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ESQUEMA DA 10ª AULA: panorama geral do corpo Paulino: a carta aos Gálatas e a carta aos Romanos

 Num olhar cronológico, a carta aos Gálatas foi escrita anterior a carta aos romanos e as duas aos coríntios. A
intenção de estuda-las é a proximidade das temáticas em comum.

Autenticidade e unidade: não há dúvidas.

Particularidades:
1. É dirigida a diversas comunidades na Galácia e não a um grupo especifico. Não há corremetente.
2. Representa a defesa de seus ministério. É de estilo espinhoso e apaixonado.

Destinatários:
1. É destinada a um grupo de comunidades na região da Galácia. É situada na zona central da Ásia menor.
2. Os elementos da carta, descreve que são “gálatas” do norte. São de origem célticas, onde se instalaram
desde o III a.C. No ano 25 aC, se tornaram parte do Império romano. É um povo irrequieto.
3. À luz de Atos dos Apóstolos, Paulo visitou a região sul da Galácia no 48-49 d.C. (as cidades descritas no texto
– 13,1—14,28). E também no Norte (cf. 16,6; 18,23)
4. Gl 1,3 – é comum que seja do norte.
a. Galácia é designado aos moradores do norte (alguns autores)
b. Paulo não usa as qualificações romanas para designar suas atividades missionarias. (Cf. Gl. 1, 21.22).
c. No sul, não há judaizantes. Foi tenso a relação com judeus (At. 13,38-39.44-47.50). Em 55 dC,
quando Paulo escreve a carta aos coríntios, parece tudo em paz nas Igrejas da Galácia (1 Cor16,1)
d. A doença de Paulo não aparece em Atos (cf. Gl 4,13).
e. A problemática surgi depois da formação da comunidade (Gl 3,4). Abandonou rapidamente a visita
(cf. Gl 1,6).

Datas e circunstâncias:
1. Com aproximação da Carta aos Romanos, pode-se avaliar que seja escrita numa tempo tardio: 52-54. Dois
anos antes de Romanos, em Éfeso, mais provavelmente do que na Macedônia.
2. Depois da visita de Paulo às comunidades, alguns cristãos, vindo de Jerusalém, deturparam o Evangelho (cf.
Gl 1,6-7) e consideram Paulo como inimigo (Gl 4,16).
3. Não pode ser a carta numa perspectiva moral, simplesmente, a crise é mais profunda. Há uma relativização
de Cristo no seu evangelho. Não há Cristo sem seu evangelho.

Composição literária.
1. 1,1-5 – dedicatória
2. 1,6-10 – admoestação
3. 1,11-12 – tese
4. 1,13—2,21 – (primeira parte) – elementos autobiográficos: vocação, encontro em Jerusalém, controvérsia de
Antioquia.
5. 3,1—5,1 – (segunda parte) – a interpretação aos Gálatas
a. 3,1-14 – o Espirito é recebido pela fé
b. 15-22 – a entrada na fé é uma participação na herança de Abraão, que está, ele próprio, apoiado na
fé à promessa.
c. 3,23-29 – a lei tem uma função pedagógica.
d. 4,1-11 – o dom do Espirito põe fim à escravidão e dá acesso à liberdade filial
e. 4,12-20 – Paulo e os Gálatas
f. 4,21—5,1 – Agar e Sara
6. 5,2—6,10 (terceira parte): exortação
a. 5,2-26 – convite à liberdade
b. 6,1-10 – exortação a evitar os perigos
c. 6,11-18 – epílogo.

Conteúdo da carta:
1. Na tradição das cartas, Paulo, após a dedicatória, transmite a sua ação de graças as comunidades (cf. Fl).
Aqui, nos Gálatas, vai direto ao assunto da mesma (cf. Gl 1,6-10).
2. Ressaltar o seu ministério como defesa do evangelho e sua autoridade (cf. Gl 1,13—2,21).
3. A descrição dos fatos:
a. Apologia de vocação e missão
b. Encontro com o ressuscitado no caminho a Damasco
c. Encontro com os Apóstolos em Jerusalém
d. Livre intervenção a Pedro em Antioquia (cf. Gl 2,20).
e. Só Cristo, somente ele, justifica e dá a Paulo a liberdade e audácia.
4. Paulo coloca os Gálatas a sua fé inicial:
a. Receberam o Espirito Santo por acreditar nele ou pela Lei (obras – cf. 3.1ss).
b. É como Abraão. Sua fé está na promessa e não Lei.
c. A Lei não anula as promessas. (cf. Gl 3,1-18)
d. Antes de Cristo, a Lei “é um pedagogo” para nos conduzir a Deus (Gl 3,23-29).
e. Os Gálatas descobriram em Cristo uma adoção filial se libertando dos espirito do universo (cf. 4,1-
11)
f. Sara a Agar representam os cristãos que devem ser e não que estão querendo (cf. 4,21—5,1).
5. Paulo Exorta que a filiação divina nos coloca em oposição as obras da Carne. É fruto do Espirito (Gl5,2-26)
6. O que conta é a fé (Gl 6,15).

Vamos ler: Gálatas 1,6-12:

A Carta aos Romanos:

Autenticidade: não é contestada. Sua unidade há algumas dúvidas. Rm 16 está ligada a carta aos efésios. A doxologia
(Rm 16,25-27) não pertenceria à carta.

Particularidades:
1. Não podemos defina-la como tratado. Sua importância teológica é essencial.

Destinatários:
2. Não foi fundada por Paulo ou Por Pedro. A própria carta testemunha que o Próprio Paulo conhecia-a muito
bem. Tinha amigos e membros de família ou judeus de Tarso que faziam comercio em Roma. Ao ser levado
de Cesareia a Roma, membros da comunidade vêm ao seu encontro (At 28,15).
3. Eusébio – comunidade de samaritanos e helenistas nos anos 40; Suetônio (biógrafo romano sec. II). Rm 16,1-
16 – uma comunidade diversa (étnica, social e geográfica).

Data e circunstâncias:
1. Fim da atividade missionária (Rm 15,19). Projeto de viagem que, passando por Jerusalém, o conduziria a
Roma e à Espanha.
2. Escrita em Corinto ou Filipos (55-57 ou 60).

Composição literária
1. 1,1-7 – dedicatória
2. 1,8-15 – ação de graças
3. 1,16-17 – tese
4. 1,18—11,36 – (primeira parte) – afirmação da justificação pela fé
a. 1,18—4 – judeus e gregos justificados pela fé
b. 5—9 – a vida nova do crente
c. 9—11 – relação entre Israel e as nações na História
5. 12,1—15,13 – (segunda parte) – exortação
a. 12,1-16 – as relações dos fiéis entre si
b. 12,17—13,14 – relação com os de fora
c. 14,1—15,13 – as relações no seio da humanidade
6. 15,14—16,27 – epilogo.

Conteúdo da carta:
1. Depois da abertura (Rm 1,1-17), evoca a sua vocação, uma releitura da história da humanidade de como não
estão “justificada” (Rm 1,18). Gentios conhecem a Deus, mas não reconheceram (Rm 1,19-32). Também os
judeus (Rm 2,1-16).
2. Rm 2,17-29 – Os judeus piedosos se consideram justificados na Lei, assim como Paulo foi antes de Damasco
(cf. Rm 3,20). É a discussão da comunhão com Deus com os próprios méritos.
3. A justiça de Deus se manifestou em Cristo Jesus (cf. 3,21—4). Abraão obteve pela promessa em Deus (Rm
4,17)
4. O ser humano entra numa existência nova (5—8).
a. Deus com seu espírito, transforma o ser humano na sua existência interior (Rm 5,1-11)
b. Cristo, sendo o novo adão, assume a humanidade por completo (Rm 5,12-19)
c. Como ficar na pecado, já tendo a graça de Deus? (Rm 5,20-21)
d. Pelo batismo, somos retirados da escravidão do pecado (Rm 6)
e. A lei não justifica, não liberta, não introduz na comunhão com Deus (Rm 7)
f. Pelo Espirito, somos filhos de Deus (Rm 8,1-17)
5. O povo de Deus, o povo de Eleito entra na comunhão com Deus por meio de Cristo (Rm 9—11)
6. Descrição da vida cristã sob a ótica da simplicidade e de seus engajamento na vida cotidiana (Rm 12—15).
a. Culto espiritual a Deus (Rm 12,1-2).
b. Uma nova comunidade (Rm 12,4-5)
c. Sermos filhos e irmãos (Rm 12,3-21)
d. Cristão se comportar com honestidade e consciência em relação às autoridades civis (Rm 13,1-7)
e. Se cristão, é um combate constante, na espera do Senhor (Rm 13,11-14).

Vamos ler Rm 1,3-4

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