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Conceitos Operacionais de

Tratores
Princípio de funcionamento, operação e adequações
Apresentação do Curso

Objetivo:
• O curso proporciona aos participantes conhecimentos sobre os principais conceitos
que envolvem um trator, bem como a sua aplicação nas diversas operações
agrícolas e as adequações para o seu máximo rendimento. Ao término do
treinamento, o participante poderá instruir o cliente quanto a correta utilização do
trator e realizar a entrega técnica para a máxima eficiência do equipamento

Conteúdo Programático:
• Conceituação de Trator
• Motores
• Conceitos gerais de motor
• Reserva de torque
• Reserva de potência
• Transmissão
• Tipos e funções
• Embreagem
• Reversão
• Creeper
• Eixos
• Eixo dianteiro
• Eixo traseiro
• Sistemas Hidráulicos
• Conceitos hidráulicos do trator
• Válvulas de controle remoto
• Levante de 3 pontos
• Tomada de potência
• Barra de tração
• Cabine e comandos
• Segurança Operacional
• Equilíbrio operacional de tratores
• Objetivos da adequação
• Relação peso vs potência
• Lastro
• Pneus
• Patinagem
• Índice de antecipação
• Marcha de trabalho
• Rotação de trabalho

2
Regras importantes para a realização das praticas:

▪ Não utilizar marreta de ferro em componentes que possam danificar com o impacto.

▪ Não danifique os componentes mecânicos, hidráulicos, elétricos.

▪ Manter as ferramentas gerais e especiais limpas e organizadas.

▪ Não utilize ferramentas especiais e gerais para fazer alavancas e mantenha longe de
possíveis quedas de componentes.

▪ Verifique se alguém esta próximo antes de mover, bater, retirar qualquer tipo de
componentes.

▪ Os componentes são pesados, cuidados com as mãos e pés.

▪ Antes de ligar as maquinas verifique se não tem ninguém por perto, buzine antes.

▪ Cuidado com altas pressões hidráulicas.

▪ Sempre comunique uma ação aos colegas antes de fazer.

▪ Utiliza luvas e óculos para realizar os procedimentos.

▪ Sempre limpe derramamentos de graxa e óleo no chão.

▪ Caso algum aparelho/ferramenta venha a ser danificado comunique imediatamente o


facilitador.

▪ O carrinho de Ferramentas é de uso comum e será compartilhado entre os grupos.


Organizem-se para compartilhar as ferramentas.

▪ Durante as atividades de campo com maquinas agrícolas , preze pela sua segurança e
pela segurança dos colegas. Mantenha a maquina limpa e organizada.

▪ Antes de solicitar o auxilio do facilitador esgote o assunto/duvidas dentro do grupo e


inclusive junto ao outro grupo. Esse é um bom momento para troca de experiências.

▪ Permita que todos os integrantes do grupo possam opinar e executar as práticas. O grupo
é responsável pelos integrantes e por garantir que todos obtenham o conhecimento.

▪ O caderno tem muitas linhas em branco. Aproveite para anotar o máximo de informações
possíveis. Ele será seu guia nas atividades do dia-a-dia.
Introdução

“Máquina autopropelida provida de meios que, além de lhe conferirem apoio estável sobre
uma superfície horizontal e impenetrável, capacitam-no a tracionar, transportar e fornecer
potência mecânica para movimentar órgãos ativos de máquinas e implementos agrícolas”.

Luiz Geraldo Mialhe


Professor titular da Esalq/USP
(Ganhador do prêmio Jabuti de 1980 – Ciências (Tecnologia))

Definição
Máquina utilizada para tracionar implementos.

O trator agrícola é formado por vários componentes,


com funções específicas de transformação e
transferência de energia para sua locomoção e
movimentação das máquinas e implementos nele
acoplados.
Assim, abaixo estão listados os principais
componentes e aspectos relacionados aos tratores
agrícolas.
✓ Motor
✓ Transmissão
✓ Eixos
✓ Sistema Hidráulicos Esquema geral de um trator agrícola

✓ Tomada de Potência
✓ Rodados
Motor

É um conjunto de mecanismos que transforma energia


térmica em energia mecânica.
Ciclo Otto
▪ Aspiram uma mistura ar-combustível preparada antes de
Componentes internos de um motor
ser comprimida no interior dos cilindros. A combustão é
provocada por uma faísca produzida pelo sistema elétrico.
Ciclo Diesel
▪ Aspiram somente ar, que após ser comprimido no interior
dos cilindros e consequentemente elevando a
temperatura, recebe o combustível injetado sob pressão.
A combustão ocorre por autoignição, quando o Desenho técnico de um motor

combustível entra em contato com o ar, aquecido pela alta


pressão.

1º – Admissão 2º – Compressão 3º – Combustão 4º – Escape

O pistão desce do PMS O pistão desloca-se do Pouco antes do pistão chegar Depois da combustão, e
ao PMI admitindo ar PMI para o PMS com as ao PMS na compressão, o com o pistão no PMI, a
para dentro do cilindro válvulas de admissão e sistema injeta combustível e de válvula de escape se
através da válvula de descarga fechadas forma espontânea resulta na abre e os gases
admissão. comprimindo a mistura. combustão, forçando o pistão queimados são forçados
para baixo (PMI) para fora do cilindro.
Motor
Turbo
▪ O Turbo compressor, é um equipamento adicionado aos
motores de combustão interna que aproveita os gases de
escape para injetar ar nos cilindros (câmara de
combustão). Turbocompressor

Intercooler
▪ A função é resfriar o ar proveniente do turbo, aumentando
sua massa através do aumento das moléculas de oxigênio.
Esse resfriamento possibilita melhor queima de
combustível e também, certo ganho de potência
Diferença de temperaturas do ar de
admissão dentro dos componentes
do motor

Common Rail
Sistema de gerenciamento eletrônico que
permite a injeção direta de combustível na
quantidade e no momento exato,
proporcionando:
• Menor índice de emissões de poluentes;
• Menor nível de ruído;
• Maior potência;
• Menor consumo de combustível;
• Diagnóstico de falhas mais preciso e em Diagrama do sistema Common Rail

menos tempo;
• Sistema de segurança contra falhas;
Motor
▪ PROCONVE – Programa de Controle da Poluição do Ar
por Veículos Automotores.

▪ Criação em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio


Ambiente – CONAMA 433/2011. Resoluções que
estabelecem diretrizes, prazos e padrões legais de
emissão para diferentes categorias de veículos
automotores.

Onde se aplica
▪ Máquinas agrícolas e de construção (rodoviária)
novas – nacionais e importadas.

Similaridade
▪ Estados Unidos da América: Tier 3 / Europa: Stage
IIIA.

Implicações
▪ Modificações nos motores.
▪ Novas tecnologias.
▪ Utilização de diesel com teor de enxofre reduzido.

Prazos Máquinas Agrícolas


▪ A partir 1° de Janeiro 2017
• potência igual ou maior que 75 kW (101 cv).
▪ A partir 1° de Janeiro 2019
• potência superior a 19 kW (25 cv).

EGR Interno (iEGR)


• O iEGR permite que os gases de escapamento retornem parcialmente para os
cilindros a fim de diminuir a temperatura da câmara responsável pela geração NOx.

Lóbulo do
sistema
iEGR

Lóbulo principal
de acionamento
da válvula de
Vista frontal do eixo do admissão
comando de válvulas.

Sistema iEGR.
Motor

Redução Catalítica Seletiva (SCR) é um meio de


SCR
Cataly conversão de óxidos nitrosos, também referidos
st DEF
injector como NOX, com a ajuda de um catalisador em:
Nitrogênio (N2) e água (H2O)

Catalisador SCR

NOx
N2 Para a atmosfera
Mixer NOx H20
NOx N2
NOx H20
Ammonia
NOx N2
NOx N2 H20

NOx H20
Injeção de ARLA
Motor

Qual é a potência necessária?

1 CV/cm 1 CV/cm 0,7 CV/cm

Plantadeiras
Sulcador Disco
1 CV/cm 0,5 CV/cm
Torque

Definição
▪ É uma força que tende a rodar ou virar
objetos.
Esquema representando o
torque do motor

Equação
▪ Torque = Força x Distância

Princípio de Funcionamento

Momento de torque do motor


Reserva de torque
• Ela representa a “elasticidade” do motor em uma operação de trabalho na qual o
motor perde rotação em um esforço adicional, porém, o recupera através da elevação
do torque do motor.

Atuação
• É a diferença nos níveis de torque gerados pelo motor, comparando os valores na
rotação de potência máxima e na rotação de torque máximo.

Não significa potência adicional disponível.


Exemplo:
• Motor com 100 cv e 20% de reserva de
torque = Potência total disponível: 120 cv.
Gráfico de reserva de torque
Torque

𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜 − 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎


𝑹𝒆𝒔𝒆𝒓𝒗𝒂 𝒅𝒆 𝑻𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 % = ( ) x
𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎
100
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎
𝑻𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝑴í𝒏𝒊𝒎𝒐 𝑁. 𝑚 = ( ) x 7026
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎

✓ Torque Máximo = 510 N.m

✓ Torque na Rotação Máxima = 395 N.m

𝟓𝟏𝟎 −𝟑𝟗𝟓
𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 % = (
𝟑𝟗𝟓
) x
100
𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 % = 29%

Curvas de potência, torque e consumo de combustível


POTÊNCIA
Definição
▪ Potência é a rapidez com a qual uma certa quantidade de energia é transformada ou é a rapidez
com que o trabalho é realizado.
Potência = Força x Potência (kW) = Torque (N.m) x 2π x ω
Distância (rpm)
Tempo 60.000
Potência Mecânica
▪ Trabalho realizado por uma máquina em um
determinado período de tempo.
CV HP W kW
CV 1 0,9863 735,5 0,7355
HP 1.014 1 745,7 0,7457
W 0,00136 0,00134 1 0,001
Principio da potência de James Watt
kW 1,36 1.341 1000 1
Conversão de diferentes unidades de potência
potência

POTÊNCIA BRUTA
➢ Medida no volante do motor:
➢ Acessórios não estão montados no motor:
• Filtro de ar, silenciador de escape, alternador,
bomba de combustível, ventilador, etc.
Medição de potência do motor sem acessórios
➢ Motor não está montado no trator.
➢ Não é a potência real disponível.

POTÊNCIA LÍQUIDA
➢ Medida no volante do motor.
➢ Acessórios estão montados no motor:
• Filtro de ar, silenciador de escape, alternador,
bomba de combustível, ventilador, etc. Medição de potência do motor com acessórios

➢ Motor não está montado no trator.


➢ É a potência real gerada pelo motor.

ISO TR 14396
Padrão SAE J1995 97/68/CE ECE R24
ECE R120

Saída de potência Motor Motor Motor Motor


Pressão
Temperatura Temperatura Potência Obtida
NORMA Atmosférica
Ventilador Não Não Não Sim* Ambiente (ºC) Combustível (ºC) (%)
(bar)

Bomba de água de resfriamento Não Sim Sim Sim


DIN 70020 1 25 40 100
Refrigerador de água Não Não Sim Sim
SAE J1349 1 25 40 104
Turbina Sim Sim Sim Sim
ECE R24 0,99 25 40,5 104
Intercooler Sim Sim Sim Sim
97/68/CE 0,99 25 33-43 107
Filtro de ar Não Sim Sim Sim
ISO TR 14396 0,99 25 37-43 107
Tubo de escape Não Sim Sim Sim
SAE J1995 1 25 40 111
Bomba injetora Sim Sim Sim Sim

Agregados adicionais** Não Não Não Não

*Ventilador com deslize máximo.


Parâmetros para medição de potência do motor
**Bombas hidráulicas, Ar-Condicionado, etc.

100 cv (DIN 70020) = 107 cv (ISO TR 14396) = 111 cv (SAE J1995)


potência

Potência Nominal – potência na


rotação nominal do motor.

Potência Máxima – valor máximo


de potência do motor.
Potência Máxima com Reserva
de Potência – valor máximo de
potência do motor através da
injeção de mais combustível, por Curvas de potência do motor

tempo determinado, para vencer


uma sobrecarga.

Definição
• Capacidade de gerar potência extra, sob determinadas condições: sobrecarga na TDP,
sistema hidráulico.
Atuação
• Sistema eletrônico detecta as condições de carga e operação dentro da transmissão,
sistema hidráulico e TDP. Se esses parâmetros estiverem fora da faixa normal, a reserva
entra em funcionamento.
• Atuação por tempo determinado.

➢ Não é utilizada para dimensionamento trator-


implemento.
➢ Não é a potência real disponível.
▪ Exemplo:
• Motor com 200 cv e 25 cv de reserva de
potência
Curva de potência do motor
• Potência nominal disponível: 225 cv.
potência

Motor: 235 cv Sem Motor: 235 cv


Hidráulico/TDP: 200 Hidráulico/TDP: 180
cv
Reserva de cv
Velocidade: 7 km/h Potência Velocidade: 5 km/h

carga do
motor
saída TDP

velocidade de deslocamento à
frente Variação de potência em diferentes situações

Motor: 235 cv Motor: 260 cv


Hidráulico/TDP: 200
Com
Hidráulico/TDP: 200
cv Reserva de cv
Velocidade: 7 km/h Potência Velocidade: 7 km/h
Transmissão

Função
• Transferir o movimento de rotação do motor para as rodas.
• Transferir o movimento de rotação do motor para a tomada de
potência*
Componentes Básicos
• Embreagem.
• Caixa de câmbio.
Conjunto motriz
• Diferencial.
• Redutores.
Funcionamento básico
A potência passa pela embreagem, pela caixa de cambio, aonde sua rotação e torque são
alterados, seguindo para o diferencial e redução final, chegando assim às rodas motrizes.

Embreagem
• É um mecanismo situado entre o motor e a caixa de cambio, o qual permite transmitir de
forma progressiva e suave a energia do motor à transmissão por meio de discos de
fricção
• Possibilita o início e o fim do movimento do trator de forma suave.
• Permitir a troca de marchas através da interrupção da transmissão de movimento do
motor à caixa de câmbio.

Vista expandida da embreagem

Esquema de uma embreagem


Transmissão

• Monodisco
• Composta de apenas um disco para a
transmissão do movimento.

• Dupla Embreagem monodisco

• Composto por dois discos de fricção;


• Um dos discos é utilizado para a
transmissão da potência às rodas; Embreagem disco duplo

• Outro para a transmissão de potência


para a TDP.

Embreagem Bi disco
Função
Gerar o atrito necessário para transmitir a rotação
do motor para o câmbio, permitindo acoplamentos
suaves entre as trocas de marchas.

• Orgânico
Macio e suave.
• Cera metálico
Mais resistente e maior durabilidade.
• Sinterizado
Resistente ao desgaste e eficaz no arraste.

Composição disco de embreagem

“Para cada tipo de transmissão há um tipo de embreagem mais adequado”


Transmissão
Tipos de reversão
Mechanical Shuttle
A reversão é feito através da troca de engrenagens
do sistema através de uma alavanca. Deve-se
obrigatoriamente pisar na embreagem e recomenda-
se parar a máquina.

Power Shuttle
A reversão é feita através de pacotes com discos de Foto de uma transmissão semi-powershift
completa com ênfase no Power Shuttle
embreagem que permite manter a mesma marcha
selecionada durante a mudança de sentido. A
inversão de sentidos possui comando eletro-
hidráulico e não necessita parar a máquina para
realizar esta operação nem acionar o pedal de
embreagem

Creeper
Sistema composto por um conjunto de Centurion - Rodado 18.4R38 @ 2200 RPM
Velocidade com
Marcha Velocidade
engrenagens e eixos que tem a única função redutor
1º L 2,34 km/h 0,17 km/h
de reduzir a velocidade de deslocamento do
2º L 3,22 km/h 0,24 km/h
trator 3º L 4,44 km/h 0,32 km/h
4º L 6,17 km/h 0,45 km/h
• Não deve ser confundido com aumento de
5º L 8,58 km/h 0,63 km/h
torque 6º L 10,36 km/h 0,76 km/h
• Não se recomenda utilizar em operações 1º H 6,63 km/h 0,48 km/h
2º H 9,15 km/h 0,67 km/h
com alta carga de força 3º H 12,61 km/h 0,92 km/h
• Recomenda-se engatar com o trator 4º H 17,53 km/h 1,28 km/h
5º H 24,37 km/h 1,78 km/h
parado
6º H 29,42 km/h 2,15 km/h
Tabela comparativa de velocidades

Botão
acionador do
creeper
Transmissão
Convencional
Conjunto de engrenagens de diferentes tamanhos. O engate e trocas de velocidades são
feitos mecanicamente, e para que sejam feitos, é necessário o acionamento da embreagem
e sugerido a parada total do trator.

Engrenagens Deslizantes (Caixa Seca)


▪ O par de engrenagens móvel se desloca
durante o engrenamento.
▪ Ao trocar a marcha, deve-se parar o trator.
Engrenagem deslizantes

Engrenamento Constante (Constant Mesh)


▪ As engrenagens principais permanecem sempre acopladas,
porem não engatadas ao eixo.
▪ O engate é feito por luvas que deslizam sobre um mancal
solidário ao eixo, estabelecendo o engrenamento entre o
Engrenagens de engrenamento
eixo e os pares de engrenagens. constante

▪ As trocas de marchas devem ser com o trator parado.

Sincronizadas
▪ Anéis sincronizadores acertam a velocidade de giro das
engrenagens a serem acopladas.
▪ Os pares de engrenagens estão em engrenamento
constante. Engrenagens sincronizadas
Transmissão

Powershift
O engrenamento é permanente. Na composição do sistema existem ainda 2 ou 3 conjuntos
epicíclicos instalados no eixo de entrada da transmissão. Os epicíclicos possuem um
“sistema de freio” (discos) utilizados para frear a solar ou a coroa do conjunto, mudando
assim a velocidade do eixo de entrada da transmissão, mudando a velocidade de
deslocamento do trator. Neste sistema as marchas podem ser trocadas com o trator em
deslocamento e com carga. E a troca de marchas ocorre sem o acionamento da
embreagem.

Semi Powershift
Esse tipo de transmissão e dividida em duas partes sendo:
a) Um conjunto de engrenagens (geralmente 4 pares)
b) E 2 ou 3 conjuntos de epicíclico

Módulo Módulo Módulo


Powers Power Mecânic
Vista de um conjunto epicíclico hift Shuttle o

Vista em corte de uma transmissão semi-powershift completa

✓ Não recomendado fazer a trocas dos grupos com o trator em trabalho com carga.
✓ Troca de marchas pode ser realizada com a maquina em movimento.

Full Powershift
✓ Pacote de Discos Úmidos
✓ Permite a troca das marchas e grupos sem
interrupção do deslocamento.
✓ Todas as marchas possuem pacotes de discos que
permitem as trocas constantes com carga sem
Vista em corte de uma transmissão full powershift
interrupção de força.
Transmissão
Continuamente Variável (CVT)
Esse sistema não possui marcha. Um conjunto de bomba e motor hidráulico de pistão variáveis
são usados para promover o deslocamento do trator, por isso esse conjunto não possui
engrenagens para troca de velocidades. Por não possuir engrenagens ou marchas, nesta
transmissão não existe 1L, 2H, 1C, etc, basta programar a velocidade de trabalhar.

Características
▪ Nesse tipo de transmissão não existe marcha.
▪ Simula uma quantidade infinita de relações de marcha
entre as velocidades mínima e máxima possíveis.
▪ Não usa engrenagens de diferentes tamanhos para
selecionar as relações de marchas,
▪ Usa um conjunto de bomba e motor hidráulico variáveis
para promover o deslocamento do trator, além do
aproveitamento de energia mecânica através de seu
epicíclico, Vista 3D de uma CVT

▪ Proporciona economia de combustível em relação aos


demais sistemas.
▪ Apresenta melhor eficiência e desempenho da
máquina.
Componentes

Motor
Diesel
Redutor
Bomba Epcíclic 1
Hidráulica o
TDP 2

Motor Motor 3
Hidráulico

1- Planetária – Conduzida
pelo motor
Eixo Coletor
Collector Shaft
2- Solar – Conduzida pelo
eixo coletor
3- Coroa – Conduzida pela
bomba hidráulica
Redutor epicíclico

Range Eixo
Alto / Baixo Saída

Circuito hidrostático da CVT


Transmissão

Funcionamento

Energia Hidráulica
X
Energia Mecânica

Gráficos do princípio de funcionamento da CVT

Funcionamento
Partida do motor diesel

• Potência hidráulica: 0%

• Potência mecânica: 0%

Princípio de funcionamento da CVT

Funcionamento
Início de movimento do trator

• Potência hidráulica: 99%

• Potência mecânica: 1%

Princípio de funcionamento da CVT


Transmissão

Funcionamento
Velocidade de trabalho

• Potência hidráulica: 50%

• Potência mecânica: 50%

Princípio de funcionamento da CVT

Funcionamento
Velocidade máxima

Bomba
• Potência hidráulica: 0% bloquead
a

• Potência mecânica: 100%

Motores com
giro livre

Princípio de funcionamento da CVT

Funcionamento
Deslocamento a ré

• Potência hidráulica: 100%

• Potência mecânica: 0%

Princípio de funcionamento da CVT


Eixos
• É um conjunto de peças e mecanismos responsáveis por transferir o movimento vindo
da caixa de câmbio às rodas de tração, alterando o plano de rotação do movimento de
transversal em plano longitudinal.
• Sustenta parte do peso do trator
• Permite a permanência dos quatro pontos de apoio do trator no solo

Conjunto de eixos do trator

4x2 – Tração Simples


▪ Duas rodas traseiras de tração.
▪ Duas rodas dianteiras menores apenas com finalidade
direcional.
Vista lateral trator 4x2
4x2 TDA (Tração Dianteira Auxiliar) – “Traçado”
▪ Duas rodas traseiras de tração.
▪ Duas rodas dianteiras menores:
▪ Direcionais.
▪ Providas de tração – quando acionada, apresenta
uma velocidade angular de 1 a 5% maior em relação Vista lateral trator 4x2 TDA

à traseira.
4x4 (integral)
▪ Todas as rodas do mesmo tamanho.
▪ Todas as rodas providas de tração permanente com
velocidades iguais nos dois eixos.
Vista lateral trator 4x4
Eixo

Eixo Dianteiro
Eixo Rígido
• Mantem o eixo do trator em contato com o solo.
• Não transmite o equilíbrio dinâmico ao trator.
• Não evita o efeito do galope.
Eixo com Suspensão Vista 3D do eixo dianteiro

• Possui um circuito hidráulico independente que


corrige a altura da dianteira do trator mantendo a
estabilidade e equilíbrio entre os eixos dianteiro e
traseiro.
• Aumenta e eficiência de tração, evita o efeito “Power
Hop” e aumenta o conforto operacional Vista 3D do eixo dianteiro

Eixo Traseiro
• Diferencia a rotação entre as duas rodas motrizes em curvas ou patinagens através do
Diferencial.
• Transferir o movimento em ângulo de 90° do pinhão para os semi-eixos.
• Aumentar o torque para as rodas através da redução da relação pinhão e coroa.
• Aumenta a tração em terrenos acidentados e de baixa aderência através do Bloqueio

Funcionamento

Acoplado à coroa está o mecanismo diferencial,


que é formado por um sistema de engrenagens
que transmitem o movimento que chega à
coroa para as pontas de eixo, deixando o trator
se movimentar tanto em linha reta como em
curvas, pois permite que as rodas girem em
velocidades diferentes. Vista interna do eixo traseiro

“Com o bloqueio do diferencial aplicado, o trator desloca-se somente em linha reta.”


Sistemas Hidráulicos

Sistemas hidráulico são circuitos que utilizam um fluído


para transmitir energia. Esse fluídos trabalham sob
pressão, fazendo com que pequenos conjuntos de F2

F1

componentes possam realizar grandes trabalhos pois


exercem forças iguais em todas as direções (princípio de
Paschoal) multiplicando forças. Principio de Pascal

Sistemas hidráulicos dos tratores


• Acionar pistões e/ou motores hidráulicos localizados no próprio trator ou nas máquinas
a ele acopladas.
• Podem ser utilizados o óleo da transmissão do próprio trator ou apresentar um
reservatório e óleo específico para o sistema.

▪ Reservatório de óleo
• Armazenar o fluido hidráulico.
• Arrefecer o fluido hidráulico.
• Decantar as partículas contaminantes.
▪ Tubulações
✓Conduzem o fluido entre os componentes.
▪ Filtros (sucção e pressão)
✓Reter as impurezas sólidas contidas no fluido.
▪ Bomba de óleo hidráulica
✓Gerar o fluxo, fazendo o líquido se movimentar
pelo sistema. Componentes de um circuito hidráulico

▪ Comando hidráulico, pistões ou motor


hidráulico
✓Direcionar o fluxo hidráulico, manter e controlar a
pressão do sistema e garantir sua segurança.
Sistemas Hidráulicos

Saída
Centro Aberto
▪ Bomba de engrenagens – fluxo constante.
▪ Está sempre acionado.
▪ É proporcional à rotação de acionamento.
Entrada
Vista em corte da bomba de engrenagens
Centro Fechado
▪ Bomba de pistão – fluxo variável.
▪ Funciona com diferença de pressão e vazão.
▪ Acionada somente quando é dado um comando para um
Vista em corte da bomba de pistão
atuador.

Válvulas de Controle Remoto

Acionadas através de alavancas e/ou botões, a função das Válvulas de Controle Remoto
(VCR) é comandar as partes atuantes (cilindros ou motores) de um implemento que está
conectado ao trator por mangueiras em um engate rápido.
Conforme o modelo do trator, este poderá ter uma ou mais VCRs. Cada uma é composta de
um par de acopladores com engate rápido que fazem a saída e o retorno do óleo para o
implemento

Conjunto hidráulico trator - implemento


Sistemas Hidráulicos
Sistemas hidráulicos originam força e movimento, fazendo com que suas combinações
gerem potência.

• Pressão = força.
• Vazão = velocidade.
Podemos analisar a capacidade hidráulica de um trator através da potência hidráulica.

Para tal cálculo, utilizamos uma equação matemática simples:


Vazão (l/min) x Pressão (bar)
Potência hidráulica (CV) =
459
Exemplo: Plantadeira com 3
motores hidráulicos
• Uma turbina de 25 l/min
(20 bar) Pot hidr.(cv) =
98 (l/min) x 50 (bar)
= 10,67 cv
• Uma turbina 33 l/min 459
(30 bar)
• Um motor de 40 l/min
(50 bar)
Plantadora de 17 linhas com sulcador = 170 cv tração + 10,7 cv hidráulica = 180 cv

Sistema Dependente
• Apenas um circuito hidráulico no trator.
• Atende ao mesmo tempo o levante de três pontos e o controle
remoto.
Conjunto de
• Seleção por um dos circuitos ao operar – os dois circuitos não bomba de
pistão do
trabalham ao mesmo tempo ou, se trabalham, um interfere no trator

funcionamento do outro.
Sistema Independente
• Um sistema exclusivo para o controle remoto e outro para o
sistema de levante.
• Ao operar, os dois circuitos trabalham ao mesmo tempo e não Conjunto de
bomba de
interferem no funcionamento do outro. engrenagem do
trator
Vazão Combinada
• Junção da vazão dos circuitos de levante de três pontos com a do controle remoto.
• Potência hidráulica do levante dos três pontos se soma à do controle remoto.
• Maior fluxo hidráulico para a VCR.
Sistemas Hidráulicos
Simples Ação – SA
• Corpo com apenas uma saída e o fluxo ocorre em uma
direção apenas. O retorno se dá na mesma linha por
ação do implemento.
Exemplo: peso do próprio implemento em caso de pistões
de levante.
Dupla Ação – DA
• Corpo com duas saídas e o fluxo pode ocorrer nos dois
sentidos. O fluxo varia conforme o sentido de Controle remoto na traseira
do trator
acionamento e é mantido enquanto acionado.
Exemplo: abaixamento e levante de implementos (grade e
plantadeira).
Retorno por Mola – SRN (Spring Return Neutral)
• Permite que o comando seja acionado e gere fluxo hidráulico
somente enquanto o operador manter a alavanca acionada.
Logo, o comando hidráulico cessa ao soltar a alavanca.

Vista em corte de uma válvula


Desarme Automático – KO (Kick-Out) de controle remoto

• O corpo automaticamente desarma e corta o fluxo hidráulico


F P N R
para o implemento quando atinge uma pressão pré-
determinada. Nos tratores com VCRs Eletrônicas o “Desarme
Automático” é feito por tempo e não por pressão.

F – Floating
P – Pressão
Flutuação – FL (Floating) N – Neutro
R – Retorno
• Permite que o óleo hidráulico circule livremente entre as duas
Alavanca Controle
portas e o reservatório, sem resistência. Remoto de 4
posições
• Utilizado principalmente para motores
Sistemas Hidráulicos

Controle de Fluxo – FD (Flow Divider)


• Algumas VCRs possuem em seu corpo um regulador de
vazão para atender a demanda de óleo do implemento.
Regulador de vazão mecânico
• No caso de VCRs eletrônicas, ainda é possível configurar
mais funções como fluxo de saída diferente do fluxo de
retorno; tempo de acionamento; etc

Regulador de vazão eletrônico

Power Beyond
• É uma válvula de VCR que não possui controle. As
válvulas estão ligadas diretamente aos sistema de
pressão/Tanque/linha de sinal, ou seja a linha de
pressão é controlada pela linha de sinal que atua
diretamente na bomba hidráulica, proporcionando
• Tem a função de liberar o fluxo hidráulico para
implementos que possuem comando próprio
Vista traseiro do trator com as
válvulas de controle remoto e ênfase
no sistema Power Beyond

LEVANTE DE 3 PONTOS
• Sistema que permite operar com implementos montados com engate de três pontos
• Devido aos esforço do implementos
acoplados, existe dois pontos, um em
cada extremidade dos braços inferiores,
que reagem à força de tração imposta
pelo implemento. E um ponto superior
chamado de terceiro ponto que reage à
força de compressão imposta pelo
Esquema hidráulico do levante de 3 pontos
implemento.
Sistemas Hidráulicos
Controle de Posição e profundidade
• Controla a operação de levante e descida dos
braços hidráulicos em relação ao solo
• Em algumas maquinas, também é possível
Controle de profundidade e posição
controlar a velocidade das resposta

Controle de posição com o pulverizador Controle de posição com a roçadeira


Controle de profundidade com o escarificador

Controle de Ondulação
Também chamado de sensibilidade, controla automaticamente a profundidade do
implemento de penetração, fazendo com que este corte o solo sempre na mesma
profundidade sem que o operador precise fazer tal controle com a alavanca

• Solos duros – Ajustado para responder com menos frequência, dando tempo para o
implemento passar pelas pequenas variações naturais do solo.
• Solos leves – Ajustado para responder com mais frequência, fazendo com que o
implemento responda mais rapidamente às variações natural do solo.

Funcionamento do controle de ondulação


Sistemas Hidráulicos

Forças atuantes

Forças atuantes no funcionamento do controle de ondulação

Intermix
• 100% de posição
Implemento segue sempre a mesma profundidade, sem considerar a
força necessária para puxar o implemento.

• 100% de tração Botão do Intermix


do tratores AGCO
Variável é a profundidade e a força permanece constante de forma que
o trator tem velocidade constante com controle de patinagem.

• Velocidade de Descida
Evitar caídas bruscas com impactos.
Modo automático – a velocidade de descida é determinado de
acordo com o peso do implemento e a velocidade de
deslocamento do trator. Botão do controle de descida
dos tratores AGCO
• Amortecimento
Evita a instabilidade e os solavancos sobre o sistema de levante
traseiro no momento do transporte do trator com o implemento
engatado a ele, oferecendo suavidade, conforto e segurança ao
Botão do controle de
operador e também, consequentemente, minimizando os amortecimento dos tratores
AGCO
esforços sobre o eixo dianteiro.
• Botões Externos
facilidade de acoplamento por uma única pessoa.
Para-lamas traseiros.
Botões do levante do 3 ponto
no paralama traseiro
Sistemas Hidráulicos

Braços Inferiores
Nivelamento do implemento horizontalmente com o
solo.
Capacidade de Levante VS Altura Máxima
• A
Menor capacidade de levante (peso).
Maior curso (altura e profundidade). A
• B B
Maior capacidade de levante (peso).
Menor curso (altura e levante).
Ajustes dos braços inferiores
do levante

• Fixo
Impede o movimento vertical do braço nivelador.
Implementos de penetração.
Exemplo: Arados, subsoladores.

• Flutuação
Ajustes dos braços
Implementos largos ou que devem ser capazes de mover-se inferiores do levante

de forma independente.
Permite movimento limitado no orifício oblongo.
Movimento vertical da haste de elevação
Exemplo: Grade niveladora, semeadora, roçadeiras e
pulverizadores.

Ajustes dos braços inferiores do levante


Sistemas Hidráulicos
Estabilizadores
Restringir o movimento lateral das barras de levante traseiras.
Assegurar o alinhamento lateral (centralização) do implemento
em relação ao trator.

“Quando nenhum implemento estiver acoplado ao sistema de


3 pontos, os estabilizadores devem ser ajustados utilizando os
pinos-trava nos furos fixos, para eliminar os movimentos
laterais.” Ajustes dos braços inferiores
do levante

Braço Superior
A maioria dos tratores adota a força de compressão que atua no terceiro ponto para o
acionamento do controle automático de ondulação
Posição de Acoplamento
• A
A
Menor curso (altura e profundidade).
• B B
Curso intermediário (altura e profundidade).
• C C
Maior curso (altura e profundidade).
Ajustes dos braços superiores do
levante

Inclinada para cima (implemento – trator)


• Implemento está forçando a traseira do trator a
sair do solo.
Representação da altura de engate no 3° ponto

Inclinada para baixo (implemento – trator)


• Implemento está forçando a traseira do trator no
sentido do solo.
• Ajuste correto!!
Representação da altura de engate no 3° ponto
Barra de Tração

Localizada abaixo da TDP na parte posterior do


trator. Utilizada para acoplamento de máquinas de
tração. Pode ser fixa ou oscilante, removível ou
articulada, para facilitar o acoplamento e regulagens.

Vista da barra de tração


FIXA
• Implementos que não exercem força lateral no trator.
• Melhor estabilidade de posição do implemento durante a
operação.
• Regulagem de profundidade.
DESLIZANTE
• Implementos que exercem força lateral no trator.
Movimentação da barra de tração
• Melhor raio de giro com carga quando em operação.

MAIS ALTA EM RELAÇÃO AO IMPLEMENTO


• Implemento está sendo forçado a sair do solo.
Posição de acoplamento da
• Implemento está forçando a traseira do trator ao barra de tração

solo.
MAIS BAIXA EM RELAÇÃO AO IMPLEMENTO
• Implemento está forçando a traseira do trator a
Posição de acoplamento da
sair do solo. barra de tração

• Dianteira do implemento está sendo forçada a


entrar no solo.
ALINHADA COM A MÁQUINA
Posição de acoplamento da
• Ajuste correto. barra de tração
Tomada de potência
A tomada de potência (TDP) é um eixo estriado localizado na
parte posterior do trator. Permite a transmissão de movimento
rotativo para máquinas acopladas ao trator.
540 rpm - Eixo de 6 estrias da TDP

Proporcional
• Acionamento a partir do eixo de saída da caixa de câmbio do
trator.
• A rotação é proporcional a velocidade de deslocamento do 1000 rpm - Eixo de 21 estrias da TDP

trator.
Velocidade Constante
• Acionamento através de eixo de entrada da caixa de câmbio
• Rotação depende apenas da rotação do motor.

Pressão de Acoplamento
Embreagem multi-disco lubrificada a óleo.
• Acoplamento modulado e suave.
• Diminuição de desgaste.
• Maior eficiência de transferência de potência. Pacote de
Tempo
acoplamento por etapas
embreagem da
acoplamento suave
TDP
Carga de acionamento da TDP
Tecla com três posições de funcionamento:
• Ligada.
• Neutro.
• Freio.
Botão acionador

Opções de Velocidades Conjunto de acionamento da TDP

540 – 540 Eco


1.000 – 1.000 Eco
Facilidade na substituição do eixo.
Comando Operacionais
Os comandos operacionais são diferentes entre as maquinas, porem seguindo a
simbologia e cores é possível identificar os comandos

• Comandos Motor;
• Comandos Transmissão;
• Comandos Sistema hidráulico;
• PTO;
• Levante 3 pontos; etc...

Como identificar comandos ?

Comandos Motor e Transmissão ( Laranja )


Comandos Sistema hidráulico ( Azul )
Comandos PTO ( Amarelo)
Capacidade Operacional

Normalmente os agricultores preocupam-se com o custo horário das máquinas e


implementos agrícolas, não levando em consideração o custo operacional, ou seja, o
dinheiro gasto por área trabalhada.

A capacidade de campo operacional (CCO) representa a capacidade do equipamento no


campo, na qual incluem o tempo todo da jornada diária de trabalho, ou seja, tempo para
preparo da máquina, tempo de operação, manobras, paradas e outros, é representada pela
seguinte equação.
Onde,
V = velocidade média de deslocamento (km/h),
L = largura média de trabalho (m), CCO = L x V x Ef
Ef = eficiência de campo (%) e 10
10 = fator de conversão para ha/h

Operação Limites de Eficiência Eficiência Media


(%) (%)
Aração 75 – 90 90
Gradagem/subsolag 70 – 90 80
em
Semeadura 65 – 85 75
Pulverização 60 – 90 75
Colheita de 50 – 75 60
forragens
Colheita de grãos 60 – 80 70
Capacidade Operacional media das operações agrícolas

Litros por hora ou litros por hectare?

Litros por Hora = consumo de combustível


tempo de trabalho
Ex: 100 litros gastos = 20 L/hora
5 horas de trabalho

Litros por hectare = área trabalhada


consumo de combustível
Diferença entre consumos
Ex: 10 hectares trabalhado = 10 L/hectare
100 litros gastos
EQUILIBRIO OPERACIONAL

Objetivos da Adequação de Tratores


• Economia de pneus e componentes
mecânicos,
• Aumentando a vida útil do trator.
• Reduz o consumo de combustível
• Aumenta a produtividade
• Diminui a emissão de gases poluentes.
• Reduz os custos com garantias.

Consequências com lastro insuficiente Consequências com excesso de lastro

✓ Operações desconfortáveis ✓ Altos custos de manutenção


✓ Patinagem excessiva ✓ Desgaste prematuro do conjunto da
✓ Perda de força transmissão
✓ Desgaste dos pneus ✓ Perda de força
✓ Consumo excessivo de combustível ✓ Maior compactação do solo
✓ Produtividade baixa ✓ Consumo excessivo de combustível
✓ Produtividade baixa
Adequações
• Lastro: Peso, líquido ou metálico, posto sobre o trator para promover o equilíbrio de carga
sobre os eixos dianteiro e traseiro do trator buscando a máxima eficiência de tração.
Cálculos matemáticos determinam a quantidade de lastro necessário.
• Índice de Avanço: A relação de tração entre os pneus dianteiros e traseiros, deve ser
positiva num intervalo de 0 a 5 %.
• Patinagem: É o deslizamento que ocorre na transmissão da força das rodas traseiras para
o solo,
• Ajustes para a correta adequação:
• Aumento ou redução de lastro;
• Distribuição de lastro entre os eixo dianteiro e traseiros
• Calibragem dos pneus dianteiros e traseiros.

Relação Peso X potência


• Impedir que a transferência de potência das rodas da máquina ao solo seja perdida (perda
de tração)
• Utilizar o peso total do trator em poder de tração
• Promover o equilíbrio entre desempenho e consumo de combustível

Relação Peso X Potência = Peso total do trator


Potência máx. motor

Implemento Leve - 45 Kg/Cv. (Grade niveladora e Destorroador)

Implemento Médio - 50 Kg/Cv. (Grade aradoras intermediaria e Plantadeiras )

Implemento Pesado - 55 Kg/Cv. (Arado, Subsoladores e Plantadeiras )


Adequações

Eixo Operação Eixo


Dianteiro Traseiro
Arrasto
40% 60%
3 Pontos
45% 55%
Implemento
50% Frontal 50%

Lastragem
Forma de aumentar o peso do trator através de material metálico, quando há falta de
lastro.

Contrapesos transversais Contrapesos traseiros


Contrapesos longitudinais
Adequações

Lastragem liquida
• Forma mais simples e barata de aumentar o peso do trator, quando há falta de lastro.
• Máximo de água nos pneus:
o 75% do volume total – pneu diagonal.
o 40% (75%*) do volume total – pneu radial.
o Restante deve ser acrescentado ar, dentro da recomendação de cada fabricante,
para que o pneu não perca suas características físicas de amortecimento.

efeito de amortecimento

Pneus
Os pneus são elementos responsáveis por transformar a potência que chega na roda em
potência de tração. Dessa forma, o tipo e tamanho do pneu, a carga sobre o pneu e a
pressão de inflação são itens dos mais importantes no desempenho do trator
Adequações
Rodado
- Qual tipo de solo ( Argiloso ou arenoso )
- Qual operação ( incorporação, erradicação, inversão ou descompactação )
- Qual compactação e profundidade da compactação
- Qual potência necessária

Diagonal Radial
É composto por uma sobreposição de É composto, por uma carcaça flexível,
lonas de nylon cruzadas. disposta de maneira radial, e por uma
• Maior tração armadura metálica para estabilizar a
banda de rodagem.
• Maior flutuação + tração

Desenho do pneu diagonal Desenho do pneu diagonal


Adequações
Radial Diagonal

Comparação entre o pneu Radial e Diagonal

Rodado Simples
• Maior tração
• Menor patinagem ( incorporação, erradicação, inversão ou descompactação )
• Menor largura de trabalho

43
Adequações
Rodado Duplo
• O rodado duplo foi criado para obter flutuação + tração
• Menor compactação
• Maior largura de trabalho

Calibragem Correta
Contribui para um desempenho satisfatório dos pneus de máquinas
agrícolas.

Determinação da Pressão Correta


Pesa-se o eixo carregado.

Pressão Mínima
• Diagonal - 14 psi.
• Radial – 7 psi.

Alta Pressão – Quebra Baixa Pressão –


na base das garras Rachaduras radiais
Adequações

R1 – Tração Regular
• Utilização normal – se adapta melhor a diferentes tipos de
solo e condições de humidade.

Pneu R1

R2 – Tração Extra
• Aconselhado quando se deve trabalhar em solos barrentos e
com água superficial (ex: arroz).
• Altura da garra é duas vezes maior que a utilizada na R1.
Pneu R2

Indica que o
Pneu
Indica a relação entre altura
construção
e a largura nominal do Pneu
Radial

Indica, em
Largura Polegadas,
nominal do o diâmetro
Pneu em interno (do
milímetros Aro) do
Pneu
Adequações
Como fazer a adequação?

Coleta de informações

TRATOR SEM LASTRO (PESO DE EMBARQUE)

➢ NOTA: O peso é baseado no trator equipado


com equipamento standard, combustível
mínimo, sem lastro de ferro ou líquido, sem
operador e equipamento de roda simples.

Peso aproximado do Trator


• Dianteira 4730 kg (10.423 lbs) 40% 60%
• Traseira 6340 kg (13.977 lbs)
Total 11070 kg (24.400 lbs)

Cálculo do lastro necessário:

Peso necessário do trator lastrado: cv x Kg/cv = 295 cv x 50 Kg = 14.750 Kg

Peso do trator sem lastrado: - 11.070 Kg

Peso em lastrado necessário: 3.680 Kg

Dianteiro (40 %) Traseiro (60 %)

Peso lastrado 5.900 Kg 8.850 Kg

Peso s/lastro - 4.730 Kg - 6.340 Kg

Peso em lastro necessário 1.170 Kg 2.510 Kg


Adequações
Pesos em lastro dianteiro necessário: 1.170Kg

Pesos Dianteiros individuais em Kg: 45 Kg

Lastro Físico: 26........ Pesos ???

Lastro dianteiro Final: 20 pesos 45 kg = 900 kg + 270 kg (liquido)

Pesos em lastro traseiro necessário: 2.510 Kg

Pesos traseiro individuais em Kg : 4 x 227 kg

Lastro Físico: = 908 kg

Lastro traseiro Final: 4 pesos 227 kg + 1602 Kg (liquido)


Tabela informativa do fabricante do
pneu
Adequações
Power Hop / Galope
Ocorre em:
• Solos com uma camada superficial solta seguida de uma camada compactada, com baixo
teor de umidade.
• Velocidades superiores a 7,0 km/h com trator desenvolvendo alta potência na barra de
tração somado a falta de equilíbrio da maquina e descompasso da TDA.

Índice de Antecipação (avanço)

• A relação de avanço é a diferença de rotação entre a roda dianteira que gira mais que a
roda traseira, tendo a função de auxiliar na tração de implementos.
• Manter o avanço dianteiro superior à traseira entre 1% e 5%, ou seja, a roda dianteira gira
de 1% a 5% a mais que a roda traseira.

Avanço = Voltas Tração Ligada – Voltas Tração Desligada x 100


Voltas Tração Desligada

Necessidade de numerar as garradeiras do pneu dianteiro.


Ex: Pneu com 20 garradeiras – 10 voltas do pneu traseiro

PNEU DIANTEIRO PNEU TRASEIRO


Adequações

Tração desligada 12 voltas X 20 garras = 240 garras, + 15 garras = 255


Tração ligada 13 voltas X 20 garras = 260 garras, + 2 garras = 262

FORMULA IA = índice de antecipação.


IA = (A - B) X 100 B = tração desligada.
B A = tração ligada.

IA = (262 - 255) X 100 NOTA:


255 Índice ideal de 1% ate 5%
IA= ( 7 ) X 100 Modificar calibração do pneu
255 conforme especificação do
fabricante.
Ia = 0,02745 X 100 = 2,74 %

Índice de Patinagem
Por que medir?
A verificação do índice de patinagem se faz necessário para conferir a correta adequação
trator/implemento, evitando perda de rendimento, consumo elevado de combustível e
desgastes do equipamento.
Condições essenciais para medição
• Pneus devidamente calibrados.
• Correta distribuição de carga sobre os eixos.
• Correto acoplamento do implemento a ser utilizado no trator.
• Avaliação realizada no terreno em que o trator irá trabalhar.
Possíveis Causas
• Pneus de desenho e/ou tamanho inadequados para a operação ou tipo de solo.
• Umidade momentânea elevada (após chuva).
• Topografia irregular do terreno e/ou variação de textura do solo numa mesma área de
trabalho.
• Implemento super dimensionado para o trator ou mal regulado para a operação.
• Marcha ou rotação do motor inadequada para a operação.
Não se deve precipitar o uso do lastro quando ocorre a patinagem, todos os
quesitos devem ser levados em consideração.
Adequações
1- Marque o número de garras do pneu, no sentido inverso a rotação normal do pneu.

2- Faça uma marca (giz) no pneu traseiro e uma marca no solo (ponto de partida).
3- Ligue a tração dianteira.

4- Com o implemento inoperante, desloque o trator até completar 10


voltas do pneu traseiro e marque no solo (ponto de chegada). Obs.: as
garras do pneu serão usadas com referência (ex: 240 garras)

5- Agora, com o implemento em operação, desloque o trator e conte as


garras do pneu até chegar a marca no solo, feita na etapa anterior (ex:
269 garras).

Ponto de Partida Ponto de Chegada

240 garras sem carga


269 garras com carga

Exemplo

Ponto de Partida Ponto de Chegada

240 garras sem carga


269 garras com carga

nº de garras com carga – nº de garras sem carga


IP =
nº de garras sem carga X 100 IP = 269 - 240 X 100
240

IP= 12,08 % (índice de patinagem bom para boa parte das aplicações normais do trator)
Adequações

Marcas no solo pouco Marcas claramente Centro do rastro com


definidas definidas sinais de deslizamento e
Patinagem excessiva Patinagem insuficiente marcas nas extremidades
(Aumente o lastro) (diminua o lastro) laterais definidas
Patinagem correta.
Índices
5 a 7% - superfícies de concreto ou asfalto.
7 a 12% - terrenos duros.
10 a 15% - terrenos firmes porém macios.
13 a 18% - terrenos soltos, arenosos ou lamacentos.

Velocidade de deslocamento
Cada implemento apresenta uma velocidade de deslocamento para a realização correta de
sua atividade agronômica.

IMPLEMENTO VELOCIDADE Km/h


GRADE ARADORA 5,0 A 5,5
GRADE INTERMEDIARIA 5,0 A 7,0
GRADE NIVELADORA 7,0 A 12,0
SUBSOLADOR 4,5 A 5,0
ARADO 5,0 A 5,5
CULTIVO 5,0 A 5,5
PULVERIZADOR 0,6 A 12,0
CALCAREADORA 5,0 A 12,0
PLANTIO 5,0 A 8,0
ROÇADEIRA 5,0 A 8,0
FORRAGEIRA 0,6 A 5,5
Adequações
Marcha de trabalho
A marcha selecionada para uma operação agrícola é determinada por 2 fatores inter-relacionados:
• Velocidade.
• Carga exigida.

1 - Defina a profundidade de penetração e/ou necessidade de movimentação agronômica


exigida.
2 - Defina marcha que atenda as necessidade agronômica exigida.
3 - Defina a rotação de trabalho entre 1.800 a 2.000 rpm com carga.
4 - Máquina em trabalho (com carga):
• Marcha e rotação definidas.
• Desligue todos os consumidores de potência da máquina (levante os implementos,
desligue a TDP ou acione o pedal de embreagem).
• Verifique quanto foi o aumento de rotação do motor livre.
5 - Diferença de rotação com carga e sem carga ideal de trabalho é de 150 a 200 rpm.
▪ Para um motor com carga a 1.800 rpm, a rotação ideal de trabalho sem carga deverá
ser de 2.000 rpm (200 rpm de carga).

➢Se a diferença de rotação for menor que 150 rpm, acrescente uma marcha.
➢Se a diferença de rotação for maior que 200 rpm, diminua uma marcha.

➢OBS: Motorização com injeção mecânica.


Adequações
Rotação de Trabalho
Há duas formas de operar um conjunto trator
implemento:
▪ Obter o máximo rendimento – independente do
consumo de combustível.
▪ Obter o menor consumo de combustível em
detrimento do menor tempo de operação.

Verifique o comportamento do motor.


Se constatar que a queda de rotação do motor sob
carga caiu mais de 150 rpm, coloque a marcha
numa posição mais reduzida até encontrar esse
limite.

OBS: Motorização com injeção mecânica.


Exemplo de Adequação
Dados da situação
• Espaçamento entre linhas: 45 cm.
• Potência por linha: 12 cv.
• Quantidade total de linhas: 9.
• Vazão: 20 l/min.
• Pressão: 80 bar.
• Velocidade de operação: 6 km/h.
1) Potência Requerida pela Semeadora
Pot. Semeadora = 12 cv/discos x 9 discos.
• Pot. Semeadora = 108 cv.
2) Potência Ar - Condicionado
• Pot. A.C. = 7 cv.
3) Potência Hidráulica
20 𝑙/ min 𝑥 80 𝑏𝑎𝑟
• Pot. Hidr. = 600
x 1.359 = 3,6 cv.

4) Potência Total
• Pot. Total = Pot. Semeadora + Pot. A.C. + Pot. Hidráulica.
• Potência Total = 108 cv + 7 cv + 4 = 119 cv.
5) Qual trator devo escolher?
✓ Aqueles que apresentem uma potência superior a potência total requerida para tracionar o
implemento e os demais componentes do trator.
6) Escolha do Trator
• Centurion G4 (MF 6712 R Dyna-4 / VT A124 Hitech)
oPotência: 125 cv (SAE J1995).

• Peso sem lastro: 4.300 kg.


• Peso máximo admissível (lastrado): 6.402 kg - Catálogo.
• Rodado dianteiro: 14.9-24 R1 – Goodyear.
• Rodado traseiro: 18.4-34 R1 – Goodyear.

7) Distribuição de Peso
• Eixo dianteiro: 40% do peso total
Com lastro = 2.560,8 kg (Sem lastro = 1.720 kg).
• Eixo traseiro: 60% do peso total:
Com lastro = 3.841,2 kg (Sem lastro = 2.580 kg).
Exemplo de Adequação
8) Lastro a Ser Adicionado
• Eixo dianteiro: 40% do peso total
o Necessidade = 2.560 – 1.720 = 840 kg.
• Eixo traseiro: 60% do peso total:
o Necessidade = 3.841 – 2.580 = 1.261 kg.

9) Lastro Líquido (catálogo de pneus)

• Rodado dianteiro: 14.9-24 R1 – Goodyear


o 178 x 2 = 356 kg.
• Rodado traseiro: 18.4-34 R1 – Goodyear
o 379 x 2 = 758 kg.

10) Lastro Metálico

• Eixo dianteiro: 840 - 356 = 484 kg.


• Eixo traseiro: 1.261 – 758 = 503 kg.

11) Pressão de Calibragem dos Pneus


• Rodado dianteiro: 14.9-24 R1 – Goodyear
o 2.560 / 2 = 1.280 kg/pneu.
o Pressão = 16 psi.
• Rodado traseiro: 18.4-34 R1 – Goodyear
o 3.841 / 2 = 1.920 kg/pneu.
o Pressão = 18 psi.
Exemplo de Adequação
12) Cálculo Avanço – Prático

Pneu dianteiro: 26 garras.


10 voltas do pneu traseiro
o Tração dianteira desligada: 13 voltas completas mais 10 garras.
o Tração dianteira ligada: 14 voltas mais 2 garras.

▪ Sem tração: (13 voltas x 26 garras) + 10 garras = 348 garras


▪ Com tração: (14 voltas x 26 garras) + 2 garras = 366 garras

Avanço = (A – B) x100 Avanço = (366 – 348) x100 Avanço = 5,17%


B 348

13) Marcha e Rotação de Trabalho


▪ Velocidade de operação: 6 km/h.

▪ Marcha adequada: 2C.


▪ Rotação de Trabalho: 1.700 rpm.

14) Cálculo Patinagem

Ponto de Partida Ponto de Chegada


280 garras sem carga

311 garras com carga

nº de garras com carga – nº de garras sem carga 311 - 280


IP = X 100 IP = X 100
nº de garras sem carga 280

IP= 11,07 % (índice de patinagem bom para boa parte das aplicações normais do trator)

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