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REORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL:
ESTUDO DE CASO EM UMA FACÇÃO
DE ROUPAS FITNESS
Carla Luiza Costa Lima (PUC )
carlaluiza_lima@hotmail.com
ana carolina teodoro rezende (PUC )
anacarolinarezende.eng@gmail.com
Herbert Madeira Torres Junior (PUC )
hjunior246@hotmail.com
1.0 Introdução
O aumento da taxa de empreendimentos do ramo fitness foi de 29% de 2009 a 2012. Isso
acontece devido o aumento da busca pela saúde e beleza, aumentando o número de academias
e pessoas adeptas a esse estilo de vida. A projeção é que o Brasil assuma a liderança mundial
em negócios voltados a esse segmento. (SEBRAE, 2015). Um dos maiores desafios
encontrados nas empresas é equilibrar a capacidades dos recursos produtivos com a
flexibilidade. Desta maneira a Produção Enxuta vem crescendo significativamente no Brasil e
no mundo, por que proporciona a resolução desses desafios da produção (MARTINS, 2013).
A mentalidade da Produção Enxuta visa eliminar os desperdícios dos processos produtivos já
que, existem inúmeras atividades que não agregam valor e são desnecessárias. Segundo
Nazareno (2003), na maioria das empresas a proporção destas atividades são classificadas da
seguinte forma:
5% das atividades da empresa agregam valor ao produto;
60% das atividades não agregam valor;
35% das atividades não agregam valor, más são necessárias.
Sendo desperdício qualquer atividade que absorve recursos, mas não cria valor, conforme
Womack e Jones (1998), pode-se afirmar portanto que 95% das atividades realizadas em uma
fábrica são desperdícios, enquanto apenas 5% agregam valor
Os desperdícios (atividades que não agregam valor) quando eliminados propiciam ganhos
relevantes. Assim este trabalho tem o objetivo de apresentar a reorganização de layout de
uma facção de roupas utilizando arranjos físicos da produção voltados para o produto, tendo
conseguido grandes resultados devido à eliminação de alguns desperdícios como o transporte
e estoques desnecessários.
2.0 Referencial Teórico
2.1 Produção enxuta
Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, o Japão iniciou a produção de carros de
passeios, porém como o mercado japonês era restrito e exigia diversos modelos diferentes,
isso impedia a adoção do sistema de produção em massa desenvolvido por Taylor e Ford.
Com isso, Taiichi Ohno, engenheiro e ex-vice presidente da Toyota Motors, desenvolveu o
Sistema Toyota de Produção que tinha o objetivo de atender as particularidades do mercado
japonês (FRIGERI, 2008).
O sistema Toyota de Produção (STP) baseia-se na eliminação continua e sistemática das
perdas (desperdícios) nos sistemas produtivos, faz-se necessária uma melhor definição destes.
Os desperdícios têm sido tradicionalmente classificados por variados autores em sete
categorias (SHINGO, 1996; WOMACK; JONES, 1998; HINES; TAYLOR,2000):
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Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
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O fluxo contínuo deve ser implantado de modo que os colaboradores estejam próximos um
dos outros, a fim de alcançar o elemento do processo anterior, para eliminar desperdícios
como transporte entre os processos (FISTAROL, 2010).
2.4 Layout
Segundo Tompkins et al. (2003), o arranjo físico ou layout trata da distribuição de máquinas e
equipamentos na área fabril. Slack, Chambers e Johnston (2009) expõem uma definição mais
minuciosa, segundo a qual o arranjo físico de um processo é caracterizado pela a forma que
seus recursos transformadores são situados em relação aos demais e como as tarefas da
operação serão alocadas aos recursos transformadores.
Um dos motivos para elaborar um layout do setor produtivo é tentar reduzir os custos de
movimentação e gerenciar o processo. Também podem ser identificados outros custos
relacionados ao arranjo físico, sendo eles: custos de armazenagem, custos com mão-de-obra
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desnecessária devido à existência de muitas atividades que não agregam valor, entre outros
(SILVA;RENTES, 2002).
Segundo Muniz et al. (2012) existe três tipos básicos de layout, o layout fixo, layout em linha
e layout por processo. Também existe o layout celular, que é a forma que mais impacta na
redução dos desperdícios de produção.
O layout celular prioriza o fluxo unitário de peças ao longo do processo produtivo. Transporte
de peças desnecessários encontrados em outros tipos de layout são evitados, pois além de ser
um desperdício de tempo levam à acumulação de estoques entre processos (PARANHOS,
2007).
Segundo Teixeira (2010), com a implantação de células de produção verificou-se uma
diminuição dos desperdícios existentes na produção e um aumento da eficiência e da
produtividade.
2.5 Balanceamento
Para Shingo (1996), um dos pilares do Sistema Toyota de Produção é o balanceamento, que
possui o objetivo de fazer com que cada processo fabrique a mesma quantidade que os outros,
logo quanto maior a instabilidade, mais esforços são necessários para atender a necessidade
de produção.
A alocação irregular de trabalho entre os processos, gera um tempo desperdiçado pelo
desbalanceamento, ou seja, reduz a eficácia da produção (SLACK,1999).
Segundo Rother e Shook (2003), o balanceamento da produção é fundamental para a
produção enxuta pois deve deixar a carga de trabalho dos colaboradores abaixo do takt time e
iguais aos dos demais trabalhadores.
3.0 Procedimentos Metodológicos
A pesquisa tomou por base a classificação de Vergara (2007), que define a pesquisa por dois
critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, uma pesquisa pode ser classificada como: exploratória, descritiva,
explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista.
Quanto aos meios, uma pesquisa pode ser classificada como: de campo, de laboratório,
documental, bibliográfica e experimental.
Com isso, analisando a referência citada anteriormente, classificamos este estudo como uma
pesquisa exploratória e uma pesquisa de campo.
Na primeira etapa da pesquisa foi elaborado uma Curva ABC dos produtos da
empresa.
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Com isso, segue à frente e uma breve explicação de cada uma das etapas da pesquisa.
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Analisando todas as sequências operacionais das famílias o desafio era como desenvolver o
layout futuro para oficina de costura. A definição da equipe de melhoria foi dividir as
sequências operacionais em blocos de três máquinas, e a partir disso verificar qual sequência
de três máquinas mais se repetia.
A Tabela 4 mostra a análise do bloco de três máquinas, todas as sequências que se repetem
são identificadas com as mesmas cores.
Tabela 4 – Análise por blocos
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operacionais (dos itens mais frequentes). E foi desenvolvido uma célula que passa a
referência com maior volume de produção.
Revisão dos cortes antes de serem enviados a Indústria: Foi criado a área de revisão de
todas as peças, agora todas as peças são revisadas antes de serem enviadas a indústria
garantindo a qualidade das peças.
Em paralelo toda a implantação do novo layout, foi desenvolvido uma matriz de versatilidade
para que todos os colaboradores virem multifuncionais, pois com a mudança o sentimento
“essa máquina é minha” acabou. As máquinas ficavam nos lugares fixos e os colaboradores
começaram a revezar nas sequências operacionais.
Os colaboradores passaram a cada dia fazer alguma atividade diferente, isso ajudou no
desenvolvimento profissional de todos. E era responsabilidade do líder de produção fazer o
revezamento com os colaboradores.
5.0 Considerações Finais
O trabalho de análise da situação atual mostrou que o sistema que a oficina de costura
utilizava não estava atendendo os requisitos que a Indústria de Confecção esperava. Com o
levantamento dos dados foram encontradas algumas oportunidades de melhoria e a principal
dela foi a necessidade de reorganizar todo o layout de produção.
E a oficina de costura tinha como objetivo aumentar a sua produção, a pontualidade de
entrega e diminuir o índice de retrabalho. O trabalho foi todo desenvolvido com base nesses
objetivos para que todos fossem alcançados.
Após a análise da situação atual foi desenvolvido uma proposta que atendesse a expectativa
de toda a equipe de melhoria, e os objetivos definidos. Com a aprovação do novo layout todos
os colaboradores foram envolvidos na mudança do layout, isso fez toda a diferenças, pois
todos se sentiram parte da nova estrutura.
Foi implantado um novo layout com referência na metodologia lean, utilizando a ferramenta
de fluxo contínuo, eliminação dos desperdícios e com sempre atualizando os tempos de cada
referência por processo.
Os resultados obtidos com a mudança do layout foram significativos, a produção no primeiro
mês de mudança aumentou em 58,6% (5.422 peças a mais), a pontualidade melhorou de 37%
no mês seguinte passou para 53% e chegou a 100% nos meses seguintes, com a implantação
da revisão antes do envio para a fábrica os índices de retrabalho caíram para 0%. As peças já
eram corrigidas antes de serem enviadas.
As sugestões para que os resultados obtidos se permanecem são realizar checklist de
sustentabilidade, atualizar a planilha da sequência operacional, atualizar tempos das
referências, atualizar da matriz de versatilidade (Capacitação dos colaboradores), atualizar
indicadores mensalmente, fazer reunião de alinhamento semanalmente, alimentar quadros de
gestão visual diariamente ou a cada corte novo e manter a cultura de melhoria contínua
(kaizen).
REFERÊNCIAS
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