Você está na página 1de 14

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Conceito de Igreja

Zacarias António Luís Alexandre - 708201688

Curso: Lic. Em ensino de História


Disciplina: Fundamento de Teologia
Ano de Frequência: 2º
Tutor: Laura J. Duce

Gurùé, Maio, 2021


Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara 1.0
do problema)
 Descrição dos
1.0
Introdução objectivos
 Metodologia
adequada ao
2.0
objecto do
trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
Conteúdo académico 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________
Índice
1.0. Introdução .............................................................................................................. 3
1.1. Objectivos .......................................................................................................... 3
1.2. Metodologia ....................................................................................................... 3
2.0. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 4
2.1. Conceito de igreja .............................................................................................. 4
2.1.1. Quem faz parte da Igreja? ........................................................................... 4
2.1.2. A Igreja do Novo Testamento .................................................................... 5
2.1.3. A missão da Igreja ...................................................................................... 5
2.2. Sacramento ......................................................................................................... 6
3.0. Conclusão ............................................................................................................ 11
4.0. Referências bibliográficas ................................................................................... 12
1.0. Introdução
A primeira parte deste estudo inicia com uma abordagem preliminar sobre o conceito de
igreja vs assembleia dos crentes, sacramento e inculturação.
A igreja é o conjunto de todas as pessoas que aceitaram Jesus como seu salvador e
seguem a Deus. Cada crente é parte da igreja. Na Bíblia a igreja não é um edifício; é um
conjunto de pessoas.
“Igreja” significa assembleia ou congregação. A igreja é um conjunto de pessoas que se
reúnem para juntos seguirem a Deus. A igreja é uma comunidade.
Hoje em dia o lugar onde a igreja se reúne regularmente também é chamada de igreja.
Na verdade, o edifício não é a igreja; as pessoas dentro do edifício formam a igreja.
O trabalho obedece a seguinte estrutura: Introdução, Objectivo, metodologia, Revisão
de Literatura, conclusão e referências bibliográficas.

1.1. Objectivos
 Conceito de igreja
 Descrever assembleia dos crentes;
 Mencionar os sacramentos.
 Explicar a inculturação.

1.2. Metodologia
Com o intuito de atender aos objectivos descritos neste trabalho e com base na revisão
da literatura, a realização deste trabalho baseou-se fundamentalmente em consulta de
várias referências bibliográfica dos materiais disponíveis sobre o conceito de igreja vs
assembleia dos crentes, sacramento e inculturação.

3
2.0. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Conceito de igreja
A Igreja é a união de todos aqueles que foram chamados por Deus, os quais, pela acção
do Espírito Santo, crêem que Jesus Cristo é o Filho Unigénito de Deus enviado ao
mundo para redimi-los de seus pecados. É por isso que a Igreja é definida como sendo o
corpo de Cristo (Efésios 1:22,23).
Palavra “Igreja” traduz o latim ecclesia, que por sua vez vem do grego ekklesia, que
basicamente significa “assembleia pública”, ou algo como “reunião dos que foram
chamados”. É comum escutar que Igreja significa “chamados para fora”. Isso acontece
porque o termo grego original é formado por uma combinação de duas palavras que
significam “chamar” e “fora”.
De fato teologicamente essa é uma verdade absoluta com relação à Igreja, no sentido de
que os membros do corpo de Cristo foram chamados para viverem fora do padrão
pecaminoso do mundo. Porém não é exactamente nesse sentido que a palavra “Igreja” é
empregada na Bíblia.
Os escritores neotestamentários empregaram o grego ekklesia no sentido de “reunião de
pessoas”, “ajuntamento” ou “assembleia”. No Antigo Testamento, os autores bíblicos
utilizaram o hebraico qahal, que significa “multidão humana reunida”, para designar a
assembleia do povo de Deus (Deuteronômio 10:4; 23:2,3; 31:30; Salmos 22:23). Já
na Septuaginta, esse mesmo termo geralmente é traduzido pelo grego ekklesia.
Mesmo no Novo Testamento, por duas vezes o termo ekklesia é utilizado para se referir
à assembleia dos israelitas (Atos 7:38; Hebreus 2:12). Mas em todas as outras
ocorrências, ekklesia designa a Igreja Cristã, tanto no sentido de sua pluralidade nas
comunidades locais (Romanos 16:16; 1 Coríntios 4:17; 7:17; 14:33; Colossenses 4:15)
quanto em seu aspecto universal, destacando sua unidade, ou seja, só há uma única
Igreja (Atos 20:28; 1 Coríntios 12:28; 15:9; Efésios 1:22).
2.1.1. Quem faz parte da Igreja?
Fazem parte da Igreja todos aqueles que Deus chama através de sua Palavra. A Bíblia
diz que o Senhor acrescenta fiéis continuamente à Igreja (Atos 2:47; 5:14; 11:24).
Apesar de esse chamamento ser universal, no sentido de que o convite é feito a todos
sem excepção, apenas podem responder positivamente a esse chamado aqueles que são
regenerados pelo Espírito Santo. Estes são convencidos de seus pecados e
consequentemente respondem com arrependimento e fé em Cristo Jesus, como seu
Senhor e Salvador.
4
É verdade que quando se fala em quem faz parte da Igreja, é preciso considerar que nem
todos que parecem fazer parte dela de fato o fazem. É por isso que existe uma distinção
entre a Igreja visível e a Igreja invisível.
A Igreja visível é a Igreja conforme as pessoas a vêem, enquanto a Igreja invisível é a
Igreja conforme Deus a vê. Isso significa que nem todos os aparentes membros da Igreja
são realmente nascidos de novo e genuínos seguidores de Cristo. Embora tais pessoas
possam enganar os homens, haverá o dia em que elas serão desmascaradas e punidas
diante do juízo do Senhor (Mateus 7:15-23; 13:24-50; 25:1-46). Portanto, a perfeita
totalidade da verdadeira Igreja é conhecida somente por Deus (2 Timóteo 2:19).
2.1.2. A Igreja do Novo Testamento
Já na Igreja do Novo Testamento, através da nova aliança em Cristo, cumpriram-se as
promessas e esperanças do Antigo Testamento com relação ao povo escolhido de Deus.
Sob essa nova aliança, os rituais, símbolos e ordenanças presentes na Igreja vetero
testamentária, foram substituídos pela obra perfeita de Cristo.
O escritor do livro de Hebreus fala em detalhes sobre isto. Ele enfatiza que os santos do
Antigo Testamento depositaram sua fé no Messias que haveria de vir, enquanto que os
redimidos do Novo Testamento depositam sua fé no Messias que já veio, o eterno Sumo
Sacerdote (Hebreus 1-12).
Cristo prometeu edificar a sua Igreja, e logo após sua ascensão ao céu, o Espírito Santo
foi enviado no dia de Pentecostes, dando início ali a grande internacionalização da
Igreja (Atos 2). O Evangelho seria pregado em todo mundo, e a comunidade dos fiéis
seria formada de pessoas de todas as tribos, povos, raças e línguas.
No próprio contexto do livro de Atos dos Apóstolos, eventos específicos ocorreram para
mostrar muito claramente que o povo de Deus não estaria limitado a um único povo.
Um exemplo disto foi a conversão do centurião Cornélio (Atos 10).
Portanto, na Igreja de Cristo não há qualquer distinção de nacionalidade! Judeus e
gentios, crentes de todas as nações, encontram-se unidos no corpo de Cristo (Efésios 2-
3; Apocalipse 5;9,10; 7:9,10).
2.1.3. A missão da Igreja
Basicamente a missão da Igreja pode ser vista em dois aspectos. Primeiramente a
missão fundamental da Igreja é anunciar o Evangelho. Ela deve proclamar ao mundo
que Jesus Cristo é o único Senhor e Salvador, explicando que através de sua obra
redentora Deus convida aos pecadores ao arrependimento e à vida eterna (Mateus 22:1-
10; Atos 17:30).

5
Essa missão foi dada pelo próprio Jesus quando ordenou: “Portanto ide e fazei
discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo” (Mateus 28:19; cf. Mateus 24:14; Marcos 16:15; Lucas 24:47,48; João 20:21).
O apóstolo Pedro ressalta que a Igreja foi chamada para anunciar “as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).
Consequente, a Igreja também recebeu a tarefa de realizar obras de compaixão e
misericórdia, cumprindo assim o mandamento de Deus para amar ao próximo. Como a
Igreja é a comunhão dos fiéis que foram feitos novas criaturas em Cristo, e assim são
seus imitadores reflectindo em suas vidas as virtudes do fruto do Espírito Santo,
naturalmente é esperado que ela demonstre generosidade e bondade diante das
necessidades humanas (Mateus 25:34-40; Lucas 10:25-37; Romanos 12:20,21).
2.2. Sacramento
Os sacramentos da nova Lei foram instituídos por Cristo e são em número de sete, a
saber: o Baptismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a
Ordem e o Matrimónio. Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos
importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão à
vida de fé dos cristãos. Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e
as da vida espiritual (1).
Seguindo esta analogia, exporemos primeiro os três sacramentos da iniciação cristã
(capítulo primeiro), depois os sacramentos de cura (capítulo segundo) e finalmente os
que estão ao serviço da comunhão e da missão dos fiéis (capítulo terceiro). Esta ordem
não é, certamente, a única possível, mas permite ver que os sacramentos formam um
organismo, no qual cada sacramento particular tem o seu lugar vital. Neste organismo, a
Eucaristia ocupa um lugar único, como «sacramento dos sacramentos»: «todos os outros
sacramentos estão ordenados para este, como para o seu fim» (2).
2.2.1. Os sacramentos da iniciação cristã
1212. Através dos sacramentos da iniciação cristã – Baptismo, Confirmação e Eucaristia
são lançados os alicerces de toda a vida cristã. «A participação na natureza divina, dada
aos homens pela graça de Cristo, comporta uma certa analogia com a origem,
crescimento e sustento da vida natural. Nascidos para uma vida nova pelo Baptismo, os
fiéis são efectivamente fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e recebem na
Eucaristia o Pilo da vida eterna Assim. por estes sacramentos da iniciação cristã, eles
recebem cada vez mais riquezas da vida divina e avançam para a perfeição da caridade»
(3).

6
2.2.2. O sacramento do baptismo
1213. O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no
Espírito («vitae spiritualis ianua – porta da vida espiritual») e a porta que dá acesso aos
outros sacramentos. Pelo Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos
de Deus: tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados
participantes na sua missão (4). «Baptismos este sacramentam regeneratiorais per
aquam in Verbo – O Baptismo pode definir-se como o sacramento da regeneração pela
água e pela Palavra» (5).
I. Como se chama este sacramento?
1214. Chama-se Baptismo, por causa do rito central com que se realiza:
baptizar (baptizeis, em grego) significa «mergulhar», «imergir». A «imersão» na água
simboliza a sepultura do catecúmeno na morte de Cristo, de onde sai pela ressurreição
com Ele (6) como «nova criatura» (2 Cor 5, 17; Gl 6, 15).
1215. Este sacramento é também chamado «banho da regeneração e da renovação no
Espírito Santo» (Tt 3, 5), porque significa e realiza aquele nascimento da água e do
Espírito, sem o qual «ninguém pode entrar no Reino de Deus» (Jo 3, 5).
1216. «Este banho é chamado iluminação, porque aqueles que recebem este
ensinamento [catequético] ficam com o espírito iluminado...» (7). Tendo recebido no
Baptismo o Verbo, «luz verdadeira que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9), o baptizado,
«depois de ter sido iluminado» (8), tornou-se «filho da luz» (9) e ele próprio
«luz» (Ef 5, 8):
«O Baptismo é o mais belo e magnífico dos dons de Deus [...] Chamamos-lhe dom,
graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo e tudo
o que há de mais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que não trazem
nada: graça, porque é dado mesmo aos culpados: baptismo, porque o pecado é sepultado
nas águas; unção, porque é sagrado e régio (como aqueles que são
ungidos); iluminação, porque é luz irradiante; veste, porque cobre a nossa
vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é sinal do senhorio de Deus»
(10).
2.2.3. O sacramento da confirmação
1285. Com o Baptismo e a Eucaristia, o sacramento da Confirmação constitui o
conjunto dos «sacramentos da iniciação cristã», cuja unidade deve ser salvaguardada.
Por isso, é preciso explicar aos fiéis que a recepção deste sacramento é necessária para a
plenitude da graça baptismal (90). Com efeito, os baptizados «pelo sacramento da

7
Confirmação, são mais perfeitamente vinculados à Igreja, enriquecidos com uma força
especial do Espírito Santo e deste modo ficam mais estritamente obrigados a difundir e
a defender a fé por palavras e obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo» (91).
I. A Confirmação na economia da salvação
1286. No Antigo Testamento, os profetas anunciaram que o Espírito do Senhor
repousaria sobre o Messias esperado (92), em vista da sua missão salvífica (93). A
descida do Espírito Santo sobre Jesus, aquando do seu baptismo por João, foi o sinal de
que era Ele o que havia de vir, de que era o Messias, o Filho de Deus (94). Concebido
pelo poder do Espírito Santo, toda a sua vida e toda a sua missão se realizam numa
comunhão total com o mesmo Espírito Santo, que o Pai Lhe dá «sem medida» (Jo 3,
34).
1287. Ora, esta plenitude do Espírito não devia permanecer unicamente no Messias:
devia ser comunicada a todo o povo messiânico (95). Repetidas vezes, Cristo prometeu
esta efusão do Espírito promessa que cumpriu, primeiro no dia de Páscoa (97) e depois,
de modo mais esplêndido, no dia de Pentecostes (98). Cheios do Espírito Santo, os
Apóstolos começaram a proclamar «as maravilhas de Deus» (Act 2, 11) e Pedro
declarou que esta efusão do Espírito era o sinal dos tempos messiânicos (99). Aqueles
que então acreditaram na pregação apostólica, e se fizeram baptizar, receberam, por seu
turno, o dom do Espírito Santo (100).
1288. «A partir de então, os Apóstolos, para cumprirem a vontade de Cristo,
comunicaram aos neófitos, pela imposição das mãos, o dom do Espírito para completar
a graça do Baptismo (101). É por isso que, na Epístola aos Hebreus, se menciona, entre
os elementos da primeira instrução cristã, a doutrina sobre os Baptismos e também
sobre a imposição das mãos (102). A imposição das mãos é justificadamente
reconhecida, pela Tradição católica, como a origem do sacramento da Confirmação que,
de certo modo, perpetua na Igreja a graça do Pentecostes» (103).
1289. Bem cedo, para melhor significar o dom do Espírito Santo, se acrescentou à
imposição das mãos uma unção com óleo perfumado (crisma). Esta unção ilustra o
nome de «cristão», que significa «ungido»,e que vai buscar a sua origem ao próprio
nome de Cristo, aquele que «Deus ungiu com o Espírito Santo» (Act 10, 38). E este rito
da unção mantém-se até aos nossos dias, tanto no Oriente como no Ocidente. É por isso
que, no Oriente, este sacramento se chama crismação (= unção do crisma),
ou myron, que significa «crisma». No Ocidente, o nome de Confirmação sugere que
este sacramento confirma o Baptismo e, ao mesmo tempo, consolida a graça baptismal.

8
2.2.4. O sacramento da eucaristia
1322. A sagrada Eucaristia completa a iniciação cristã. Aqueles que foram elevados à
dignidade do sacerdócio real pelo Baptismo e configurados mais profundamente com
Cristo pela Confirmação, esses, por meio da Eucaristia, participam, com toda a
comunidade, no próprio sacrifício do Senhor.
1323. «O nosso Salvador instituiu na última ceia, na noite em que foi entregue, o
sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar pelo decorrer dos séculos,
até voltar, o sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua
morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade,
banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o
penhor da glória futura» (145).
I. A Eucaristia – fonte e cume da vida eclesial
1324. A Eucaristia é «fonte e cume de toda a vida cristã» (146). «Os restantes
sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão
vinculados com a sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima
Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa
Páscoa» (147).
1325. «A comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus, pelas quais a
Igreja é o que é, são significados e realizados pela Eucaristia. Nela se encontra o cume,
ao mesmo tempo, da acção pela qual Deus, em Cristo, santifica o mundo, e do culto que
no Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por Ele, ao Pai» (148).
1326. Enfim, pela celebração eucarística, unimo-nos desde já à Liturgia do céu e
antecipamos a vida eterna, quando «Deus for tudo em todos» (1 Cor 15, 18 ).
1327. Em síntese, a Eucaristia é o resumo e a súmula da nossa fé: «A nossa maneira de
pensar está de acordo com a Eucaristia: e, por sua vez, a Eucaristia confirma a nossa
maneira de pensar» (149).
2.3. Inculturação
4. O Papa João Paulo II acolheu de maneira especial a evangelização das culturas: a
seus olhos, o diálogo da Igreja e das culturas reveste-se de vital importância para o
futuro da Igreja e do mundo. Para o ajudar nesta grande obra, o Santo Padre criou um
organismo especializado: o Conselho Pontifício para a Cultura9. É, aliás, com este
dicastério que a Comissão Teológica Internacional se alegra de poder reflectir hoje
sobre a inculturação da fé.

9
5. Apoiando-se na convicção de que «a Incarnação do Verbo foi também uma
incarnação cultural», o Papa afirma que as culturas, analogicamente comparáveis à
humanidade de Cristo naquilo que têm de bom, podem desempenhar uma função
positiva de mediação para a expressão e irradiação da fé cristã10.
6. Dois temas essenciais estão ligados a estas perspectivas. Em primeiro lugar, o da
transcendência da Revelação em relação às culturas em que ela se exprime. Com efeito,
a Palavra de Deus não poderia identificar-se ou ligar-se de maneira exclusiva aos
elementos da cultura que a transmite. O Evangelho, onde se enraiza, impõe muitas vezes
uma conversão das mentalidades e uma modificação dos costumes; o mesmo acontece
com as culturas que devem ser purificadas e restauradas em Cristo.
7. O segundo grande tema do ensinamento de João Paulo II incide sobre a urgência da
evangelização das culturas. Esta empresa supõe que se compreendam e penetrem com
simpatia crítica as identidades culturais particulares e que, numa preocupação de
universalidade em consonância com a realidade propriamente humana das culturas, se
favoreça, entre elas, a troca de experiências. Assim, o Santo Padre fundamenta a
evangelização das culturas numa concepção antropológica fortemente enraizada no
pensamento cristão, na sequência dos Padres da Igreja. Se a cultura, quando é recta,
revela e fortifica a natureza do homem, a impregnação cristã da cultura supõe a
ultrapassagem de todo o historicismo e de todo o relativismo na concepção do humano.
A evangelização das culturas deve, então, inspirar-se no amor do homem em si mesmo e
por si mesmo, especialmente naqueles aspectos do seu ser e da sua cultura que são
atacados ou ameaçados11.
8. À luz deste ensinamento e da reflexão que o tema da inculturação da fé suscitou na
Igreja, proporemos, em primeiro lugar, uma antropologia cristã que situe em mútua
relação a natureza, a cultura e a graça. Veremos, em seguida, o processo de inculturação
na obra da história da salvação: o Israel antigo, a vida e obra de Jesus, a Igreja das
origens. Uma última secção abordará os problemas que presentemente se põem à fé pelo
seu encontro com a piedade popular, as religiões não-cristãs, a tradição cultural nas
jovens Igrejas e, enfim, os diversos aspectos da modernidade.

10
3.0. Conclusão
Chegado até aqui, conclui que:
 A Igreja é a família de Deus (João 10:16; Efésios 2:18; 3:15; 4:6; 1 Pedro 5:2-4).
 A Igreja é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16).
 A Igreja é o Israel de Deus (Gálatas 6:16).
 A Igreja é a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo exclusivo de
Deus (1 Pedro 2:9; 5:13).
 A Igreja é o Corpo de Cristo, a Noiva do Cordeiro (Efésios 1:22,23; 5:23-32;
Apocalipse 19:7; 21:2,9-27).
 A Igreja pertence a Deus e foi comprada com o sangue de Cristo (Mateus 16:18;
Atos 20:28; Efésios 3:21; 5:25; 1 Timóteo 3:15; Hebreus 9:12).
 A Igreja é gloriosa, irrepreensível, sem mácula, sem ruga e vestida de justiça pelos
méritos de Cristo (Efésios 5:27; Apocalipse 19:8).
 A Igreja revela a multiforme sabedoria de Deus (Efésios 3:10).
 A Igreja é perseguida pelos ímpios, mas guardada por Deus (Atos 8:1-3; 1
Tessalonicenses 2:14,15; Apocalipse 3:10).
A iniciação cristã faz-se pelo conjunto de três sacramentos: o Baptismo, que é o
princípio da vida nova; a Confirmação, que é a consolidação da mesma vida; e a
Eucaristia, que alimenta o discípulo com o corpo e sangue de Cristo, em vista da sua
transformação n'Ele.

11
4.0. Referências bibliográficas

Bíblia Sagrada. (2001). Tradução de Almeida Revista e Corrigida. LBEE – Loja da


bíblia editorial, Lda.
II Concílio do Vaticano. (1964). Const. Sacrosanctum Concilium, 64: AAS 56, 117.
II Concílio do Vaticano. (1964). Const. Sacrosanctum Concilium, 65: AAS 56, 117;
cf. Ibid., 37-40: AAS 56 (1964) 110-111.
Cf. II Concílio do Vaticano. (1966). Decr. Ad gentes, 14: AAS 58 963: CIC can.
851.865 866.
Cf. Concílio de Trento. (1609). Decretum de sacramentis. Canones de sacramentis in
genere, can. 9: DS.

12

Você também pode gostar