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Universidade de Brasília

Departamento de Artes Cênicas 2º semestre de 2020

DIREÇÃO 1 – (153842)

Aula assíncrona do dia 11/02

A história visual1
Em todos os lugares que passamos nos confrontamos com imagens. Nós vemos imagens paradas
em livros, revistas e em museus. Nós assistimos filmes nos cinemas, na televisão, em concertos e teatros.
Jogamos video games e surfamos na internet. Nós olhamos para muitas imagens pequenas, grandes, móveis,
paradas, coloridas ou em preto e branco - todas são imagens. Todas as imagens são compostas de uma
história, recursos visuais e, às vezes, sons.

1. O elenco da visualidade
A história (narrativa) é construída pelos blocos de ações, personagens e diálogos.
O som pelos blocos de diálogos; efeitos sonoros e musicais.
E a imagem: construída por de blocos visuais - cenário, adereços, figurinos e atores.
Em toda imagem (parada ou em movimento) encontramos os componentes da visualidade: Espaço, Linha e
Forma,Tom, Cor, Movimento, Ritmo. Estes são os nossos atores escalados, os componentes básicos da
linguagem visual.

1.1 ESPAÇO

Não se trata do espaço sideral e nem se refere à expressão “dar espaço para alguém”.
Existem três tipos de espaço na construção da imagem, mediada pela câmera que são:
O espaço físico: enfrente à câmera, o espaço interno da tela e as dimensões espaciais da tela do dispositivo -
largura e altura da Tv, do computador, smart fones, pads e outros.

1.2 LINHA E FORMA

Linha é um fator perceptivo. Existe apenas em nossa cabeça. A linha é o resultado dos outros componentes
que nos permite percebe - las, nenhuma das linhas que vemos é real.

Exemplo: Animação Fantasmagorie, do cartunista Émile Cohl.

1BLOCK, Bruce. The visual history: creating the visual structure of film, tv and digital media. Oxford: Foca
press, 2008. (Tradução nossa).
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1.3 TOM

Tom refere-se ao brilho do objeto em relação à escala de


cinzas. Tom não se refere ao tom da cena (sarcástico, excitante e
etc.), ou o tom do rádio ( grave ou agudo) tom é um fator muito importante na foto pb, por exemplo.

1.4 COR

Cor é um dos componentes mais poderosos da visualidade e ao mesmo tempo, é também o elemento menos
compreendido. A educação básica de cor é normalmente enganosa e confusa.
Exemplo: O filme “Tango"de Carlos Saura.

1.5 MOVIMENTO
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Movimento é o primeiro elemento visual que atrai o olhar. O movimento acontece pelos objetos
atravessando a tela, pelo movimento da câmera em si e pelo movimento dos olhos do espectador.

https://www.waldirbronson.com/2019/03/movimento-como-elemento-da-arte.html

1. 6 RITMO

Nós somos mais familiarizados com o ritmo que podemos escutar, mas existem os
ritmos que podemos ver. Ritmos são encontrados em objetos parados, objetos móveis e
também na edição dos blocos de filmes.

1. 7 ATOR

O ator é um objeto único para colocar em cena:

Sua aparência, personalidade e talento atraem a audiência;

Se comunica falando, fazendo expressões faciais e pela linguagem corporal;

Ele também é uma combinação de espaços, linhas, tons, cores, movimentos e ritmos;

Neste sentido, não há nenhuma diferença entre o ator e qualquer outro elemento em cena.
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Embora estejamos mais acostumados a falar de atores (humanos), ambos elencos são críticos para qualquer
produção de um grande trabalho.
Uma vez que a produção inicia, o elenco visual irá aparecer na câmera em TODOS os quadros, comunicando
sobre a ambientação e os sentimentos para a audiência, assim como os atores. Motivo pelo qual é importante
entender e controlar os componentes da linguagem visual! Seja o ator, a história, o som, ou os componentes
visuais, a audiência reage emocionalmente ao que vê e ouve.

A música facilmente comunica sentimentos e emoções.

O filme "Psicose" de Alfred Hitchcock (1960) e o "Tubarão" de Spilberg ( 1975) são exemplos de como a
música pode sinalizar o terror para o público. Em "Psicose" é o som do violino arranhado e em “Tubarão"
são as notas graves do baixo. Em ambos os filmes, a música alerta a audiência que a mãe assassina ou o

tubarão ameaçador está presente. Em ambos os casos o filemaker introduz o tema musical quando o
personagem assassino aparece pela primeira vez e depois, repetindo o tema musical, lembra o público da
ameaça.

A mesma comunicação pode ocorrer usando os componentes visuais. Certos componentes visuais já
possuem características emocionais associadas culturalmente a eles, embora a maioria desses estereótipos
são facilmente quebrados. Por exemplo: a cor vermelha é associada a perigo, e isto é um estereótipo visual.
Azul poderá significar assassinato, se for propriamente definido para ele. Este e o conceito usado na obra
"Assassinato Expresso Oriente", de Sidney Lumet (1974) - baseado num romance suspense de Agatha
Christie. Uma vez que a cor azul e seu significado foram estabelecidos, a audiência aceita a ideia e reage de
acordo.

Psicose. Alfred Hitchcock. Estados Unidos, 1960, 109 min. Trecho, cena do chuveiro.
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O que é o filme Noir?


Os puristas argumentam que o filme noir nasceu em 1941 com o lançamento do Falcão Maltes, de John
Huston, e morreu em 1958 com Marlene Dietrich percorrendo uma estrada longa, escura e solitária no final
de Touch of Evil - O toque da Maldade (1958), de Orson Welles. E embora esse período contenha a
quintessência do que o crítico de cinema italiano Nino Frank originalmente caracterizou como film noir, o
gênero sempre esteve em um estado de fluxo constante, adaptando-se aos diferentes tempos e culturas.
O Noir ganhou espaço junto com a devastação da Segunda Guerra Mundial, com os filmes de gângster e
detetive da época, se transformando drasticamente em algo totalmente novo conforme a estética do
Expressionismo alemão que se consolidou na América, em grande parte devido a migração dos expatriados
alemães para os Estados Unidos.
Quando a guerra atingiu seu estágio final, os soldados americanos voltaram para casa e encontraram uma era,
antes inquestionável de autoridade masculina. E, em sincronia, os protagonistas de muitos noir começaram a
se sentir como se estivessem vivendo em um mundo recém-vulnerável, protegendo-se sob sobretudos e
chapéus, adotando personagens cínicos e perspicazes, e empacotando calor o tempo todo enquanto
permanecem hiperativos, cientes dos perigos femininos que os cercavam.
Jean-Luc Godard disse uma vez que “tudo o que você precisa para um filme é uma arma e uma menina”, e
em noir, esta última costumava ser a mais perigosa. Na verdade, a tornozeleira de Barbara Stanwyck em
Double Indemnity (Pacto de sangue) de Billy Wilder e o olhar gelado de Ann Savage em Detour (Curva do
destino) de Edgar G. Ulmer são tão mortais quanto qualquer bala.
Touch of Evil - Toque da maldade

Talvez um dos exemplos mais famosos e citados de longa tomada de todos os tempos, a cena de abertura da
obra-prima de Orson Welles, Toque da maldadel, de 1958, continua sendo uma das inovações mais
extraordinárias do cinema. Começando em um close-up de uma bomba que está sendo colocada no porta-
malas de um carro, a câmera se afasta e permite que o público assista com horror quando um casal
desavisado entra no veículo. Enquanto isso acontece, a câmera se afasta do carro e focaliza o jovem casal
(interpretado por Charlton Heston e Janet Leigh) que serão nossos protagonistas. É uma cena que ajuda a
apresentar os personagens e o mundo ao público, ao mesmo tempo que dá aos procedimentos um grande
toque de suspense no nível de Hitchcock. Welles continuaria a fazer um cinema instigante nos anos
subsequentes, mas nunca mais alcançaria algo tão visceral quanto isso.
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Dia 11-02 ATIVIDADE ASSÍNCRONA - Tarefa domiciliar: assistir a aula gravada,


ver os filmes indicados e pesquisar na internet uma referência de imagem ( parada ou
em movimento) que utilize um dos elementos da linguagem visual, como protagonista,
e publicar em seu caderno de notas. Qual história que ela conta? Porquê você escolheu

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