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Anais do II CoBICET - Trabalho completo

Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia


Evento online – 30 de agosto a 03 de setembro de 2021

APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLÚVIAIS PARA FINS NÃO POTÁVEIS NA


ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA LEONIA GURGEL FERNANDES EM
CARAÚBAS-RN.

Maria José Ferreira Lopes; Ma. Ana Cláudia Araújo Fernandes.


Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Caraúbas, Brasil
(lopes.maria@live.com)
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Caraúbas, Brasil
(anaclaudia.fernandes@ufersa.edu.br)

Resumo: A região Nordeste, historicamente, sofre com a escassez de água, passando por
longos períodos de estiagem, e na cidade de Caraúbas a realidade não é diferente. Dessa
forma, viu-se a necessidade da busca e do uso de novos métodos, com o intuito de diminuir
os danos causados pela escassez de água. Visando minimizar o consumo de água potável, o
aproveitamento de águas pluviais, através de sistemas de captação e armazenamento, é uma
alternativa simples e sustentável, capaz de suprir parcialmente a crescente demanda
ocasionada pelo aumento populacional. O presente trabalho visa analisar a viabilidade
econômica da implantação do sistema de aproveitamento de águas pluviais para fins não
potáveis, como a irrigação do jardim e a manutenção da limpeza da Escola Municipal
Leonia Gurgel Fernandes. Com base no projeto, foi analisada a eficiência do reservatório de
volume de 20 m³ que supre a demanda por 9 (nove) meses. Com os custos oriundos da
implantação do sistema, for calculado o payback, ou seja, o período de retorno do
investimento, e assim averiguar sua viabilização. A análise mostrou que a implantação do
sistema era inviável, economicamente, a um curto prazo, tendo seu tempo de retorno
entorno de 30 (trinta) anos.

Palavras-chave: Aproveitamento e águas. Sustentabilidade. Captação de Águas Pluviais

de suas consequências sua localização, onde o relevo


INTRODUÇÃO
é composto por planaltos que impedem que as chuvas
A água é um dos essenciais recursos naturais para a cheguem ao sertão nordestino.
sobrevivência humana. E mesmo sendo tão
A população mundial, historicamente, sofre com
importante, infelizmente, é notório que durante anos
algum problema relacionado ao recurso hídrico, e o
foi e é usada de forma displicente e sem controle,
Brasil não é diferente. Tendo como principais os
havendo desperdício e outros fatores, no qual
problemas como poluição, desperdício, demanda,
acarreta graves consequências para a humanidade.
escassez, entre outros. O Desperdício afeta
Com base no relato da ONU1 na 7ª Conferencia
diretamente à disponibilidade de água por meio de
(2014), os recursos hídricos estão em alarmantes
mau uso, perdas na distribuição e outras maneiras. O
níveis de ameaça, que afeta mais da metade dos rios
mau uso é gerado por hábitos culturais e práticas
do mundo, ocasionando a escassez de água,
inconsciente, ou não, que não são facilmente
consequentemente, prejudicando 45% da população
mudados, mesmo sabendo do real potencial negativo.
mundial.
A falta de água é uma das maiores preocupações da
Além disso, existe o problema em que a água não é
atualidade e segundo Silva (2019), a escassez da água
igualmente distribuída pelo mundo. A água doce
é proveniente de uma urbanização acelerada, no qual
representa 3% da água do planeta, porém, apenas
o meio ambiente é modificado e assim, atingindo as
0,3% está ao alcance do homem através de
atividades humana de forma direta e indiretamente,
mananciais (ANA, 2018). Segundo a Agência Brasil
seja na produção de alimento, na saúde e higiene
(2018), no Brasil, o Nordeste é uma das regiões que
pessoal, como em outras atividades, com isso
mais sofre pela escassez de água, com um histórico
gerando tensões sociais, econômicas e políticas pelo
de períodos prolongados de seca. Isso tem como uma
mundo.

1
Organizações das Nações Unidas
No Brasil, a região Nordeste sempre foi uma das • Quantificar a demanda de água potável a ser
regiões que mais sofrera com a escassez de água, substituída por águas pluviais;
periodicamente, decorrentes de estiagens severas, • Definir o sistema de aproveitamento de
ocasionando a seca, a pobreza e a fome. O Nordeste águas pluviais;
ainda sofre com as consequências da última seca • Dimensionar o sistema de aproveitamento
prolongada que durou cinco anos (2012 – 2018). de águas pluviais;
Desde então, a cidade de Caraúbas, no Rio Grande do • Elaborar um projeto básico de
Norte, passa por um rodizio de abastecimento de aproveitamento de águas pluviais;
água. Isso afeta diretamente algumas atividades da • Realizar um levantamento de custo
cidade, como a rotina de algumas escolas, em preliminar para o sistema de aproveitamento de águas
destaque a EMLGF. pluviais adotado.
O Brasil ainda não possui uma política voltada ao MATERIAL E MÉTODOS
crescimento sustentável, de forma que para haver um
crescimento nesse setor deve-se não apenas procurar O estudo desenvolvido foi embasado em pesquisas
soluções como também reforçar a conscientização da bibliográficas sobre as secas na região nordeste,
população. Dessa forma, estudos para o seguido de um estudo sobre águas pluviais, incluindo
aproveitamento de águas pluviais e o reúso de águas as etapas e os processos utilizados no aproveitamento
cinzas vêm sendo realizados desde a forma de de águas pluviais, sistemas de armazenamento e
captação até as formas de tratamento. Com isso há a dimensionamento, informações encontradas em
necessidade de tomar medidas para evitar o artigos e livros. Em seguida, foram levantados dados
esgotamento deste recurso. Através de ações do dos índices de chuvas da região em questão e depois
governo com medidas e campanhas para o uso foi realizado um questionário físico para diagnosticar
inteligente da água, leis severas para quem poluir ou as consequências da falta de água no município de
desperdiçar este recurso, combatendo a poluição, Caraúbas, com enfoque para a EMLGF, como
tratamento do esgoto, controle e prevenção. também se coletou dados sobre as necessidades de
(BRITO, 2018) consumo da mesma. Verificou-se o atual sistema de
águas pluviais e realizou-se um levantamento do
Mas há outras maneiras, como o aproveitamento das espaço físico. Foi realizado o dimensionamento das
águas pluviais. Dessa maneira diminuindo o consumo calhas seguindo a NBR 10844 e o dimensionamento
das águas potáveis para fins não potáveis. Assim, a do reservatório com base nos métodos de Azevedo
implantação de sistemas hidráulicos na EMLGF2, em Neto, Rippl e de Simulação. A Eficiência do
Caraúbas no Rio Grande do Norte, para o reservatório foi analisada levando o método de
reaproveitamento de água será uma forma de simulação, onde foi adquiriu os dados, como o
amenizar o desperdício desse recurso tão precioso, e volume fixo do reservatório, o número de meses que
assim poder ter um melhor uso para ele. A proposta é o sistema é suprido a partir deste volume e os meses
usar um sistema para a captação e aproveitamento da do ano. Custos foram levantados a partir de uma
água pluvial. pesquisa de mercado local e no SINAPI, por fim
Este projeto em desenvolvimento é de importante realização do playback para saber o retorno do
relevância para mostrar algumas das opções a serem sistema.
usadas para amenizar o desperdício de água potável CATACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
e, consequentemente, os problemas de sua escassez,
que afetam várias cidades do Brasil, como Caraúbas- A EMLGF é situada na zona urbana da cidade de
RN. Dessa forma, dar um uso e reúso consciente. A Caraúbas. Contendo 4 (quatro) prédios expostos na
implantação do projeto, as águas pluviais podem ser Figura 1. No ano de 2019 a escola possui 212 alunos
utilizadas para fins não potáveis, dessa forma, e 40 funcionários.
aumentando a oferta para fins potáveis, como
preparação de alimentos, entre outros. O projeto de 1
implantação de sistemas hidráulicos na escola
EMLGF para aproveitamento de águas com
eficiência através da captação e uso das águas
pluviais, que seriam perdidas. O projeto tem o intuito
de atender as necessidades da escola, buscar gerar 2
economia no consumo e, consequentemente, reduzir
custos, como compra de água. 3 4
O objetivo deste artigo é analisar a viabilidade
técnico-econômica da implantação de um sistema de
aproveitamento de águas pluviais na EMLGF.
Figura 1. Projeto Arquitetônico da EMLGF.

2
Escola Municipal Leonia Gurgel Fernandes
A escola possui almoxarifado, área verde, banheiro
Tabela 2. Índice de precipitação pluviométrica no
adequado à alunos com deficiência ou mobilidade
posto em Caraúbas – RN
reduzida, banheiro dentro do prédio, biblioteca,
INDICE DE PRECIPITAÇÃO (mm)
cozinha, dependências e vias adequadas a alunos com
deficiência ou mobilidade reduzida, despensa, dois ACUMULO
reservatórios (Cisterna/Caixa d’agua), fossa, 2015 2016 2017 2018 2019
laboratório de informática, pátio descoberto, sala de Jan 4,8 220,1 9,5 56 118,5
professores, sala de recursos multifuncionais para Fev 20,1 101,6 215,5 126,5 158,6
AEE, sala de secretaria, seis salas de aula. Mar 199,6 132,5 59,5 103,2 250,3
Abr 50 66 170 347,1 166,4
Atualmente, a EMLGF passa por déficit de Mai 35,5 75 24,5 118 54
abastecimento de água, no qual a água distribuída Jun 13,5 5,5 31 0 19,3
pela rede pública de abastecimento, CAERN, é Jul 4,5 0 26 7,5 44
disponibilizada uma vez ao mês. Assim, para não Ago 3 0 2 0 0
interromper as suas atividades, a prefeitura municipal Set 0 6,5 0 0 18,5
da cidade abastece os reservatórios da escola através Out 0 0 0 0 0,8
de carros pipas, uma vez por semana, o que acarreta Nov 0 0 0 2,7 0
uma despesa extra. A água potável recebida pela Dez 0 0 0 40,6 0
escola é utilizada para todas as finalidades (beber, Anual 331 607,2 538 801,6 830,4
cozinhar, irrigar e limpezas em geral).
Tabela 3. Índice de média de precipitação
DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE pluviométrica no posto em Caraúbas – RN
APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLÚVIAIS INDICE DE PRECIPITAÇÃO (mm)
A coleta dos dados das precipitações da cidade de Ac.
MÉDIA Mínimo Máximo
Caraúbas fora obtida através do site da EMPARN3, Mensal
onde foram adquiridos dados históricos sobre as Jan 996,7 99,67 4,8 223,4
precipitações do local de estudo. Com a coleta dos Fev 1078,8 107,88 2,4 215,5
dados, utilizando série histórica de 10 anos, de Mar 1161,5 116,15 17,7 250,3
acúmulo mensal e anual de precipitação Abr 1402,1 140,21 9,8 347,1
pluviométrica, possibilitando assim uma maior Mai 695,9 69,59 0 152,2
precisão no estudo. A Tabela 1 mostra o índice anual Jun 196,5 19,65 0 45
e mensal dos dados sobre as precipitações que Jul 99,2 9,92 0 44
ocorreram a partir de 2010 a 2014. Já as Tabela 2 Ago 5 0,5 0 3
mostra o índice anual e mensal dos dados sobre as Set 25 2,5 0 18,5
precipitações que ocorreram a partir de 2015 a 2019. Out 31,4 3,14 0 30,6
Na Tabela 3 tras o acumulo mensal dos ultimos 10 Nov 2,7 0,27 0 2,7
(dez) anos, a media, o maximo e o minimo também. Dez 156,8 15,68 0 85,6
Anual 5851,6 585,16 269,7 875
Tabela 1. Índice de precipitação pluviométrica no
posto em Caraúbas – RN A área para a captação de água da chuva é um dos
INDICE DE PRECIPITAÇÃO (mm) fatores tão importante quanto a intensidade
ACUMULO pluviométrica para a análise do projeto de
2010 2011 2012 2013 2014 armazenamento e aproveitamento da água da chuva.
Jan 111 223,4 150,4 29 74 As áreas de captação consideradas no presente
Fev 76,2 118,6 194 2,4 65,3 projeto são as coberturas da edificação. Essa área
Mar 64,8 95 82,9 17,7 156 influencia diretamente na quantidade de volume
Abr 112,2 285,8 9,80 79,2 115,6 disponível no reservatório, dessa forma, quanto
Mai 65,8 152,2 0 68,4 102,5 maior a área de captação, maior será o volume de
Jun 42,6 0 0 39,6 45 água disponível no reservatório, aumentando, assim,
Jul 14,4 0 0 2,8 0 a probabilidade de suprir a demanda por água da
Ago 0 0 0 0 0 escola. A área total de captação foi obtida através das
Set 0 0 0 0 0 dimensões da cobertura, como a área do telhado e sua
Out 30,6 0 0 0 0 inclinação. Seguindo a orientação obtida por Tomas
Nov 0 0 0 0 0 (2010) para cálculo de área do telhado em formato de
Dez 85,6 0 0 30,6 0 trapézio e de formato triangular com o cálculo de
Anual 603,2 875 437,1 269,7 558,4 área do telhado imposto pela NBR 10844/99. Foi
necessário realizar o dimensionamento das calhas e
das tubulações verticais e horizontais.
DEMANDA DA ESCOLA
3
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande O destino da água pluvial captada tem como objetivo
do Norte a lavagem do piso de toda a escola, como também, a
irrigação da área do jardim. A escola demanda de necessário analisar o período de retorno, para dessa
uma limpeza constante de toda a sua área, forma definir se a implantação é viável ou não do
principalmente nas áreas de recreação, por causa de ponto de vista econômico. Para isso é necessário
sua localização ser em um terreno de barro, dessa traçar um planejamento orçamentário através da
forma garantir a higiene do ambiente. Levando em verificação de valores dos materiais e da mão de obra
consideração este fator e por possuir uma área para a construção deste sistema, chegando assim no
significativa de água para o uso dos fins pré- valor final. Os valores dos insumos para o orçamento
determinados. Por não haver informações com foram adquiridos através de uma pesquisa de
relação volume/área com relação aos gastos de água mercado local, referente ao mês de janeiro de 2020, e
necessário para a limpeza da escola. Para chegar ao da tabela do SINAPI (2019), referente ao mês de
valor aproximado de quanto é gasto com água para a novembro. Os principais itens são os materiais e a
limpeza do piso, foi realizado uma pesquisa com os mão de obra necessárias para a implantação.
funcionários responsáveis pela limpeza da escola, foi
RESULTADOS E DISCUSSÕES
questionado os funcionários sobre a quantidade
utilizada para a limpeza do local, a frequência com ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO x DEMANDA DA
que ocorria a limpeza e a irrigação do jardim, a ESCOLA
maneira com que acontecia a limpeza e a irrigação.
Com as informações obtidas no site do EMPARN, foi
Assim, foi possível contabilizar o volume de água
possível obter uma média mensal e anual de
utilizada para a demanda total do sistema a ser
precipitação na cidade de Caraúbas, nos últimos 10
implantado.
(dez) anos, mostrado no Gráfico 1 e no Gráfico 2.
METÓDOS DE DIMENSIONAMENTO
UTILIZADOS
Os métodos de dimensionamento utilizados neste
trabalho seguiram a NBR 15527/07. Para analisar a
quantidade de água captada que será armazenada e o
tamanho necessário para o reservatório responsável
por manter essa água acomodada, foram utilizados
três métodos: Método de Azevedo Neto, Método de
Rippl que são conhecidos nas mais variáveis
literaturas por ser um dos métodos mais utilizados e Gráfico 1. Média Pluviométrica Anual dos Últimos
de fácil aplicação e o Método da Simulação, que Anos.
mostra o comportamento do reservatório de acordo
com a variação de volume do mesmo. As
considerações para o dimensionamento dos
reservatórios pelos métodos de Azevedo Neto e
Rippl, foram 7 (sete) meses de seca para a demanda
mensal de 8,29 m³, correspondente a limpeza diária
da escola e a irrigação do jardim. Já o método da
Simulação foi adotado para obter o volume
necessário para o dimensionamento dos
reservatórios, por ser o método que mais se aproxima
da realidade. Nele foi estabelecido os volumes e Gráfico 2. Média Pluviométrica Mensal dos Últimos
determinado a eficiência com base na água da chuva Anos.
armazenada para suprir a demanda. Considerou o
constante hábito da limpeza do piso e da irrigação do A intensidade pluviométrica foi obtida através da
jardim diária no período de seca (junho a dezembro), média mensal dos últimos 10 (dez) anos. No estudo
e a variação na irrigação do jardim no período de caso, a área de captação da escola analisada é de
chuvoso (janeiro a maio), que de diário passou a ser 1.302,49 m², sendo dividida em 4 (quatro) prédios,
duas vezes por semana. De acordo com a NBR dentre eles, o bloco de aula (prédio 1) com área de
15527/07, deve levar em consideração os dados 719,44 m², o pátio (prédio 2) com área de 255,62 m²,
históricos representativos para as condições futuras e o bloco administrativo (prédio 3) com área de 163,71
se o reservatório está cheio no início da contagem do m² e, também, o bloco de serviços (prédio 4) com
tempo, como também considerar a eficiência do área de 163,71 m². Estas áreas são compostas por
reservatório em relação à demanda. telhas de cerâmica e a edificação não possui calhas,
consequentemente, não há tubulações para direcionar
ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA as águas pluviais. Através do Método de Rippl, pode-
É de grande importância antes da implantação de um se verificar se a demanda de água não potável será
projeto de aproveitamento de águas pluviais, mesmo suprida pelo sistema de aproveitamento ou se será
sendo um projeto de impactos ambientais positivos, necessário o abastecimento da concessionária de
haver uma análise de sua viabilidade. Então, é abastecimento de água, por intermédio dos valores de
demanda de água e com o volume de água de chuva Tabela 5. Demanda mensal de Água no Período de
captada. A partir dos dados coletados no local de Seca.
estudo (EMLGF), foi averiguada a quantidade de Passar o
Áreas da Lavagem Irrigação
água gasta por cada recinto como também a Pano
Escola (Mensal) (Mensal)
quantidade de água gasta por metro quadrado. (Mensal)
Devido à escassez de água dos últimos anos, a escola PRÉDIO 1 2 40 0
adquiriu hábitos de economia de água para a sua PRÉDIO 2 60 0 0
limpeza, tal que os únicos espaços lavados PRÉDIO 3 2 40 0
diariamente e com a frequência dos três turnos, são Cozinha
os banheiros e a cozinha, sendo gasto em torno de 60 0 0
PREDIO 3
dois a três baldes (10L cada) por espaço. Os demais a Banheiro F.
limpeza realizada em cada turno de funcionamento é 40 0 0
PREDIO 3
a varrição e a passagem de um pano molhado, no Banheiro M.
qual se gasta um balde (5L) de água por ambiente. Já 40 0 0
PREDIO 3
o jardim é irrigado com uma mangueira, o que PRÉDIO 4 2 40 0
dificultou a contagem. Dessa forma, considerou-se Banheiro F.
em média 1,5 L/m², conforme recomendado por 20 0 0
PRÉDIO 4
CREDER (2013), contabilizando a demanda total de Banheiro M.
5.643,75 L/mês ou 5,64 m³/mês. Devido à o longo 20 0 0
PRÉDIO 4
período de seca na cidade de Caraúbas, fez-se JARDIM 0 0 20
necessário o racionamento de água, e a EMLGF teve
que adaptar-se a situação, por isso adotou um método Tabela 6 Demanda mensal de Água no Período de
para este racionamento, onde a limpeza da escola é Seca em Litros
feita de forma a economizar água, ou seja, espaço Passar
que não seja necessário uma lavagem diária, é apenas Áreas da Lavagem o Irrigação Demanda
varrido. Na Tabela 4 mostra os espaços que são Escola (Litros) Pano (Litros) de Água
lavados de forma diária ou quinzenal, referente aos (Litros)
20 (vinte) dias mensais de funcionamento da escola. PRÉDIO 1 30 5 0 260,00
PRÉDIO 2 30 5 0 1800,00
Tabela 4. Frequência de Limpeza no Período de seca. PRÉDIO 3 30 5 0 260,00
Passar Cozinha
Áreas da Lavagem Lavagem 30 5 0 1800,00
o Pano PREDIO 3
Escola (Diária) (Quinzenal)
(Diária) Banheiro F.
30 5 0 1200,00
PRÉDIO 1 0 1 2 PREDIO 3

PRÉDIO 2 3 0 0 Banheiro
30 5 0 1200,00
PRÉDIO 3 0 1 2 M. PREDIO 3
PRÉDIO 4 30 5 0 260,00
Cozinha PREDIO 3 3 0 0 Banheiro F.
Banheiro F. 30 5 0 600,00
2 0 0 PRÉDIO 4
PREDIO 3 Banheiro
Banheiro M. 30 5 0 600,00
2 0 0 M. PRÉDIO 4
PREDIO 3 JARDIM 0 0 15,47 309,40
PRÉDIO 4 0 1 2 Demanda de Água TOTAL (L) 8.289,40
Banheiro F. Demanda de Água TOTAL (m³) 8,29
1 0 0
PRÉDIO 4
Banheiro M. Já as Tabelas 7 e 8 demonstram a limpeza da escola
1 0 0 no período Chuvoso, seguindo a mesma logística das
PRÉDIO 4
Tabelas 5 e 6, em que a quantidades de vezes em que
Para lavar o pessoal da limpeza do colégio gasta em a área da escola é lavada com base nesses dados
média 20 (vinte) litros de água por ambiente. E nos encontra-se a demanda de água total para o período
espaços em que não são lavados, eles são varridos e chuvoso.
passado um pano úmido gastando em média 5 (cinco)
litros de água por espaço. As Tabelas 5 e 6
demonstram a limpeza da escola no período de seca,
usando os dados de frequência da Tabelas 4, com
esses dados encontra-se a demanda de água total para
o período de seca.
Tabela 7. Demanda mensal de Água no Período Tabela 9. Método de Rippl.
Chuvoso. Volume
Passar o Precipitação Demanda de
Áreas da Lavagem Irrigação Meses média
Pano mensal chuva
Escola (Mensal) (Mensal) MENSAL
(Mensal) mensal
PRÉDIO 1 42 0 0 mm m³ m³
PRÉDIO 2 60 0 0 Janeiro 99,7 11,10 117,27
PRÉDIO 3 42 0 0 Fevereiro 107,9 11,10 126,93
Cozinha Março 116,2 11,10 136,66
60 0 0
PREDIO 3 Abril 140,2 11,10 164,96
Banheiro F. Maio 69,6 8,29 81,88
40 0 0
PREDIO 3 Junho 19,7 8,29 23,12
Banheiro M. Julho 9,9 8,29 11,67
40 0 0
PREDIO 3 Agosto 0,5 8,29 0,59
PRÉDIO 4 42 0 0 Setembro 2,5 8,29 2,94
Banheiro F. Outubro 3,1 8,29 3,69
20 0 0
PRÉDIO 4 Novembro 0,3 8,29 0,32
Banheiro M. Dezembro 15,7 8,29 18,45
20 0 0
PRÉDIO 4 TOTAL 585,2 110,73 688,5
JARDIM 0 0 8
Com esté metodo, obtem-se o volume de reservatório
Tabela 8. Demanda mensal de Água no Período que garanta o abastecimento de água não potável
Chuvoso em litros durante o ano todo. Na coluna 3 e da 4, mostra a
Passar soma dos respectivos volumes das demandas e das
Áreas da Lavagem o Irrigação Demanda chuvas ao longo do ano. Onde a area de captação da
Escola (Litros) Pano (Litros) de Água água da chuva é de 1238,48 m².
(Litros)
Para o Dimensionamento do Reservatório foi
PRÉDIO 1 30 5 0,00 1260,00
realizado o método de Azevedo Neto, o de Rippl e o
PRÉDIO 2 30 5 0,00 1800,00
de Simulação, para a areas apresentadas na Figura 2.
PRÉDIO 3 30 5 0,00 1260,00
Cozinha
30 5 0,00 1800,00
PREDIO 3
Banheiro
30 5 0,00 1200,00
F. PREDIO 3
Banheiro
30 5 0,00 1200,00
M. PREDIO 3
PRÉDIO 4 30 5 0,00 1260,00
Banheiro
30 5 0,00 600,00
F. PRÉDIO 4
Banheiro
30 5 0,00 600,00
M. PRÉDIO 4
JARDIM 0 0 15,47 123,76
Demanda de Água TOTAL (L) 11.103,76 Figura 2. Projeto Arquitetônico da EMLGF.
Demanda de Água TOTAL (m³) 11,10 Na Tabela 10 mostra os dados pelo Método de
Azevedo Neto, na qual observa-se o tempo de seca
Nas Tabelas 5 e 7 mostram a frequência no qual cada
de sete meses, a média de precipitação anual (mm) e
local é limpo e nas Tabelas 6 e 8 mostra sua demanda
de água, chegando ao valor total da demanda mensal a área em projeção (m²). Com esses dados obtém-se a
tanto no período de seca, quanto no período chuvoso, capacidade do reservatório (L) ou (m³).
8,29 m³ e 11,10 m³, respectivamente. Com base no Tabela 10. Dimensionamento para o reservatório
método de Rippl elaborou-se a Tabela 9, e pode ser usando o método de Azevedo Netto.
observado que o total de água precipitada durante o Precipitação Área em Tempo Volume Volume
ano chega a 688,5 m³, superando o total da demanda Média Projeção de Aproveitável Aproveitável
que é de 24,5 m³ mensais. Observou-se também que Anual (mm) (m²) Seca (L) (m³)
a partir do mês de junho ocorre uma queda no 585,16 1238,48 8 213.064 213
volume de chuva mensal, configurando assim o
Para dimensionar o reservatório pelo método de
período de estiagem, característica da região do
Rippl e da simulação foi considerada a demanda
semiárido nordestino.
mensal 11,10 m³ de água no período chuvoso e de
8,29 m³ no período de seca, área de captação de
1238,48 m² e coeficiente de escoamento superficial
de 0,95, devido ao material da telha que é cerâmica, Tabela 13. Dimensionamento para o reservatório
como mostrado nas Tabelas 11 e 12 a seguir. usando o simulação
Volume do
Tabela 11. Dimensionamento para o reservatório Volume do
reservatório Volume
usando o método de Rippl Meses reservatório
no tempo final
Precipitação Área de no tempo t
Meses Demanda t-1
média MENSAL captação
MENSAL m³ m³ m³
mm m³ m³ Janeiro 0,0 5,0 5,0
Janeiro 99,7 11,10 1238,48 Fevereiro 5,0 120,8 5,0
Fevereiro 107,9 11,10 1238,48 Março 5,0 130,6 5,0
Março 116,2 11,10 1238,48 Abril 5,0 158,9 5,0
Abril 140,2 11,10 1238,48 Maio 5,0 78,6 5,0
Maio 69,6 8,29 1238,48 Junho 5,0 19,8 5,0
Junho 19,7 8,29 1238,48 Julho 5,0 8,4 5,0
Julho 9,9 8,29 1238,48 Agosto 5,0 -2,7 -2,7
Agosto 0,5 8,29 1238,48 Setembro 0,0 -5,3 -5,3
Setembro 2,5 8,29 1238,48 Outubro 0,0 -4,6 -4,6
Outubro 3,1 8,29 1238,48 Novembro 0,0 -8,0 -8,0
Novembro 0,3 8,29 1238,48 Dezembro 0,0 10,2 5,0
Dezembro 15,7 8,29 1238,48 Tabela 14. CONTINUAÇÃO... Dimensionamento
TOTAL 585,2 110,73 - para o reservatório usando o simulação
Tabela 12. Dimensionamento para o reservatório Meses Overflow Suprimento
usando o método de Rippl m³ m³
Diferença Janeiro 0,0 0,0
Volume entre Fevereiro 115,8 0,0
Diferença
Meses de chuva demanda e acumulada Março 125,6 0,0
MENSAL volume de Abril 153,9 0,0
chuva Maio 73,6 0,0
m³ m³ m³ Junho 14,8 0,0
Janeiro 117,27 -106,16 Julho 3,4 0,0
Fevereiro 126,93 -115,82 Agosto 0,0 2,7
Março 136,66 -125,55 Setembro 0,0 5,3
Abril 164,96 -153,86 Outubro 0,0 4,6
Maio 81,88 -73,59 Novembro 0,0 8,0
Junho 23,12 -14,83 Dezembro 5,2 0,0
Julho 11,67 -3,38 TOTAL 492,2 20,6
Agosto 0,59 7,70 7,70
Setembro 2,94 5,35 13,05 Neste método, é necessário atribuir o volume do
Outubro 3,69 4,60 17,64 reservatório e a partir dessa informação analisar
Novembro 0,32 7,97 25,62 como o sistema se comporta. Foi adotado o volume
Dezembro 18,45 -10,16 de 5 m³. Como mostrado na coluna de volume do
TOTAL 688,5 reservatório fixado em metros cúbicos, da Tabela 12,
deve-se adotar que no início da simulação o
Com esse método, demonstra que a capacidade reservatório deve estar cheio.
mínima do reservatório é igual ao maior valor
positivo presente nessa coluna, sendo assim, para Para o volume de reservatório adotado, de 5 m³, o
esse estudo de caso o volume acumulado é de 58 m³. abastecimento supre 8 (oito) meses, geralmente o que
Utilizando os mesmos dados de demanda mensal, possuem a característica de serem os meses de
área de captação e coeficiente de 0,95, foi maiores precipitações de Caraúbas, entre os meses de
dimensionado o tamanho do reservatório a partir do janeiro e maio. Segundo o método da simulação, para
método da simulação, demonstrado na Tabela 13 e suprir as demandas de todos os meses, o reservatório
14, utilizando os dados da Tabela 11 e 12, usando teria que possuir o volume de 60 m³. Ou seja, para o
os dados de precipitação media mensal, demanda reservatório suprir os 12 (doze) meses, seria
mensal, area de captação e volume de chuva mensal, necessário ser 12 vezes multiplicado a sua
para um reservatorio de 5 m³. capacidade a sua capacidade atual, isso devido a
cidade de Caraúbas passar por um longo período de
estiagem, e nos últimos dez anos possuindo
precipitações consideráveis apenas no primeiro
semestre do ano. O overflow é o volume de água
transbordado do reservatório que é elevado nos
primeiros meses do ano, pois há uma intensidade de
chuva favorável na cidade de Caraúbas no início do Depois utilizou-se a soma dessas duas áreas e
ano, de janeiro a maio, se comparado aos meses multiplicou-se pela intensidade pluviométrica e em
finais do resto do ano. A eficiência do sistema altera- seguida dividida por 60 (sessenta), dessa forma
se de acordo com o valor do volume do reservatório obtendo a vazão da calha semicircular, para cada área
utilizado no método da simulação, demonstrado na molhada do projeto, como mostra a Tabela 17.
Tabela 15.
Tabela 17. Vazão da Calha por área de contribuição
Tabela 15. A eficiência para o volume de cada Área do Intensidade Vazão
reservatório Projeto Pluviométrica (L/min)
Número de (m²) (mm/h)
Volume do
meses em que Eficiência do PRÉDIO 1
Reservatório 26,59 48,76 21,61
o sistema é sistema (%) A11 e A13
Fixado (m³)
suprido (Nm) PRÉDIO 1
300,82 48,76 244,88
5 8 66,67% A 2 e A4
20 9 75,00% PRÉDIO 2
35 10 83,33% A5, A6, A7,
A8, A9 e
42,65 48,76 34,66
45 11 91,67%
60 12 100,00% A10
PRÉDIO 3
Analisando a Tabela 15, notou-se que a medida em A11 e A13
18,86 48,76 16,86
que o reservatório aumenta, maior é a sua eficiência, PRÉDIO 3
abastecendo assim uma maior quantidade de meses. A12 e A14
63,08 48,76 51,27
E que a eficiência máxima do sistema será com o PRÉDIO 4
reservatório com volume de 60m³, no entanto notou- A15 e A17
18,86 48,76 16,86
se também que o reservatório de 5 m³ supria mais da PRÉDIO 4
metade da demanda, ou seja, a partir do reservatório 63,08 48,76 51,27
A16 e A18
de 5m³ que possui 66,67% o ganho de eficiência do
sistema diminui pouco a medida em que se aumenta Com o valor da vazão obtida na Tabela 18, foi
o reservatório. Por isso o reservatório adotado foi o possível escolher a inclinação que melhor se adequa
de 5 m³, uma vez que o ganho de eficiência é mínimo ao projeto, para assim obter a dimensão da calha,
e o volume adicionado seria de 12 (doze) vezes maior informações na Tabela 3. A inclinação para a área A2
para suprir 4 (quatro) meses a mais. Logo não seria e A4 foi de 1%, sendo assim, o diâmetro da calha
viável. Para o dimensionamento das calhas levou-se destas áreas é de 125 mm, as demais áreas tem como
em consideração a Altura Pluviométrica, a Área de inclinação de 0,5%, com o diâmetro da calha de 100
Contribuição, Duração de Precipitação, Intensidade mm.
Pluviométrica, Tempo de Concentração, Vazão de Seguindo a NBR 10844/89 para dimensionar os
Projeto, os materiais a Serem Utilizados e As condutores verticais, foi necessário levar em
Condições Especificas, como rege a NBR 10844/89. consideração a área de contribuição, a vazão, o
Fazendo uso da área molhada já predefinida na comprimento do condutor vertical, obtidos no projeto
Figura 5, onde a área do Prédio 1, a A1 e A3 tem as arquitetônico, e a altura da lâmina de água na calha,
mesma dimensões, como também a A2 e A4; no estes dados estão presentes na Tabela 18.
Prédio 2 as áreas A5, A6, A7, A8, A9 e A10; no
Prédio 3 as áreas A11 e A13, são semelhantes a áreas
A15 e A17 do Prédio 4, como também as áreas A12,
A14, A16 e A18, como mostra as Tabela 16.
Tabela 16. As áreas Molhadas dos prédios
ÁREAS MOLHADAS
PRÉDIO 1
Área A1 e A3 Área A2 e A4 Área TOTAL
26,59 300,82 654,82
PRÉDIO 2
Área A5, A6, A7, A8, A9 e A10 Área TOTAL
42,65 255,9
PRÉDIO 3
Área A11 e A13 Área A12 e A14 Área TOTAL
18,86 63,08 163,88
PRÉDIO 4
Área A15 e A17 Área A16 e A18 Área TOTAL
18,86 63,08 163,88
Tabela 18. Condutores Verticais para cada área de pluvial, anteriormente apresentado. A pesquisa de
contruibuição custo para realizar o orçamento para as calhas e
Vazão Comprimento
Altura da
Diâmetro
condutores, mostrou que o valor total na região é de
lâmina da R$28.698,44, e pelo SINAPI R$24.174,63.
(Q) do condutor Interno
água
l/min m mm mm Também foi realizada a pesquisa de custo para a
PRÉDIO 1 implantação do reservatório, considerando o
21,61 2,90 70 125 reservatório de alvenaria e de fibra, contendo os
A11 e A13
PRÉDIO 1 custos do material e da mão de obra, local e através
244,88 2,90 70 100 do SIAPI (2019). Em que os valores para o
A2 e A 4
PRÉDIO 2 orçamento realizado na região para o reservetorio de
A5, A6, A7, alvenaria ficou de R$32.559,37, e pelo SINAPI
34,66 3,00 70 100 R$27.469,51. Já no orçamento para a implantação do
A 8, A 9 e
A10 reservatorio de fibra na região ficou de R$ 32.559,37, e
PRÉDIO 3 pelo SINAPI R$27.469,51.
16,86 2,90 70 100
A11 e A13
PRÉDIO 3 Como anteriormente citado, o período de retorno
51,27 2,90 70 100 ultrapassa 30 (trinta) anos, devido ao alto custo da
A12 e A14
PRÉDIO 4 implantação do sistema, já que a edificação não tinha
16,86 2,90 70 100 sistema de calha. E também se fez necessário o uso
A15 e A17
PRÉDIO 4 de um reservatório menor pra possibilitar o acesso
51,27 2,90 70 100 rápido a água captada, devido a água captada não
A16 e A18
pode ser misturada a água tratada recebida da rede de
Para o dimensionamento dos condutores horizontais água. Mesmo assim, haveria uma redução do valor
levou-se em consideração a área de contribuição, a gasto com água. O Gráfico 3, faz relação entre o
vazão, o comprimento do condutor horizontal, obtido custo dos sistemas, levando em consideração do
através do projeto arquitetônico, e o coeficiente de levantamento de preço local e pelo catalogo da
rugosidade. SIAPI, por fim, o tempo de retorno, payback, ou seja,
Para a verificação da viabilidade da implantação do o tempo que seria necessário para que houvesse o
sistema de captação, foi necessário realizar uma retorno do investimento para a implantação do
estimativa do custo total mensal de água, uma vez sistema.
que não foi disponibilizada a conta de água da
CAERN. Além disso, tendo em vista que a escola
compra água de carro pipa, apenas a conta da
CAERN não mostraria um valor de custo real. Sendo
assim, optou por estimar o volume de água utilizado
mensalmente a partir de informações fornecidas pela
direção do colégio e, então, quantificar o custo
mensal com base no valor da tarifa da concessionária
pre definida pela CAERN(2019).
A direção do EMLGF informou que quando não há o
abastecimento de água, a escola compra uma pipa e
meia por semana, o equivalente a 15 (quinze) mil
litros de água por semana. Ou seja, 60 (sessenta) mil Gráfico 3. Comparativo de Implantação e Período de
litros ao mês. Assim, o valor gasto mensalmente com Retorno do Sistema.
água por abastecimento é em torno de R$ 726,60,
O Gráfico 3 mostra que os dois sistemas não
levando em consideração a Faixa de consumo
satisfazem economicamente no período de curto
excedente na faixa de 51 – 100 m³, na classe de
prazo. Somente em um período de longo prazo, pois
consumo pública. Quando não há abastecimento, e a
o payback ocorre depois de 30 (trinta) anos. Isso é
escola é abastecida por carro pipa, o gasto é de R$
decorrente ao longo período de estiagem, o custo dos
840,00, tendo o valor de R$140,00 por cada 10 (dez)
materiais e da mão de obra. Dessa forma,
mil litros. A implantação do sistema para
ocasionando uma redução anual de R$ 893,88.
aproveitamento da água pluvial ocasionaria a
diminuição do consumo de água fornecida pela rede CONCLUSÃO
de abastecimento local, consequentemente, no valor
No estudo de caso deste trabalho pode-se constatar a
gasto com ela, pois a água que anteriormente era
importância da água e sua relevância para a
usada para a limpeza, seria utilizada do
sobrevivência da humanidade. E por isso a
aproveitamento, ou seja, viria do sistema de captação
necessidade de buscar meios e formas de evitar o
implantado. Foi realizada a pesquisa dos custos para
mau uso deste recurso. É inexorável o estudo para a
a implantação do sistema de aproveitamento de água
implantação de sistema de captação e 10/agua-no-brasil-da-abundancia-escassez. Acesso
armazenamento de água da chuva na escola EMLGF, em: 15 de novembro de 2019.
visto que o nordeste, nos últimos anos, se encontra
CAERN. Tabela Tarifária 2019 – Interior do Estado.
em um longo período de estiagem,
Disponível em:
consequentemente, de seca. É relevante a redução do
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/caern/DOC/DOC00
consumo anual, utilizando o reservatório de 5 m³,
0000000219385.PDF. Acesso em 27 de janeiro de
porem nem sempre a implantação de um sistema de
2019.
captação será viável economicamente a curto prazo,
uma vez que os fatores que afetam a viabilidade do CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas E
projeto são as chuvas e elas são escassas no Sanitárias. 6. Ed. Rio de Janeiro - RJ: LTC, 2013.
município de Caraúbas. 423 p.
Embora aja uma economia financeira de água EMPARN. Acumulado de Chuvas do Ano.
pótavel, devido a redução do custo anual, embasado Disponível em:
nas considerações realizadas para a elaboração do http://meteorologia.emparn.rn.gov.br:8181/monitora
projeto, anexado ao final do artigo, não é suficiente mento/monitoramento.php. Acesso em 09 de janeiro
para viabilizar a implantação. Apesar do projeto não de 2020.
ter se mostrado favorável a curto prazo,
SILVA, Kewerson Pimentel Batista da. Análise
economicamente, visto possuir um alto pay back,
Técnica e Financeira de um sistema de
tendo um período de retorno de 30 a 36 anos com
base nos custos da implantação, sendo assim aproveitamento de águas pluviais para uma unidade
considerada insatisfatória. Porém, poderia se tornar residencial multifamiliar. Curso de Engenharia Civil
– UFAL – Campus Sertão. Delmiro Gouveia – AL.
viável a longo prazo, por se tratar de uma edificação
2019.
ativa e pública, além de ser um meio sustentável para
diminuir o consumo da água potável para fins não SINAPE, Catalogo de Insumos 2019 – CAIXA.
potáveis. Mesmo com os objetivos inicialmente Disponivel em:
estabelecidos com a implantação do sistema de https://www.caixa.gov.br/site/Paginas/downloads.asp
aproveitamento de água pluvial, parcialmente x#categoria_657. Acesso em 23 de Janeiro de 2020.
atingidos, o fator econômico impossibilita a
viabilidade econômica.
Um outro ponto a ser enfatizado é a herança que o
estudo deixará para a comunidade acadêmica,
gerando incentivo para novos estudos que visem o
aperfeiçoamento desse projeto ou uma nova
destinação a partir de novas tecnologias.
AGRADECIMENTOS
Edite Bezerra de Araújo e Tais Lopes de Araújo
(InMemoriam)
Vó e pai.

REFERÊNCIAS
ABNT. Aproveitamento de água de chuva de
coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis.
NBR 15527. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de
Normas Técnicas 2007.
ABNT. Instalações Prediais de Águas Pluviais. NBR
10844. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de
Normas Técnicas 1989.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Água do
Mundo. 12 de março de 2018. Disponível em:
https://www.ana.gov.br/textos-das-paginas-do-
portal/agua-no-mundo/agua-no-mundo. Acesso em:
20 de novembro de 2019.
BRITO, Débora. A água no Brasil: da abundância à
escassez. AGÊNCIA BRASIL. 2018. Disponível em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-

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