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Natã Cordeiro Amorim – XIV Alfa

REDES DE ASSITÊNCIA À SAÚDE - RAS

PORTARIA 4279/2010 – ESTABELECE AS 1. Lacunas assistenciais importantes


DIRETRIZES PARA A ORGANIZAÇÃO DA 2. Financiamento público insuficiente e
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE NO ÂMBITO fragmentado e baixa eficácia no emprego
DO SUS - RAS dos recursos
3. Configuração inadequada de modelos de
 A RAS é definida como um arranjo organizativo
atenção, incoerência entre a oferta de
de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas que, integradas por
meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
4. serviços e a necessidade de atenção, que
gestão, visam garantir a integralidade do cuidado
não acompanha a tendência de declínio dos
 É uma forma de conseguirmos organizar as
problemas agudos e de ascensão das
ações e serviços de saúde em diferentes níveis
condições crônicas
de complexidades e densidades tecnológicas, de
5. Fragilidade na gestão do trabalho com o
tal forma a prestar um serviço holístico, visando
grave problema de precarização e carência
a integralidade
de profissionais
 Integra serviços de todos os níveis de atenção
6. Pulverização dos serviços nos municípios
 Perfil epidemiológico no Brasil: Doenças
7. Pouca inserção da vigilância e da promoção
evitáveis (infecciosas, parasitárias, nutricionais,
em saúde no cotidiano dos serviços de
mortalidade infantil e materna, doenças crônicas)
atenção, especialmente na Atenção
 A RAS caracteriza-se por formar relações
Primária à saúde (APS)
horizontais, com o centro de comunicação na
APS
 Fundamenta-se na compreensão da APS
ORGANIZAÇÃO DA RAS
 Primeiro nível de atenção com função resolutiva
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dos cuidados primários sobre os problemas mais 1. A RAS, cuja coordenadora do cuidado e
comuns, a partir do qual realiza e coordena o ordenadora da rede é a APS
cuidado em todos os pontos de atenção 2. É um mecanismo empregado pra superar a
fragmentação sistêmica
DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA RAS 3. É mais eficaz tanto em termos de organização
interna (alocação de recurso, coordenação
clínica, etc)
4. Quanto em sua capacidade de fazer face aos
atuais desafios do cenário socioeconomico,
demográfico, epidemiológico e sanitário

OBJETIVOS

 Pormover a integração sistêmica de ações e de


serviços de saúde
 Prover atenção contínua, integral, de boa
qualidade, responsável e humanizada
POR QUE ORGANIZAR AS RAS NO SUS?
 Incrementar o desenpenho do sistema, em
 Embora sejam inegáveis e representativos os termos de acesso, equidade, eficácia clínica e
avanços alcançados pelo SUS nos últimos anos, sanitária e eficiência econômica
cada vez mais é evidente a dificuldade de
superar a intensa fragmentação das ações e PONTOS DE ATENÇÃO A SAÚDE
dos serviços de saúde e qualificar a gestão do
 São entendidos como espaços onde se ofertam
cuidado no contexto atual
determinados serviços de saúde, por meio de
 A organização da atenção e da gestão do SUS
uma população singular
expressa o cenário apresentado e se caracteriza
 São exemplos de pontos de atenção à saúde:
por uma intensa fragmentação de serviços,
programas, ações e práticas clínicas,
demonstrado por:
Natã Cordeiro Amorim – XIV Alfa

 Os hospitais podem abrigar distintos pontos de


atenção á saúde

FUNDAMENTOS DA RAS

 Para assegurar resolutividade na rede de


atenção, alguns fundamentos precisam ser
considerados:
I. Lógica fundamental na organização da rede
de atenção à saúde
II. Integração vertical e horizontal
 Os hospitais podem abrigar distintos pontos de III. Processos de substituição
atenção à saúde para asseguar seu IV. Região de saúde ou abrangência
compromisso com a melhora da saúde da V. Níveis de atenção
população, a integração e a articulação na lógica
do funcionamento da RAS  A lógica fundamental na organização envolve:
 É necessário criar mecanismos formais de I. ECONOMIA DE ESCALA: Quando os
contratualização/contratos de gestão custos médios de longo prazo diminuem, à
medida que aumenta o volume das
2  Dentre os objetivos de contratualização, atividades
descacam-se: II. QUALIDADE: Conceito de graus de
excelência do cuidado
I. Melhorar o nível de saúde da população III. SUFICIÊNCIA: Conjunto de ações e serviços
II. Responder, com efetividade, às disponíveis para atender às necessidades de
necessidades de saúde saúde
III. Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o IV. ACESSO: Ausência de barreiras ao cuidado
crescimento das despesas de origem V. DISPONIBILIDADE DE RECURSOS: Os
pública com a saúde recursos escassos devem ser concentrados,
IV. Alcançar mais eficiencia gestora no uso de e os menos escassos, desconcentrados
recursos escassos, maximizando o nível de
bem-estar INTEGRAÇÃO VERTICAL E HORIZONTAL
V. Coordenar as atividades das partes
 VERTICAL:
envolvidas
- Consiste na articulação de diversas
VI. Assegurar a produção de um excedente
organizações ou unidades de produção de saúde
cooperativo
responsáveis por ações e serviços de natureza
VII. Distribuir os frutos da cooperação
diferenciada, sendo complementar (agregando
VIII. Assegurar que os compromissos sejam
resolutividade e qualidade neste processo)
cumpridos
IX. Disponibilizar, em tempo útil a informação
 HORIZONTAL
da de produção, financiamento,
- Consiste na articulação ou fusão de unidades e
desempenho, qualidade e acesso, para
serviços de saúde da mesma natureza ou
garantir níveis de informação mais
especialidade
adequados ao cidadão
PROCESSOS DE SUBSTITUIÇÃO

 É o reagrupamento contínuo de recursos entre e


dentro de saúde para explorar soluções
melhores e de menos custos
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 Tem muito a ver com o gestor. É o momento que planejar, monitorar e avaliar o desempenho
ele irá avaliar onde precisa de mais ou menos dos gerentes e das organizações
investimento 8. Participação social ampla
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio
REGIÃO DE SAÚDE OU ABRANGÊNCIA administrativo, clínico e logístico
10. Recursos humanos suficientes,
 A organização da RAS exige a definição região
competentes, comprometidos e com
de saúde, que implica em estabelecer seus
incentivos ao alcance de metas da rede
imites geográficos e sua população e o rol de
11. Sistemas de informação integrado, que
ações e serviços que serão ofertados nessa
vincula todos os membros da rede, com
região de saúde
identificação de dados por sexo, idade, lugar
de residência, origem étnica e outras
ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À
variáveis pertinentes
SAÚDE
12. Financiamento tripartite, garantido e
 Considera-se que não há como prescrever um suficiente, alinhado com as metas da rede
modelo organizacional único para a RAS, 13. Ação intersetorial e abordagem dos
contudo, as evidências mostram que o conjunto determinantes da saúde e da equidade em
de atributos apresentados a seguir são saúde
essenciais ao seu funcionamento: 14. Gestão baseada em resultado

1. População e território definidos com amplo


conhecimento de suas necessidades e ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE
preferencias que determinam a oferta de ATENÇÃO À SAÚDE
serviços de saúde
 A RAS é operacionalizada por meio da interação
2. Extensa gama de estabelecimentos de
dos seus três elementos constitutivos:
saúde que prestam serviços de promoção,
população/região de saúde definidas, estrutura
prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão
operacional e um sistema lógico de
de casos, reabilitação e cuidados paliativos,
3 funcionamento determinado pelo modelo de
além de integrar os programas focalizados
atenção à saúde
em doenças, riscos e populações
específicas, os serviços de saúde individuais
1. POPULAÇÃO E REGIÃO DE SAÚDE: A
e os coletivos
RAS deve ser capaz de identificar
3. Atenção primária em Saúde, estruturada
claramente a população e a área geográfica
como primeiro nível de atenção e porta de
sob sua responsabilidade
entrada do sistema, constituída de equipe
2. ESTRUTURA OPERACIONAL: A estrutura
multidisciplinar que cobre toda a população,
operacional da RAS é constituída de
integrando e coordenando o cuidado e
diferentes pontos de atenção à saúde, ou
atendendo as suas necessidades de saúde
seja, lugares institucionais onde se ofertam
4. Prestação de serviços especializados em
serviços de saúde, e das ligações que os
lugar adequado
comunicam. Os componentes que
5. Existência de mecanismos de coordenação,
estruturam a RAS incluem: APS – centro de
continuidade do cuidado e integração
comunicação; os pontos de atenção
assistencial por todo o contínuo da atenção
secundária e terciária; os sistemas de apoio;
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na
os sistemas logísticos e o sistema de
família e na comunidade, considerando as
governança
particularidades culturais, o gênero, assim
3. MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE: O
como a diversidade da população
modelo de atenção definido na
7. Sistema de governança único para toda a
regulamentação do SUS preconiza uma
rede, com o propósito de criar uma missão,
contraposição ao modelo atual, que é
visão e estratégias nas organizações, que
centrado na doença e, em especial, no
compõem a região de saúde; definir
atendimento à demanda espontânea e na
objetivos e metas que devam ser cumpridos
agudização das condições crônicas
em curto, médio, e longo prazo; articular as
políticas institucionais e desenvolvera
capacidade de gerir que é necessária para
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ESTRUTURA OPERACIONAL DA RAS I. Fortalecer a OS para coordenar o cuidado e


ordenar a organização da rede de atenção
de estratégias
II. Fortalecer o papel dos colegiados de gestão
regional (atualmente temos as comissões
intergestores regionais – CIR) no processo
de governança da RAS
III. Fortalecer a integração das ações de âmbito
coletivo da vigilância em saúde com as da
assistência
IV. Fortalecer a política de gestão do trabalho e
da educação na saúde na RAS
V. Implementar o sistema de planejamento da
RAS
VI. Desenvolver os sistemas logísticos e de
apoio da RAS
VII. Financiar o sistema na perspectiva da RAS

SISTEMAS DE APOIO

 Lugares institucionais da rede, onde se prestam


serviços comuns a todos os pontos de
atenção à saúde

 São constituidos pelos:


1. Sistemas de apoio diagnóstico e
terapêutico (patologia, clínica, imagens,
entre outros)
4 2. Sistema de assistência farmacêutica, que
envolve a organização dessa assistência em
tods as suas etapas: seleção, programação,
aquisição, armazenamento, distribuição,
prescrição, dispensação e promoção do uso
racional de medicamentos
3. Sistemas de informação em saúde

 Consistem em efetivar um sistema eficaz de


referência e contrarreferência de pessoas e de
trocas eficientes de produtos e de informações
ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos
sistemas de apoio na rede de atenção à saúde.

Os principais sistemas logísticos da RAS são:


- os sistemas de identificação e
acompanhamento dos usuários
- as centrais de regulação
- o registro eletronico em saúde
- os sistemas de transportes sanitários

DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA


RAS

 Propõem-se abaixo, as diretrizes orientadoras e


as respectivas estratégias para o processo de
implementação da RAS:

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