Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curso Hegel - Aula 01
Curso Hegel - Aula 01
Primeira Aula
Ler
8
KANT, Crítica da razão pura, A 314
9
GOLDSMITH, Tempo lógico e tempo histórico na interpretação dos sistemas filosóficos, p. 141
Seguir tal orientação metodológica significa, na verdade, levar a sério a
afirmação de Adorno a respeito da arte de ler Hegel: “A arte de ler Hegel
deveria estar atenta ao momento no qual intervêm o novo, o substancial e
distingui-lo do momento no qual continua a funcionar uma máquina que não
se vê como uma e que não deveria continuar funcionando. É necessário a todo
momento tomar em consideração duas máximas aparentemente
incompatíveis : a imersão minuciosa e a distância livre” 10. Nada mais difícil
em filosofia do que compatibilizar o esforço minucioso e disciplinado de
leitura com a certeza daqueles que sabem que só se enxerga uma obra à
distância. Mas, como veremos neste curso, é assim, nesta coreografia fundada
em sequências de distância e proximidade, que os filósofos lêem os filósofos.
Por outro lado, esta perspectiva que pode impor tanto uma imersão
minuciosa capaz de seguir, se for o caso, o trajeto da escrita em todos os seus
meandros quanto uma distância livre que procura estabelecer, no texto, pontos
destacáveis nos quais se ancorar, perspectiva que escava, no interior do texto,
o novo e o separa do maquínico só pode vir de uma recusa da atemporalidade
da escrita filosófica pensada como sistema de proposições. Volto a insistir, o
tempo da filosofia é transversal e permite que o presente reordene as respostas
do passado. É só a partir desta transversalidade do tempo que é possível ao
leitor ocupar o papel de dois atores: aqueles que fazem parte da cena da escrita
e aqueles que se constituem apenas a posteriori.
No que diz respeito à leitura da Fenomenologia do Espírito, tal
abordagem metodológica implicará em análises que obedecerão a um
movimento duplo. Algumas figuras serão privilegiadas e, nestes pontos, o
comentário de texto será articulado horizontalmente e verticalmente.
Horizontalmente, no sentido de re-construir o campo de questões que Hegel
tinha em mente ao sintetizar tais figuras. Verticalmente, no sentido de
transcender o contexto local tendo em vista a reconstituição de alguns
momentos maiores na história da recepção de tais figuras e da constelação de
problemas que elas foam capazes de encarnar.
No entanto, este trabalho de dupla articulação dos dispositivos de leitura
exigirá,.por sua vez, que a costura que sustenta a Fenomenologia do Espírito
seja apreendida em movimentos amplos de identificação de eixos gerais.
Neste sentido, trata-se apenas de servir-se de um movimento de distensão e de
contração presente na economia interna da própria Fenomenologia. Economia
marcada pela sucessão entre distensões de figuras abordadas em riquezas de
detalhes e contrações que procuram dar conta da rememoração da trajetória da
consciência.
10
ADORNO, Drei studien über Hegel, p. 98
Estrutura do curso
A fim de levar a cabo tais objetivos, este curso será dividido em cinco
módulos. Cada módulo terá, em média, duração de 3 aulas expositivas. Este
curso não prevê a realização de seminários e o sistema de avaliação resume-se
à monografia de final de curso. Cada módulo foi organizado a partir de uma
questão central, uma ou mais figuras privilegiadas e um conjunto de textos de
introdução e de desdobramento dos debates propostos.
No primeiro módulo trabalharemos algumas questões apresentadas no
Prefácio e na Introdução relativas a auto-compreensão hegeliana da
peculiaridade de seu projeto filosófico. Levaremos a sério a afirmação de
Gerard Lebrun, para quem a filosofia hegeliana e seu método dialético
propunha, fundamentalmente, uma certa mudança de gramática filosófica
capaz de dissolver as dicotomias do entendimento e do pensar representativo:
“Tal é a única surpresa que a passagem ao especulativo reserva: esta lenta
alteração que parece metamorfosear as palavras que usávamos inicialmente,
sem que, no entanto, devamos renunciar a elas ou inventar outras” 11. Isto nos
levará a eleger como questão central deste módulo: “O que significa mudar de
gramática filosófica?”. Três textos servirão de apoio a nossa discussão, sendo
que eles estão dispostos em ordem de complexidade. São eles: “Notas a
respeito da língua e da terminologia hegeliana”, de Alexandre Koyrè;
“Skoteinos ou como ler”, de Adorno e “Hegel e seu conceito de experiência”,
de Heidegger.
No segundo módulo, trabalharemos a seção “Consciência”
privilegiando uma análise detalhada da figura da “consciência sensível”. Meu
objetivo é demonstrar que devemos levar em conta como o trajeto
fenomenológico da consciência em direção ao saber absoluto começa através
da experiência do descompasso irredutível entre designação e significação nos
atos de fala. Isto demonstra a centralidade do problema da linguagem no
interior da reflexão hegeliana. Está será nossa questão central. Veremos qual a
teoria da linguagem que sustenta a maneira como Hegel pensa a confrontação
cognitiva entre consciência e objeto para além de todo e qualquer
inferencialismo, assim como a importância de tal descompasso entre
designação e significação enquanto motor do processo dialético na
Fenomenologia. Novamente, teremos três textos de apoio: “Entre o nome e a
frase”, de Paulo Arantes; “Dialética, index, referência”, de Jean-François
Lyotard e “Holismo e idealismo na Fenomenologia de Hegel”, de Robert
Brandom..
11
LEBRUN, La patience du concept, p. 114
No terceiro módulo, trabalharemos a seção “Consciência-de-si”
privilegiando uma análise detalhada da figura da “Dialética do Senhor e do
Escravo”. Trata-se de um momento privilegiado da Fenomenologia por
tematizar o início da submissão da estrutura congnitivo-instrumental da
consciência a uma estrutura intersubjetiva de reconhecimento engendrada pelo
conflito. Conflito articulado a partir das categorias do trabalho e do desejo.
Nossa questão central irá girar em torno do problema de reconhecimento do
trabalho e do desejo na Fenomenologia. Veremos como a lógica do
reconhecimento do trabalho e do desejo obedece, por sua vez, a estrutura
lógica posta nas reflexões hegelianas sobre a linguagem. Novamente, teremos
três textos de apoio: “A guisa de introdução”, de Alexandre Kojève;
“Caminhos da destranscendentalização”, de Habermas e “Crítica da dialética e
da filosofia hegelianas em geral”, capítulo dos Manuscritos econômico-
filosóficos de Marx. Um texto que servirá como guia de leitura será Os
primeiros combates do reconhecimento, de Pierre-Jean Labarrière e
Gwendoline Jarczyk: texto que se propõe a fazer um comentário linha a linha
do trecho que estudaremos.
No quarto módulo trabalharemos a seção “Razão”. Se, na seção
“Consciência”, é questão da análise da relação cognitivo-instrumental da
consciência com o objeto, e, na seção “Consciência-de-si”, questão da relação
de reconhecimento entre consciências como condição prévia para o
conhecimento de objetos, a seção “Razão” pode ser compreendida como a
análise das operações da razão em seus processos de categorização. Neste
sentido, trata-se de um momento privilegiado do texto para analisarmos a
complexa relação crítica entre Kant e Hegel no que diz respeito à estrutura
categorial do entendimento enquanto base para o saber cognitivo-instrumental.
A questão central que nos norteará na análise da desta seção será as distinções
que Hegel opera entre o transcendental e o especulativo. Neste sentido,
analisaremos, enquanto figura privilegiada, o modus operandi da crítica
hegeliana a duas ciências bastante em voga em sua época: a frenologia e a
fisiognomia. Escolha que se justifica devido à maneira com que Hegel
transforma a crítica à linguagem representativa em elemento central de crítica
aos pressupostos de uma ciência empírica determinada. Teremos, como textos
de apoio, o capítulo dedicado a Kant nas Lições sobre a história da filosofia,
do próprio Hegel, “Crítica de Kant por Hegel”, capítulo de Conhecimento e
interesse, de Habermas
Por fim, o quinto módulo será dedicado à seção “Espírito”. Esta longa
seção na qual vemos o processo de rememoração histórica como fundamento
para a formação das estruturas de orientação do julgamento traz uma série de
questões articuladas de maneira cerrada. Aqui, vemos mais claramente “a
razão na história”, ou seja, “a meta-narrativa” hegeliana de formação agora a
partir do Espírito consciente-de-si que analisa suas figuras no tempo histórico.
Das várias questões que a peculiaridade da abordagem hegeliana suscita,
gostaria de me ater a uma em especial. Trata-se de mostrar como toda a seção
“Espírito” é estruturada a partir da exigência em pensar o sensível e a
contingência em sua irredutibilidade, e não, como se tende a ver, enquanto
uma tentativa de esgotar toda e qualquer dignidade ontológica do sensível e do
contingente em prol de um conceito totalizante de história racional. Para tanto,
deveremos centrar nossa leitura em duas figuras centrais da Fenomenologia
hegeliana que se encontram no início e no final da nossa seção: a ruptura da
eticidade da polis grega através de Antígona e a crítica ao formalismo da
moral kantiana através das considerações sobre a Gewissen. Como textos de
apoio, proponho, primeiramente, um exercício de leitura comparativa. Trata-se
de comparar a leitura hegeliana de Antígona a uma leitura contemporânea
proposta por Jacques Lacan e articulada como contraposição à leitura
hegeliana. Teremos como texto de apoio, pois, duas seções do seminário sobre
A ética da psicanálise, dedicados a Antígona. Teremos ainda alguns
parágrafos escolhidos de “Espírito do mundo e história da natureza: digressão
sobre Hegel”, capitulo da Dialética Negativa, de Adorno
Mas gostaria ainda de aproveitar esta primeira aula para explicar a razão
pela qual a introdução ao pensamento de Hegel deve ser feita
preferencialmente através da Fenomenologia do Espírito. Pois esta escolha
não é por si só evidente. Durante todo o século XIX, boa parte dos leitores de
Hegel portavam sua atenção principalmente aos textos de maturidade, como A
ciência da Lógica e a Enciclopédia. A Fenomenologia era vista como um
texto onde questões centrais da filosofia hegeliana, como o papel do Estado
enquanto realização do Espírito Objetivo, não eram suficientemente
abordadas. Escrito em 1806 em condições extremamente precárias, o texto não
fornecia de maneira clara o sistema holista da ciência em sua quietude
hierarquizada, como vemos, por exemplo, na Enciclopédia.
Por outro lado, o próprio plano da Fenomenologia será parcialmente
absorvido por obras posteriores de Hegel, em especial a última versão da
Enciclopédia. Lá, ela aparecerá claramente como uma parte do sistema, entre
a antropologia e a psicologia. Seu desenvolvimento será desmembrado. As
seções “Espírito”, “Religião” e “Saber absoluto” não serão mais tratadas como
momentos da fenomenologia que, por seu lado, será apenas um momento do
Espírito Subjetivo. A grande articulação histórica do processo de formação da
estrutura de orientação do julgamento (“Espírito”) dará lugar a uma descrição
sistêmica da estrutura do direito, das reivindicações morais da subjetividade e
do Estado. Religião e Saber Absoluto terão tratamento à parte enquanto
manifestações do Espírito Absoluto.
No entanto, a Fenomenologia deve ser vista como a melhor introdução
ao pensamento hegeliano não apenas porque ela foi realmente escrita como
uma introdução ao sistema que, aos poucos, foi ganhando autonomia.
Introdução que deveria descrever o trajeto de formação da consciência em
direção a um saber onde lógica e ontologia se encontram. A Fenomenologia é
a melhor introdução ao pensamento hegeliano porque, por um lado: “A
Fenomenologia era para Hegel consciente ou inconscientemente, o meio de
oferecer ao público; não um sistema já pronto, mas a história de seu próprio
desenvolvimento”12.
Mas por outro lado, e esta me parece a razão mais forte, a
Fenomenologia oferece um modo de pensar e articular problemas filosóficos
que será a marca da experiência intelectual hegeliana. Modo que pode ser
inicialmente abordado através de algumas considerações sobre o estilo da
escrita filosófica da Fenomenologia em particular e de Hegel em geral.
Na verdade, gostaria de terminar a aula de hoje com algumas
considerações a respeito do estilo de Hegel. Pois uma leitura filosófica deve
estar atenta não só a ordem das razões, mas também aos estilos da escrita. As
exigências do estilo não são considerações externas aos objetos com os quais
um pensamento se defronta. Isto talvez nos esclareça porque o estilo de Hegel
desconhece um certo regime de clareza na escrita conceitual.
Não se trata aqui de fazer uma apologia da obscuridade, mas valeria a
pena lembrar a relevância da questão a respeito da adequação entre clareza e
objeto. Todos os objetos da experiência podem ser expostos através de uma
linguagem de máxima visibilidade ? Eu lembraria que, em vários momentos, a
resposta da filosofia foi negativa. Por exemplo, nós conhecemos claramente a
recusa de Hegel em descrever os objetos da experiência através da clareza de
uma linguagem de inspiração matemática, geometria retórica fundamentada
através de analogias com os dispositivos da geometria euclidiana. A apreensão
conceitual dos objetos da experiência exige uma compreensão especulativa da
estrutura proposicional que nada tem a ver com exigências abstratas de
clareza. Ao contrário, a clareza de inspiração matemática que guia o uso
ordinário da linguagem do senso comum é mistificadora, pois clarifica o que
não é objetivamente claro, procura utilizar categorizações estanques para
apreender aquilo que só pode aparecer de maneira negativa ou através de
12
HYPPOLITE, Gênese e estrutura da Fenomenologia do Espírito, p. 68
“significações fluidas”13. Assim, o estabelecimento de uma gramática
filosófica adequada acaba por se confundir com um movimento amplo de
crítica da linguagem ‘clara’ do entendimento. Daí porque: “não é difícil de
perceber que a maneira de expor um princípio, de defendê-lo com argumentos,
de refutar também com argumentos o princípio oposto, não é a forma na qual
a verdade pode se manifestar. A verdade é o movimento dela mesma nela
mesma, enquanto que este método é o conhecimento exterior à matéria. É por
isto que ele é particular à matemática e devemos deixá-lo à matemática” 14.
Neste sentido, podemos seguir Gerard Lebrun e dizer que o verdadeiro
objetivo da Fenomenologia é a refutação de toda uma gramática filosófica
através de um movimento de esgotamento interno.
Adorno foi talvez aquele que melhor compreendeu a necessidade da
articulação entre estilo e objeto do pensamento em Hegel. “Hegel é sem
dúvida o único dentre os grandes filósofos que, em alguns momentos, não
sabemos e não podemos decidir sobre o que ele fala exatamente, o único a
respeito de quem a própria possibilidade de tal decisão não é assegurada” 15.
Proposição aparentemente paradoxal por insistir na existência de uma
opacidade constitutiva do estilo hegeliano, existência de regiões de silêncio
legíveis da textura do texto. Para Adorno, estamos diante de uma opacidade
cuja estrutura deve ser deduzida do próprio conteúdo da filosofia hegeliana:
“Já que cada proposição singular da filosofia hegeliana reconhece sua própria
inadequação a esta unidade [da totalidade], a forma exprime esta inadequação
(Unangemessenheit) na medida em que ela não pode apreender nenhum
conteúdo de maneira adequada”16.
Mas este bloqueio na apreensão do conteúdo é um fato inscrito na
linguagem especulativa. A sensação de evanescimento da referência que todo
leitor de Hegel conhece bem, esta impressão de que o estilo da escrita parece
destruir a determinação dos objetos a respeito dos quais falávamos com
relativa segurança até há pouco, é, de uma certa forma, a experiência-motor da
dialética hegeliana. “A clareza e a distinção têm por modelo uma consciência
reificada (dinghaftes Bewutsein) do objeto”17, dirá Adorno a respeito de
Hegel. Como se houvesse certos objetos que só podem ser apreendidos através
de uma torção da língua, através de uma experiência de fracasso reiterado de
posição de determinações conceituais. Em Hegel, o conceito traz as cicatrizes
do fracasso reiterado em apreender aquilo que se dá como conteúdo da
experiência. E se as feridas do espírito se curam sem deixar cicatrizes é porque
13
Sobre este ponto, ver FAUSTO, Ruy, Marx : lógica e política – tomo III
14
HEGEL, Fenomenologia do espírito - prefácio
15
ADORNO, Drei Studien über Hegel, GS 5, p. 326
16
idem, p. 328
17
idem, p. 334
o conceito aprende que, em certos momentos, fracassar a apreensão do
conteúdo é a única maneira de manifestar aquilo que é da ordem da essência
dos objetos. Há um fracasso que é a única forma de termo uma experiência do
objeto. É isto o que leva Adorno a dizer: “Se um dia fosse possível definir a
filosofia, ela seria o esforço para dizer aquilo sobre o qual não se pode falar,
esforço para levar o não-idêntico à expressão, mesmo quando a expressão
procura identificá-lo. É isto o que Hegel tenta fazer”18. Alguns verão nesta
estratégia do conceito em integrar aquilo que o nega uma forma astuta de
totalização. Mas nós poderemos perguntar: se nossa época é profundamente
anti-hegeliana, não seria por temer identidades construídas com as marcas
deste “trabalho do negativo” que parece nunca ter fim e nos exilar de nossa
própria gramática?
Em um certo momento, Adorno compara o estilo de Hegel ao uso que
um imigrante faz de uma língua estrangeira. Por impaciência e necessidade,
ele lê deixando para trás palavras indeterminadas que só serão relativamente
compreendidas através da reconstituição lenta e demorada de contextos.
Muitas palavras ficarão para sempre opacas e apenas seu uso conjugado será
apreensível. Outras ganharão uma sobredeterminação que o falante nativo não
tinha mais a distância necessária para desvelar. Este estranhamento diante dos
objetos do pensamento que a posição hegeliana de imigrante na sua própria
língua pressupõe talvez nos diga muito a respeito das estratégias discursivas
que compõe a experiência intelectual de Hegel. Terminemos hoje com esta
famosa descrição fornecida por Hotho a respeito de seu professor, Hegel. Ela
talvez nos diga muito a respeito deste fazer filosófico que será nosso objeto de
estudos durante um semestre: “A cabeça abaixada como se estivesse dobrada
sobre si mesma, o ar cansado; ele estava lá de pé e, enquanto falava, procurava
continuamente nos seus grandes cadernos percorrendo-os sem parar em todos
os sentidos, uma tosse incessante interrompia o desenvolvimento do discurso;
a frase estava lá, isolada, ela vinha com dificuldade, como se fosse arrancada.
Cada palavra, cada sílaba só de soltava a contragolpes, pronunciada por uma
voz metálica, para em seguida receber no amplo dialético suábio uma
ressonância surpreendentemente presente, como se, a cada vez, o essencial
estivesse lá”. O primeiro passo para ler Hegel é compreender a necessidade
destas palavras que teimam em não se submeter à superfície.
18
idem, p. 337