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Alyne Ugulino Morais

Matrícula: 201802435468
Loriane Aparecida Fagundes
Matrícula: 201802338871
Rafaela Cardoso Rodrigues
Matrícula: 201803318627
YuyanaAmille Machado
Matrícula: 201803361051

Resenha do Artigo:
Prevalência de anemia associada a parasitoses intestinais
no território brasileiro: uma revisão sistemática

Resenha crítica realizada para a


disciplina de Parasitologia Clinica.

Orientador (a): Prof. Valéria dos Santos Carvalho

Belo Horizonte 2020


Prevalência de anemia associada a parasitoses intestinais no território
brasileiro: uma revisão sistemática

Estudo de revisão sistemática descritiva, com intuito de investigar a prevalência da anemia


associada a parasitoses na população brasileira, citando pesquisas também realizadas na
Tailândia, África, Etiópia, Índia, entre crianças e adolescentes de até 14 anos de idade,
embora a parasitose ocorra em diferentes períodos da vida e idades.
Um quadro anêmico pode ser desencadeado por infecção enteroparasitaria, levando em
consideração a carga parasitária e a capacidade espoliativa dos parasitos, que consiste na
absorção de nutrientes ou mesmo o sangue do hospedeiro, desencadeando pontos
hemorrágicos na mucosa, tendo a anemia por deficiência de ferro como a mais comum. Dessa
forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar a associação das parasitoses intestinais
com as possíveis alterações que podem ocorrer no hemograma. Sabe-se que a prevalência
dessas parasitoses está intimamente ligada ao baixo nível socioeconômico, condições sócio-
ambientais em que o indivíduo vive, principalmente as condições de alimentação, de
abastecimento de água e de destinação do esgoto e do lixo. Devido a esse fato o
dimensionamento da prevalência das parasitoses intestinais no Brasil tem sido buscado desde
a década de 40 (BASSO e col., 2008). A Organização Mundial de Saúde (OMS) (2004)
referenciou, ainda, que as enteroparasitoses estão entre os agravos infecciosos mais freqüentes
no mundo, sendo este considerado um problema de saúde pública no Brasil.

Dentre os protozoários mais frequentes nas amostras estudadas, destacaram-se: Entamoeba


coli (90,0%), Giardia lamblia e Endolimax nana (70,0%). E dos nematelmintos destacaram-
se Ascaris lumbricoides (60,0%) e Enterobiusvermicularis (20,0%).
Dentre os parasitos encontrados, o E. coli, um parasito comensal, foi o mais frequente, o que
justifica a não associação com anemia, pois foi observado que os parasitas não patogênicos
não estão associados à anemia. Os danos que os enteroparasitas podem causar ao seus
portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal (Ascaris lumbricoides), a
desnutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuristrichiura), a anemia por deficiência de ferro
(ancilostomídeos) e quadros de diarréia e de má absorção (Entamoeba histolytica e
Giadiaduodenalis), sendo que as manifestações clínicas são usualmente proporcionais ao nível
de infestação parasitária albergada pelo indivíduo.
A anemia ou má nutrição associada a presença de parasitos patogênicos torna essencial o
constante combate a fatores de risco, sendo alguns de poder exclusivo das esferas
governamentais tanto no âmbito da saúde pública como no saneamento básico.
A questão que envolve as parasitoses intestinais em nosso país torna-se ainda mais acentuada,
uma vez que, lamentavelmente, não há uma política empenhada para controle desses
parasitos, como melhorias das condições sócio-econômicas, saneamento básico, educação
sanitária, além de mudanças de alguns hábitos culturais; dessa forma, a educação e o
tratamento individual só resultarão em controle definitivo de medidas preventivas e melhoria
dos padrões sanitários se forem concomitantemente implementados (DIAS, 2005). Outro
aspecto importante é que a ocorrência de diarreias recorrentes e má absorção consequente à
presença de parasitos intestinais são frequentes e responsáveis por agravos nutricionais,
principalmente em populações menos favorecidas (PEDRAZZANI e col., 1988).

Diante do estudo exposto, embora tenham ocorrido avanços no tratamento e no diagnóstico


nos últimos anos, as enteroparasitoses continuam sendo um significante problema, tendo
como alvo principal crianças em idade escolar e que vivem em áreas pobres dos centros
urbanos. A elevada frequência de Endolimax nana (parasito não patogênico) e Giardia
Lamblia nos faz perceber a necessidade do cuidado que se deve haver em relação ao preparo
dos alimentos, ingestão de água contaminada, questões de saneamento, pois estas seriam as
principais vias de transmissão destes parasitos.
Fica claro a necessidade de adotar ações de controle eficazes das infecções parasitarias por
parte dos órgãos competentes, no sentido de integrar projetos de educação continuada
envolvidos com a prevenção, frente à precariedade na infraestrutura de saneamento básico
com ênfase nos hábitos de higiene. Buscar o desenvolvimento de condições sócio-econômicas
da população afetada. Dispor de tratamento gratuito das infecções parasitárias para que possa
ser promovido a sua erradicação. Incentivo à exames parasitológicos com periodicidade se faz
de grande relevância para tratar e prevenir novas contaminações.
Referências utilizadas para acrescentar ao entendimento do artigo:

1. BASSO, Rita Maria Callegari et al. Evolução da prevalência de parasitoses intestinais


em escolares em Caxias do Sul, RS. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2008, vol.41,
n.3, pp.263-268. ISSN 1678-9849

2. PEDRAZZANI, E.S.; MELLO, D.A.; PRIPAS, S.; FUCCI, M,; BARBOSA, C.A. de
A.; SANTORO, M.C.M. Helmintoses intestinais. II - Prevalência e correlação com
renda, tamanho da família, anemia e estado nutricional.
Rev.Saúdepúbl., S.Paulo, 22:384-9, 1988.  

3. DIAS, DG. Prevalência estacional de enteroparasitoses em uma população de zero a


quatorze anos do bairro Cohab Tablada, Pelotas-RS. Pelotas-RS. [ (Dissertação)
Mestrado – IB/UFPel,2005.

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