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https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3931/flexoes-do-substantivo-em-contos-revisao
Código: LPO6_09ATS03
Sobre o Plano
Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Kelli Cristina Olbi De Moraes
Mentor: Joseane Matias
Especialista: Silva Albert
Título da aula: Flexões do substantivo em contos - revisão
Finalidade da aula: Inserir palavras em um conto, considerando o contexto em que são utilizadas, observando as flexões dos substantivos, seus
efeitos de sentido e sua importância para a coesão e a coerência do texto.
Ano: 6º ano do Ensino Fundamental
Objeto(s) do conhecimento: Morfossintaxe
Prática de linguagem: Análise linguística e semiótica
Habilidade(s) da BNCC: EF06LP04
Esta é a terceira aula de um conjunto de 3 planos de aula com foco em análise linguística e semiótica. Recomendamos o uso desse plano em sequência.
Materiais complementares
Documento
Atividade para impressão - Bruxas não existem
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/8NxxhQpRstf85FDfkegV5ZGYmMZg4YJp5aHPEs3sQxPvDaJxNqYQetRXVK57/atividade-para-
impressao-bruxas-nao-existem-lp06-09ats03.pdf
Documento
Resolução da atividade para impressão - Bruxas não existem
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/dfyNuHVgDeAuejMhE7uGAKpEYP85PzwQtmEATnTtjrUJb4xfXUckZ9nFmGnD/resolucao-da-
atividade-para-impressao-bruxas-nao-existem-lp06-09ats03.pdf
Slide 3 Introdução
Tempo sugerido : 08 minutos
Orientações:
Explique que farão a brincadeira do “Pense rápido”.
Explique a brincadeira, dizendo que você irá começá-la, falando um substantivo, não importa se no masculino ou feminino, singular ou plural.
Quando terminar de falar a palavra, vai arremessar uma bola de meia para um aluno, que não pode se desviar dela, dizendo: ‘Pense rápido’. O aluno,
então, vai pegar a bola e dizer um adjetivo ou um verbo que concorda com a palavra que dita anteriormente. Depois, vai dizer outra palavra e repetir o
processo com outro colega, e assim sucessivamente.
Comece a brincadeira com a palavra “estudantes”, por exemplo. O aluno que pegar a bola dirá “inteligentes”, “estudam”, “aprendem”, “espertos”
ou qualquer outra palavra que desempenhe a função de verbo ou adjetivo e que concorde com a palavra dita por você.
Enquanto a brincadeira acontece, esteja atento(a) para o fato de que algum aluno pode dizer uma palavra que não se encaixe nas classes de palavras
que estão sendo estudadas. Caso isso ocorra, leve a palavra para discussão da turma, Observe também se não aparece só palavra no masculino ou só
no feminino ou só no singular ou no plural. Se uma mesma flexão for recorrente, sugira que o aluno fale de forma diferente (peça-lhe, por exemplo,
para colocar a palavra no plural, se, até então, só apareceram exemplos no singular).
Encerre a brincadeira, parabenizando todos pela participação.
Materiais complementares: Bola de meia ou de plástico - pequena.
Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 30 minutos
Orientações:
Diga aos alunos que receberão um texto de Moacyr Scliar, médico e escritor falecido em 2011. Ele narra uma aventura de um grupo de crianças, no
qual ele se inclui. (Se estiver dando continuidade à sequência de planos, diga que, como no primeiro texto, uma criança começa a pensar de forma
diferente da que pensava devido a um fato ocorrido.)
Mostre-lhes o slide e diga-lhes que o nome do texto é “Bruxas não existem”. Leia o desafio que se encontra no slide. Diga aos alunos que perceberão
que faltam algumas palavras no texto, mas que eles conseguirão identificá-las pelo contexto e com a ajuda de um colega.
Peça-lhes, então, que se sentem em duplas, e entregue-lhes a folha com o texto a ser completado, disponível aqui.
Dê tempo para que os alunos leiam o texto e identifiquem as palavras faltosas. (Cerca de 15 minutos.)
Faça a correção, ouvindo o que os alunos dizem. Peça que cada dupla fale em uma vez, de forma que todos participem. (Obviamente, podem aparecer
palavras diferentes das que se encontram no texto original - gabarito aqui. Você deve aceitar a possibilidade como adequada, desde que a palavra
usada mantenha o sentido original do texto e atenda à concordância esperada. Ainda assim, não deixe de falar a palavra do texto original para a
turma, lembrando que a ideia do autor deve ser respeitada; é uma questão de direito autoral).
Ainda na correção, inclua perguntas como por que vocês pensaram nessa palavra, por que não poderia estar no singular/no plural/ no feminino/ no
masculino, por que no início fala em “mulheres” e logo depois em “mulher” (Porque fala de muitas mulheres que teriam as características de má, e
que o autor-personagem conheceu uma delas.), por que o texto falou em “venenos” e não em “veneno” (Porque isso dá ideia de uma maldade ainda
maior). Outra pergunta possível: “No quarto parágrafo, temos um trecho que diz ‘que era gordo e pesava bastante’. Como eu sei se está falando do
bode ou do João Pedro?” (Está falando do bode. Apesar de as palavras estarem no masculino singular, ‘bode’ foi o último substantivo usado.) Peça
aos alunos para voltarem ao parágrafo 6, relendo o trecho: “senti uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada”. Pergunte-lhes o
que estava quebrada: a dor ou a perna, já que as duas palavras são femininas. (Perna, porque ‘dor’ não quebra, ou porque já se falou que a dor foi
terrível, então, já teve uma adjetivo). Pergunte, então, como saber sobre o que se está falando, considerando a forma como o texto está escrito.
(“Perna” foi a última palavra falada.)
Pergunte se perceberam como as palavras têm que concordar entre si para que a gente entenda o texto. Lembre os alunos que, às vezes, dependendo
da variedade linguística em que o texto é escrito, essa concordância não ocorre dessa forma, mas, ainda assim, a gente entende a concordância pela
disposição das palavras e pelo contexto. (Se achar conveniente e se houver tempo, pode dar alguns exemplos, como os falares regionais. Ex.: Nós
saimo e num encontrô ninguém.)
Materiais complementares: Cópias do texto para ser completado.
SCLIAR, Moacyr. Bruxas não existem. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/4159/bruxas-nao-existem Acesso em 6 de dezembro de
2018.
Slide 5 Fechamento
Apoiador Técnico
Moacyr Scliar
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode __________. A quem
pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer
com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre
acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara __________ a
janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos
o bicho, que era ___________ e pesava bastante, e com muito esforço nós o
levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres
ficaram ______________ na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela
apareceu. No momento ____________ em que, finalmente, conseguíamos
introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa,
empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o
último.
Em um momento, ela estava junto a mim, _______________ de raiva. Mas aí
viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e
começou a examiná-la com uma habilidade ______________________.
- Está _______________ - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se
preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital.
Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto
de pano, ______________ uma tala, imobilizando-me a perna. A dor ___________
muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a
mulher à minha mãe. Sorriu.
Moacyr Scliar
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que
passavam o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos
também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma
solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua.
Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem
pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer
com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre
acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a
janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos
o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos
até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos
na cortina.
- Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela
apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o
bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um
cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato
senti uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo,
tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade,
mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma
estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria
em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí
viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e
começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.
- Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se
preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital.
Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto
de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e,
amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à
minha mãe. Sorriu.