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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição fevereiro/2010

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

Adriana Santos

Revisão:

Nicibel Silva

Capa e Diagramação:

Junio Amaro
Introdução

Amado leitor,

Essa obra está dividida em duas mensagens


concedidas pelo Espírito de Deus. Na primeira parte
vamos meditar sobre a prática da resistência, algo
fundamental em nossa vida. Se tomarmos a Bíblia e
começarmos a sublinhar todas as vezes que encon-
tramos a palavra resistência, ficaremos admirados

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de ver quantas e quantas vezes essa palavra apare-
ce. Na segunda parte falaremos sobre a riqueza do
cristão, a riqueza que está dentro de nós, mas que
pode estar sendo desprezada por muitos. Então,
querido(a), que você possa abrir o coração para que
a Palavra do Senhor produza graça, alento, entendi-
mento e compreensão em sua vida.
“Ó Deus, nosso Pai, que a tua Palavra seja viva
para todos nós nesta hora, que a unção do Senhor,
ó Pai, possa vivificar os nossos corações para que a
tua Palavra venha realmente cair em um solo frutí-
fero e fértil, para que ela frutifique para a glória do
teu nome. Senhor, eu reivindico, na autoridade do
nome de Jesus, a vida de cada leitor, para que tenha
entendimento e caminhe resistindo ao que é preciso
resistir, e se dobrando diante do que é preciso se do-
brar. Fala-nos, ó Pai, porque queremos ouvir a tua voz;
colocamos-nos em tuas mãos como barro nas mãos
do oleiro, para que a tua vontade se cumpra em toda
plenitude em nosso viver. Pai, esta é a tua Palavra viva.
Venha implantá-la em nossa vida para que realmente
por meio dela possamos viver e caminhar. Para que,
por meio dela, possamos produzir o fruto para o qual
o Senhor a tem destinado e que a unção do Senhor

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possa alcançar cada vida, e que todos sejam envolvi-
dos pela operação gloriosa da tua presença; em nome
de Jesus. Amém.”

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1ª Parte

A prática da
resistência

Eu vejo a resistência como a capacidade de não


ceder, como a capacidade de não se deixar arrastar,
de não se dobrar. Vejo a resistência, ao mesmo tem-
po, como uma virtude, mas percebo também, nela,
uma fraqueza. Ela é uma virtude quando você não
se dobra diante das investidas de satanás e de seus
demônios. A resistência é uma virtude quando você
não se dobra à tentação, ela é uma virtude quando
você se segura na vontade de Deus para a sua vida;

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mas a resistência também é uma fraqueza, e uma
fraqueza terrível, quando a pessoa não se rende à
Palavra de Deus, aos impulsos do Espírito Santo, à
instrução do Senhor. É semelhante ao que Estêvão
disse àqueles fariseus que o condenavam: homens
que sempre resistiam ao Espírito Santo. “Homens de
dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos,
vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fize-
ram vossos pais, também vós o fazeis.” (Atos 7.51.)
Observemos um fato que aconteceu com cer-
to homem. Este estava em um pequeno barco em
um rio muito perigoso e estreito, porém, havia uma
correnteza muito forte. O barco em que esse moço
estava virou e ele ficou se debatendo nas águas. Na
tentativa de ajudá-lo, alguém jogou-lhe uma bóia
amarrada a uma corda de nylon bem fina. Ele, po-
rém, ao ver descendo, pelo rio, um tronco de árvore
bem grande, ficou indeciso quanto ao que deveria
fazer, se continuaria segurando na bóia, ou se segu-
raria no tronco. As pessoas que ali estavam vendo
aquela cena gritavam para o moço dizendo: “Conti-
nue segurando a bóia”; pois observavam que o moço
se inclinara a segurar o tronco. Diante da corda fina
e da grossura e do tamanho do tronco, ele fez uma

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opção: soltou a bóia e se segurou ao tronco, porém,
como em toda escolha há uma consequência, o re-
sultado da opção desse moço fora a morte. Ele mor-
reu. A corda era aparentemente fina, porém, ela es-
tava presa, segura em algo, a corda era forte. Havia
algo que a prendia e a correnteza não poderia levá-
la. Entretanto, o homem optou por segurar em algo
que aparentemente era forte, mas que não estava
preso a nada, esta fora a desgraça dele, o fim. Queri-
do, em nossa vida, a mensagem da Cruz se mantém
como referencial no qual estamos seguros, longe
dela não há segurança, não há proteção, apenas
engano e destruição. Não nos deixemos levar pela
aparência, assim como fizera esse moço da história.
“Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranquilo
e sem temor do mal.” (Provérbios 1.33.)

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Resista ainda
que...

Hebreus 12.4: “Ora, na vossa luta contra o peca-


do, ainda não tendes resistido até ao sangue.”
A resistência sempre tem um ‘até’, tudo resiste
‘até’... Mas, em nossa própria vida, a Palavra do Se-
nhor nos diz: “Ora, na vossa luta contra o pecado,
ainda não tendes resistido até ao sangue.”
Vejamos alguns exemplos de resistência: José
resistiu à mulher de Potifar. Quando lemos o capí-
tulo 39 de Gênesis encontramos o relato sobre uma
mulher que tentou a José, que se ofereceu a ele, po-

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rém o mais glorioso é contemplar a atitude desse
grande homem: José resistiu. José não cedeu!
Em 1 Reis, capítulo 18, vemos Elias, no alto do
monte Carmelo, resistindo aos profetas de Baal; era
um momento de confusão em Israel, momento do
juízo, da falta de chuva, os céus estavam fechados,
havia uma situação muito delicada e difícil, o povo
caminhava seguindo Baal e uma minoria caminha-
va seguindo ao Senhor. Fora preciso uma confron-
tação. Elias resistiu aos profetas de Baal e, depois da
vitória, Israel se quebrou diante do Senhor e todos
proclamaram: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é
Deus.”
Jó experimentou os infortúnios e as situações
mais difíceis da sua vida. Diante de momentos de
desespero, a sua própria mulher lhe dissera: “Jó,
amaldiçoa esse Deus e morre.” Jó podia contemplar
tudo à sua volta, sua miséria, sua dor, sua angústia,
mas ele resistiu à sua esposa dizendo: “Mulher, você
fala como uma louca, você está agindo como uma
louca” (Jó 2.9-10). Jó resistiu e pôde dizer: “[...] eu sei
que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará
[...]” (Jó 19.25.) Ele experimentou a resistência.
Vemos a resistência também em Neemias, ca-

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pítulo 2. Neemias, na edificação dos muros de Je-
rusalém, experimentara a oposição de um homem
chamado Sambalate. De acordo com a Palavra,
Neemias resistiu ao inimigo. O muro precisava ser
reedificado e mil situações foram levantadas para
impedir que ele fosse erguido, mas Neemias resistiu
aos adversários e o muro foi reconstruído.
Daniel estava na Babilônia quando o rei da Pérsia
assinara um decreto que proibira por 30 dias a to-
dos de fazerem um pedido a outra pessoa ou a um
deus, a não ser ao próprio rei. Daniel tinha conheci-
mento da determinação do rei, mas resistiu a esse
decreto, e três vezes ao dia, como era seu costume,
entrava em seus aposentos, com as janelas abertas
para Jerusalém, e derramava a sua alma diante do
Senhor, em ação de graças, em oração, em súplica,
em comunhão com o Senhor. Havia uma lei ímpia,
mas o que fez Daniel? Ele resistiu e foi lançado na
cova dos leões, entretanto, Deus o livrou da morte,
Deus o livrou de ser devorado pelos leões (Daniel
6.1-24).
No capítulo 4 do evangelho de Mateus encon-
tramos Jesus no deserto resistindo ao diabo. Sata-
nás tentou a Jesus, mas Ele resistiu. Vemos Jesus

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resistindo às insinuações no capítulo 16 de Mateus,
quando caminhava para Jerusalém, com o firme
propósito de ali morrer por nós. Pedro disse: “Se-
nhor, isso de modo algum te acontecerá”, e Jesus re-
sistiu a Pedro dizendo: “Arreda-te de mim Satanás”.
Naquele instante Pedro era o adversário e Jesus o
resistiu.
Paulo também resistiu a Pedro, conforme rela-
tado em Gálatas 2.11. Enfim, temos muitos exem-
plos de resistência na Bíblia, como também, temos
exemplos de não resistência.
Eva não resistiu à serpente e pecou (Gênesis 3).
Davi não resistiu à concupiscência dos seus
olhos e pecou (2 Samuel 11).
Salomão não resistiu ao clamor das mulheres es-
trangeiras. Ao lermos sobre a vida de Salomão, em
1 Reis, capítulo 11, vemos o quanto ele se entregou
ao pecado. Salomão não resistiu.
Judas não resistiu ao diabo (Mateus 26.14).
A Igreja de Tiatira não resistiu à doutrina de Je-
zabel (Apocalipse 2.18).
Demas não resistiu ao mundo (2 Timóteo 4.10).
A resistência deve existir em todas as áreas, des-
de uma mera sugestão, como a que Pedro sugeriu

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a Jesus: “Não vá para Jerusalém”, mas Jesus resistira.
Jesus resistiu à tentação, também, quando o diabo
disse: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.”
(Mateus 4.9.) E o que fez o Senhor? Ele resistiu. É
preciso oferecer resistência ao pecado, à carne, ao
mundo, ao diabo, ao desânimo, à tristeza, à incredu-
lidade, ao comodismo, ao egoísmo, à impaciência, à
vaidade e a tantas outras coisas.
A resistência tem que ir às últimas consequên-
cias, por isso a Palavra diz: “Ora, na vossa luta contra
o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue.”
Em Filipenses está escrito que o Senhor foi obe-
diente até a morte, e morte de cruz. A obediência
à vontade do Senhor na vida do seu Filho foi até a
morte, e Jesus se agradava em fazer a vontade do
Pai. Aqui, a Palavra nos deixa um desafio dizendo:
“Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes
resistido até ao sangue.” A resistência não tira férias,
não pode sofrer interrupções, ela é linear, é contí-
nua, tem que cumprir o seu papel indo até à morte.
Por isso o Senhor, em Apocalipse, traz esta palavra:
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apo-
calipse 2.10, parte final).
Na vida de alguns, vejo a resistência como uma

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corrente que é tão forte quanto ao elo mais fraco.
Podemos ter vários elos de aço, mas podemos ter
outro elo de ferro, ainda mais forte, no entanto, se
no meio da corrente, tivermos um elo de arame, a
corrente se mantém, sendo tão forte quanto o elo
mais fraco.

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E o inimigo
fugirá de vós

A resistência, como percebemos na Bíblia, tem que


ser total. Talvez você tenha muita facilidade em resistir
à concupiscência, ou você tenha muita facilidade em
resistir ao egoísmo, ou quem sabe, tenha muita resis-
tência em determinadas áreas, porém é fundamental
entendermos que somos completos, não somos pe-
daços, somos um ser total, por isso temos que ser re-
sistentes até ao sangue. “Na vossa luta contra o pecado,
ainda não tendes resistido até ao sangue.” “Sê fiel até à
morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

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É preciso resistir até o fim, não obstante as lutas,
as loucuras que podem vir, a Palavra diz que “aque-
le, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”
(Mateus 24.13), ou seja, aquele que resistir até o fim
será salvo, no sentido de tomar posse plenamente
daquilo que o Senhor tem. Você pode perguntar:
“Mas como? Quais os recursos que o Senhor Deus tem
nos propiciado para podermos resistir dessa maneira?
Quais são as armas, quais são as ferramentas, o que
Ele tem nos dado para podermos resistir?”
Vejamos Efésios 6.10-20:
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na
força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de
Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do
diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades, con-
tra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portan-
to, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis. Estais, pois, firmes, cingindo-
vos com a verdade e vestindo-vos com a couraça da
justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho
da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o

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qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda
oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito
e para isto vigiando com toda perseverança e súplica
por todos os santos e também por mim, para que me
seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para,
com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evange-
lho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que,
em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre
fazê-lo.”
Deus tem nos dado o recurso: a armadura do Se-
nhor; a confiança. O primeiro Salmo que aprende-
mos, o 23, diz que: “O Senhor é o meu pastor e nada
me faltará.” Não vai lhe faltar a graça para poder
resistir. A vida é uma escolha, tudo na vida é uma
escolha; quando você assume escolher que não vai
faltar essa armadura em sua vida; quando você ca-
minha exercitando a piedade, a humildade, o poder
do Espírito Santo, a paciência, você caminha resis-
tindo. E no verso 10 lemos o seguinte: “Portanto,
tomai toda a armadura de Deus, para que possais re-
sistir no dia mau.” É interessante que não é você que
tem a vitória, mas você assume a vitória que Jesus

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já conquistou por você, porque a nossa resistência
é a vitória. Por isso a Palavra diz: “Para que possais
resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis.”
Eu vejo o dia mau como aquele dia da provação,
aquele dia de tentações terríveis. É o dia da crise, o
dia do aperto, o dia da tempestade; o dia que, sem
que haja qualquer motivo, um filho adoece. É o dia
da morte, o dia da tragédia. É nesse dia que, mais do
que nunca, a capacidade de resistência precisa estar
em forma. E algo que você precisa guardar sempre
em seu coração é aquela Palavra que o Senhor trou-
xe a Paulo dizendo: “[...] Deus é fiel e não permitirá que
sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá livramento,
de sorte que a possais suportar.” (1 Coríntios 10.13.)
Resistir ou não é uma escolha nossa, é sempre uma
escolha porque Deus não permite que o ‘dia mau’
seja tão terrível que venha nos sufocar, ao contrário,
Deus tem colocado seus anjos, tem colocado a sua
glória, tem colocado seu nome e a sua própria hon-
ra, para que o ‘dia mau’ nunca seja superior à nossa
própria capacidade de resistência. Se sucumbirmos
é porque escolhemos, não é porque o ‘dia mau’ foi

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tão terrível que nos tragou, ao contrário. A Palavra
também nos diz: “Ora, na vossa luta contra o pecado,
(contra o diabo, os demônios, contra a carne, contra o
mundo...), ainda não tendes resistido até ao sangue”,
a ponto de termos esse comprometimento tão glo-
rioso com Ele.
Percebo que, nestes dias, o nosso Pai, ao pre-
parar a sua Igreja, tem um chamamento específico
para cada um de nós, no sentido de uma resistência
absoluta. Não é tanto para que você seja muito for-
te, não é o seu conhecimento de doutrina, mas o
fato de você resistir. A vitória já foi conquistada por
Cristo. A Palavra diz: “[...] resisti ao diabo, e ele fugirá
de vós.” (Tiago 4.7.) É uma questão de você resistir,
não se dobrar jamais, por nada.
No momento da Ceia do Senhor proclamamos a
realidade da vida do Senhor em nossa própria vida,
nesse momento há uma mensagem de resistência: o
Senhor resistiu e foi vitorioso. Que o Senhor nos con-
ceda a sua graça para que, imbuídos (compenetrados)
nesse propósito santo de resistir, resistamos até o fim.
“Ora, na vossa luta contra o pecado, não tendes
resistido até ao sangue.”
Talvez você tenha ido até um ponto e achou

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duro, difícil demais, mas saiba que o Senhor não
quer que você chegue apenas a esse ponto, Ele de-
seja vitória absoluta, completa. A resistência tem
que chegar até o ponto de você dizer: “Senhor, não
é só a minha força, a minha capacidade, mas é a tua
vida em minha vida”. A compreensão do temor do
Senhor é o princípio de todas as coisas. Se você tem
sido tão fraco e não tem conseguido resistir, saiba
que este é o momento de você se apropriar da força
do Senhor, Ele é a sua esperança, é Ele que guarda
os seus pés de serem presos, é Ele que traz a vitória
para que o nome do Senhor não seja escarnecido e
vilipendiado (desprezado) em sua própria vida. Ain-
da que isso venha lhe custar o seu próprio sangue,
não se dobre, resista. Ainda que a ameaça seja a for-
nalha de fogo, resista. Ainda que a ameaça seja a
cova dos leões, resista. Há o livramento, e se o livra-
mento não acontecer por vontade do Senhor, mes-
mo assim você não irá se dobrar, irá resistir. Sê fiel,
sê fiel até à morte, resista, e você experimentará, de
uma forma tão linda, toda a graça, toda vitória, todo
o favor que Deus, o Pai, tem para a sua vida.
A vitória é do Cordeiro que resistiu, daquele
que nos deixou o exemplo para seguirmos os seus

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passos. O Senhor nos deixou o exemplo, Jesus re-
sistiu. Em todas as coisas Ele foi tentado, em todas
as coisas, como eu e você, somos experimentados e
provados, mas Ele escolheu resistir. Que o seu cora-
ção esteja dizendo: “Senhor, eu quero viver resistindo,
mas me curvando diante do Senhor”.
Ó Deus, nosso Pai, temos semeado com con-
fiança a tua Palavra no coração do teu povo. Tu co-
nheces cada coração, Senhor, tu conheces a capa-
cidade de cada um, tu sabes como tantos têm sido
tão fracos em resistir, mas que tu possas se revelar
a cada um como Aquele que é o mais capaz, o mais
forte, o mais poderoso, Aquele que nos conduz à
vitória. “Em todas estas coisas, porém, somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou.”
(Romanos 8.37.) Pai, eu abençoo o teu povo agora,
abençoo a vida de cada irmão, para que sobre todos
haja, Senhor, entendimento e compreensão de que
podem resistir, que não precisam se dobrar a nada,
que não precisam viver a fraqueza, mas sim a força
do Senhor, como a nossa alegria, para vencer. Que
o teu povo veja que a vitória é dada pelo Senhor.
Ó Deus que, diante dos ‘Golias’ da vida, seus filhos
possam resistir, não olhar o tamanho do gigante e

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nem as suas armas, mas que cada um possa ter os
olhos fitos no Senhor, contemplando a tua vitória.
Senhor, que nesta hora tu possas vir, revigorando
a fé, o temor do Senhor, na vida do teu povo, para
que aqueles que não têm resistido possam enten-
der que podem resistir, podem escolher a vitória,
podem escolher não se dobrar, possam escolher
honrar o teu nome, mesmo que, dentro dessa hon-
ra, esteja o derramar do próprio sangue. No precio-
so nome de Jesus Cristo. Amém!

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2ª Parte

A riqueza do
cristão

A Palavra de Deus é o alimento para a nossa


alma, é o pão vivo, é o martelo que esmiúça a pe-
nha, é a espada de dois gumes que divide a alma e
o espírito, a Palavra de Deus preenche todos os va-
zios, ela nos exorta e nos consola, a Palavra de Deus
nos revela a glória do Senhor.
“Porque Deus, que disse: Das trevas resplandece-
rá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus,

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na face de Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos
de barro, para que a excelência do poder seja de Deus
e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não
angustiados; perplexos, porém não desanimados; per-
seguidos, porém não desamparados; abatidos, porém
não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de
Jesus, para que também a sua vida se manifeste em
nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sem-
pre entregues à morte por causa de Jesus, para que
também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne
mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas,
em vós, a vida. Tendo, porém, o mesmo espírito da fé,
como está escrito: Eu cri, por isso, é que falei. Também
nós cremos; por isso, também falamos, sabendo que
aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos
ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco.
Porque todas as coisas existem por amor de vós, para
que a graça, multiplicando-se, torne abundantes as
ações de graça por meio de muitos, para glória de
Deus. Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mes-
mo que o nosso homem exterior se corrompa, contu-
do, o nosso homem interior se renova de dia em dia.
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz
para nós eterno peso de glória, acima de toda com-

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paração, não atentando nós nas coisas que se veem,
mas nas que se não veem; porque as que se veem são
temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 Co-
ríntios 4.6-18.)
Existem declarações na Palavra do Senhor, a
Bíblia, que nos deixam estarrecidos, por exemplo:
Jesus Cristo disse: “Eu vos tenho transmitido a glória
que o Pai me tem dado.” Você já parou para pensar
nisto? Que Jesus Cristo transmitiu a mim e a você
a mesma glória que o Pai havia concedido ao seu
Filho? O apóstolo Paulo faz uma declaração seme-
lhante a esta dizendo: “Temos, porém, este tesouro
em vasos de barro.” É como se Paulo usasse essa
mesma expressão, Jesus, como um tesouro, a ri-
queza, o patrimônio, e falasse: Temos Jesus em nós,
somos apenas um vaso, mas temos um Tesouro mo-
rando, habitando em nós. Quando contrastamos
essa situação com aquilo que vivemos no nosso dia
a dia, com o que ouvimos os outros dizerem, algo
parece irreal; pode parecer que a Palavra de Deus
é apenas uma poesia, uma coisa bela, mas que não
se desemboca em termos práticos, na realidade
das promessas que ela contém. Quantas vezes es-
tamos choramingando, reclamando, não vivendo e

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não desfrutando dessa realidade que o Senhor nos
deu. Precisamos entender que a Bíblia é a Palavra
de Deus. A verdade é o que está na Palavra, entre-
tanto, muitas vezes nos distanciamos tanto desta
realidade!
Temos que tomar posse daquilo que a Palavra de-
clara. A Palavra de Deus declara que dentro de nós há
um grande poder, há uma riqueza, mas parece que
esta verdade não é realidade em nossa vida, é seme-
lhante a uma vasilha que está tampada. Há algo pre-
cioso dentro do utensílio, contudo, este só será desco-
berto, usufruído e repassado a outros se a vasilha for
aberta para que saia de dentro dela o que é precioso.
O versículo 7 diz: “Temos, porém, este tesouro em vasos
de barro,” nesse vaso de barro habita o poder. Muitas
vezes desprezamos o vaso de barro. Conta-se a histó-
ria de uma criança que era surda, muda e cega, mas
que aprendeu a se comunicar, a transmitir a sua fé e o
seu amor. O Tesouro estava dentro do vaso de barro, e
alguém investiu, alguém trabalhou para tirar “a tam-
pa” e a criança pôde então passar a riqueza que tinha
para outros, Jesus Cristo.
Vejamos agora qual é esse tesouro, essa riqueza
dentro de nós.

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A primeira riqueza: A da glória. A glória ínti-
ma de Jesus. O versículo 6 diz assim: “Porque Deus,
que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo
resplandeceu em nosso coração, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” A
terra era sem forma e vazia, as trevas dominavam,
mas, no ato da criação, Deus disse: “Haja luz, e houve
luz.” (Gênesis 1.3.)
Assim é o poder, Deus disse: Haja luz, e a luz
passou a dominar. A Palavra diz: “Das trevas resplan-
decerá a luz”, Ele mesmo resplandeceu em nossos
corações. O mesmo resplendor que cobriu todo o
monte da transfiguração está em nós, esta luz ha-
bita em nós, esta riqueza está em nós. A mesma luz
que brilhou para Paulo, que ainda era Saulo, no ca-
minho de Damasco, continua a brilhar. Paulo teve
uma visão, o Senhor o chamou e a luz resplandeceu.
Nos nossos dias há presença de luz em você. A Pa-
lavra diz: “Vós sois a luz [...]” (Mateus 5.14.), porque,
como diz a Escritura: “Das trevas resplandecerá a luz,
ele mesmo resplandeceu em nosso coração [...]” a luz
resplandeceu em nossa vida e habita em nós.
No capítulo 3, de 2 Coríntios, verso 18, Paulo diz
que: “E todos nós, com o rosto desvendado, contem-

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plando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. “A glória do
Senhor”, a mesma glória do monte Sinai, a mesma
glória, no ato da criação, espantando as trevas. Note,
é um ciclo de glória em glória, glória e mais glória. E
é o momento desta glória estar dentro de você.
A segunda riqueza: A excelência do poder de
Deus.
Veja o que está escrito: “Temos, porém, este te-
souro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus e não de nós.” (2 Coríntios 4.7.) Ex-
celência do poder de Deus. Existe uma palavra que
não está aqui por acaso, é a excelência, é o supras-
sumo (o ponto mais elevado), é o melhor do poder
de Deus. É o próprio Deus.
A terceira riqueza: O tesouro em vaso de barro.
Efésios 1.19-21 diz:
“E qual a suprema grandeza do seu poder para
com os que cremos, segundo a eficácia da força do
seu poder; o qual exerceu em Cristo, ressuscitando-o
dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos
lugares celestiais, acima de todo principado, e potes-
tade, e poder, e domínio, e de todo nome que se pos-

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sa referir não só no presente século, mas também no
vindouro.”
Paulo está dizendo que o poder que habita em
mim, que habita em você, este poder que é desig-
nado como a ‘excelência do poder’ é o mesmo po-
der que levantou Jesus de entre os mortos, e esse
mesmo poder está dentro de mim e dentro de você.
A excelência do poder está na minha e na sua vida,
e temos que trazer isso para o nosso dia a dia. Esta
afirmação não é algo vazio. Paulo está dizendo que
o mesmo poder habita em nós, e se eu não estou
desfrutando disso é porque não tenho buscado,
logo não tenho estampado, refletido em minha
vida esse tesouro que habita em mim. Lembre-se
sempre dessa palavra, não de vez em quando, mas
“levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que
também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Por-
que nós, que vivemos, somos sempre entregues à mor-
te por causa de Jesus, para que também a vida de Je-
sus se manifeste em nossa carne mortal” (2 Coríntios
4.10-11). Deus colocou a vida de Jesus em nosso
corpo. É isso que a Palavra de Deus diz. Como Deus
colocou a vida de Jesus em nosso corpo mortal? O
que significa a vida de Jesus em nós? Como vamos

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manifestar a vida de Jesus? Ele nos leva a ter uma
qualidade de vida em um nível bem maior. A vida
de Jesus em nós é santidade, a vida de Jesus em nós
nos leva a um estilo de vida desinstalado, nos leva a
sermos compassivos e cheios de amor. Eu sou de Je-
sus. Essa alegria que está em mim é a vida de Jesus;
é a riqueza, é o tesouro no vaso de barro.
A quarta riqueza: Uma fé imbatível. Versículos
13 e 14 de 2 Coríntios 4:
“Tendo, porém, o mesmo espírito de fé, como está
escrito: Eu cri, por isso é que falei. Também nós cremos;
por isso, também falamos, sabendo que aquele que
ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará
com Jesus e nos apresentará convosco.”
Dentro de você há uma riqueza de fé: “Eu cri, por
isso, é que falei.” Por isso, precioso leitor, a nossa dou-
trina não pode ser baseada só em leis e em livros,
mas tem que haver algo dentro de nós, não adianta
a pessoa crer na doutrina e em todos os detalhes
escatológicos a respeito da volta de Jesus, se isso
não provoca nada na vida dela. De nada adianta se
não provocar uma mudança de comportamento,
se não provocar uma mudança de esperança e de
sentimento também. Tem que existir esse fator que

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gera o poder espiritual. A certeza é o tesouro que
gera em nós a esperança e o poder.
A quinta riqueza: O verso 15 nos mostra a quin-
ta riqueza: “Porque todas as coisas existem por amor
de vós [...]” Ele não disse, algumas coisas, mas todas
as coisas. Paulo disse para nos apropriarmos, em
plenitude, desse tesouro. Para que eu tenha esse
tesouro em minha vida, a primeira coisa que precisa
existir em mim é a consciência da transitoriedade
da vida.
Em primeiro lugar precisamos ter consciência
de que a vida é transitória; veja o que diz o versí-
culo 7 do capítulo 4 de 2 Coríntios: “Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro.” Entenda isso: o vaso
é de barro. No verso 11, Paulo disse: “[...] para que
também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne
mortal.” No versículo 16 diz que esse tesouro habita
em você mesmo, que o homem exterior se corrom-
pa. No versículo 18, diz que as coisas que vemos são
temporais. Precisamos entender que aquilo que o
Espírito Santo quer nos ensinar e mostrar é para
que esse tesouro se manifeste, é para concluir que
eu e você não somos permanentes aqui na terra. A
nossa vida deve ser vivida de acordo com o Senhor,

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não atentando para as coisas que vemos agora, mas
buscando as coisas do alto, mantendo contato espi-
ritual no sentido de perder a relação com as coisas,
abandonando-as em sua plenitude, para nos apos-
sarmos do tesouro, para nos apossar, em plenitude,
da verdadeira riqueza, do verdadeiro tesouro.
Em segundo lugar: o caminho para nos apro-
priarmos desse tesouro é a apropriação da própria
morte de Jesus. Paulo disse que nós morremos em
Cristo. Vejamos o versículo 10: “Levando sempre no
corpo o morrer de Jesus.” Verso 11: “Porque nós, que
vivemos, somos sempre entregues à morte por causa
de Jesus.” Verso 12: “De modo que, em nós, opera a
morte.” Não é às vezes, mas sempre.
Como é esse morrer? Nos versículos 8 e 9 de 2
Coríntios está escrito: “Em tudo somos atribulados,
porém não angustiados; perplexos, porém não de-
sanimados; perseguidos, porém não desamparados;
abatidos, porém não destruídos.” Há situações, as
mais adversas, que vêm e nos levam a viver o mor-
rer com o Senhor, aparentemente somos atingidos
pelo inesperado, mas temos a nossa chance para
o morrer de Jesus. O versículo 9 relata o morrer de
Jesus: a tribulação acaba com a nossa aparente se-

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gurança, a perplexidade destrói os nossos planos,
a perseguição acaba com a nossa tranquilidade, o
abatimento destrói a nossa percepção e, quando
tudo isso acontece, o que sobra em nossa vida? O
morrer de Jesus, aquela identificação completa, ab-
soluta com o Senhor.
Há um tesouro morando dentro de você, porém
você não tem assumido a plenitude desse tesou-
ro. Muitas vezes não tem tido a compreensão da
riqueza desse tesouro, mas ele é a vida do Senhor
em sua própria vida. Você pode andar de um lado
para o outro, correr daqui para acolá, mas esse te-
souro está aí, dentro de você, é necessário apenas
que você abra seu coração, no sentido de ter a
compreensão do que seja ter esse tesouro interna-
mente. Pare de buscar tesouros corruptíveis à sua
volta, pare de procurar tesouros fora de você, pois,
o tesouro já está dentro de você. No dia que você
assumiu a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da
sua vida, esse tesouro passou a fazer parte de você.
É seu patrimônio. A resposta do Senhor é somente
uma: Esse tesouro em você. A vida do Senhor em
sua vida, manifestando a glória dele, manifestando
o favor dele, manifestando a vida dele em plenitu-

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de: esse tesouro em você. A despeito das circuns-
tâncias, aquelas que podem ser as mais terríveis
possíveis, devemos ter a certeza de que temos um
tesouro morando dentro de nós, para a glória e por
toda a eternidade também.
A Palavra diz: “O meu povo está sendo destruído
porque lhe falta o conhecimento” (Oséias 4.6), mas o
conhecimento da Palavra tem chegado até você e
você não será destruído por falta dele, então come-
ce a viver essa realidade de que há um tesouro em
um vaso de barro; o vaso é frágil, mas o tesouro é a
vida do Senhor implantada em nossa vida.
“Pai, somos gratos pela realidade do teu amor,
pela tua vida em nós, e queremos levar o teu povo a se
apropriar dessa riqueza, a adotá-la, a desfrutar dela,
a experimentar a plenitude do seu dia a dia. Conduz
o teu povo, Senhor, à eternidade absoluta e completa,
para o louvor da glória do teu nome. Leva cada um a
experimentar mais da tua vida Senhor, a levantar a
cabeça e olhar para o Senhor e caminhar debaixo do
teu favor. Em nome de Jesus. Amém”.

Deus abençoe!
Pr. Márcio Valadão

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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano


maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-
nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

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separado de Deus. “Pois todos pecaram e
carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,


para o conflito do homem. “Respondeu-
lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo
14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em


nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-
sus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
Porque com o coração se crê para justiça e com
a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm
10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a


Cristo em seu coração? Faça essa oração de

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decisão em voz alta:
“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-


lica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acom-
panhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

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