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ESCOLA DOMINICAL - IGREJA METODISTA PORTO DA ROÇA

... um amor além da razão!


272° Dia do Ano – 29/09/2019 – 34ª Escola Dominical
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JOSÉ: Amor Corajoso


Texto Bíblico: Mateus 1.18-25
18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com
José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
19 Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la
secretamente.
20 E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José,
filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do
Espírito Santo;
21 E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos
seus pecados.
22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta,
que diz;
23 Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL,
Que traduzido é: Deus conosco.
24 E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua
mulher;
25 E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.

Objetivo da Aula
Apresentar e refletir sobre a trajetória de José, destacando sua obediência ao projeto divino e sua
importância na vida de Jesus e Maria.

Para Início de Conversa


Eleja com o grupo três expectativas ligadas aos aspectos emocionais e econômicos que um
homem tem quando se propõe a constituir uma família. Escreva-as em folhas de papel (1 folha
para cada expectativa). A seguir, rasgue ou amasse cada uma das folhas, destacando que por
vezes as coisas não acontecem como esperamos.
Apresente José como alguém que teve suas expectativas frustradas e convide o grupo a observar
como ele respondeu a isso.

As tensões familiares são parte do processo da convivência, no entanto, um caráter moldado pela
Palavra de Deus, um temperamento submisso ao Espírito Santo e a coragem de deixar suas
vontades e priorizar a vontade de Deus são desafios e possibilidades para que tais relações
possam superar os problemas e se transformarem em fontes de bênçãos, trazendo harmonia na
família. Cada um e cada uma tem a sua porção de contribuição para essa harmonia. José, noivo
de Maria, ao abrir mão do seu direito e buscar a justiça divina, aceitou tal desafio. De forma
corajosa e amorosa, ele foi fundamental para que a família de Jesus fosse constituída. Vamos
conhecer um pouco da sua trajetória.

Fundamento Bíblico
Filho de Jacó, da linhagem de Davi (Mateus 1.1;16), José era carpinteiro (Mateus 13.55). O termo
tekton, usado para designar a ocupação de José e também de Jesus, tem um significado amplo,
incluindo ‘construtor’ e ‘carpinteiro’ (Dicionário Bíblico Wycliffe, 2017, p.1392). Na Palestina, região
onde José vivia com sua família, as profissões eram transmitidas pelo pai aos seus filhos, desde o
início da adolescência, e José fez assim com Jesus (Marcos 6.3). O evangelho de Lucas o
evidencia como pai terreno de Jesus (Lucas 3.23).

O texto bíblico não revela como José ficou sabendo da gravidez de Maria e nem suas primeiras
reações e impressões. Mas aponta que José, sendo homem justo – palavra que no original
(dikaios), pode ser traduzida por justo que observa as leis divinas – pretendia deixar Maria
(Mateus 1.19).

Segundo os critérios da época, ele poderia abrir um processo público para o caso de Maria e
julgá-la e condená-la justamente por adultério, considerando-se o fato dela estar grávida e ele não
ser o pai. José sabia que quando a notícia dessa gravidez aparentemente “extraconjugal” se
espalhasse, Maria estaria com problemas, pois a Lei determinava que nestes casos houvesse a
punição por apedrejamento e morte (Deuteronômio 22.23-24). Deixando Maria, ele retirava dela a
suspeita e culpa e trazia sobre si a vergonha pública, o que permitiria que ela fosse acolhida por
sua família como vítima e não como culpada. Ele se tornaria o principal suspeito pela gravidez
antecipada, já que era “noivo” dela.

Sendo assim, mesmo tendo direitos e favorecimentos, visto que era homem, e não tendo
convicção de até que ponto Maria era culpada ou não, José desejou favorecê-la com misericórdia
e abrir mão do direito que tinha para proteger a vida de Maria. A justiça de José era a do céu,
marcada pela misericórdia e pela capacidade de ter compaixão por quem estava mais vulnerável
na situação.
José também era protetor de sua casa.

“O drama de José era múltiplo. Sentimental, pois demonstrava amar Maria. Social, uma vez que
todas as pessoas da época esperavam dele o comportamento de acordo com a lei judaica. Moral,
quando devia decidir se continuava ou não com seu compromisso com Maria. Pessoal, em
relação à sua estima, à imagem de si mesmo, de como ia ficar diante de seus amigos e de seus
familiares” (SILVA, 2008, p.55).

Ele certamente protegeu a grávida Maria na viagem que fizeram de Nazaré para Belém, quando
foram se alistar, conforme o decreto de César Augusto (Lucas 2.1-6), e após o nascimento de
Jesus, se mudou com a família para o Egito, sob orientação do Senhor, a fim de proteger o filho
do rei Herodes (2.1-3), que ordenara a matança de todos os meninos de dois anos para baixo
(Mateus 2.16).

Nota-se que a sensibilidade às orientações de Deus, que o visitava em sonhos, era uma marca do
caráter de José. Foi assim antes de Jesus nascer, nesta ida ao Egito e também retorno para Israel
(Mateus 2.19-21). Pela prontidão com que atendeu às orientações de Deus, ele foi um instrumento
valioso no cumprimento das promessas do Senhor para seu povo.

Palavra que Ilumina a Vida


O texto de Mateus nos apresenta José não somente como um bom pai e bom marido, mas
também como um exemplo a ser seguido não apenas por homens, mas por todas as pessoas que
desejam construir em sua casa relações saudáveis e amorosas.

José era um homem justo, que não alimentava desejo de vingança (v.18-19). A atitude
pacífica de José ao escolher deixar Maria reforça suas qualidades de homem justo. Quantas
pessoas, diante do mal que recebem ou qualquer outra ameaça que lhes inquiete, são tomadas
pelo desejo de vingança, pela falsa sensação de que a outra pessoa tem que sofrer para pagar o
mal que fez. Esta não foi a postura de José. Ao contrário, abriu mão dos direitos que a Lei lhe
conferia para proteger Maria, mostrando que a justiça envolve amor e cuidado com o próximo.
Jesus nos ensinou um caminho diferente: por mais que doa, o perdão é a atitude correta,
nunca a vingança. Não podemos pagar o mal com o mal, mas com o bem (Romanos
12.9;14;17-21).

José era prudente. A decisão de deixar Maria não era precipitada. Diante da notícia da gravidez
e considerando o rigor da lei, José estava ponderando a situação (Mateus 1.20), ou seja, preferiu
guardar tudo no coração e pensar de cabeça fria, quem sabe buscar em Deus uma solução para o
problema. Foi enquanto ponderava que o anjo lhe apareceu em sonho, trazendo uma resposta de
Deus que acalmou seu coração.

A Bíblia nos ensina a não nos inquietarmos com coisa alguma, antes trazer tudo em oração diante
de Deus (Filipenses 4.6). Para todas as pessoas cansadas e sobrecarregadas com problemas e
preocupações, Jesus oferece alívio. É preciso ir até Ele (Mateus 11.28). Fechar a porta do quarto
e orar ao Senhor ainda é a melhor solução para nossos momentos de dúvida (Mateus 6.6). Ficar
em silêncio quando não sabemos o que dizer, pensar um pouco mais, guardar no coração, são
atitudes sábias. A precipitação, porém, conduz ao erro e demonstra loucura (Provérbios 14.29;
19.2; 25.28).
Era conhecedor das Escrituras. Ao ouvir do anjo que aquela gravidez era um propósito divino e
que ele e Maria haviam sido escolhidos como instrumentos para que a profecia divina se
cumprisse, José creu. Ele já conhecia a profecia que dizia que uma virgem conceberia e daria a
luz ao filho de Deus (Mateus 1.22-23; Isaías 7.14) e aguardava o cumprimento desta promessa.
Despertado do sono, teve fé suficiente para obedecer ao que lhe fora pedido (v. 24).
O conhecimento da Palavra de Deus sempre será luz para o nosso caminho (Salmo 119.105).
Conhecer a Bíblia e crer nas promessas que ela nos apresenta traz consolo e direção em tempos
de adversidade. Quanto mais estudamos as Escrituras, mais nossa mente e coração são
transformados por Deus e nos tornamos aptos a crer e confiar que Ele sempre estará no controle
de todas as coisas, e que obedecê-lo é sempre um caminho seguro.

Era obediente à voz de Deus. Nas três vezes que foi visitado pelo anjo José obedeceu às
instruções recebidas. Não porque fosse fácil, mas porque ele reconhecia que vinham de Deus e
confiava no Senhor.

Muitos cristãos e cristãs desejam ter visões e revelações, ouvir a voz de Deus, mas nem sempre
com o propósito de obedecer. Muitas vezes, Deus não se revela mais porque não encontra
disposição para obediência. José ouviu, creu, e como sinal da fé, obedeceu. Esta deve ser nossa
disposição quando Deus nos revela sua vontade, seja pela oração ou pela leitura da Palavra.
Obedecer com fidelidade nas pequenas e grandes ordens.

Conclusão
José foi um homem de muita fé, obediente a Deus, temente e fiel. Seu exemplo deve nos ajudar a
repensar como temos agido com as pessoas na nossa casa, e como temos colaborado para que a
nossa família seja um espaço saudável e seguro para as pessoas que nela convivem. O pai de
Jesus nos ensina que a verdadeira justiça pode requerer de nós a renúncia aos nossos direitos
em favor do próximo e do projeto maior de Deus.

Marcas fundamentais da trajetória de José são a sensibilidade e a obediência à voz de Deus. Com
isso ele nos ensina a não sermos resistentes aos propósitos divinos. Isto se transformará em
bênçãos maravilhosas para a nossa família.

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Para Refletir
Nossas leis, costumes e tradições promovem vida? Como agir quando nossos direitos prejudicam
pessoas?

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Por Fim
Encerre a aula lembrando ao grupo a importância de buscarmos direção em Deus para nossos
relacionamentos, seja como cônjuges, seja como pais e mães, ou mesmo como filhos e filhas.
Mais do que gerar expectativas em relação às pessoas, precisamos buscar no Senhor meios de
nos relacionar de forma a abençoar as que convivem conosco, ajudando-as a cumprir também
seus propósitos na vida.

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Leia durante a semana
:: Domingo: Mateus 1.18-25 :: Segunda-feira: Mateus 13.55
:: Terça-feira: Lucas 3.23 :: Quarta-feira: Marcos 6.3
:: Quinta-feira: Romanos 12.9;14;17-21 :: Sexta-feira: Provérbios 16.28
:: Sábado: Isaías 7.14

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Bibliografia
SCHIECK, P. Euclécio. ID: 36329, 2015. Disponível em: http://bit.ly/2xn2csJ. Acesso em
15/04/2019.
MACRI, Sylvio. O filho do carpinteiro. Disponível em: http://bit.ly/2KzIB0M. Acesso em 17/04/2019.
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F. &REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017.
SILVA, Osmar Ludovico da. O marido de Maria e pai de Jesus. 2015. Disponível em:
http://bit.ly/2LhmMTl. Acesso em 17/04/2019.
TONINI, Hermes Antonio. O sonho de José e o sonho de novas masculinidades: uma
hermenêutica de gênero de Mateus 1,18-25. CEBI, 2008.
Em Marcha. Legados de Fé. Revista do/a Professor/a. Igreja Metodista. São Paulo: Angular
editora, 2019.2

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