Curso de bacharelado em Filosofia- Primeiro período
Componente Curricular: Filosofia Antiga Emmanuel Grieco N. Barroso Leonardo M. da Silva Márcio Alan da Silva e Silva
A Ética em Aristóteles
Aristóteles é o criador da disciplina filosófica da ética. Em sua ética Aristóteles
preocupa-se, acima de tudo, com o bem humano. Esse bem, segundo ele, é determinado por dois Fatores: Um fator bastante constante, a natureza humana, que se constitui de uma série de elementos corporais ligados a uma forma dinâmica por ele chamada de alma (psyché, donde se origina o adjetivo psíquico). Um segundo fator variável, o conjunto de circunstâncias concretas, chamadas pelos gregos de ocasião. A existência e a Natureza de Deus
O motor imóvel é um conceito aristotélico que pretende demonstrar racionalmente
a existência de um princípio supremo da natureza. Tudo tende para esse princípio, que movimenta todas as coisas. Como o amante é atraído pelo ser amado sem este precisar fazer nada. Observando que tudo na natureza é cíclico, de nascimento, crescimento e morte estão submetidos a esse movimento eterno. Logo, tudo o que se move é movido por algo, já que este é o princípio do movimento. Mas o movimento primeiro não se sujeita ao movimento, caso contrário se sujeitaria a perecer como as demais coisas. Sendo assim, é um motor imóvel, pois dá movimento a todas coisas, mas não a si mesmo, não submetido as leis do movimento, é eterno, imutável e imaterial. Na observação da natureza também observou a existência de várias substâncias, materiais e imateriais. Esta, em seu estado mais puro e elevado é o próprio motor imóvel, assim não existindo nada acima desse primeiro motor, primeira causa do movimento. Esse conceito de Aristóteles inspirou os filósofos escolásticos atribuindo ao Motor Imóvel características da Teologia Cristã.
Substância material em Aristóteles
Para Aristóteles, o tema da metafísica trata dos primeiros princípios do
conhecimento científico e das condições últimas de toda existência. Mais especificamente, lida com a existência em seu estado mais fundamental (isto é, o ser como sendo) e os atributos essenciais da existência. Desta forma, a principal questão da metafísica de Aristóteles é: o que se entende por “substância real” ou “verdadeira”? Platão tentou resolver a mesma questão colocando um elemento universal e invariável de conhecimento e existência – as formas ou ideias – como a única permanente real a frente dos fenômenos mutáveis dos sentidos. Aristóteles ataca a teoria platônica das “formas” em três bases diferentes: Argumenta Aristóteles que as “formas” são impotentes para explicar as mudanças das coisas e a extinção final de uma coisa. As formas não são causas de movimento e alteração nos objetos físicos da sensação; Depois, as formas são igualmente incompetentes para explicar como chegamos ao conhecimento de coisas particulares. Pois, para ter conhecimento de um objeto particular, deve ser o conhecimento da substância que está nessas coisas. No entanto, na teoria das formas de Platão o “conhecimento verdadeiro” (em grego, ἐπιστήμη/Episteme) está fora de coisas particulares; Por fim, as formas simplesmente não podem explicar a existência de objetos particulares. Platão afirma que as formas não existem nos objetos particulares que “participam” nas formas. No entanto, essa substância de uma coisa particular não pode ser separada da coisa em si. Além disso, além do jargão da “participação”, Platão não explica a relação entre formas e coisas particulares. Para Aristóteles, a forma não é algo fora do objeto, mas sim nos variados fenômenos do sentido. A substância real, ou o ser verdadeiro, não é a forma abstrata, mas sim a “coisa individual concreta”. Em qualquer caso, a substância é para Aristóteles uma fusão de matéria em forma. O termo “matéria” é usado por Aristóteles em quatro sentidos sobrepostos: É a estrutura subjacente das mudanças, particularmente as mudanças de crescimento e de decaimento; É o potencial que tem implicitamente a capacidade de se tornar realidade; É um tipo de coisa sem qualidades específicas e por isso é indeterminado e contingente; É idêntica à forma quando assume uma forma na sua fase final e atualizada. O desenvolvimento da potencialidade para a realidade é um dos aspectos mais importantes da filosofia de Aristóteles. Pretendia-se resolver as dificuldades que os pensadores anteriores tinham levantado com referência aos começos da existência e as relações de um e de muitos. O estado real versus potencial das coisas é explicado em termos das causas que agem sobre as coisas. Existem quatro causas: Causa material: a partir da qual algo é gerado e de onde é feito, por exemplo, o mármore de uma estátua (os elementos de que um objeto é criado); Causa eficiente: a estrutura que a matéria realiza e em termos de que vem a ser algo determinado, por exemplo, a forma da mulher, em virtude do qual esta quantidade de mármore é dito ser uma estátua de uma mulher (o meio pelo qual a estátua é criada); Causa formal: o agente responsável por uma quantidade de matéria que vem a ser informado, por exemplo, o escultor que moldou a quantidade de mármore em sua forma atual, a forma de uma mulher (a expressão do que é); Causa final: a finalidade ou meta do composto de forma e matéria, por exemplo, a estátua foi criada com a finalidade de honrar uma deusa (o fim para o qual é) Por estas razões, Aristóteles pretende que seu “hilemorfismo” (“matéria e forma”, princípios fundamentais de toda realidade) seja muito mais do que uma simples heurística explicativa. Pelo contrário, ele sustenta que a matéria e a forma são características independentes da mente do mundo e, portanto, devem ser mencionadas em qualquer explicação completa de seu funcionamento.