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Minicurso

Introdução à Projeto de Proteção contra


INCÊNDIO E PÂNICO
Aydil Franco, Me.
Engª Segurança do Trabalho - CREA BA 66542
Quem é Aydil Franco?

• Mestre em Engenharia Ambiental Urbana - UFBA


• Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho –
FTC
• Graduada em Engenharia de Produção Química – FTC.

• Experiência profissional nas áreas de ensino de


engenharia, projetos do sistema preventivo contra
incêndio, implantação da ISO 14001, OHSAS 18001.

• Pesquisadora do grupo de pesquisa Gestão e Produção


Sustentável do Ambiente Construído da UFBA.

• Sócia da empresa Franco e Guerra Segurança do


Trabalho. Contribui com as empresas melhorando as
condições do ambiente de trabalho
Conteúdo
Grandes Incêndios

Cenário Incêndio no Brasil e na Bahia

Legislação contra incêndio

Princípios do fogo

Necessidades e Objetivo

Projeto Técnico Básico: medidas de segurança


GRANDES INCÊNDIOS

• 1961 – Circo Niterói: 323 mortes;


• 1974 – Edifícios Joelma: 187 mortes e 300 pessoas feridas;
• 1981 – Edifício Grande Avenida: 17 mortos;
• 2013 – Boate Kiss: 233 mortes;
• 2018 – Museu Nacional: destruição de quase todo o acervo histórico e científico;
com cerca de vinte milhões de itens catalogados;
• 2019 – Hospital Badim: 20 mortes.
INCÊNDIO NO BRASIL

Dados: 2019
Fonte: Instituto Sprinkler Brasil
INCÊNDIO NO BRASIL

Fonte: Instituto Sprinkler Brasil


INCÊNDIO NA BAHIA

39 39

25
19

2017 2018 2019 2020

Fonte: Instituto Sprinkler Brasil


*Dados até 24/09/2020
LEGISLAÇÃO - BAHIA

1969 2012 2013 2015 ...


Lei nº 3077 de 05 de Decreto nº 23.252 de Lei nº 12.929 de 27 Decreto nº 16.302 de ....
dezembro de 1979 18 de setembro de de dezembro de 27 de agosto de 2015
2012 2013

Inicio elaboração IT

Acesso legislação: CBM BA (http://www.cbm.ba.gov.br/legislação)


PROJETO TÉCNICO

O projeto nada mais é do que o documento que registra


todas as medidas de segurança para prevenção de
incêndio presentes no local.

Deve ser realizado para prevenir o acontecimento de


fatalidades e expansão de focos de incêndio,
controlando e reduzindo eventuais danos.
TIPOS DE PROJETO

Projeto Técnico (PT)

Projeto Técnico Simplificado (PTS)

Projeto Técnico para Instalação e Ocupação Temporária (PTIOT)

Projeto Técnico para Ocupação Temporária em Edificação Permanente (PTOTEP)


PORQUE ELABORAR

Organiza os meios de socorro;


Orienta a equipe de brigada;
Evita confusões, erros, atropelos e a duplicação de atuações;
Prevê e organiza antecipadamente a atuação e a evacuação;
proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;
dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;
proporcionar meios de controle e/ou extinção do incêndio;
dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros; e
proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco

Salvar Vidas!
A QUEM SE APLICA

DECRETO Nº 16.302 DE 27 DE AGOSTO DE 2015

Edificações públicas e privadas, as estruturas, as áreas de riscos e


de aglomeração de público, assim como toda a realização de
eventos programados, conforme definições constantes neste
Decreto
DA APLICAÇÃO

DECRETO Nº 16.302 DE 27 DE AGOSTO DE 2015

na construção e na fabricação;
na reforma de uma edificação, desde que possa comprometer os padrões estabelecidos
para garantir a segurança contra incêndios;
na mudança de ocupação ou de uso;
na ampliação de área construída;
no aumento na altura da edificação;
na promoção de eventos programados.
OBJETIVO

DECRETO Nº 16.302 DE 27 DE AGOSTO DE 2015

I. proteger a vida e a integridade dos ocupantes das edificações, estruturas


e áreas de risco em caso de incêndio;
II. prevenir e combater a propagação de incêndios, reduzindo danos ao meio
ambiente e ao patrimônio;
III. proporcionar meios para controlar e extinguir incêndios;
IV. fortalecer a atuação do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, a fim de
garantir as condições necessárias às operações voltadas para o adequado
atendimento das medidas de segurança contra incêndio e pânico nas
edificações e áreas de risco.
MEDIDAS DE SEGURANÇA

Acesso de viatura
Separação de
Compartimentação
edificações

Elevador de
Resistência ao fogo
Emergência

Detecção e alarme CMAR

• 33 Instruções Técnicas
Chuveiros
Saída de Emergência
Automáticos

• 4 Legislações

• 28 NBR’s
Sistema de espuma Controle de fumaça

Incêndio

Controle de fontes de Gerenciamento de


ignição risco

SPDA Brigada de incêndio

Iluminação de
Sistema de gases
emergência

Sistema de Sinalização de
Resfriamento emergência

Hidrantes Extintores
COMPOSIÇÃO DO PROJETO

a. cartão de identificação (Anexo A);


b. pasta do Projeto Técnico;
c. formulário de segurança contra incêndio de Projeto Técnico (Anexo B);
d. procuração do proprietário, quando este transferir seu poder de signatário;
e. Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica
(RRT), do responsável técnico pela elaboração do Projeto Técnico, que devem ser
juntadas no processo que permanece no Órgão Técnico competente do CBMBA;
f. documentos complementares, quando necessário;
g. implantação, quando houver mais de uma edificação e áreas de risco, dentro do mesmo
lote, ou conjunto de edificações, estruturas e áreas de risco;
h. desenhos gráficos contendo plantas baixas, cortes, fachada, situação e localização;
i. memorial descritivo rubricado pelo responsável técnico em todas as páginas.

IT 01/2020 – Procedimentos Administrativos


COMPOSIÇÃO DO PROJETO

IT 01/2020 – Procedimentos Administrativos


CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

I. quanto à ocupação

II. quanto à altura

III. quanto à carga de incêndio (IT 14)


OCUPAÇÃO
OCUPAÇÃO
A – Residencial
B – Serviço de hospedagem
Art. 17 - Serão objetos de análise por Comissão Técnica os
C – Comercial
casos que necessitem de soluções técnicas diversas daquelas
D – Serviço profissional previstas neste Decreto, bem como as edificações, estruturas e
áreas de risco, cuja ocupação ou uso não se encontre entre
E – Educacional e cultura física
aquelas relacionadas na Tabela 1, constante no Anexo Único
F – Local de reunião de público deste Decreto.
G – Serviço automotivo e assemelhados
H – Serviço de saúde e institucional
I – Indústria
J – Depósito
L – Explosivo
M - Especial

Nota: Edificações não enquadradas nesta Tabela devem observar o artigo 17 deste Regulamento
ALTURA
CARGA DE INCÊNDIO

IT 14/2017 – Carga de incêndio nas Edificações, Estruturas e Áreas de Risco


EXISTÊNCIA DA EDIFICAÇÃO
MEDIDAS:
área < 750m² H<=12m

Área <750 m² pode ser


considerado também
como PTS, mas aí já é
outra aula!
MEDIDAS:
área >750m² H >12m
MEDIDAS BÁSICAS

Extintores

Saídas de emergência (Noções)

Iluminação de Emergência

Sinalização de Emergência

Brigada de Incêndio
EXTINTORES – IT 21/2017

5.1.1 A capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor portátil, para que se constitua uma
unidade extintora, deve ser:

a. carga d’água: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 2-A;


b. carga de espuma mecânica: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 2-A : 10-B;
c. carga de dióxido de carbono (CO2): extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 5-B:C;
d. carga de pó BC: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 20-B:C;
e. carga de pó ABC – extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 2-A : 20-B:C;
f. carga de halogenado: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 5-B:C.
EXTINTORES – IT 21/2017

5.1.2 A capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor sobre rodas, para que se constitua uma
unidade extintora, deve ser:

a. carga d’água: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 10-A;


b. carga de espuma mecânica: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 6-A : 40-B;
c. carga de dióxido de carbono (CO2):extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 10-B:C;
d. carga de pó BC: extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 80-B:C;
e. carga de pó ABC – extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 6-A : 80-B:C.
EXTINTORES – IT 21/2017
EXTINTORES – IT 21/2017

5.2.1.1 Quando os extintores forem instalados em paredes ou divisórias, a


altura máxima de fixação do suporte deve ser de 1,60 m do piso, podendo
esta altura variar para menos, desde que a parte inferior do extintor
permaneça, no mínimo, a 0,10 m do piso acabado.

5.2.1.2 É permitida a instalação de extintores sobre o piso acabado, desde


que permaneçam apoiados em suportes apropriados, com altura entre
0,10 m e 0,20 m do piso.

5.2.1.3 Os extintores não podem ser instalados em escadas e devem


permanecer desobstruídos e sinalizados de acordo com o estabelecido na
IT 20 – Sinalização de Emergência.
EXTINTORES – IT 21/2017

5.2.1.4 Cada pavimento deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras, sendo uma
para incêndio classe A e outra para incêndio classe B e C. É permitida a instalação de duas
unidades extintoras iguais de pó ABC.

5.2.1.4.1 O extintor de pó ABC pode substituir qualquer tipo de extintor de classes


específicas A, B e C dentro de uma edificação, estrutura ou área de risco

5.2.1.12 Deve ser instalado pelo menos um extintor de incêndio a não mais de 5 m da
entrada principal da edificação e das escadas nos demais pavimentos.

5.2.2.1 Não é permitida a proteção de edificações ou áreas de risco unicamente por


extintores sobre rodas, admitindo- se, no máximo, a proteção da metade da área total
correspondente ao risco, considerando o complemento por extintores portáteis, de forma
alternada entre extintores portáteis e sobre rodas na área de risco.
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IT 11/2016

Estabelecer os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de


emergência, para que sua população possa abandonar a edificação, em caso de incêndio ou
pânico, completamente protegida em sua integridade física e permitir o acesso de guarnições de
bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas, atendendo ao previsto no Decreto
Estadual nº 16.302/2015 que dispõe sobre a segurança contra incêndio das edificações, estruturas e
áreas de risco no Estado da Bahia.

Aplicação: Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se a todas as edificações, exceto para as ocupações destinadas à divisão F-3 e
F-7, com população total superior a 2.500 pessoas, onde deve ser aplicada a IT 12 – Centros esportivos e de exibição –
Requisitos de segurança contra incêndio.
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IT 11/2016

Componentes da saída de emergência:

a. Acessos ou corredores;
b. rotas de saídas horizontais, quando houver, e respectivas portas ou espaço livre exterior, nas
edificações térreas ou no pavimento de saída/descarga das pessoas nas edificações com mais de
um pavimento;
c. escadas ou rampas;
d. descarga;
e. elevador de emergência.
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IT 11/2016

5.3.1 As saídas de emergência são


dimensionadas em função da população da
edificação.

5.3.2 A população de cada pavimento da


edificação é calculada pelos coeficientes da
Tabela 1 (Anexo “A”), considerando sua
ocupação dada na Tabela 1 - Classificação das
edificações e áreas de risco quanto à ocupação do
Decreto Estadual nº 16.302/2015.
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IT 11/2016
As larguras mínimas das saídas de emergência para acessos, escadas, rampas ou descargas, devem ser de

a. 1,1 m, para as ocupações em geral


b. 1,65 m, correspondente a 3 unidades de passagem de 55 cm, para as escadas, os acessos (corredores e passagens) e
descarga, nas ocupações do Grupo H, divisão H-2 e H-3;
c. 1,65 m, correspondente a 3 unidades de passagem de 55 cm, para as rampas, acessos (corredores e passagens) e
descarga, nas ocupações do grupo H, divisão H-2;
d. 2,2 m, correspondente a 4 unidades de passagem de 55 cm, para as rampas, acessos às rampas (corredores e
passagens) e descarga das rampas, nas ocupações do grupo H, divisão H-3
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA – IT 11/2016

Sugestão, um dia destinado somente a IT 11.


ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 18/2017

2.1 Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se às edificações, estruturas e áreas de risco onde o
sistema de iluminação de emergência é exigido.

2.2 Adota-se a NBR 10898 – Sistema de iluminação de emergência, naquilo que não
contrariar o disposto nesta IT.

A intensidade da iluminação deve ser adequada para evitar


acidentes e garantir a evacuação das pessoas em perigo, assim
como o controle das áreas por equipes de socorro e combate ao
incêndio. Deve ser levada em conta a possível penetração de
fumaça as vias de abandono.
ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 18/2017
5.4.2 A distância máxima entre os pontos de iluminação de emergência não deve ultrapassar

15 m e entre o ponto de iluminação e a parede 7,5 m. Outro distanciamento entre pontos pode

ser adotado, desde que atenda aos parâmetros da NBR 10898.

Para os efeitos da NBR 10898, são contemplados os seguintes tipos de sistema:


a) Conjunto de blocos autônomos;
b) Sistema centralizado com baterias recarregáveis, com carregadores adequados para o
tipo de bateria utilizado no projeto e ao tempo necessário para a recarga;
c) Sistema centralizado com grupo motogerador com arranque automático;
d) Equipamentos de iluminação portáteis, compatíveis com o tempo de funcionamento
exigido.
ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 18/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017

A sinalização de emergência tem como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio,


alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação
de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das
rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
Sinalização básica:

Proibição
Alerta
Orientação e salvamento
Equipamentos

Sinalização complementar:

5.3.2.1Complementar, através de um conjunto de faixas de cor, símbolos ou mensagens escritas, a


sinalização básica, nas seguintes situações:

a. indicação continuada de rotas de saída;


b. indicação de obstáculos e riscos de utilização das rotas de saída;
c. mensagens específicas escritas que acompanham a sinalização básica, onde for necessária a
complementação da mensagem dada pelo símbolo
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA – IT 20/2017
BRIGADA DE INCÊNDIO – IT 17/2016

Brigada de incêndio: grupo organizado de pessoas, composto por brigadistas e/ou Bombeiros Civis,
treinados e capacitados em prevenção e combate a incêndios, primeiros socorros e abandono de áreas,
para atuação exclusiva em edificações, estruturas ou áreas de risco.
BRIGADA DE INCÊNDIO – IT 17/2016

6.1.1 O dimensionamento de brigadista para cada pavimento, compartimento ou setor é determinada


pela Tabela A.1, que leva em conta a população fixa, o grau de risco e os grupos/divisões de
composição da planta para brigadista nível I e Anexos I, J, K e L, para brigadista nível II.

6.1.2 Quando em uma planta houver mais de um grupo de ocupação, o número de brigadistas dever
ser calculado levando-se em conta o grupo de ocupação de maior risco, exceto quando as unidades
forem compartimentadas ou se os riscos forem isolados quando pode ser o número de brigadistas,
calculado para cada grupo de ocupação.

6.1.3 Na seleção dos brigadistas deve ser levado em conta a participação de pessoas de todos os
setores e turnos de trabalho.

6.1.4 O CBMBA poderá, mediante avaliação técnica, aumentar ou reduzir o número de brigadistas
para as edificações e eventos em virtude da segurança e do risco de incêndio.
BRIGADA DE INCÊNDIO – IT 17/2016
BRIGADA DE INCÊNDIO – IT 17/2016
BRIGADA DE INCÊNDIO – IT 17/2016
REFERÊNCIAS

Decreto Nº 16.302/15 – Regulamenta a Lei Nº 12.929

IT 01/2016 – Procedimentos Administrativos

IT 03/2016 – Terminologia Contra Segurança de Incêndio

IT 11/2016 – Saídas de Emergência

IT 16/2018 – Plano de Emergência contra incêndio e pânico

IT 17/2016 – Brigada de Incêndio


OBRIGADA!

Aydil Franco | @francoaydil


aydil.franco@gmail.com
71 98875-4644

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