Um protótipo para o modo de criar aplicativos

Alana Rossi
Hackathon é um termo, eventualmente aportuguesado para "hackaton,", que
designa uma maratona de programação na qual hackers se reúnem por horas, dias ou até
semanas, a fim de explorar dados abertos, desvendar códigos e sistemas lógicos, discutir
novas ideias e desenvolver projetos de software ou mesmo de hardware.

Em 2016, a Affectiva criou um hackathon chamado Emotion Lab’16, com o

intuito de dar vida a ideias inovadores de inteligência artificial ligado a emoções. A partir
da união de diversos experts na área, vindos de todos os cantos do mundo, a empresa
conseguiu com que em um final de semana, equipes criassem projetos que pudessem usar
a inteligência artificial para leitura das emoções, e assim trazendo resultados que não
poderiam ser captados de maneira manual.

Um projeto em questão chamou muito a atenção para um problema social que há

anos vem crescendo, e está à mercê da capacidade humana para se solucionar. Steven
Vannoy, PhD em psicologia e aconselhamento escolar da faculdade de educação e
desenvolvimento humano da University of Massachusetts, foi um dos participantes da
equipe criadora do Feel4Life, um aplicativo de acompanhamento psicológico de
pacientes com tendências depressivas e suicidas. O professor contou com a ajuda de
outros dois experts em programação para a prototipação do projeto, que tem como base a
verificação dos pacientes a partir de reconhecimento por voz, analisando a diferença de
respostas para perceber mudanças de humor.

O projeto Feel4Life traz algo totalmente inovador, principalmente levando-se em

consideração que o ramo da saúde mental tem sido um dos únicos na área médica o qual
ainda não tinha adotado a tecnologia como sua aliada para trazer mais eficiência no
cuidado de seus pacientes. O professor Vannoy cita que o aplicativo não substitui a
necessidade de tratamento com um profissional de terapia, porém, ajuda a monitorar o
paciente durante o seu período distante dos cuidados médicos.

Segunda a OMS, o suicídio é a 3ª maior causa pela morte de jovens entre 15 e 29

anos no Brasil, tendo uma taxa de quase 6% da população nacional perdendo a vida por
este problema. Esses dados demonstram a necessidade de maiores evoluções no campo
para que o número de vítimas não aumente. Além do que, o Feel4Life se tornou um
exemplo de como a Inteligência Artificial pode ser usada não apenas para utilidades do
dia a dia, ou aumento de produtividade nas empresas, mas também como chave para
resolução de um problema social latente em todo o mundo.