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Salvador Alberto Macamo

Doutorando em Direito
Mestre em Direito
Pedadogo
Advogado

Direito Administrativo I

TEORIA GERAL DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

A Teoria Geral da Organização Admininistrativa – TGOA - consiste em caracterizar


figuras, equacionar problemas, formular soluções que dizem respeito a todo o dominio
da organização administrativa. Na verdade, a TGOA estudas as questões de ordem geral
e comum a toda a organização administrativa, indicando soluções sobre os modos de
estruturação da Administração Pública.

1. Organização Pública

1.1.Noção de organização pública

Marcello CAETANO diz que organização pública ´´ é um grupo humano estruturado


pelos representantes de uma comunidade com vista à satisfação de necessidades
colectivas predeterminadas desta ´´. Neste sentido, esta noção enquadra quatro
elementos, designadamente:

 Um grupo humano;
 Uma estrutura;
 O papel determinante dos representantes; e
 Uma finalidade (Interesse Público).

1.2.Classificação das Pessoas Colectivas Públicas

 Estado – Administração;
 Institutos Públicos;
 Empresas Públicas;
 Corporações e Associações públicas; e
 Autarquias Locais.
Salvador Alberto Macamo
Doutorando em Direito
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Advogado
1.3.Regime Jurídico das Pessoas Colectivas Públicas

1.3.1. Criação e extinção

As Pessoas Colectivas Públicas são criadas por lei, ou por iniciativa pública local. O
Estado- Administração cria estes entes públicos, porque ele exerce, por direito próprio,
a função administrativa do Estado – colectividade, que deriva necessariamente do poder
soberano. Quanto à extinção, as PCP´s são extintas por lei ou decisão pública local.

1.3.2. Capacidade juridica

As PCP´s gozam de poderes públicos, nomeadamente poderes de autoridade sobre os


particulares, poderes de lançar taxas, de fazer regulamentos, confiscar, de autonomia
administrativa e financeira, celebração de contratos administrativos, como também um
conjunto de deveres como a responsabilidade civil.

1.3.3. Autonomia administrativa e financeira

Autonomia administrativa que se manifesta na prática de actos administrativos


definitivos, que serão executórios desde que obdeçam todos requisitos para tal efeito
exigidos por lei. Há autonomia financeira quando os rendimentos do patrimónia de
pessoa colectiva e os outros que a lei lhe permite cobrar sejam considerados receita
própria.

1.3.4. Direito de celebrar contratos administrativos

As PCP´s têm capacidade juridica de celebrar contratos administrativos, submetidos ao


regime do direito administrativo, excepto as empresas públicas.
Salvador Alberto Macamo
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1.3.5. Pessoal

O pessoal que presta a actividade para as PCP´s está submetido ao regime da Função
Pública, excepto os trabalhadores das empresas públicas que se regem pela Lei do
Trabalho.

1.3.6. Sujeição ao regime administrativo de responsabilidade civil

As PCP´s que causarem danos a terceiros, no âmbito da prossecução do interesse


público, respondem, civilmente, nos termos do regime administrativo aplicável, excepto
as empresas públicas, pois, respondem nos termos gerais.

2. Atribuições das PCP´s

O Estado-Administração cria as PCP´s especialmente para para aqueles fins em razão


dos quais a personalidade lhe foi reconhecida: tal é o principio da especialidade das
pessoas colectivas, que implica a determinação precisa dos fins justificativos do
reconhecimento da personalidade juridica.

3. Órgãos das PCP´s

Existem duas perspectivas sobre a noção do órgão: a perspectiva da organização


administrativa e a perspectiva da actividade administrativa. Na perspectiva
administrativa, os órgãos devem ser tidos como instituições. Por isso, nesta perspectiva
encontramos os modos de designação dos titulares dos órgaõs. Na perspectiva da
actividade administrativa, os órgãos devem ser havidos no sentido do individuo ou
pessoa fisica que encarna a instituição, pois interessa quem tomou a decisão, uma vez
que a vontade funcional é manifestada, em termos práticos, por individuos.
Salvador Alberto Macamo
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4. Classificação dos órgãos

 Critério do número de titulares, temos singulares e colegiais;


 Critério de funções exercidas, consultivos e de controlo;
 Órgãos centrais e locais, Ministérios e Autarquias Locais;
 Órgãos primários, secundários e vicários, os primeiros dispõem de competência
delegada, quer de forma originária ou derivada, vicários os que exercem
competências por substituição dos seus titulares em caso de impedimentos ou
ausências (exemplo, vice-presidentes).

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