo uso de recursos extra além daqueles já presentes no sistema
menos um tipo de mídia estática (texto, fotografia, gráfico), com local para fornecer os serviços multimídia. Assim, o sistema
pelo menos um tipo de mídia dinâmica (vídeo,áudio,animação) local fornece todo o poder de processamento necessário. Está
(Chapman & Chapman 2000 e Fluckiger 1995). Quando se afirma completamente equipado, como apropriado, com todos os
que a apresentação ou recuperação da informação se faz de dispositivos analógicos necessários como microfones ou uma
maneira multissensorial, quer-se dizer que mais de um sentido máquina fotográfica. Alguns exemplos de campos de aplicação
humano está envolvido no processo, fato que pode exigir a ajudarão a esclarecer a ideia:
utilização de meios de comunicação que, até há pouco tempo, a) Individual computer-based training (CBT) (treino
raramente eram empregados de maneira coordenada, como: profissional). Técnicos e engenheiros aprendem operações de
• Som (voz humana,música,efeitos especiais) manutenção ou procedimentos operacionais através de docu-
• Fotografia (imagem estática) mentação multimídia e de computadores pessoais isolados, em
• Vídeo (imagens em pleno movimento) que o documento está gravado localmente, como por exemplo
• Animação (desenho animado) num CD-ROM.
• Gráficos b) Individual computer-based education (CBE). Estudantes
• Textos (incluindo números, tabelas, etc.) seguem cursos ou praticam usando aplicações multimídia em
computadores pessoais isolados.

36
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
c) Multimídia authoring. Autores podem desenvolver Renderização
documentos multimídia comerciais, ou apenas algumas apre- Renderização é o processo pelo qual pode-se obter o pro-
sentações multimídia para uso privado. duto final de um processamento digital qualquer. Este processo
Exemplos de aplicações locais: jogos, filmes, catálogos/ aplica-se essencialmente em programas de modelagem 2D e 3D
publicidade/manuais, enciclopédias/EAC (Ensino Assistido por bem como áudio e vídeo.
Computador – equivalente a CBT, em inglês). O processo de tratamento digital de imagens e sons consome
Multimídia em rede. Existem duas razões principais que muitos recursos dos processadores, e pode tornar-se pesado
podem justificar o uso de multimídia em rede. A primeira é que de forma que sua realização em tempo real fica inviável. Neste
certas aplicações são para correr genuinamente em rede, já que caso, os softwares trabalham em um modo de baixa resolução
o seu objetivo é mesmo permitir que pessoas comuniquem à para poder mostrar uma visão prévia do resultado. Quando o
distância, como acontece como a teleconferência. Segundo, projeto está concluído, ou em qualquer momento que se queira
por razões práticas e/ou econômicas, pode ser mais vantajoso fazer uma aferição de qual será o resultado final, faz-se a “ren-
centralizar o armazenamento massivo de informação em serv- derização” do trabalho.
idores. O posterior acesso remoto a esses servidores será então A renderização é muito aplicada para objetos 3D, fazendo a
feito através de redes. conversão de um 3D para uma representação em 2D, seja para
Exemplos de aplicações em rede: Vídeo Conferência, TV obter uma imagem estática, seja para obter imagens foto-re-
Interativa, VoD (Videoon Demand), CSCW (Computer Support alísticas em vídeo (animação 3D).
Cooperative Work). O termo “renderizar” (do inglês to render) vem sendo usado
O que é uma Aplicação Multimídia na computação gráfica, significando converter uma série de
Uma aplicação multimídia é o uso específico, por um usuário símbolos gráficos num arquivo visual, ou seja, “fixar” as imagens
único ou grupo de utilizadores, de um dado sistema multimídia num vídeo, convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou
que oferece uma função particular ou conjunto de funções. ainda “traduzir” de uma linguagem para outra.
Embora a definição possa parecer um pouco abstrata, vamos Para renderizar uma cena é necessário, entre outras coi-
clarificar com um exemplo. Uma workstation equipada com sas, definir um tipo de textura para os objetos existentes, sua
dispositivos áudio e vídeo pode oferecer, como função, comu- cor, transparência e reflexão, localizar um ou mais pontos de
nicação audiovisual em tempo real. Este sistema quando usado iluminação e um ponto de vista sob o qual os objetos serão
num escritório poderá suportar videofone individual, ou quando visualizados. Ao renderizar, o programa calcula a perspectiva do
instalado numa sala de reuniões poderá suportar a distribuição plano, as sombras e a luz dos objetos. Ao longo da história da
em tempo real de palestras. Videofone e distribuição ao vivo computação gráfica, o ato de renderizar sempre exigiu grande
de palestras são exemplos de aplicações multimídia. Uma das capacidade computacional.
partes constituintes das aplicações multimídia são os programas Com o áudio em geral, trata-se do processamento de efeitos
de aplicação (software que deverá ser instalado para suportar para torná-los permanentes em um segmento de áudio digital.
a aplicação multimídia em questão). O campo de aplicação é Alguns programas de computador permitem editar áudio digital
a área, tipo de atividade ou mesmo segmento da indústria no para realizar tarefas como normalização, adição de ambiência
qual uma dada aplicação multimídia é usada. Como exemplo, o (reverb), adição de efeitos (distorções, delays, ecos, etc). Na
“sharedwhiteboard” é uma aplicação multimídia que pode ser maioria dos programas, estes efeitos são “não destrutivos”, ou
utilizada no campo do design mecânico colaborativo, e uma seja, processam o áudio em tempo real, possibilitando a aferição
aplicação de imagem partilhada pode ser utilizada no campo dos do resultado final. Após obter o resultado desejado, pode-se
diagnósticos médicos. então “Renderizar” o trabalho, o que neste caso quer dizer
O que é uma Aplicação Hipermídia torná-lo permanente.
Hipermídia (hipertexto + multimídia) é um conceito para Streaming
a apresentação, acesso, estruturação e armazenamento de A tecnologia streaming é uma forma de transmissão in-
documentação multimídia. É uma aplicação do conceito de stantânea de dados de áudio e vídeo através de redes. Por meio
hipertexto aos documentos multimídia. Hipertexto é texto do serviço, é possível assistir a filmes ou escutar música sem
com links. Os documentos hipertexto não são estritamente a necessidade de fazer download, o que torna mais rápido o
sequenciais. Podem conter links, i.e., referências para outras acesso aos conteúdos online.
partes do mesmo documento ou outros documentos. Os links O streaming se desenvolveu no Brasil nos últimos anos prin-
são ponteiros entre documentos que contêm toda a informação cipalmente pela melhora em um dos seus principais pré-requisi-
necessária para aceder ao documento target. Um documento tos: a melhora na velocidade das conexões com a Internet. Com
hipermídia é composto por partes interligadas que podem ser isso, os dados são armazenados temporariamente na máquina e
qualquer combinação de texto, gráficos, imagens, som e ima- vão sendo exibidos ao usuário em velocidade quase instantânea.
gens em movimento. Um documento hipermídia tem também A execução é imediata da origem, onde os dados estão
de descrever as relações de timing entre as várias partes. hospedados, até o player que executa o conteúdo na máquina
Os documentos não são necessariamente armazenados no do usuário.
sistema local. Quando um link é ativado, o documento pode vir Os serviços de streaming on-demand possibilitam que o
de outro sistema exterior que pode estar em qualquer lugar do usuário esteja no controle do que vai assistir, quando e onde.
mundo. A maior parte dos títulos multimídia interativos que são Ele acessa os dados ao mesmo tempo em que os recebe, sem a
distribuídos em CD-ROM usam técnicas hipermídia para criar necessidade de esperar um download ou de ocupar espaço em
uma estrutura interna lógica com flexibilidade suficiente para seu HD com o armazenamento de conteúdo. Também é possível
fornecer boa interatividade. Grande parte dos documentos mul- controlar a exibição, pausando, avançando ou retrocedendo o
timídia disponíveis em servidores e acessíveis por rede, utilizam vídeo ou a música.
estruturas hipermídia.

37
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Um exemplo do uso do streaming com funções on-demand é protocolo que provê o transporte fim-a-fim das informações
um provedor de filmes com milhares de filme a sua disposição e multimídia, fazendo uma interface entre a camada de aplicação
que cobra uma assinatura mensal e disponibiliza filmes e séries e de transporte do modelo OSI.
que podem ser assistidos em diversos dispositivos a qualquer A combinação RTP e RTCP não garante a entrega de pacotes
hora. Vários sites oferecem este tipo de serviço e possibilitam e nenhum mecanismo de qualidade de serviço, no entanto
o streaming de músicas. Da mesma forma, muitas redes de tel- possibilita o controle da qualidade observada na rede. Permite
evisão já disponibilizam sua programação online por streaming. acompanhar o fluxo de bits, a quebra dos blocos de dados em
pacotes, a transmissão pela rede, a reprodução do fluxo de bits
Reprografia no receptor e, para minimizar o número de pacotes perdidos, o
É o conjunto de meios e/ou processos ou mesmo o depar- protocolo transporta informações de temporização possibilitan-
tamento de reprodução de documentos encontrado em institu- do que o receptor tente compensar o atraso.
ições de ensino e empresas públicas e privadas, para serviços RTCP (RFC 1889) – RTP ControlProtocol
como: fotocópia, microfilmagem, xerografia, heliografia, etc. Esse protocolo não transporta quaisquer dados e a sua
principal função é fornecer feedback sobre as informações de
Protocolos propriedade de rede (controle de fluxo e congestionamento)
RTSP (RFC 2326) – Real Time Streaming Protocol para os participantes de uma conferência multimídia.
Esse é um protocolo de nível de aplicativo, que foi criado es- Os pacotes de controle carregam uma identificação (CNAME
pecificamente para controlar a entrega de dados em tempo real, – canonical name) que associa os dados transferidos aos seus
como, por exemplo, conteúdo de áudio e vídeo. É implementado participantes. Para tornar o controle mais eficiente todos os
por um protocolo de transporte orientado para correção. Supor- participantes da conferência enviam pacotes RTCP periodica-
ta ações de controle do player como parar, pausar, retroceder e mente, sendo que o consumo de banda desses pacotes não deve
avançar arquivos indexados do Windows Media. É possível usar superar 5% da banda consumida pela sessão.
o protocolo RTSP para transmitir o conteúdo para computadores O RTCP usa o mesmo método de envio dos pacotes RTP,
com o Windows Media Player 9 Series ou superior ou o Windows porém em porta UDP diferente. Esse protocolo envia periodica-
Media Services 9Series ou superior em execução. O RTSP é um mente aos participantes de uma sessão as informações de con-
protocolo de controle que trabalha em série com o protocolo trole. As fontes RTP podem usar essa informação para ajustar
RTP (Real Time Protocol) de entrega de dados, para fornecer a sua taxa de comunicação, enquanto que outros receptores
conteúdo aos clientes. podem determinar se os problemas na qualidade do serviço são
• Protocolo que permite ao usuário interagir com a apli- locais ou gerais.
cação O RTP (RealtimeTransportProtocol) e o seu companheiro
• Permite controle do Player Play/pause/rewind/fastfor- RTCP (Realtime TransportControl Protocol) permitem respec-
ward/slow tivamente transportar e controlar ondas de dados que têm
• RTSP não faz: propriedades “tempo-real”. O RTP e o RTCP são protocolos que
• Definir compressão para as mídias se situam a nível da aplicação e utilizam os protocolos subja-
• Definir encapsulamento centes de transporte TCP ou UDP. Mas a utilização de RTP/RTCP
• Definir entre TCP ou UDP faz-se geralmente acima o UDP. O RTP e o RTCP podem utilizar
• Definir buferização o modo Unicast (ponto a ponto) assim como o modo Multicast
• É protocolo out ofband – como ftp (multiponto). Cada um deles utiliza uma porta separada de um
• Controles são mandados fora da banda (porta 544) par de portas. O RTP utiliza a porta par e o RTCP a porta ímpar
• Mídia mandada em banda (TCP ou UDP) imediatamente superior.
• Escolha por diferentes qualidades de mídia disponíveis(- SRP – SelectiveRetransmissionProtocol
lo-fi/hi-hi) para se transmitir. • Desenhado para melhorar a performance de aplicações
Se a URL de conexão usa o protocolo RTSP, o protocolo RTSP multimídia
negocia automaticamente o melhor mecanismo de transmissão • Balancear altas perdas do UDP e latência do TCP
do conteúdo. Ele direciona o protocolo RTP para transmitir • Usa algoritmo de decisão para retransmitir ou não um
conteúdo de streaming usando UDP ou usando um protocolo pacote
baseado em TCP em uma rede que não oferece suporte a UDP. • Nível de aplicação
RTP (RFC 1889) – Real Time Protocol • Suas mensagens são em UDP
É um protocolo de transporte implementado na camada de Durante o streaming, se uma aplicação percebe falta de um
aplicação. Para aplicações multimídia em tempo real foi criado pacote, o algoritmo de decisão decide se ela pedirá ou não o
um protocolo genérico para as diversas aplicações de áudio e pacote novamente. O algoritmo leva em consideração o quanto
vídeo. de perda e latência a aplicação pode suportar e o quanto disso
O objetivo do RTP é fornecer um meio uniforme para trans- está acontecendo. Caso seja feito novo pedido pelo pacote
mitir em IP dados sujeitos a constrangimentos de tempo real perdido, quaisquer outras mensagens recebidas são buferizadas
(áudio, vídeos,…). O papel principal do RTP consiste em aplicar e a aplicação aguardará a chegada do pedido. Se a resposta não
números de sequência de pacotes IP para reconstituir as infor- chegar, novo pedido é feito.
mações de voz ou de vídeo, ainda que a rede subjacente altere Este protocolo tenta equilibrar o elevado potencial de perda
a ordem dos pacotes. encontrado em UDP com o potencial de alta latência encontrado
O RTP é executado sobre o UDP, que é um protocolo de em TCP.
transmissão rápido, simples, sem conexão e que combinado com
o RTP é capaz de multiplexar os diversos fluxos de informações
multimídia, sobre um único fluxo de pacotes UDP. O RTP é um

38
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
SDP – SessionDescriptionProtocol de pedido de HTTP) utilizando pacotes UDP ou TCP. Nessa men-
• Descreve sessões multimídia. sagem inicial estará anexado o endereço do outro aplicativo (do
• Não possui mecanismo próprio de transporte (utiliza usuário a ser contatado), o IP do usuário que está contatando, os
protocolos como SIP, SAP, RTSP, etc...). codecs de áudio e vídeo que ele deseja que o contatado utilize
• Informações contidas: tipo de mídia, protocolo de e a porta para qual devem ser enviados os pacotes UDP ou TCP.
transporte, formato da mídia, endereço de destino, porta de H.323
recepção e URIs (Identificadores Universais de Recursos). Uma alternativa ao SIP é o H.323. Ele é um padrão popular
O SDP teve como propósito original descrever sessões para conferencia em tempo real entre end-systems na Internet.
multicast, portanto, vários de seus campos tem uso limitado (ou Este padrão também cobre como end-systems na Internet se
nenhum uso) para as sessões unicast estabelecidas atualmente comunicam com telefones conectados a redes de comutação
com o SIP, mas foram mantidos na sua nova definição do proto- por circuito convencionais.
colo para garantir a compatibilidade. O H.323 inclui as seguintes especificações:
Este protocolo carrega algumas informações sobre a seção • especificação para como os endpoints negociam
de multimídia que está sendo transmitida. Algumas das princi- codificações para áudio/vídeo comuns. Como ele suporta uma
pais informações são: endereço IP (IPv4 ou IPv6) ou nome de variedade de codificações padrão, um protocolo é necessário
host, perfil RTP (tipicamente “RTP/AVP”), número da porta que para um consenso num determinado padrão num momento.
será usada para troca de fluxo de mídia, tipo de mídia a ser • especificação para como os pedaços de áudio/vídeo
trocada (vídeo, áudio, texto e etc.) e esquema de codificação são encapsulados e mandados à rede. Particularmente, H.323
de mídia. escolhe o RTP para este fim.
Similarmente ao SIP, o SDP é um protocolo textual cujas • especificação sobre como os telefones na Internet
mensagens são compostas por campos. Cada linha da mensagem se comunicam com os telefones nas redes de comutação por
é um campo e começa com uma letra minúscula. circuito.
ST-II – Internet StreamProtocol RSVP – ReservationProtocol
• Criado para substituir o IP (por isso também é chamado Um tipo diferente de algoritmo que pode ser utilizado para
de IPv5). controlar fatores relacionados a multimídia é o Protocolo de
• Armazena características de performance e alocação Reservas. Ao invés de tentar identificar certos tipos de fluxos
de recursos da rede. assim que eles entram na fila, RSVP explicitamente aloca bandas
• Suporta protocolos como: PVP, NVP, TCP e outros. para cada fluxo específico. Aplicações podem requisitar a quan-
• Pode ser encapsulado em IP. tidade de banda prevista para ser usada por elas. O roteador
• Contém uma camada superior destinada ao controle pode, então, gerenciar a quantidade de banda disponível e a que
chamada de SCPM que permite o re-roteamento. cada aplicação precisa. Para ser implementado, deve haver uma
O ST-II, Protocolo de Fluxo (transmissão) Internet – versão parte RSVP em clientes, servidores e roteadores. Ele provê as
2, foi criado para substituir o IP. Devido a esta proposta, foi reservas de banda em árvores multicast e é orientado ao recep-
comumente designado de IPv5 (IP versão 5). O ST-II funciona tor (o receptor é quem inicia e mantém a reserva de recursos
trocando informações com os roteadores por onde passa. para um fluxo).
Entre estas informações, ele recebe dados importantes sobre Entretanto, ele não especifica como a rede proverá a res-
as condições da rede como características de performance e erva. Também não age como um protocolo que roteador. Este
alocação de recursos. protocolo é usado para garantir a QoS (qualidade de serviço) em
O ST-II tem suporte a serviços como ftp com TCP (porta 21) várias aplicações numa rede.
para garantir uma maior robustez na entrega dos dados. Além Ferramentas Multimídia
disto, o ST-II tem suporte a outros protocolos de transporte Os aplicativos de multimídia do Windows são divididos em
como: PVP (Protocolo de Vídeo em Pacote), NVP (Protocolo de pacotes e podem ser habilitados/desabilitados em “Ativar ou
Voz em Rede), TCP, VMTP (Protocolo Versátil de Transação de desativar recursos do Windows” acessado na mesma tela que
Mensagem), entre outros. desinstala programas no Windows.
Os pacotes ST-II podem ser encapsulados em IP para dar
conectividade e/ou segurança aos dados. Isto permite uma in-
teroperabilidade com os sistemas anteriores baseados em IPv4,
principalmente por parte dos roteadores.
SIP – SessionInitiationProtocol
• Alta mobilidade.
• Conexão de duas ou mais pessoas com transmissão de
áudio e vídeo que utilizando codecs diferentes.
• Mensagens se assemelham com as de HTTP. Basta habilitar ou desabilitar os recurso conforme necessi-
• Utiliza pacotes UDP ou TCP. dade e gosto.
Ele foi criado para conectar duas (ou mais) pessoas com
transmissão de vídeo e áudio de maneira que os aplicativos Edição de Áudio
fossem executados em qualquer aparelho com um endereço IP Ferramentas de Áudio e Vídeo do Windows:
na Internet (podendo ser um celular, um palmtop, computador, • Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som
etc...) e o próprio protocolo provê mecanismos para se descobrir para gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu
qual é o IP do aparelho que os usuários estão usando no mo- computador. É disponibilizado no pacote de instalação padrão
mento. Para estabelecer uma conexão SIP o aplicativo envia uma do Windows.
mensagem de convite (que se assemelha com uma mensagem

39
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Windows Live MovieMaker: Com o programa é possível 01- Clique no botão “Tarefas” localizado na barra de ferra-
criar filmes e apresentações de slides com fotos e vídeos e de- mentas.
pois compartilha-las com os amigos e a família. 02- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
• Windows Media Player. tarefas. Clique na tarefa “Capturar Vídeo”.
Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som para 03- Aparecerá 4 opções de captura de vídeo:
gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu Capturar do dispositivo de vídeo: Ele captura um vídeo de
computador. Você pode gravar sons de dispositivos de áudio uma câmera de vídeo (web cam) que esteja ligada ao computa-
diferentes, como um microfone que esteja conectado à placa de dor.
som do computador. Os tipos de fontes de entrada de áudio que Importar vídeo: Ele importa um vídeo que já esteja salvo no
podem ser gravadas dependem dos dispositivos de áudio que computador.
você possui e as fontes de entrada na placa de som. Importar imagens: Ele importa uma imagem que já esteja
Windows Live MovieMaker: O Windows Live MovieMaker salva no computador.
é um programa distribuído no pacote de programas e serviços Importar áudio ou música: Ele importa um áudio ou música
Windows Live que pode ser instalado gratuitamente no seu que já esteja salvo no computador.
sistema operacional Windows, e que permite transformar seus 04- Após selecionarmos o arquivo a ser importado ele apa-
vídeos e fotos em filmes e compartilhar seus vídeos com outras recera na área de coleções. Exceto quando utilizamos a primeira
pessoas. Estas são algumas coisas que você pode fazer no Mov- opção que é uma gravação da câmera webcam.
ieMaker: Abrindo/Salvando projetos:
i. Adicione vídeos e fotos. Para abrirmos ou salvarmos um projeto, devemos ir da bar-
ii. Personalize seu filme. Adicione transições, efeitos de ra de menu, e clicar em “Arquivo”, irá aparecer opções como:
panorama e zoom, efeitos visuais, títulos, créditos, legendas e Novo Projeto, Abrir Projeto ou Salvar Projeto; Assim sempre
outros. que quisermos salvar ou abrir um projeto devemos seguir esse
iii. Adicione música a seus filmes para usar como trilha caminho e escolher a opção desejada.
sonora. Adicionando vídeos no Storyboard
iv. Faça um filme rapidamente usando temas de Filme Au- Com o arquivo já adicionado na área de coleções iremos
tomático. Depois de adicionar vídeos e fotos, escolha um tema aprender a adicioná-lo no Storyboard.
de Filme Automático e faça um filme com apenas alguns cliques. 01- Selecione um vídeo da área de coleções e arraste-o até
Os temas de Filme Automático adicionam título, créditos, tran- um dos quadros em branco na Storyboard;
sições e efeitos para você automaticamente. 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrasta-lo
v. Visualize a qualquer momento. Exiba seu projeto intei- até o próximo quadro em branco.
ro a qualquer momento da edição para ver como ficará o filme Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão
concluído. Ou simplesmente exiba um único item do projeto, direito no vídeo na área de coleções e depois clicando em adi-
como um vídeo, uma foto ou um item de texto. cionar ao Storyboard.
vi. Publique seu filme na Web. Compartilhe seu filme com Adicionando vídeos na linha do tempo
familiares e amigos publicando-o em sites populares, como You- 01- Selecione um vídeo na área de coleções e arraste-o até
Tube ou Facebook. Você também pode baixar outros plug-ins de a trilha “Vídeo” da linha do tempo;
publicação para publicar seu filme em outros sites populares. 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrastá-lo
vii. Salve o filme no computador para compartilhá-lo após o primeiro na trilha “Vídeo”.
depois. Salve seu filme no computador para reproduzi-lo ou Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão
compartilhá-lo. Você pode, por exemplo, enviar o filme em uma direito no vídeo na área de coleções e depois clicando em adi-
mensagem de email ou transferi-lo para um dispositivo portátil cionar à Linha do tempo.
ou celular posteriormente. Você poderá gravar o filme direta- Movendo, duplicando e excluindo clipes de vídeos
mente em DVD usando o Windows MovieMaker. É necessário Movendo: Após adicionarmos vídeos a linha do tempo,
possuir instalado o Windows DVD Maker, disponível nas versões iremos aprender como mover um vídeo para alterar a sequência
Windows Vista e 7. do projeto.
A linha do tempo e o Storyboard 01- Selecione o vídeo na linha do tempo que você quer
Storyboard: é a visualização padrão para o espaço de tra- mover e arraste-o até o local onde você deseja colocar.
balho. Nessa visualização, você pode ver a sequência ou ordem Obs. Também é possível mover, clicando com o botão direi-
dos clipes do projeto e reorganizá-las facilmente se necessário. to sobre o vídeo a ser movido e selecionando recortar;
Também é possível, de forma mais prática, adicionar os efeitos Depois, clique com o botão direito novamente sobre outro
visuais e de transição. Diferentemente da visualização linha do vídeo e selecione colar para posicionar o vídeo recortado antes
tempo, os clipes de áudio e textos adicionados ao projeto atual dele.
não são mostrados nessa exibição. Duplicando: Para duplicar um clipe, arraste-o mantendo a
Linha do Tempo: por meio dela você pode visualizar seu tecla “Ctrl” pressionada, ou então, clique com o botão direito
projeto de forma cronológica, podendo revisar ou modificar sobre o vídeo a ser copiado e clique em copiar, depois, clique
o tempo dos clipes, ampliar ou reduzir a régua cronológica da com o botão direito novamente sobre outro vídeo e selecione
linha do tempo e fazer a sincronização com os clipes de áudio e colar para posicionar o vídeo copiado antes dele.
textos adicionados ao projeto. Excluindo: Para excluir um vídeo selecione-o e pressione a
Para usarmos arquivos (filmes, fotos e músicas) na edição tecla “Delete” do teclado, ou então clique com o botão direito
de um filme, devemos primeiramente importá-los para a área de sobre o vídeo a ser excluído e clique em excluir.
coleções do Windows MovieMaker. Para importar um arquivo
devemos seguir os seguintes passos:

40
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Dividindo clipes 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de tran-
É útil para quando desejarmos excluir partes indesejáveis sições de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo
de um vídeo, para fazer isso, é preciso dividi-lo e excluir a parte sobre um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras.
que não será exibida. Para adicioná-lo entre 2 imagens, selecione o efeito e arraste-o
01- Selecione o vídeo a ser dividido. até o espaço que fica entre as imagens.
02- Use as opções do monitor de amostra: “Quadro ante- Obs. Quando uma transição de vídeo é adicionada, o tempo
rior” e “Próximo quadro” para selecionar com precisão a parte total do seu projeto diminui.
de corte. Efeitos especiais:
03- Depois de selecionado clique no botão “Divisor”. 01- Entre no modo de visualização Storyboard.
04- Agora teremos um clipe dividido em duas partes, então 02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
selecione a parte indesejável e exclua. 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções
Inserindo Título e textos de tarefas:
Para inserir o título do filme, clique em “Criar títulos ou 04- Clique na tarefa “Editar Filme”
créditos”. Escolha a opção “Adicionar título ao início do filme”. 05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
Para inserir telas de texto em seu filme, clique em “Criar títulos efeitos de vídeo”.
ou créditos”. Controle as cores e animação do mesmo modo que 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de efeitos
fez com o título do filme. de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre
Criando Slide Shows em vídeo um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para
Adicionando imagens no Storyboard e na linha do tempo adicioná-lo a uma imagem, selecione o efeito e arraste-o até o
Até agora aprendemos a adicionar apenas vídeos a linha espaço que fica no canto inferior esquerdo da imagem.
do tempo e ao Storyboard, agora aprenderemos a adicionar Adicionando música e narração
imagens, que basicamente é o mesmo processo. Pode ser incluído ao projeto uma música de fundo ou uma
Storyboard: narração.
01- Selecione uma imagem da área de coleções e arraste-a Música:
até um dos quadros em branco. 01- Importe uma música para a área de coleções.
02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arras- 02- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.
ta-la até o próximo quadro em branco. 03- Selecione a música na área de coleções a arraste-a para a
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão trilha “áudio/música” da linha do tempo, ou então, clique com o
direito na imagem na área de coleções e depois clicando em botão direito na música e selecione Adicionar a linha do tempo.
adicionar ao Storyboard. 04- Se for necessário reduza a duração da música (do mesmo
Linha do Tempo: modo da alteração da duração de imagens) para coincidir com o
01- Selecione uma imagem na área de coleções e arraste-a final da exibição de imagens.
até a trilha “Vídeo” da linha do tempo: Narração:
02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só ar- 01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.
rastá-la após a primeira na trilha “Vídeo”. 02- Clique no botão “Narrar linha do tempo” localizado no
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão canto esquerdo.
direito na imagem na área de coleções e depois clicando em 03- Selecione a opção “Iniciar Narração”.
adicionar a Linha do tempo. 04- Narre pelo microfone enquanto acompanha o seu pro-
Alterando a duração de exibição das fotos jeto pelo monitor de amostras, após terminar, clique em “Parar
Ao adicionar uma sequência de imagens no Storyboard ou narração”.
na Linha do tempo para a criação de um Slide show, cada foto 05- Irá abrir uma tela para salvar a narração em um local,
terá uma duração de 5 segundos de exibição, essa duração pode após salvar, importe essa narração para a área de coleções e
ser alterada dessa forma: adicione a linha do tempo.
01- Entre no modo de visualização Linha do tempo. Adicionando textos (títulos, créditos e legendas)
02- Selecione a imagem que você quer altera a duração. 01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.
03- Clique e segure com o botão esquerdo na borda direita 02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
da imagem na linha do tempo e arraste-a até a duração desejada. 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções
Obs. Para ver a duração em Segundos da imagem, pouse o de tarefas:
mouse sobre ela na linha do tempo. 04- Clique na tarefa “Editar Filme”.
Adicionando transições e efeitos especiais 05- Apareceu 5 opções de Edição de filme, selecione “Criar
Podemos adicionar transições entre as imagens e efeitos títulos ou créditos”.
especiais sobre elas: 06- Selecione o tipo de texto que você quer adicionar ao
Transições: filme:
01- Entre no modo de visualização Storyboard. Salvando como arquivo de filme
02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas. Para salvar como arquivo de filme no computador ou em
03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções um CD, clique em arquivo localizado na barra de menu. Escolha
de tarefas: a opção “Salvar Arquivo de filme”, irá aparecer 5 opções: Meu
04- Clique na tarefa “Editar Filme”. computador, Mídia gravável, E-mail, WEB e Câmera de vídeo. Es-
05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir colha a opção que deseja, e clique em avançar. A partir daí é só
transições de vídeo”. seguir avançando conforme as instruções dadas pelo assistente
para Salvar o filme.

41
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Windows Media Player: Configurações de Velocidade de Execução: permite alterar
O Windows Media Player oferece uma interface intuitiva e a velocidade de execução das músicas.
fácil de usar para executar arquivos de mídia digital, organizar Modo Silencioso: quando ativado, reduz a diferença de
sua coleção de mídia digital, gravar CDs das suas músicas favori- volume entre sons altos e suaves em uma mesma música (so-
tas, copiar músicas de CDs, sincronizar arquivos de mídia digital mente para arquivos codificados com o Windows Media Áudio 9
com um dispositivo portátil e comprar conteúdo de mídia digital Lossless ou do Windows Media Áudio 9 Professional).
em lojas online. Na Biblioteca do Player, você pode acessar e Efeito SRS WOW: altera o baixo e o estéreo do áudio.
organizar sua coleção de mídia digital. No painel de navegação, Configurações de Vídeo: serve para ajustar a qualidade de
você pode escolher uma categoria, como Músicas, Imagens ou exibição dos vídeos, com controles de brilho, contraste, matiz e
Vídeos, para exibir no painel de detalhes. Por exemplo, para ver saturação.
todas as músicas organizadas por gênero, clique duas vezes em Visualizações
Músicas e clique em Gênero. Em seguida, arraste os itens do Você deve ter notado que, ao executar uma música, a janela
painel de detalhes para o painel de lista, a fim de criar listas fica com imenso espaço inutilizado, apenas com a cor preta. Para
de reprodução, gravar CDs ou DVDs ou sincronizar com disposi- contornar isso, o programa oferece as chamadas Visualizações,
tivos, como players de música portáteis. À medida que se move cores e formas geométricas que ficam em movimento pela tela
entre as várias exibições na Biblioteca do Player, você pode usar conforme a execução da música. Para adicioná-las, basta clicar
os botões Voltar e Avançar no canto superior esquerdo do Player com o botão direito do mouse sobre a região vazia, apontar para
para refazer o seu caminho. Use a Biblioteca do Player para o tipo de visualização que deseja e selecionar uma delas.
executar qualquer um dos procedimentos a seguir: Embora sejam bonitas, essas imagens costumam consumir
1. Executar um arquivo de áudio ou vídeo recursos moderáveis do sistema. Como alternativa, você pode
2. Localizar itens na Biblioteca do Windows Media Player selecionar a opção Arte do Álbum (necessita conexão com a
3. Adicionar itens à Biblioteca do Windows Media Player Internet).
4. Remover itens da Biblioteca do Windows Media Player Plug-ins
5. Criar ou alterar uma lista de reprodução automática no São pequenas extensões que ampliam as funções e a
Windows Media Player compatibilidade do Windows Media Player, como a exibição
6. Adicionar ou editar informações sobre mídia no Windows de músicas na mensagem pessoal do Windows Live Messenger,
Media Player
por exemplo. Para encontrar/baixar plugin, clique sobre o menu
Em execução: No modo Em execução, é possível exibir DVDs
Exibir → Plug-ins → Localizar na Web.
e vídeos ou ver a música que está sendo executada no mo-
Seletor de capas
mento. Você pode optar por exibir apenas o item em execução
Que tal mudar radicalmente o visual do player? Também
no momento ou pode clicar com o botão direito do mouse no
no menu Exibir, há a opção Seletor de Capas. Nela, você tem a
Player e clicar em Mostrar lista para exibir uma seleção de itens
disposição outros temas (skins) para aplicar ao visual do Win-
disponíveis.
dows Media Player. Para utilizar qualquer um deles, basta um
Executar da barra de tarefas: Você também pode controlar
clique duplo do mouse e pronto! Caso queira mais, clique sobre
o Player quando ele está minimizado. Você pode executar ou
o botão Mais Capase baixe aquelas que gostar para o diretório
pausar o item atual, avançar para o próximo item e retornar ao
item anterior usando os controles na visualização de miniatura. C:\Arquivos de programas\Windows Media Player\Skins\.
A visualização de miniatura aparece quando você aponta para o Biblioteca
ícone do Windows Media Player na barra de tarefas. A biblioteca de mídia é um dos recursos que caracterizam o
Aprimoramentos Windows Media Player. Toda a organização dos seus arquivos de
Os aprimoramentos, como o próprio nome sugere, são mídia digital é feita nela, incluindo a criação das indispensáveis
recursos adicionais que servem para aprimorar a qualidade do playlists (listas de reprodução). Como você irá notar,a biblioteca
som, vídeo e da própria interface do programa. Para facilitar a oferece uma variedade de informações e recursos. No entanto,
configuração deles, acesse o menu Exibir, aponte para Aprimo- utilizá-la é muito mais simples do que parece.
ramentos e clique em Mostrar Aprimoramentos. Sincronizar
Na guia Em Execução, uma nova caixa será exibida. Eis os A guia Sincronizar foi feita especialmente para os usuários
aprimoramentos! Utilize as setas no canto superior esquerdo que não ficam longe das suas músicas e vídeos, levando-os
dela para navegar entre os recursos. consigo em dispositivos portáteis como pendrives, MP3 Players
Seletor de cores: altera a cor da janela do Windows Media e iPods. Nela, basta conectar o dispositivo ao computador, criar
Player. a lista dos arquivos a serem sincronizados e iniciar o processo
Fading Cruzado e Nivelamento de Volume Automático: este de sincronização. Ideal para manter o seu dispositivo portátil
faz com que o volume não se altere de uma música para outra. Já sempre atualizado.
o Fading Cruzado, faz com que a transição entre as músicas seja
suave, diminuindo gradativamente o volume da música que está
acabando e, em seguida, aumentando gradativamente o volume FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A
da que está começando. DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOO-
Equalizador Gráfico: permite equalizar as diferentes GLE HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE).
frequências de áudio, deixando o som mais limpo e agradável.
Se preferir, utilize um dos esquemas predefinidos clicando em Definição
Padrão. Vídeoconferência é uma tecnologia que permite o contato
Link de Mídia para E-mail: possibilita enviar trechos de sonoro e visual entre os participantes. Estes participantes estão
músicas a outros usuários em rede, desde que a música esteja distantes entre si, mas estabelecem uma interação através de
compartilhada entre eles. imagens, áudio, textos, arquivos, etc.

42
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Atualmente existem vários programas que podemos instalar para realizarmos uma videoconferência, sendo assim podemos
realizar reuniões e estabelecer interações de qualquer lugar do mundo.
Vamos a seguir detalhar alguns dos principais aplicativos :
• Microsoft Teams
• Zoom Cloud Meetings
• Google Duo
• Google Meet
• Blue Jeans Video Conferencing
• Skype
• Cisco Webex Meetings

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clican-
do nesse link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Todos as tecnologias também existem na versão mobile, para sua utilização deveremos instalar os respectivos apps da Play
Store ou App Store para Iphones. Vamos aos aplicativos.

Microsoft Teams

Inicialmente precisamos entrar no Microsoft Teams. Podemos utilizar a versão WEB (Direto pela internet), podemos baixar o
Teams para o nosso computador, ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for necessário.

Vamos precisar de uma conta Microsoft para entrar no Team. Se forem utilizados algum desses serviços, você já possui
uma conta Microsoft: Outlook, Office 365, Skype, OneDrive, Hotmail, Xbox Live, MSN ou outros serviços da microsoft. Sua conta
Microsoft permite um gerenciamento único.
Caso o usuário não possua uma conta Microsoft será solicitada a sua criação para, a partir daí, criarmos uma conta no Microsoft
teams.

43
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a


versão WEB (Diretamente da Internet) conforme figura abaixo.

• Como agendar uma reunião no Microsoft Teams.


Uma reunião pode ser feita imediatamente ou é possível
agenda-la, as opções abaixo poderão ser escolhidas de acordo
com o objetivo.

A tela abaixo é aberta, nos dando a possibilidade de partici-


par de uma vídeoconferência.
• Como participar de uma reunião do Microsoft Teams
Podemos simplesmente ir até o calendário e selecionar o
agendamento da reunião, ou ainda clicar no link enviado via
e-mail. Ao clicar nesse link o usuário é direcionado diretamente
para a sala da reunião.

• Dentro da sala de reunião

Na imagem aproximada a seguir, podemos verificar a barra


de ferramentas básicas do aplicativo.

1 – Ativar/Desativar a sua câmera;


2 – Ativar/Desativar mudo;
3 – Compartilhar: É possível compartilhar a tela do compu-
tador, e ainda arquivos de diferentes naturezas, seja uma apre-
sentação em PowerPoint, planilha Excel, gráficos, tabelas, Word,
PDF, imagens, vídeos, entre outros;

44
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
4 – Mais opções de configuração de reunião; 1 – Ativar/Desativar mudo;
5 – Mostrar conversa. A qualquer momento da aula os par- 2 – Ativar/Desativar a sua câmera;
ticipantes podem escrever mensagens no chat; 3 – Segurança (Concede permissões para ações na sala);
6 – Ocultar participante; 4 – Mostra os participantes da sala;
7 – Desligar; 5 – Abre uma caixa de texto, onde podemos enviar mensa-
8 – Copiar informações de ingresso. (copiar link para convi- gens de texto;
dar participante ou digitar endereço do participante). 6 – Permite compartilhar nossa tela;
7 – Permite a inserção de ícones animados;
Zoom Meetings 8 – Mais opções de configuração da sala, além do comparti-
lhamento do link da chamada.

• Como agendar uma reunião no zoom.


Uma reunião pode ser agendada por você, a partir daí é pos-
sível enviar o link da reunião para os convidados.

Passo 1 - Site

• Como participar de uma reunião no zoom.


1 - Clique no link da reunião enviado. Exem-
plo: https://us04web.zoom.us/j/3453003829?p-
w d = b G Z 5 V G J U N 2 d n U H R z c D V N K 0 d U
Ou acesse o site join.zoom.us (Site da Zoom);
2 - Clique em Entrar.

Passo 2 – Copiar Link

Inicialmente precisamos entrar na sala de Reunião. Pode-


mos acessar pela WEB (Direto pela internet), podemos acessar
diretamente o link enviado, podemos entrar no site mencionado
acima ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for
necessário.
Vamos precisar de uma conta de e-mail. Esta conta de e-mail
deverá estar com o organizador que ira agendar esta reunião e
nos enviará o convite.
Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a
versão WEB (Diretamente da Internet), conforme figura acima.
A tela abaixo é aberta logo ao entrarmos, nos dando a pos-
sibilidade de participar da vídeo conferência.
Google Duo
• Dentro da sala de reunião

• Como fazer uma chamada de vídeo

45
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como participar de uma reunião
A maneira mais simples e rápida de utilizar o Meet é:
1 – Acessar sua conta Gmail
2 – Escolher a opção de Criar uma Reunião ou então partici-
par de uma através de um link.

Abra o aplicativo instalado e click conforme abaixo: No computador:

Após ter clicado no botão, irão aparecer os contatos onde


podemos adiciona-los para início da vídeochamada.
É importante lembrar que o Google Duo é um aplicativo
para smartphone, portanto deverá ser baixado da Play Store
(Android) ou App Store (Iphones). Além disso, esse aplicativo
tem o limite de 32 pessoas conectadas, se for sua escolha de
uso, fique atento a isso.

• Dentro da sala de reunião

Ou pelo Celular, no aplicativo do Gmail.

Nos pequenos botões, da esquerda para a direita, temos:


1 – Ativar/Desativara a câmera;
2 – Ativar/Desativar o microfone;
3 – Encerrar;
4 – Girar a tela;
5- Opcões relacionadas a imagem.

Google Meet

46
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Se você for o organizador, receberá um link para enviar aos seus contatos. Se não, você deve colar um link recebido na caixa
disponibilizada, para então acessar a reunião clicando em Participar.

• Dentro da sala de reunião

Percebemos que temos o link da reunião na figura, este é o link que todo participante que acessou ou precisa para acessar a
reunião.
Vamos analisar os números de acordo com a figura.
1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Encerrar;
3 – Ativar/Desativar a sua câmera.;
4 – Podemos visualizar os participantes, adicionar novos participantes e conversar via chat (textos);
5 — Um recurso é que podemos compartilhar a tela com participantes, de acordo com a figura abaixo:

47
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como criar uma reunião no google meet. A partir deste momento já podemos:
No computador: • Convidar participantes através do link da reunião
• Iniciar a reunião agora
• Agendar a Reunião.

BlueJeans Video Conferencing

• Como participar de uma reunião.


O site para acesso do Blue é https://www.bluejeans.com e
acessa-lo é o primeiro passo de tudo. Lá criamos nossa conta e
então fazemos login.

No celular:
1.

Neste cadastro temos a opção de cadastrar um Meeting ID,


é este o código que iremos usar para acessar as reuniões.

• Informações relevantes da conta cadastrada


A seguir você confere o acesso a diversas informações im-
portantes na utilização do BlueJeans.
2.
1.

2.

48
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
3.

4.

A seguinte tela irá abrir e deve ser selecionada de acordo


com seu uso pessoal:

Vamos precisar do Meeting ID e do PassCode de acordo


com as figuras acima. Com estes números iremos acessar as re-
uniões.
Ao clicar em <Enter Meeting> , será feito o download abai-
xo: Na sequência então, utilizamos outra vez nosso Meeting ID
para termos acesso à sala de reunião, como ilustram as imagens
a seguir:

1.

Devemos instalar o arquivo baixado para enfim termos aces-


so à plataforma:

49
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
2.

Ao entrar na sala de reunião temos funções similares a outras tecnologias do gênero: Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compar-
tilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações.

• Como criar uma reunião no BlueJeans Video Conferencing

1 – Clique em My BlueJeans

2 – Clique para Schedule Meeting e siga as instruções da plataforma

É importante salientar que conhecimentos em Língua Inglesa podem melhorar a sua experiência na utilização da plataforma
oficial do BlueJeans.

50
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Skype

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clican-
do neste link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Mas vamos explicar utilizando a plataforma, para o nosso entendimento.
O procedimento poder ser feito pelo Skype Web ou pelo aplicativo instalado. Aqui vamos utilizar o aplicativo instalado no com-
putador. No caso do celular deveremos baixar o SKYPE pela Play Store ou App Store, no caso de Iphone.
As ferramentas de uso são bastante parecidas com qualquer aplicativo de vídeochamada, com botões como Desligar e Ligar
Câmeras e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configu-
rações. É possível ainda estabelecer chats sem vídeo ou algo, utilizando o aplicativo como uma ferramenta de conversa por texto.
A seguir, verificamos como iniciar chamadas no aplicativo:

Ao clicarmos em reunião temos duas opções: Organizar ou Ingressar numa reunião. Ao clicarmos em “organizar” a tela abaixo
será exibida, se clicarmos em ingressar em uma reunião iremos direto para a sala de reunião, como mostra a imagem 2.

1.

51
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
2.

Cisco Webex Meetings

• Como participar de uma reunião no Cisco Webex Meetings


A forma mais simples é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando neste link a sala da reunião
já é aberta para a participação. Agora, utilizando a plataforma temos o seguinte:
Após feito o cadastro criamos um link que usaremos para participar e agendar reuniões.
Na plataforma:

Podemos participar também clicando em iniciar a reunião conforme o botão verde na imagem acima, mas para fins didáticos
vamos utilizar o navegador (Neste caso o chome).
No navegador:

52
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

A sala de reunião é mostrada de acordo com a imagem acima, as funções disponíveis são semelhantes outros aplicativos. Botões
como Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a
experiência com configurações.

• Como criar uma reunião no Cisco Webex Meetings


Como indica a imagem a seguir, na tela básica do aplicativo clique em Agendar

Neste caso é aberta uma tela onde o organizador vai digitar a sua senha e pode cadastrar a hora desejada e os e-mails dos
convidados.

EXERCÍCIOS

1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo
as versões em papel para o formato digital, é denominado
(A) joystick.
(B) plotter.
(C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou adicionada para resolver o problema constatado por João.

53
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
(A) Placa de som (C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
(B) Placa de fax modem (D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
(C) Placa usb toramento.
(D) Placa de captura (E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
(E) Placa de vídeo analisá-lo posteriormente.

3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de 9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Win-
periféricos utilizados em um computador, como os periféricos dows 7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não
de saída e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que possui versão para processadores de 64 bits.
apresenta um exemplo de periférico somente de entrada. ( ) Certo
(A) Monitor ( ) Errado
(B) Impressora
(C) Caixa de som 10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões
(D) Headphone do Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto,
(E) Mouse não é uma versão oficial do Microsoft Windows
(A) Windows 7
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de compu- (B) Windows 10
tadores, Internet, os serviços de comunicação e informação são (C) Windows 8.1
disponibilizados por meio de endereços e links  com formatos (D) Windows 9
padronizados URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de (E) Windows Server 2012
formato de endereço válido na Internet é:
(A) http:@site.com.br 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente
(B) HTML:site.estado.gov do Windows:
(C) html://www.mundo.com (A) Windows Gold.
(D) https://meusite.org.br (B) Windows 8.
(E) www.#social.*site.com (C) Windows 7.
(D) Windows XP.
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-
res e armazenamento compartilhados, com software disponível 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
e localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não
acesso presencial, chamamos esse serviço de: executa?
(A) Computação On-Line. (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(B) Computação na nuvem. (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(C) Computação em Tempo Real. (C) Capturar uma janela inteira
(D) Computação em Block Time. (D) Capturar uma seção retangular da tela.
(E) Computação Visual (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
uma caneta eletrônica
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e mo-
dos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e pro- 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
cedimentos associados à Internet, julgue o próximo item. assinale a alternativa INCORRETA:
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvol-
Internet para diversas finalidades, ainda não é possível extrair vidos pela Microsoft.
apenas o áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na in-
exemplo, no Youtube (http://www.youtube.com). terface do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está
( ) Certo sempre visível ao usuário.
( ) Errado (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Win-
dows 7 dentro do Windows 8.
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, (D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
a execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode pro- Kapersky.
vocar danos ao computador do usuário. (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computa-
( ) Certo dores x86 e 64 bits.
( ) Errado
14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema mul-
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um titarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, en-
e-mail com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acu- tre as quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
sa existência de vírus. ( ) Certo
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ( ) Errado
ser adotado no exemplo acima.
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo
ao administrador de rede. de um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo (A) init 0.
de vírus. (B) init 6.

54
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
(C) exit
(D) ls. GABARITO
(E) cd.

16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou 1 C


minúsculas
( ) Certo 2 E
( ) Errado 3 E
4 D
17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô- 5 B
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção 6 ERRADO
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
7 CERTO
meros e letras.
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração 8 C
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT. 9 CERTO
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos 10 D
que o Excel. 11 A
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa- 12 B
gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio 13 D
e recebimento de páginas web. 14 CERTO
15 D
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apre-
senta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba 16 CERTO
“Página Inicial” do Word 2010. 17 A
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
18 D
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
do documento. 19 CERTO
(C) Definir o alinhamento do texto. 20 CERTO
(D) Inserir uma tabela no texto

19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint


2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse ANOTAÇÕES
aplicativo.
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos ______________________________________________________
sonoros à apresentação em elaboração.
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
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55
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
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56
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
1. Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e posicionamento 01
2. Segmentação de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Ações para aumentar o valor percebido pelo cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
4. Gestão da experiência do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
5. Aprendizagem e sustentabilidade organizacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
6. Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
7. Gestão da qualidade em serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
8. Técnicas de vendas: da pré-abordagem ao pós-vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
9. Noções de marketing digital: geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; Inbound marketing . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
10. Ética e conduta profissional em vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
11. Padrões de qualidade no atendimento aos clientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
12. Utilização de canais remotos para vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
13. Comportamento do consumidor e sua relação com vendas e negociação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
14. Política de Relacionamento com o Cliente: Resolução n°. 4.539 de 24 de novembro de 2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
15. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020 que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacio-
nal de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil . . . . . . 26
16. Resolução CMN nº 3.694/2009 e alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
17. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015 29
18. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078/1990 (versão atualizada) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes em potencial
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE DE e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser
MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM INSTI- mais ou menos proeminentes ou ativos, dependendo do setor in-
TUCIONAL, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO dustrial.
O estado de competição em um segmento industrial depende
— Análise de mercado de cinco forças básicas, que estão esquematizadas na figura abaixo.
A análise de mercado é um dos componentes do plano de ne- O vigor coletivo destas forças determina o lucro potencial máximo
gócios que está relacionado ao marketing da organização. Ela apre- de um setor industrial, variando de intenso e suave.
senta o entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus
concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informa-
ções, o mercado onde atua1.
A análise do mercado permite ainda se conhecer de perto o
ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado está
composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam,
pela concorrência e pelo perfil do consumidor.
A definição do mercado leva em conta:

→ Análise da Indústria/Setor
A análise da indústria deve apresentar as informações a respei-
to do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/setor em que
sua organização está inserida. Inicia-se com a coleta de informação
do setor ao qual pertence o produto/serviço.
Essa informação é geralmente discriminada em termos dos ob-
jetivos e pode estar relacionada com a estrutura da indústria e do
setor em termos estatísticos, práticas de marketing e o composto
de marketing. Também pode ser usada para monitorar mudanças
no setor e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudan-
ças em nichos específicos.

→ Descrição do Segmento de Mercado FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO EM UM SETOR


O segmento de mercado é definido a partir das características INDUSTRIAL
do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, pro-
fissão, família, personalidade, etc.) e outros fatores que afetam de
uma maneira direta o consumo do produto, como localização geo-
gráfica por exemplo. O conhecimento dessas fontes básicas de pressão competitiva
Geralmente, para segmentar um mercado é necessário ter um propicia o trabalho preliminar para uma agenda estratégica de ação.
conhecimento mais abrangente, não somente qualitativo, mas tam- Elas acentuam os esforços críticos e os pontos fracos da empresa, dão
bém quantitativo do mesmo. vida ao posicionamento da empresa no setor, tornam claras as áreas
Um segmento de mercado é um conjunto de clientes que tem onde as mudanças estratégias possam oferecer maiores vantagens e
necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes semelhan- acentuam os lugares onde as tendências do setor prometem ser da
tes, pode-se satisfazer suas necessidades específicas de forma mais maior importância, seja como oportunidade, seja como ameaça.
eficaz. Entender essas fontes passa a ser também uma forma de aju-
da quando forem consideradas áreas para diversificação. As forças
→ Análise SWOT do Produto/Serviço mais competitivas determinam a lucratividade de um setor e, por-
Os pontos fortes e fracos dos principais concorrentes em rela- tanto, são da maior importância na formulação estratégica.
ção ao produto/serviço devem ser avaliados, de maneira a se tentar
eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos. — Imagem institucional
A Imagem Institucional é formada pelo conjunto de ações que
→ Análise da Concorrência formam a reputação da empresa. Acredita-se que a imagem institu-
A concorrência deve ser avaliada em relação a produtos/servi- cional de uma empresa é positiva quando a comunicação bilateral
ços e à organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de tem eficiência. Ou seja, o cliente consegue obter respostas que sa-
planejamento estratégico). tisfaçam as dúvidas.
A imagem se refere ao conjunto de representações mentais
— Forças competitivas atribuídas a uma organização, construídas por um indivíduo ou gru-
Na luta por participação de mercado, a competição não se ma- po a partir de percepções e experiências concretas, informações e
nifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a influências recebidas por terceiros ou da mídia. Todas as práticas
competição de um setor industrial tem suas raízes em sua respecti- da organização são importantes e influenciam como a sua imagem
va economia subjacente e existem forças competitivas que vão bem é percebida pelos stakeholders (agentes interessados e envolvidos
além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes direta e indiretamente com a organização).
estabelecidos nesse setor em particular2. Define-se como Imagem Corporativa, o conjunto das percep-
ções em relação a uma empresa, tanto junto a seus consumidores
1 https://www.fca.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/Gestaoetecno- como a outros grupos de pessoas e ao mercado como um todo. Es-
logia/analise-de-mercado.pdf sas percepções são a visão externa em relação a diversos aspectos
2 MONTGOMERY, Cynthia; PORTER, Michael (org.). Estratégia: a busca da vanta- da empresa.
gem competitiva. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

1
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Ou seja, a imagem corporativa pode ser percebida de várias 2) Entende-se a importância do registro de uma marca específi-
formas de acordo com a subjetividade de cada público em particu- ca na mente dos consumidores, ao destacar que o posicionamento,
lar. Imagem corporativa é como a empresa é vista, percebida pelos é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de manei-
públicos de interesse. ra que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas
mentes dos consumidores-alvos4.
Comunicação Empresarial
Durante muitos anos a comunicação empresarial clássica se Agrupando-se ambas as definições, tem-se um entendimento
segmentou em três conjuntos de esforços: generalizado de qualquer tipo de planejamento, a saber: onde esta-
1) Comunicação de Marketing: para cuidar da marca, dos pro- mos, para onde queremos ir, como chegarmos e, no caso específico
dutos e serviços, voltada para clientes e consumidores; do posicionamento de mercado, qual a posição do produto frente à
2) Comunicação Institucional: refere-se à empresa e é voltada concorrência. A partir do momento que a empresa tenha definido
para formadores de opinião e à opinião da sociedade em geral; seu mercado-alvo, é necessário posicionar o produto nesse merca-
3) Comunicação Interna: voltada para funcionários e seus fa- do.
miliares. O Posicionamento de Produto significa conseguir que um pro-
duto ocupe um lugar claro, distinto e desejável, em relação aos pro-
Esse tipo de trabalho é ainda muito encontrado no mercado e dutos concorrentes na mente dos consumidores-alvo. A estratégia
faz com que a empresa tenha processos internos diferentes para de posicionamento do produto é fundamental para desenvolver o
cada segmento acima citado. Na maioria das vezes, os departamen- composto de marketing adequado.
tos estão isolados e possuem estratégias individuais e diferentes. O Posicionamento da Oferta é composto por um complexo
Para o melhor desempenho de comunicação de uma organi- grupo de percepções, impressões e sentimentos. Os profissionais
zação, é fundamental que se aplique o Processo Único de Comuni- de Marketing devem planejar a posição da oferta de forma que dê
cação Empresarial (PUC). Este integra todas as funções e departa- o maior lucro possível.
mentos voltados à comunicação, como marketing, vendas, recursos
humanos, relações públicas, advogados, serviço de atendimento ao Estratégias de Posicionamento
cliente, telemarketing, agências de publicidade, entre outros, e faz Por mais comoditizado5 que seja o produto para o cliente, as
com que todos trabalhem sob o mesmo processo de comunicação. empresas devem converter um produto indiferenciado em uma
Nada impede que as funções tenham suas estratégias próprias, oferta diferenciada. Os profissionais podem posicionar a oferta de
mas, no momento da comunicação empresarial, as ações devem várias maneiras, seguindo as principais estratégias de posiciona-
ser coordenadas. Outro aspecto relevante a se abordar, é que a au- mento elencadas abaixo:
ditoria de imagem compreende o estudo, a pesquisa e a análise da - Atributos específicos do produto (desempenho);
imagem e/ou reputação de uma organização junto aos seus públi- - Benefícios do produto;
cos de interesse (stakeholders). - Ocasiões de uso dos produtos;
Em outras palavras, é uma atividade que tem como objetivo ve- - Classes de usuários;
rificar de que forma os veículos e os públicos avaliam uma empresa, - Contra os concorrentes (comparação de uma empresa com
entidade ou pessoa. outra direta ou indiretamente);
- Em contraste aos concorrentes, (na contramão dos concor-
— Identidade e posicionamento rentes);
- Classes de produtos;
Identidade - Preço/qualidade (enfatiza o valor derivado do produto seja
A Identidade Corporativa, diferentemente da imagem ou da em termos de qualidade ou de preço);
reputação, representa o conjunto de produtos, significados, valo- - Símbolo (as empresas utilizam um símbolo ou ícone para po-
res, marcas e princípios de uma organização e que contribui para sicionar o seu produto nas mentes dos consumidores, assim, ao
distingui-la do mercado, inclusive dos seus concorrentes. longo do tempo, o símbolo torna-se um sinônimo da empresa ou
A identidade incorpora a sua missão e visão, sua forma de ges- do produto).
tão, o seu capital intelectual, e também a sua identidade visual.
Identidade corporativa é quem de fato ela é, ou seja, crenças, va-
lores, cultura. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
Posicionamento
O marketing direcionado também abrange o posicionamento SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
de mercado pretendido pela empresa em relação ao mercado alvo A Segmentação de Mercado significa escolher um grupo de
e à concorrência. O posicionamento permite evidenciar a empresa consumidores, com necessidades homogêneas, para o qual a or-
no cenário competitivo, pela oferta de um produto destacado pe- ganização poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de
rante o consumidor, que se baseia na satisfação mais plena de sua segmentação requer que sejam identificados os fatores que afetam
necessidade para decidir a sua preferência. as decisões de compras dos consumidores6.
A doutrina majoritária define duas conceituações para posicio- O seguimento deve ser:
namento de mercado, quais sejam: - Identificável;
1) Valoriza-se a análise da concorrência para se definir o posi- - Mensurável;
4 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pearson
cionamento, pois é a imagem que os clientes têm de um produto, Prentice Hall,1998.
especialmente em relação aos concorrentes3; 5 A palavra comoditização vem da palavra inglesa “commodity”. Em uma defi-
nição clara, significa dizer, que aos olhos de um cliente não há diferença entre o
produto A, B ou C. Se não existe diferença para o cliente, o mesmo certamente
3 SIMPSON, P. M. Segmentação de Mercado e Mercados-alvo. Porto Alegre: irá escolher aquele que lhe ofereça o menor preço ou a melhor oferta.
Bookman: 2001. 6 https://pt.surveymonkey.com/mp/market-segmentation/

2
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
- Acessível; 5) Marketing Individual: é o direcionamento à consumidores
- Rentável; individuais, ou seja, esse tipo visa individualizar e personalizar os
- Estável. esforços para cada um deles. Este é o segmento mais subdividido
que se possa existir.
Segmentação de mercado refere-se à divisão de um mercado
em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes O marketing individual engloba o auto marketing, onde o con-
necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos sumidor assume mais responsabilidade para determinar que pro-
de compra. Os mercados se diferem de várias formas, quanto aos dutos e marcas comprar, como por exemplo a compra pela internet.
desejos, recursos, localidades, atitudes e práticas de compra, ou
seja, eles podem ser segmentados de várias maneiras7. A segmentação de mercado é realizada das seguintes formas:
Quando uma organização segmenta o mercado, torna-se mais → Segmentação Geográfica: trata-se de uma divisão do mer-
fácil satisfazer suas necessidades e desejos, pois o composto de cado em diferentes unidades geográficas, como países, estados,
marketing será desenvolvido atendendo às necessidades específi- regiões, cidades ou bairros. Essa segmentação divide um mercado
cas daquele segmento. Desenvolver um composto dirigido a gran- global em grupos homogêneos, e as organizações podem optar por
des mercados, formado por consumidores com diferentes necessi- atuar em um ou mais mercados geográficos;
dades, se torna mais trabalhoso e bem mais difícil, por esta razão → Segmentação Demográfica: são as bases mais populares e
que a segmentação do mercado facilita à organização, desenvolver fáceis de serem avaliadas, para segmentação dos grupos de con-
e comercializar produtos que se aproximem cada vez mais à satisfa- sumo, uma vez que as necessidades e desejos variam conforme as
ção das necessidades de seus consumidores. mudanças demográficas. A maioria das empresas segmenta o mer-
Com a segmentação, a organização poderá obter muitas van- cado combinando duas ou mais variáveis demográficas, por exem-
tagens, como realizar melhor trabalhos frente a concorrência, de- plo, sexo e idade;
dicando-se às fatias de mercado que tenha melhores condições → Segmentação Psicográfica ou Socioeconômica: são seg-
de atender. Para tanto, é necessário estimar o tamanho atual do mentos que levam em consideração o estilo de vida dos diferentes
mercado, identificar os concorrentes e respectivas participações, e consumidores, ou seja, ele segmenta os grupos na classe social, na
o potencial de crescimento deste mercado. personalidade, nas atitudes e na percepção. Esse tipo de segmen-
Logo após, é necessário separar os consumidores em grupos, tação produz uma descrição muito mais rica de um mercado-alvo
de tal modo que a necessidade genérica a ser atendida tenha ma- potencial do que seria possível de outro modo;
tizes específicas, que são semelhantes para os que pertencem ao → Segmentação Comportamental: é o melhor ponto de parti-
mesmo grupo e diferentes dos demais grupos. Essa divisão pode da para segmentar o mercado. São segmentos tomando como pon-
ocorrer segundo critérios geográficos, demográficos, psicográficos
to de partida seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um
ou comportamentais.
determinado produto;
Os segmentos resultantes desta divisão devem ser avaliados
→ Segmentação por Multiatributos: é o segmento que parte
segundo o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em
do princípio de conglomerados geográficos que proporcionam in-
relação aos objetivos e recursos da empresa. Por fim, se escolhe
formações mais ricas sobre os consumidores;
um ou mais segmentos a serem atendidos, que é o mercado alvo ou
→ Segmentação baseada em Comportamento de Compra: os
target, que serão objeto de estudos, planos e ações de marketing,
profissionais de marketing podem segmentar o mercado de acordo
envolvendo o posicionamento da oferta na mente do consumidor
com o comportamento de compra do consumidor. A segmentação
em relação aos concorrentes.
baseada no comportamento dos consumidores geralmente centra-
Níveis de Segmentação de Mercado -se em alguma combinação de frequência de uso, situação de leal-
A segmentação é um esforço para o aumento de precisão de dade e situação de usuário;
alvo de uma empresa, podendo as organizações adotarem cinco ní- → Segmentação de Mercados Industriais: os mercados in-
veis, quais sejam8: dustriais podem ser segmentados utilizando muitas das formas de
1) Marketing de Massa: a organização se preocupa em produ- segmentação de consumidores, como Segmentação Demográfica,
ção, distribuição e promoção de massa de um produto para todos Segmentação por Variáveis Operacionais, Segmentação por Abor-
os compradores. A vantagem desse nível de marketing é que com dagens de Compra, Segmentação por fatores Situacionais, Segmen-
ele, pode-se criar um maior potencial de mercado, custos menores tação por Características Pessoais;
e automaticamente margens maiores; → Segmentação dos Mercados Internacionais: podem ser seg-
2) Marketing de Segmento: o segmento de mercado é formado mentados através de uma única variável ou de uma combinação
por um grande grupo de compradores identificáveis em um merca- delas;
do. As pessoas diferem em seus desejos, poder de compra, localiza- → Segmentação Inter mercado: são consumidores com hábi-
ções geográficas, atitudes e hábitos de compra; tos semelhantes, mas em regiões diferentes.
3) Marketing de Nicho: é o processo de se direcionar para um
segmento de mercado relativamente pequeno com um composto Por fim, a avaliação dos diversos segmentos de mercado envol-
de marketing especializado. Nicho é um grupo mais restrito de com- ve dois critérios básicos. Vejamos:
pradores, as organizações identificam nichos dividindo um segmen- Atratividade do Segmento: tamanho, taxa de crescimento,
to em vários subsegmentos; lucratividade, economias de escala, risco, etc. A organização deve
4) Marketing Local: entende-se como marketing local, o volta- estar voltada para segmentos que valham a pena, e devem ser ava-
do para as características regionais e locais dos consumidores, com liados os vários fatores estruturais importantes que afetam a lucra-
programas e produtos preparados sob medidas conforme a neces- tividade;
sidade e desejos de grupos de comunidades locais;
7 CHURCHILL, G. A. e PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. Objetivos da empresa e recursos disponíveis: compatibilida-
São Paulo: Saraiva, 2000. de entre o investimento necessário para atingir o segmento, e as
8 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pearson
competências, recursos e objetivos (curto, médio e longo prazos)
Prentice Hall,1998.

3
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
organizacionais. Estão ligados os objetivos da empresa quanto ao A retenção de clientes é a consequência de atitudes estraté-
mercado, se atrativo, mas, se contrário aos objetivos da empresa, gicas que devem estar nas bases do modelo de negócio de cada
este segmento está descartado. empresa, com a função de manter os clientes satisfeitos. Para que
haja retenção de clientes é preciso, sobretudo, respeitar e seguir
uma premissa básica, ao qual se relaciona a manter os clientes sa-
tisfeitos.
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO O marketing de relacionamento é a chave para isso, o que en-
CLIENTE volve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais, bem como
recursos estruturais que auxiliem os clientes.
A satisfação dos clientes é cada vez mais exigida nas organi- Além disso, para manter os clientes satisfeitos, é recomendável
zações, pois se torna um diferencial importante para as empresas utilizar três atividades internas que se complementam:
que trabalham tanto com produtos como com serviços. A tendência 1. Análise contínua do comportamento de consumo e do perfil
atual é que as organizações busquem atender às necessidades de dos clientes;
seus clientes, para obter sucesso e até mesmo garantir a sobrevi- 2. Análise da adequação do produto consumido versus perfil
vência e continuidade do negócio no longo prazo. do cliente;
Para suprir as expectativas dos clientes, não é só a qualidade do 3. Atuação ativa e transparente no intuito de aprimorar essa
produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços pres- adequação do produto.
tados pela organização, o bom atendimento e uma boa informação.
Se buscar a maior satisfação dos clientes é algo muito importante, As empresas devem decidir quanto devem investir em mar-
pois os consumidores se deparam com um vasto universo de produ- keting de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
tos, marcas, preços e fornecedores pelos quais optar9. clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, respon-
A satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamen- sável, proativo, até o de parceria. São tipos de marketing que in-
to resultante da comparação do desempenho (ou resultado) per- fluenciam na retenção de clientes:
cebido de um produto em relação às expectativas do comprador10.
As expectativas se baseiam nas experiências de compras ante- → Básico: o vendedor da empresa vende o produto, mas não
riores do cliente, na opinião de amigos e parceiros, e também nas oferece acompanhamento de forma alguma;
informações e promessas de profissionais de marketing com quem → Reativo: o vendedor vende o produto e pede ao cliente que
tenham tido contato. o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema;
Considerando que a finalidade da empresa é gerar e manter → Responsável: o vendedor chama o cliente, pouco depois da
clientes, a partir do momento em que ela consegue satisfazê-los to- venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectati-
talmente em seus desejos, necessidades e expectativas, tem a seu vas. Além disso, pede sugestões ao cliente para melhorar o produto;
favor todas as condições fundamentais para mantê-los ativos em → Proativo: o vendedor ou alguma outra pessoa da empresa
seus negócios. Isso precisa ser percebido com clareza por emprega- chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos
dos, gerentes e corpo diretivo da empresa. aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser
Deste modo, fica evidente que as empresas, de maneira geral, úteis;
deveriam ter como foco atingir a máxima satisfação dos clientes. → Societário (Partnership): a empresa trabalha de forma sus-
Pois um cliente satisfeito mantém com a empresa um relaciona- tentada com aquele cliente e também com demais, para encontrar
mento saudável e de longa duração (eles ficam retidos), e ambos, a forma de proporcionar-lhes mais valor (qualidade).
de alguma maneira, são mutuamente beneficiados.
No que se refere ao perfil do cliente altamente satisfeito, atri- Avaliação da Satisfação para a Retenção de Clientes
buem-se os seguintes aspectos: Os níveis de satisfação dos clientes podem ser avaliados de inú-
a) Permanece fiel por mais tempo; meras maneiras, como:
b) Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos
ou aperfeiçoa produtos existentes; Sistemas de reclamações e sugestões (SAC, 0800);
c) Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos; Pesquisas de satisfação de clientes;
d) Presta menos atenção a marcas e propagandas concorrentes Compras simuladas (ou comprador oculto/disfarçado);
e é menos sensível a preço; Análise de clientes perdidos (por que pararam de comprar?).
e) Oferece ideias sobre produtos ou serviços à empresa; Número de indicação de novos clientes por clientes atuais
f) Custa menos para ser atendido do que novos clientes, uma (Para isso é válido saber dos novos clientes como eles chegaram até
vez que as transações são roteirizadas. a empresa, se houve indicação de algum cliente ou não.)

A partir dessa ótica, as empresas, necessariamente, devem Fidelização dos Clientes


buscar a capacitação que lhes garantirá conquistar preferência de Entende-se que o cliente fiel é aquele que está satisfeito com
seus clientes. o atendimento e que se torna parceiro comercial da empresa, de-
vido ao grau de satisfação com as atividades executadas. Em outras
Retenção de Clientes palavras, pode-se definir fidelização como sendo um compromisso
O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes, profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto
mas também o que é ainda mais importante: retê-los, a fim de que ou serviço.
seja possível manter a sobrevivência do negócio, aumentar os lu- A fidelização constitui realmente uma estratégia cuja finalida-
cros e garantir o seu crescimento. de é prolongar mais e mais o relacionamento entre a empresa e
o cliente, não o satisfazendo apenas em dado momento, mas ob-
9 CESTARI, T.; GIMENEZ, E. L. L. A importância da satisfação dos clientes: um tendo sua satisfação permanente com a loja, com seus serviços e
estudo de caso na envelopex artes gráficas, 2013. produtos. Trata-se de conquistar a fidelidade do consumidor ao seu
10 KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. SP: negócio, fazendo dele efetivamente um cliente.
Prentice Hall, 2000.

4
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Para que haja fidelização, é preciso que se conheça bem o geram o conhecimento corporativo, refletindo nos produtos e servi-
cliente, identificando suas características, desejos e necessidades ços explorados pelas empresas, que visam atender às necessidades
e utilizando essas informações para estreitar ainda mais o relacio- específicas dos clientes11.
namento com ele, estabelecendo um elo de confiança, facilitando a Assim, surgindo o conhecimento da condensação de dados e
sua vida e reduzindo as possibilidades de que ele venha a trocar sua informações, faz-se necessário o entendimento destes três termos:
loja por outra (favorecendo a retenção), já que a concorrente teria
que começar o relacionamento do zero. Dados
Pesquisas apontam que clientes atuais (já clientes), são de cin- Dados referem-se ao registro estruturado de transações, po-
co a sete vezes mais rentáveis do que os novos, e que é bem mais dendo ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos,
econômico manter clientes antigos do que conquistar pessoas que relativos a eventos.
ainda não conhecem a empresa. É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum even-
O quadro abaixo demonstra as principais diferenças entre re- to. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e sig-
tenção e fidelização de clientes: nificado, mas são importantes porque compõem a matéria-prima
essencial para a criação da informação;
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE Informações
CLIENTES As informações são dados interpretados, dotados de relevância
Retenção Fidelização e propósito. Referem-se ao fluxo de mensagens, capazes e necessá-
rio para se gerar conhecimento12;
Trata-se de um ponto de par- Engloba um programa de
tida e, ao mesmo tempo, um estratégias;
Conhecimento
resultado a ser obtido; O conhecimento é uma mistura de elementos, fluido, formal-
Pode envolver um momento; Envolve longo prazo; mente estruturado e intuitivo, portanto, difícil de ser colocado em
palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Os
Implica em ações para evitar Trata da valorização do cliente,
valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam,
a saída do cliente (começa no prolongando o relacionamen-
em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir
primeiro contato com o cliente to com ele e incrementando
das suas observações.
e permanece, destacando-se as possibilidades de retorno
sempre em momentos especí- financeiro.
Como visto acima, o conhecimento deriva da informação, e,
ficos, durante todo o relacio-
por seu turno a informação deriva dos dados.
namento). O conhecimento divide-se em duas espécies, quais sejam:
→ Conhecimento Tácito: É aquele difícil de ser articulado na
Cadeia de Valor e a Satisfação do Cliente linguagem formal. Refere-se ao conhecimento pessoal incorporado
Visando criar a satisfação dos clientes, as empresas devem ge- à experiência individual e envolve fatores intangíveis como crenças
renciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emo-
valor, com o foco no cliente. A Cadeia de Valor é usada como uma ções, habilidades;
ferramenta para identificar maneiras para criar mais valor. → Conhecimento Explícito: É aquele que pode ser articulado
Na Cadeia de Valor existem 9 atividades criadoras de valor. Ve- na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expres-
jamos: sões matemáticas, especificações, manuais, etc., sendo facilmente
1 – Infraestrutura da empresa; transmitido, sistematizado e comunicado.
2 – Administração de recursos humanos;
3 – Desenvolvimento de tecnologia; O Conhecimento é utilizado como Recurso Estratégico, para
4 – Compras. isso, a visão da empresa baseada em conhecimento considera como
hipóteses gerais as premissas abaixo:
Essas quatro primeiras atividades são chamadas de Atividades → O conhecimento é um recurso gerador de diferencial com-
de apoio (ou atividades-meio). As cinco abaixo são as chamadas petitivo;
Atividades principais (ou atividades fins), que interferirão direta- → As características dos diferentes tipos de conhecimentos de-
mente no índice de satisfação dos clientes: vem ser consideradas para a sua transferência;
5 – Logística de entrada; → Os indivíduos são os principais agentes de conhecimento.
6 – Operações;
7 – Logística de saída; Gestão de Capital Intelectual
8 – Marketing e vendas; Denomina-se como capital intelectual, o conjunto de ativos
9 – Serviços de pós-vendas. intangíveis composto por diversos fatores, tais como: qualidade e
coerência do relacionamento entre empresa (clientes e fornecedo-
res) talentos, ideias e insights apresentados por todos os envolvi-
dos no contexto organizacional, entre outros. Esses fatores, quando
GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE combinados e trabalhados em um sistema gerencial eficiente ali-
nhado aos objetivos organizacionais, geram conhecimentos, capa-
A Gestão da Experiência do Cliente ou Gestão do Conheci- zes de promover a inovação e reestruturação contínua dos proces-
mento Empresarial refere-se à coleta de dados e informações, que, sos, gerando resultados eficazes13.
quando processados ao longo do tempo, geram conhecimento, en- 11 STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: A nova vantagem competitiva. RJ:
globando expertise (qualidades próprias, ou Know-how adquirido) Campus, 1998.
e insight (discernimento da situação, capacidade de solução) ofe- 12 DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira,
1999.
recidos pelos indivíduos. Este ato de conhecer, oferecido pelo indi-
13 STEWART, Thomas A. A riqueza do conhecimento: O capital intelectual e a
víduo, quando segregado e alinhado aos objetivos organizacionais, nova organização. RJ: Campus, 2002.

5
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
O Capital Intelectual é integrado composto por: Capital Huma- fim de adequar-se às tendências do mercado. Fatores como avanço
no, Capital Estrutural e Capital de Clientes. tecnológico, conservação ambiental, responsabilidade social, entre
outros, impulsionam e manipulam as necessidades do público alvo,
Capital de Clientes que expressa a cada dia, uma necessidade maior de agilidade para
O Capital de Clientes fundamenta-se em um processo que con- o atendimento de suas necessidades.
siste em: Diante do exposto, a competitividade corporativa está intima-
a) Selecionar clientes, identificando os segmentos mais atraen- mente relacionada à capacidade da organização em desenvolver o
tes para a empresa, procurando avaliar o valor que estes clientes conhecimento e inovar os processos; através de estratégias inteligen-
atribuem à mesma, e inovando os processos utilizados de forma a tes para a adaptação a esse meio, para que melhore seu desempenho,
criar uma imagem forte que atraia e mantenha os clientes; mantendo a superioridade diante dos concorrentes. Pode-se dizer, se-
b) Conquistar cliente através da comunicação de uma imagem gundo o entendimento de alguns autores, que as inovações surgem do
positiva dos negócios da empresa; conflito entre o ambiente externo e interno da organização.
c) Reter clientes através da garantia da qualidade e correção A percepção precoce das modificações nas variáveis exógenas,
dos problemas, inovando os processos objetivando minimizar pro- mudanças econômicas, tecnológicas, ambientais, perfil de deman-
blemas, assegurando a satisfação dos mesmos; da, clientes, produtos, entre outros, permitem às empresas criar e
d) Aplicar o conhecimento em marketing, vendas e pós-vendas, acumular o conhecimento organizacional, desenvolvendo a inova-
de modo a assegurar a qualidade nos processos e garantir a satisfa- ção continuada em seus processos e produtos, assegurando, desse
ção real dos clientes; modo, a excelência competitiva.
e) Cultivar e manter o bom relacionamento, por meio da rela- A aprendizagem organizacional pode ser vista como o alcance
ção interpessoal com os clientes, o que contribui para o aumento da de novos, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas
participação da empresa nas atividades de compra do público alvo. e demandas corporativas, seja de maneira direta e/ou indireta, den-
tro e fora da empresa. É um conceito intimamente relacionado ao
Toda empresa possui capital de clientes e este é o mais valioso conhecimento empresarial15.
para a organização, pelo fato de que provém deles o capital finan- A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimen-
ceiro que financia as atividades organizacionais. O estudo de capi- tos formais e informais, que permite à organização criar seus pró-
tal de clientes deve estar voltado para o conhecimento destes, sua prios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e
lealdade, a disposição de comprar, a valorização do produto, dentre pautados no que ela precisa para alcançar os resultados, vejamos:
outros, de tal forma que a organização consiga direcionar o desejo → Experiências do Profissional: a partir das experiências po-
dos clientes através das atividades desenvolvidas para se atingir os sitivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e
objetivos organizacionais. acertos, delimitar melhor suas próximas ações e criar estratégias
para impedir que estes erros continuem no futuro;
→ Aprendizagem Cultural: é aprendida através da cultura orga-
APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIO- nizacional, da missão e dos valores adotados pela empresa;
NAL → Aprendizagem com o Líder: é realizada através das lideran-
ças, de seus exemplos e conhecimentos compartilhados com os
seus liderados;
Aprendizagem Organizacional
→ Aprendizagem Prática/Ativa: refere-se à aquisição de co-
A Aprendizagem não consiste em separar as atividades que
nhecimentos através da prática efetiva das tarefas e do seu desen-
ocorrem antes ou mesmo durante as atividades diárias no trabalho
volvimento contínuo;
e expô-las em aulas eventuais. Nem é uma atividade reservada ao
grupo gerencial. → Aprendizagem Sistêmica: refere-se ao entendimento am-
Os comportamentos que definem a aprendizagem são aqueles pliado de toda empresa e seus processos para oferecer soluções
que definem a produtividade. Assim, a aprendizagem é o coração não apenas para o departamento envolvido, mas para a organiza-
da atividade produtiva, ou seja, a nova forma de trabalho14. ção como um todo;
As organizações tendem a evoluir por meio de aprendizagem, → Compartilhamento de Informações: quanto melhor forem dis-
e por isso, assemelham-se muito a um ser vivo. A partir da análise tribuídas as informações, maiores serão os conhecimentos sobre os
da cultura organizacional, verifica-se que esta, interfere muito no processos internos da empresa o que tornará mais assertiva as ações;
aprendizado das empresas, fazendo com que elas aprendam com → Benchmarking: consiste na observação de outras empresas e
maior rapidez ou lentidão e, consequentemente, pode ser que se na busca de boas práticas aplicadas para aplicar em sua organização.
destaquem ou não no mercado competitivo.
A interação, tanto intrínseca quanto extrínseca, possibilita à No contexto da aprendizagem, é importante destacar a neces-
empresa desenvolver o conhecimento organizacional, permitindo- sidade de compartilhar insights, conhecimentos, crenças e metas
-lhe, utilizá-lo para adequar-se ao cenário cada vez mais vulnerá- para que o coletivo prevaleça e a organização aprenda, isto é, para
vel no qual está inserida. O comprometimento e a capacidade de que a empresa construa sua própria realidade e memória que ser-
compartilhamento, apresentados pelas pessoas envolvidas nos pro- virão de base para aprendizados futuros. Nesse momento, a apren-
cessos organizacionais, permitem a rotatividade do conhecimento, dizagem individual é transformada em coletiva, o conhecimento
viabilizam a aprendizagem em equipe, e consequentemente, o co- individual é incorporado às práticas organizacionais.
nhecimento organizacional, transformando-se em uma importante Portanto, organizações de aprendizagem (as quais realizam a
ferramenta de diferenciação. aprendizagem organizacional) são organizações que tem capaci-
O macroambiente, em que as empresas estão inseridas, sofre dade sistemática de: aprender, renovar e inovar continuamente. E
continuamente modificações em função das alterações no esti- seu principal conteúdo invoca a imagem de pessoas e grupos traba-
lo de vida social, o que reflete de modo significativo no ambiente lhando para melhorar: a inteligência, a criatividade e a capacidade
interno das organizações; que deverão desenvolver estratégias, a organizacional.

14 MARQUARDT, M. J. Building The Learning Organization. McGraw-Hill, New 15 MARQUES, J. R. O Que é Aprendizagem Organizacional. Instituto Brasileiro
York, 1996. de Coaching. 2006.

6
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Uma organização de aprendizagem é aquela que tem a habilidade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu com-
portamento para refletir sobre novos conhecimentos e ideias. Nas organizações de aprendizagem as pessoas não são treinadas para exer-
cer suas funções, mas sim: educadas a desempenhar com satisfação suas atividades, desenvolvendo o espírito de equipe e a criatividade.
A organização que aprende é um tipo ideal ao qual muitas organizações aspiram, mas não há um modelo a ser seguido. Cada empresa
deve buscar à sua maneira a melhor forma de enfrentar o ambiente em que está inserida.
Esta transformação não está restrita à organização e sim aos indivíduos. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem orga-
nizacional, entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional não ocorreria.

Sustentabilidade Organizacional
Sabe-se que proposições relacionadas à sustentabilidade adquiriram destaque pela incorporação da promessa de evolução da socie-
dade rumo a um mundo mais harmonioso, no qual o meio natural e as conquistas culturais procuram ser preservados para as gerações
futuras. A confrontação entre crescimento econômico e igualdade social vem sendo discutida por anos, logo, a adição deste desafio na
capacidade global de desenvolver sustentavelmente os sistemas naturais atenua gradativamente a representatividade de cada um dos
agentes sociais inseridos nesta ambiência, que busca uma sustentabilidade sistêmica16.
O conceito de desenvolvimento sustentável tem suas origens na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente,
realizada em Estocolmo em 1972. Entretanto, mesmo após a elaboração do Relatório de Brundtland, em 1987, o tema teve repercussão mundial
somente com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, palco de elaboração da Agen-
da 21, uma detalhada orientação para resolver o paradoxo da coexistência entre progresso tecnológico e aumento da miséria.
O relatório Nosso Futuro Comum, também reforçado no evento de 1992, introduziu a definição de desenvolvimento sustentável como
aquele que permite à geração atual suprir as suas necessidades, sem comprometer as condições de subsistência das gerações futuras.
Mediante esta definição, argumenta-se que não basta apenas haver crescimento econômico, avanços tecnológicos e instituições, mas
também uma revolução tecnológica e institucional que procure conciliar em seus processos decisórios interesses econômicos, preservação
ambiental e justiça social.
A aceitação dos lucros empresariais por esferas comunitárias cada vez mais amplas passa a ser condição necessária a fim de que tais
atores sociais não questionem e não promovam desordens no sistema econômico imperante. Por razões como esta, os administradores
mostram-se cada vez mais preocupados com a reavaliação das rotinas organizacionais, a fim de que a sustentabilidade de ações e decisões
proferidas pelas organizações seja assumida como condição prioritária.
Uma empresa é sustentável, quando gera lucro para os acionistas, protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com as quais
mantém interações. Ações organizacionais sustentáveis são aquelas responsáveis por causar o menor impacto ambiental possível por meio
de atividades operacionais, simultaneamente preocupadas em promover desenvolvimento socioeconômico que propicie a sobrevivência
de gerações presentes e futuras, e totalmente dependentes das pessoas inseridas em ambientes sociais e organizacionais, já que por elas
são estabelecidas as decisões finais e validadoras de todas essas proposições.
Ao reconhecer que, para exercer suas atividades, as empresas consomem não só recursos financeiros, mas também ambientais e
sociais, desenvolveu-se a “teoria dos três pilares” (triple bottom line – TBL). Esta visão tripartite sugere que desenvolvimento econômico,
justiça ambiental e inserção social são igualmente relevantes para a compreensão da sustentabilidade.
O pilar econômico da sustentabilidade organizacional representa a geração de riqueza pela e para a sociedade, por meio do forneci-
mento de bens e serviços; o pilar ambiental refere-se à conservação e ao manejo dos recursos naturais e o pilar social diz respeito ao alcan-
ce da igualdade e a participação de todos os grupos sociais na construção e manutenção do equilíbrio do sistema pelo compartilhamento
de direitos e responsabilidades. Assim, uma visão equilibrada a respeito de como fazer uso dos recursos disponibilizados pela natureza é
essencial para se garantir às gerações futuras prosperidade, equidade, manutenção do patrimônio ambiental e melhor qualidade de vida.
A Figura abaixo ilustra melhor inter-relacionamentos propostos pelo triple bottom line. Vejamos:

Elementos da sustentabilidade

Conforme a Figura supracitada, os três pilares da sustentabilidade organizacional (social, ambiental e econômico) devem relacionar-se
de forma integrada para o alcance do desenvolvimento sustentável. A partir da integração entre desenvolvimento social e econômico,
promove-se a inserção social, entendida como o engajar da população (ou organização) em favor do coletivo, de modo que todos possam
ter acesso à informação, alimentação, saúde, educação, habitação, trabalho, renda e dignidade.
À medida que a inter-relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental acontece, emerge o conceito de ecoefi-
ciência. Já a justiça socioambiental ocorre quando a organização consegue integrar de maneira simultânea o desenvolvimento social ao
capital natural, e passa a tratar da equalização da distribuição dos benefícios e dos constrangimentos impostos pela legislação ambiental,
ou mesmo pelos problemas ambientais, entre diferentes grupos sociais.
16 MUNCK, L.; DIAS, B. G.; SOUZA, R. B. de. Sustentabilidade organizacional. REBRAE. Revista Brasileira de Estratégia, Curitiba, v. 1, n. 3, p. 285-295, set./dez. 2008.

7
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
A estrutura do TBL capta a essência da sustentabilidade orga- Cabe observar que em relação às características intrínsecas
nizacional, ao medir o impacto das atividades operacionais das em- ao serviço, no que se refere à intangibilidade, embora um serviço
presas. Quando o resultado apresenta-se positivo, reflete aumento não seja palpável, ele possui diversos elementos tangíveis, perceptí-
no valor da empresa, em termos de lucratividade e de contribuição veis. Por exemplo, em uma escola, o ambiente físico, as instalações, os
para a riqueza dos acionistas, bem como no aspecto de seu capital materiais utilizados em sala, livros e pessoas, são elementos tangíveis.
social, humano e ambiental. Mais ainda, todas as comunicações da escola são elementos
Vale ressaltar que a sustentabilidade organizacional não signi- visíveis do serviço que, no mínimo, comunicam sobre ele. Os ele-
fica meramente boa cidadania empresarial, isto é, ser reconhecida mentos tangíveis funcionam como evidências do serviço.
por reduzir as emissões de gases tóxicos ou por subsidiar benefícios São sugestões de como ele deve ser. Assim, voltando ao exem-
de assistência médica aos funcionários, e muito menos se trata de ape- plo da escola, se vê-se uma sala de aula moderna, bem iluminada,
nas uma questão ética de negócios, ou filantropia. A sustentabilidade com amplos recursos tecnológicos, apoiada em modernos concei-
é hoje, princípio fundamental da gestão inteligente, algo muito fácil de tos pedagógicos, naturalmente, infere-se modernidade.
ignorar ou assumir como inevitável, num mundo em que o resultado Na verdade, os elementos tangíveis do serviço, que podem ser
financeiro geralmente é visto como a única medida de sucesso. pessoas que nele trabalham, cumprem o papel de reduzir o nível de
Enfim, sistemas políticos, instituições, tratados ou modelos de dúvida sobre a qualidade do serviço, como dito popularmente, “todo
gestão que vislumbrem o tratamento de problemáticas ambientais serviço é a compra de uma promessa”, isto é somente o consumidor
e sociais pela abordagem sustentável devem ser capazes de trans- saberá se o serviço prometido foi cumprido após a experiência obtida
por as barreiras físicas das organizações no intuito de obter maior no decorrer do serviço. Neste sentido, os tangíveis são sinalizadores
eficácia na resolução de calamidades. Logo, torna-se cada vez mais para verificar se pode-se confiar ou não na promessa do serviço.
necessária uma resposta institucional que objetive, em seu agir, Citando um exemplo simples, muitas vezes julga-se a qualidade
uma racionalidade que contemple a união estável entre os desen- do serviço de um supermercado pela aparência de seus ambien-
volvimentos econômico, social e ambiental. tes; um ambiente sujo, comunica má qualidade. Assim, os tangíveis
acabam funcionando como uma “embalagem” do serviço, e, como
para os produtos, traduzem muitas vezes a qualidade do que é ofer-
tado, o que será verificado apenas com a prestação do serviço;
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE,
INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDA- → Inseparabilidade
DE Pela característica da Inseparabilidade ou Produção e Consu-
mo Simultâneos, o cliente participa do processo de produção, po-
Na área da administrativa um serviço é o conjunto de ativida- dendo não somente participar passivamente, mas também como
des realizadas por uma organização para responder às expectativas coautor do serviço. Nos serviços, o cliente é quem inicia o processo
e necessidades dos clientes, posto isso, o serviço é definido como de produção, pois o serviço só é produzido após sua solicitação/
sendo um bem não material. Esse conceito também permite fazer contratação.
referência aos serviços públicos que são pagos pelos contribuintes Assim, o grau de contato entre cliente e empresa é maior que
através de taxas ou impostos, e ao fornecimento de serviços presta- na produção de bens. A inseparabilidade aponta para a seguinte
dos com vista a satisfazer alguma necessidade desde que não con- questão: todo serviço tem um momento em que sua produção e
sistam na produção de bens materiais. consumo são simultâneos, inseparáveis.
Serviços são atividades, benefícios ou satisfações que são co- Como exemplo prático pode-se citar uma aula, ao mesmo tem-
locadas à venda ou proporcionados em conexão com a venda de po em que um professor produz sua aula, esta é consumida pelos
bens. Em outras palavras, o serviço pode ser entendido como as alunos. Ao mesmo tempo em que o médico produz sua consulta, o
transações de negócios que acontecem entre um provedor (presta- paciente a consome, como cliente do serviço.
dor de serviço) e um receptor (cliente) a fim de produzir um resul- Nesses exemplos, produção e consumo são simultâneos, dife-
tado que satisfaça o cliente17. rentemente de uma empresa de produtos, em que claramente exis-
Já os serviços de qualidade são aqueles que atendem perfeita- te um momento de produção e um momento de consumo;
mente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às ne-
cessidades dos clientes. Dessa forma a organização deve possuir um → Variabilidade
esforço de compromisso com a qualidade do serviço que é ofertado18. Os serviços são variáveis, isto é, os serviços variam e podem
variar conforme o prestador do serviço e o cliente. Esta também é
Características dos Serviços uma característica do serviço, a variabilidade, podendo ser vista sob
Os serviços possuem algumas características específicas que os um prisma positivo quanto negativo.
diferenciam dos bens manufaturados e que devem ser considera- Deste modo, uma organização tem pouco ou nenhum controle
das para uma gestão de serviços eficaz, tais características são elen- sobre as ações e atitudes que o cliente assume ao participar da pro-
cadas abaixo19: dução do serviço, somado a isto, os funcionários e os outros recur-
sos que interagem com o cliente podem variar significativamente
→ Intangibilidade em diferentes ocasiões para diferentes ocasiões.
Os serviços são intangíveis por natureza, ou seja, eles não po- Por isto, muitos autores apontam a variabilidade como mais
dem ser tocados ou possuídos pelo cliente como os bens manu- uma característica específica dos serviços. O prisma positivo da va-
faturados. Logo, o cliente vivencia o serviço que lhe é prestado, o riabilidade é que ela permite a customização, a personalização, o
que torna mais difícil a avaliação do serviço pelo cliente, pois esta atendimento diferenciado às expectativas de grupos de clientes.
assume um caráter subjetivo. Como exemplos, um palestrante pode adaptar a sua palestra
17 https://www.ama.org a seu público, assim como um médico pode adaptar o seu serviço
18 CAMPOS, V. F.; Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Nova Lima: ao tipo de paciente que está atendendo. O lado negativo da varia-
INDG Tecnologia e Serviços LTDA, 2004. bilidade é que ela torna difícil o estabelecimento de um padrão de
19 http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1013809_2012_ serviço, de um desempenho padronizado, imune a erros;
cap_2.pdf

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Perecibilidade
Nos serviços, a produção ocorre ao mesmo tempo em que o consumo. Daí decorrem outras implicações, como o fato de os serviços
não poderem ser estocados e da necessidade do controle de qualidade ocorrer durante o processo, uma vez que não é possível serem fei-
tas inspeções como na indústria de manufatura. Eventuais erros que venham a ocorrer durante o processo são imediatamente percebidos
pelo cliente.
Pela perecividade, os serviços são perecíveis, isto é, não podem ser estocados, assim, são temporais, prestados num tempo e local
precisos. Neste sentido, há uma necessidade de se encontrar um ponto ótimo entre a oferta e a demanda do serviço, ou seja, um entrave
é como administrar a demanda de um serviço.
Por exemplo, num transporte aéreo com 100 lugares, se houver 1 ou 100 passageiros, o custo do voo é praticamente o mesmo, porém
caso existam lugares vazios quando o voo começar, então a empresa que oferece esse serviço não conseguirá a receita esperada, ficando
incapaz de recuperá-la. Ora, haverá momentos de altíssima demanda e outros de pequena, em todos eles, contudo, persistirá um alto
custo fixo, fazendo com que a empresa e se esforce em vender pelo menos ao nível do seu ponto de equilíbrio operacional.
Assim, encontrar o ponto ótimo entre oferta e demanda é crucial em serviços para não ocorrer um problema comum, que tanto não
pode conseguir atender o excesso de demanda (e perder clientes em função disso) quanto ter que suportar pesados custos operacionais
sem uma receita satisfatória, conseguida por uma demanda mínima.

GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS

Diante de um cenário de grande proliferação da concorrência, as empresas têm percebido a necessidade de dar mais atenção à quali-
dade dos produtos ou serviços que oferecem, a fim de obter vantagem competitiva no mercado. A implantação da gestão de qualidade é
capaz de promover identificação precisa dos fatores deficientes que precisam de mudanças e melhoria contínua, por meio de análises nos
processos de produção e consumo, estabelecendo um panorama focado no produto e em sua relação com o cliente e em sua experiência
a fim de o fidelizar.
De modo que esta otimização geral seja factível é imprescindível conhecer as ferramentas disponibilizadas pela gestão de qualidade,
ideais para não apenas entender processos referentes ao serviço ou produto em questão, mas também para fomentar soluções para os
problemas analisados através de ações preventivas que irão evitar que o mesmo problema se repita prejudicando a performance da em-
presa diante do mercado. São sete ferramentas úteis e aplicáveis dentro de qualquer organização aptas para beneficiar equipes inteiras.
Observe a seguir:

Fluxograma
O fluxograma, também conhecido como gráfico de procedimentos ou fluxograma de processos, tem a função de demonstrar o per-
curso existente durante a produção de determinado serviço/produto de modo real, ou seja, da forma como atualmente ocorre, e de modo
ideal, como deveria ocorrer, podendo haver diversas variáveis e correlações entre atividades e processos.

Esta ferramenta possibilita visualizar o início e o fim de um processo, as atividades pertinentes a ele, os pontos decisivos e o fluxo das
atividades. Através dele é possível identificar deficiências ou desvios no processo de produção. Sua representação se dá através de qua-
dros e formas geométricas que ilustram etapa a etapa o processo, além disso ele conta com elementos em símbolos, cuja representação
facilmente identificável permite a equipe uma visualização clara do passo a passo do processo produtivo de modo que possam identificar
a melhor rota para o produto ou serviço a que se refere, eliminando ou incluindo novas etapas que possam auxiliar a equipe a alcançar
melhores resultados.

Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa, conhecido como Espinha de Peixe devido sua aparência, é um modo de representação gráfica documental
criado por Kaoku Ishikawa útil para indicar o que possivelmente seriam as causas de certos problemas na gestão e suas respectivas reper-
cussões, ele explora com profundidade as possíveis variáveis que influenciam negativamente o processo de produção de um produto ou
serviço, capazes de interferir em sua qualidade.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO

A fim de aplicar o diagrama corretamente, estabelecem-se categorias em nível macro para levantar as possíveis causas de um proble-
ma, ou seja, o seu local de origem. Estes tópicos podem ser divididos em:
1) Mão-de-obra: pode ser a origem de algum problema quando se refere à ação de um funcionário ou colaborador da empresa.
2) Materiais: trata-se de quando o material usado não está adequado e pode se tornar o causador de problemas no trabalho.
3) Máquinas: quando há defeitos no maquinário da empresa.
4) Medidas: trata-se de quando uma medida tomada foi o causador do problema.
5) Métodos: refere-se ao uso de uma metodologia que não está adequada ao e possivelmente causará problemas.
6) Meio ambiente: trata-se de quando problemas no meio ambiente (como, poluição, aquecimento global, mudanças climáticas) são
causadoras de problemas.

A partir da identificação de um ou mais destes itens, é possível tomar medidas para atingir o resultado esperado a partir deste pa-
norama das possíveis causas e consequências que os problemas analisados podem sofrer caso não se tome ação, sendo assim uma útil
ferramenta para se visualizar relações de causa e efeito.

Folhas de verificação
Uma outra ferramenta aplicada em gestão de qualidade são as folhas de verificação, documentos comuns, como planilhas e tabelas,
feitos de modo simples, intuitivo e prático para agilizar a coleta de dados e a confirmação de informações pertinentes ao produto ou ser-
viço. As folhas de verificação servem para facilitar a compreensão da realidade do produto ou serviço, economizando tempo da equipe e
otimizando o entendimento dos processos produtivos no trabalho em prol da resolução de problemas e implementação de ideias e solu-
ções úteis para a otimização do produto.
As informações contidas nos documentos devem ser anteriormente estabelecidas para que nas folhas sejam registrados dados que
serão ticados, como em uma lista, sobre o andamento do processo de produção da empresa. Considere que os pontos mais relevantes a
se analisar quanto a determinado produto sejam seu funcionamento e sua aparência, sendo assim seleciona-se alguns tópicos (eficiência,
agilidade, tempo de uso, ergonomia, facilidade de manejar, entre outros) que poderão auxiliar na melhor visualização de seus pontos
positivos e negativos.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Diagrama de Pareto

Este diagrama em forma de gráfico é capaz de identificar a concentração de uma variável, indicando as causas essenciais de um pro-
cesso. Por meio deste diagrama, o é possível compreender melhor e combater a raiz das causas de certos problemas de modo prioritário
a fim de assegurar alto índice de produção e produtividade.
O diagrama de Pareto baseia-se no princípio de Pareto que explica que 80% das consequências ou efeitos de uma ação tem relação
direta com 20% das causas. O gráfico numérico, então, computa dados precisos que, além de oferecer melhor visualização das relações en-
tre variáveis, facilita a visualização de pontos que precisam de melhoria para aumentar o desempenho da empresa quando aos processos
produtivos, pois redireciona o olhar para campos que de fato precisam de intervenção de modo prioritário.
Os dados do gráfico são específicos para cada empresa ou produto, de modo que não se pode aplicar exatamente os mesmos pontos
do diagrama de um produto a outro, pois cada qual possui suas próprias particularidades e especificidades. Por exemplo, a análise de um
serviço requer a presença de tópicos mais subjetivos como o tempo de permanência do cliente no espaço (caso seja um local), a satisfação
do cliente pós-serviço, relacionamento cliente e fornecedor, entre outros, enquanto um produto precisa incluir uma análise de seus aspec-
tos não apenas financeiros e ligados à experiência, mas a aspectos físicos e cognitivos em relação ao cliente.

Histograma

O histograma é também uma forma de representação gráfica cuja função é representar a distribuição de frequências de alguns dados em
determinado período de tempo, por meio de barras. Este recurso auxilia a compreensão da quantidade ou volume de produtos inadequados,
problemas ou conflitos quanto a medidas, entre outros itens como peso, largura, comprimento, tempo, temperatura, volume, preço, etc.
De modo claro, um histograma possibilita permite que a empresa saiba o número de vezes que algum dos itens ocorreu ao longo do
processo. Seu propósito está em facilitar a resolução de conflitos através da visualização de uma análise real do processo evolutivo e gra-
dativo de determinado produto ou serviço, identificando suas tendências.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Diagrama de dispersão
O Diagrama de Dispersão ou gráfico de correlação, trata-se de uma ferramenta de representação gráfica dos valores de duas variáveis
relacionadas a um mesmo processo simultaneamente, o que possibilita eliminar interferências e interpretações erradas quanto demais
variáveis ou causas de um problema.

Este diagrama se baseia em variáveis independentes, ou seja, quando ações e situações não tem relação, e variáveis dependentes,
quando uma ação está diretamente ligada a outra; estas variáveis são identificadas e investigadas através de correlações que se estabele-
cem entre elas, podendo ser positivas (quando duas variáveis aumentam na mesma direção no gráfico), negativa (quando diminuem na
mesma direção ou nula (quando não há cruzamento de dados, eles ficam dispersos e, portanto não há correlação).

Cartas de controle
Cartas de controle são ferramentas utilizadas para identificar as estatísticas e tendências de certos desvios e mudanças de comportamento
quanto a alguns pontos de observação dentro de determinado tempo e espaço. Esta ferramenta é muito utilizada a fim de observar se o processo
está ocorrendo de maneira controlada e ordenada, sem alterações consideráveis que possam prejudicar o andamento do processo produtivo.

Os desvios ou alterações podem ser observados em linhas que divergem em pontos específicos e permitem um acompanhamento
geral da equipe quanto aos processos produtivos a fim de identificar pontos que podem ser preocupantes, e que por vezes passariam
despercebidos, e devem ser melhor trabalhados.

TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS

De modo geral, as empresas, a partir de sua formação, geram custos constituídos por aluguéis de escritórios, instalações, salários de
funcionários, manutenção e várias outras despesas que formam os custos fixos e passam a existir quer a empresa tenha faturamento ou
não. É no mercado, através da utilização das ferramentas mercadológicas, que a empresa busca não só obter recursos para fazer frente a
todas essas despesas, como também alcançar objetivos financeiros20.
20 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Complementar_27148.pdf

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Para compreensão das atividades mercadológicas possíveis a Venda Pessoal
uma empresa, define-se marketing como a área do conhecimento Percebe-se que dentro dos esforços de comunicação que uma
que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, empresa pode estabelecer, a literatura de marketing (básica), ge-
orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consu- ralmente, classifica vendas pessoais como uma das ferramentas de
midores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando comunicação disponíveis, como uma das formas da empresa levar
sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações cau- sua mensagem aos grupos de consumidores almejados por ela. A
sam no bem-estar da sociedade. venda pessoal é definida como um processo de comunicação pes-
A atividade de vendas exerce papel de extrema importância soal em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de
para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes.
atividade isolada; ela depende de uma estratégia de marketing bem O processo de comunicação está na essência de uma venda, no
elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e entanto o seu papel como “distribuidor” de produtos em diversos
outras atividades promocionais. Portanto, qualquer estudo de ven- momentos não pode ser ignorado. Salienta-se, dessa forma, a ques-
das exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de tão em relação a vendas pessoais como sendo um formato de canal
seus relacionamentos: de distribuição, ou seja, eles são agentes responsáveis por levar os
produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os disponíveis.
Marketing engloba todas as atividades concernentes às rela- Venda pessoal é o lado acentuado do marketing, porque ocorre
ções de troca quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os
Em marketing, as trocas são realizadas para trazer satisfação compradores em potencial. A força de vendas funciona como um
para ambas as partes, sendo a empresa uma das partes e os con- elo entre a empresa e os clientes, sendo que a verdadeira diferença
sumidores outra. Assim, a relação deve ser benéfica para todos en- está relacionada com o papel que a força de vendas pode ter em
volvidos. uma empresa; ela pode ser um canal de comunicação ou distribui-
Enquanto de uma parte, espera-se o poder aquisitivo e auto- ção ou ambos, como ocorre na maioria das vezes.
ridade para comprar, da outra espera-se produtos e serviços que Deve-se destacar a seguinte informação em relação aos tipos
atenda suas necessidades. Além disso, é importante saber que cada de clientes (mercados-alvo): mercados industriais compostos por
parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. outras empresas ou instituições são caracterizados por número me-
O sentido proposto nessa definição é bastante amplo: nele está nor de compradores e, geralmente, estão concentrados geografi-
incluído não somente o conceito de troca de mercadorias, mas tam- camente se comparados a empresas que vendem a consumidores
bém de qualquer outra coisa em que haja objeto para permuta. finais (vendedores de produtos de consumo como alimentos e ele-
trodomésticos). Isso torna mais viável e eficaz o uso de vendedo-
Relação de troca orientada para a satisfação dos desejos e ne- res para a realização de vendas ao invés de vendas por telefone ou
cessidades dos consumidores mesmo pela internet.
O que caracteriza a comercialização moderna é a aplicação do Em marketing industrial, vendas pessoais recebem uma impor-
conceito de marketing, o qual determina que as empresas devem tância muito grande, tornando-se muito mais do que simplesmente
procurar satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores. uma ferramenta importante de comunicação ou um formato impor-
Através da aplicação deste conceito, as empresas poderão contar tante de canal de distribuição. A necessidade de aumentar a fideli-
com lucros a longo prazo pela formação de clientes satisfeitos. Por zação de clientes valiosos tem feito com que estratégias de vendas
isso, todas as atividades concernentes às realizações de troca de- pessoais sejam utilizadas em conjunto com programas de relaciona-
vem visar a esses objetivos. mentos com clientes e automação de vendas, como os programas
de Customer Relationship Management (CRM).
Visando alcançar os objetivos da empresa
Além da orientação ao consumidor, a empresa terá outros ob- Pré-abordagem
jetivos. Eles poderão ser quantitativos, como obter lucros ou de- A Pré-abordagem faz parte das Etapas do processo de vendas.
terminada fatia de mercado, ou qualitativos, como projetar uma O processo de vendas é uma sequência de etapas por meio da qual
imagem de competência. os vendedores realizam a venda, conforme demonstrado a seguir21:
O programa mercadológico deverá sempre ser adaptado a es-
ses objetivos preestabelecidos. 1. Prospecção e qualificação
O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes
Considerando o meio de atuação potenciais. Os vendedores podem qualificar os clientes potenciais
A aplicação de marketing é ainda mais complexa do que conhe- por meio do exame de sua situação financeira, volume de negócios,
cer o consumidor e, a partir dele, estabelecer um composto mer- exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continui-
cadológico mais adequado. O ambiente em que as decisões devem dade no mercado, tendo de ser capazes de desenvolver suas pró-
ser tomadas é bastante complexo. prias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais.
Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendi-
Considerando o impacto que essas relações causam no bem- mento;
-estar da sociedade
As práticas mercadológicas de algumas empresas às vezes afe- 2. Pré - abordagem
tam o meio ambiente, como a poluição do ar e da água dos rios. Os Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as
homens de marketing, entusiasmados com o sucesso de seus em- suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra)
preendimentos, deixam muitas vezes de pensar nos prejuízos que para se decidir a melhor abordagem a ser empregada.
podem causar à sociedade. Deve-se também considerar o melhor momento para a aborda-
É responsabilidade dos profissionais da área desenvolver estra- gem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões;
tégias sem causar prejuízo ao meio ambiente, ou ao bem-estar da
população.
21 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
mentar_27148.pdf

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
3. Abordagem A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades que
Inicialmente, o vendedor deve saber como saudar o comprador busca as necessidades reais do cliente. Essa abordagem requer do
para obter um bom começo de relacionamento. Deve-se mostrar vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas.
cortesia e evitar distração, como, não os interromper e olhar direta- Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, es-
mente em seus olhos. A apresentação ao cliente deve ser agradável perando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro.
e positiva. De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o
Os tipos de abordagem de vendas classificam-se em: estímu- auxílio de folhetos, catálogos, slides, DVDs, amostras de produtos e
los-resposta, estado mental, satisfação de necessidades e solução simulações baseadas em computador;
de problemas;
5. Superação de objeções
A venda estímulo-resposta Os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apre-
A venda por meio deste tipo de abordagem estímulo-resposta sentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A
é uma das mais simples. O vendedor provoca estímulos no cliente resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica
através de um repertório de palavras e ações destinadas a produzir pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações
a resposta desejada, que é a compra. desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a to-
Esse é um tipo de abordagem muito utilizada na “venda enlata- mar decisões.
da” em que o vendedor tem um texto decorado acompanhado de A resistência lógica relaciona-se com a resistência ao preço
uma série de dramatizações ensaiadas, visando comover o cliente. ou não concordância com o prazo de entrega. É necessário que o
Esse tipo de venda nem sempre é bem aceita pelo compra- vendedor treine exaustivamente suas técnicas de negociação para
dor que prefere estabelecer diálogo com o vendedor. No entanto, superar essas objeções.
qualquer interrupção na representação de venda reduz o impacto Para lidar melhor com as objeções deve-se atentar para os se-
emocional. guintes aspectos:
• Identificar o melhor produto ou serviço da empresa para
A venda estado mental atender a necessidade do cliente;
A venda com base no estado mental é também conhecida com • Preparar o roteiro de Apresentação da Solução enfatizando as
AIDA, ou seja, venda que busca despertar no comprador atenção, informações colhidas no cliente;
interesse, desejo e ação de compra. Nesse caso, a mensagem de • Preparar a argumentação dos benefícios decorrentes da so-
vendas deve prover a transição de um estado mental para outro e lução apresentada;
esse é exatamente a maior dificuldade do método. • Preparar-se para as objeções do cliente.

A venda de satisfação de necessidades Os principais tipos de objeção são referidos a seguir:


O pressuposto básico desse método é de que o cliente compra • Em relação ao vendedor – alguns clientes têm dificuldade em
produtos ou serviços para satisfazer a uma necessidade específica se relacionar com determinados vendedores. Não vem ao caso que
ou a um elenco de necessidades. Nesse caso, a tarefa do vendedor está com a razão, cabe ao vendedor remover as objeções decorren-
é identificar necessidades a serem satisfeitas. tes do seu estilo de venda ou da sua postura frente ao cliente;
Para tanto, o vendedor deve utilizar as técnicas de questiona- • Em relação ao produto/serviço – os clientes podem levantar
mento para descobrir necessidades para, em seguida, oferecer ma- objeções por terem dúvidas se determinado produto/serviço real-
neiras de satisfazê-las. mente atenderá as suas necessidades. Cabe ao vendedor identificar os
Nesta técnica é preciso que o vendedor crie um clima amistoso, benefícios que maior relevância terão para a decisão do cliente;
num ambiente de baixa pressão para obter a confiança do cliente. • Em relação ao preço – esta não é necessariamente uma objeção,
Essa técnica é também chamada de “venda não manipulada”. mas um dos fatores da negociação. O vendedor deve retardar ao máxi-
mo a discussão sobre o preço evitando falar em valores antes de expor
A venda de solução de problemas as vantagens e benefícios do produto/serviço ao cliente;
Esta técnica inicia-se com a identificação dos problemas do • Em relação a mudar de fornecedor – a troca de fornecedor
cliente, em seguida, deve ser feito um estudo para encontrar a me- sempre representa um risco para o comprador e os decisores da
lhor solução e assim atender às expectativas do cliente. compra. As mudanças internas decorrentes podem afetar o desem-
penho da empresa e exigir um período de adaptação ao novo forne-
4. Apresentação e demonstração cedor. Para contornar esta objeção o vendedor precisa de credibili-
O vendedor, nesta fase, deve apresentar o produto ao compra- dade e cuidar pessoalmente para que as primeiras entregas estejam
dor de forma que atraia sua atenção e desperte o desejo de efetuar
de acordo com o que foi vendido ao cliente;
a compra. Na apresentação, o vendedor deve realçar os benefícios
do produto e mostrar suas principais características que sejam evi-
6. Fechamento
dentes para a obtenção desses benefícios.
Neste estágio, o vendedor tenta fechar a venda, porém, alguns
Três estilos diferentes de apresentação são os mais utilizados
não chegam ou não obtêm êxito nesse estágio. Por vezes, se sen-
pelos vendedores: o primeiro e mais antigo é do tipo abordagem
tem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que
enlatada, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua expo-
assine o pedido.
sição que se resume aos pontos básicos do produto, baseia-se no
princípio estímulo-resposta no qual o comprador é o agente passivo Os agentes de vendas precisam saber como identificar ações
que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo, físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores
imagens, termos e ações. Esse tipo de abordagem é utilizado princi- que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de
palmente na venda porta a porta e por telefone. fechamento, pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do
A segunda abordagem planejada também é baseada no prin- entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou
cípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipada- B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para
mente as necessidades e o estilo de compra do cliente para depois fecha a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar
abordá-lo com uma apresentação planejada. ou um brinde.

14
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Com ele, se poderá criar conexões relevantes com os usuários
NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE LEA- da Internet e gerar interesse nos produtos ou serviços.
DS; TÉCNICA DE COPYWRITING; GATILHOS MENTAIS;
INBOUND MARKETING Como gerar leads através de um blog
O principal responsável por atrair os leitores a um blog e fazer
— Geração de leads com que eles voltem é, com certeza, o conteúdo. Por meio das pos-
Lead é uma pessoa que demonstrou interesse por algum con- tagens, os leads podem ser incentivados a assinar newsletters, co-
teúdo que uma empresa ofereceu. E, em troca, ela se dispôs a ceder mentar, apresentar os interesses, curtir as páginas nas redes sociais
informações pessoais (como nome, e-mail, telefone, etc.), em troca e compartilhar as publicações.
desse conteúdo22. Além disso, elas podem ser direcionadas para landing pages,
Se antes qualquer contato era visto como um potencial cliente, com ofertas de materiais ricos, onde um visitante do blog poderá
com a geração de leads esse conceito mudou. A partir dos interes- virar um lead. Uma boa prática para gerar leads com os artigos do
ses desse contato e das informações fornecidas, é possível focar os seu blog é adicionar CTAs (Callto Action, ou Chamada Para a Ação,
esforços e recursos da equipe de vendas em pessoas que realmente em português) ao final de cada post.
podem se tornar clientes, ou seja, gerar leads é o mesmo que gerar Eles irão instigar o leitor a realizar uma ação, como fazer do-
contatos interessados, que serão classificados de acordo com o po- wnload de um ebook ou conferir uma promoção que se está rea-
tencial que eles têm de se tornarem consumidores. lizando.
Diversos canais digitais podem ser utilizados para gerar leads,
desde redes sociais até softwares mais complexos de automação → Site corporativo
de marketing. Em qualquer um, a geração de leads tem como base Já estando educado o lead, precisa-se apenas de algumas in-
a utilização de informações disponíveis sobre o comportamento e formações necessárias para fazer a decisão de compra. O site é o
perfil demográfico dos usuários. lugar ideal para divulgar informações que precisam ser facilmente
encontradas.
Importância da geração de leads
Como gerar leads com um site corporativo
O processo de compra tem se transformado, e os profissionais
de marketing precisam achar novos caminhos para estabelecer uma Um site e um blog são como cartões de visita. Por isso, é muito
comunicação com o público em meio a tantas informações. Ao in- importante assegurar que a experiência do usuário será a melhor
vés de se ir de encontro aos consumidores somente com publicida- possível e que todas as informações relevantes são de fácil acesso.
de de massa, veiculadas em mídias como o rádio, TV e banners em Algumas informações indispensáveis que deve se ter em um
grandes sites, gerar leads faz o processo inverso, ou seja, faz com site são:
que as pessoas se sintam atraídas pela marca específica. Contato;
Assim, empresa e consumidor aprendem a construir, continua- Redes sociais;
mente, um relacionamento. Essa relação faz com que cada marca se Informações institucionais;
estabeleça não como mais uma no mercado, mas como uma autori- Descrição de serviços e produtos;
dade e, consequentemente, um referencial. Promoções ou ofertas.
Outra vantagem da geração de leads é a previsibilidade, pois
leads não surgem do nada. Canais como redes sociais e softwares → Redes sociais
de automação de marketing, utilizados para geração de leads, per- As redes sociais podem não ser o principal meio onde ocorre
mitem que os resultados da estratégia sejam mensurados, e que o a geração de leads, mas muitas oportunidades de negócios podem
retorno dos investimentos seja avaliado, para ser aplicado da me- ser geradas dentro delas. Elas também podem ser a origem de uma
lhor maneira possível. longa relação entre consumidor e empresa.
Por fim, atração de leads é resultado do interesse do usuário, Ideais para promover o negócio e conectá-lo aos consumidores
pois não se invadiu o espaço dele, ou o abordou de maneira intrusi- de uma forma mais personalizada, as mídias sociais se tornaram
va, o que tem incomodado muitos consumidores atuais. Por isso, a muito mais do que plataformas para pessoas que desejam se en-
relação passa a ser de empatia, e não de intolerância. contrar e comunicar. A abundância de informações, a habilidade de
alcançar o máximo de pessoas e a facilidade de gerar engajamento
Formas de geração de leads em torno de produtos e serviços são apenas alguns dos fatores que
O processo de geração de leads se baseia em um intenso cuida- tornam as mídias sociais um terreno tão fértil para a geração de
do com o conteúdo. Para isso, é preciso investir em uma estratégia leads.
que cative a atenção dos potenciais clientes. Se for produzido con-
teúdo de qualidade e que também seja relevante para a persona, as Como gerar leads através das redes sociais
pessoas vão demonstrar um interesse genuíno no respectivo negó- Para se potencializar a geração de leads deve-se aprender a
cio, desenvolvendo uma relação direta com a empresa. aproveitar o melhor dessas ferramentas elencadas abaixo:
Assim, obter informações que possam facilitar a qualificação, Definir a persona;
contato com os leads e fechar a compra será muito mais simples. Descobrir as redes sociais ideais para a persona;
São formas de geração de leads: Explorar o potencial de cada rede social;
Gerar conteúdo rico para as personas;
→ Blog Divulgar os conteúdos do blog nas redes sociais.
Hoje em dia, ter uma boa presença online já deixou de ser uma
opção para empresas, tornou-se uma obrigação. Um bom começo → Mídias pagas
para aumentar a visibilidade de uma marca é ter um site. Muitas redes sociais possuem ferramentas de anúncios direcio-
No entanto, isso não é suficiente para gerar leads. Ter um blog nados. Em sites como o Facebook, por exemplo, o anunciante pode
corporativo é essencial para interagir com uma audiência que traba- criar um post patrocinado e segmentado.
lha, compra, vende e se relaciona online.
22 https://www.academia.edu/38646426

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Com isso, as campanhas de geração de leads podem ter um im- Formas alternativas de geração de leads
pacto maior nos resultados. Se houver interesse em se investir em
mídias pagas para aumentar o alcance, também pode se considerar → Gamificação
o AdSense. Pensando em como seria divertido gerar leads através de
Nesse caso, o anúncio é divulgado em vários sites de acordo conteúdos interativos e divertidos, profissionais de diversas áreas
com o histórico na web de cada usuário. buscaram na indústria dos jogos uma inspiração para envolver os
públicos em suas ações. A gamificação é uma estratégia de intera-
Como investir em mídias pagas pode aumentar a geração de ção entre empresas e pessoas que se baseia no oferecimento de
leads incentivos capazes de estimular o engajamento do público com as
Deve-se investir em mídia paga quando se deseja impactar os marcas de uma forma lúdica.
canais e lugares onde o público está. A disputa por atenção orgânica
é muito alta, e uma boa forma de se destacar nessa situação é atra- → Pesquisas
vés de anúncios pagos. Além de ser uma forma inovadora para a geração de leads,
Na hora de escolher em que investir, a melhor opção será sem- pesquisas de mercado também trazem autoridade para uma marca.
pre aquela que gera melhores resultados com menores custos. E Isto porque se está ajudando todo o mercado a entender as tendên-
os melhores resultados dependem tanto dos objetivos quanto da cias e projeções da área.
persona a ser alcançada.
O uso de AdSense, por exemplo, pode ter o alcance limitado → Ferramentas
caso a empresa lide com pessoas com maior conhecimento técnico, Criar uma ferramenta não é um processo fácil, pois geralmente
uma vez que esse tipo de persona costuma investir em bloqueado- envolve processos técnicos e trabalhosos. Porém, ela é uma exce-
res de anúncios na web. No entanto, os investimentos do Google na lente forma de geração de leads.
plataforma de anúncios fizeram dela uma das ferramentas de maior Deve-se oferecer algo que seja prático para o público através
sucesso para quem pretende divulgar campanhas e ofertas em um do levantamento de problemas e questões enfrentados por ele.
grande número de páginas simultaneamente.
Sites como o Twitter e o Facebook possuem modelos de anúncios → Programas de indicação
mais direcionados e que podem ter um engajamento direto com os Clientes felizes são um recurso poderoso para a reputação de
consumidores. Ao patrocinar um post, a empresa poderá definir a sua uma empresa. Deve-se criar programas de incentivo às indicações,
segmentação por meio de fatores como faixa etária e renda média. oferecendo descontos, produtos exclusivos e bônus.
Assim, o crescimento da empresa em meios digitais será am- Providenciar links de referência para que os consumidores pos-
pliado com a divulgação mais precisa de conteúdos e campanhas sam engajar mais pessoas através das redes sociais.
voltadas para a web. Quanto mais alcance esses conteúdos possuí-
rem, maior a visibilidade da respectiva empresa e, consequente- → Promoções
mente, as oportunidades de geração de leads. Para conquistar leads, é importante enviar conteúdos apropria-
dos para as demandas que elas têm. Afinal, o objetivo é ser útil para
→ Co-marketing os futuros clientes.
Criar parcerias com segmentos complementares ao negócio e Deve-se usar títulos bem criativos, indo além das soluções tra-
incentivar uma rede de divulgadores de links pode ser um passo dicionais. Promoções, por exemplo, são eficientes para atrair mais
eficiente para o Link Building, ou seja, o conjunto de técnicas de SEO pessoas.
que buscam conseguir links de outros sites. Estas ações aumentam Enquanto novos clientes usufruem de códigos de desconto ou
a autoridade da marca, melhoram o posicionamento nas pesquisas sorteios, clientes fiéis podem ganhar algumas regalias, como acesso
e direcionam maior tráfego para os artigos do blog. exclusivo a lançamentos, brindes, amostras de produtos e acesso a
eventos promocionais.
Como gerar leads utilizando co-marketing
O co-marketing é uma maneira de fazer marketing de forma — Técnica de copywriting
compartilhada. Isto ocorre quando duas empresas têm semelhan-
A forma como se escreve um texto pode influenciar o leitor, es-
tes personas e alinham seus interesses e esforços para impactar o
timulando a compra de um produto. Isso é possível de acordo com
potencial cliente de uma maneira a gerar benefícios para as duas
uma técnica chamada “Copywriting”23.
empresas envolvidas.
As técnicas de copywriting consistem em criar conteúdos em
Esta estratégia faz sentido quando as empresas desejam cons-
formas de “textos persuasivos” que podem fazer diferença na estra-
truir autoridade, gerar tráfego orgânico e atingir mais pessoas. Isto
tégia de marketing e convencer os leitores a adquirirem um produto
porque, em estratégias de co-marketing, se acessam novos poten-
ou serviço. A escrita é uma arte milenar e sempre foi usada para
ciais clientes, que não tinham contato com a marca.
A parceria pode acontecer a através de um conteúdo rico diversos fins, e um desses fins é a publicidade.
(ebook, por exemplo) elaborado e divulgado pelas duas partes, ou O termo copywriting surgiu como redação publicitária, mas
mesmo um artigo de blog escrito por uma empresa e publicado no veio se atualizando e, atualmente, com o advento da internet e do
blog da empresa parceira. Através do co-marketing, se poderá atin- marketing digital, tornou-se essencial com o objetivo de oferecer
gir a base de contatos do parceiro e gerar novas leads a partir desse um conteúdo para o cliente e conversar com ele, com o intuito de
contato. convidá-lo para a ação, conduzindo-o para uma tomada de deci-
A melhor maneira para gerar leads com essa estratégia é por são. Ao se elaborar um texto bem estruturado poderá se conseguir
meio da criação e divulgação de um material rico em conjunto, pois atrair clientes para comprar produtos.
já se receberá os dados de contatos do parceiro, que podem se tor- Porém, antes de se começar a escrever o texto, existem algu-
nar potenciais clientes. No entanto, a troca de artigos de blog tam- mas premissas que irão fornecer o embasamento e as informações
bém pode ser um ótimo começo para se tornar conhecido por essa necessárias para dar o pontapé inicial no argumento de vendas. Ve-
nova audiência, levar novos visitantes para o site, encantá-los com jamos:
o conteúdo e consequentemente gerar leads.
23 https://pocketbook4you.com/pt/read/copywriting

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Contexto → Título
Sempre ao se escrever um texto, é preciso que se entenda o O título, ou headline, é a primeira conexão que se terá com os
contexto no qual o assunto se insere, qual público irá se interessar leitores, por isso, causar uma boa impressão é essencial. Para que
por isso, as necessidades, preferências e qual produto pode ajudá- se faça um excelente título, utiliza-se a fórmula dos 4 U’s:
-los a resolver esse problema.
Assim, o texto será redigido, levando em consideração todas as Urgente
características desse contexto, tornando mais fácil a identificação Um título urgente mostra para os leitores que existem questões
do leitor com o assunto tratado. reais a serem observadas e que demandam urgência na resolução;

→ Solução Único
O objetivo do copywriting é guiar o leitor rumo a uma tomada Quando um cliente tem a sensação de que está vendo algo to-
de decisão e escolher a solução para o problema abordado. talmente novo e que não existe em outros lugares ele com certeza
se sentirá interessado pelo produto;
→ Gancho
No copywriting se tem um curto espaço para convencer o Útil
consumidor a ler o texto completo, ou seja, é preciso que haja um Antes de ser único ou urgente, o título precisa ser útil. Afinal,
gancho bem elaborado por meio de um título ou subtítulo que vai se o título não for útil, ele não vai agregar para o leitor, assim, se
capturar as pessoas, e fazer com que elas fiquem querendo saber a deve atrair o leitor mostrando que aquilo que ele lerá realmente
resposta para o este gancho. terá algum impacto na vida dele;

→ Promessa Ultra específico


Tendo o leitor já sido “fisgado”, a tarefa agora é de mantê-lo, Quanto mais específico é um conteúdo, mais útil ele é. E quan-
por isso a promessa é tão importante. A promessa é um compro- to mais útil, mais atraente ele se torna.
misso que se vai estabelecer com o leitor. Pode-se ser mais específico fornecendo mais detalhes para os
Em outras palavras, é preciso que se mostre para o consumidor leitores, por exemplo, mostrando números que trarão dados reais,
que o texto vai oferecer alguma resposta para ele, que está atrela- detalhados e específicos sobre determinado assunto.
da ao questionamento feito no gancho. Ao fazer essa promessa, se
demonstra segurança de que a pergunta será respondida e cabe ao → Call-to-action ou Chamada para Ação
escritor entregar, no decorrer do texto, o que foi prometido. Um convite ao leitor, uma chamada para ação ou, como é nor-
malmente chamado, call-to-action (CTA), tem como principal obje-
→ Persona tivo, fazer o leitor tomar uma decisão. Um call-to-action poderoso é
Para um texto eficaz, é crucial saber quem é o leitor, ou seja, sa- formado pelos seguintes tópicos:
ber quem é o cliente, quais suas necessidades e principais caracte- Contexto: o CTA deve estar incluído no contexto do copywri-
rísticas. A persona é a representação do cliente e ajuda a identificar ting;
o perfil das pessoas que interagem com o negócio. Especificidade: ser específico pode ajudar a despertar o inte-
resse do leitor;
→ Emoção Verbos: utilizar verbos no imperativo (exemplo: clique no link)
Um copywriting sem emoção tem grandes chances de falhar. ou no infinitivo (exemplo: clicar no link), para induzir e estimular o
Deve-se utilizar algumas emoções que podemos sentir e que po- leitor a realizar a ação;
dem ser usadas para tornar o texto ainda melhor, por exemplo, rai- Escassez: a escassez pode ser um bom recurso a ser utilizado
va, admiração, excitação, simpatia, triunfo, nostalgia, entre outras. para dar senso de urgência ao cliente e fazê-lo realizar a ação.
Existem ainda algumas Técnicas Simples e Eficazes ou Overview,
→ Estrutura utilizadas no texto, que apesar de aparentarem serem simples, são
Com a estrutura correta e utilizando as melhores palavras no táticas que trazem grande retorno. Vejamos:
texto, as chances de conversão serão altíssimas.
O Uso do “Você”
O Modelo AIDA No contexto do copywriting, conexão é essencial. E na língua
O modelo AIDA é considerado um dos maiores fundamentos de portuguesa, uma das melhores formas de fazer isso é através de um
propaganda e marketing, que descreve as etapas para se conseguir pronome pessoal de tratamento: “você”.
atrair o cliente e convertê-lo para a venda. Essas etapas são: Quando se utiliza esse termo, se consegue criar essa conexão
Atenção: é onde o cliente vai conhecer a marca e saber que com o leitor e fazer com que a mensagem seja melhor entendida
ela existe. Isso é feito geralmente por meio de publicidade, onde o por ele.
objetivo é conquistar o interesse desse cliente;
Interesse: o cliente passa a se interessar pela marca e conhecer Storytelling
mais sobre ela, entendendo seus benefícios e como ela pode resol- Storytelling é uma forma de arte muito antiga e uma valiosa
ver seus problemas; forma de expressão humana usada de diversas maneiras, que signi-
Desejo: conhecendo os detalhes da sua marca, o consumidor fica contar histórias. Pessoas são movidas e conquistadas por histó-
passa a desejar o produto, ou seja, se conseguiu provocar a curiosi- rias bem contadas, principalmente aquelas que despertam gatilhos
dade do cliente e instigá-lo a comprar o produto; mentais nas pessoas.
Ação: chegado à etapa final, é neste ponto que o cliente toma Grandes marcas fazem uso desse artifício, como a Coca-Cola,
a decisão e realiza a compra do produto. por exemplo.
Além das premissas e a estrutura do texto, faz-se necessário
entender alguns elementos que o formam, como título e call-to-ac-
tion. Vejamos:

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
— Gatilhos mentais Muitas pessoas acreditam que Inbound Marketing e Marke-
Gatilhos mentais são os estímulos que o cérebro humano re- ting Digital são sinônimos, mas isso não é verdade, pois também é
cebe para a tomada de decisão. Quando se trabalha com vendas, é possível fazer Outbound Marketing nos meios digitais. Contudo, o
essencial ter consciência desses gatilhos e entender quais e de que Inbound Marketing utiliza-se das ferramentas de Marketing Digital
forma podem ser usados nos momentos-chave da negociação24. (site, blog, mídias sociais, mecanismos de busca etc.) para colocar
Tomar decisões exige muito esforço, mesmo que não se perce- em prática as estratégias, e por isso os dois conceitos estão intima-
ba. Por causa disso, a mente adota “atalhos” na hora de fazer algu- mente relacionados.
mas escolhas. Esses atalhos são chamados heurísticas, e envolvem Uma vez que o processo de compra está mudando cada vez
o focar em apenas um aspecto de um problema complexo, ignoran- mais, o Inbound Marketing é uma estratégia cada vez mais impor-
do todos os outros. tante para atrair, converter e fidelizar clientes, sendo que reverte
As heurísticas interferem diretamente na tomada de decisão. a lógica de as empresas irem atrás dos clientes, e faz com que os
Os gatilhos mentais são implicações que ativam as heurísticas. É clientes procurem as empresas.
como se, em determinado momento de uma negociação, se ativas- Em um contexto de Marketing Digital, onde as pessoas têm o
se o pensamento rápido no interlocutor ao implicar algo. poder de buscar e encontrar as informações que precisam, o In-
Abaixo seguem alguns exemplos de gatilhos mentais: bound Marketing está cada vez mais presente no Marketing Digital.
Afinal, não basta reproduzir o modelo de marketing tradicional nos
Escassez e Urgência meios online; é preciso repensar a maneira como o cliente consome
Gatilho utilizado quando houver necessidade de acelerar uma na internet.
negociação e gerar urgência. Exemplos: “Eu tenho disponível o Sendo o principal objetivo do Inbound Marketing, a atração
meu melhor consultor técnico para uma reunião amanhã; depois, e fidelização de possíveis clientes para a empresa, é necessário se
só daqui a duas semanas”; “Eu tenho apenas duas máquinas desse utilizar uma metodologia que é o diferencial do Inbound. A seguir,
modelo no meu estoque, e tenho pelo menos 3 empresas interes- serão explicados os passos desta metodologia:
sadas”;
→ Atrair
Autoridade O pilar inicial do Inbound Marketing é a atração, afinal, um site
Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada do sem visitas não gera Leads. Sem os Leads não há vendas e, por con-
cliente. Exemplos: “Nós promovemos um aumento de 3x no fatura- sequência, perde-se toda a razão para se trabalhar com essa estra-
mento da empresa X com nosso método”; “Você está familiarizado tégia.
com o conceito de growth hacking? Na empresa Y nós somos auto- Assim, em vez de procurar pessoas que poderiam ter interesse
ridade nesse assunto. Temos 10 publicações tratando do assunto;
em determinado negócio/mercado, a empresa foca na construção
de algo digno de legítima atenção, e assim atrai pessoas que por es-
Prova Social
pontânea vontade se interessaram pelo assunto. O resultado disso
Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada
é um público muito mais engajado e propenso a realmente consu-
do cliente. Exemplos: “Hoje contamos com 189 clientes do seu seg-
mir o produto.
mento, todos colhendo ótimos resultados”; “Temos 1.950 usuários
Existem muitas formas de fazer isso, como por exemplo: produ-
ativos na nossa base atualmente”;
zir conteúdo em blogs, otimizar esse conteúdo para os mecanismos
Ancoragem e Ajustamento de busca (o chamado SEO ou Search Engine Optimization), fazer
Gatilho utilizado em negociações e apresentações de proposta. anúncios pagos desse conteúdo (links patrocinados) e divulgar esse
Exemplos: “Eu tenho 3 opções de contratação para esse serviço. conteúdo em redes sociais.
Uma no valor de R$ 2.500, e outras duas nos valores de R$ 2.000 e
R$ 1.000”; “Estamos com uma promoção com 50% de desconto. O → Converter
valor passa de 2.000 para apenas 1.000”. Em seguida, na etapa da conversão, os visitantes precisam vi-
rar Leads para poderem avançar no processo de compra. Quando
— Inbound marketing se fala em conversão, refere-se à ação do usuário de passar suas
O termo Inbound Marketing significa marketing de atração, e informações em troca de uma recompensa ou benefício, como uma
consiste em um conjunto de estratégias que visa atrair voluntaria- oferta de um material.
mente os consumidores para o site de uma empresa. Ao contrário É por isso que não se deve apenas atrair visitantes para um
do marketing tradicional, baseia-se no relacionamento com o con- site, mas criar oportunidades de convertê-lo em Leads. Uma das
sumidor em vez de propagandas e interrupções25. principais formas é oferecer conteúdos em Landing Pages, ou seja,
A principal diferença entre o marketing tradicional, também páginas que são voltadas para a conversão.
chamado de Outbound Marketing, e o Inbound é que, no segundo, Geralmente, essas páginas não possuem muito mais do que
quem procura a empresa é o cliente e não o contrário. Assim, são uma explicação do que é o material ofertado e as vantagens de ob-
realizadas ações com o objetivo de atrair o potencial cliente para tê-lo, e o formulário que o visitante deve preencher para se tornar
um blog ou site e, a partir dessa atração, é feito todo um trabalho um Lead. Entre as ofertas que se pode gerar para obter Leads, estão
de relacionamento com essa pessoa. as ofertas diretas (aquelas que estão mais diretamente voltadas à
Esse relacionamento é desempenhado por meio de conteúdo compra, como pedidos de orçamento, demonstração de software,
personalizado e autoral. Esse conteúdo é uma forma de educar a teste gratuito, entre outras); e as indiretas (geralmente focadas em
audiência e potenciais clientes sobre o segmento de sua empresa, estágios menos avançados da jornada de compra, ou seja, possuem
transformar a empresa em referência em determinado assunto re- o objetivo de educar e resolver problemas específicos dos Leads.
lacionado a seu mercado e influenciar na decisão de compra de fu- Alguns formatos comuns de ofertas são eBooks, webinars, fer-
turos clientes. ramentas, etc.).
24 https://www.exactsales.com.br/academia-exact-blog/gatilhos-mentais-nas-
-vendas
25 https://s3.amazonaws.com/rd-marketing-objects/ebook_guia-definitivo-
-marketing-digital/guia-definitivo-marketing-digital.pdf

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Relacionar
Pesquisas demonstram que nem todos os Leads gerados já es- ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS
tão prontos para comprar. Por isso, é preciso continuar educando o
Lead até que ele esteja pronto para a compra. Ética
É aí que entra a etapa de relacionamento no Inbound Marke- Ética é uma palavra de origem grega “ethos”, que significa ca-
ting: através de algumas estratégias, identificam-se os estágios em ráter. A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de con-
que se encontram os Leads e se faz com que eles avancem na jorna- vívio humano. No convívio social se faz necessário a obediência de
da, ou seja, será acelerado o processo de compra. certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social,
Uma das principais formas de se relacionar com os Leads é o essas são as normas éticas.
E-mail Marketing. É por meio dele que se continua oferecendo con- Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos
teúdo cada vez mais avançado para o Lead, até que perceba que ele valores e princípios dessa mesma sociedade e influenciam a forma-
está maduro o suficiente para a compra. ção do caráter individual do ser humano que nessa convive.
Mas para fazer com que o relacionamento ocorra de forma di- Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem
nâmica e não “esfrie”, é necessário automatizar o processo. Dessa exerceu atividade intelectual. Ao estabelecer juízo de valores sobre
forma, se vai nutrindo os Leads com conteúdo de forma automáti- determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a esses
ca, sem precisar enviar e-mails de forma manual. conceitos morais.
Isso faz com que o processo ocorra mais rapidamente, aumen-
tando as vendas, melhorando a retenção de clientes e diminuindo Ética Profissional
os custos de aquisição. A Ética profissional nada mais é do que proceder bem, correto,
justo, agir direito, sem prejudicar os outros, é estar tranquilo com a
→ Vender consciência pessoal dentro do ambiente de trabalho. É também agir
No final das contas, todo o trabalho de geração e relaciona- de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade.
mento com os Leads tem como objetivo gerar oportunidades de ne- A maioria das profissões possuem seu próprio Código de Ética. To-
gócio para a uma empresa. Em alguns casos, o processo de vendas dos os códigos de ética profissionais, trazem em seu texto a maioria dos
acontece dentro do próprio website. seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na empresa, alto
Em outros, é necessário o contato entre um vendedor e o po- nível de rendimento, respeito à dignidade humana, segredo profissional,
tencial cliente. De maneira geral, quanto mais complexo o produto observação das normas administrativas da empresa e muitos outros.
(maior o seu ticket), mais o processo de vendas tem de ser algo Agir corretamente hoje não é só uma questão de consciência.
consultivo, concluindo o papel da nutrição de Leads de concretizar É um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira
a venda. longa e respeitada.
Essa mudança de paradigmas, em que o Lead agora percorre Em escolhas aparentemente simples, muitas carreiras brilhan-
parte da jornada de compra antes de entrar em contato com o ven- tes podem ser jogadas fora. Atualmente, mais do que nunca, a ati-
dedor, traz diversas implicações que estão transformando o mundo tude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a di-
das vendas. Entre elas, pode-se citar: Lead Scoring (pontuação au- ferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.
tomática de Leads com base em perfis e interesses); Inbound Sales Ter um comportamento ético profissional é uma característica
(vendas realizadas de dentro da própria empresa, uma vez que os fundamental, valorize a ética na sua vida e no ambiente de trabalho.
vendedores utilizam tecnologias que dispensam o trabalho in loco,
o que reduz custos e dinamiza o processo); e CRM (em inglês, Cus- Ética e Conduta Profissional em Vendas
tomer Relationship Manager, ou seja, softwares que são capazes Frequentemente dilemas éticos se apresentam no cotidiano da
de organizar, metrificar e guardar histórico de todas as negociações tomada de decisões. Quando se trata da prestação de serviços, é
feitas pelo vendedor, auxiliando no processo de venda). bom lembrar que os recursos humanos são fundamentais, pois do
comprometimento das pessoas depende o sucesso do negócio26.
→ Analisar As próprias características dos serviços: a intangibilidade, a he-
Por fim, entra-se na etapa de análise, que é extremamente im- terogeneidade e a inseparabilidade, abrem espaço para que opor-
portante para o Inbound Marketing, já que permite avaliar quais tunidades antiéticas se manifestem colocando em prova o discerni-
estratégias estão funcionando e quais não estão e comprovar ou mento dos profissionais deste setor. A intangibilidade diz respeito
não o retorno dos investimentos, tudo sendo confirmado com base ao fato de o consumidor não poder ver nem tocar o serviço.
em dados. Isso dificulta sua avaliação sobre a qualidade do serviço entre-
As métricas devem ser “descascadas” como uma cebola, do gue, pois não consegue vê-lo, senti-lo, nem tocá-lo, portanto fica
mais geral (e estratégico) até a contribuição mais específica de cada difícil comparar o prometido com o entregue. A heterogeneidade
detalhe (operacional). É possível monitorar cada ação que ocorre acontece porque diferentes pessoas estão envolvidas no atendi-
nas interações do público com os sites, posts e campanhas, o que mento aos consumidores e, portanto, oferecendo serviços de ma-
torna o trabalho mais inteligente. neiras diferentes apesar do treinamento e do controle de qualidade.
Além disso, todo o processo pode ser otimizado detectando-se Assim, cada uma destas pessoas vai oferecer o serviço de acor-
as taxas que estão abaixo do esperado para direcionar os esforços do com sua percepção sobre ele, considerando seus hábitos, sua
do time de marketing. Felizmente, toda essa capacidade analítica cultura, a educação que trouxe da família, muito embora a empresa
do marketing é amplamente suportada por algumas ferramentas ofereça treinamento buscando a padronização. A inseparabilidade
disponíveis no mercado, como Web Analytics (sendo a mais conhe- é a característica que indica a conexão entre o consumidor e o ser-
cida e utilizada o Google Analytics) e softwares de gestão, relaciona- viço cuja prestação ele presencia.
mento e monitoramento de Leads, como o RD Station. Observe que isso não ocorre com um produto, pois não se as-
siste à fabricação do produto que consome, mas se vê a prestação
do serviço que adquiriu: o conserto do carro, a manutenção do
computador, o corte de cabelo, etc.
26 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/etica_rel_interp.pdf

19
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Condutas antiéticas em serviços • Recompensas oferecidas aos funcionários com base no re-
As características de serviços criam oportunidades para a con- sultado e não na qualidade
duta antiética das pessoas que trabalham neste setor. Abaixo se- Como exemplo, uma empresa de TV a cabo oferece bônus aos
guem algumas fontes que originam esta conduta antiética: funcionários que atenderem maior número de chamados corre
o risco de perder a qualidade do serviço prestado, pois os profis-
• Reduzido número de atributos para que o consumidor ana- sionais vão preferir atender rapidamente um consumidor para ter
lise tempo de visitar outra residência. O nível de qualidade cai e, conse-
Num primeiro momento, os consumidores tomam a decisão quentemente a satisfação do cliente também.
de compra com base nas opiniões de pessoas de sua confiança ou
nas informações do vendedor. Quando se trata da ética na venda • Necessidade da participação do consumidor no serviço pres-
pessoal, aborda-se exatamente este tema, já que o vendedor é a tado
pessoa em quem o consumidor deseja confiar para decidir pela Imagine que uma pessoa está indo comprar um computador.
compra; Para escolher o melhor equipamento, ela depende das orientações
do vendedor.
• Especialização dos serviços Além disso, é preciso que ele a ensine a utilizar os benefícios
Quando se procura um advogado, médico, dentista ou outros que este equipamento oferece. A pessoa vai para casa, mas tem
prestadores de serviços liberais, se acredita naquilo que eles pro- dúvidas e telefona.
fissionais dizem. Assim, antes de fazer a escolha por este ou aque- De maneira nenhuma o vendedor pode acreditar que uma vez
le profissional, buscam-se informações com pessoas de confiança entregue o computador, a venda está concluída, pois ele depende
para se certificar da idoneidade e credibilidade além da competên- das boas referências do cliente atendido para que efetue outras
cia profissional; vendas. Por outro lado, como o vendedor pode controlar a habilida-
de do consumidor em lidar com um computador?
• Tempo decorrido entre o serviço prestado e a avaliação do Algumas pessoas têm mais facilidade, aprendem mais rápido.
consumidor Outras, precisam de mais dedicação e, neste caso, há mais proba-
Imagine a seguinte situação: uma pessoa vai até a sua agência bilidades de haver descontentamento se o vendedor não for muito
bancária e pede para seu gerente uma orientação sobre um inves- paciente.
timento mensal que complemente sua aposentadoria. Ela só vai sa-
ber se o conselho do respectivo gerente foi bom quando utilizar o
rendimento do investimento e não antes disso;
PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS
• Falta de padronização no desempenho da prestação de ser- CLIENTES
viços
Imagine esta situação: uma mulher vai ao salão de beleza e Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al-
a pessoa com quem habitualmente corta seu cabelo não trabalha guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para
mais lá. Contudo, um outro profissional é muito bem recomenda- comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me-
do e ela decide arriscar, tendo como resultado, um corte de cabelo diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este
desastroso. recebe a mensagem através de seu emissor.
O que ela faz: corta mais ainda o cabelo? Usa um chapéu? Veja Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao
que um profissional oferece o mesmo serviço de maneira diferente ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de
de outro.
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili-
A falta de padrão implica um risco, portanto, a busca de infor-
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi-
mações é imprescindível antes escolha do profissional;
mento.
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu-
• Prestação do serviço fora do ambiente físico com o qual
profissionais mantêm vínculo dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público,
Utilizaremos a seguinte situação como exemplo: Alguém leva pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o
seu computador para consertar em uma empresa especializada, colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica-
onde o técnico que fez o orçamento do equipamento se oferece ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua
para fazer o serviço após o expediente, em sua residência, cobran- mensagem e a empatia para com o outro.
do menos do que se fizesse pela empresa.
Inicialmente, acredita-se que se beneficiará, pois pagará me- Comunicabilidade
nos. Porém, quando o técnico chega à sua casa, ele encontra outros Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos
problemas no computador, sugere troca de novas peças e novas que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos,
configurações. de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e
Em pouco tempo, a pessoa precisa chamá-lo novamente. Em transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo
geral, as empresas prestadoras de serviço têm um acordo ético com que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for-
seus funcionários para que isto não ocorra; ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de
expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite,
• Variabilidade do desempenho ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais
A participação das pessoas que prestam serviços bem como do correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa-
próprio consumidor, fazem com que seja difícil sua a padronização ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem-
e o controle de qualidade. Por exemplo, em uma mesma oficina po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles
mecânica encontram-se profissionais com a mesma formação, ex- com quem convivemos de forma natural e cotidiana.
periência e treinamento, mas que executam o mesmo serviço de
diferentes maneiras e com disposição diferente;

20
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co- durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar
municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que
clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi- ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que
do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu
em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida. público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento- está comunicando.
nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co- Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da
nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um
mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni- o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran-
cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito
falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente
um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda- mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne-
de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades
língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada- do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador
mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma
usado de maneira adequada. importância.
Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu- Cortesia
nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza-
comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi- do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como
co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa- um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens
ções, bem como a clareza e concisão do que recebe. sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es-
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no
Apresentação trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões,
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um
Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
excelente profissional.
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem
colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em-
em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês,
cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição
para causar uma boa primeira impressão. sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger
O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza.
pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo. Interesse
Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni-
uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em
público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram
diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes- nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar
soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro,
à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou
possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen- postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de-
do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive
seu público. com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so-
De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape- bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou
nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e descontentamento.
confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es- quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios,
tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações
é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta são importantes para a evolução da empresa como um todo. De-
como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo. desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte-
Atenção resse no que seu público precisa e deseja.
Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos
abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer Presteza
ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian- Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone-
os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma

21
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o
comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou- espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real
ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um
vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo. rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente
Eficiência pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio-
Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro- nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e
dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade,
o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex- tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não
ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá- agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma
tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente respeitosa.
o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa-
bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente. Objetividade
A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva
uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta- é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a
refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter- comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é
valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é uma característica que deve estar presente durante o atendimento
eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo.
e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação
profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para
vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento, um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja
preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des-
eficiente e ágil são muito maiores. contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro-
Tolerância blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a
A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação
respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função e seu sucesso.
a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas, Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade
opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera- enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição
mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni- que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma
cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen- mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido,
ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar
o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden-
tolerante e respeitoso. tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência
Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para grupo de profissionais.
ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar
outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas
empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS
um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é
possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com Embora a Pandemia do COVID-19 ainda esteja ocasionando
tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con- uma grande reviravolta nos mercados, algumas novidades que ela
flitos desnecessários onde eles se veem iminentes. trouxe foram desafiadoras, porém, se mostram como oportunida-
des a serem aproveitadas. A comercialização, por exemplo, se mos-
Discrição trou ainda mais dinâmica por conta da forma de vender e entregar
Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente, produtos e serviços de forma remota27.
deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce- Canais de Vendas são meios que os negócios utilizam para co-
dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são mercializar e entregar seus produtos e serviços aos clientes. São
sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado muitas as possibilidades, mas algumas das mais conhecidas são:
do público, por sua vez, também existem informações e dados dos loja física e virtual, quiosque em centro comercial, telefone, correio,
clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo distribuidores, franquias, marketplaces, aplicativos, entre outros.
uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten- De forma geral, os canais remotos (à distância) foram os prin-
dente o mediador desta relação. cipais protagonistas, que se destacaram com a Pandemia do CO-
VID-19. De fato, contar com a facilidade, flexibilidade e segurança
Conduta foi essencial para os consumidores experimentarem e adotarem
Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um alguns deles.
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra- Em especial, destacaram-se:
balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa.
Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o 27 https://sebraeseunegocio.com.br/wp-content/uploads/ebook_canais_de_
funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não vendas_v1.pdf?utm_campaign=Inbound+Mkt+2021&utm_content=E-book+-
está adequada ao que a empresa espera dele. Canais+de+Venda+2020+%281%29&utm_medium=email&utm_source=Email-
Marketing&utm_term=Inbound+Mkt+2021_MEI_Os+Canais+de+Vendas+que+-
se+Consagraram+em+2020

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Marketplaces sumidor. Porém, sabe-se que essa é uma tarefa que, nos tempos
Os Marketplaces podem ser considerados grandes shoppings atuais, de mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas que
virtuais pois reúnem diversos fornecedores e os conectam direta- ocorrem numa velocidade vertiginosa, vira um grande desafio, visto
mente com seus clientes. De formal geral, um marketplace reúne que aquilo que funcionava ontem talvez já não seja efetivo hoje.
diferentes tipos de produtos e serviços com o objetivo de atingir o Mas felizmente também existem vários recursos que podem
maior número de clientes possíveis. auxiliar a acompanhar de perto o comportamento do consumidor.
Alguns dos mais conhecidos no Brasil são: Magazine Luiza, Na atualidade é de extrema relevância conhecer, estudar e moni-
Mercado Livre, Americanas, Netshoes, entre outros. Porém, exis- torar constantemente o comportamento dos consumidores, pois,
tem também marketplaces especializados em determinados seg- com essa preocupação, os profissionais de marketing e gestores
mentos, por exemplo: Elo 7 (produtos artesanais), Helpie e Get Nin- empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus
jas (serviços gerais); negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes28.
Na análise detalhada dos diversos comportamentos dos con-
→ Whatsapp sumidores, é possível visar as melhores estratégias de lançamento de
Não se pode negar que esse aplicativo tornou a comunicação um produto ou a melhor forma de atacar na divulgação de um serviço,
entre pessoas muito mais fácil, veloz e versátil. Se antes mesmo da para que com isso, aconteça a relação que dar sentido ao trabalho dos
Pandemia, o aplicativo de mensagens já era massivamente utiliza- profissionais da área de marketing, que dispõe da troca entre empresa
do, por conta do distanciamento social e medidas de restrição ao e cliente, de forma a satisfazer as necessidades de ambos. O intuito
atendimento presencial, estimularam ainda mais seu uso. principal é ter clientes envolvidos com o que se oferta.
Além das próprias mensagens, o aplicativo oferece recursos Clientes envolvidos são menos sensíveis as variações dos pre-
como chamada de voz, vídeo (individualmente ou em grupo), ver- ços, pois são consumidores que já conhecem o produto ou serviço
são para negócios, envio de arquivos, mensagens automáticas, da empresa, sendo assim, de forma hipotética, se a organização au-
catálogo de produtos, entre tantas outras, inovando ainda mais, mentar o preço do produto que eles compram, por já conhecerem
recentemente, com a possiblidade de realização de pagamentos esses produtos, estes consumidores envolvidos terão mais chances
através dele; de aceitar esse novo preço ofertado. Diferentemente de clientes
que estão em contato pela primeira vez com o mesmo produto que
→ Lojas Virtuais por não conhecer, será mais sensível a essa variação de preço.
Muitas desenvolvedoras de plataformas criaram opções dire- A análise do comportamento do consumidor é a investigação
cionadas para pequenos negócios, com os principais serviços (ca- detalhada do processo vivido pelos consumidores no momento em
dastro de produtos, preços, transação financeira, entre outros), que decidem empregar ou não recursos disponíveis na aquisição de
porém com preços mais acessíveis. Ter uma loja virtual própria se itens. É o estudo das motivações que levam as pessoas a consumir
tornou ainda mais possível para empreendedores de pequenas em- um produto ou um serviço.
presas; Em teoria, a análise leva em conta elementos da psicologia, da
sociologia, da economia e da antropologia social para tentar enten-
→ Redes Sociais der o processo de tomada de decisão do comprador, seja individual-
Estar presente nelas é quase uma obrigação, mas adotá-las mente, seja em grupo. Esta análise costuma ser realizada por meio
como canais de vendas foi novidade para muitos empreendedores da observação de três questões mais centrais, vejamos:
em 2020. A maior parte delas passou a oferecer recursos de exposi-
ção, relacionamento e até mesmo para concretizar vendas. → Fator Cultural
As principais ainda continuam sendo Facebook, Instagram, Considera-se a cultura como a acumulação de significados,
Youtube e Whatsapp. Mas uma nova rede vem ganhando cada vez rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de
mais espaço, especialmente, entre os mais jovens, que o Tik Tok. uma organização; é a lente através das quais as pessoas enxergam
os produtos. O convívio cultural é visto como a personalidade de
Essa talvez seja a melhor combinação: estar presente em todos uma sociedade evidenciando e assimilando aprendizados, valores
os momentos do consumidor. Foi possível notar que a integração percepções e preferências de uma organização ou sociedade.
entre canais físicos e digitais chamaram muito atenção e aprimora- Nela inclui-se grupos com seus próprios modos de compor-
ram a experiência de consumo. tamento, e classe social, que são pessoas com valores, interesses
Alguns exemplos interessantes foram: drive thru (comprar e e comportamentos similares. Assim, um entendimento das várias
retirar sem sair do próprio carro), delivery (compra por aplicativo culturas, de uma sociedade, ajuda os profissionais de marketing a
ou telefone com recebimento no endereço informado) e o clique prever a aceitação dos seus produtos/serviços pelo consumidor.
e retire (compra através de loja virtual ou aplicativo e retirada em Os valores culturais são intensos, portanto, através de uma
algum ponto físico). compreensão cultural pode-se melhorar a eficácia das vendas e a
ascensão de produtos ao mercado. Assim sendo, os profissionais
de marketing têm maior probabilidade de sucesso quando agradam
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO aos valores culturais de grupos.
COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Fator Social
Determinados fatores como os grupos de referência, família,
Observa-se a tamanha importância do comportamento do con-
amigos, papéis sociais e status exercem alto grau de influência sobre
sumidor ao se concluir que é o mesmo que determina a decisão de
as pessoas. Do ponto de vista de marketing os grupos de referência
compra de um cliente. E para que se atenda alguma necessidade
servem como marco para atitudes ou comportamentos específicos
específica dos clientes, é necessário que se entenda corretamente
para indivíduos nas compras ou decisões de compra, permitindo
qual é essa necessidade.
que pessoas ou grupos sirvam como ponto de comparação.
Faz-se necessário se conhecer a fundo o que quer o público,
quais são suas aspirações, seus desejos, seus valores; em suma, 28 Carmen Beatriz Miranda Portela. O Marketing e o Comportamento do Con-
sumidor. PUC/SP – MBA EM MARKETING. Comportamento do consumidor: en-
precisa se ter uma ideia bem precisa do comportamento do con-
tendê-lo bem significa entregar melhor, 2015.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Uma das principais variáveis dos fatores sociais são os grupos 2. Necessidades de segurança: no 2° degrau estão as neces-
de referência e os mesmos se dividem em primários (família, ami- sidades de estabilidade. Como por exemplo, se almejar uma vida
gos, vizinhos e colegas de trabalho), secundários (grupos religiosos estável, um emprego, uma casa segura, um plano de saúde, etc.;
e profissionais de classe), aspiração (grupos onde a pessoa espera 3. Necessidades afetivas: no próximo degrau da pirâmide está
pertencer) e dissociação (grupos com valores ou comportamentos a necessidade de aceitação. Deseja-se ser amado e acolhido, an-
que a pessoa rejeita). Dentre os grupos de referência, salienta-se seia-se por fazer parte de um grupo ou equipe, de ter amigos ou
que talvez o grupo familiar seja o mais importante determinante de alguém especial ao lado.
comportamento do consumidor, devido à estreita e contínua inte- 4. Necessidade de autoestima: no 4° degrau está a necessida-
ração entre os seus membros. de de reconhecimento pelo que se faz;
Uma pessoa participa de muitos grupos e a posição dessa pes- 5. Necessidades de autorrealização: no topo da pirâmide se
soa em cada grupo pode ser definida em termos de papéis e status. encontra aquilo que se busca ter ou realizar.
Dependendo da atividade que uma pessoa possui ou desenvolva
ela possui mais status que outras, sendo assim as pessoas escolhem Tomando a motivação para o âmbito da influência no ato da
produtos que comunicam seus papéis e status na sociedade. compra, vê-se que, para que o processo de compra aconteça com
melhor precisão é preciso que o consumidor esteja motivado a
→ Fator Pessoal comprar ou que a compra lhe traga essa motivação.
As necessidades dos consumidores e a capacidade de satisfazer
essas necessidades mudam de acordo com as influências, mas a pe- Influência na Compra
sar de suas limitações, o ciclo de vida pessoal é um ponto de partida Uma pessoa motivada está pronta para agir. A maneira como
útil para identificar de que maneira as necessidades mudam, para uma pessoa motivada realmente age é influenciada pela percepção
assim, utilizar disso como boas influências no processo de compra. que ela tem da situação.
Cada consumidor reage de forma distinta sob estímulos idênticos. Percepção é o processo por meio do qual alguém seleciona,
A estrutura do conhecimento opinião ou crença, acerca do am- organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma ima-
biente e de si próprios, leva os consumidores a agir cada um de gem significativa do mundo. A percepção depende não apenas de
maneira desigual. Pessoas originárias da mesma subcultura, classe estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o
social e ocupação podem ter diferentes estilos de vida, portanto, ti- ambiente e das condições internas da pessoa.
pos de consumos diferentes. Ao profissional de marketing, exige-se, No Marketing, as percepções são mais importantes do que a
está atento as características de seus clientes para assertividade no realidade, visto que é a percepção que de fato influencia o compor-
ataque dos mesmos. tamento de compra do consumidor. As pessoas podem ter diferen-
tes percepções do mesmo objeto devido a três processos: atenção
→ Fator Psicológico seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva.
O entendimento do comportamento humano se faz através do Estima-se que uma pessoa é exposta em média a mais de 1.500
diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o processo de toma- anúncios ou comunicações de marca por dia, como não é possível
da de decisão baseia-se na percepção das necessidades satisfeitas. As prestar atenção em todos, a maioria dos estímulos é filtrada, que
necessidades psicológicas surgem de estados de tensão psicológicos, é o processo chamado atenção seletiva. Mesmo os estímulos que
como necessidades de reconhecimento, valor ou integração. chamam a atenção nem sempre atuam da forma como os emisso-
Uma necessidade passa a ser um motivo quando alcança um res da mensagem esperam.
determinado nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade A distorção seletiva é a tendência que se tem de transformar a
que é suficientemente importante para levar a pessoa a agir, a ma- informação em significados pessoais e interpretá-la de modo que
neira como ela age é influenciada pela percepção que ela tem da se adapte aos prejulgamentos. As pessoas esquecem muito do que
situação. veem, mas tendem a reter informações que confirmam suas cren-
ças e atitudes.
→ Motivação Por causa da retenção seletiva, todos são propensos a lembrar
A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo- os pontos positivos mencionados a respeito de um produto de que
mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos gosta e a esquecer os pontos positivos expostos a respeito de pro-
de um indivíduo. Dessa forma, quando se diz que a motivação é dutos concorrentes.
algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma par-
ticular, erra-se em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois O Processo de Decisão de Compra
ninguém é capaz de fazê-lo. Esse processo psicológico básico é de grande ajuda para en-
Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é tender como os consumidores tomam suas decisões de compra.
erroneamente empregado, já que a motivação é uma força intrínse- Estudiosos do marketing desenvolvem um modelo de etapas para
ca, ou seja, interior. O homem se motiva quando suas necessidades o processo de decisão de compra, onde o consumidor passa pelas
são todas supridas de forma hierárquica. cinco etapas elencadas abaixo:
As necessidades básicas devem ser saciadas primeiro, no alicer- • Reconhecimento do Problema: o processo de compra come-
ce das necessidades antes de subir ao nível mais alto como a autor- ça quando o comprador reconhece um problema ou uma necessi-
realização. Segundo a Pirâmide de Maslow, as pessoas necessitam dade. A necessidade pode ser provocada por estímulos internos ou
preencher um degrau de cada vez, porém, cada indivíduo pode sen- externos;
tir necessidades acima das que está executando ou abaixo, o que • Busca de Informações: o consumidor interessado tende a
quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível. buscar mais informações. Podendo distinguir entre dois níveis de
Maslow entendia a motivação humana como uma pirâmide interesse, o de busca moderada ou de grande interesse;
hierárquica de cinco necessidades: • Avaliação de Alternativas: com base nas informações coleta-
1. Necessidades básicas: na base da pirâmide se encontram as das, os consumidores identificam e avaliam maneiras de satisfazer
necessidades fundamentais, aquelas que são necessárias para a so- suas necessidades e desejos;
brevivência, como comer, dormir ou respirar;

24
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
• Decisão de Compra: depois de considerar as opções possí- com clientes e usuários de produtos e de serviços pelas instituições
veis, os consumidores podem fazer uma compra. Essa etapa de de- financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Ban-
cisão de compra inclui decidir fazer ou não a compra e, no primeiro co Central do Brasil.
caso, o que, onde, quando comprar e como pagar; § 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às administrado-
• Comportamento Pós-Compra: depois de adquirir o produto, ras de consórcio e às instituições de pagamento, que devem seguir
os consumidores avaliam formal e informalmente o resultado da as normas editadas pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua
compra. Em particular, eles consideram se ficaram satisfeitos com competência legal.
a experiência de compra e com o bem ou serviço que adquiriram. § 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com clien-
tes e usuários abrange as fases de pré-contratação, de contratação
A tentativa de entender o comportamento de compra recebe e de pós-contratação de produtos e de serviços.
vários nomes: mapeamento do sistema de consumo, do ciclo de
atividade do cliente ou do cenário do cliente. Entender o comporta- CAPÍTULO II
mento do comprador em cada etapa, assim como as influências que DOS PRINCÍPIOS
ele recebe é a obrigação do profissional de marketing.
Ver as atitudes dos outros, os fatores situacionais imprevistos Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no relacionamento
e o risco percebido podem afetar a decisão de compra, bem como com clientes e usuários de produtos e de serviços, devem conduzir
os níveis de satisfação pós-compra e as ações pós compra por parte suas atividades com observância de princípios de ética, responsabi-
da empresa. lidade, transparência e diligência, propiciando a convergência de in-
teresses e a consolidação de imagem institucional de credibilidade,
Comportamento do consumidor e a comunicação do Marke- segurança e competência.
ting Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre ou-
O profissional de marketing deve compreender os elementos tras, as seguintes providências:
fundamentais da comunicação eficaz. O processo de comunica- I - promover cultura organizacional que incentive relaciona-
ção compõe-se de nove elementos: emissor, receptor, mensagem, mento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários;
meio, codificação, decodificação, feedback e ruído. II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuá-
Para transmitir mensagens, os profissionais de marketing pre- rios; e
cisam codificar suas mensagens levando em consideração o modo III - assegurar a conformidade e a legitimidade de produtos e
como o público-alvo as decodifica. Precisam também as transmitir de serviços.
por meio de veículos de comunicação eficazes que alcancem o pú- Parágrafo único. O tratamento justo e equitativo a clientes e
blico-alvo e desenvolver canais de feedback para monitorar a res- usuários de que trata o inciso II do caput abrange, inclusive:
posta. I - a prestação de informações a clientes e usuários de forma
A resposta do consumidor a uma comunicação pode quase clara e precisa, a respeito de produtos e serviços;
sempre ser configurada seguindo uma hierarquia de respostas e a II - o atendimento a demandas de clientes e usuários de forma
sequência: aprender, sentir e agir. tempestiva; e
Os modelos do processo de comunicação servem para dinami- III - a inexistência de barreiras, critérios ou procedimentos de-
zar os fatores de comunicação de forma eficaz, fazendo com que as sarrazoados para a extinção da relação contratual relativa a produ-
empresas consigam identificar a melhor forma de compreender as tos e serviços, bem como para a transferência de relacionamento
necessidades do consumidor. A ampla gama de ferramentas de co- para outra instituição, a pedido do cliente.
municação, mensagens e públicos torna obrigatório que as empre-
sas se encaminhem para uma comunicação integrada de marketing. CAPÍTULO III
É preciso adotar a visão do consumidor para compreender DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM
plenamente todas as diferentes formas pelas quais a comunicação CLIENTES E USUÁRIOS
pode influenciar seu comportamento cotidiano, e consequente-
mente obter o resultado planejado desde o início do processo de SEÇÃO I
divulgação do produto e/ou serviço. DA ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA INSTI-
TUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS

POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem elaborar e
RESOLUÇÃO N°. 4.539 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2016 implementar política institucional de relacionamento com clientes
e usuários que consolide diretrizes, objetivos estratégicos e valores
organizacionais, de forma a nortear a condução de suas atividades
RESOLUÇÃO BACEN Nº 4539 DE 24/11/2016 em conformidade com o disposto no art. 2º.
§ 1º A política de que trata o caput deve:
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, na sua au-
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
sência, pela diretoria da instituição;
rio Nacional, em sessão realizada em 24 de novembro de 2016, com
II - ser objeto de avaliação periódica;
base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei,
III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da instituição;
Resolveu:
IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o perfil
de clientes e usuários, bem como com as demais políticas instituí-
CAPÍTULO I
das;
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
V - prever programa de treinamento de empregados e presta-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios a serem obser- dores de serviços que desempenhem atividades afetas ao relacio-
vados no relacionamento com clientes e usuários e sobre a elabo- namento com clientes e usuários;
ração e implementação de política institucional de relacionamento VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e

25
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
VII - ser formalizada em documento específico. CAPÍTULO IV
§ 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja unifica- DISPOSIÇÕES GERAIS
da por:
I - conglomerado; ou Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem indicar dire-
II - sistema cooperativo de crédito. tor responsável pela observância do disposto nesta Resolução.
§ 3º As instituições que não constituírem política própria em Art. 8º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as
decorrência da faculdade prevista no § 2º devem formalizar a deci- normas e a adotar as medidas julgadas necessárias à execução do
são em reunião do conselho de administração ou da diretoria. disposto nesta Resolução.
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser Art. 9º Esta Resolução entra em vigor 360 (trezentos e sessen-
mantido à disposição do Banco Central do Brasil. ta) dias após a data de sua publicação.

SEÇÃO II
DO GERENCIAMENTO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE
RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE
2020 QUE DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO E O FUN-
Art. 5º As instituições devem assegurar a consistência de ro- CIONAMENTO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL
tinas e de procedimentos operacionais afetos ao relacionamento DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E
com clientes e usuários, bem como sua adequação à política insti- DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR
tucional de relacionamento de que trata o art. 4º, inclusive quanto PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL
aos seguintes aspectos:
I - concepção de produtos e de serviços; RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020
II - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de pro-
dutos ou serviços; Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente
III - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços; organizacional de ouvidoria pelas instituições autorizadas a funcio-
IV - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de servi- nar pelo Banco Central do Brasil.
ços;
V - divulgação e publicidade de produtos e de serviços; O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
VI - coleta, tratamento e manutenção de informações dos clien- de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
tes em bases de dados; rio Nacional, em sessão realizada em 22 de outubro de 2020, com
VII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários, in- base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, resolveu:
clusive o registro e o tratamento de demandas;
VIII - mediação de conflitos; CAPÍTULO I
IX - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento de DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
obrigações contratadas;
X - extinção da relação contratual relativa a produtos e serviços; Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona-
XI - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações; mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui-
XII - transferência de relacionamento para outra instituição, a ções que especifica.
pedido do cliente; e Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser
XIII - eventuais sistemas de metas e incentivos ao desempenho constituído pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
de empregados e de terceiros que atuem em seu nome. Central do Brasil que tenham clientes pessoas naturais, inclusive
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos I e II do caput, e em empresários individuais, ou pessoas jurídicas classificadas como
observância ao art. 3º, parágrafo único, inciso I, as instituições de- microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei
vem estabelecer o perfil dos clientes que compõem o público-alvo Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
para os produtos e serviços disponibilizados, considerando suas ca- Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os
racterísticas e complexidade. bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações relevan- bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer-
tes para cada produto ou serviço. cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de
Art. 6º Em relação à política institucional de relacionamento liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos
com clientes e usuários, as instituições de que trata o art. 1º devem agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas.
instituir mecanismos de acompanhamento, de controle e de mitiga-
ção de riscos com vistas a assegurar: CAPÍTULO II
I - a implementação das suas disposições; DA FINALIDADE
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por meio
de métricas e indicadores adequados; Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade:
III - a avaliação da sua efetividade; e I - atender em última instância as demandas dos clientes e
IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências. usuários de produtos e serviços que não tiverem sido solucionadas
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submeti- nos canais de atendimento primário da instituição; e
dos a testes periódicos pela auditoria interna, consistentes com os II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação
controles internos da instituição.
de conflitos.
§ 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos meca-
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri-
nismos de controle, processos, testes e trilhas de auditoria devem
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou
ser mantidos à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mí-
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o
nimo de cinco anos.
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre-
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008.

26
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO III IV - manter o conselho de administração, ou, na sua ausência,
DA ORGANIZAÇÃO a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e defi-
ciências detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na- o resultado das medidas adotadas pelos administradores para so-
tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces- lucioná-los.
sos e sistemas de cada instituição. § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com- I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in- qual deve ser fornecido ao demandante;
teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
por negociação de produtos e serviços, gestão de riscos, auditoria realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
interna e conformidade (compliance). arquivada a respectiva documentação; e
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria pelas insti- III - pode abranger:
tuições, observadas as seguintes situações e regras: a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial-
I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo mente pelos canais de atendimento primário; e
menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil,
do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas.
das instituições autorizadas a funcionar; § 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas-
II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso I do sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de
caput pode compartilhar a ouvidoria constituída: forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú-
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata o § 1º; mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas
ou no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da
b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va- prorrogação.
lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
mercadorias e futuros nas quais realize operações; I - manter sistema de informações e de controle das demandas
III - a cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen-
recebidas pela ouvidoria, de forma a:
tral pode compartilhar a ouvidoria constituída na respectiva coope-
a) registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza-
rativa central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do
das na análise e as providências adotadas; e
sistema cooperativo; e
b) controlar o prazo de resposta;
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa
II - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, sua
central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa
finalidade, suas atribuições e formas de acesso, inclusive nos canais
central, federação de cooperativas de crédito, confederação de coo-
de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços;
perativas de crédito ou associação de classe da categoria.
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea “a”, do caput, III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao
consideram-se ligadas entre si as instituições autorizadas a funcio- atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in-
nar pelo Banco Central do Brasil e as empresas não autorizadas a clusive por telefone, cujo número deve ser:
funcionar pelo Banco Central do Brasil: a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou mais do no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres-
capital da outra, direta ou indiretamente; e pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do ca- internet, acessível pela sua página inicial;
pital de uma participem com 10% (dez por cento) ou mais do capital b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni-
da outra, direta ou indiretamente. cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais
§ 2º O disposto no inciso II, alínea “b”, do caput, não se aplica documentos que se destinem aos clientes e usuários; e
a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, socieda- c) inserido e mantido permanentemente atualizado em siste-
des de crédito, financiamento e investimento, associações de pou- ma de registro de informações do Banco Central do Brasil.
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que Parágrafo único. As informações relativas às demandas recebi-
realizem operações de arrendamento mercantil financeiro. das pela ouvidoria devem permanecer registradas no sistema men-
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV, do caput, somente cionado no inciso I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
se aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética data da protocolização da ocorrência.
ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
ção tenha aderido. CAPÍTULO V
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS
CAPÍTULO IV
DO FUNCIONAMENTO Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a natureza
jurídica da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre os se-
Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati- guintes aspectos:
vidades: I - a finalidade, as atribuições e as atividades da ouvidoria;
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor;
e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser- III - o tempo de duração do mandato do ouvidor, fixado em
viços; meses; e
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda- IV - o compromisso formal no sentido de:
mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta; a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido-
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên-
previsto; e cia, independência, imparcialidade e isenção; e

27
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias Art. 14. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteú-
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, do, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e informações relativos às atividades da ouvidoria.
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento
de suas atribuições. CAPÍTULO VII
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser incluídos DA CERTIFICAÇÃO
no estatuto ou no contrato social na primeira alteração que ocorrer
após a constituição da ouvidoria. Art. 15. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi-
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi-
Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre- dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame
vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade
instituição que constituir a ouvidoria. técnica.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em § 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas
decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem relativos à ética, aos direitos do consumidor e à mediação de con-
ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu- flitos.
nião de diretoria realizada após tal decisão. § 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem designar pe- caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de
rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re-
responsável pela ouvidoria. solução.
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar § 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a ca-
outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de pacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em relação aos
diretor de administração de recursos de terceiros. temas mencionados no § 1º.
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, cai- § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali-
xas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investi- dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
mento, associações de poupança e empréstimo e sociedades de § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o
arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamen- disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de
to mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas
constituição de comitê de auditoria, na forma da regulamentação, o no art. 6º.
ouvidor não poderá desempenhar outra função, exceto a de diretor
CAPÍTULO VIII
responsável pela ouvidoria.
DA AVALIAÇÃO DIRETA DA QUALIDADE DO ATENDIMEN-
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi-
TO PRESTADO
dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de
interesses ou de atribuições.
Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem implementar
Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o
instrumento de avaliação direta da qualidade do atendimento pres-
ouvidor deve:
tado pela ouvidoria a clientes e usuários.
I - responder por todas as instituições que compartilharem a
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos
ouvidoria; e bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, cai-
II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria. xas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investi-
Art. 11. Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas mento.
hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições referidas no Art. 17. A avaliação direta da qualidade do atendimento de que
art. 2º devem: trata o art. 16 deve ser:
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o
do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação mais alto;
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após
associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de mercadorias o encaminhamento da resposta conclusiva de que trata o art. 6º,
e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da inciso III, e § 2º; e
entidade ou empresa que constituir a ouvidoria. III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata
o inciso II.
CAPÍTULO VI Art. 18. Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16
DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES devem ser:
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica,
Art. 12. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re- permanecendo à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo
latório semestral quantitativo e qualitativo referente às atividades de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente
desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31 ou usuário; e
de dezembro. II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na forma por ele de-
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en- finida.
caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à CAPÍTULO IX
diretoria da instituição. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 13. As instituições referidas no art. 2º devem divulgar se-
mestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, as Art. 19. O relatório e a documentação relativos aos atendimen-
informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, tos realizados, de que tratam os arts. 6º, § 1º, 7º e 12, bem como
inclusive os dados relativos à avaliação direta da qualidade do aten- a gravação telefônica do atendimento, devem permanecer à dispo-
dimento de que trata o art. 16. sição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 20. O número do telefone para acesso gratuito à ouvidoria VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao
e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e ao ouvi- domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em
dor devem ser inseridos e mantidos permanentemente atualizados decorrência de sua expressa solicitação ou autorização; e (Incluído
em sistema de registro de informações do Banco Central do Brasil. pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, inclu- IX - a identificação dos usuários finais beneficiários de paga-
sive, pela instituição que não constituir componente de ouvidoria mento ou transferência em demonstrativos e faturas do pagador,
próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º. inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver
Art. 21. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas instituições participantes de diferentes arranjos de pagamento. (In-
necessárias à execução do disposto nesta Resolução. cluído pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
Art. 22. Ficam revogadas: Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no in-
I - a Resolução nº 4.433, de 23 de julho de 2015; e ciso III, no caso de abertura de conta de depósitos ou de conta de
II - a Resolução nº 4.629, de 25 de janeiro de 2018. pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações
Art. 23. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro de essenciais, explicitando, no mínimo, as regras básicas, os riscos
2020. existentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as
medidas de segurança, inclusive em caso de perda, furto ou roubo
de credenciais, e a periodicidade e forma de atualização pelo clien-
te de seus dados cadastrais. (Incluído pela Resolução nº 4.283, de
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E ALTERAÇÕES
4/11/2013, com produção de efeitos a partir de 2/5/2014.)
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em
RESOLUÇÃO Nº 3.694 suas dependências e nas dependências dos estabelecimentos onde
seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível,
Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de opera- informações relativas a situações que impliquem recusa à realiza-
ções e na prestação de serviços por parte de instituições financeiras ção de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de compensa-
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central ção, documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.
do Brasil. Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos e serviços, o
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Mone- acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês
tário Nacional, em sessão realizada em 26 de março de 2009, com de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo
base no art. 4º, inciso VIII, da referida lei, ou eletrônico.
RESOLVEU: § 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusi-
Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições autori- vamente eletrônicas nem à prestação de serviços de cobrança e de
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na contratação de recebimento decorrentes de contratos ou convênios que prevejam
operações e na prestação de serviços, devem assegurar: (Redação canais de atendimento específicos.
dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.) § 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternati-
I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen- vos aos convencionais é admitida desde que adotadas as medidas
dados às necessidades, interesses e objetivos dos clientes e usuá- necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segu-
rios; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.) rança e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimida-
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das de dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos
transações realizadas, bem como a legitimidade das operações con- usuários, devendo as instituições informá-los dos riscos existentes.
tratadas e dos serviços prestados; (Redação dada pela Resolução nº Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
4.283, de 4/11/2013.) Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções nºs 2.878, de 26 de julho
III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à de 2001, e 2.892, de 27 de setembro de 2001.
tomada de decisões por parte de clientes e usuários, explicitando,
inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, pe- Brasília, 26 de março de 2009.
nalidades e eventuais riscos existentes na execução de operações e
na prestação de serviços; (Redação dada pela Resolução nº 4.283,
de 4/11/2013.)
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contra- LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFI-
tos, recibos, extratos, comprovantes e outros documentos relativos CIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA):
a operações e a serviços; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015
de 4/11/2013.)
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à nature- LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
za e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, reci-
bos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
de forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condi- A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
ções; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.) cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
(Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
VII - a formalização de título adequado estipulando direi-
tos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de con-
ta de pagamento pós-paga; (Incluído pela Resolução nº 4.283, de
4/11/2013.)

29
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
LIVRO I c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
PARTE GERAL de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
TÍTULO I entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
CAPÍTULO I nologia da informação;
DISPOSIÇÕES GERAIS e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im-
peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defi-
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com ciência em igualdade de condições e oportunidades com as demais
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as- pessoas;
segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces-
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, so da pessoa com deficiência às tecnologias;
visando à sua inclusão social e cidadania. V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi- sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral,
mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe- os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in-
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, cluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes
interno. necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di-
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade reitos e liberdades fundamentais;
de condições com as demais pessoas. VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi- obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
considerará: (Vigência) trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; as indicações do planejamento urbanístico;
III - a limitação no desempenho de atividades; e VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias
IV - a restrição de participação. e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen-
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica-
deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti- terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes
lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi- de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni- outros de natureza análoga;
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva- qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
com deficiência ou com mobilidade reduzida; de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco-
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas
de tecnologia assistiva; em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas,
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade lizados ou rompidos;
de vida e inclusão social; XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiên-
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor- cia: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am-
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência;
de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família,
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos
entre outros, classificadas em:
e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
com profissões legalmente estabelecidas;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
e privados;

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida- SEÇÃO ÚNICA
des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi- DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer
necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti- Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi-
tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen- mento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
tos identificados com profissões legalmente estabelecidas; I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi-
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente mento ao público;
pessoal. III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec-
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições
CAPÍTULO II com as demais pessoas;
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu-
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de rança no embarque e no desembarque;
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es- V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co-
pécie de discriminação. municação acessíveis;
§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administra-
tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o tivos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda- § 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom-
mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta- panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal,
ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de § 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori-
benefícios decorrentes de ação afirmativa. dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten-
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma dimento médico.
de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel-
dade, opressão e tratamento desumano ou degradante. TÍTULO II
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança,
o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência. CAPÍTULO I
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes- DO DIREITO À VIDA
soa, inclusive para:
I - casar-se e constituir união estável; Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes-
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; soa com deficiência ao longo de toda a vida.
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de ca-
ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja- lamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável,
mento familiar; devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a
compulsória; se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu- institucionalização forçada.
nitária; e Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa
as demais pessoas. com deficiência é indispensável para a realização de tratamento,
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa § 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura-
com deficiência. tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível,
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os para a obtenção de consentimento.
tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola- § 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará-
para as providências cabíveis. ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável
referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni- com participantes não tutelados ou curatelados.
dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte-
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno- resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da CAPÍTULO II
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
bem-estar pessoal, social e econômico. Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito
da pessoa com deficiência.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe
tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, multidisciplinar;
habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces-
atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis- sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten-
ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
social em igualdade de condições e oportunidades com as demais III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu-
pessoas. latorial e internação;
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se IV - campanhas de vacinação;
em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po- V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e
tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes: atendentes pessoais;
I - diagnóstico e intervenção precoces; VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien-
II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun- tação sexual da pessoa com deficiência;
cional, buscando o desenvolvimento de aptidões; VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili-
III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas zação assistida;
públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência
deficiência; e a seus familiares sobre sua condição de saúde;
IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter- IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen-
setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne- volvimento de deficiências e agravos adicionais;
cessidades específicas da pessoa com deficiência; X - promoção de estratégias de capacitação permanente das
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten-
deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus
Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas atendentes pessoais;
do Sistema Único de Saúde (SUS). XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita- medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor-
ção para a pessoa com deficiência, são garantidos: mas vigentes do Ministério da Saúde.
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui-
atender às características de cada pessoa com deficiência; ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços; que recebam recursos públicos para sua manutenção.
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre-
equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
com as especificidades de cada pessoa com deficiência; I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com
IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti- garantia de parto humanizado e seguro;
cipem dos programas e serviços. II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral
articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da
aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí- criança;
ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização
participação social. e de triagem neonatal;
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde
educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ- são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos
dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da
e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi-
com deficiência exercer sua cidadania. mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência
CAPÍTULO III e de seu acompanhante.
DO DIREITO À SAÚDE Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação
é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de-
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições
deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do adequadas para sua permanência em tempo integral.
SUS, garantido acesso universal e igualitário. § 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
elaboração das políticas de saúde a ela destinadas. profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc- escrito.
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida- tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
e autonomia. pessoal.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a
deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita- pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada. diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes- sua condição.
soa com deficiência devem assegurar:

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi-
serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio-
prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e
e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art. os interesses do estudante com deficiência;
3º desta Lei. X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan- de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma-
to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência, ção continuada para o atendimento educacional especializado;
em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção XI - formação e disponibilização de professores para o atendi-
de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da
de interior e de comunicação que atendam às especificidades das Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental. XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades
praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi- funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici-
cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à pação;
autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e
Direitos da Pessoa com Deficiência. tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de-
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên- mais pessoas;
cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra- XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível
ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas
sofrimento físico ou psicológico. relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de
conhecimento;
CAPÍTULO IV XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con-
DO DIREITO À EDUCAÇÃO dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no
sistema escolar;
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên- XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da
cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica-
e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi- ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda-
mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, lidades, etapas e níveis de ensino;
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte- XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
resses e necessidades de aprendizagem. XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade públicas.
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade
com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III,
negligência e discriminação. V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri-
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida- mento dessas determinações.
des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga- a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar
rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza- o seguinte:
gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação
que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi-
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento cado de proficiência na Libras; (Vigência)
educacional especializado, assim como os demais serviços e adap- II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados
tações razoáveis, para atender às características dos estudantes à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e
com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con- pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio-
dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência)
autonomia; Art. 29. (VETADO).
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín- Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência
gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de
língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien- adotadas as seguintes medidas:
tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es- I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de-
tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
participação e a aprendizagem em instituições de ensino; II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto- campos específicos para que o candidato com deficiência informe
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen- os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
tos e de recursos de tecnologia assistiva; para sua participação;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para
de atendimento educacional especializado, de organização de re- atendimento às necessidades específicas do candidato com defi-
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida- ciência;
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa- gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; candidato com deficiência;

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual-
candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele- quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces-
ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação síveis e inclusivos.
e comprovação da necessidade; § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis- oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá-
cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual
da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da valor.
língua portuguesa; § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência
VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li- e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas
bras. etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames
admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro-
CAPÍTULO V fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão
DO DIREITO À MORADIA plena.
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car-
no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com- reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos
panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen- pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais
dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva. empregados.
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas § 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida-
para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde- de em cursos de formação e de capacitação.
pendente da pessoa com deficiência. Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba-
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi- lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per-
va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.
situação de dependência que não disponha de condições de autos- Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo-
sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso-
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência
com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá- e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado o seguinte: SEÇÃO II
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PROFISSIO-
habitacionais para pessoa com deficiência; NAL
II - (VETADO);
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili- Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra-
dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis-
térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi- sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar
sos; ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha,
IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários sua vocação e seu interesse.
acessíveis; § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios
V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per- previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de
mitam a instalação de elevadores. reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez. e habilidades de trabalho.
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi- § 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes- tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci-
soa com deficiência ou de sua família. mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas uni- ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis-
dades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do sional para ingresso no campo de trabalho.
caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
às demais pessoas.
fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos
Art. 33. Ao poder público compete:
necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do
dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa
disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti-
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí-
vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.
fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-
CAPÍTULO VI bientes acessíveis e inclusivos.
DO DIREITO AO TRABALHO § 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de-
vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe-
SEÇÃO I cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os
DISPOSIÇÕES GERAIS níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
diretamente com o empregador.
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de § 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por
sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re-

34
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e CAPÍTULO VIII
concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
disposto em regulamento.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten- Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
derão à pessoa com deficiência. Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 .
SEÇÃO III
DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO CAPÍTULO IX
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência LAZER
no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida-
des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es-
e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces- porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as
sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:
adaptação razoável no ambiente de trabalho. I - a bens culturais em formato acessível;
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi- II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades
ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas culturais e desportivas em formato acessível; e
as seguintes diretrizes: III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
maior dificuldade de inserção no campo de trabalho; § 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for-
II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces- mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento,
sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi- inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade
bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e intelectual.
de apoio no ambiente de trabalho; § 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi-
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do
deficiência apoiada; acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi-
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís-
tico nacional.
com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes-
barreiras, inclusive atitudinais;
soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais,
V - realização de avaliações periódicas;
esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re-
VII - possibilidade de participação de organizações da socieda-
cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais
de civil.
pessoas;
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços
seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati-
obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas vidades de que trata este artigo; e
de acessibilidade vigentes. III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo-
gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti-
CAPÍTULO VII cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL demais pessoas.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão
no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de- reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência,
ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen- disposto em regulamento.
volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, § 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social. ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade,
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina-
do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das
do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.
ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais § 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen-
no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por
fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos. pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida,
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com observado o disposto em regulamento.
deficiência em situação de dependência deverão contar com cui- § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais. situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade
meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da grupo familiar e comunitário.
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 . § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis,
conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da, em caso de emergência.

35
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti-
artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor. go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi-
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, bilize informações sobre todos os pontos do itinerário.
recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vi- § 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se-
gência) gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas.
ser superior ao valor cobrado das demais pessoas. § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. responsável pela prestação do serviço.
(Vigência) (Reglamento) Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo,
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis-
pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência)
garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível. Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir
ser localizados em rotas acessíveis. o seu uso por todas as pessoas.
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez
CAPÍTULO X por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência.
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual- § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais
dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden- com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere
tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu o caput deste artigo.
acesso. Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole- (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada
tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside- conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Vide Decreto nº
ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, 9.762, de 2019) (Vigência)
as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo,
serviço. câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, manuais de freio e de embreagem.
sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou-
torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a TÍTULO III
habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo. DA ACESSIBILIDADE
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- CAPÍTULO I
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público DISPOSIÇÕES GERAIS
responsável pela prestação do serviço.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú- Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de-
blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente
devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei
pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des- e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver
de que devidamente identificados. interação com a matéria nela regulada:
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi- I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de
valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte
vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual-
e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi- quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
lidade. II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori-
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi- zação ou habilitação de qualquer natureza;
bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização
ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli- de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
narão suas características e condições de uso. contrato, convênio ou instrumento congênere; e
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.
Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasi- Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem
leiro) . (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de
à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili- outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de
dade e é válida em todo o território nacional. uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em como referência as normas de acessibilidade.
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de
uso por todas as pessoas. caráter geral.

36
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni- § 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento
versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra- para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi-
zoável. cação das regras de acessibilidade.
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú- § 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva-
dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri- lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen-
culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à
e na formação das carreiras de Estado. certificação das regras de acessibilidade.
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes- ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva
o desenho universal. de recursos para implementação das ações; e
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol-
considerar a adoção do desenho universal. vidos.
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici-
uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran-
de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis. ças de tributos em formato acessível.
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de
Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi- CAPÍTULO II
lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis- DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO
sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs-
tas em legislação e em normas técnicas pertinentes. Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi- mantidos por empresas com sede ou representação comercial no
ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala- País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên-
ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen- cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as
ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna-
serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida- cionalmente.
de. § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des-
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi- taque.
cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em § 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi-
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem
forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas. possuir equipamentos e instalações acessíveis.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º des-
existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de-
as normas de acessibilidade vigentes. ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for- Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o
ma regulamentar. (Regulamento) art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen-
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje- to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.
to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica-
artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter- ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con-
namente acessíveis, na forma regulamentar. forme regulamentação específica.
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare-
de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre
artigo. outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi- de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem
pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das I - subtitulação por meio de legenda oculta;
pessoas, durante e após sua execução. II - janela com intérprete da Libras;
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi- III - audiodescrição.
lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo
disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização
de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi-
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans- nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas
porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à
preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir informação e à comunicação.
da publicação desta Lei; § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas-
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os
ocupação do solo e as leis do sistema viário; níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po-
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e de editoras que não ofertem sua produção também em formatos
V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico. acessíveis.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de
que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores importação de tecnologia assistiva;
de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos
permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di- de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do
ferentes contrastes e impressão em Braille. SUS e por outros órgãos governamentais.
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a pro- Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os
dução de artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras. procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.
informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi-
ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados, CAPÍTULO IV
inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA
quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem
como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumi- Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência
dor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual-
couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 . dade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi- § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo-
citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate-
assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis
meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a
a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defi-
da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 ciência;
de setembro de 1990 . II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de-
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita- sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
de material de divulgação em formato acessível. quando apropriado;
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários, III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda
oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec- televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67
nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei. desta Lei;
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan-
eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a
pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua
os recursos de tecnologia assistiva. escolha.
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das
serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni-
e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que
dades, observado o seguinte:
atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à
I - participação em organizações não governamentais relacio-
tecnologia assistiva.
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis-
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com
tração de partidos políticos;
organizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores
II - formação de organizações para representar a pessoa com
e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilita- deficiência em todos os níveis;
dos em Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem. III - participação da pessoa com deficiência em organizações
que a representem.
CAPÍTULO III
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA TÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ-
tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento
de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol-
pessoal e qualidade de vida. tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me- deficiência e sua inclusão social.
didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a § 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de
finalidade de: conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so-
de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec- cial.
nologia assistiva; § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro- formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
cedimentos alfandegários e sanitários; de áreas do conhecimento.
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na- § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes- sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
quisa oficiais; e da participação social da pessoa com deficiência.

38
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme-
periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa- tida à curatela, conforme a lei.
mento. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen- de tomada de decisão apoiada.
to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às
comunicação e às tecnologias sociais. circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial: § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas
I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar- ano.
reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen- Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados
to da pessoa com deficiência; aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am- § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio
pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à
sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico. saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons-
LIVRO II tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva-
PARTE ESPECIAL dos os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao
TÍTULO I nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín-
DO ACESSO À JUSTIÇA culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida
CAPÍTULO I a situação de curatela da pessoa com deficiência.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger
os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela,
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque-
com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório,
demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de
recursos de tecnologia assistiva. Processo Civil .
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os membros TÍTULO II
e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e no sistema
penitenciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência. Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme- razão de sua deficiência:
tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili- § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon-
dade. trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é
medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei. cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia publicação de qualquer natureza:
assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar,
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga- ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público. quérito policial, sob pena de desobediência:
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma-
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse, terial discriminatório;
inclusive no exercício da advocacia. II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos mação na internet.
por ocasião da aplicação de sanções penais. § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con-
Art. 82. (VETADO). denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou material apreendido.
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi- Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. com deficiência:
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
te artigo constitui discriminação em razão de deficiência. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
crime é cometido:
CAPÍTULO II I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI menteiro ou depositário judicial; ou
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao fissão.
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
as demais pessoas. de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:

39
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de-
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em
necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade,
por lei ou mandado. imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se-
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele- rão observados os seguintes procedimentos:
trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re- I - quando for de interesse do poder público, o agente promo-
cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re-
realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem sidência;
indevida para si ou para outrem: II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar-
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o -se por procurador constituído para essa finalidade.
crime é cometido por tutor ou curador. Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten-
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio-
TÍTULO III nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o
SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas,
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e
Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi- de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional
nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa- e indevido.
ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte- Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de
rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das 1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação:
barreiras que impedem a realização de seus direitos. “Art. 135. .................................................................
§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi- ........................................................................................
vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi- § 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei-
mentos e sistemas eletrônicos. ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es-
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti- colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade
dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi-
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso.
com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive ....................................................................................” (NR)
em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. com as seguintes alterações:
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa- “Art. 428. ..................................................................
cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou ...........................................................................................
contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi- § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova-
sitos e procedimentos previstos em legislação específica. ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar,
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li- sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro-
berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios fissionalização.
éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa- ...........................................................................................
das as salvaguardas estabelecidas em lei. § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili- mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
zados para as seguintes finalidades: na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação
públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei- técnico-profissional metódica.” (NR)
ras que impedem a realização de seus direitos; “Art. 433. ..................................................................
II - realização de estudos e pesquisas. ...........................................................................................
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis- I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
seminadas em formatos acessíveis. para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen- desempenho de suas atividades;
to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de ..................................................................................” (NR)
acessibilidade vigentes. Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a vigo-
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes- rar com as seguintes alterações:
soa com deficiência moderada ou grave que:
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
tório do RGPS; nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in-
quadre como segurado obrigatório do RGPS.
teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
.................................................................................” (NR)

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 ............................................................................................
(cinco) anos e multa: § 2º ..............................................................................
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, ............................................................................................
cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am-
ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um)
sua deficiência; anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém ou mental ou deficiência grave;
a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência; ...................................................................................
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa § 4º (VETADO).
em razão de sua deficiência; ...................................................................................” (NR)
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres- “Art. 93. (VETADO):
tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de- I - (VETADO);
ficiência; II - (VETADO);
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem III - (VETADO);
judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; IV - (VETADO);
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis V - (VETADO).
à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi- § 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário
sitados. reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de-
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em
menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de reabilitado da Previdência Social.
estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa- § 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer
bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas
causados. sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in- com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So-
gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida-
à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados. des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con-
emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR) tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , passa deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII: aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
“Art. 20. ...................................................................... § 4º (VETADO).” (NR)
.............................................................................................. “Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio-
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili- curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados
dade e de inclusão social. os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”
..................................................................................” (NR) Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código , passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes alte- “Art. 2º .........................................................................
rações: .............................................................................................
“Art. 6º ....................................................................... § 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
............................................................................................ didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
o disposto em regulamento.” (NR) Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 , passa
“Art. 43. ...................................................................... a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
............................................................................................ “Art. 11. .....................................................................
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo ............................................................................................
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida-
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR) de previstos na legislação.” (NR)
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigorar Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
com as seguintes alterações: rar com as seguintes alterações:
“Art. 16. ...................................................................... “Art. 3º .....................................................................
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não ..........................................................................................
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos § 2º ...........................................................................
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- ..........................................................................................
ciência grave; V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
............................................................................................ cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelec- às regras de acessibilidade previstas na legislação.
tual ou mental ou deficiência grave; ...........................................................................................
.................................................................................” (NR) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
“Art. 77. ..................................................................... gem de preferência para:

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten- “Art. 2º ...........................................................
dam a normas técnicas brasileiras; e Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias inter-
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para nas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades au-
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e tônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos
que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. privados de uso coletivo.” (NR)
...................................................................................” (NR) “Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que
“Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com
inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor-
o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.”
lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência “Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura-
Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação. da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo-
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen- gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo
to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de de habilitação.
trabalho.” § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei
passa a vigorar com as seguintes alterações: deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta
“Art. 20. ...................................................................... associada à tradução simultânea em Libras.
............................................................................................. § 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti- tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe- Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.”
dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou “Art. 154. (VETADO).”
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode “Art. 181. ...................................................................
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade ..........................................................................................
de condições com as demais pessoas. XVII - .........................................................................
............................................................................................ Infração - grave;
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e .................................................................................” (NR)
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de
renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo. março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação:
............................................................................................. “Art. 56. ....................................................................
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste ...........................................................................................
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con- VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada-
dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera- ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila-
bilidade, conforme regulamento.” (NR) res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-
Art. 106. (VETADO). -se esse valor do montante destinado aos prêmios;
Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar .............................................................................................
com as seguintes alterações: § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató- de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil,
Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre
centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança
vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
aplicáveis à celebração de convênios pela União.
Federal. ” (NR)
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- ..................................................................................” (NR)
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei , passa a vigorar com a seguinte redação:
são passíveis das seguintes cominações: “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
..................................................................................” (NR) ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
“Art. 4º ........................................................................ soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período rio, nos termos desta Lei.” (NR)
de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; vigorar com as seguintes alterações:
....................................................................................” (NR) “Art. 2º .......................................................................
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
“Art. 35. ...................................................................... pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
............................................................................................. cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa com dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condi- com deficiência ou com mobilidade reduzida;
ção, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao

42
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de
entre outros, classificadas em: urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e,
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta-
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos ção.” (NR)
e privados; “Art. 9º ........................................................................
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em
de transportes; vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi-
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe-
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de destre.” (NR)
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- “Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área
nologia da informação; de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinen-
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua tes.”
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi- “Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê-
ções com as demais pessoas; neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi-
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou lidade reduzida.”
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; “Art. 3º ......................................................................
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- ............................................................................................
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Esta-
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
dos, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de
pessoal;
moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
dos demais espaços de uso público;
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana,
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;
as indicações do planejamento urbanístico;
.................................................................................” (NR)
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias
“Art. 41. ....................................................................
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen-
...........................................................................................
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica-
§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses
borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes
implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
outros de natureza análoga;
reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-
trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade
maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
de vida e inclusão social;
sageiros.” (NR)
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral,
I - (Revogado);
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
II - (Revogado);
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in-
III - (Revogado).” (NR)
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro-
“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei-
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
ra de os exercer:
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
.....................................................................................
de tecnologia assistiva.” (NR)
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce-
derem exprimir sua vontade;
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as
.............................................................................................
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade
Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada por
reduzida.
legislação especial.” (NR)

43
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
“Art. 228. ..................................................................... “TÍTULO IV
............................................................................................. DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIA-
II - (Revogado); DA”
III - (Revogado);
............................................................................................. Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº
§ 1º .............................................................................. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual- acrescido do seguinte Capítulo III:
dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR) “CAPÍTULO III
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
tutores revogar a autorização.” (NR)
“Art. 1.548. ................................................................... Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo
I - (Revogado); qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas
....................................................................................” (NR) idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con-
“Art. 1.550. .................................................................. fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da
............................................................................................. vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
§ 1º .............................................................................. para que possa exercer sua capacidade.
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a
núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta- pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo
mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR) em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro-
“Art. 1.557. ................................................................ missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e
............................................................................................ o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir- devem apoiar.
remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap-
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
IV - (Revogado).” (NR) § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci-
“Art. 1.767. .................................................................. são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu- do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes-
derem exprimir sua vontade; soas que lhe prestarão apoio.
II - (Revogado); § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei-
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos
IV - (Revogado); limites do apoio acordado.
....................................................................................” (NR) § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-
ser promovido: to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao
............................................................................................. apoiado.
IV - pela própria pessoa.” (NR) § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre-
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o proces- juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa
so que define os termos da curatela: apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; Público, decidir sobre a questão.
............................................................................................ § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in-
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas men- devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa
cionadas no inciso II.” (NR) apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú-
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura- blico ou ao juiz.
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en- § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR) nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da pessoa para prestação de apoio.
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér-
do art. 1.782, e indicará curador. mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia-
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em da.
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par-
conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade
ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR)
desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber,
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com de-
as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”
ficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais
Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 ,
de uma pessoa.”
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece-
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompa-
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi-
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em nhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar com que observadas as condições impostas por esta Lei.
a seguinte redação: .............................................................................................

44
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo- Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina-
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa- dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos
geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território seguintes dispositivos:
brasileiro.” (NR) I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses;
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro II - § 6º do art. 44 , 48 (quarenta e oito) meses;
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”: II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta) meses; (Redação dada
“Art. 46. ...................................................................... pela Medida Provisória nº 917, de 2019)
........................................................................................... III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
IV - .............................................................................. IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
........................................................................................... Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da
k) de acessibilidade a todas as pessoas. Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
.................................................................................” (NR) Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e
Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a vigo- oitenta) dias de sua publicação oficial .
rar acrescida do seguinte art. 12-B:
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reser- Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da
var-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com de- República.
ficiência.
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des-
te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR:
requisitos quanto ao veículo utilizado:
LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA)
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis-
lação vigente. LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta-
belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo- Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên-
nibilizadas para os demais concorrentes.” cias.
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri- cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8
de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , TÍTULO I
bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór- DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar- CAPÍTULO I
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da DISPOSIÇÕES GERAIS
entrada em vigor desta Lei.
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos ter-
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro- mos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli- e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
internacionais vinculantes sobre a matéria. ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
com deficiência. pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto ções de consumo.
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersona-
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de lizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, cria-
dezembro de 2006 . ção, construção, transformação, importação, exportação, distribui-
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
de 1995 ; imaterial.
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei- § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
ro de 2002 (Código Civil); consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá-
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei- ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re-
ro de 2002 (Código Civil); lações de caráter trabalhista.
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil); CAPÍTULO II
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
de 2002 (Código Civil);
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
janeiro de 2002 (Código Civil); objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o res-
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de peito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus inte-
2002 (Código Civil). resses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei. seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

45
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer- V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
cado de consumo; prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su-
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente pervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
o consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
a) por iniciativa direta; morais, individuais, coletivos e difusos;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
representativas; vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, ad-
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa- ministrativa e técnica aos necessitados;
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela- inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossu-
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, ficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco- IX - (Vetado);
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; geral.
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer- deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
cado de consumo; o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes (Vigência)
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, as- Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros
sim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o
consumo; Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamen-
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- tos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e costumes e eqüidade.
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res-
aos consumidores; ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; normas de consumo.
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de CAPÍTULO IV
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E
entre outros: DA REPARAÇÃO DOS DANOS
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para
o consumidor carente; SEÇÃO I
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu- DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA
midor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi- Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consu-
mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; mo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
Especializadas para a solução de litígios de consumo; sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu res-
Associações de Defesa do Consumidor. peito.
§ 1° (Vetado). § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
§ 2º (Vetado). prestar as informações a que se refere este artigo, através de im-
pressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação
CAPÍTULO III dada pela Lei nº 13.486, de 2017)
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensí-
lios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou coloca-
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: dos à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro- e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (In-
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- cluído pela Lei nº 13.486, de 2017)
derados perigosos ou nocivos; Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de ma-
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual- neira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri-
dade nas contratações; culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes pro- cada caso concreto.
dutos e serviços, com especificação correta de quantidade, carac- Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con-
terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
12.741, de 2012) Vigência § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé- à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata-
e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
serviços; anúncios publicitários.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo ante- Art. 16. (Vetado).
rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu-
fornecedor do produto ou serviço. midores todas as vítimas do evento.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a SEÇÃO III
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor- DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SER-
má-los a respeito. VIÇO
Art. 11. (Vetado).
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
SEÇÃO II não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SER- ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con-
VIÇO sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es- do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis- respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi- consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona- pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. perfeitas condições de uso;
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
circunstâncias relevantes, entre as quais: III - o abatimento proporcional do preço.
I - sua apresentação; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
III - a época em que foi colocado em circulação. sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de ou- a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
tro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
não será responsabilizado quando provar: do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício,
I - que não colocou o produto no mercado; a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defei- ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
to inexiste; produto essencial.
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
do artigo anterior, quando: poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di-
puderem ser identificados; ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabri- 1° deste artigo.
cante, produtor, construtor ou importador; § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi- quando identificado claramente seu produtor.
cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon- § 6° São impróprios ao uso e consumo:
sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente- II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria-
mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saú-
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, de, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas re-
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua gulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
fruição e riscos. III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança quados ao fim a que se destinam.
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví-
as circunstâncias relevantes, entre as quais: cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia-
I - o modo de seu fornecimento; ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
III - a época em que foi fornecido. ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter-
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de nativamente e à sua escolha:
novas técnicas. I - o abatimento proporcional do preço;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado II - complementação do peso ou medida;
quando provar: III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
apurada mediante a verificação de culpa. § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
Art. 15. (Vetado).

47
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a II - (Vetado).
pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
segundo os padrões oficiais. § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qua- no momento em que ficar evidenciado o defeito.
lidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, poden- II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do co-
do o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: nhecimento do dano e de sua autoria.
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando Parágrafo único. (Vetado).
cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente SEÇÃO V
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque- violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam-
les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje- encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a administração.
obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição § 1° (Vetado).
originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas
em contrário do consumidor. obrigações decorrentes deste código.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessio- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsá-
nárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreen- veis pelas obrigações decorrentes deste código.
dimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par- sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
prevista neste código. CAPÍTULO V
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de quali- DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
dade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de res-
ponsabilidade. SEÇÃO I
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
fornecedor. Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im- aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas
possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista às práticas nele previstas.
nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, SEÇÃO II
todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e DA OFERTA
nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo- Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre-
rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri- cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação. relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contra-
SEÇÃO IV to que vier a ser celebrado.
DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de-
vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan-
constatação caduca em: tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro- entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
dutos não duráveis; saúde e segurança dos consumidores.
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos
produtos duráveis. produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da en- forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
trega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
§ 2° Obstam a decadência: oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu- a fabricação ou importação do produto.
midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine- deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
quívoca;

48
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala- tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social,
gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
comercial. V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008). práticas anteriores entre as partes;
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica-
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô- do pelo consumidor no exercício de seus direitos;
nomos. VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum- serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi-
primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po- ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
derá, alternativamente e à sua livre escolha: Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre-
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
oferta, apresentação ou publicidade; Qualidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, di-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia retamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pa-
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas gamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
e danos. especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
SEÇÃO III (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
DA PUBLICIDADE XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870,
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o de 23.11.1999
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obri-
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produ- gação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo crité-
tos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legí- rio. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
timos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal
sustentação à mensagem. ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de
23.11.1999)
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co-
de serviços de um número maior de consumidores que o fixado
municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou,
pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
13.425, de 2017)
em erro o consumidor a respeito da natureza, características, quali- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos
dade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equipa-
dados sobre produtos e serviços. ram-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao con-
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a su- sumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra,
perstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de in- pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
duzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá va-
à sua saúde ou segurança. lidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa consumidor.
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
produto ou serviço. os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre nego-
§ 4° (Vetado). ciação das partes.
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa- § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acrés-
ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. cimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre-
vistos no orçamento prévio.
SEÇÃO IV Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den- o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
tre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
11.6.1994) à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao sanções cabíveis.
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos; SEÇÃO V
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con-
formidade com os usos e costumes; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; constrangimento ou ameaça.

49
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par-
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,
salvo hipótese de engano justificável. nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo
apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es-
produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, pecialmente por telefone ou a domicílio.
de 2009) Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre-
pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
SEÇÃO VI a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES imediato, monetariamente atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, conferida mediante termo escrito.
terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis- Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a
como sobre as suas respectivas fontes. mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeti- ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
vos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do for-
podendo conter informações negativas referentes a período supe- necimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e
rior a cinco anos. uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, SEÇÃO II
quando não solicitada por ele. DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
eventuais destinatários das informações incorretas. I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações
entidades de caráter público. de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir já paga, nos casos previstos neste código;
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. III - transfiram responsabilidades a terceiros;
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (In- incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) V - (Vetado);
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante- VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
rão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra consumidor;
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
não pelo fornecedor. negócio jurídico pelo consumidor;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contra-
orientação e consulta por qualquer interessado. to, embora obrigando o consumidor;
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 do preço de maneira unilateral;
deste código.
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Art. 45. (Vetado).
mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
CAPÍTULO VI
de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
SEÇÃO I
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
DISPOSIÇÕES GERAIS
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien-
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não tais;
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao con-
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos sumidor;
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por ben-
de seu sentido e alcance. feitorias necessárias.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei- § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
ra mais favorável ao consumidor. que:

50
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consu-
pertence; midor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imedia-
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à ta e fácil compreensão.
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí- § 5° (Vetado)
brio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, con- CAPÍTULO VII
siderando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. (VIDE LEI Nº 8.656, DE 1993)
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invali-
da o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
§ 3° (Vetado). baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o re- e consumo de produtos e serviços.
presente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que con- fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição,
trarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva mação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, fizerem necessárias.
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e § 2° (Vetado).
adequadamente sobre: § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e muni-
cipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de con-
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
sumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a parti-
III - acréscimos legalmente previstos;
cipação dos consumidores e fornecedores.
IV - número e periodicidade das prestações;
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos for-
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
necedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa-
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obri-
ções sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o
gações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do
segredo industrial.
valor da prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor fi-
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
cam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrati-
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos
vas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
juros e demais acréscimos.
normas específicas:
§ 3º (Vetado).
I - multa;
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó-
II - apreensão do produto;
veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações
III - inutilização do produto;
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe-
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em
tente;
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a
V - proibição de fabricação do produto;
resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
§ 1° (Vetado).
VII - suspensão temporária de atividade;
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos du-
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
ráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim-
de atividade;
plente causar ao grupo.
XI - intervenção administrativa;
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão ex-
XII - imposição de contrapropaganda.
pressos em moeda corrente nacional.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli-
cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
SEÇÃO III
podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cau-
DOS CONTRATOS DE ADESÃO
telar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni- da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do forne-
lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o cedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, rever-
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con- tendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de
teúdo. 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natu- municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Redação
reza de adesão do contrato. dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du-
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal- zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade
vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a subs-
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em ter- tituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
mos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua com- de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci-
preensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e

51
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informa-
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ção relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quanti-
ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou dade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser- produtos ou serviços:
viço. Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in- § 2º Se o crime é culposo;
tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor re- Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
incidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste saber ser enganosa ou abusiva:
código e na legislação de consumo. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à conces- Parágrafo único. (Vetado).
sionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou con- Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
tratual. saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sem- prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
pre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
licença, a interdição ou suspensão da atividade. Parágrafo único. (Vetado).
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos
penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito que dão base à publicidade:
em julgado da sentença. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo-
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às ex- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
pensas do infrator. Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con-
mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba-
o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. lho, descanso ou lazer:
§ 2° (Vetado) Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 3° (Vetado). Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in-
formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
TÍTULO II fichas e registros:
DAS INFRAÇÕES PENAIS Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo pre- consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou regis-
vistas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis tros que sabe ou deveria saber ser inexata:
especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 62. (Vetado). Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, re- conteúdo;
cipientes ou publicidade: Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me- referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me-
diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
do serviço a ser prestado. gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer
§ 2° Se o crime é culposo: modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos nas condições por ele proibidas.
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co- Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: neste código:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de ocasião de calamidade;
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au- II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
deste artigo. IV - quando cometidos:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con- a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi-
trariando determinação de autoridade competente: co-social seja manifestamente superior à da vítima;
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor- ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
respondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº mental interditadas ou não;
13.425, de 2017) V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .
também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluí-
do pela Lei nº 13.425, de 2017)

52
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em § 2° (Vetado).
dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de du- § 3° (Vetado).
ração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na indivi- Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
dualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
do Código Penal. propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, Parágrafo único. (Vetado).
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri-
disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal: gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
I - a interdição temporária de direitos; obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu- prático equivalente ao do adimplemento.
lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
fatos e a condenação; será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
III - a prestação de serviços à comunidade. específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este có- § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
digo, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué- multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: o réu.
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam para o cumprimento do preceito.
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis- § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessá-
quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a de- rias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
núncia não for oferecida no prazo legal. desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.
TÍTULO III Art. 85. (Vetado).
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha-
CAPÍTULO I verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
DISPOSIÇÕES GERAIS quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores despesas processuais.
e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
título coletivo. autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tra- solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
tar de: cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei- danos.
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa-
de fato; cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efei- a denunciação da lide.
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que Art. 89. (Vetado)
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en-
1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
tendidos os decorrentes de origem comum.
contrariar suas disposições.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
CAPÍTULO II
I - o Ministério Público,
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES INDI-
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou VIDUAIS HOMOGÊNEOS
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
código; em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores,
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação
resses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza- dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
ção assemblear. Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sem-
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo pre como fiscal da lei.
juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma- Parágrafo único. (Vetado).
nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é compe-
do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. tente para a causa a justiça local:

53
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quan- Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode-
do de âmbito local; rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis-
os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,
Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
a fim de que os interessados possam intervir no processo como li- incolumidade pessoal.
tisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de co- § 1° (Vetado).
municação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. § 2° (Vetado)
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. CAPÍTULO IV
Art. 96. (Vetado). DA COISA JULGADA
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legiti- Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sen-
mados de que trata o art. 82. tença fará coisa julgada:
Parágrafo único. (Vetado). I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pe- por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
los legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se
indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou do parágrafo único do art. 81;
não do trânsito em julgado. III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
§ 2° É competente para a execução o juízo: para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso inciso III do parágrafo único do art. 81.
de execução individual; § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da co-
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con- letividade, do grupo, categoria ou classe.
denação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de inde- § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improce-
nizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento dência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no
danoso, estas terão preferência no pagamento. processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização
a título individual.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti-
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, com-
nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de
binado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não
24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão
prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente so-
de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais,
fridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste có-
salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente
digo, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de in-
termos dos arts. 96 a 99.
teressados em número compatível com a gravidade do dano, pode- § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença pe-
rão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da nal condenatória.
indenização devida. Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do pa-
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá rágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações
para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não bene-
CAPÍTULO III ficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do
PRODUTOS E SERVIÇOS ajuizamento da ação coletiva.

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de TÍTULO IV


produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consu-
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade midor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor,
a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do
declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segura- nacional de proteção ao consumidor;
dor, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias
Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pes-
soas jurídicas de direito público ou privado;

54
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da
seus direitos e garantias; Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
diferentes meios de comunicação; pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito poli- dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju-
cial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos rídico a ser protegido.
da legislação vigente; § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministé-
VI - representar ao Ministério Público competente para fins rios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa
de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições; dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra- § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interes-
ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos, sados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências
coletivos, ou individuais dos consumidores; legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Es- extrajudicial”.
tados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fisca- Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
lização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens passa a ter a seguinte redação:
e serviços; “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros pro- sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a
gramas especiais, a formação de entidades de defesa do consumi- execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
dor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais; tiva aos demais legitimados”.
X - (Vetado). Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
XI - (Vetado). de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput,
XII - (Vetado) com a seguinte redação:
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas fi- “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação
nalidades. autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De- solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico- danos”.
-científica. Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
de 24 de julho de 1985:
TÍTULO V “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem re- processuais”.
gular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
como à reclamação e composição do conflito de consumo. coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”.
instrumento no cartório de títulos e documentos. Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten-
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades ta dias a contar de sua publicação.
signatárias. Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).
EXERCÍCIOS
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS 1. (Prefeitura de São Felipe D`Oeste/RO - Agente Administrati-
vo – IBADE/2020) Análise de Swot ou como também é conhecida,
Art. 109. (Vetado). FOFA, é utilizada para mapear diversos aspectos relacionados a um
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° produto ou serviço, além de ajudar a definir os seus diferenciais
7.347, de 24 de julho de 1985: competitivos diante do mercado, encontrar e corrigir todo o tipo de
“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. falha que possa vir a ameaçar o negócio. A técnica de administração
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de ANÁLISE DE SWOT (FOFA) consiste em encontrar, EXCETO:
1985, passa a ter a seguinte redação: (A) oportunidades.
“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao (B) pontos fortes.
meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, (C) atitudes.
histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse di- (D) ameaças.
fuso ou coletivo”. (E) pontos fracos.
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, passa a ter a seguinte redação:
“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
assumirá a titularidade ativa”.

55
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
2. (IF/ES - Tecnólogo - Processos Gerenciais – IF/ES/2019) Se- 6. (UFRPE – Administrador - SUGEP – UFRPE/2019) A análise
gundo Maximiano (2017), “a análise de ameaças e oportunidade de mercado é um dos componentes do plano de negócios, que está
do ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto relacionado ao marketing da organização. Ela apresenta o entendi-
mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessi- mento do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e
dade de analisá-lo. Há diversas maneiras de dividir o ambiente em quanto a empresa conhece, em dados e informações, o mercado
componentes para facilitar a análise […]. O entendimento das forças onde atua. A análise do mercado permite ainda que se conheça de
competitivas de um ramo de negócios é fundamental para o desen- perto o ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado
volvimento de uma estratégia. Porter propõe os componentes para está composto pelo ambiente em que a empresa e o produto se lo-
a análise das forças competitivas”. calizam, pela concorrência e pelo perfil do consumidor. A definição
Analise as forças que agem nos mercados competitivos, segun- de mercado leva em conta: a Análise da Indústria/Setor, a Descrição
do Porter, nas afirmativas abaixo e assinale a alternativa INCORRE- do Segmento de Mercado, a Análise SWOT do produto/serviço e a
TA: Análise da Concorrência. Em relação à descrição do segmento de
(A) Ameaça de produtos e serviços substitutos mercado, é correto afirmar que:
(B) Poder de barganha dos fornecedores. (A) inicia-se com a coleta de informações do setor ao qual
pertence o produto/serviço.
(C) Formação de alianças e parcerias.
(B) avalia os pontos fortes e fracos dos seus principais concor-
(D) Ameaça da entrada de novos competidores.
rentes em relação ao seu produto/serviço.
(E) Poder de barganha dos compradores.
(C) deve ser avaliada em relação a produtos/serviços e à
organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de
3. (CORE/SP – Telefonista - INAZ DO PARÁ/2019) Podemos dizer
planejamento estratégico).
que a imagem de uma organização é um dos seus maiores patrimô-
(D) é definida a partir das características do produto, do estilo
nios. A partir da definição de imagem institucional, que item atende
de vida do consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família,
a esta especificação?
personalidade etc.).
(A) É construída pela mídia local.
(E) estabelece um procedimento de reativação das variáveis
(B) É como a instituição é vista pelo seu público.
utilizadas durante o levantamento de informações junto ao
(C) Cabe à organização a construção da sua imagem.
mercado fornecedor.
(D) É como a organização é percebida pelos seus funcionários.
(E) Tem relação com o seu histórico de criação.
7. (CFO/DF – Administrador – QUADRIX/2020) A respeito do
processo de planejamento, julgue o item.
4. (IF Goiano – Administrador - CS-UFG/2019) Considera-se o
A estratégia genérica de foco faz com que a empresa procure
planejamento estratégico uma metodologia gerencial que permite
atender segmentos de mercado definidos e estreitos e dê enfoque
direcionar o caminho que a empresa deverá seguir para atingir um
em grupos de clientes, linhas de produtos ou mercados geográficos.
futuro desejado, interagindo com o ambiente de negócios no qual
(....) CERTO
está inserida. Essa metodologia envolve a definição de
(....) ERRADO
(A) um posicionamento estratégico e a construção de cenários
que permitam a identificação e seleção de alternativas de
8. (CREA/TO – Analista Administrativo – QUADRIX/2019) No
caminhos que conduzam aos melhores resultados.
que se refere à função de planejamento, julgue o item.
(B) um posicionamento estratégico e a construção de cenários
A estratégia de segmentação destaca‐se por buscar atender
que permitam a identificação e seleção da alternativa de cami-
muito bem o alvo determinado, diferentemente das outras estra-
nho que conduz ao melhor resultado.
tégias, que buscam atingir objetivos para todo o mercado consu-
(C) um posicionamento tático e a construção de cenários que
midor.
permitam a identificação e seleção de alternativas de cami-
(....) CERTO
nhos que determinam os melhores resultados.
(....) ERRADO
(D) posicionamentos estratégicos e táticos e a construção de
cenários que permitam a identificação e seleção de alternati-
9. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) A rapidez e a facili-
vas de caminhos que conduzam aos melhores resultados.
dade observada no processo de troca de informações, bem como
a inserção de empresas de diferentes portes em cadeias de valor
5. (IFN/MG – Administrador – FCM/2019) A fim de conhecer
globais, reforçam a importância de se analisar o contexto externo
melhor seus clientes e, a partir disso, dar prosseguimento à cons-
à organização. Ao analisar o ambiente externo, o administrador
trução do Planejamento Estratégico, as organizações utilizam-se de
verifica as ameaças e as oportunidades que estão no ambiente da
uma ferramenta ou de um processo bastante conhecido: a segmen-
empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situa-
tação de mercado.
ções. Considerando uma correta análise das oportunidades, pode-
Sobre o processo de segmentação de mercado e suas variáveis,
-se afirmar que
é INCORRETO afirmar que
(A) uma empresa provavelmente se aproveitará de uma vanta-
(A) trata-se de um instrumento para a construção do perfil de
gem diferencial, se suas características particulares satisfazem
consumidores reais e potenciais.
os requisitos para o sucesso da oportunidade de forma mais
(B) permite um melhor aproveitamento dos recursos de mídia
eficiente, eficaz e efetiva que sua concorrente potencial.
e, especificamente, de propaganda.
(B) a identificação das oportunidades deve ser restrita, pois
(C) facilita a identificação de oportunidades de mercado e o
não se faz necessário um mapeamento extenso, uma vez que
alcance de melhores resultados nesse sentido.
todas as empresas possuem recursos limitados e não conse-
(D) faculta a definição de estratégias de distribuição, identi-
guem responder a todas as vantagens do ambiente externo.
ficação de intermediários adequados e dos canais preferidos
(C) as oportunidades internas são mais relevantes que as
pelos clientes.
externas, pois há um maior conhecimento de suas característi-
(E) torna mais complexa a realização da pesquisa de mercado,
cas. Com isso, seu uso é mais rápido e de menor custo, como a
uma vez que envolve diferentes variáveis como a idade, a
oportunidade relativa a novos produtos e serviços.
renda familiar e o estilo de vida.

56
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
(D) dentre as oportunidades observáveis, existe a denominada 14. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Colocando em prática
“ponto neutro”. Esta é uma variável identificada pela empresa; sua estratégia de fidelização dos clientes por meio do chamado ma-
todavia, não existem critérios e parâmetros de avaliação para nejo de carteira, um determinado Banco adotou uma série de práti-
sua classificação como ponto forte ou ponto fraco. cas e criou diversos produtos. NÃO condiz com essa abordagem da
(E) todas as situações observáveis no ambiente interno e ex- gestão de carteiras de clientes:
terno podem ser consideradas oportunidades, pois a empresa (A) a concentração, sob uma mesma gerência, da gestão de
pode mudar seu processo produtivo e/ou seus interesses para contas de pessoas físicas e jurídicas, sem distinção de renda
usufruir dos benefícios advindos delas. ou faturamento.
(B) a segmentação do atendimento aos clientes por perfil de
10. (TJ/SP - Administrador Judiciário – VUNESP/2019) A des- renda.
crição dos componentes básicos da operação numa organização e (C) a abordagem diferenciada para nichos de públicos-alvo es-
dos relacionamentos entre eles, demonstrando como a organização pecíficos, como, por exemplo, o de mulheres empreendedoras
concretiza seus objetivos e sua missão, permitindo ter uma visão de atividades produtivas de pequeno porte.
sistêmica do negócio, desde o nível macro até a descrição detalhada (D) a ampliação da carteira de crédito consignado junto a
das atividades, é a definição de servidores públicos aposentados.
(A) modelagem de processos. (E) a concessão de crédito, em condições vantajosas, para
(B) processos de apoio. financiamento de veículos menos poluentes, a permissioná-
(C) cadeia de valor. rios de táxis.
(D) estrutura organizacional.
(E) monitoramento de processos. 15. (BRB – Escriturário – IADES/2019) Assinale a alternativa que
indica objetivo(s) das ações de marketing de relacionamento com
11. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) O conceito de Ca- o cliente.
deia de Valor de Michael Porter (Livro Vantagem Competitiva: crian- (A) Satisfação, fidelização e lealdade do cliente e incremento
do e sustentando um desempenho superior, 16ª Edição. Rio de Ja- na percepção de valor da marca.
neiro: Campus, 1989) é um modelo que ajuda a analisar atividades (B) Identificação de nichos de mercado e segmentação do
específicas por meio das quais as empresas criam valor e vantagem público-alvo.
competitiva. Marque a alternativa que contenha as atividades prin- (C) Diminuição da margem de lucro do vendedor ou prestador
cipais da Cadeia de Valor. de serviço.
(A) Promoção, treinamento, aquisição, infraestrutura e gerên- (D) Modificações no produto para adequá-lo às peculiaridades
cia de RH. da clientela.
(B) Logística externa, logística interna, desenvolvimento de (E) Praça, preço, promoção e produto.
tecnologia e infraestrutura e operações.
(C) Aquisição, desenvolvimento de tecnologia, promoção e 16. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Desde a primeira Re-
infraestrutura da empresa. volução Industrial até os dias atuais, passamos da “era da produ-
(D) Pode ser por meio dos recursos e competências. ção” para a “era do cliente”. Uma consequência dessa passagem é
(E) Logística interna, operações, logística externa, marketing e (A) a decadência dos departamentos de vendas e das ações de
vendas e serviço. marketing das empresas.
(B) a redução da importância do ato de venda, como fim em
12. (CRA/PA – Administrador – QUADRIX/2019) Com relação à si mesmo, ao passo que o papel do vendedor passa a ser o de
gestão de processos, julgue o item. identificar as necessidades e satisfazer o consumidor.
A gestão de processos traz benefícios, como a melhoria dos (C) a redução da importância das pesquisas de mercado.
resultados, a satisfação do cliente em função do desempenho em (D) o abandono dos canais de comunicação com os clientes,
áreas críticas e os menores custos, devido à redução da complexi- como os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs), que
dade e do retrabalho. se tornaram obsoletos.
(....) CERTO (E) o abandono de estratégias como a segmentação e o
(....) ERRADO posicionamento de mercado, com o advento do consumo de
massa.
13. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) A chamada Gestão da
Experiência do Cliente 17. (EBSERH - Analista Administrativo - Gestão Hospitalar –
(A) tem seu foco exclusivo no ato de condicionar o cliente a IBFC/2020) Na aprendizagem organizacional além dos princípios
realizar somente determinadas operações. fundamentais, dois componentes organizacionais são definidos
(B) não se preocupa com a construção do relacionamento com como fundamentais para a aprendizagem. Assinale a alternativa
o cliente, centrando-se na lógica da transação. que apresenta esses dois componentes.
(C) pode ser aplicada na estratégia de segmentação de mer- (A) A estrutura organizacional e as competências e habilidades
cado e de definição de públicos-alvo da empresa, mas não em dos funcionários da instituição.
sua estratégia de posicionamento. (B) Acultura de experimentação e a estrutura organizacional.
(D) está centrada na visão da empresa que ao ofertar seus (C) A transferência de conhecimento e a liderança.
produtos despreza o chamado insight do cliente. (D) A estrutura organizacional e o trabalho em grupo e coope-
(E) tem uma visão geral da maneira pela qual a empresa e ração.
seus produtos podem ser importantes em todas as fases da (E) A missão e visão organizacional.
vida do cliente.

57
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
18. (EBSERH - Psicólogo - Organizacional e do Trabalho – VU- 21. (UNIFESP – Administrador - CAIP-IMES/2013) São carac-
NESP/2020) Em uma organização, o processo de aprendizagem terísticas dos serviços, que afetam enormemente a elaboração de
pode ocorrer em três níveis: do indivíduo, do grupo e da organi- programas de marketing, exceto:
zação. Neste último, também chamado de aprendizagem organiza- (A) Imperecibilidade.
cional, (B) Intangibilidade.
(A) constituem-se as organizações que aprendem, que são (C) Variabilidade.
capazes de criar, adquirir e transferir conhecimentos, porém (D) Inseparabilidade.
sem modificar os comportamentos individuais.
(B) ocorre basicamente o processo de aprendizagem opera- 22. (Petrobras – Administrador – CESGRANRIO) Um aluno de
cional, que consiste na aquisição e no desenvolvimento de Administração de Empresas estudou, na disciplina de Marketing de
habilidades físicas para produzir ações. Serviços, que os serviços distinguiam- se dos bens basicamente em
(C) tornam-se institucionalizados os processos de aprendiza- função das características da intangibilidade, perecibilidade, simul-
gem individual e de grupo, e se expressam em diversos artefa- taneidade entre produção e consumo e heterogeneidade.
tos organizacionais, como estrutura, regras, procedimentos e Recém-admitido como estagiário numa Companhia distribui-
elementos simbólicos. dora de petróleo, ele se propôs a analisar a adequação da teoria
(D) verifica-se uma redução da aprendizagem conceitual, pois ao setor específico de postos de gasolina. Como resultado de sua
a aquisição e o desenvolvimento da capacidade para articular análise, o aluno fez as quatro afirmativas a seguir - uma sobre cada
conhecimentos conceituais sobre uma experiência tornam-se característica estudada.
menos relevantes. I - A intangibilidade aplica-se ao caso, ainda que os serviços
(E) encontra-se, como principal foco do processo de aprendi- prestados em postos de gasolina sejam fortemente calcados na
zagem, o comportamento, que pode ser observado, mensura- venda de bens físicos, como gasolina, óleos, extintores de incêndio,
do, bem como servir de base para a experimentação científica. etc.
II - A perecibilidade não se aplica ao caso, uma vez que os pro-
19. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre os de- dutos vendidos nos postos de gasolina têm longa vida útil.
safios para a sustentabilidade organizacional, assinale a alternativa III - A simultaneidade entre produção e consumo não se aplica
correta. ao caso, pois os produtos adquiridos no posto só serão consumidos
(A) O enfoque triple bottom line para a sustentabilidade intro- após o fim da prestação do serviço.
duz a necessidade de pensar em cada setor da organização e IV - A heterogeneidade não se aplica ao caso, pois toda vez que
adequá-los aos interesses sociais. os consumidores se apresentam ao posto para receber um serviço
(B) A responsabilidade social presente nas organizações deve – seja ele de abastecimento, troca de óleo, lavagem geral, etc. – re-
refletir, em primeiro lugar, na satisfação de seus clientes. ceberão exatamente o mesmo serviço.
(C) Os princípios gerenciais da sustentabilidade são o enfoque
sistêmico e a visão de longo prazo. É(São) correta(s):
(D) No triple bottom line, a dimensão econômica deve ficar (A) I, II, III e IV.
em segundo plano para que as dimensões social, natural e de (B) I e III, apenas
trabalho possam ser satisfeitas. (C) II e IV, apenas.
(E) O principal desafio da sustentabilidade é priorizar a huma- (D) IV, apenas.
nização e a preservação ambiental em detrimento do lucro e (E) I, apenas.
do desenvolvimento econômico.
23. (IFC/SC - Assistente Administrativo – IFC) O setor de ser-
20. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre a susten- viços é um dos que mais cresce. A prestação de serviços pode ser
tabilidade organizacional, considere as seguintes afirmativas: identificada pelo conjunto de características:
1. A sustentabilidade é um paradigma que visa à integração en- (A) Perecibilidade, intangibilidade, inseparabilidade, relações
tre a economia, o ambiente e a sociedade. com os clientes, esforço do cliente e uniformidade.
2. A sustentabilidade indica que a preocupação das empresas (B) Tangibilidade, alta lucratividade, estocagem, relações com
deve ir além da produção e da geração de dividendos, devendo se os clientes, perecibilidade e uniformidade.
debruçar sobre questões que proporcionem o bem-estar dos seus (C) Tangibilidade, separabilidade, perecibilidade, estocagem,
empregados, associadas à preocupação com a comunidade da qual movimentação e inseparabilidade.
fazem parte esses mesmos empregados. (D) Alta lucratividade, separabilidade, uniformidade, tangibili-
3. Na prática, o modelo e o paradigma da sustentabilidade tra- dade, não perecibilidade e esforço do cliente.
dicional têm servido ao consumo externo e aos discursos cobertura (E) Relações com os clientes, alta lucratividade, inseparabilida-
sobre as reais finalidades das ações para a sustentabilidade. de, movimentação, esforço do cliente e uniformidade.
4. Na perspectiva de uma crítica ao modelo tradicional de sus-
tentabilidade, o objetivo de um ambiente organizacional externo 24. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de Adminis-
e interno sustentável é que as pessoas sejam consideradas o alvo tração - VUNESP) Dos produtos a seguir, aquele que possui como
principal da garantia de uma vida saudável, tanto econômica e po- uma de suas principais características a intangibilidade é:
liticamente quanto do ponto de vista da saúde física e emocional. (A) logística.
(B) serviços.
Assinale a alternativa correta. (C) construção civil.
(A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. (D) agronegócios.
(B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. (E) indústria.
(C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
(D) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
(E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
25. (EBSERH - Analista Administrativo - Relações Públicas – 28. (AL/GO - Comunicador Social – IADES/2019) A respeito de
IBFC/2020) Assinale a alternativa que indica qual a importância da campanhas de marketing, assinale a alternativa correta.
produção de conteúdo para o blog institucional. (A) As campanhas atuais integram ações de mala direta com
(A) Gerar likes nas páginas das redes sociais apenas. marketing interativo, criando sinergia entre a comunicação
(B) Atrair seguidores para as redes sociais somente. por meio impresso e os canais digitais.
(C) Atrair leads interessados em temas específicos e que pode- (B) É correto afirmar que uma campanha de marketing digital
rão ser convertidos em clientes da empresa. equivale à mala direta dos tempos atuais.
(D) Gerar engajamento em apenas alguns temas específicos (C) Já está comprovado que os diversos segmentos de público
da organização. são fiéis ao respectivo perfil ou aceitam a mala direta ou o
(E) Gerar comentários positivos no site apenas. marketing digital.
(D) A taxa de cliques (CTR ou click-trough rate) é verificada
26. (SECOM/PA – Publicitário – AOCP/2018) A realização do Pla- dividindo-se o número de cliques que um anúncio recebe
no de Mídia permite que a agência defina para seu anunciante os pela quantidade de usuários em um determinado espaço de
melhores meios, veículos e estratégias a serem usados. E uma das tempo.
estratégias a ser usada é a de Inbound Marketing. Assinale a alter- (E) Com a chegada de novos recursos e ferramentas que dina-
nativa correta quanto ao Inbound Marketing na publicidade. mizam a comunicação por meios digitais, a mala direta caiu no
(A) Trabalha com o uso de ferramentas online que, na maioria esquecimento.
das vezes, são gratuitas, como blogs e redes sociais, sem
a necessidade de investimentos exorbitantes por parte do 29. (UFCSPA/RS – Assistente de Administração – FAURGS/2018)
anunciante. Quanto à postura ética do profissional envolvido com vendas e ne-
(B) A ferramenta de Inbound Marketing não é recomendada gociações, considere as atitudes abaixo.
para as organizações e anunciantes que estão iniciando suas I - Conduzir negociação com confiança mútua.
atividades no mercado, devido ao baixo investimento. II - Conduzir negociação com suspeita e desconfiança.
(C) O Inbound Marketing é utilizado para atrair todas as pesso- III - Ser imprevisível e incoerente.
as, independente se estas buscam ou não o que a organização IV - Ser claro, transparente e honesto.
e o anunciante estão oferecendo no mercado.
(D) Apesar de ser uma ferramenta online, o Inbound Marke- Quais estão INCORRETAS?
ting não permite a presença da organização e do anunciante (A) Apenas I.
nas redes sociais, somente por meio do e-mail marketing. (B) Apenas I e II.
(E) Para trabalhar o Inbound Marketing é necessário e impor- (C) Apenas I e IV.
tante que as organizações e anunciantes, possuam um alto (D) Apenas II e III.
orçamento destinado ao Marketing Digital. (E) I, II, III e IV.

27. (UEPA - Técnico de Nível Superior - Comunicação Social – 30. (MSGás – Técnico Comercial – IESES/2021) A ética constitui
FADESP/2020) Em sentido estrito, marketing significa o mercado o conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é
atuando. Por isso mesmo, a principal dificuldade que as empresas e certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização. O com-
instituições públicas enfrentam na atualidade é acompanhar as mu- portamento ético acontece quando a organização incentiva seus
danças do mercado, especialmente com a entrada das novas tecno- membros a comportarem eticamente de maneira que os membros
logias digitais. Deste modo, o marketing digital, quando se trata do aceitem e sigam tais valores e princípios. Verifique as assertivas e
relacionamento com o público, deve se preocupar em assinale a INCORRETA:
I. atualizar os sistemas de relacionamento com o consumidor (A) Administradores éticos alcançam sucesso a partir de práti-
ou usuário, usando as redes sociais e os ambientes digitais. cas administrativas caracterizadas por equidade e justiça.
II. desenvolver campanhas com base na responsabilidade so- (B) A ética constitui um elemento catalisador de ações social-
cial para as plataformas de propaganda e publicidade nos ambien- mente responsáveis da organização por meio de seus adminis-
tes digitais, com o objetivo de posicionar a marca com relação às tradores e parceiros.
questões socioeconômicas. (C) Quando as organizações são confiáveis quanto à ação éti-
III. transformar o consumidor em um aliado, considerando o ca, a sociedade pressiona por uma legislação que regule mais
processo de engajamento social dos clientes, que caracteriza, em intensamente os negócios.
boa medida, as ações de participação e colaboração que caracteri- (D) A ética é uma preocupação com o bom comportamento.
zam a cultura do consumo.
IV. ignorar a concorrência, uma vez que a competição nos mer- 31. (Prefeitura de Catanduvas/PR – Assistente Administrativo –
cados globais deixou de ser vertical para ser horizontal; em outras FAUEL/2021) _______________________ é o termo que represen-
palavras, empresas pequenas não devem ser consideradas como ta e estabelece os imperativos de uma boa conduta e integridade
peças importantes no posicionamento mercadológico. profissional de um indivíduo no exercício de sua função. A lacuna
acima pode ser CORRETAMENTE preenchida pela alternativa:
Está(Estão) correto(s) o(s) item(itens) (A) Autoritarismo.
(A) I e IV somente. (B) Improbidade Administrativa.
(B) I, II, III e IV. (C) Ética Profissional.
(C) I, II e IV somente. (D) Comunicação Empresarial.
(D) I, II e III somente.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
32. (DETRAN/PA - Agente de Educação de Trânsito – FA- 36. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho/PE – Técnico em Mí-
DESP/2019) Práticas de negócios éticos ou antiéticos costumam dias - INSTITUTO AOCP/2019) Ao criar anúncios para as diversas
refletir os valores, as atitudes, as crenças e os comportamentos pa- mídias sociais, é fundamental pensar no formato adequado não
drão da cultura organizacional. Portanto, pode-se dizer que apenas para a mídia escolhida como também para o público e o
(A) a ética é exatamente a mesma coisa que moral, pois é a objetivo específico de sua campanha. No caso do Facebook, quando
ética que cria a moral e vice-versa. o anúncio com foto é a melhor opção?
(B) os problemas éticos caracterizam-se pela sua especificida- (A) Quando você quer dar mais flexibilidade e alternati-
de em situações concretas. vas para seu conteúdo, ajudando os clientes a encontrar e
(C) a moral estuda uma forma de comportamento humano explorar seus produtos de uma maneira interativa, imersiva e
que os homens julgam obrigatório e valioso. exclusiva para dispositivos móveis.
(D) a ética deve fornecer a compreensão racional de um as- (B) Quando você precisar criar um anúncio em poucos minu-
pecto real e efetivo do comportamento humano. tos, tiver a intenção de aumentar o reconhecimento de seus
(E) uma decisão eticamente correta não é a que melhor asse- produtos ou quiser direcionar as pessoas para o seu site.
gura os direitos das pessoas por ela afetadas. (C) Quando você tem a intenção de ser imersivo, autêntico,
inclusivo e viciante, mas sempre atentando para o formato
33. (Petrobras – Administrador Pleno – CESGRANRIO) No pas- vertical da tela do celular.
sado, muitas empresas realizavam vendas para um único mercado, (D) Quando você precisar criar uma experiência imersiva rapi-
por meio de um único canal de marketing. Hoje, com a proliferação damente, direto de seu celular, com a intenção de simplificar
de segmentos de clientes e de alternativas de canal, um número uma narrativa ou um processo complexo para alcançar pesso-
cada vez maior de empresas vem adotando o chamado “marketing as com conexões mais lentas.
multicanal”, isto é, uma única empresa emprega dois ou mais canais
de marketing para atingir um ou mais segmentos de mercado. Que 37. (SEED/PR - Professor - Produção Cultural e Design - CESPE /
afirmação NÃO corresponde a uma característica da utilização de CEBRASPE/2021) Em se tratando de uma pesquisa de satisfação de
múltiplos canais? clientes de uma rede de supermercados, é correto afirmar que o
(A) Cada canal só pode ser empregado para uma tarefa da cliente está totalmente satisfeito quando
empresa (pré-venda, fechamento da venda, pós-venda etc.). (A) a rede possui uma ampla oferta de produtos caros.
(B) Empregando mais canais, uma empresa pode conseguir (B) a rede possui uma maior quantidade de itens a oferecer.
maior cobertura de mercado. (C) sua expectativa é atendida sempre que ele vai até um dos
(C) O acréscimo de novos canais pode reduzir o custo por supermercados da rede.
canal. (D) a motivação dos funcionários da rede é alta.
(D) Novos canais podem oferecer vendas mais personalizadas. (E) sua percepção é de que há agilidade no processo de aten-
(E) Diferentes canais de uma mesma empresa podem acabar dimento.
competindo pelos mesmos clientes.
38. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu-
34. (MPE/PA - Estagiário - Comunicação Social - Publicidade nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi-
e Propaganda – CONSULPLAN/2019) A comunicação voltada para nião pública, julgue o próximo item.
as mídias sociais necessita da concretização de alguns passos e da A primeira das quatro fases do processo de elaboração da opi-
observância a certos cuidados para que seja feita com êxito. Par- nião pública é caracterizada pelo aparecimento de questões de in-
tindo-se da validade de tal postulado, são medidas essenciais para teresse geral, que, ao serem solucionadas, geram uma sensação de
aprimorar a comunicação nas mídias sociais, EXCETO: bem-estar aos envolvidos; a fase seguinte é a da controvérsia.
(A) Personificar a própria marca e interagir constantemente (....) CERTO
com os receptores. (....) ERRADO
(B) Encorajar a discussão e a participação junto ao público
para adicionar valor às próprias postagens. 39. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu-
(C) Mapear quem são os concentradores de tráfego de conte- nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi-
údo e de informações, monitorando o que eles dizem. nião pública, julgue o próximo item.
(D) Compartilhar informações irrelevantes, usando ferra- Para se caracterizar um posicionamento acerca de determina-
mentas que promovam o conteúdo, tornando-o acessível ao do tema como de opinião pública, é necessário haver acordo da
público. maioria das opiniões de uma coletividade sobre questões relativas
a esse posicionamento.
35. (Petrobras - Técnico de Comercialização e Logística Júnior – (....) CERTO
CESGRANRIO/2018) Diversas empresas utilizam canais comerciais e (....) ERRADO
de distribuição que são formados por intermediários, como os va-
rejistas, que têm a função de 40. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comuni-
(A) conceituar a imagem da empresa e sua marca. cação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) No que se refere
(B) definir os custos de produção e de distribuição do fabrican- à comunicação com o mercado, julgue o item que se segue.
te. O atendimento aos direitos do consumidor e o cuidado com o
(C) planejar a comunicação institucional dos bens fabricados. cliente são questões de sobrevivência da empresa no mercado, as
(D) tornar o produto acessível para o consumidor final. quais impactam diretamente na imagem e dão visibilidade à empre-
(E) vender os produtos a atacadistas e distribuidores. sa que assume essa atitude perante o consumidor.
(....) CERTO
(....) ERRADO

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO

GABARITO ANOTAÇÕES

______________________________________________________
1 C
2 C ______________________________________________________
3 B ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 E
______________________________________________________
6 D
7 CERTO ______________________________________________________
8 CERTO ______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 C
11 E ______________________________________________________

12 CERTO ______________________________________________________
13 E
______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 A
16 B ______________________________________________________
17 A ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 C
20 E ______________________________________________________

21 A ______________________________________________________
22 E ______________________________________________________
23 A
______________________________________________________
24 B
25 C ______________________________________________________
26 A ______________________________________________________
27 D
______________________________________________________
28 A
______________________________________________________
29 D
30 C _____________________________________________________
31 C _____________________________________________________
32 D
______________________________________________________
33 A
34 D ______________________________________________________
35 D ______________________________________________________
36 B
______________________________________________________
37 C
______________________________________________________
38 ERRADO
39 CERTO ______________________________________________________
40 CERTO ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

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