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Pertencida pelo Chefe da Máfia

Por: Bella Rose

Todos os Direitos Reservados.


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Índice
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte

OUTRA HISTÓRIA QUE VOCÊ PODE GOSTAR


Raptada por um Chefe da Máfia Russa
Capítulo Um
O sol já havia se posto, e a escuridão tinha chegado para cobrir as pistas dos perversos.
Aleksandr Evanoff estava ladeado por Misha e Sasha, seu segundo e terceiro homem em comando.
Recostando-se contra o carro, Alek estudou a pequena casa à sua frente. Não havia nenhuma
pena ou remorso em relação ao que ele estava prestes a fazer, mas não conseguiu evitar imaginar
por que um homem que mal conseguia pagar por aquela casinha continuaria apostando milhares
de dólares.

"Chefe?" Sasha chamou. "Como você quer fazer isso?"

Alek revirou os ombros. "Petr recebeu incontáveis avisos e prolongamentos. Não sairemos
de mãos vazias", ele disse calmamente. Ele levantou a cabeça e sorriu. "Além disso, eu devo ao
velho."

Mish e Sasha sacaram suas armas e foram na frente. Alek os seguiu lentamente.
Furiosamente, os dois homens diante dele chutaram a porta e ergueram as armas. "Abaixem-se!
"Abaixem-se, porra!" Eles gritaram enquanto entravam na sala de estar. O único ocupante, Petr
Primac, de 50 anos, gritou quando caiu no chão e levantou as mãos.

"Ah Deus, Alek", ele implorou. "Por favor, Por favor."

Alek ergueu a mão e seus dois homens recuaram e ficaram quietos. "Já faz um tempo, Petr.
Senti saudades."

"Caso isso seja em relação ao dinheiro..."

"Claro que é a em relação ao dinheiro. O que mais seria?" Ele caçoou. Petr ficou
imediatamente em silêncio, e Alek tentou evitar sua raiva. "Tenho sido paciente, e você sabe que
não sou um homem paciente. Considere-se sortudo por ter levado tanto tempo para uma
retribuição. Agora, nós vamos embora calmamente se você pagar 20% da sua dívida", ele disse
friamente.

O corpo todo de Petr começou a tremer enquanto ele arregalava os olhos. "Por favor, não
me mate. Ainda não tenho os 20%. Tenho algumas coisas das obras. Por favor. Apenas me dê mais
tempo!"

"Dê um tiro na perna dele", Alek disse calmamente. O barulho do tiro atravessou seus
ouvidos enquanto o velho gritava e agarrava a perna. O sangue rapidamente começou a formar
uma piscina no chão. "Acalme-se, Petr. Não posso recolher dinheiro de um homem morto, então você
ainda terá ar em seus pulmões quando formos embora. Mas eu odiaria que você gastasse milhares
de dólares em contas médicas quando você ainda me deve. Vou perguntou novamente sobre
aqueles 20%."
O homem mais velho gemeu e se balançou para frente e para trás. Lágrimas começaram a
descer por sua face. "Por favor. Por favor. Vou lhe dar tudo o que tenho. Por favor."

"Isso seria os 20%?" Alek perguntou enquanto olhava ao redor da sala. O local inteiro era
repleto de móveis que não combinavam, velhos e manchados. Ele não conseguiu ver nada que
poderia valer uma fração do que o homem lhe devia.

"Será alguma coisa", Petr soluçou. "Por favor."

Alek balançou a cabeça em direção a Misha, que imediatamente colocou o calcanhar de


sua bota no ferimento do homem e aplicou pressão. Petr desabou contra uma mesa. O uivo teria
sido suficiente para causar arrepios em seus braços, mas Alek estava acostumado a ouvir os gritos
dos outros. Não era nada para ele.

Ele sentia um pequeno prazer em machucar os outros. Quando era mais novo, a emoção o
estimulou a mover-se rapidamente através dos escalões da máfia, mas agora que ele era o chefe,
estava cansado ao ponto de sentia apatia. Nada mais o afetava. Ele não sentia medo. Não ficava
estressado. Ele não ficava excitado ou triste. Ele nem sentia mais raiva.

Mas Petr era uma história diferente. Ele e o velho tinham história, e Alek estaria mentindo se
não admitisse que estava sentindo um pequeno prazer ao ver o homem chorando no chão.

Alek tinha apenas 35 anos, mas tinha bastante sangue em suas mãos. Embora ele quisesse
acabar com a vida de Petr, havia algo maior em jogo ali. "Chefe, não acho que ele valha a pena o
dinheiro", Misha disse enquanto olhava para cima. Dos dois irmãos, Misha era o menos sedento por
sangue. Ele acreditava em outros métodos de recolher dinheiro, e foi por sua inteligência que Alek
o escolheu para ficar como segundo no comando. Claro, quando Alek precisava que Misha fosse
violento, ele não hesitava.

Sasha, por outro lado, nem piscava para a violência. Na verdade, ele sempre se
voluntariava para os trabalhos mais terríveis, e fazia isso com um sorriso no rosto. Alek sempre se
perguntava se o irmão mais novo não era violento demais, mas ele nunca se rebelara contra as
ordens de Alek, e no seu tipo de negócio, esse tipo de lealdade contava para alguma coisa.

"Acho que você está certo, mas não sairemos daqui de mãos vazias. O Sr. Primac vai nos
dar alguma coisa, ou terá uma longa noite", Alek disse enquanto piscava em direção a Sasha. O
irmão mais novo deu um passo à frente, ergueu Petr e puxou o braço do homem para as costas.
Houve um estalo forte e um grito agudo.

"Pare! O que está acontecendo?"

Alek se virou e confrontou o invasor. Parada na soleira da porta e com um olhar


aterrorizado no rosto estava uma linda mulher. O cabelo sedoso, longo e escuro emoldurava sua
pele cor de creme, e seus lábios grossos estavam separados enquanto ela encarava a cena diante
de si. Havia pânico e desafio em seus olhos cor de avelã.
"Vá embora", Petr chiou. "Vá ficar com uma amiga. Isso não é nada. Estou bem."

Bravas palavras de um homem que estava em terrível dor. Se ele não estava pedindo para
a mulher ligar para a polícia, então isso significava que ele estava tentando protegê-la. E se ele
estava tentando protegê-la, então ela devia ser importante.

"Quem é você?" Alek perguntou calmamente.

A mulher abriu a boca, mas Petr a cortou. "Não! Não responda!" Sasha puxou ainda mais o
braço dele para trás, fazendo o homem uivar.

"Vou chamar a polícia", a mulher disse enquanto dava um passo para trás.

"Se fizer isso, ele estará morto antes de você completar essa ligação," Alek disse
calmamente.

"Não", Petr gemeu no chão.

Alek encarou a linda mulher. "Entre. Junte-se a nós."

Ele observou que as mãos dela tremiam quando ela entrou, mas não havia hesitação em
seu movimento. Medo, bravura e desafio; tudo isso em apenas um delicioso pacote. Ele sentiu uma
pequena agitação dentro de si. "Farei um acordo com você, minha querida. Para cada pergunta
que você responder, falarei para o meu homem diminuir a pressão que está fazendo em Petr."

Ela assentiu e Petr começou a choramingar. Alek o ignorou. "Seu nome?"

"Natalia."

Alek balançou a cabeça em direção a Misha, que diminuiu a pressão na perna machucada.
"Quantos anos você tem, Natalia?"

"Vinte e quatro."

Houve um pequeno som de alívio quando Sasha soltou um pouco o braço de Petr. "E qual
seu relacionamento com Petr Primac?"

"Ele é o meu pai", ela disse suavemente.

"Você está mentindo. Petr Primac não tem família. Sasha, atire na outra perna do homem."

"Não, espere!" Natalia gritou. "Alek ergueu a mão para interromper os movimentos de
Sasha. "Não estou mentindo. Ele é o meu pai, mas não está listado na minha certidão de nascimento
porque minha mãe nunca contou para ele. Descobri sobre isso apenas há cinco anos. Não moro
aqui. Apenas venho para visitar a cada poucos meses."

Interesting. "Sua mãe?"


Os lábios dela tremeram. "Ela faleceu."

"Entendo. Então sua mãe faleceu e você foi procurar pelo seu pai. Tenho certeza de que
ficou desapontada quando encontrou Petr. Cavalheiros, por favor, soltem Petr. Gostaria de
recompensá-lo por ter escondido tão bem de nós essas informações. Kudos, meu amigo."

"Você não está irritado?" Sasha disse com um olhar obscuro.

"Com vocês dois por não terem me passado todas as informações? Ah, estou furioso", Alek
disse suavemente. "Mas essa não é a conversa que precisamos ter agora, é?"

Petr grunhiu enquanto tentava erguer a cabeça e olhá-los. Natalia correu até o lado do pai
e tirou o suéter. Enquanto cobria a ferida ao redor da perda de Petr e o ajudava a ficar numa
posição mais confortável, Alek não conseguiu evitar admirar o ombros nus da garota e a
provocante curva de seu pescoço. O top preto rendado que ela estava usando não era tão curto
quanto Alek gostaria.

"Se ele te deve dinheiro, posso ajudar a pagar", Natalia disse. "Mas ele nunca será capaz
de pagar se precisar pagar contas médicas além de tudo", ela soltou. "Isso é selvagem."

"Fique fora disso", Petr chiou. Ele olhou para Alek. "Natalia não tem nada a ver com isso."

"Ah, pelo contrário, além dela ter testemunhado nossos atos selvagens, também permiti que
ela o confortasse num momento de necessidade. Sinto que ela está bastante envolvida nisso." Um
sorrisinho se espalhou por sua face e tomou uma decisão. "Na verdade, estou preparado para
perdoar totalmente sua dívida."

Petr ficou estupefato. "Sério? O q-que eu preciso fazer?"

"Temo que não vai depender de você, Petr." Ele balançou a cabeça em direção à mulher.
"Será decisão dela."

O horror floresceu no rosto do homem. "Não. Seja o que for, não. Não deixarei que ela se
envolva nisso."

"O que você quer?" Natalia perguntou numa voz fria.

"Companhia", Alek disse suavemente. Seus olhos pousaram no oco da garganta dela, onde
o pulso havia acelerado. "Você viverá comigo, sob o meu talhado, e seguirá minhas ordens por um
ano, e eu perdoarei os quase cem mil dólares que seu pai me deve."

"Não", Petr gemeu.

"Ela é adulta. Você pode tomar suas próprias decisões", Alex disse enquanto a encarava.

"Caso eu decida não ir, imagino que você continuará atirando nele até que ele pague?" ela
murmurou.
"É como normalmente consigo meu dinheiro", ele disse suavemente.

Natalia estreitou os olhos. "Você geralmente troca pessoas por dívidas, ou sou um caso
especial?"

Alek riu. "Não precisa ser ciumenta, minha querida. Prometo te dar bastante atenção
durante esse ano." Os olhos dela se ampliaram, e o sorriso de Alek aumentou, "Ah, eu não fui
claro? Você vai dividir a cama comigo."

Ela respirou fundo, e Alek sentiu um arrepio de excitação passar através dela. O que mais
faria ela prender a respiração daquele jeito?

"Eu quero escrito em um papel que, no momento em que eu pisar na sua casa, as dívidas do
meu pai serão perdoadas inteiramente, e você não o machucará mais. Além disso, em exatamente
doze meses, eu serei libertada e você nunca mais entrará em contato comigo ou chegará perto de
mim novamente."

"Não, Natalia, por favor, não", Petr disse enquanto fechava os olhos e se enroscava no
chão.

"Você deixa minha família em paz e eu farei isso", ela disse firmemente. Ela se curvou
sobre o pai e pressionou os dedos no pulso dele. "Ele precisa ir para o hospital. Ajude-me a
colocá-lo dentro do carro."

Alek assentiu para Misha e Sasha. Eles pegaram o homem e o carregaram para fora.
Natalia se levantou para segui-los, mas Alek agarrou seu braço.

"Vou te dar duas semanas para cuidar do seu pai e deixar suas coisas em ordem", ele
disse suavemente. "Você não terá a liberdade de sair para trabalhar, então será preciso se demitir.
Você não precisa trazer nenhuma roupa. Você vestirá apenas o que eu lhe fornecer."

Ela virou a cabeça. "Preciso trabalhar. Tenho contas para pagar."

"Pagarei suas contas", ele disse suavemente. "Se você me agradar."

Os lábios dela se dividiram, e ele sentiu uma urgência insana de se curvar e provar de sua
boca. Foi necessário toda a sua força de vontade para não deixá-la de quatro e tomá-la ali
mesmo. Ele não sentira esse tipo de reação em relação à uma mulher desde a adolescência.

"Vou enviar um carro para buscá-la em exatamente duas semanas. Nessas duas semanas,
você e seu pai serão monitorados de perto. Caso um de vocês tente fugir ou ir à policia, mandarei
matar vocês dois. Está me entendendo?"

Ela ergueu o queixo. "Não volto atrás na minha palavra. Espero que nem você na sua", ela
soltou enquanto se livrava da mão dele e se apressava para levar o pai ao hospital.

"Siga-os", Alek comandou enquanto Sasha o olhava. O homem assentiu e foi atrás deles.
"Chefe? Que diabos foi isso?" Misha murmurou. "Você tem noção de que mesmo com um
contrato, ainda é ilegal."

"Legalidades nunca tiveram limites para mim", Alek disse escolhendo os ombros. "Também
não haverá nenhuma discussão sobre esse acordo. Você e seu irmão não podem soltar nenhuma
palavra para ninguém. A última coisa que quero é ter pessoas me oferecendo a filha em troca de
seus empréstimos."

"Você acha que as pessoas fariam isso?"

"Acho que as pessoas que nos devem dinheiro fariam praticamente qualquer coisa para
nos manter longe", Alek disse suavemente. "Chame outro carro para nós. Preciso ver meu
advogado."
Capítulo Dois
Natalia deixou o hospital em choque. Após seu pai receber o cuidado que precisava, ela não
conseguia encarar a realidade daquilo que havia feito. Ela tinha acabado de aceitar ser o
brinquedinho de um chefe da máfia durante um ano inteiro. Que diabos ela estava pensando?

As dívidas de seu pai seriam perdoaras, e ele estaria seguro. Isso era importante para ela.
Agora que sua mãe havia morrido, ele era a única família que lhe restava, e após ela ter
aparecido na porta dele provando quem era, ele fizera o melhor para lhe proteger e cuidar. Ele
cobrira as mensalidades de sua faculdade, apesar dela ter implorado para que o pai não fizesse
isso. Ele lhe comprou um carro. Também lhe arrumou um emprego. Ela não conseguia evitar se sentir
responsável por ele agora. Ela devia ter percebido que ele não tinha o dinheiro. Claro que ele
estivera apostando.

Natalia estava quase se arrependendo de ter aparecido na porta dele. Ela não precisava
e nem queria o financiamento. Apenas queria uma família. Mas estava claro que ele se sentia
culpado por não ter feito nada por ela quando Natalia era criança e tentou compensar com
dinheiro. Quanto tempo Alek estivera o assediando pelo dinheiro? Quanto dano havia feito?

Duas semanas. Duas semanas para deixar suas coisas em ordem para depois virar uma
vadia para Alek Evanoff. Seu peito apertou, e ela tropeçou na calçada. "O que eu fiz?" ela
sussurrou para si mesma.

Seu telefone vibrou no bolso e ela o puxou. Alguém havia lhe enviado uma mensagem de
um número desconhecido. Por favor, acalme-se. Se continuar tento ataques de ansiedade, não teremos
nenhuma diversão.

Com um grito de alarme, ela olhou ao redor. Alek conseguira seu número de telefone e
agora estava a vigiando? Inacreditável. Com raiva, ela respondeu a mensagem. Tenho duas
semanas de liberdade. Fique longe de mim.

Ela quase jogou o telefone na lixeira enquanto começava a ir embora, mas o aparelho
vibrou novamente. Estarei na sua casa amanhã de noite para que assine o contrato. Caso não
apareça, irei até o seu local de trabalho.

Rangendo os dentes, ela enfiou o celular dentro do bolso. Não havia necessidade de
responder. Se ele estava mesmo a observando, saberia que leu a mensagem. Ela ficou aliviada
que ele concordara com o contrato. Nunca poderia ser usado no tribunal, mas lhe daria uma prova
caso algo acontecesse com ela ou seu pai naquele ano. Ela garantiria que todos ficassem sabendo
que tipo de homem Alek era. Apesar de que após uma pesquisa em seu celular, ela percebeu que
todo mundo já conhecia Alek. Ele tinha sido acusado de vários crimes e inocentado de cada um
deles. Claramente ele tinha a polícia nas mãos. Isso não era um bom agouro para ela.
No dia seguinte, ela deu seu aviso prévio no trabalho temporário. Seu supervisor nem
piscou ou olhou para cima. As pessoas entravam e saiam com tanta frequência dos escritórios que
ela duvidava que o chefe ao menos soubesse seu nome. Apesar de ter protestado deixar o
emprego, a verdade era que ela sentia uma certa satisfação em fazer isso. Sentia-se
absolutamente miserável trabalhando ali.

Não havia amigos para se despedir. Avisara ao dono do apartamento ao qual alugava
que ficaria fora durante um ano, e ele imediatamente avisou que aquilo era quebra de contrato.
Seus ombros caíram. Ele estava certo. Ela precisava ocupar o lugar ao menos uma semana de
cada mês para manter o contrato. Ele estivera tentando tirá-la de lá nos últimos anos porque
Natalia tinha um acordo de aluguel controlado. Now he could charge someone else more.

Lentamente, as camadas de sua vida começaram a descascar, e ela percebeu que


realmente não tinha nada que a prendesse.

Isso não tornava mais fácil ver Alek em sua porta. Bones, seu gato, imediatamente se
enroscou debaixo do sofá para se esconder. "Vamos acabar logo com isso", ela murmurou
enquanto dava um passo à trás para deixar ele entrar. Ela estava com medo. Não tinha como
negar seu coração acelerado dentro do peito, mas isso não significava que ela precisava
demonstrar seu medo.

"Você mora aqui?" ele disse suavemente enquanto entrava.

"Bom, eu não ganho milhares de dólares às custas dos pobres, então, sim", ela soltou. "É
onde eu moro. Exceto que agora não será mais minha casa porque estou quebrando meu contrato
para ir morar em outro lugar por um ano."

Ele a olhou com surpresa, e ela suspirou. "Me dê o contrato. Você pode esperar enquanto
leio cuidadosamente."

"Sua situação de moradia não é problema meu", ele disse rispidamente.

Ela o encarou. Claro que não era problema dele. Ele não se importava com ninguém. Era
um homem violento e cruel. Ela olhou brevemente para o lado de fora da janela enquanto pegava
o contrato. "Vejo que não está com seus capangas. Imagino que eu não seja uma ameaça", ela
murmurou enquanto sentava no sofá para ler a papelada,

Alek sentou-se próximo dela, tão perto que suas coxas quase se tocavam. "Minha querida,
acho que você não percebe o quanto é perigosa." Ele esticou a mão para pegar uma mecha de
cabelo dela e colocar atrás da orelha, e ela se esforçou para não se inclinar contra o toque dele.

"Mas eu sou mais perigoso. Nunca se esqueça disso", ele sussurrou com os lábios roçando a
orelha dela.

Um arrepio a percorreu, mas não era medo. Desejo. Odiando-se, ela imediatamente pulou
do sofá e o encarou. "Acredito que ainda tenho duas semana de liberdade. Até lá, mantenha
distância." Apertando o contrato nas mãos, ela marchou para a cozinha e sentou-se na mesa.
Embora a tenha seguido, ele preferiu lhe dar um pouco de espaço e parou na porta. A distância
não ajudou muito para acalmar sua libido, fazendo-a se remexer nervosamente. Que diabos tinha
de errado com ela? Este homem quase matou seu pai, e ali estava ela, respondendo aos toque
dele.

Fazendo o possível para fingir que ele não estava ali sugando toda a lógica dentro de si,
ela olhou para o contrato. Era bem direto, mas havia algumas coisas das quais ela não gostou.
"Você pode definir que tipo de trabalho você espera que eu faça? Eu não vou mais machucar ou
ameaçar."

"Só alguma papelada", ele disse com um sorriso divertido. "Preencher papéis. Atender
telefonemas."

"Excelente. Vou poder adicionar 'secretária de um chefe da máfia' ao meu currículo", ela
disse com um suspiro enquanto continuava olhando o contrato. "Quero meu pai banido dos seus
cassinos", ela disse olhando para cima.

"Ele já está banido."

"Bom. Meu gato vem comigo."

Ele franziu como se fosse arrumar problema com isso, mas finalmente deu de ombros e
assentiu. Ao menos ela teria um pouco de conforto.

Ela engoliu com dificuldade e esfregou as mãos. "Então, estou tomando anticoncepcional e
não vou deixar de tomar."

Natalia estremeceu quando Alek jogou a cabeça para trás e gargalhou. "Ah, minha
querida. Fazia tempo que eu não ria assim. Não sou um homem de família. Não precisa temer
nenhum tipo de apego da minha parte."

"Ótimo." Ela pegou uma caneta e seu punho pousou sobre a linha. Fechando os olhos, ela
precisou se lembrar de que seria apenas durante um ano. Um ano como o brinquedinho desse
homem. Um ano de envolvimento com a máfia.

Um ano, e seu pai estaria livre.

Ela colocou a caneta no papel e assinou seu nome. Respirando fundo, levou o contrato até
ele. Ele atravessou a cozinha em poucos passos e se inclinou para pressionar os lábios em seu
cabelo. Natalia enrijeceu, mas não se afastou. O toque durou apenas por um breve momento antes
dele pegar a caneta da mão dela. Após assinar o contrato, ele retirou uma cópia e entregou para
ela. "Acredito que será um prazer fazer negócios com você", ele disse suavemente antes de se
afastar.

Natalia nem se virou. Escutou a porta da frente fechar, e não se levantou para trancá-la.
Pra quê? Ninguém pior do que Alek iria passar por sua porta, e ela ainda tinha a sensação de
que ele protegeria seu prêmio.

Estava feito. E não havia nada que ela pudesse fazer.

Quando Bones finalmente saiu do esconderijo e se enroscou em seus tornozelos, ela pegou o
gato preto e acariciou-lhe os pelos. Cada parte de si queria desmoronar e chorar, mas ela se
recusava. Chorar não resolvia nada. Ela era mais forte do que isso.

Além disso, talvez algo de bom pudesse resultado disso tudo. Ela teria um ano inteiro para
descobrir como acabar com Alek e com toda a organização dele.
Capítulo Três
Natalia estava esperando do lado de fora de sua porta fechada quando o carro preto
estacionou. Com as janelas escuras e um brilho impecável, ela não teve dúvidas de que era Alek.
Mas quando o motorista saiu do carro para pegar sua pouca bagagem, ela percebeu que o lindo
diabo não estava dentro do veículo.

"Bom demais para vir me buscar?" Ela murmurou enquanto pegava a caixa de viagem de
seu gato. Do lado de dentro, Bones estava chorando em protesto.

"O Sr. Evanoff tinha negócios a resolver essa manhã. Ele a encontrará de tarde."

Natalia revirou os olhos e tentou pegar uma mala, mas o motorista balançou a cabeça.
"Não senhora. Você é hóspede dele. Não precisa carregar suas próprias malas."

"Não sou hóspede. Sou prisioneira. E sou perfeitamente capaz de carregar minha própria
bagagem", ela soltou enquanto carregava a mala e o gato para dentro do carro. Sua garganta
ficou apertada quando ela finalmente deslizou para dentro do banco traseiro junto com Bones.
"Tudo ficará bem", ela sussurrou. Assim esperava.

"Caso não tenha comido essa manhã, o café lhe será fornecido. O Sr. Evanoff pediu para
que você falasse com o cozinheiro sobre sua dieta enquanto nós preparamos o seu quarto."

O quarto dela? Isso significava que não precisaria ficar no mesmo quarto que Alek? Isso
era um alivio. "O café da manhã não será necessário", ela respondendo silenciosamente. Com
certeza ela não conseguiria comer nada hoje. Seu estômago estava todo revirado.

Ela olhou para fora da janela enquanto ficava cada vez mais ansiosa. Mas quando ele
pararam em frente ao portão da mansão, ela ficou congelada de medo. Era isso. Ela estava lá.
Esta seria sua cada durante o próximo ano.

O motorista abriu a porta e a encarou. "Senhorita?"

"Certo." Ela respirou fundo e tentou mover as pernas. Elas não responderam. "Deus."

"Caso a deixe mais confortável, senhorita, você pode caminhar pelo terreno enquanto
descarrego suas malas."

Natalia encarou o motorista. Ele era tão gentil. Seria ele um dos capangas de Alek que
ficava por aí quebrando pernas e atirando nas pessoas? "Obrigada", ela disse enquanto
finalmente descia do carro. "Mas não será necessário. Quero garantir que Bones fique o mais
confortável possível." Ela sabia que estava soando como uma lunática, mas Bones era seu bebê e
sua única conexão com a vida que ela não poderia tocar durante o próximo ano.
O motorista assentiu. "Muito bem. Você pode seguir esses cavaleiros até o seu quarto."

Ela olhou para cima e viu três homens enormes pegando suas malas. Quando viu as
tatuagens e músculos, soube que esses homens não era ajudantes comuns. Quando um dos homens
ergueu a mão para fechar a mala do carro, Natalia viu a blusa dele levantar e exibir a arma que
ele guardava ali. Sua boca secou imediatamente.

Pegando Bones, ela os seguiu até a mansão. Ela esperara encontrar uma mansão decorada
demais e grotesca, mas todos os cômodos era na verdade espaçosos e modernos. Era de bom
gosto e limpo, e quase minimalista. Ainda assim, não ajudou em nada para aliviar seu pânico.

Subindo a escada em caracol, ela passou por várias portas fechadas antes dos homens
abrirem uma porta e levarem suas coisas para dentro. Seu coração despencou quando ela
percebeu que o quarto já estava ocupado. A cama estava desfeita, roupas estavam no chão e
havia uma essência masculina e almiscarada no ar. Havia uma porta do outro lado do cômodo que
revelava um quarto secundário que continha um enorme closet, várias cadeiras e algumas estantes,
uma televisão e uma grande janela. Quando os homens abaixaram suas malas e começaram a
abri-las, ela correu até eles horrorizada.

"Não. Por favor. Eu desfaço as malas."

Um dos homens se ergueu e balançou a cabeça. "Elas precisam ser inspecionadas para o
caso de armas." Não havia um pingo de arrependimento ou desculpa em sua voz, e os homens
continuaram a vasculhar suas coisas. Visto que ela não podia levar nenhuma roupa, suas coisas se
consistiam basicamente em livros, cadernos, eletrônicos e artigos de higiene pessoal. Escondido no
final de uma das malas estava sua roupa intima. Ela esperava conseguir trazê-las. Embora ela
tenha jogado fora qualquer coisa remotamente sexy enquanto fazia a mala, ela tentou trazer seus
sutiãs e roupas íntimas práticas. Elas foram imediatamente jogadas dentro de um saco plástico.

Escondida debaixo da lingerie havia uma foto. Quando um dos homens pegou o resto de
seus sutiãs, a foto caiu no chão. Ela arquejou quando o vidro da moldura quebrou.

"Namorado?" Um dos homens perguntou quando pegou a moldura. Ela se recusou a


respondê-lo quando se esticou para pegá-la.

"Você precisa ter cuidado com minhas coisas. Essa moldura era importante para mim", ela
disse com uma voz grossa enquanto tentava segurar o choro. O vidro quebrado bateu em seu
dedo, e ela arfou e colocou o dedo sangrando dentro da boca.

"Vou arrumar um curativo", o homem disse rudemente. "Já acabamos aqui de qualquer
jeito."

Não houve desculpa por ter quebrado a moldura. Eles imediatamente a deixaram sozinha
na suíte, e ela se enroscou no chão no meio de suas coisas. Segurado a foto de Niko perto de seu
coração, ela se balançou para frente e para trás. Finalmente o choro de Bones penetrou seu
estado de choque, e ela cuidadosamente colocou a moldura de volta na mala. Inclinando-se, ela
abriu a caixinha de seu gato.

Nove quilos de pelo preto saiu da caixa, procurando imediatamente um lugar para se
esconder debaixo da cama. Ela se abaixou no chão e encarou seus olhos dourados. "Está tudo
bem, Bones. Vou me acostumar a este lugar."

A porta do quarto se abriu e ela se levantou. O guarda lhe entregou um Band-Aid para
seus dedos. Natalia tentou sorrir. "Obrigada."

"Alek estará de volta para o almoço. Você se juntará a ele."

Não foi um convite. Os olhos dele se demoraram sobre ela por tempo demais antes dele
deixar o quarto. Ela chupou o dedo antes de enrolá-lo com o curativo. Com um suspiro, ela voltou
para a suíte e começou a retirar as coisas de dentro da mala. Ela não tinha intenção de deixar
nada com cara de lar. Ela apenas tiraria as coisas da mala de acordo com a necessidade.

Natalia também não tinha intenção de usufrui da hospitalidade dele. Ela fechou a porta
para suíte e abriu a cortina para olhar do lado de fora. Ali em baixo, ela podia ver mais guardas
patrulhando ao redor de uma brilhante piscina. À direta havia um lindo jardim ainda estourando
em cores mesmo no final da primavera. Seus lábios se abriram em surpresa. Os terrenos eram
lindos. Claro que eram. Alek provavelmente tinha milhões. Ele queria exibir esse dinheiro por
prestígio e classe.

Zombando, ela fechou as cortinas e sentou-se no chão. Ela não aproveitaria nada daquela
casa. Pegando seu diário, ela escreveu o pouco de informação que conseguira reunir naquela
manhã. Muitas armas. Políticas restritas, Nada ilegal ainda, mas não tinha dúvidas de que
tropeçaria em alguma coisa muito em breve.

Um pouco depois havia um guarda abrindo a porta. "O Sr. Evanoff requisita sua presença
na sala de jantar."

Natalia deu um pulo e o encarou. "Você sabe bater?" Ela chiou. Não haveria nenhuma
privacidade enquanto ela estivesse ali?

O guarda apenas deu um passo pro lado e esperou. Natalia revirou os olhos e o seguiu
para fora do quarto. Alek estava sentado na ampla mesa de jantar com diversos pratos à sua
frente. Ele não sorriu quando a viu, mas seus olhos recaíram sobre o Band-Aid em seu dedo. Ela se
sentou o mais longe possível dele e o encarou.

"Como foi sua manhã?" Ele perguntou suavemente enquanto se servia.

"Inexpressivo", ela respondeu com frieza. "Como foi a sua manhã? Quebrou o braço de
alguém hoje?"

Ele riu suavemente. "Coma. Não vou deixar você morrer de fome enquanto estiver aqui."

Surpreendentemente, seu estômago estava roncando. Ela descobriu o prato à sua frente e
encarou a refeição. Tinha comida suficiente para duas pessoas. Com um suspiro, ela pegou um dos
sanduíches e mordiscou.

"Meus guardas me disseram que você tentou trazer algumas roupas para cá. Você tinha
recebido ordens restritas para não trazer nenhuma roupa. Considere isso um aviso. Caso tente
violar seu contrato de novo, levarei meu descontento até o seu pai."

"Não estava ciente de que calcinhas e sutiãs eram considerados vestuário", ela disse
tentando esconder o medo em sua voz. Talvez você precisasse ser mais específico."

Alek balançou a mão. "Você sabia exatamente o que eu quis dizer. Você vestirá apenas o
que eu quiser, e isso inclui sua roupa íntima." Um pequeno sorriso cruzou o rosto dele. "Talvez em
vez de levar minha raiva até o seu pai, eu simplesmente a leve até você. Me desobedeça
novamente e você vai usar apenas lingerie por aqui."

Ela corou e tentou recuperar o controle da situação antes dele ter mais brilhantes ideias.
"Seus guardas também o informaram de que quebraram uma coisa que era valiosa para mim?"

"Nós vamos substitui-la", Alek disse numa voz despreocupada.

"Tinha valor sentimental", ela soltou.

Ele parou e a encarou. "A moldura ou a foto dentro dela?"

Então ele sabia. Ela tentou manter a emoção longe de seu rosto. Ela não discutiria sobre
Niko com ele. "Isso não é da sua conta."

Por um momento, ela pensou que ele argumentaria com ela, mas ele simplesmente deu de
ombros. "Muito bem. Você já fez um tour pela minha casa?"

"Não quero um tour pela sua casa", ela disse friamente. "Pretendo passar o mínimo tempo
possível fora da minha suíte."

"Você quer dizer fora do meu quarto?" Ele perguntou numa voz sedutora.

Natalia corou imediatamente. "Não foi isso que quis dizer", ela disse numa voz fraca, mas
não conseguiu olhar para cima e encará-lo. Em vez disso, ela pegou o sanduíche e deu outra
mordida.

Alek riu suavemente. "Embora eu pretenda que você passe o máximo de tempo possível no
meu quarto, você também precisará me entreter em outros lugares. Eu tenho uma vida social ativa,
e você estará comigo em todos os momentos. Caso eu queira que você se junte a mim para um
mergulho na piscina, você virá. E quando eu precisar que algum trabalho seja feito, você passar um
tempo no meu escritório. Não há áreas restritas na minha mansão, mas se eu pegá-la na cama com
outro homem, haverá consequências terríveis e sem aviso. Está entendido?"

"Tudo bem", ela murmurou. Ela não tinha nenhum desejo de dormir com nenhum dos guardas
dele, de qualquer jeito.

"Isso também vale para a foto da pessoa que você está escondendo de mim", ele disse
suavemente. Ela sentiu seu coração apertar, mas olhou para ele firmemente.

"Eu o escutei da primeira vez." O tom dela era uniforme, e ela se forçou a continuar
encarando-o. Ela não recuaria agora.

"Bom." Ele empurrou o prato e revirou os ombros. "Temo que ficarei longe a maior parte da
tarde, mas voltarei à noite. Jantaremos privadamente no meu quarto. Para o jantar, mandarei um
garota para vesti-la. Ela será instruída a comprar o que você for vestir. Você devolverá tudo no
final do contrato."

Deus. Ela não queria nem pensar sobre aquela noite. Quando os olhos dele se demoraram
sobre ela, Natalia sentiu-se quente. Se ele tivesse alguma ideia de como afetava seu corpo, ele
tornaria as coisas mais miseráveis para ela. Ela precisava se controlar.

Felizmente, ele deixou a mesa sem dizer mais nenhuma palavra e sem tocá-la. Ela suspirou
em alívio e devorou o resto do sanduíche. Quando ela tentou limpar os pratos, um pequeno grupo
de funcionários apareceu e imediatamente a empurrou para longe. Sentindo-se inútil, ela os
agradeceu e subiu as escadas para se esconder no quarto. Pelo menos ela teria mais algumas
horas sozinha antes de ter toda a sua dignidade arrancada de si.

***

Algumas horas mais tarde, Natalia tinha acabado de tirar Bones de debaixo da cama para
olhar o lado de fora da janela quando escutou uma batidinha na porta. Assustada, Natalia abriu
apenas uma frestinha. Uma pequena e bonita loira estava parada do lado de fora. "Desculpe
incomodá-la, senhorita, estou aqui para ajudá-la a se arrumar para o jantar de hoje à noite."

A mulher olhou Natalia diretamente nos olhos. Se ela sabia que Natalia era uma prisioneira,
não demonstrava isso. Talvez não se importasse. Natalia tinha a sensação de que todos os
funcionários de Alek eram frios e sem sentimentos. Abrindo completamente a porta, Natalia
balançou o braço com um gesto zombeteiro para a mulher entrar. Os olhos da mulher se
arregalaram de surpresa, mas ela entrou. "Gostaria que eu lhe preparasse um banho?" ela
perguntou confusa.

"Não." Um pensamento repentino lhe ocorreu. "Na verdade, talvez eu não tome banho
durante todo o tempo que eu ficar aqui. Fico imaginando o que seu chefe pensaria disso."

Para sua surpresa, a mulher caiu na gargalhada. Ela imediatamente jogou as mãos na boca
para se calar. "Sinto muito", ela disse com os olhos arregalados. "Apenas acho que Alek não
gostaria nada disso."

"Então você consegue falar abertamente", Natalia disse com um pequeno sorriso. "Qual o
seu nome?"
"Anastasia. Você pode me chamar de Ana. Geralmente faço parte da equipe do bufê, mas
Alek achou que a maior parte da equipe seria tímida demais para você", a mulher disse com uma
piscadela.

"Ele tem funcionários tímidos?" Natalia disse secamente. "A maioria deles está carregando
armas."

Ana colocou a bolsa de roupas em cima da cama e encolheu os ombros. "Os guardas e os
funcionários são dois tipos diferentes de pessoas. Alek foi honesto sobre o que você veio fazer
aqui. Devo dizer que é um pouco incomum ele fazer isso. Sequestrar mulheres geralmente não faz
parte de seus planos de pagamento."

Natalia bufou. "E mesmo assim você não parece surpresa."

Ana deu de ombros. "A maioria das mulheres de Alek se rebaixaria ao assassinato se isso
significasse ficar uma noite extra com ele. Passar um ano sob o mesmo telhado que ele não deve
ser difícil.

"Você está brincando?" Natalia exigiu. "Eu vi ele quase matar o meu pai. Passar um
segundo sob o mesmo telhado que ele é horrível, sem falar um ano."

A outra mulher deu de ombros. "Você provavelmente está certa, mas concordou com isso,
então é melhor aguentar. Vamos pular o banho hoje, mas se eu tiver que levá-la a força para o
chuveiro amanhã, farei isso."

"Por favor. Eu poderia acabar com você", Natalia bufou.

Repentinamente, antes que ela pudesse reagir, Ana a girou sobre os ombro e a jogou no
chão. O impacto tirou o ar dos pulmões de Natalia, fazendo-a sibilar enquanto levantava as mãos
para recuperar o fôlego. "Acho que estou errada", disse ela finalmente conseguiu falar
novamente.

"Todos os funcionários passam por um curso básico de combate e autodefesa. Somos


treinamos pelos guardas para nos protegermos em caso de algum hóspede de Alek extrapolar."

Bom, isso era... legal da parte do Alek. Natalia se levantou do chão e balançou a cabeça.
"Bom, vamos ver o que eu devo usar hoje à noite." Ela abriu o saco da roupa e encarou uma
negligee transparente e preta. Engolindo com dificuldade, ela se virou para Ana com pânico nos
olhos. "Por favor, me diz que tem mais."

"Tem mais", Ana disse com um sorriso. Ela cruzou o quarto e abriu o closet. Após
desaparecer lá dentro por alguns minutos, e saiu com um vestido branco de saia rodada.

Curiosa, Natalia espiou dentro do closet. "Alguém esteve ocupado", ela murmurou enquanto
encarava o interior do closet. Estava repleto de roupas femininas, e facilmente era quatro vezes
maior do que o dela.
"Eu fiz a maioria das compras sozinha, então é melhor você me dizer que adorou tudo",
Ana avisou um um sorriso convencido. Ela também entrou no guarda-roupas e puxou um par de
saltos altos. Abrindo uma das gavetas, Ana puxou um par de meia-calça.

"É isso. Meias, negligee, o vestido e os sapatos. Ele gostaria que você mantivesse o cabelo
solto e a maquiagem natural. Sem perfume. Ah!" Os olhos dela se acenderam. "Quase esqueci.
Joias de pérolas", ela disse abrindo outra gaveta.

Natalia engasgou ao olhar a joias de pérola dentro da gaveta. Parecia ter custado milhões
de dólares.

"Baseado nas suas circunstâncias, eu não a chamaria exatamente de mulher de sorte, mas
ele se esforçou", Ana disse enquanto fechava a porta. "Tudo bem. Virei vê-la em meia hora. Esteja
vestida. Me fale se precisar de mais alguma coisa. Bones passou correndo de um cômodo para o
outro. "O que diabos foi isso?" Ana latiu.

"É o Bones, meu gato. Ele é um bom gato. Dificilmente mia e nunca fica no nosso pé. Não
muito.

Ana a encarou. "Ele deixou você trazer um gato? Isso é estranho." Com um encolher de
ombros, a mulher foi embora, e Natalia lentamente começou a tirar sua calça jeans e camiseta. Ela
olhou para suas roupas tristemente. Ela não as veria novamente por um ano. Não era por ela ser
exatamente fã na roupa que vestira hoje, mas tinha mais a ver com ela do que o vestido branco
que a esperava na cama.

Com um suspiro, ela tirou a roupa íntima e a jogou numa pilha. Desconfortável por estar
nua no quarto, ela se apressou para colocar as meias altas e a negligee preta. Sério? Lingerie
preta sob um vestido branco? Isso o excitava? Era completamente transparente, com a exceção da
renda densa bordada em torno das taças do sutiã. Anexado ao cabide, havia uma calcinha de
renda fio dental preta combinando. Ela puxou a calcinha por baixo do negligee e olhou-se no
espelho.

Deus. Ela achava que nunca tinha vestido algo tão sexy em toda a sua vida. Sentindo-se
quase envergonhada, ela tirou a negligee, pegou o vestido branco e o vestiu. Ele tinha um zíper
lateral e servia confortavelmente. Terminando no meio da coxa, exibia o suficiente de sua perna
para ser sexy, mas não ao ponto de fazê-la parecer uma vadia. Tinha um top que mergulhava
baixo o suficiente para um pouco de decote, mas não o suficiente para ser constrangedor.

Após colocar os sapatos, ela se olhou novamente no espelho. Ela parecia ter nascido do
dinheiro, e pela primeira vez na vida, sentiu-se bonita. Ela passou as mãos nas laterais do vestido e
se virou. O tecido se agarrava aos seus quadris e bunda.

Houve outra batida na porta. "Natalia? Você está pronta?"

A meia hora já havia passado? "Sim", ela murmurou. Ana enfiou a cabeça na abertura da
porta e assentiu. "Que isso, garota. Você está ótima. Não esqueça do colar." Ela entrou e balançou
a cabeça. "Além disso, vou precisar verificar se você está usando a roupa certa debaixo do
vestido. Levante-o."

Os olhos de Natalia se arregalaram e ela corou. "Relaxa", Ana disse com um vestido. "É
rapidinho."

Respirando fundo, Natalia ergueu o vestido o suficiente para que Ana visse a lingerie. Ana
assobiou. "Eu sei que você não quer ouvir isso, mas você está gostosa. Deixe-me ajudá-a com o
colar. A equipe está esperando lá em baixo para arrumar tudo."

Os dedos de Natalia já estavam tremendo, então ela deixou a mulher prender o colar. Ana
trabalhou com precisão e rapidamente, e as pérolas pareciam frias contra a pele de Natalia,
"Você acha que sou louca por fazer isso?" Ela perguntou rapidamente. "Se você estivesse no meu
lugar, o que teria escolhido?"

"Eu nunca estaria no seu lugar porque não tenho família. Mas tomei uma decisão quando
vim trabalhar para o Alek, e fiz isso sabendo muito bem que tipo de homem ele era. Só posso
imaginar o que eu faria por alguém que eu amo. Eu nunca a julgaria por essa decisão."

"Estou fazendo a coisa certa", Natalia disse assentindo com a cabeça. "Sobre hoje à noite.
Você mencionou várias mulheres que já dividiram a cama com ele. Alguma delas já saiu fugindo e
gritando?"

Ana sorriu. "Gritando? Sim. Fugindo? Nunca." Ela se inclinou e passou um dedo no pescoço
de Natalia. "Eu a aqueceria se não fosse estritamente contra as regras.

Natalia estremeceu e encarou a mulher. "Para todos ou só para você?"

"Todos. E especificamente para mim." Ana suspirou e deu um passo para trás. "Já posso
dizer que você não joga no mesmo time que eu, mas isso não significa que eu não queira persuadi-
la."

Natalia não conseguiu evitar rir. "Não. Definitivamente, você não é tímida. Obrigada por me
ajudar a ficar menos ansiosa."

"Eh." Ana encolheu os ombros. "Aproveite enquanto durar. Alek tem um jeito de deixar tudo
tenso. Ok. Vou deixar o resto da equipe arrumar o lugar e avisá-lo que você está pronta. Apenas
relaxe e tente se divertir."

"Certo. Me divertir jantando com meu raptor", Natalia murmurou.

Ana balançou a cabeça. "Esse é o espírito." Com um suspiro, ela deixou Natalia sozinha.
Logo, várias mulheres estavam no quarto arrumando uma mesa coberta com um tecido, várias velas
e dois pratos cobertos. Estava parecendo até... romântico.

Embaixo da cama, Bones soltou um pequeno miado. Ela se ajoelhou e esticou a mão para
acariciá-lo atrás da orelha. "Vai ficar tudo bem. Eu ficarei bem."
Logo, a equipe foi embora e houve uma batida suave na porta. Alek entrou usando uma
camisa branca de botão e uma calça preta. A camisa estava desabotoada no pescoço e as
mangas estavam dobradas, exibindo várias tatuagens em seus braços. Ao olhar para ele, não
conseguiu evitar sentir seu pulso acelerando. Ele estava bonito o suficiente para comer.

"Por que você está no chão?" Ele perguntou franzindo a testa.

Natalia revirou os olhos e ficou de pé para arrumar o vestido. "Estou apenas vendo meu
gato. Ele está um pouco nervoso aqui."

"Entendo. Você está adorável", ele disse suavemente. "Espero que Ana tenha sido do seu
agrado. Espero que vocês possam se tornar amigas enquanto estiver aqui."

"Sim. Adoro ter meus amigos escolhidos por mim", ela murmurou. Ele ergueu uma
sobrancelha e ela respirou fundo. "Na verdade, Ana é perfeita. Obrigada. Estou até considerando
passar a noite com ela hoje."

Os olhos dele se arregalaram de surpresa e Natalia riu. "Ah, isso foi fácil demais."

"Sente-se; Eu perguntei ao seu pai qual era sua refeição preferida e mandei que a
preparassem."

"Você o quê?" Natalia perguntou furiosamente. "Você não deveria falar com ele."

"Relaxe." Alek puxou um cadeira e gesticulou para que ela se sentasse. "Recolhi todas as
informações que precisava dele antes de você assinar o contrato. Não tive mais nenhum contato
com seu pai desde então."

Natalia lançou um olhar desconfiado antes de se sentar; Natalia sentiu Alek se inclinar
sobre ela e passar um dedo por seus ombros nus. Ela estremeceu e ele se afastou. Quando ele se
sentou à sua frente, gesticulou para o prato. "Por favor, aproveite."

"O que você estava fazendo hoje?" Ela perguntou enquanto descobria o prato. Bife e
batatas. Embora parecesse delicioso, ela não conseguia comer. "Tornando o pesadelo de mais
alguém realidade?"

Ele nem piscou para a acusação. "Temos que hoje tenha sido mais tedioso. Eu tive que ir a
várias das empresas que supervisiono e rever a papelada. Apesar do que você pode pensar, eu
apenas cobro pessoalmente certos tipos de dívida."

"Então, meu pai era especial?" Natalia empurrou o prato para longe.

"Seu pai não pagava as dívidas dele por um longo tempo, e por causa da idade do
homem, eu estava deixando passar."

"Meu pai lhe devendo por ter pago as mensalidades da minha faculdade." Natalia
balançou a cabeça; "É tudo culpa minha."
"Você tem uma licenciatura em hotelaria e gestão, e ainda assim você está trabalhando em
uma agência de empregos temporários. Por que isso?"

"Eu tinha um bom emprego como gerente em um hotel, mas fui demitida," Natalia disse com
um encolher de ombros. "Os donos do hotel me colocaram na lista negra para os outros hotéis..
Não tive escolha. Meu pai conseguiu o emprego para mim na agência de empregos temporários."

"Por que foi demitida?"

Natalia ergueu os olhos e o encarou. "Me recurei a transar com ele."

Alek pressionou os lábios de descontentamento, mas não fez mais nenhum comentário sobre
o assunto. Em vez disso, ele abriu uma garrafa de vinho. Ela olhou o líquido vermelho enquanto ele
estava sendo derramado em sua taça, e assim que Alek terminou de servi-la, ela tomou em um só
gole.

"Eu pediria para você ir devagar, mas tenho a sensação de que você vai recurar", ele disse
calmamente enquanto bebia sua própria taça.

"Eu preciso estar bêbada para o que você planejou para essa noite", ela disse quando
finalmente abaixou a taça. Ele não a interrompeu quando ela pegou a garrafa para encher a
taça novamente.

"Não é necessário, Natalia. Eu não a possuirei até que você me peça", ele disse
suavemente.

Ela pausou e abaixou a taça. "Sério?"

"Você tem minha palavra. Não a penetrarei até que você me implore." Ele sorriu
timidamente. "Não tenho dúvidas de que isso não vai levar muito tempo."

"Você acha que só porque é sexy, eu vou me jogar em cima de você?" Ela zombou. "Por
favor." As velas dançavam enquanto ela falava, foi então que percebeu o quanto estava falando
alto. Talvez ela devesse ir devagar com o vinho.

"Então você admite que está atraída por mim?"

Natalia revirou os olhos. Ela empurrou algumas mordidas da batata dentro da boca e
tentou não gemer. A comida estava absolutamente maravilhosa.

Ele a observou comer com aquele sorriso presunçoso no rosto, e ela não conseguiu evitar
esfregar uma coxa na outra inquietamente. Quanto mais ele olhava para ela, mais sua mente
viajava para onde não devia. Com medo do que poderia acontecer após o jantar, ela diminuiu o
ritmo consideravelmente, mas isso não importava. Após uma hora, ele se levantou e empurrou a
cadeira dela para longe da mesa.

"Ei! Não terminei", ela gritou enquanto se agarrava à cadeira para não cair.
Alek se ajoelhou na frente da cadeira e ergueu suas pernas. "Você deveria comer mais
rápido da próxima vez", ele disse enquanto deslizava um dedo lentamente da panturrilha até a
parte sensível atrás de seu joelho. Ela suspirou baixinho e tentou puxar a perna, mas ele estava
segurando com força seu tornozelo.

"O que você está fazendo?" Ela disse enquanto ele trocou o dedo pela boca. O hálito dele
era quente contra sua pele enquanto os lábios dele roçaram contra o nylon da roupa. "Você disse
que não faria isso até que eu estivesse pronta."

Erguendo a cabeça, ele sorriu. "Eu disse que não a penetraria. Nunca disse que não a
tocaria." Sem aviso, ele soltou a perna dela e a puxou pelo braço para levantá-la da cadeira. Ela
tropeçou nos braços dele enquanto ele a colocava de frente para o espelho. Ele se colocou atrás
dela e passou os dedos pelas laterias do vestido de Natalia, os olhos dele nunca deixando os dela.

"Eu sei o que você está usando por baixo. Eu escolhi especialmente para você, e estivesse
pensando nisso durante toda a noite", ele admitiu enquanto pressionava os lábios na pele dela. Ela
estremeu sob o toque dele e imediatamente fechou os olhos. Ela parecia uma mulher pegando
fogo, e não queria ver isso. Ela não queria desfrutar do jeito que ele a tocava.

Os nós no topo de seu vestido ficaram mais soltos, e ele lentamente abaixou o zíper. "Abra
os olhos. Quero que veja isso", ele comandou asperamente. "Esperei duas semana para isso."

Quando ela não obedeceu, ele puxou-lhe o cabelo. Arfando devido à dor aguda, os olhos
dela se abriram. Medo misturado com desejo enquanto ele abaixava-lhe o vestido. "Faça o que eu
pedir, e prometo que isso será prazeroso para você", ele murmurou enquanto gentilmente jogava o
cabelo dela para o lado e pressionava os lábios no pescoço de Natalia.

Com o vestido caído nos tornozelos, ela ficou parada de frente para o espelho no sutiã
preto que se repartia no meio do busto e fluía para baixo de seu torso em um tecido fino. "Sabe
do que eu gosto em meias altas?" ele sussurrou enquanto se abaixava para tocar as ligas que a
seguravam no alto. "Adoro o contraste entre a pele nua e o nylon." Natalia não conseguiu evitar
choramingar suavemente quando os dedos dele acariciaram o topo de sua meia.

"Vejo que você também gosta", ele sussurrou. Ele moveu as mãos para cima e esfregou o
vértice coberto de seu sexo. Ela já estava humilhantemente molhada.

"Por favor", ela sussurrou suavemente, mas não sabia o que estava pedindo. O calor
irradiou deles quando ele puxou o corpo dela forte contra si, e ela pôde sentir a ereção de Alek
esfregando-se contra seu corpo.

"Por favor o quê?" Ele sussurrou em seu ouvido. Ele mordeu o lobo inferior de sua orelha,
mas os olhos dele nunca deixavam os seus. Eles eram praticamente piscinas negras de luxúria.

Buscando em seu interior, ela tentou encontrar a força da qual precisava. "Alek, eu
preciso..." O que ela precisava? Ela precisa de uma libertação, e precisava desesperadamente que
viesse dele.
Os olhos dele se estreitaram, e ela conseguiu ver a raiva no rosto dele. O som de seu
sangue pulsando rugia em seus ouvidos enquanto o medo surgia dentro de si. Em vez de machucá-
la novamente, ele a envolveu com o braço e vigorosamente a puxou de frente do espelho. "Na
cama", ele sussurrou enquanto começava a desabotoar a camisa.

Dois podiam jogar esse jogo. "Qual o problema, Alek? Perdendo um pouco do controle
aqui?"

"Na cama", ele disse friamente. "Agora."

As pernas dela tremiam de excitação e medo enquanto dava passos para trás até as
costas de seus joelhos baterem na cama. Sentou-se e lentamente se deslizou para trás. Enquanto
ela o observava tirar a roupa, puxou as pernas até o peito e as abraçou. O corpo dele era
absolutamente magnífico.

Ele também sabia disso. "Gosta do que vê?" Ele perguntou enquanto avançava. Ela tirou os
olhos do peito dele e tentou parecer desinteressada, mas não estava conseguindo enganar a
ninguém. Enquanto ele engatinhava para cima da cama, ele pairou sobre ela e gentilmente a
puxou até que as costas de Natalia ficassem nos colchão. Ela virou a cabeça para longe dele e
fechou os olhos com força. Ele se aproveitou da situação para gentilmente beijar o lado do
pescoço de Natalia.

"Olhe para mim", ele disse suavemente.

Engolindo com dificuldade, ela respirou fundo para virar a cabeça e o encarar. Ele se
abaixou novamente, e dessa vez os lábios dele tocaram os dela. Trancando o maxilar, ela tentou
manter os lábios fechados, mas ele acariciou a pele embaixo de sua orelha, fazendo-a estremecer
de prazer e abrir a boca. Imediatamente, a língua dele a invadiu e acariciou a dela. Quente.
Devagar. Toe-curling.

Natalia gemeu e ele interrompeu o beijo para olhá-la. "Tão doce", ele murmurou
suavemente. "Muito doce. Estou imaginando como é gosto do resto do seu corpo."

Ela esticou a mão e mordeu o dedo indicador para evitar gemer de novo. Ódio e desejo se
misturavam dentro de si enquanto os lábios dele se moviam lentamente sobre seu corpo. Ela queria
desesperadamente que ele arrancasse sua lingerie e passasse a língua sobre seus mamilos, mas
ele não fez isso. Mais, ou talvez menos, ela também queria que ele a deixasse em paz.

A tensão dentro dela apenas se intensificava quando os dedos dele se prenderam à sua
calcinha preta que ele cuidadosamente escolheram e a puxava para baixo. O quadril dela se
remexia embaixo de Alek enquanto ela tentava fechar as pernas, mas ele rapidamente prendeu
as coxas dela e as abriu. Os dedos dele se apertaram contra sua pele, e Natalia não teve dúvidas
de que haveriam marcas na manhã seguinte.

Ele esfregou seu sexo, e ela imediatamente tentou se livrar do aperto dele. Se ele tocasse
seu clitóris, ela não resistiria e seria muito humilhante. Mas ela estava à mercê dele, e ele apenas
lhe lançou um sorriso malvado e abaixou a cabeça novamente.

Alek estava se movendo lenta e metodicamente enquanto enfiava um dedo dentro dela. Ela
tentou abafar o gemido de prazer, mas seus braços estava m enfraquecendo e ela relaxou na
cama. Enrugando a testa em concentração, ela tentou interromper a chama dentro de si. Ela tentou
se focar em tudo, menos no fato de que ele estava enfiando um segundo dentro dela, provando-a,
acariciando-a, mas aquilo era demais.

Natalia não podia fazer nada a não ser sucumbir à sedução dele enquanto Alek
lentamente retirava os dedos e os enfiava novamente. Os músculos dela começaram a se contraria
ao redor dele. "Ah... merda", ela gemeu suavemente.

Ele riu. "Você quer gozar, minha querida? Posso fazer você gozar, se quiser. Tudo o que
precisa fazer é pedir."

O pedido estava na ponta de sua língua, mas ela achou forças de algum lugar para
manter a boca fechada. Ele enrolou os dedos dentro dela, fazendo-a arquear quando ele
encontrou o centro de seu prazer. Arfando, ela enterrou os dedos no lençol e o puxou quando seu
quadril começou a emparelhar com o ritmo dos dedos dele.

Antes dele fazê-la gozar, ele tirou os dedos. A boca de Natalia caiu de remorso. "Não",
ela choramingou e abriu os olhos para ver a língua dele provar os sucos que haviam ficado nos
dedos.

"Não o quê", ele sussurrou enquanto acariciava a pele ao redor de seu clitóris inchado. Um
calafrio percorreu sua espinha, e ela sabia que estava perdida.

"Não pare", ela arfou e fechou os olhos enquanto se odiava por ter feito esse pedido a
ele.

"Quem está perdendo o controle agora?" Ele perguntou com um sorriso, e logo ela sentiu a
língua quente dele substituir os dedos. Ela deslizava para dentro e para fora, repetidamente.
Contra todo o seu bom-senso, ela abaixou as mãos e agarrou o cabeço dele enquanto o
apressava para fazê-la gozar. Finalmente, quando ela pensou que iria gritar, ele esfregou os
dentes sobre seu clitóris e ela explodiu.

Seu corpo se tencionou completamente enquanto o orgasmo a atravessava. Ela nunca


gozara tão forte na vida, e vagamente imaginou se aquele seria o paraíso. Finalmente, ela
afundou na cama de exaustão e fechou os olhos.

Enquanto caía no sono, sentiu os lábios dele tocarem sua orelha. "Durma, minha querida."
Capítulo Quatro
Alek acordou na manhã seguinte ao lado de um corpo quente enrolado nele. Ele virou a cabeça e
viu Natalia com a cabeça descansando sobre seu peito. Ele sentiu uma estranha sensação de paz
enquanto a observava dormir. Ele desmaiara na noite passa e ele a não acordou. A verdade era
que ele ficou mais excitado do que pretendera. Assim que bateu os olhos nela, ele soube que
precisava tê-la.

Mas ele não tinha dúvidas de que ela acordaria nessa manhã completamente humilhada
após a noite passada. Por alguma estranha razão, ele quis lhe dar alguns momentos sozinha para
se recompor.

Lentamente, ele deslizou para fora da cama. Ela se mexeu, e antes que pudesse abrir os
olhos, ele foi para dentro do banheiro e ligou o chuveiro. Enquanto a água quente caía sobre ele,
Alek tentou descobrir o que exatamente ele fizera para se colocar naquela posição.

Quando ele viu Natalia pela primeira vez, ele a desejou. E quando a viu com Petr, ele quis
lhe ensinar uma lição. Mas agora que ela estava em sua cama, ele não conseguiu evitar sentir que
estava fora de si.

E este era um sentimento incomum para ele. A maioria das mulheres se jogavam aos pés
dele, mas cada palavra que ela lhe dizia era repleta de desdém. Claro, ele geralmente não
subornava nenhuma de suas mulheres com a promessa de não matar o pai delas. Então, tinha isso.

Após o banho, ele se secou e se vestiu. Quando saiu do banheiro, encontrou Natalia
sentada na cama, enrolada nos lençóis. "Tudo no guarda-roupa é arrumado demais. Você não
teria um par de jeans para eu usar?" Ela perguntou se olhá-lo nos olhos.

"Nenhum jeans", ele disse suavemente. "Mas tem alguns pares de calça no closet que devem
servir em você."

"Se você está falando daquelas leggings de couro, terei que recusar", ela disse com um
carranca.

"Estou falando dessas leggings de couro, e sua vida pode ficar muito difícil se recusar," ele
disse brandamente enquanto colocava uma jaqueta. "Ana a encontrará brevemente para garantir
que você comeu seu café da manhã. Depois disso, tenho umas papeladas para você organizar e
preencher. Vou tentar vir almoçar com você, mas tenho uma reunião que talvez demore."

"Reunião?" Ela perguntou erguendo uma das sobrancelhas. "Como se você fosse um homem
de negócios? Por favor."

"Eu cuido de vários negócios," ele disse brandamente. "Infelizmente, essa não é uma reunião
de negócios. Está havendo uma disputa territorial que eu preciso cuidar."
"Certo," ela disse com força. "Por favor, saia para que eu possa me vestir."

"Eu vi bastante do seu corpo na noite passada", ele apontou. Ela não disse nada, e ele
apenas sorriu. "Muito bem. Tenha em mente que Ana responde diretamente a mim, assim como
todos nessa casa. Comporte-se, Natalia." Ele se inclinou para beijá-la, mas ela se esquivou.

Ele ficou mais frio quando ela fechou os olhos e segurou a respiração. "Não estou
machucando você, Natalia," ele disse friamente enquanto se endireitava. "Pensei que após a noite
passada, você ficaria feliz com um beijo."

Imediatamente, ela corou e ele se arrependeu de suas palavras. Sem dizer mais nada, ele
caminhou para fora do quarto e bateu a porta. Ele não esperava que ela se jogasse em seus
braços, mas nunca tivera uma mulher se esquivando à sua proximidade. Isso o enchia de raiva.

"Bom dia," Ana disse quando passou por ele no corredor. "Pode me dizer como vou
encontrar sua amiga?"

Alek lançou um olhar de aço. "Acho que você deveria estar mais preocupada em como vai
encontrar a mim."

Ana bufou. "Você está praticando ser durão na sua reunião? Você deveria ser mais legal
comigo, ou vou roupar aquela belezinha bem debaixo do seu nariz." Or over you?”

Alek não conseguiu evitar rir. Ana passava dos limites todos os dias, mas ela provavelmente
era sua melhor funcionária. "Garanta que ela coma o café da manhã hoje. Colocarei uma
papelada na mesa do escritório que eu quero que ela preencha."

"Preencher papelada? Você tem gente para fazer isso", Ana disse com um olhar confuso no
rosto.

"Ela precisa se entrosar aqui dentro."

"Ok. Isso não é nada vago ou estranho. Além disso, você precisa saber que Claudia está
esperando por você lá em baixo. Eu tentei me livrar dela para você, mas aí ela me lembrou que
você não me paga o suficiente para lidar com mulheres como ela."

"Como ela fez isso?"

"Ela me chamou de ajudante. Divirta-se com ela." Ana lhe lançou um sorriso doce antes de
continuar a caminhar pelo corredor. Alek balançou a cabeça. Claudia era um erro e daqueles que
ele deveria ter lidado já há muito tempo.

A linda ruiva estava sentava em sua mesa e tamborilava as unhas na madeira. "Alek.
Dormindo em casa?" Ela desceu da mesa e enroscou as mãos ao redor de sua lapela e ofereceu-
lhe os lábios.

Alek sentiu o beijo com uma espinha de aço. "Você está acordado antes de meio-dia. Só
posso presumir que você nem chegou a dormir."

Ela deslizou uma unha bem-feita por sua gravata e riu. "Estava esperando sua ligação
ontem à noite."

Uma voz penetrou o cômodo vindo das escadas. "Ana, eu gosto de você, mas juro que se
tentar me fazer vestir isso, vou encontrar uma maneira de derrubar você. Você pode até me bater
algumas vezes antes, mas pelo menos um eu acerto. Alek, não sei que diabos você estava
pensando, mas não vou usar glitter na minha bunda..." Natalia parou no final da escada e o
encarou.

Claudia não o soltou. "Alek. Quem é essa?"

Alek soltou as mãos dela vigorosamente. "Claudia, essa é Natalia."

A ruiva cruzou os braços e estreitou os olhos. "Imagino que ela seja o motivo para você não
ter me ligado na noite passado. Tudo bem." Os saltos dela faziam barulho contra o chão enquanto
ela se movia mais para perto de Natalia. "Eu sei que você gosta de agitar nosso relacionamento
com novas mulheres. Mas você sempre volta para mim quando se cansa delas. Você não é o tipo
que ele geralmente gosta, querida."

"Nem pense em tocar em mim," Natalia disse com frieza. Claudia riu.

"Apimentada, não é mesmo? Imagino que isso vai esfriar em breve. Diga-me, Natalia.
Quanto tempo você pretende ficar?"

"Mais tempo do que você, tenho certeza," Natalia disse com um franzir da testa. "Alek.
Podemos falar sobre essa calcinha fio dental que você decidiu que eu deveria vestir hoje? Se você
queria um acesso fácil durante o dia, era mais fácil me fazer usar uma saia."

Claudia respirou fundo, e Alek tentou não rir. "Não especifiquei sua lingerie hoje. Qualquer
coisa que a Ana tenha falado para você vestir hoje é porque ela quer que você vista," ele disse
com um sorriso.

"Ana," Natalia disse com um rosnado. "Vou matar você!" Ela se virou para subir novamente
as escadas, e Claudia se virou para encará-lo.

"Ela esta morando aqui?" A outra mulher perguntou suavemente.

"Sim, está. E enquanto ela estiver aqui, gostaria que você não estivesse", Alek disse
enquanto passava por ela.

"Isso é uma piada?" Ela disse friamente. "Nós estivemos juntos por quase seis meses."

Alek olhou para o relógio. Ele realmente não tinha tempo para lidar com isso. "Claudia, não
tenho certeza se você entendeu nosso relacionamento. Eu tenho dormido com você durante os
últimos seis meses, mas nunca estivemos juntos. E nesse tempo, eu lhe garanto, eu vi muitas outras
mulheres. E agora planejo ver a Natalia."

"Sem ver outras mulheres? Fala sério, Alek. Eu não me importo em dividir," Claudia adulou
enquanto colocava os braços ao redor dele. Dessa vez, ele se afastou e removeu os braços dela.

"Adeus, Claudia. Saia, ou vou chamar alguém para retirá-la. E, por favor, não venha ser
avisar novamente," ele disse enquanto virava-se de costas e partia.

Atravessando a área do salão que era uma série de escritórios. No primeiro escritório, ele
abriu a gaveta e puxou alguns arquivos. Após garantir que o arquivo certo estava ali, ele os
retirou e deixou sobre a mesa. Ele não tinha dúvidas de que Natalia não conseguiria resistir dar
uma olhada neles.

Satisfeito por deixá-la ocupada durante o dia, ele fechou a porta do escritório e pegou o
telefone. "Sasha, você pode garantir que nossos convidados sejam recebidos apropriadamente na
porta. Eles devem chegar dentro de uma hora." E por recebidos, ele quis dizer revistados
minuciosamente.

"Sim, chefe. Você quer que eles entrem pela porta da frente?"

"Absolutamente não", Alek soltou. Ele não queria que nenhum deles visse Natalia. Talvez ele
tivesse deixado Claudia na casa em favor do entretenimento.

Exceto que essa não era a forma com a qual ele trabalhava. Mesmo se Claudia fosse a
maldição de sua existência, ele não a serviria num prato e ofereceria aos seus inimigos.

***

Natalia sentou-se na cadeira de frente para a mesa e ficou se balançando para frente e
para trás por alguns minutos. Alek estava atrás da porta fechada à sua esquerda, e ela desejava
desesperadamente colocar o ouvido contra a madeira e descobrir o que estava acontecendo. Ele
havia espalhado alguns arquivos sobre a mesa que era para ela olhar, e Natalia suspeitava que
nenhum deles teria algo para incriminá-lo.

Era impossível que Alek iria entregar assim alguma prova de suas operações ilegais. Não.
Ela precisaria seduzi-lo, figurativamente, e ganhar a confiança do homem. Ela precisaria provar
que podia ser confiável antes de conseguir sua vingança.

Só que isso seria difícil de fazer se ele continuasse seduzindo-a. Ela simplesmente não
conseguia resistir a ele.

Um perfume pesado e doce pairou no ar, e ela enrugou o nariz de desgosto. Era a
Claudia? Quantas outras mulheres Alek tinha em sua mansão?

Um sentimento desagradável se desenrolou em seu estômago. Isso era... ciúme? Ridículo.


Após uma noite com Alek, não era possível que ela estivesse com ciúmes de outra mulher. Na
verdade, ela devia ficar feliz que outra mulher lhe prendesse a atenção. Ela teria mais liberdade
para bisbilhotas pelos escritórios.

Tentando se segurar a esse pensamento e não no sentimento dentro de si, ela suspirou alto
e abriu uma das pastas à sua frente. Era o perfil de alguém chamado Stephen Frederick. De
acordo com o arquivo, Stephen havia trabalhando para o chefe anterior, Grigori, durante vinte e
sete anos antes dele ser morto em um tiroteio pela cidade. Natalia estou a imagem com uma
pontada de interesse. Por que Alek puxara o arquivo de pessoas que haviam morrido antes dele
tomar o controle?

Abrindo as gavetas, ela passou pelos arquivos até encontrar um nomeado de 'falecidos'.
Seu peito se apertou quando ela percebeu que essa sessão consistia a metade daquela gaveta e
as duas gavetas de baixo. Aparentemente, poucos saíam da máfia com vida. Ela correu os dedos
sobre os arquivos antes de encontrar um lugar para o pobre Stephen Frederick e o colocar de
volta na gaveta.

Não que ela sentisse pena do homem morto. Ele provavelmente também tirara muitas vidas.

O outro arquivo consistia de alguém que também estava morto e que também trabalhara
para Grigori. Morto na jovem idade de vinte e quatro anos. Natalia estremeceu, Olhando o
arquivo, ela percebeu que o jovem havia trabalhado para a máfia por dez anos. Isso significava
que ele começara aos quatorze anos. Como isso era possível?

Sua raiva se amontoava quando ela abriu a gaveta para guardar o arquivo do jovem. O
garoto nem ao menos tivera a chance de viver uma vida. Era isso o que Alek fazia? Ele encontrava
jovens adolescentes e vulneráveis e entregava uma arma na mão deles? O que ele lhes prometia?
Dinheiro? Prestígio? A porra de um doce?

O próximo arquivo que ela abriu fez seu coração ficar gelado. A foto, tirada há três
décadas, era de um rosto familiar.

"Pai?" Ela sussurrou enquanto encarava a jovem feição de Petr Primac. Não era possível
que ele tivesse trabalhado para a máfia. Simplesmente não era possível. Engolindo com força, seus
olhos passearam pela página. Parte de si gritava para que ela fechasse o arquivo e nunca mais
olhasse-o novamente, mas ela precisava saber. Aparentemente, ele trabalhara para o chefão da
máfia anterior aos vinte anos, e se aposentara há dez anos.

Aposentou? Todos os outros tinham morrido, mas seu pai conseguira sair. Como isso era
possível?

Suas mãos tremiam de raiva. Alek deixara esse arquivo de propósito. Ele queria que ela
descobrisse o que seu pai tinha feito. Talvez nem fosse verdade. Talvez fosse apenas uma forma
de manipulação emocional.

Bom, ela não dava a mínima a respeito das ordens que ele dera para ela ficar dentro do
escritório. Se ele queria fodê-la desse jeito, teria que encarar as consequências. Ela queria
respostas. E queria agora.
***

Após Alek ter puxado a papelada e ter dado uma olhada no orçamento para os cassinos,
ele recebeu uma ligação de Sasha para lhe avisar sobre a chegada de Boris. Respirando fundo,
Alek virou sua cadeira e esperou. Para qualquer outro rival, ele teria ficado de pé e lhe apertado
a mão, mas Boris era mais do que um rival. Se Alek tivesse descoberto um jeito de matar Boris, já
teria feito isso.

Boris era um homem nojento. Pesando mais de 136 kg, ele literalmente jogava seu peso
sobre os outros. Quando ele chegou até a porta, levantou a barriga com as mãos e encarou Alek.
"Evanoff. Vejo que seus homens ainda não confiam na gente. Eles colocaram as mãos em locais que
eu geralmente reservo para minhas mulheres especiais."

Alek quis vomitar dentro da boca. "Você não tem a reputação de permanecer dentro dos
parâmetros de nossos acordos." Ele olhou para Sasha. "Eles estavam limpos?"

"Não."

"Encerro meu caso", Alek disse. Ele apontou para a cadeira em frente à mesa. "Sente-se
para terminarmos logo com esse negócio desagradável. Caso queira simplesmente assinar os
contratos, ficarei feliz em devolver suas armas e você poderá ir."

"Se você tiver feito todas as mudanças que requisitei, ficarei mais do que feliz em assinar o
contrato", Boris disse enquanto se espremia na cadeira. A guinchou perigosamente sob ele, e por
um momento Alek pensou que o homem iria cair. Os guardas dele o ladeava em cada canto do
escritório, e Sasha e Misha se posicionaram atrás de Alek. O cômodo estava tenso.

"Como falei anteriormente, as mudanças que você queria eram ultrajantes. Sua proposta de
cassino é em frente a um prostíbulo e perto demais do meu território. Mova-a ao menos 50 km e
não haverá problemas comigo. "

O sorriso deslizou no rosto de Boris. "Eu tenho meu território antes mesmo de você ter
nascido, garoto. Estou aqui simplesmente por cortesia. Construirei meu cassino onde eu quiser", ele
disse friamente.

Alek nem piscou quando tirou um pedaço de papel de dentro da gaveta central de sua
mesa. "Eu sei por algum tempo que você queria construir. Agora, eu gostaria de ser o mais cordial
possível, mas já tomei medidas para garantir que seu cassino não seja construído. Caso não aceite
moveu seu cassino para 50 km de distância das minhas fronteiras, eu vou assinar este contrato que
me permitirão comprar cinco quarteirões de lojas no meio de suas terras."

Com os olhos arregalados, Boris se inclinou e pegou o contrato. "Se algum dos seus homens
colocar o pé em minha propriedade, atirarei para matar. Você perderá muitos homens."

"Muito provavelmente, mas se você manter uma guerra no seu território, vai acabar
diminuindo os negócios. E quando você for forçado a vender mais propriedades, eu vou comprá-
las. Eu tenho você nas mãos, Boris."

Os olhos do homem se encheram de raiva ao se levantar. Assim que ele abriu a boca para
gritar, a porta abriu e Natalia jogou os arquivos na mesa de Alek. "Que diabos é isso?"

Quando Boris olhou para Natalia, Alek ficou de pé rapidamente e encarou o guarda na
porta. "Eu disse que era para ficarmos sozinhos."

O guarda viu a raiva nos olhos dele e balançou a cabeça. "Sinto muito. Vou tirá-la daqui",
ele murmurou enquanto se aproximava para pegar Natalia. Ela fugiu do aperto dele.

"Que diabos é isso, Alek? "Quero respostas;"

"Natalia, estou no meio de uma reunião. Falaremos sobre isso depois", ele disse friamente
enquanto balançava a cabeça em direção ao guarda.

"Espere um momento, Alek", Boris disse enquanto levantava a mão. Ele lambeu os lábios
enquanto encarava Natalia. "Eu gosto da mulheres que você mantém aqui. Você me dá uma noite
com ela e ficarei mais do que feliz em mover o cassino. Você não precisará comprar minha
propriedade."

Natalia arfou e Alek travou o maxilar. "Você não tocará nela. Nunca. Ela é minha."

"Sua. Isso torna o prêmio ainda melhor," Boris disse enquanto se inclinava para tocá-la.
Natalia tropeçou para trás e Alek imediatamente se posicionou entre ela e Boris. Ele sentiu a
repentina e desesperada necessidade de protegê-la.

"Misha, por favor, leve Natalia para fora enquanto termino essa negociação", ele disse
friamente.

"Claro, chefe", Misha disse enquanto levava Natalia para fora do escritório. Ele escutou a
porta fechando atrás de si e olhou para o homem atrás da mesa. "Nem ela ou nenhuma de minhas
mulheres estão em jogo aqui, Boris. Mova seu cassino ou eu vou comprar a propriedade. Tenho
dinheiro de sobra."

Boris suspirou e recostou-se na cadeira. "Quarenta quilômetros para que eu tenha terra o
suficiente para construir. É o mais longe que posso ir sem alcançar distritos residenciais."

Alek se acalmou e sentou-se. "Está vendo o quão bem podemos trabalhar quando
colocamos nossa cabeça no lugar," ele disse enquanto buscava o contrato. Riscando os 50 km, ele
introduziu o novo parâmetro e deslizou o papel para Boris.

O velho homem colocou os óculos e olhou o contrato. Com um grunhido de aprovação, ele
suspirou e empurrou o papel de volta para Alek. "Terminamos?"

"Acredito que sim. Um prazer fazer negócios com você, Boris," Alek disse. Ele não ficou de
pé, mas acenou para que Sasha abrisse a porta. "Devolva as armas de Boris e seus guardas
quando eles estiverem do lado de fora do portão."

Boris riu e assentiu. "Estou ansioso para fazer mais negócios com você, Alek. Acredito que
da próxima vez você não achará as coisas tão agradáveis para você."

Alek não respondeu enquanto Boris e seus olhos iam embora. Ele observou as câmeras, e
quando viu que eles estavam dentro do carro e indo embora, levantou-se e abriu a porta do
escritório. Natalia estava sentada silenciosamente na cadeira encarando o arquivo. "Entre aqui.
Agora."

Ela pegou o arquivo e o seguiu para dentro do escritório. "Diga-me o que é isso," ela
exigiu.

"Você tem alguma ideia do que acabou de fazer?" Ele rosnou. "Boris é um homem perigoso.
Ele pega o que quer."

"Em que isso é diferente do que você faz?" Ela murmurou.

Com raiva, ele a pegou pelo queixo e a forçou a olhá-lo. "Sei que está com raiva por
ontem a noite, mas eu não a machuquei. Você foi dormir com um sorriso no rosto. Eu garanto que
Boris não faria a mesma coisa. Ele estupra. Ele mutila. Ele mata. Ao desobedecer minhas ordens,
você se coloca em perigo."

"E o que você achou que aconteceria quando eu encontrasse isso?" Ela sibilou enquanto se
soltava da mão de Alek e jogava o arquivo no peito dele.

"Achei que você perceberia que seu pai não é o homem que você acha que é. Você queria
saber por que eu fiz uma viagem especial para vê-lo? Agora você tem sua resposta."

Ela chegou os olhos e respirou fundo. "Então meu pai trabalhou para o chefão anterior.
Tenho certeza de que muitos homens fizeram isso. Ele não trabalha para você, então isso significa
que ele conseguiu sair. E isso é tudo o que me importa."

"Ah, eu ficaria muito desapontado se isso for tudo o que lhe importa. Seu pai recrutava
pessoas para trabalhar para a máfia. E quando eu disso pessoas, quero dizer jovens que
achavam que não tinham escolha."

"Pare", Natalia disse levantando-se. "Você está mentindo."

"Não estou. Petr e eu éramos muito próximos. Você acha que é um martírio para ele, mas
não é. Ele sabia o que lhe esperava quando pegou aquele dinheiro e não pagou de volta, e ele
sabia o que acontece com membros da família. Ele não se importa com você, Natalia. Ele está mais
do que aliviado por eu ter feito esse acordo com você."

Ele ergueu a mão subitamente e o estapeou no rosto. O barulho da mão em seu rosto o
silenciou, fazendo-o absorver a dor. Quando ele se virou para olhá-la novamente, ela parecia
aterrorizada. Sem aviso, ele esticou o braço e agarrou a mão de Natalia. Ela gritou, e ele a
inclinou para trás e a puniu com um beijo forte; Era forte e a intenção era a de ser humilhante, mas
quando os lábios dela se separaram e ele mergulhou em seu calor sedoso, Alek não conseguiu
evitar mas perder-se no beijo. Quando ele a soltou, os olhos dela estavam brilhando de luxúria e
seu coração bateu forte no peito. Ela estava sob sua pele, e Alek não gostava nada disso.

"Nunca mais me bata", ele disse suavemente enquanto se afastava; "Com licença. Tenho
trabalho a fazer. Fique arrumada e pronta para o jantar de hoje à noite. Temos um compromisso."

"Você está errado a respeito de meu pai", ela disse com a voz rouca.

"Não, Natalia. Você está. Saia."

Ela pegou o arquivo e saiu do escritório sem dizer nenhuma palavra. Alek encontrou-se
encarando a porta fechada por um longo tempo, perguntando-se se ela causaria mais problema
do que valia a pena encarar.
Capítulo Cinco
Natalia encarava o arquivo enquanto Ana enrolava sua cabelo com a prancha. Ela nem se mexeu
quando Ana acidentalmente encostou a prancha quente em sua pele. "Ah, merda! Desculpe."

Ela balançou a mão. "Nada demais."

"Ok. Posso perguntar por que uma pele queimada não a incomoda?" Ana disse enquanto
pegava outra mecha.

Natalia abriu o arquivo. "Esse é Petr Primac. Ele é o meu pai."

Ana abaixou-se e olhou a antiga foto. "Ele é bonito. "Agora vejo de quem você puxou a
aparência. Por que isso está lhe incomodando?"

"Isso faz parte do arquivo do predecessor do Alek. Aparentemente, meu pai trabalhava
para ele como um recrutador."

"Que merda." Ana abaixou a prancha e se encostou na penteadeira. "Você está bem?"

Natalia colocou uma mecha de cabeço atrás da orelha. "Alek queria que eu encontrasse
isso. Ele sabia que eu iria bisbilhotar pelos arquivos e encontraria isso. Que tipo de homem faz
isso? Eu posso conhecer Petr por pouco tempo, mas ele é o meu pai. E ele tem tentado bastante ser
meu pai. E Alek deixou essa bomba para eu encontrar."

"Não foi muito elegante da parte dele", Ana franziu as sobrancelhas. "Olha, seu pai não
faz mais parte da máfia. Poucas pessoas conseguem sair. Isso diz muito."

Natalia balançou a cabeça e fechou o arquivo. Seu pai tinha segredos, e ele não precisava
lhe contar. Ela não deveria julgá-lo por isso. "Você está certa." Sorrindo, ela encontrou os olhos de
Ana no espelho. "Cachos? Pra que diabos estou me arrumando toda?"

"Bem-vinda de volta ao presente, Natalia." Ana riu. "Alek tem um evento de caridade ao
qual precisa comparece todos os anos. Ele geralmente vai sozinho. Você deveria sentir-se honrada
por ir com ele."

"Ana, quando você vai entender que sou uma prisioneira", ela murmurou. "Não estou com
ele por vontade própria. Estou algemada a ele."

"Então você não aproveitou a noite passada."

Imediatamente, memórias de como ele quase incendiara seu corpo passaram por sua mente.
Seus dedos se curvaram ao pensamento do que a boca e dedos de Alek tinham feito com ela.
Deus, ela gemera. Ela sussurrara. Ela gritara.
Ela derretera nos braços dele.

"Não quero fazer sobre a noite passada," Natalia sussurrou. "Foi... humilhante."

Ana abaixou a prancha e passou os dedos pelo cabelo de Natalia. "Bom, essa noite você
definitivamente não parecerá humilhada. Eu a transformei numa granada explosiva. Sou muito boa
nisso."

Natalia não conseguiu evitar rir enquanto se levantava. O vestido verde-escuro que ela
estava usando deslizava por seu corpo como uma cascata. Tinha uma fenda nos dois lados para
exibir suas longas pernas e uma gola baixa. Quando ela vestiu a sandália que combinava com o
vestido, não conseguiu evitar se sentir da realeza.

Mas ela não era da realeza. Ela era o brinquedo de Alek, e precisava se lembrar disso.

"Obrigada, Ana", Natalia disse com um sorriso forçado. "Tem alguma outra instrução do
Alek que eu preciso escutar antes de descer?" Ana olhou nervosamente para o chão, e Natalia
cruzou os braços. "O que é? Você ir em frente e me falar logo."

"Alek apenas gostaria que eu a lembrasse que de haverá pessoas influentes na festa. Se
você falar com alguém sobre o acordo ou agir de alguma forma diferente, haverão
consequências."

"Pessoas influentes? Então não devo me preocupar em ter sangue voando no meu lindo
vestido?" Natalia perguntou de gozação.

"Aonde ele te achou e por que pensou que você se comportaria?" Ana disse enquanto
balançava a cabeça. "Claro, eu gosto de você."

Natalia riu. "Eu sei. Caso eu decida que gosto de mulher, te aviso. Pelo jeito que minha vida
está indo, serei sua antes do final do ano."

Ana enrugou o nariz. "Duvido. Quando eu vejo as mulheres dele irem embora, me pergunto
se talvez eu devesse lhe dar uma chance."

"Sério?"

"Claro que não. Eu gosto das minhas meninas." Ana riu. "Ok. Você está gostosa. Vá para
matar, aja como uma bobinha e se comporte."

Natalia acreditava firmemente que não conseguiria se fazer de bobinha. Afinal de contas,
ela estaria dividindo a cama com um chefão da máfia durante um ano. Não tinha como ser pior do
que isso. Olhando uma última vez o arquivo, ela tentou tirar o assunto de sua cabeça. A não ser
que ela quisesse tentar algo perigoso naquela noite, ela precisava tirar sua cabeça de Petr.

Segurando o corrimão da escada com umas das mãos, com a outra ela levantou o vestido
para não arrastar no chão. Como num conto de fadas, Alek estava esperando por ela no final da
escadaria. Claro que, na maioria dos contos de fadas, o lindo homem não estava rodeado por
cinco homens armados. "Você está atrasada", ele rugiu.

"Você também está bonito", ela disse com um sorriso doce. Ela parou na frente dele e lhe
ofereceu a bochecha. Ele a olhou cansadamente e não lhe deu o beijo ridículo. Em vez disso, ele a
olhou de cima a baixo e grunhiu.

"Vai servir. Vamos embora."

O motorista parou na porta da mansão e abriu a porta. "Você está linda, senhorita", ele a
elogiou com um grande sorriso.

Inclinando a cabeça, Natalia sorriu timidamente. "Você é um doce. Poderia ensinar algumas
coisas ao seu chefe", ela disse enquanto deslizada para o banco de trás. Alek revirou os olhos e se
juntou à ela.

"Você não recebeu ordens para se comportar?"

"Sim, por isso preciso colocar tudo para fora agora", Natalia disse com um encolher de
ombros. "Para onde estamos indo, afinal?"

"Evento de caridade para arrecadar dinheiro para os orfanatos russos", ele disse
brevemente enquanto olhava para fora da janela. Natalia piscou.

"Espera. Sério? Você doa dinheiro para orfanatos?"

Alek se virou e a encarou. "Fiz coisas ruins, Natalia, mas possuo muitas camadas. Tento não
ser um cara ruim o tempo todo."

"Não é uma balança, Alek. Você não pode anular as pessoas que machucou ao jogar o
dinheiro delas em boas causas", ela soltou.

"As pessoas que vão ao meu cassino não são pessoas boas, Natalia. Elas são jogadoras
degeneradas. Para aqueles que eu acho que posso ajudar, aqueles que tem um vício e famílias
que sofrem com esse problema, eu não vou atrás deles. Mas o resto sabe exatamente no que está
se metendo. Você preferiria que eu fechasse meus cassinos e deixasse essas outras causas de lado
por causa disso?"

"Outras pessoas podem doar", Natalia apontou, mas não havia convicção em sua voz.
Quando ele falava desse jeito, quase parecia fazer sentido.

"Cada pequena ajuda conta", Alek disse suavemente. "Você passou um bom tempo olhando
os meus arquivos hoje. O que achou da minha operação?

Natalia virou a cabeça para o outro lado. A verdade era que ela nem tinha chegado perto
da superfície do que estava esperando encontrar. Estivera muito preocupada com as novidades
sobre eu pai. "Aquele homem no seu escritório", ela disse suavemente. "Quem era?"
“Boris Netchky. Ele é um chefão da máfia que tem conduzido seus negócios desde antes de
eu nascer. Ele controla duas vezes mais território do que eu, e é um homem sórdido. Queria que ele
nunca tivesse posto os olhos em você."

Ela pôde sentir o olhar de Alek em si, e virou a cabeça. Aquilo era preocupação nos olhos
dele? "Se ele é seu rival, o que estava fazendo aqui?"

"Boris quer construir um cassino no território dele, mas fica a 10 km do meu. Não quero a
clientela dele perto dos meus negócios. Eu disse para ele mover o cassino dele ou começaríamos
uma guerra."

Os olhos dela se arregalaram. "E ele concordou com isso?"

Alek deu de ombros. "Boris é grande demais para suas calças, e digo isso figurativa e
literalmente. Ele está sangrando dinheiro, e está sendo forçado a vender algumas propriedades. I
ameacei comprá-las e, embora isso significasse alguns anos violentos, seria pior para ele a longo
prazo. Quanto mais dinheiro ele gastasse para me tirar de lá, mais propriedade eu poderia
comprar. No final, eu venceria."

"Então por que você não faz isso?"

Alek olhou atentamente para ela. "Você tomou uma decisão rápido e que mandaria alguns
homens à morte. Interessante."

Natalia corou e olhou para baixo. Ela nem havia pensado nisso dessa forma. "O negócio
da máfia não é tão simples quanto parece", ele disse calmamente enquanto esticava a mão e
levantava o queixo dela. "Tenho bastante gente trabalhando para mim, e preciso considerar a vida
deles em relação a toda decisão que eu tomo. Há algumas maneiras fáceis de resolver as coisas,
mas o sangue do meu povo correria nas ruas, e não aceito isso."

"Eu nem tinha pensado..." ela murmurou. Ele se inclinou e pressionou os lábios nos dela, e
pela primeira vez desde que chegara ali, ela aceitou o beijo. Ela ficou agradecida por ele tê-la
calado. Houve um estrondo suave no peito dele quando ele estendeu a mão e tocou sua coxa nua
através da fenda do vestido. Ela abriu a boca num pequeno suspiro, fazendo-o tirar vantagem da
situação e aprofundando o beijo, a língua dele se enrolando na sua.

Natalia não conseguiu evitar virar o corpo na direção dele. Sem nem ao menos perceber,
ela passou os dedos ao longo dos botões da camisa dele. Na noite passada, ela ficara
aterrorizada em tocá-lo, mas agora a vontade era grande demais. Ela ainda podia se lembrar no
corpo que se escondida embaixo das roupas dele, e estava a poucos movimentos de distância de
seus dedos. Se ao menos ela deslizasse um ou dois botões para fora dos buracos, poderia passar
os dedos e sentir os músculos embaixo naquela pele quente.

Alek interrompeu o beijo. "Se você não parar, vamos dar um belo show para o meu
motorista", ele sussurrou em seu ouvido enquanto as mãos dele subiam cada vez mais.
Foi realmente um banho de água gelada, e ela resolveu tirar a mão. Com uma risada
baixa, ele também se afastou. Ela puxou a saia de volta para o lugar e encarou o lado de fora
da janela enquanto suas bochechas queimavam furiosamente.

"Minha querida, você não precisa se sentir mal a respeito de sua reação a mim.
Simplesmente porque você não gosta de mim, não significa que não possa me aproveitar. Acredite
em mim quando digo que todos os seus sentimentos intensos, inclusive o ódio, são suficientes para
acender uma chama", ele sussurrou para ela.

"Não me sinto mal", ela disse quietamente. "Me odeio por isso."

Alek não disse mais nada enquanto o carro continuava a andar, mas ele também não se
afastou dela. Ela não soube disse se ele tinha ficado feliz em saber isso ou não, mas não deixava
de ser verdade.
Capítulo Seis
Alek viu Natalia ficar de boca aberta quando o carro estacionou em frente da mansão. Décadas
atrás, o lugar tinha sido um armazém que foi transformado em um orfanato. Durante as primeiras
reformas, o orfanato tinha tentado de tudo para conseguir doações para consertar o lugar, mas
ninguém achou que o projeto merecia atenção. Desde que ele começara a doar dinheiro
publicamente, virou moda. Agora o orfanato quase nunca ficava sem dinheiro, e isso alegrava Alek.

Não fazia mal que sua reputação garantisse que ninguém abusasse do dinheiro recebido.

Natalia encarava de boca aberta todas as pessoas que passavam. Alek não podia culpá-
la. O evento de caridade convidou todos, desde pessoas ricas até celebridades. Havia modelos,
atores e atrizes, herdeiros ricos, e até algumas figuras políticas de diferentes países.

"Você tem permissão para andar com essas pessoas?" Ela soltou repentinamente.
Imediatamente, as bochechas dela coraram e ela tapou a boca com as mãos. "Desculpe", ela
murmurou.

Alek riu suavemente. "Não se preocupe. Você pode falar o que quiser, só peço que tome
cuidado com o que diz na frente dessas pessoas. Se tentar arrumar problema, garanto que não
será bom para você."

As palavras dela ainda ecoavam em sua mente. Ela se odiava por desejá-lo. Ele não
conseguia se decidir como se sentia a respeito disso.

"Alek! Meu querido! É tão bom vê-lo!" Uma mulher mais velha, com cabelo ruivo brilhante e
encaracolado e usando maquiagem demais se apressou sobre ele o beijou na bochecha. Ela sorriu
para Natalia. "E quem seria essa criatura extraordinária?"

"Dorie, essa é minha amiga, Natalia," Alek disse suavemente. A mulher não exitou em se
aproximar e abraçar Natalia. Mas esse era simplesmente o jeito dela. Ela queria acreditar no
melhor de cada um. Talvez se Dorie tivesse estado no controle do orfanato, ele tivesse virado uma
pessoa diferente.

Natalia parecia atordoada enquanto a mulher a abraçava. "É um prazer conhecê-la",


Natalia disse sem jeito.

"Vocês dois aproveitem a festa", Doei disse. "Tenho que falar com algumas pessoas." Ela
saiu distraidamente.

"Quem era?" Natalia disse enquanto o encarava.

"Dorie é a diretora aqui do orfanato. É uma boa mulher", Alek disse com um sorriso. Natalia
ainda parecia atordoada.
"Ela parece muito amigável com você."

"Ciúmes?"

Natalia bufou. "De uma mulher de cinquenta anos? Claro que não."

Alek esticou a mão e levantou o rosto dela. "Isso significa que se uma mulher jovem e bonita
aparecer e flertar comigo, você ficaria com ciúmes?"

O rosto dela enrijeceu e ela se soltou dele. "Não seja ridículo."

Ele voltaria no assunto quando alguém chamasse sua atenção. "Misture-se, Natalia. Divirta-
se. Mas não fale uma palavra do nosso acordo, porque apesar de todos aqui estarem cientes do
tipo de organização que eu controlo, é melhor não dizer em voz alta. Estamos entendidos?'

Assentindo, ela não ergueu a cabeça para olhá-lo. Ele abaixou a mão e apertou o pulso
dela com tanta força que ficou surpreso por ela não ter gritado. Alarmada e chateada, ela olhou
para ele. "Eu entendi", ela sibilou.

"Sorria, minha querida. Você não quer que os outros pensem que está chateada", ele disse
enquanto se abaixava e passava os lábios na bochecha dela. A pele dela era tão macia que, por
um momento, ele ficou tentado a se demorar ali, Mas havia pessoas com quem ele precisava fala, e
haveria muito tempo para brincar com sua mulher mais tarde.

Deixando-a, ele se moveu pela multidão com seus olhos em uma pessoa. Algumas pessoas
saíram de seu caminho e algumas murmurarão "olás". Anton estava de costas para ele, mas os
rostos de seus acompanhantes enrijeceram quando Alek chegou perto. Anton se virou e franziu o
cenho.

"Alek. Deveria ter adivinhado que você estaria aqui", o homem de negócios disse com
cuidado. Ele olhou nervosamente, e Alex suprimiu um sorriso.

"Claro que estou aqui. Nada me manteria longe. Principalmente quando descobri que você
estaria aqui." Alek deu um tapinha nas costas do homem e se inclinou para mais perto. "Tive uma
reunião interessante com Boris hoje mais cedo."

O homem ficou pálido. Anton era um empreiteiro rico que ocasionalmente trabalhava tanto
para Alek quanto Boris, mas Alek tinha mais controle sobre ele do que Boris. Porque Alek sabia
algo a respeito do passado de Anton que o homem preferia manter em segredo. E Anton devia
saber que tentar construir uma propriedade para Boris perto demais das fronteiras de Alek não
seria bom para ele.

"Alek", Anton disse enquanto limpava a garganta. "Talvez você prefira conversar sobre isso
num melhor momento."

"Ah, não há nada sobre o que conversar, Anton. Já deixei claro que Boris deve mover seu
novo cassino para longe do meu território. E eu não devo ouvir mais nada em relação a isso. Mas
nós dois sabemos que Boris é... como podemos dizer... esquecido, e ele pode esquecer tudo que eu
disse hoje na reunião. Se esse for o caso, espero que o lembre firmemente que você não vai
construir o cassino dele tão perto das minhas propriedades. Nós estamos entendidos?"

"Alek", Anton disse numa voz baixa. "Você sabe que quero ajudá-lo, mas estou sob contrato
com Boris. Não tenho escolha."

"Um contrato?' Alek disse com as sobrancelhas erguidas. "Bom, isso é interessante. Não sei
por que você assinou um contrato com Boris, mas tenho que dizer que não foi muito inteligente de
sua parte. A verdade é que não dou a mínima para o seu contrato, Anton. Se construir um cassino
para o Boris num lugar que eu não vá gostar, você vai descobrir que tenho os lábios soltos."

O homem mais velho lambeu os lábios e olhou ao redor para ter certeza de que ninguém
os tinha ouvido. Alek sabia que há cinco anos, Anton havia assassinado a esposa e feito parecer
que ela tinha desaparecido. Ele tinha dinheiro suficiente para abafar o caso, mas Alek tinha
provas. Ele podia ter ido até a polícia anos atrás, mas ele sabia que Anton conseguiria colocar
tudo debaixo do tapete. Soltar essa informação para a polícia era uma questão totalmente
diferente.

"Farei o melhor que puder", Anton disse enquanto seus olhos se arregalavam de pânico.
"Prometo."

"Não quero o seu melhor, Anton. Apenas faça." Uma sombra passou por eles enquanto
alguém se juntava à conversa para cumprimentar Anton. Alek se endireitou e colocou um sorriso
falso no rosto. O homem mais velho ficou grato por alguém ter interrompido a conversa, e Alek
deixou para lá. Ele odiava conduzir negócios como esse durante o evento de caridade, mas ele
sabia que Anton o evitaria. E agora que ele falara o que queria, não tinha nenhuma vontade de
fazer uma cena. Lentamente, ele se virou e escaneou a multidão para encontrar Natalia.

"Ela é linda."

A voz era como unhas arranhando um quadro-negro, e Alek estremeceu enquanto se


virava. Claudia, enrolada numa vestido colado vermelho, encarava-o.

Ele ia se fazer de bobo e perguntar sobre quem ela estava falando, mas Alek realmente
não queria entrar no assunto. Ela, porém, não estava disposta a deixar para lá. "É impressionante
como o dinheiro por mudar uma garota", ela disse. O veneno praticamente escorria dos lábios
dela.

"E você está me dizendo que este dinheiro não é responsável por cada centímetro seu?" Ele
disse sarcasticamente.

"Não acredito que você a trouxe. Você nunca me trouxe nos seus eventos de caridade."

"Ela não está fazendo uma cena," Alek apontou enquanto tentava passar por Claudia.
"Você está."
Antes que ele pudesse piscar, ela o agarrou pelo casaco. "Alek, por favor." A voz dela era
suave e suplicante. Ele a olhou com perplexidade. Durante todo o tempo que ele conhecera
Claudia, ela nunca havia parecido tão vulnerável como agora. "Você precisa entender meu ponto
de vista. Você me largou como um saco de lixo. Sem aviso. Num minuto eu estava na sua cama, no
outro você já tinha me substituído. Só quero saber o que fiz de errado. "Mereço pelo menos isso."

Gentilmente, Alek removeu a mão dela. "Claudia", ele disse suavemente, "não é você. Antes
de você, eu nunca havia mantido uma mulher por mais de um mês. Nos divertimos, mas já estava na
hora de seguir em frente. Você sabia que não duraria para sempre. Eu não sou assim. Não me
comprometo."

"Mas ela está morando com você", Claudia disse. A amargura retornara à voz dela, e Alek
estremeceu.

"Não é um romance, Claudia. Apenas política. Você está aqui com quem?"

Sua ex revirou os olhos. "Vlad", ela murmurou.

Alek tentou não rir. Vlad era um homem rico e uns trinta anos mais velho que ela. Ele era um
bêbado nojento, mas Alek não ficou surpreso que Claudia recorreria a ele. Claudia seguia o
dinheiro, e não se importava realmente de onde ele vinha. Ela não se importava com a violência
que ele precisava lidar. Ele sabia que ela ficava feliz só com o fato dele ser jovem e bonito.

"Aproveite sua noite, Claudia. Deixe Natalia em paz", ele disse enquanto se afastava e
continuava procurando por Natalia. O salão de festas era enorme, e não ficou muito preocupado
quando não conseguiu encontrá-la. Mas quando muitos minutos se passaram e ele ainda não a
tinha encontrado, começou a ficar inquieto.

Talvez ele a tivesse deixado sozinha por muito tempo e cedo demais. Será que a notícia
sobre o pai dela a faria ir embora? Afinal, ele queria que ela descobrisse que tipo de homem ela
estava protegendo. E se ela tivesse decidido que ele não merecia mais proteção?

Um sentimento pouco familiar começou a crescer na boca de seu estômago. Algumas


pessoas pararam para falar com ele, e Alek tentou se focar na conversa. Silenciosamente, ele
tentou se convencer de que ela provavelmente estaria no salão ou na varanda. Mas ele não
conseguiu evitar sentir medo dela ter ido embora.

E não conseguia entender por que isso o deixava tão chateado.

***

Após Alek a ter abandonado, Natalia ficou parada constrangedoramente perto da comida,
beliscando-a. Ela não estava com raiva, mas precisava fazer alguma coisa com as mãos. Parte de
si não conseguia acreditar que um chefão da máfia era íntimo de ricos e famosos. Parte de si não
conseguia acreditar que ela deveria ficar perto dos ricos e famosos.
Beliscando a comida, ela se manteve sozinha. Ela não tinha absolutamente nada em comum
com aquelas pessoas, e tentou se manter invisível. Infelizmente, a ex de Alek já tinha lhe visto e
estava lançando dardos venenosos com os olhos. Além disso, muitos homens passavam babando por
ela. Se ao menos eles soubessem sua história.

Se ao menos eles soubessem com quem ela estava ali.

Nenhuma das mulheres se aproximou e tentou cumprimentá-la ou deixá-la confortável. Após


beber duas taças de champanhe, percebeu que tinha tinha sido o suficiente. Separando-se da
multidão, ela começou a explorar o resto da mansão.

O andar de baixo estava magnificamente decorado, mas o resto da casa estava plana;
Enquanto Natalia vagava pelos corredores, ela viu os brinquedos deixados para trás e os
desenhos feitos de giz de cera na parede. Sorrindo suavemente, ela passou as mãos sobre eles.
Era difícil acreditar, após ver o andar de baixo, que o lugar era para crianças.

"Tento não deixar que eles pintem as paredes, mas quando fazem, deixo os desenhos aí
por uma semana ou duas. Eles sempre acham que é uma obra de arte."

Natalia se virou para encontrar Dorie sorrindo para ela. "Desculpe," Natalia balbuciou.
"Provavelmente eu não devia estar aqui."

"Por favor", a mulher mais velha acenou a mão com um sorriso. "Vocês todos pagaram tanto
dinheiro para estar aqui que têm permissão para ir a qualquer lugar. E qualquer convidada do
Alek também é minha convidada. Além do mais, pude notar que você estava desconfortável lá em
baixo."

"Muito desconfortável", Natalia confessou com um sorriso. "Estava sentindo que qualquer
coisa que eu tocasse me custaria um ano inteiro de trabalho. Não cresci com dinheiro."

Dorie riu. "Conheço a sensação. Eu vivo com calça de moletom. É mais fácil para correr
atrás das crianças. Se dependesse de mim, eu apenas recolheria o dinheiro e agradeceria, mas
Alek acha que festas ostentosas trazem mais dinheiro. Ele está certo, claro. Os ricos adoram um
bom evento de caridade, para que possam exibir o quanto eles são humanitários enquanto bebem
a bebida mais chique e a melhor comida. A festa nos deixaria falidos se não fosse o Alek
bancando tudo."

"Alek está pagando por isso?" Natalia disse franzindo a testa. "Sério?"

A mulher inclinou a cabeça e a encarou. "Há quanto tempo você está com o Alek?" Natalia
abriu a boca antes de fechá-la novamente. Alek havia avisado para não falar sobre a situação
deles para ninguém. Dorie pareceu entender. "Foi uma pergunta rude. Não devia ter perguntado.
Posso ver que você não conhece o Alek muito bem. Deixe-me adivinhar. Você olha para ele e só vê
um gângster?"

"Você sabe?"
"Querida, isso é a Rússia. Todos sabem. Se não fosse pela história do Alek, eu não aceitaria
nenhum centavo dele. Honestamente. Que tipo de mensagem eu estaria passando se eu criasse
essas crianças com o dinheiro de um chefão da máfia violento? Mas quando eu precisava
desesperadamente da ajuda, ele estava lá. Eu assumi o orfanato há alguns anos para ajudar essas
crianças, e pensei que precisaria fechar o lugar. Não havia nenhum dinheiro aqui. E quando me dei
conta do que acontecera com essas crianças, eu não queria me envolver."

"O que aconteceu?" Natalia perguntou suavemente. Ela tinha a sensação de que já sabia a
resposta.

"Quando o antecessor de Alek, Gregori, estava no comando, as crianças eram recrutadas.


Elas eram elegíveis a partir dos dez anos. Dez. Consegue imaginar isso? Meninos saudáveis eram
estudados e depois eles precisavam escolher. Podiam encontrar um lugar seguro, uma família e um
lar sob os olhares de Grigori, ou podiam esperar que alguém os adotassem. Aos dez anos, a
maioria das crianças entendia que estavam muito velhos para alguém querer adorá-los. Quase
todos aceitavam a oferta de Grigori. Quem não aceitaria? Eles desesperadamente queriam alguém
que os protegesse, que os amasse, e Grigori oferecia isso."

"Meu Deus," Natalia disse enquanto pressionava a mão no estômago. Ela pensou que ficaria
enjoada. "Então, Alek?"

Dorie assentiu. "Alek não fala sobre isso, mas olhei o arquivo dele depois que ele entrou em
contato comigo. Ele deixou o orfanato aos onze anos. Ele estivera aqui desde os quatro, então não
tenho certeza por que Grigori não o levou mais cedo. Ou talvez ele tenha tentado, mas Alek
resistiu. Mas quando ele assumiu o lugar de Grigori, a primeira coisa que ele fez foi expulsar a
antiga diretora. Eu estava trabalhando como empregada na época, mas ele me ofereceu o
emprego com algumas condições. Não haveria mais crianças recrutadas. Ele queria ajudar. Ele
queria colocar dinheiro novamente na instituição para torná-la ótima e dar a essas crianças uma
chance. Eu sei que Alek não é um bom homem, mas para essas crianças, ele é um anjo. E deixe-me
lhe contar, nada passa batido por ele. Ele supervisiona os livros toda semana para garantir que
todo o dinheiro está indo para as crianças.

Natalia não queria perguntar, mas precisava. Precisava saber da verdade. "Dorie, você já
ouviu falar de um Petr Primac?"

"Não o conheci, mas todo mundo precisa assinar um livro ao entrar. Eu sei que Petr recebeu
um passe próprio porque ele vinha com muita frequência."

"Ah, Deus." Natalia se recostou na parede para que não desmaiasse. Alek não estava
mentindo. Seu pai era um recruta para Grigori. Seu pai recrutava crianças órfãs que pensavam
que não tinham para onde ir.

Seu pai recrutara Alek.

"Senhorita, está se sentindo bem? Você não parece muito bem."


Natalia respirou fundo. "Estou bem. Sinto-me um pouco sobrecarregada. Tem algum lugar
onde eu possa ficar sozinha até me sentir melhor?"

Dorie a pegou pelo braço. Natalia resistiu à vontade de abraçar o braço da mulher e
chorar. Ela parecia tão maternal, e Natalia adoraria um conselho. "Venha, minha querida," Dorie
disse. "Você pode se recompor no meu quarto."

Ela guiou Natalia até o final do corredor e abriu a porta de um quarto escurecido.. Natalia
sentou na cama e sorriu fracamente. "Obrigada."

"Posso lhe trazer um pouco de água?"

"Não, só preciso de alguns minutos para me recompor. Já vou descer. Você foi muito gentil
comigo. Obrigada."

"Tudo bem, querida. Pode ser difícil ficar perto de todas essas pessoas. Leve o tempo que
precisar." Dorie achou que tinha entendido, mas ela não tinha ideia.

Assim que ficou sozinha, Natalia sentiu as primeiras lágrimas brotarem em seus olhos. Seu
pai fora uma pessoa horrível. Ele esculpira Alek ao que ele era hoje, e ela estava pagando o
preço.

Mas o que ela podia fazer? Ela amava o pai. Ele fizera tanto por ela no pequeno espaço
de tempo em que a conhecera, e ela não podia voltar atrás no contrato agora. Sem dúvidas Alek
retribuiria com raiva. Ele deve ter odiado seu pai.

Ainda o odiava.

Ela se abraçou e ficou balançando para frente e para trás. Ela não sabia se minutos ou
horas haviam se passado, mas não conseguia parar o ataque de emoção. Ódio. Arrependimento.
Pena. Compaixão.

Só porque Alek fora recrutado quando órfão, não desculpava as coisas que ele fez no
passado. Certamente não desculpava o que ele estava fazendo com ela agora. E só porque seu
pai fizera coisas horríveis no passado, não dignificava que ele não era um bom pai para ela
agora. Não significava que ela não podia amá-lo por quem pensava que ele era.

"Natalia."

Ela segurou a respiração e olhou para cima. Alek a encarava da porta. Ela nem escutara
ele abrindo a porta. Rapidamente, ela ficou de pé e endireitou o vestido. Deus, e se ela tivesse
amassado o vestido na cama? Ele provavelmente ficaria furioso. Essa porcaria provavelmente
custava um braço e uma perna. "Desculpe. Vou voltar para a festa", ela murmurou.

Quando ela tentou passar por ele, Alek a segurou pelo cotovelo. "Eu não devia tê-la
trazido aqui", ele disse numa voz baixa.
Ele estava com raiva. "Você me disse para não fazer uma cena. Eu não fiz uma cena," ela
disse fracamente. "Tinha tanta coisa acontecendo lá em baixo, e eu só achei que não me
encaixava. Além disso, sua ex ficava me olhando como se quisesse arrancar meu cabelo. Só
precisava de um lugar para me recompor." Por que ela estava se explicando para ele?

"Dorie me disse o que te contou. Ela não devia ter feito isso." Ele suspirou. "Pegue seu
casaco. Vou levá-la para casa."

"Vai?" O que ele faria com ela quando eles chegassem em casa?

"Sim." Ele a encarou friamente. "Como eu disse, não devia tê-la trazido aqui. Quanto mais
cedo irmos embora, melhor."

Ela sentiu um fervilhar de medo enquanto ele a levava para fora do quarto. Pela primeira
vez, Natalia se deu conta de que estava mais segura ali, esfregando cotovelos com ricos esnobes,
do que sozinha com Alek.
Capítulo Sete
Ele ficou em silêncio durante a trajeto até a casa. Ela lhe lançou alguns olhares cautelosos antes de
ficar encarando o lado e fora da janela. As luzes da cidade borraram conforme sua visão ficava
cada vez mais fora de foco. Mesmo estando longe do brilho e do glamour da festa, ela ainda se
sentia insegura.

"Imagino que eu não devia ficar surpresa que uma festa glamourosa esconde um passado
tão triste", ela murmurou em voz alta. Ela nem tinha percebido que tinha falado até sentir o ar à
sua volta ficar mais tenso.

"Não vou conversar sobre o meu passado", Alek murmurou. "E se você sabe o que é bom
para você, também não vai tocar no assunto novamente."

"Isso é saudável", Natalia disse sarcasticamente enquanto encarava a janela.

"Você e eu não somos nada", ele soltou com ódio. "Não acredite nem por um seguro que
esse convite para você ficar comigo significa que discutiremos assuntos pessoais."

"Convite? Você está brincando, né? Acredite em mim, não tenho nenhum pensamento meloso
sobre nós dois," Natalia sibilou. A tensão entre eles cresceu perigosamente, mas ela se recusava a
ficar com medo dele. "Duvido que você seja capaz de algum tipo de compaixão com alguém além
de si mesmo." Assim que as palavras saíram de sua boca, ela se arrependeu. Ela não tinha
acabado de testemunhar um evento inteiro provando a compaixão dele? Mostrando o que ele
estava disposto a fazer pelo orfanato para garantir que nenhuma criança terminasse onde ele
terminou?

"Eu pediria para que você se desculpasse por isso, mas acho melhor deixarmos de lado
todo esse assunto", ele disse suavemente. Natalia só sentiu culpa ao encarar a janela. Era quase
absurdo. Ali estava ela, uma prisioneira, e estava se sentindo culpada pelas coisas que falara
sobre seu captor.

Ela praticamente podia senti-lo fervilhando de raiva. Quando eles finalmente chegaram em
casa, ele saiu do carro sem esperar que o motorista abrisse a porta e marchou para dentro.
Natalia o seguiu lentamente. Quando entrou na mansão, não o encontrou em lugar nenhum.

"O que você fez?"

Ela se virou e encontrou Ana com os braços cruzados a encarando. "Posso ir para a cama
ou você tem mais instruções para mim?" Ela perguntou cansadamente.

"Vamos lá," Ana disse. Natalia seguiu a mulher pelas escadas e ficou quase aliviada ao ver
a suíte vazia. "Não há instruções, exceto se você quiser jantar, eu posso lhe trazer uma refeição. Ele
está muito chateado."
"Não preciso de nenhum jantar", Natalia resmungou. "Só preciso dormir." Ela sentiu o peso
de toda a noite recaindo sobre si. Ana deve ter visto algo em seu rosto, pois abaixou os braços.

"Você sabe que a maioria das mulheres dele faz qualquer coisa que ele pedir. Elas ficam
encantadas pelo dinheiro e status ou simplesmente ficam aterrorizadas. Eu sabia que vocês dois
bateriam de frente, mas acho que nunca o vi tão chateado antes. O que quer que você tenha feito,
não faça de novo."

"Eu não sei o que fiz. Apenas tentei conversar com ele sobre uma coisa que descobri e ele
surtou. E isso trouxe para fora o monstro que existe dentro de mim," Natalia disse enquanto tirava
o vestido. "E eu não sou uma das mulheres dele. Estou aqui apenas para pagar a porra de uma
dívida, e aparentemente isso também inclui manipulação emocional." Ela estava praticamente
chorando antes de finalmente conseguir tirar o vestido. Ana se apressou para ajudá-la, mas
Natalia a afastou. Ela não queria a ajuda da mulher agora. Apenas queria ficar sozinha.

"Seu gato me deixou fazer carinho nele hoje," Ana disse quietamente. "Acho que estamos
fazendo progresso."

"Ele é um amor de gato", Natalia disse cansadamente. "Só é um pouco difícil no começo."

"Ele não é o único," Ana disse com força e deixou o quarto. Sozinha, Natalia entrou no
banheiro. Separado da grande banheira oval, havia um enorme box no canto do cômodo. Era
completamente revestido com dois chuveiros horizontais em ambos os lados e um outro chuveiro de
parede. Havia dois bancos azulejados em ambos os lados.

Quando o vapor começou a aumentar do chuveiro à esquerda, ela puxou a maçaneta de


prata para ativar o chuveiro de cima. Parada debaixo dele, esfregou o rosto para limpar a
maquiagem. Apesar de querer apagar os eventos daquela noite, ela estava sendo consumida
pelas cenas da festa repassando em sua mente.

Foi só quando sentiu uma mão a tocando que ela percebeu que não estava sozinha. Ela
arquejou e tentou se virar, mas estava presa no lugar. "Não se mexa," uma voz roca disse em seu
ouvido enquanto um corpo se pressionou contra o seu. Ela sabia que era Alek, e mesmo estando
furiosa com ele, não conseguia impedir que seu corpo reagisse. A ereção dele estava pressionando
contra ela, e Natalia queria desesperadamente se virar e tomá-la para si.

"Alek," ela disse com uma voz trêmula.

"Sem conversa", ele disse severamente. Ela engoliu com força, mas obedeceu. O que ela
tinha a dizer a ele, de qualquer forma? Que sentia muito? Que estava com raiva dele? Que queria
que ele fosse embora, ou que ele ficasse?

Lentamente, as mãos dele se moveram do seu quadril para as laterais de seu corpo.
Natalia resistiu ao desejo de se virar e enrolar os braços ao redor do pescoço dele, mas não
conseguia evitar que seus olhos ficassem fechados. O toque dele era leve como uma pena e fazia
seu coração bater mais rápido de antecipação.
"Ontem a noite, eu te dei apenas um gostinho do que sou capaz de fazer," ele murmurou em
sua orilha enquanto as mãos dele deslizavam para sua barriga. Seus músculos tencionaram sob o
toque dele. "Agora é hora de você me mostrar do que é capaz de fazer."

Havia algo duro na voz dele, e seu coração começou a bater mais forte ainda, mas não
apenas de excitação. Ele subiu as mãos e beliscou seus mamilos. Natalia não conseguiu evitar gritar
imediatamente, de prazer e dor.

Os dentes dele roçavam na curva de seu pescoço, e ela tentou se afastar, mas ele a
segurou. "Abra as pernas", ele murmurou.

"Alex, espere," ela disse.

"Abra. As. Pernas."

Não tinha como argumentar com ele. Era para isso que ela estava lá, e ele sem dúvidas
continuaria a lembrando disso se ela continuasse resistindo. Engolindo com força, ela lentamente
abriu as pernas. As mãos dele deslizaram pelo seu corpo, e sem nenhum aviso, ele empurrou um
dedo para dentro de si.

"Bom. Você já está molhada. Curve-se."

"Alek. Posso apenas..."

"Eu disse sem conversa," ele disse severamente enquanto ele a virava. Lutando contra a
pegada dele, ela recuou, mas logo suas costas estavam contra o azulejo do chuveiro. Não havia
escapatória, a não ser que ela conseguisse passar por ele.

Apesar de estar assustada, não podia deixar de notar como ele era absolutamente
maravilhoso. A água fazia o cabelo escuro dele cair sobre o rosto e acariciava seus músculos
escupidos. Tatuagens verdes e pretas decoravam o corpo dele, e parecia não haver nenhuma
grama de gordura naquele corpo. Ela mal o tinha visto na noite anterior, mas agora ela podia ver
tudo. Tudo o que ela precisava fazer era dar o que ele queria.

"Você está me negando?" Ele perguntou suavemente enquanto avançava na direção dela.
"Você sabe o que isso significa, certo?"

"Você tomaria uma mulher que não o quer?" Ela disse numa voz trêmula. Ela estava
completamente excitada, e ele sabia disso. Um fraco sorriso cruzou o rosto dele.

"Não parece que você não me quer," ele disse enquanto tentava alcançá-la. Rapidamente,
ela deslizou para a esquerda e para longe do toque dele, mas suas perdas bateram no banco e
ela tropeçou nele. Pensando o mais rápido que conseguia, ela se endireitou e sentou-se, fechando
bem os olhos.

"Não estou negando. Só estou pedindo por mais tempo. Por favor. Eu apenas... Posso te dar
prazer com a boca hoje."
Ela sentiu as mãos dele pegarem com força no seu queixo e levantarem seu rosto. Abrindo
os olhos, ela segurou o banco e esperou.

Os olhos dele a estudaram friamente. She had a feeling he would take her up on her offer
if only to find another way to knock her down a peg or two. Ele sabia que podia tê-la. Ela não
diria não duas vezes. Seu corpo não permitiria.

"Feche os olhos", ele disse numa voz grossa cheia de luxúria. Ela sentiu as lágrimas
descerem por suas bochechas enquanto o obedecia. Esperando pelo próximo comando, ela esticou
as mãos para tocá-lo no quadril, mas não havia nada ali.

"Alek?" Ela disse após um momento. Ela abriu os olhos e viu que estava sozinha no chuveiro.
Aliviada e com nojo de si mesma, ela se levantou do banco e chorou.

***

Todo o seu corpo estava tenso enquanto ele amarrava a toalha ao redor da cintura e
deixava Natalia no banheiro. Mesmo com o som do chuveiro, ele podia escutá-la chorando. Isso o
irritava demais.

Ele a vestira e a levara a uma das maiores festas da cidade. Ele a fez tremer com um
orgasmo ontem à noite. Inferno, ela quase tinha se soltado no carro, mas quando ele estava pronto,
ela entra em pânico como uma virgem.

Um boquete. Ela realmente pensava que um boquete forçado era o que ele queria? Ele a
queria nua, com vontade e gritando seu nome. Ele queria se enterrar tão fundo nela que não fosse
mais possível saber onde ele terminava e ela começava.

Droga, ela estava molhada para ele. E havia desejo nos olhos dela quando ela olhou seu
corpo nu. Se ele tivesse insistido, ela teria sido dele e ele estaria enterrado dentro dela e ouvindo
os ecos dos gemidos dela nas paredes do banheiro.

Em vez disso, ele estava indo dormir num dos quartos de hóspedes e tremendo de raiva.
Forçar uma mulher? Ele nunca forçara uma mulher em toda a sua vida.

"Merda", ele rugiu enquanto sentava na beirada da cama. Todo o seu corpo estava vivo de
desejo, e não tinha como válvula de escape. Ele queria enfiar o punho na parede.

"Senhor?" Houve um batida na porta.

Estreitando os olhos, ele abriu a porta com tanta força que quase a tirou do lugar.
Anastasia piscou e observou a toalha que estava pendurada em seu quadril. "O quê?" Ele disse
tenso.

"Eu só queria saber se tem mais alguma coisa que eu possa fazer por você antes de ir
dormir. Se for ficar aqui, ficarei contente em arrumar a cama." Ela encontrou seus olhos
corajosamente. Seu corpo semi-nu não a intimidava.
Isso o irritava ainda mais. Ninguém debaixo de seu teto tinha medo dele? "Por que eu
dormiria nessa cama se eu tenho uma cama perfeitamente boa no fim do corredor?" Ele disse
suavemente.

"Imagino que tenha alguma coisa a ver com a mulher chorando no chuveiro." Ela inclinou a
cabeça e o estudou atrevidamente. Era óbvio que ela conseguia ver sua ereção por debaixo da
toalha. "Quer que eu chame alguém para cuidar disso para você?" Ela disse com um sorriso.

"Por que não faço você cuidar disso para mim" Ele disse de forma sombria.

"Não acho que transar com uma lésbica estava na sua lista hoje", ela disse secamente.
"Olha, não sei o que diabos aconteceu entre vocês dois hoje, mas se você continuar insistindo, vai
acabar com ela."

"Eu quero isso."

"Não. Não acho que queira. Se quisesse uma idiota de sorriso afetado debaixo de você
hoje, estava fodendo a Claudia. Natalia é uma mulher forte, e ela provavelmente pega tudo que
você atira nela, e acho que você gosta disso. Mas em apenas uma semana ela perdeu a liberdade
e o respeito que tinha pelo pai. Você odiar o homem, mas o Petr que o recrutou e o Petr que tentou
dar de tudo para a Natalia são dois homens diferentes. Continue tirando tudo o que ela ama, e
não sobrará mais nada nela.

As palavras dela o acertaram como um punho no estômago. Sem palavras, ele apenas a
encarou. Ela estava certa, e os dois sabiam disso, mas ele estava fazendo tudo o que planejara
fazer. Tudo, tirando deixá-la sozinha no chuveiro simplesmente porque ela estava chorando, fazia
parte do plano.

"Esse é objetivo," ele disse severamente. "Não posso punir o homem que me levou pela mão
para dentro dessa vida, mas posso sugar o sangue do homem que ele se tornou. Petr não se
importa com nada além da filha, e quando eu devolvê-la para ele, não quero nada além de ódio
e terror."

Ana ficou de boca aberta e o encarou. "Então você destruiria uma vida inocente para se
vingar de um homem que destruiu a sua? Quando o círculo de desgraças termina, Alekandr?"

"Não é da sua conta, Anastasia." Ele se levantou e foi na direção dela. Ela não demonstrou,
mas ele conseguiu ver o brilho de medo nos olhos dela. "Você sabia quem eu era quando lhe dei
esse trabalho. Isso é o que eu faço. Fui criado para fazer isso."

"Você é um idiota desgraçado", Ana disse, mas sua voz tremia.

"Olha a boca, Anastasia. Você vai voltar para as ruas se não me mostrar respeito, e não há
um mercado muito grande para lésbicas vadias."

Ela arfou e Alek percebeu que acertou em cheio. Ele sorriu para ela. "Vá para a cama.
Sugiro que você melhore sua atitude amanhã."

"Ela esconde a foto de um homem. E quando ela acha que ninguém está olhando, ela
abraça essa foto no peito. Você não dá a mínima a respeito do que pode ter acontecido no
passado dela. A única coisa que o preocupa é Petr. Nunca lhe ocorreu que você pode estar
arruinando a vida dela. Ela não é Petr. Ela não tem nada dele." Sem dizer mais nenhuma palavra,
ela deixou o quarto. Ele a observou ir com o coração pesado. Já eram duas mulheres que mal
podiam esperar para ficar longe dele naquela noite. Apenas alimentou o fogo de sua raiva.

Ele deixou o quarto de hospedes e entrou silenciosamente no seu quarto. Natalia já estava
debaixo das cobertas e fingindo estar dormindo. Enquanto seus lábios se curvavam de forma
sarcástica, ele esticou a mão e tirou a coberta de cima dela.

"Alek," ela gritou enquanto se esticava para pegar as cobertas. Ele tinha deixado a toalha
cair e a agarrou pelos ombros para empurrá-la de volta. Engatinhando, ele se inclinou sobre ela.

"Fiquei pensando na sua proposta e estou quase tentado a aceitá-la. Aposto que você
chupa bem", ele disse severamente. "Mas não consigo pensar em punição melhor do que fazê-la
implorar para que eu a coma."

Abaixando as mãos, ele ergueu uma das pernas dela e sentou-se no meio para que sua
ereção esfregasse entre a junção das coxas dela. Enquanto ele se deslizava entre as grossas
dobras dela, não conseguiu evitar gemer. Deus, ele precisava demais dela, e precisou de toda a
sua força para não penetrá-la.

Os lábios de Natalia se abriram e ele se inclinou para beijá-la. Os braços que estavam
empurrando seus ombros lentamente o envolveram. Enquanto ele continuava bombeando os
quadris, ele se ajustou para que deslizasse sobre o clitóris dela. Ela estremeceu e gemeu na boca
dele. Ela estava tão excitada quanto ele, e estava claro que ela estava pronta para explodir.

"Você estava tão pronta para eu tomá-la no carro," ele murmurou enquanto enfiava um dos
dedos dentro dela. Os músculos dela tencionaram ao redor dele, e ela balançou os quadris para
igualar o ritmo dos dedos dele. "Te deixa excitada quando tem alguém assistindo? É por isso que
não me deixou fodê-la no chuveiro? Não tinha audiência?"

"Por favor", ela murmurou enquanto virava a cabeça. "Por favor..."

"Por favor o quê?" Ele moveu os dedos mais rápido. Abaixando a cabeça, ele lambeu os
mamilos eretos dela e foi recompensado com outro gemido. Cada som que saia da boca dela o
deixava mais selvagem. "Te dar prazer?"

Quando ele deslizou o dedão no clitóris, sentiu os músculos da perna dela ficando tensos.
Ela estava perto. Ela estava prestes a desmoronar em seus braços, e com esse pensamento, Alek
tirou a mão dela.

"Espera", ela reclamou, mas ele já estava se afastando dela.


"Essa é sua punição por insinuar que eu pego mulheres que não me querem," ele sibilou.
"Quando estiver tentando dormir essa noite, vou levar seu corpo ao limite da loucura e deixá-la
esperando. E se eu não vê-la se masturbando, a tormenta vai continuar de manha. Você me
entendeu?"

Os olhos dele se arregalaram de surpresa enquanto ela se dava conta do que ele estava
dizendo. Imediatamente, ela tentou sair da cama, mas ele a pegou. "Não. Se tentar ir embora, vou
algemá-la à essa cama e deixar as coisas ainda piores. Seja uma boa menina e aceite sua
punição. E quando eu vier até você na próxima vez, é melhor implorar."

Abaixando a cabeça, ele provou os dedos novamente. Ela estava tão molhada. Aquela
noite iria testar os limites de disciplina dele como nunca antes. Ao soltá-la, ele a abraçou com um
dos braços e fechou os olhos. Levou quase uma hora até ela finalmente relaxar em seus braços. Ele
escutou ao som da respiração ritmada dela, e assim que teve certeza de que ela estava dormindo,
Alek deslizou pelo corpo de Natalia e pressionou a boca em seu clitóris. E quando ela acordou, ele
a levou até quase o ponto de gozar para deixá-la na mão novamente.

Os gemidos de frustração dela eram nada comparados com os gritos silenciosos de suas
próprias necessidades e desejo. Quando ele finalmente a tomasse, ele iria se vingar até que não
sobrasse mais nada de nenhum dos dois.
Capítulo Oito
Alek acordou após duas horas de um sono quebrado. Ele ficara ocupado garantindo que Natalia
não dormisse, e, em retorno, ele também mal dormira. Ela estava enroscada nele. Uma incomum
quantidade de peso estava acomodada em sua perda. Erguendo a cabeça, ele viu uma grande
bola de pelos negros e olhos verdes o encarando.

Bones. Parecia que finalmente o gato estava começando a gostar dele. O quanto isso era
irônico? A exaustão tinha finalmente o alcançado, e Alek ficou com pena dela e saiu da cama. Ele a
deixaria dormir durante a manhã para se recuperar.

"Quem é ele?" Ele sussurrou. "Quem é o homem na foto?" Ela não respondeu. Ela não
respondeu porque estava dormindo, e Alek não teria coragem de perguntar se ela estivesse
acordada.

Em algum momento na noite passada, a raiva dele tinha se dissipado. Entrando no chuveiro,
ele esfregou o corpo e pensou em fazer alguma coisa a respeito da ereção que ainda não o tinha
abandonado desde a noite passada. Mas a verdade era que ele tinha muita coisa para fazer
naquela manhã, e esse desconforto ao menos o deixaria acordado.

Ele se enrolou na toalha e observou Natalia dormir. Ela quase ficara violenta na noite
passada na quinta vez em que ele a acordara. A intensão de atormentá-la havia diminuído, e o
desejo maior era ver o desejo nos olhos dela.

Esfregando os olhos, ele terminou de se arrumar e lentamente saiu do quarto. A primeira


pessoa que ele viu foi Ana. Ela o encarou, e Alek engoliu sua culpa e fingiu que nada havia
acontecido. "Anastasia. Natalia não dormiu muito na noite passada. Não vou pedir nada dela até
que esteja totalmente descansada. Quando ela acordar, garanta que ela coma alguma coisa. Se
eu não estiver muito ocupado, me avise, para eu encontrar algo para ela fazer."

"Certo," Ana disse friamente enquanto desviava dele. Alek esticou o braço e a pegou pelo
ombro. "Não terminei", ele disse quietamente.

"Desculpe. Não consigo imaginar o que mais você teria para me dizer", ela disse
sarcasticamente. Rodando nos calcanhares, ela cruzou os braços. Os olhos escuros dela penetravam
através dele.

"Se você se acalmasse", ele murmurou com um piscar de olhos, "então eu poderia me
desculpar com você. Eu estava nervoso pela forma como a noite passada se desenrolou, e
descontei minha raiva em você. Eu disse algumas coisas das quais me arrependo e me arrependo
profundamente."

O rosto dela se transformou num sorriso, e ele estreitou os olhos. "Porém, gostaria de
lembrá-la de que sou seu empregador, e que você precisa respeitar meus desejos. Caso não goste
do que faço sob meu telhado, você pode ir embora. Garantirei de que você receba um generoso
pacote de indenização."

O sorriso deixou o rosto dela, e a mulher respirou profundamente. "Quando descobri o que
você estava fazendo, definitivamente não aprovei. Se fosse qualquer outra pessoa, eu me
demitiria. Sem pacote de indenização. Vamos ser honestos, Alek. O que você está fazendo com ela
é errado. Mas não vou me demitir, pois acho que ela é boa para você."

Ele sentiu como se seus olhos fossem pular de sua cabeça. "Oi?"

Ana riu. "Você me escutou. Na melhor das hipóteses, você se livrou daquela terrível ruiva."
Ela estremeceu visivelmente. "Se você for longe demais, eu vou me meter. E se isso significar você
me demitir, então me demita. Mas isso é tudo o que posso lhe oferecer."

"Tudo bem", Alek disse enquanto balançava a cabeça.

"Isso quer dizer que posso ganhar um aumento?" Ela perguntou enquanto ele passava por
ela.

"Continue sonhando," Alek respondeu, mas ele já estava pensando que provavelmente
deveria lhe dar um aumento. Ela certamente merecia.

Misha e Sasha o cumprimentaram na cozinha. Os dois homens tinham uma pilha de ovos e
salsichas em seus pratos, e estavam comendo com gosto. "Cavalheiros", Alek disse suavemente.

"Você está atrasado, chefe," Misha disse enquanto limpava a boca. "Temos um compromisso
em quinze minutos."

"Levo meu café da manhã comigo", Alek disse enquanto balançava a cabeça em direção à
garota que estava servindo a comida. Ela assentiu e se apressou para preparar tudo. "Lembre-se
novamente a respeito do que vamos fazer?"

Até Sasha parou e o encarou. Alek era sempre pontual, e nunca esquecia um compromisso.
E não era que ele esqueceu a reunião. Ele sabia que tinha uma reunião, mas não conseguia se
focar o suficiente para se lembrar sobre o que era.

"Coletar depósitos."

"Coletar depósitos. Certo", Alek disse enquanto bocejava. Coletar depósitos significava ir
até seus negócios e pegar sua parte do dinheiro. Alek achava tudo isso muito arcaico. Parecia
muito mais razoável receber os depósitos digitalmente, mas Gregori gostava de ir até os lugares e
coletar o dinheiro pessoalmente. Seus homens queria continuar com a tradição e reclamaram
durante um mês quando Alek mencionou mudar o esquema.

Sasha estava sempre sedento por um briga. Misha esperava quietamente, e Alek tentava
conversar de forma profissional. A maioria dos proprietários dos negócios mantinham a conversa
curta. Sempre havia medo nos olhos e nas vozes deles, e chegou a um ponto em que Alek
frequentemente nem queria ir. Ele ficava sentado no carro e deixava Sasha e Misha cuidarem de
tudo. Claro, Misha tinha ordens restritas para garantir que o irmão não exagerasse.

Talvez ele pudesse até dormir enquanto eles faziam as rondas.

"Cansado, chefe? A noite foi boa com a garota, hã?" Sasha disse com um sorriso lascivo.

"Isso não é da sua conta", Alek disse friamente. Sasha fechou a boca imediatamente, e por
um momento, Alek pensou que seu segundo homem no comando tinha ficado realmente magoado.
Isso não deveria surpreendê-lo. Alek nunca falava sobre suas mulheres. Claro, suas mulheres
geralmente não valiam a pena serem comentadas.

"Desculpe", Sasha murmurou.

"Tudo bem. Não dormi muito, então vamos passar esse dia com o mínimo de problema
possível."

A servente retornou com sua comida e ele assentiu em agradecimento. Alek acenou para o
motorista. Quando ele estava lidando com negócios da máfia, ele não incluía nenhum de seus
funcionários, exceto seus homens. Os funcionários de sua casa não deviam se envolver em seus
negócios. Ele garantia que todos eles fossem treinados, mas não queria ser responsável pela morte
de nenhum deles.

Quando entrou no carro, olhou para cima e viu as cortinas da janela do seu quarto se
movendo, Natalia estava acordada. E o estava observando.

***

Assim que os olhos dele encontraram os seus, Natalia se afastou arquejando. Ela acordara
assim que ele deixou o quarto naquela manhã. Era quase desconsertante o quão rápido ela sentira
a falta da presença dele.

A noite passada tinha sido terrível e dolorosamente maravilhosa. Ela nunca se sentira tão
próxima de alguém como na noite passada. Ele conseguia ler cada sinal de seu corpo e continuava
levando-a ao limite repetidamente. Os músculos em sua perna doíam, e ela não tinha conseguido
gozar nenhuma vez. Parte de si queria cuidar disso agora, mas ela sabia que Alek perguntaria o
que ela fez hoje.

E talvez hoje de noite ele a recompensasse caso ela conseguisse se controlar e não fazer
nada. Uma deliciosa excitação percorreu sua espinha ao pensar nisso. Seguida dessa emoção
havia o sentimento de nojo. O que havia de errado com ela? Ela era tão sexualmente
descontrolada que se jogaria nos braços de seu captor?

"Imaginei que você ainda estaria dormindo pelas próximas horas," Ana disse enquanto
entrava no quarto. "Você parece pior do que Alek, apesar de que, para ser honesta, ele sempre
parece que não dormiu."
Parte de si gritava para ela dormir mais um pouco, mas se Alek não iria dormir, ela também
não. "Onde ele está indo?"

"Ele foi coletar depósitos," Ana disse vagamente. "Porém, ele não é muito organizado. Nem
escolheu nada para você usar hoje."

Sério? Natalia sorriu maliciosamente. "Traz para mim aquela calça jeans que eu estava
usando quando cheguei. E a camiseta."

"A camiseta foi jogada fora," Ana disse ironicamente. "Sua calça também seria, mas eu o
convenci de que isso seria rude."

"Droga." Natalia encolheu os ombros. "Sem problema. Vou pensar em alguma coisa."

"Estou com a sensação de que vou gostar disso," Ana disse com uma piscadela antes de sair
para pegar a calça jeans. Natalia ignorou o closet com todas as suas coisas e foi até o closet de
Alek. Em meio às camisas de seda caras, ela finalmente encontrou algo com o qual podia trabalhar.
Escondido no fundo do armário, haviam diversas camisas de moletom e blusas de flanela.

Ela tinha acabado de abotoar a horrorosa camisa de flanela vermelha e azul quando Ana
voltou com sua calça jeans. "Que diabos você está vestindo?" Ela perguntou com o nariz enrugado.

Natalia riu enquanto vestia a calça. "Era exatamente esse tipo de reação que eu estava
esperando." Ela puxou para trás seu longo cabelo escuro num rabo-de-cavalo alto e o prendeu
com um elástico. "O que você acha?"

"Acho que você está parecendo com um lenhador," Ana resmungou. "Todas as minhas
fantasias acabaram de desaparecer. Alek vai me matar por deixá-la vestir isso."

Às palavras da mulher, Natalia vacilou. Ela queria enlouquecer o homem, mas não às custas
de outra pessoa. "Talvez seja uma má ideia. Não quero lhe causar problemas." Alek não faria
nada para machucar Ana, faria?

"Não seja boba," Ana disse enquanto balançava a mão. "Ele foi ridiculamente rude comigo
ontem à noite, e hoje de manhã estava todo arrependido. Bom, todo arrependido talvez seja uma
palavra forte demais. O que quero dizer é que tenho uma certa vantagem até ele explodir comigo
de novo. Imagino que você não queira colocar nenhuma maquiagem, certo?"

"Absolutamente não", Natalia disse com um largo sorriso.

"Foi o que imaginei. Vamos. Você precisa tomar o café da manhã, e eu preciso limpar esse
quarto. Tá com cheiro de uma masmorra sexual aqui. Que diabos vocês dois fizeram na noite
passada?"

"Não fizemos sexo", Natalia disse ironicamente. Ela tencionou os músculos só pelo
pensamento de todas as coisas maravilhosas que Alek tinha feito com ela e o constante tormento de
não ser capaz de gozar. Deus. Ela estava dolorida.
Ana bufou. "Mulher, não sei qual é sua definição de sexo, mas posso dizer que esse lugar
está cheirando a boceta e..."

"Ana," Natalia disse enquanto se encolhia. "Jesus."

Sua amiga colocou as mãos no quadril e sorriu. "Então?"

Natalia se sentia quase constrangida em falar sobre o que acontecera na noite passada.
"Alek estava chateado. Ele achou que eu merecia ser castigada, e ele foi bastante criativo na
punição."

"Esse é o melhor tipo de punição."

Natalia revirou os olhos. "Não vou ter essa conversa com você. Vou descer para o café da
manhã. E por acaso eu devo olhar mais alguns malditos arquivos que irão virar meu mundo de
cabeça para baixo? Claro que, nesse ponto, viraria meu mundo de volta para cima."

"Não. Alek disse que você pode ficar à vontade. Acho que não estamos esperando
nenhuma visita, então sinta-se a vontade para andar por aí e explorar. Alek e os meninos
geralmente levam o dia todo. Então, relaxe e aproveite." Ana piscou. "Nunca se sabe. Alek pode
estar mal-humorado quando voltar."

Natalia ficou ao mesmo tempo aterrorizada e imediatamente excitada. Enquanto sua


amiga ria de sua expressão, Natalia fugiu do quarto. Ana não estava errada. O quarto tinha
cheiro de sexo. Tinha o cheiro de Alek. E isso não estava ajudando em nada para aliviar a dor
dentro de si.

Após um bom café da manhã, ela se sentiu um pouco melhor. Os funcionários se


movimentavam como se tudo fosse completamente normal, mas ela sabia que eles lhe lançavam
olhares curiosos. Ela não pôde evitar se perguntar se todos ali sabiam que ela era prisioneira de
Alek. Talvez isso fosse uma coisa normal que o Alek fazia.

A primeira coisa que ela fez foi ir até o armário de arquivamento que ficava no canto. E,
claro, ela o encontrou trancado. "Então agora você não quer que eu remexa as suas coisas,"
Natalia murmurou. Ela se virou para a mesa e começou a procurar pela chave. Quando não
conseguiu encontrar nada, ela foi até a outra mesa e começou a xeretar pelas gavetas. Estava
repleta de recibos e livros de contabilidade, mas nenhuma chave. Sentindo-se um pouco mais
ousada, ela tentou a porta do escritório de Alek.

Também trancada.

"Posso ajudá-la?"

Natalia olhou para cima e viu um homem alto e sexy a encarando. Loiro e com
deslumbrantes olhos azuis, o homem era facilmente tão alto quanto Alek, e com os mesmo músculos
definidos. Os dois tinham o mesmo olhar duro no rosto.
Ele provavelmente não era o jardineiro.

"Estou procurando a chave para o armário de arquivamento. Lá dentro está um arquivo


que preciso," ela disse enquanto cruzava os braços. "Quem é você?"

"É a nova mulher do Alek?" Os olhos dele a estudaram. "Você não parece fazer o tipo
dele."

Natalia estreitou os olhos e instintivamente fechou as mãos em punhos. Ele não disse nada
ameaçador, mas não conseguiu deixar de se sentir desconfortável perto dele. "E você não
respondeu a minha pergunta. Quem diabos é você?"

Um pequeno sorriso apareceu no canto dos lábios dele. "Desculpe-me. Não quis ser rude.
Meu nome é Grisha. Estou procurando pelo Alek."

"Ele não está aqui no momento. Ficarei feliz em lhe dar a mensagem quando ele voltar."

Grisha deu um passo à frente, e Natalia imediatamente deu um passo para trás. Aquele
ridículo sorrisinho no rosto dele se ampliou. "Sem mensagens. "Eu ligo e marco uma reunião. Tenho
certeza de que Alek está bastante ocupado agora que está no comando. A chave para o armário
de arquivamento geralmente fica guardada dentro do escritório, mas geralmente tem uma
pendurada debaixo da mesa. Você terá que rastejar para encontrá-la."

Havia um brilho malicioso nos olhos dele, e Natalia cruzou os braços. "Você não está
tentando me fazer rastejar de joelhos, está? Não tenho certeza de que o Alek gostaria muito
disso."

Grisha jogou a cabeça para trás e gargalhou. "Ah. Acho que o Alek na verdade iria se
divertir. Você me surpreende. Normalmente as amantes dele são entediantes. Estou ansioso para
vê-la novamente, linda. Talvez na próxima vez você não estará escondendo seu corpo do mundo."

Natalia ficou tensa, mas o homem simplesmente se virou e foi embora. Ela se apressou até a
janela e observou enquanto ele entrava no carro e ia embora. Havia algo tentador nele, mas
também algo muito perigoso. Ele era diferente de Alek. Natalia sentia ao menos algum tipo de
proteção de Alek, mas com Grisha, sentiu-se completamente vulnerável.

Tirando isso de sua mente, ela imediatamente abaixou-se no chão e inspecionou a primeira
mesa. Havia uma pequena cunha de espaço entre a parte traseira da mesa e onde as gavetas
terminavam. Espremendo os dedos ali atrás, ela deslizou os dedos para cima e para baixo até
tocar numa coisa de metal. Com um silvo de vitória, ela puxou a chave e a pegou quando caiu no
chão.

Perigoso ou não, Grisha certamente conhecia o lugar. Deslizando a chave no gabinete, ela
puxou a gaveta e começou a procurar pelo arquivo que lhe interessava. O arquivo de seu pai
ainda estava em seu quarto.
Após procurar cuidadosamente, ela descansou sobre os joelhos com uma carranca. O
arquivo de Alek não estava ali. Claro que não estava. Isso deixaria as coisas fáceis demais para
ela. Continuando, ela começou a tirar alguns arquivos aleatoriamente, checando as informações.
Dos dez primeiros que ela pegou, Petr Primac estava listado como o recrutador de oito deles. Um
deles tinha sete anos de idade. O que diabos um gangster iria querer com um garoto de sete anos
de idade?

Suas mãos tremiam, e ela se sentou no chão e fechou os olhos. Seu pai destruirá tantas
vidas. Era por isso que ele sempre estava tentando fazer as coisas para ela? Ele estava tentando
compensar pelas coisas que fizera no passado?

Ela queria perguntar para ele. Claro que se ela tentasse vê-lo durante o período que
estivesse com Alek, Natalia estaria quebrando o acordo. Além disso, o que ela diria ao pai? Ela
realmente queria saber a resposta? Ela acreditaria nele se ele dissesse que não teve escolha?

Que tipo de homem Gregori tinha sido para recrutar a porra de órfãos?

O som de freios guinchando chamaram sua atenção e ela deixou cair o arquivo em sua
mão para olhar pela janela. Misha e Sasha estava pulando para fora do carro e ajudando Alek a
sair.

Natalia arfou. Alek estava segurando o ombro e sangrando. "Ana!" Natalia gritou. "Ana!"

"Nossa, você tem um bom par tão pulmões," Ana disse enquanto aparecia no escritório. "O
quê?"

"Alek tem alguma enfermeira ou médico na equipe? Ele voltou e está machucado."

Ana se apressou até a janela e soltou alguns palavrões. "Não. Ele despediu o último médico
que tínhamos e nunca o substituiu."

"Claro. E quais as chances da gente o levar até um hospital?"

Ana balançou a cabeça, e Natalia fechou as cortinas novamente. "Esse maldito homem
merecia morrer. Garanta que eles o levem lá para cima. Precisamos limpar a ferida e ver qual o
tamanho do dano. Talvez precisemos chamar o tal médico demitido se ele precisar de pontos. Veja
se consegue encontrar o número dele", ela ordenou. Correndo para o andar de cima, Natalia
começou a vasculhar o banheiro em busca de um quite de primeiros socorros.

Debaixo da pia, ela encontrou gaze, álcool isopropílico e algodão limpo. Quando Misha e
Sasha arrastaram Alek para o andar de cima, ela estava enrolando as mangas da camisa.

"Que diabos você está vestindo?" Alek rosnou, mas ela conseguiu escutar a dor na voz dele.

"Esquece isso," Natalia soltou. "O que diabos aconteceu com você?"

"Faca. Não vi acontecendo," ele gemeu. Enquanto ele se inclinava contra o balcão da pia,
ele esticou a mão e cuidadosamente tirou a camisa. A facada foi intensa.

"Cristo. Pelo menos não está sangrando demais. Deve estar coagulando. Você teve sorte.
Quem diabos esfaqueou você?"

"Não sei. Teria sido no coração se Misha não estivesse observando," Alek disse enquanto
balançava a cabeça na direção de seu homem.

"Nós vamos voltar e ver se conseguimos descobrir mais alguma coisa," Misha disse
quietamente. Ele e o irmão deixaram o quarto, e Ana apareceu.

"Achei o número do médico. Quer que eu ligue?"

"Faça isso e será demitida", Alek soltou. "Não quero ele em nenhum lugar próximo daqui."

Natalia revirou os olhos. "Que diabos ele fez para te irritar assim?"

"Não é da sua conta."

"Certo. Pergunto para a Ana depois." Ela sorriu para a amiga. "Acho que está tudo bem.
Só preciso limpar e colocar um curativo. Obrigada."

Alek a olhou firmemente quando eles ficaram sozinhos. Natalia tentou ignorar a tensão no
ar enquanto se focava na limpeza do sangue ao redor da ferida. "Você estava esperando que eu
não sobrevivesse?" Ele disse suavemente. "Imagino que sua vida ficaria bem mais fácil se eu
morresse."

"Você está presumindo rápido demais que eu sou o tipo de pessoa que desejaria a morte
de alguém só porque facilitaria a minha vida," ela respondeu.

"Se eu morresse, você nunca saberia qual a sensação de me ter dentro de você," ele disse
roucamente. "Você pensou nisso?"

Natalia tentou relaxar, mas seu coração estava batendo rapidamente sob o olhar quente
de Alek. "Talvez você devesse se preocupar que você teria morrido antes de experimentar estar
dentro de mim," ela retorquiu, mas havia pouco calor em suas palavras. Incapaz de olhá-lo nos
olhos, ela se concentrou na tarefa à sua frente. Ela já estava ciente dos músculos vigorosos sob o
seu toque. Ela queria agarrar o bíceps dele e apertar.

"Talvez eu devesse incliná-la agora e descobrir." Ele esticou o braço para pegá-la.
Imediatamente, ela se revirou para longe do toque dele.

"Talvez você devesse ficar parado e me deixar terminar de limpar e cobrir seu ferimento.
Pode não ser fundo o suficiente para te matar agora, mas você terá que ver um médico se ficar
infeccionado," ela disse acaloradamente.

"Você está certa," ele disse após um momento. "Por favor, continue."
"Então, imagino que um dos seus negócios decidiu que você estava cobrando demais e o
esfaqueou? Faz sentido," ela murmurou enquanto voltava a limpar a ferida.

"Eu cobro bem menos que o meu antecessor, e todos os proprietários florescem e ganham
lucros comigo," ele disse. "Eu fui abordado na rua, entre um negócio e outro."

"Um assaltante? Alguém nesse país não o reconhece?" Ela perguntou surpresa. Isso nem
parecia possível.

"Um profissional," Alek disse sombriamente.

"Um assassino profissional o esfaqueou na sua? De todas as formas de fazer isso, essa
parece a mais difícil. Por que não simplesmente atirar em você?"

"Atirar é barulhento e faz bagunça. Esse é o meu território. Se um tiro é escutado, a pessoa
nunca sairá viva de lá. Fazer um contato pessoal com uma faca é arriscado, mas silencioso. Se
Misha não tivesse visto a faca a tempo, ele teria sido bem-sucedido. Ele era rápido, e já tinha um
ponto de fuga mapeado. Antes mesmo da gente conseguir se virar, ele já tinha sumido."

"Tenho certeza de que você tem muitos inimigos," ela disse suavemente. Após a área ter
sido limpa, ela pegou a bandagem e começou a envolvê-la ao redor do braço dele. A pele dele
tremia sob seu toque, e ela engoliu com força. Como diabos ele podia estar excitado quando
estava sentindo dor?

"Eu tenho. Começando com a mulher aprisionada em minha casa. Você ficou longe por um
longo tempo ontem à noite, Natalia. Por acaso você não contratou alguém nesse tempo, contratou?"

Natalia terminou de prender a bandagem e ergueu a cabeça para encará-lo. "Tenho


certeza de que você viu minhas finanças. Eu não tenho exatamente milhares de dólares na conta
para contratar um assassino profissional."

"Você tem outros talentos," ele disse suavemente, e a insinuação estava clara. Ela não
conseguiu evitar ficar cheia de raiva e o sangue ferver.

"Você está falando sério? Só porque eu concordei em ser sua puta para salvar meu pai
não significa que eu ofereço meu corpo para todos que chegam perto. E eu não sou tão fraca ao
ponto dessa escolha mudar meu jeito de ser."

Ele não abaixou a cabeça em concordância, mas o olhar suavizou. "Peço desculpas."

"Não aceito. Na próxima vez, a Ana pode limpar a porra dos seus ferimentos." Ela se virou
para ir embora, mas ele se moveu mais rápido. Antes que ela pudesse reagir, ele estava com um
dos braços ao seu redor e a puxando contra o corpo.

"Não peço desculpas para muita gente", ele disse suavemente em sua orelha. "Tenha isso
em mente." Ela pensou que ele falaria ou faria mais alguma coisa, mas simplesmente a soltou. Em
vez disso, ele passou por ela e foi para o quarto, procurando por outra camisa.
"De nada," ela disse sarcasticamente com uma carranca.

"O que você tem feito vestida assim?" Ele disse enquanto colocava outra camisa. Ele
estremeceu, mas Natalia se recusou a ir ajudá-lo.

"Explorando. Você teve uma visita hoje, mas ele não quis deixar mensagem. Ele parecia
saber bastante sobre este lugar. Até sabia onde ficava a chave do armário de arquivamento. Ele
disse que se chamava Grisha."

Alek congelou e a encarou. "Grisha esteve aqui dentro? E estava procurando pela chave
do armário de arquivamento."

Claramente ela não era a única pessoa a se sentir desconfortável perto de Grisha. "Ele
estava na casa, mas não estava procurando pela chave do armário de arquivamento; Eu estava
procurando pela chave; Queria mais informações sobre meu pai."

Alek abotoou a camisa. "E por quanto tempo vocês dois conversaram?"

Era ciúme na voz de Alek? "Não muito. Alguns minutos. Não fique com raiva de mim. Se
você não quer Grisha na sua casa, fale para seus funcionários não o deixarem entrar."

"Não faria diferença. Grisha conhece essa casa como a palma da mão dele. Ele cresceu
aqui. Na próxima vez que o vir, fique longe dele. Se quiser informações sobre seu pai, você só
precisa me perguntar."

Natalia não estava apenas procurando por informações sobre seu pai, mas não contou isso
ao Alek. "Você está tão aberto para falar sobre o passado esses dias," ela disse sarcasticamente.
"O que quis dizer quando falou que Grisha cresceu aqui Ele era um dos órfãos de Gregori? Não o
vi por aqui. Ele não trabalha para você."

"Não, não trabalha. Ele não é um dos órfãos de Gregori. Grisha Grigori é o filho do meu
antecessor."
Capítulo Nove
Então, Grisha Grigori estava de volta. Parecia mais que uma coincidência ele ter aparecido na
mesma hora que Alek foi esfaqueado. Claro, isso também lhe dava um álibi perfeito. Grisha
costumava ser bom, mas não o suficiente para estar em dois lugares ao mesmo tempo.

"Como está se sentindo, chefe?" Sasha disse enquanto o olhava da mesa da cozinha.
Quando os irmãos não estavam trabalhando para ele, estavam na cozinha comendo.

"Vou sobreviver," Alek disse friamente. "Aparentemente, Natalia teve uma visita de Grisha
hoje. Não estávamos monitorando ele? Sabíamos que ele tinha voltado da Rússia?"

Os irmãos trocaram olhares desconfortáveis. "Nós temos contatos seguindo ele pelos EUA,
mas ele fugiu do radar há duas semanas. Nós devíamos ter contado, mas ele não fez nada que
levantasse uma bandeira vermelha, e nossos contatos garantiram que iriam encontrá-lo novamente."

Alek grunhiu de desagrado. Grisha tinha o potencial de arruinar tudo para ele. "O que ele
estava fazendo nos EUA?"

"Viajando, na maior parte. Ele pegou alguns trabalhos estranhos, mas viajou da Califórnia
até Nova York. Ele nem teve contato com nenhum chefão nos EUA, então pensamos que ele estava
fazendo outros tipos de trabalho."

"Parece muito pouco provável que alguém com o sangue de Grigori faria isso," Alek
murmurou. Quando ele era criança, Alek e Grisha eram amigos, mas quando chegaram na
adolescência, Grisha começou a vê-lo como um rival. Alek achou isso sem noção. Era do
conhecimento geral que Grisha tomaria o lugar do pai nos negócios da família, mas quando o
testamento de Grigori nomeou Alek como seu sucessor e dono de todas as empresas, Grisha
desapareceu. A verdade era que Alek nem queria o trabalho, e por três meses, ele procurara por
Grisha, mas sem sucesso. Eles o encontraram apenas há um ano, e Alek já tinha se envolvido demais
nos negócios para voltar atrás.

Se Grisha estava lá para reclamar seu lugar, as coisas ficariam violentas. Alek sabia que os
homens seriam leais à linhagem de sangue de Grigori.

"Agora que ele não está na Rússia, tenho a maior confiança de que vocês dois serão
capazes de encontrá-lo para manter o olho nele," Alek disse calmamente. Ele esperava ter sido
claro.

"Nós podemos," Sasha disse enquanto mastigava. "Mas alguém precisa manter os olhos em
você. Sua cabeça não está no jogo. Você quase foi morto hoje, chefe."

"Que diabos você quer dizer com isso?" Alek rosnou.


Sasha nem piscou. "Desde que aquela mulher se mudou, você não tem estado focado. Ela
não é boa para você, chefe. Se você quiser ensinar uma lição ao pai dela, ficarei mais do que
feliz em ajudá-lo com isso."

"Sasha," Misha disse rudemente. "Dobre a língua."

Alek sentiu uma onda de raiva, mas se controlou. Erguendo a mão para impedir Misha, Alek
abaixou a cabeça e encarou seu terceiro homem no comando. "Você está questionando minhas
ações, Sasha?"

Finalmente se dando conta de que estava em território perigoso, Sasha começou a voltar
atrás. "Não, claro que não. Só estou dizendo que talvez você tenha coisas demais para lidar. Eu
poderia ajudá-lo."

"Não era isso que você estava dizendo. Você questiona minhas ações, e eu preciso
questionar sua lealdade. Com uma tentativa de assassinato e Grisha de volta ao país, preciso
pensar se você não tem nada a ver com isso."

"Ele não tem", Misha disse apressadamente. "Meu irmão é um idiota, mas é leal a você. Nós
dois somos."

Alek estudou os dois irmãos antes de dar de ombros. "Voltem ao local e verifiquem se
alguém viu alguma coisa. Coloquem alguém atrás do Grisha. Quero saber onde ele está em todos
os momentos. E de agora em diante, nossos dias de coleta de depósito serão aleatórios. Garantam
que os proprietários fiquem sabendo disso. Não gosto que ninguém saiba do meu cronograma."

"Sim, chefe," Sasha disse enquanto sua cabeça se movia rapidamente para cima e para
baixo. Os irmãos abandonaram o almoço e saíram da cozinha o mais rápido possível.

Alek não estava realmente desconfiado de Sasha. Ele simplesmente não gostava das
implicações de que Natalia o estava deixando menos severo. Ainda assim, Alek não podia ignorar
que a única razão do assassino ter conseguido chegar perto dele era por estar cansado. O que
ele precisava era de uma boa noite de sono.

E ainda mais do que isso, ele precisava se afundar dentro de Natalia e atiçar o fogo da
luxúria que estava aceso entre eles até que não sobrasse nada além de cinzas. s Ele precisava
tirá-la de sua cabeça, e fodê-la até ela gritar seria a única forma de fazer isso.

Hoje à noite. Ele cuidaria disso hoje à noite. Ele passou o resto do dia evitando Natalia. Ele
achava que ela não teria percebido nada, mas queria ser cuidadoso. Além do mais, ele não queria
que ela antecipasse nada. Quando o jantar chegou, ele ordenou que os funcionários saíssem. Ele
queria a sala de jantar para eles, mesmo que isso significassem que precisariam se servir.

Ele enviou Ana para buscar Natalia e depois lhe disse para sair também. Ela perguntou se
deveria pedir que Natalia se trocasse, e Alek balançou a cabeça. Por alguma razão, aquela
camisa de flanela o tinha excitado. Talvez tivesse algo a ver com o fato dela estar vestindo uma
camisa dele. Ou talvez fosse o fato de que Natalia o excitava.

Quanto mais rápido ela a fodesse, melhor. Ele precisava desesperadamente voltar sua
mente para os negócios antes que acabasse morrendo.

"O jantar está sendo cedo hoje", Natalia murmurou enquanto entrava no cômodo
bocejando.

"Acho que nós dois concordamos que precisamos dormir", ele disse enquanto carregava os
pratos para fora da cozinha. Ela o observou colocar a mesa com um franzido na testa. Não era
tão chique quanto como a equipe fazia, mas ele conseguiu arrumar os pratos e talheres. O frango
ainda estava quente no forno. Ele o tirou com seu braço bom, colocou tudo numa bandeja e levou
até a mesa.

"Cadê todo mundo?" Ela perguntou lentamente enquanto deslizava na cadeira. Ela olhou ao
redor nervosamente.

"Mandei para casa. Todo mundo merece uma noite de descanso de vez em quando," ele
disse de forma neutra enquanto se sentava e enchia seu prato. Ele não almoçara e estava faminto.

"Eu tenho uma noite de folga?" Ele não conseguiu evitar rir para isso, mas preferiu não
responder. Enquanto ela estivesse sobre seu telhado e em sua cama, ele a tocaria todas as noites.
Ela lentamente esticou a mão e pegou um pedaço de frango. Ela o cheirou. "Você está tentando me
envenenar porque acha que eu tentei te matar?"

Ele se levantou da cadeira e foi até o lado dela na mesa. Pressionando uma das mãos no
abdômen dela, ele se inclinou e lhe lambeu a orelha. Ela arfou audivelmente. Alek puxou o pedaço
de frango e o lambeu. "Satisfeita?" Ele sussurrou em sua orelha.

"Não muito", ela murmurou e corou. Ele riu e voltou à sua cadeira.

Eles comeram em silêncio antes de Natalia finalmente abaixar o garfo. "Não entendo. Se
Grisha é o filho de Grigori, por que ele não está no comando? Ele não queria?"

Alek deu de ombros. "Nunca tive a chance de perguntar. Não vejo Grisha desde a leitura
do testamento de Grigori. Grigori foi morto inesperadamente. Assassinado. Ninguém nunca
descobriu."

"Foi você?" Natalia perguntou prontamente.

Ele lentamente a olhou. "Preciso verificar se você está com escutas?"

"Eu não sai dessa casa o dia todo. Aonde eu conseguiria uma escuta?" Ela reclamou, mas
suas bochechas ficaram ainda mais vermelhas. Ela estava claramente pensando nele tirando a
roupa dela.

Assim como ele também estava.


"Não. Eu não matei Grigori, apesar da maioria das pessoas presumir que foi eu ou Grisha.
Após a surpreendente leitura do testamento, Grisha desapareceu. Nunca pude perguntar por que
o pai dele me escolheu, e passei meses procurando por ele. Meu pessoal o rastreou nos EUA, mas
aparentemente ele não estava fazendo nada suspeito. Eles o perderam há alguns meses, e agora
ele está entrando na minha casa."

"Grisha e o pai não se davam bem?"

Alek pausou antes de uma garfada na comida e franziu o cenho. "Você parece
estranhamente interessada no Grisha essa noite."

"Eu não tenho exatamente muitas pessoas para conversar," ela apontou. "E ele era
interessante."

Estreitando os olhos, Alek lutou contra a inesperada onda de ciumes que o atingiu. Ele
sabia que Grisha era considerado um homem bonito. O homem tinha uma fila de mulheres o
seguindo desde a puberdade. Alek suspeitava que isso não tinha mudado. "Se você o ver
novamente, não fale com ele", ele murmurou enquanto garfava o frango. Talvez ele tivesse que
matar Grisha, afinal;

Natalia bufou. "Está dizendo isso porque acha que ele é perigoso ou porque está
preocupado que eu vá me interessar por ele?" Ela provocou.

"Acredito que eu tenha sido claro em relação ao que aconteceria se eu te encontrasse na


cama com outro homem antes do ano acabar", Alek disse friamente. Ele não gostava do tom de
voz dela. Indicava que ela acreditava ter encontrar sua fraqueza.

"Há muitos lugares para se fazer sexo além da cama. Tem o chuveiro. O closet. O chão. E
você tem tantos cômodos aqui. Mesas. Balcões..."

Antes que ela pudesse terminar de listar todos os locais que ela poderia fazer sexo com
Grisha, Alek tinha se levantado e puxado a cadeira dela para trás. Apesar da dor em seu braço,
isso não o impediu de erguê-la da mesa. "A cozinha", ele disse enquanto abaixava a cabeça para
devastar a boca de Natalia.

Ele provou e saqueou-lhe a boca, e quando ela gemeu sob ele, Alek finalmente interrompeu
o beijo para respirar. "Estava pensando no Grisha quando a beijei?" Ele disse rudemente.

Havia medo e desejo nos olhos dela. "Não", ela admitiu suavemente. A pelo ao redor da
boca de Natalia estava rosada devido à sua barba por fazer. Ele gostava de como ela estava
agora; Tonta com o beijo.

Seu beijo. De mais ninguém.

"Quem é o homem na foto?" Ele sussurrou no ouvido dela. Ela congelou, mas não se
afastou.
"Eu não quero falar sobre isso.

"Eu quero. Eu sei que você sente que não me deve nenhuma informação sobre sua vida
pessoal, mas preciso saber. Eu te contei sobre o seu pai. Eu te contei sobre o meu recrutamento no
orfanato. Eu preciso que você me dê alguma informação pessoal."

"Certo." Ela colocou o cabelo atrás da orelha e respirou fundo. "Nico era meu namorado.
Antes da minha mãe morrer, antes de eu encontrar meu pai, ele era meu namorado. Eu não guardo
a foto porque sinto falta dele ou porque eu o amava. Quero dizer, eu amava, mas era um amor de
criança. Éramos jovens. Estávamos no colégio. Ele era perfeito. Nico era lindo, doce, atencioso e
perfeito. Mas mais importante que isso, ele era a única coisa normal na minha vida. Ele estava lá
antes da minha mãe morrer e meu mundo desmoronar. Ele estava lá antes de eu descobrir que meu
pai vivia a poucos quilômetros de distância. Ele estava lá antes de eu ser demitida e precisar
trabalhar numa agência de temporários. E eu me afastei dele porque ele era normal, e eu
simplesmente não era mais o tipo de mulher que se encaixava numa vida normal."

De todas as respostas que ele esperara, essa não era uma delas. Ele não era o homem que
a pegaria nos braços para confortá-la. Ela estava sentindo dor, e não tinha nada a ver com ele.

Lentamente, ele começou a abrir os botões da camisa dela. "Você realmente acha que essa
roupa iria me deter?" Ele disse suavemente. Agora que ele sabia que ela não estava pensando em
Grisha, sentiu-se mais no controle da situação. "Você sabe que essa camisa é minha. Se você queria
ficar com meu cheiro, tem outras formas de conseguir isso."

"Você quer fazer isso agora? Ela disse enquanto segurava as mãos dele.

Alek respirou fundo. "Você não é uma mulher que se encaixa numa vida normal, e isso não
é ruim. Mas, se eu quiser, posso lhe dar uma noite de normalidade."

"Você planejou isso? Ela perguntou enquanto ele tirava a camisa dela e jogava de lado. "É
por isso que mandou todos embora?"

Ele se inclinou para beliscar a curva do ombro e pescoço de Natalia. A cabeça dela
imediatamente pendeu para trás para lhe dar acesso. "Sei que gosta de uma audiência, mas hoje
à noite você será só para os meus olhos. Então, me diga, Natalia. Onde você quer que seja quando
eu finalmente pegar o que é meu?"

***

Os lábios dele se moveram para a cavidade sensível de sua garganta e ela já não
conseguia mais pensar. O ar frio beliscava sua pele, e juntando com o calor abrasador de sua
excitação, Natalia sentiu-se zonza. Cada nervo de seu corpo gritava para ela enrolar as pernas
ao redor da cintura dele e o puxar mais para perto.

"Você não me respondeu, Natalia. Você quer que eu te coma na mesa do escritório?
Poderíamos ir lá para fora, no balcão, para que todos pudessem escutar seus gritos de prazer. Ou
talvez você queira que eu a penetre bem aqui nessa mesa."

"Deus", ela murmurou. Incapaz de resistir, ela começou a tirar a camisa dele. Aqui. Ela
precisava dele bem ali. Com cuidado para não mexer na bandagem do ferimento no braço dele,
ela abaixou a camisa e deslizou as mãos no peito dele. A pele dele era quente e firme sob as
palmas de suas mãos. "Eu não deveria desejá-lo de forma alguma."

"Mas deseja." Ele esticou as mãos para abrir seu sutiã, e quando seus pesados seios
ficaram livres, ele se abaixou para colocar um dos mamilos na boca. A lembrança da forma como
ele a provocara e a atormentara na noite passada passaram como flashes em sua mente. Ele
descobrira o quanto seus mamilos eram sensíveis. Ela tinha certeza de que gozaria apenas com a
língua dele, mas ele sempre parava no último minuto.

Lentamente, ela o empurrou e se inclinou para trás. As mãos dele desabotoaram sua calça
jeans, e ela ergueu os quadris para que ele a tirasse. Logo, ela estava deitada na mesa vestindo
nada além de uma calcinha preta de renda sobre sua boceta para protegê-la.

Ele a acariciou levemente sobre o tecido, e seu quadril pulou com o toque. "Você é tão
linda", ele murmurou suavemente. "E tão sensível ao meu toque."

Sensível? Isso era um eufemismo. Enquanto ele continuava a acariciá-la, ele se inclinou e a
beijou novamente. Incapaz de se controlar, ela o envolveu com as pernas e moveu o quadril contra
a ereção de Alek. O material áspero da calça dele esfregava sobre seu clitóris e ela não
conseguia evitar continuar se mexendo. Seu corpo tinha uma mente própria e uma fome que não
se seria deixada de lado essa noite.

Ele rosnou baixinho e beliscou um de seus mamilos. Algo entre o prazer e a dor
percorreram seu corpo e ela gritou. "Faça", ela pediu. "Por favor. Me come."

"Eu vou", ele prometeu de forma obscura. "Mas primeiro você vai implorar."

Algo estalou dentro de si e ela o empurrou. "Não", ela sibilou. "Você me escutou implorando
nas últimas noites. Mas hoje você vai admitir o quanto quer estar dentro de mim." Ela deslizou para
fora da mesa e ficou de joelhos.

"Natalia." A voz dele era um aviso, mas isso não a impediu. Ela abriu o cinto dele e abaixou
a calça e a cueca de Alek. Quando a ereção dele ficou livre, ela deslizou um dedo desde a base
até a ponta do pênis. O quadril dele estremeceu em resposta, e ela riu maliciosamente. Ela queria
sentir o poder de segurá-lo com as mãos.

De tê-lo dentro de sua boca.

Lentamente, ela fechou os lábios sobre ele e o enfiou na boca. Enquanto sua língua se
movia em pequenos padrões ao redor do pênis dele, ele sibilava alto e agarrava a mesa.

Enquanto o enfiava cada vez mais fundo dentro da boca, ela lentamente massageava a
base com a língua e começava a se mexer num padrão alternado. Isso o distrairia, mas não o
faria gozar. Ele grunhiu e investiu suavemente com os quadris antes de finalmente chingar.

"Porra," ele arfou enquanto saia de dentro da boca de Natalia. "Você já deixou seu ponto
claro. Eu quero você, e vou tê-la. Levante-se."

Com um sorriso malicioso no rosto, ela corou. Ela pensou que ele iria colocá-la de volta na
mesa, mas em vez disso, ele se sentou na cadeira e a puxou para cima dele. Natalia sentou no colo
dele com um grito de surpresa e sentiu a ereção dele deslizando por sua fenda molhada.
Esfregava-se contra seu clitória, fazendo a gemer e balançar os quadris sobre ele.

"Você vai montar em mim", ele disse enquanto pegava nos seus quadris. "Você vai enfiar o
mais fundo que conseguir, e quando achar que não consegue mais aguentar, vou deixá-la tão
molhada que vou deslizar ainda mais fundo dentro de você," ele murmurou enquanto jogava as
mãos dela para o lado e mordia seu pescoço.

"Por favor", ela implorou. "Por favor." Mas ela não precisava implorar. Ela tinha todo o
poder, e quando plantou os pés no degrau da cadeira e se ergueu, deslizou no topo dele.
Enquanto ele a preenchia e a esticava, ela gemeu e congelou.

"Tão grande," ela murmurou. "Fode."

Ele arfou e pegou com firmeza em seus quadris. Ela podia ver as gotas de suor na testa
dele enquanto ele lutava para se controlar. Ela sabia que ele queria investir os quadris para cima
e se enterrar dentro dela. Ela queria isso também, mas fazia muito tempo desde a última vez em
que tivera alguém dentro de si.

"Calma," ela arfou.

"Estou calmo, baby", ele sussurrou. "Apenas relaxe. Você consegue."

Inclinando os quadris, ela lentamente enfiou mais, fazendo os dois gemerem de prazer. Não
haveria nenhum tipo de silêncio naquela noite. Será que Ana não ficaria irritada de manhã quando
encontrasse a sala de jantar cheirando a sexo?

Ele colocou a mão entre eles e pressionou o dedão em seu clitóris. A pressão era exata, e
ela choramingou enquanto deslizava toda a extensão da ereção para dentro de si. Totalmente
alinhada contra ele, ela girou os quadris um pouco para ter a sensação dele. Um desejo que ela
nunca sentira antes queimava através de si, mas ela não queria que acabasse tão rápido. Ela
queria que durasse a noite toda.

"O que você está esperando?" Ele exigiu.

Natalia agarrou os bíceps dele e se moveu para frente para pressionar os lábios nos dele
em outro beijo deslumbrante. Enquanto ele estava distraído, ela ergueu os quadris e abaixou
novamente. "Porra," ele disse roucamente enquanto quebrava o beijo. A sensação de tê-lo
deslizando no doce ponto dentro dela acabava com todo seu autocontrole, e ela começou a se
mover selvagemente sobre Alek. Para cima e para baixo. Para dentro e para fora. Ela girou os
quadris para a direita e depois para a esquerda enquanto se ajustava a ele. Não importava. Tudo
era intenso demais, e não havia nenhum indulto. Ela montou nele como os demônios dentro de si
ordenavam, e quando ele a agarrou pelos quadris, ele a forçou a ir ainda mais rápido e forte.

Haveriam hematomas em seu corpo amanha, mas ela não se importava. E ela não era
gentil. Ela arranhou os ombros dele e enfiou os dentes na pele de Alek enquanto alcançava o
orgasmo que ela desesperadamente precisava nos últimos dias.

Naquele momento, ela era mais do que apenas a prisioneira dele. Ela era sua escrava. Ela
sabia que nada a faria deixar de desejá-lo. Seu corpo queimaria por ele para sempre.

O pensamento a deixou irritada, e misturada à sua excitação, fez com que ela se movesse
mais forte e mais rápido. "Tão perto", ela murmurou. "Fode, Alek."

"Grite meu nome," ele murmurou. "Quero ouvi-la dizer. Quero que você admita quem faz
você se sentir assim. Quem faz você gritar e gemer? Quem faz seu corpo queimar?"

Ela não conseguia parar. Enquanto metia uma última vez, ela jogou a cabeça para trás e
soltou tudo enquanto gritava o nome dele. Mas ele não deixaria ela desfrutar do seu orgasmo
sozinha. Ele gritou e a agarrou enquanto bombeava uma última vez e a preenchia com orgasmo.

Suada e atordoada, ela caiu em cima dele e quase desmaiou.


Capítulo Dez
Alek ignorou o ferimento em seu ombro e carregou Natalia para o quarto. Ela ainda estava
dormindo quando ele a deixou na cama. Ela praticamente derretera no colchão. Alek deu um
passo para trás e a observou. Tê-la deveria ter sido uma conquista. Era para ser uma afronta
contra o homem que fizera isso com ele. Mas mesmo antes de tê-la deitado na mesa, ele já tinha
esquecido de seu propósito. Tudo tinha sido a respeito dela, e o quanto ele precisava dela.

Ele tentou encontrar aquele centro gelado que o matinha vivendo, que o mantinha fazendo
seu trabalho. Isso o protegia contra a brutalidade e violência de seu trabalho. Mantinha-o focado
em sua missão, mas enquanto ele a observava dormir, completamente saciada, ele não conseguiu
encontrar seu escudo.

Isso não era bom. Agora não era a hora de ficar mole. Ele precisava se lembrar disso. Em
vez de ir para a cama e ficar perto dela, abraçando seu corpo quente e delicioso, ele a deixou
sozinha. Seu ombro tremia, e isso o lembrou de que tinha um inimigo para encontrar. E ele
precisava planejar uma retaliação.

Ele trabalhava bem nas primeiras horas da manhã. Configurando seu alarme, ele se deixou
no sofá de seu escritório e fechou os olhos para dormir umas duas horas. Enquanto adormecia, não
conseguiu deixar de imaginar o que Natalia estaria sonhando.

***

"Você provavelmente deveria fazer alguma coisa a respeito desse buraco na sua
segurança. Nunca se sabe quem pode entrar enquanto você está dormindo."

Alek tencionou o corpo, mas não precisou abrir os olhos para saber quem estava no seu
escritório. "Grisha", ele murmurou enquanto se sentava cuidadosamente. Uma ligeira dor passou
por seu ombro, mas estava melhor do que ontem. "O único perigo à minha segurança é você."

"Talvez." Seu antigo amigo lhe deu um sorriso convencido e se empoleirou na mesa. "Então,
está gostando do escritório do meu velho? Vi que você está bem à vontade."

"O que está fazendo aqui, Grisha?"

"Fugindo das pessoas que você colocou na minha cola. Por que estou sendo observado,
Alek? Eu lhe disse que ficaria fora do seu caminho se você ficasse fora do meu."

Alek franziu o cenho. Era muito improvável que Grisha tivesse voado da Rússia para
confrontá-lo. "Você está mentindo. "Você quer alguma coisa."

"Você está certo, eu quero. Mas primeiro quero saber o que diabos está acontecendo. Você
me perseguiu nos EUA. Você está com a filha de Petr Primac aprisionada nessa casa. E você está
deixando o Boris construir dentro do seu território. Parece que você está perdendo o controle das
coisas."

Apenas uma parte dessas informações lhe interessava. "O que quer dizer com Boris está
construindo dentro do meu território? Ele queria construir perto do meu território, e eu lhe disse que
ele teria que se afastar ou eu começaria a comprar propriedades dentro do território dele."

"Não é isso que as minhas fontes dizem," Grisha disse com um sorriso afetado.

Alek ficou de pé e mexeu o ombro. "Sua fonte está errada. Não tenho nenhuma
propriedade à venda no meu território. E não tem como ele construir lá."

"Nenhuma propriedade à venda. Casas residenciais são outra história."

"Ele nunca conseguiria permissão para abrir um cassino num bairro residencial", Alek disse
lentamente, mas ele estava confuso. Por que Boris estaria interessado em propriedades
residenciais?

Grisha saiu da mesa e se moveu casualmente pelo escritório, abrindo gavetas. Alek franziu
o cenho enquanto o observava. "Ele não está comprando uma propriedade residencial, Alek. Ele
comprou uma rua inteira que faz fronteira com propriedade comercial. Ele pode demolir essas
casas, redesenhar as linhas de propriedade e construir o que quiser."

Alek congelou. "Merda. E ele está tentando me distrair com toda aquela merda. Como você
sabe de tudo isso?"

"Eu apenas descobri porque estava mais interessado no motivo de você estar me
perseguindo. Eu conclui que você pensou que eu estava trabalhando para o Boris." Ele ergueu uma
sobrancelha. "Você acha que estou trabalhando para o Boris?"

"Não. Apenas comecei a trilhar seus passos para garantir que você não se meteria no que
eu planejei fazer."

"O que diabos aconteceu com o seu ombro? Se você não parar de ficar batendo os braços,
vou começar a pensar que você ficou doido e está tentando voar," Grisha resmungou. "E eu não
dou a mínima para o que você está planejando. Acho que deixei claro que não estou interessado
em nada do que você está fazendo."

"Então, o que está fazendo na América"

"O que você está fazendo com a filha de Primac?" Grisha voltou a pergunta. Os dois
homens ficaram olhando um para o outro, e finalmente Alek cedeu.

"Fui atacado ontem. Esfaqueado no ombro só porque meus homens reagiram a tempo. Está
claro que Boris está tentando assumir o controle da organização. Ele está puxando duas frentes
para me fazer parecer fraco. Invadindo meu território e me enfraquecendo fisicamente. Terei que
retaliar."
Grisha colocou um falso sorriso no rosto. "Bom. Fico feliz que tenha descoberto tudo. Agora
que você já sabe que não estou trabalhando contra você, e, novamente, porque não dou a mínima,
vou viver a minha vida em paz. Se eu descobrir que você está me seguindo de novo, farei mais do
que invadir sua casa. Estamos entendidos?"

Alek riu. Mesmo quando criança, Grisha estava sempre escondendo segredos. Apenas
porque ele estava agindo de forma amigável, não significava que eles eram amigos. "Eu conheço
você, Grisha. Posso ter lhe dado a oportunidade de mostrar sua cara por aqui, mas você não veio
até aqui apenas porque eu o estava seguindo. Você veio por outro motivo. Diga agora e nos
poupe de problemas."

Seu antigo amigo riu. "Meus negócios na Rússia não são de seu interesse." Ele se virou para
ir embora. "Sei que fomos amigos, e não é da minha conta, mas se você deixar o passado consumir
você, nunca vai conseguir seguir em frente. Todos cometemos erros, Alek. Não force os outros a
pagarem o preço."

"Natalia não é da sua conta," Alek rosnou. "Assim como seus negócios na Rússia, não se
meta com os meus, você está livre para fazer o que quiser. Mas se cruzar o meu caminho, Grisha,
vai pagar por isso."

"Sempre bom vê-lo, Alek," Grisha disse suavemente enquanto deixava o cômodo.

"E fique longe da minha casa!" Alek nem se incomodou em segui-lo. Mesmo se ele
descobrisse como Grisha entrou sem ser percebido, o homem encontraria outra forma de entrar se
quisesse. Ele seria um ótimo ladrão.

Talvez já fosse.

O humor de Alek já estava azedo enquanto ele subia os degraus para trocar a bandagem
de seu ferimento e se vestir para o dia. Ele esperava que Natalia ainda estivesse dormindo, mas
ela estava enrolada no lençol, encarando o lado de fora da janela. Por um momento, ele não
conseguiu acreditar como ela ficava linda com os raios da manhã iluminando seu corpo. Os tons
dourados beijavam seu cabelo escuro e dançavam na parede atrás dela.

"Finalmente decidiu vir para a cama?" Ela perguntou friamente sem se virar. Ele congelou na
porta. Ela estava chateada que ele dormira no escritório.

"Vou apenas mudar de roupa," ele disse rispidamente. "Tenho um dia cheio hoje."

Ela não de moveu nem disse mais nada enquanto ele mudava a calça jeans. Antes de
colocar a camisa, ele tirou a bandagem e verificou o ferimento. Não parecia estar ficando
infeccionado. "Eu podia usar uma ajudinha aqui," ele disse suavemente enquanto tentava colocar a
bandagem de volta no lugar.

Natalia se virou e deu um sorriso zombeteiro. "O grande Aleksander Evanoff precisa de
ajuda? Eu não deixaria isso vazar. Pode estragar sua reputação." Ela amarrou o lençol mais forte
contra si e não se moveu do lugar.

Seu corpo já estava reagindo à ela. Em cinco passos, ele cruzou o quarto e a empurrou
contra a parede. "Você ainda é minha prisioneira, então deveria tomar cuidado com o que fala",
ele disse suavemente enquanto passava um dedo pelo bochecha dela.

"Aonde você foi na noite passada?" Ela perguntou enquanto ignorava seu aviso. Ela o
encarava corajosamente.

"Não é da sua conta." Parecia que ele estava dizendo muito isso essa manhã.

"Então tenho certeza de que você pode lidar com sua bandagem sozinho muito bem", ela
sibilou enquanto se afastava. Contra sua vontade, ela a deixou ir. Ela entrou na suíte conjugada e
bateu a porta atrás de si. Era óbvio que ela não era o tipo de mulher que estava acostumada a
ser fodida e depois ignorada.

Irritado, ele cobriu a ferida o melhor que pode e se apressou para colocar a camisa. Se
Natalia achava que podia escapar com esse tipo de comportamento, teria que pensar novamente.
Saindo para o corredor, ele bateu na porta de Ana.

"Só preciso acordar daqui a uma hora," ela resmungou enquanto abria a porta. "Qual seu
problema?"

"Estarei ocupado a maior parte do dia, e não quero ser interrompido", ele disse enquanto
ignorava o tom irritado na voz dela. "Por favor, remova todas as roupas do closet hoje. Nossa
convidada não deve ser vestir por nenhum motivo. E, enquanto isso, também quero que todas as
formas de entretenimento sejam removidas do cômodo. Sem livros, televisão. E também leve embora
o arquivo do pai dela."

Ana ficou de boca aberta. "Você está brincando, certo?"

"Não estou. E você também não tem nada para falar com ela hoje. Sem comida. Sem roupa.
Sem entretenimento. Se eu descobrir que você me desobedeceu, você vai entreter qualquer outro
convidado que vier aqui essa semana. Fui claro?"

Ao imaginar entreter os homens de Boris, Ana palideceu notavelmente. Ela balançou a


cabeça lentamente. "O que ela fez para irritá-lo tanto?"

Alek riu friamente. "Ela está com a impressão errada de que é uma hóspede aqui. Imagino
de onde ela tirou essa ideia." Após lhe dar apontar com os olhos, ele assobiou alegremente
enquanto caminhava pelo corredor. Apenas ao imaginar o quanto Natalia ficaria irritada seria o
suficiente para deixá-lo de bom humor.

O dia já estava melhorando.

Infelizmente, não permaneceu desse jeito. Na mesa, esperando por ele, estava o jornal do
dia. E a manchete sugou toda a energia de seu corpo.
Orfanato russo usado para recrutar jovens meninos para empregos na máfia.

Merda.

Enfurecido, ele pegou o telefone e discou o número. Uma voz familiar e sonolenta veio do
outro lado da linha. "Alek, nem amanheceu ainda," Dorie resmungou.

"Você viu o jornal? Você deu uma entrevista?" Ele rosnou asperamente.

"Uma entrevista? Claro que não. O que está acontecendo?"

"Pegue o jornal, Dorie. Agora."

Ele esperou alguns minutos enquanto escutava-a andando ao redor do local. Finalmente, ela
respirou fundo. "Ah, Alek. Como isso aconteceu? Todos vão deixar de fazer as doações agora. O
que vamos fazer?"

Havia pânico e mágoa na voz dela, mas Alek não se deixou abalar. Pensando de forma
lógica, Doris não tinha nada a ganhar com esse tipo de exposição, mas isso não significava que ela
não tinha nada a ver com isso. Porque se não foi ela que fornecera esse tipo de informação, a
única alternativa era pior.

Ele tinha um agente duplo.

Quando ele estava prestes a lhe dar uma resposta mordaz, ele se segurou e pensou nas
coisas de forma lógica. Tudo tinha acontecido de uma só vez. Primeiro, a tentativa de assassinato.
Depois Boris tentando distrai-lo enquanto penetrava seu território. Agora, uma organização
querida para ele estava à beira da ruína. Era coincidência demais que tudo estava acontecendo
ao mesmo tempo. Alguém estava tentando irritá-lo.

E estava funcionando.

"Vou cuidar disso, Dorie", ele prometeu. "Mas preciso pensar. Alguém da minha organização
falou com você? Ou alguém a deixou nervosa?"

Ela fungou e ele percebeu que a mulher estava chorando. Com certeza ela estava
pensando em todas as crianças na casa e o que ela faria com eles se alguém deixasse de doar.
"Dorie, escute. O Ministério da Educação não vai fechar o orfanato por causa disso. Eles não
podem. Eles não têm para onde levar as crianças. Vai ficar um pouco difícil por um tempo, mas
você é forte e vai superar isso. Acredite, vou encontrar um jeito de consertar isso. Vou fazer pagar
quem quer que tenha feito isso."

"Mais violência, Alek? Quando isso vai acabar?" Ela perguntou tristemente.

"Não termina até eu ter o que quero, Dorie."

"Alek, eu te imploro. Pare. Deixe as coisas como estão. Apenas... afaste-se. Eu sei que você
consegue. Porque se não fizer isso, aqueles de quem você gosta vão continuar pagando o preço."

Ele segurou um palavrão e desligou o telefone. Seu sangue estava fervendo. Quando uma
garota veio trazer seu café da manhã, ele pegou a bandeja e a jogou no chão. A porcelana da
xícara de café se quebrou e a comida foi esparramada por todos os cantos. A garota arfou e se
recolheu de medo, mas ele simplesmente saiu da cozinha. Não havia nada em sua mente quando
ele se trancou no escritório, exceto como teria sua vingança.

Boris tinha um homem a seu serviço, e Alek encontraria esse espião e o torturaria até ele lhe
dar todas as informações sobre Boris e derramar cada gota de seu sangue. E mesmo assim
poderia não ser suficiente.

***

Natalia encarou o closet. Estava completamente vazio, com exceção de um bilhete de Ana.
Sinto muito. Então, Alek estava irritado e queria jogar joguinhos? Ou ele percebeu que estava
perdendo o controle?

Ele deve tê-la carregador para a cama após eles terem transado. Não havia outra
explicação para ela ter chegado no quarto, e não foi só por ele tê-la carregado para a cama. Ele
não também dormiu em outro lugar. Se ela fosse mais bobinha, ela pensaria que ele realmente
ficou com os sentimentos confusos após o que aconteceu.

"Ou talvez ele seja apenas cruel", ela murmurou para si mesma. Essa provavelmente era a
explicação mais fácil. "Idiota."

Esta era obviamente uma lição humilhante. Caso quisesse comer, teria que ir até a cozinha
vestindo um lençol. Seria constrangedor, mas a alternativa seria se esconder no quarto e ficar com
fome. E isso iria significar que Alek ganharia.

Olhando para si mesma no espelho, ela puxou o lençol de seda verde ao redor do corpo e
o prendeu no meio dos seios. Caia em ondas ao redor de seu corpo e na verdade até parecia com
um vestido decente. "Talvez eu devesse entrar no ramo da moda após isso", ela disse enquanto
dava a si mesma um sorriso malandro.

Levantando o vestido para não tropeçar, ela abriu a porta e espiou pelo corredor. Estava
vazio. Movendo-se rapidamente, ela desceu as escadas nas pontas dos pés e deslizou para dentro
da cozinha. Os funcionários se viraram e a encararam. "Eu irritei o chefe. Alguma chance de eu
comer o café da manhã?" Ela perguntou timidamente.

O cozinheiro balançou a cabeça e lhe jogou um muffin. Mordendo-o, Natalia gemeu em


apreciação. "Perfeito", ela disse com a boca cheia. "Obrigada."

Alek também tinha levado o arquivo de seu pai. Tudo bem por ela. Ela simplesmente
pegaria de volta. Terminando o muffin, ela passou pela sala de jantas e para dentro do primeiro
escritório. Estava vazio. Puxando as gavetas do armário, ela as encontrou trancadas.
Ela ficou de joelhos, procurou a chave no local escondido na mesa, mas estava vazio.
"Droga." Ela não devia ter dito que encontrara o lugar secreto da chave. Foi ousado e impetuoso,
e agora ela estava pagando o preço por isso. Não que isso importasse. Ele provavelmente não
tinha colocado o arquivo de volta no armário, de qualquer jeito.

Pressionando o ouvido contra a porta do segundo escritório, ela escutou a voz abafada de
Alek. O mais rápido possível, ela experimentou a maçaneta. Estava trancada. Deixando o escritório,
ela ignorou os olhares dos outros funcionários e foi até a outra entrada do escritório. Também
estava trancada. Estreitando os olhos, ela saiu da casa e foi até à janela da frente do escritório.
De lá, ela podia ver Alek gritando no telefone. Fúria a atravessou, e ela bateu na janela.

Ele quase deixou o telefone cair e se virou para encará-la. "Me dê meu arquivo", ela
gritou.

"Que diabos você está fazendo?" Ele gritou de volta enquanto atravessava o escritório e
abria a janela. "Coloque sua bunda nua de volta para dentro."

"Qual o problema, Alek? Esperou que eu fosse ficar emburrada dentro do quarto o dia
todo? Você pode ir se foder assim que me devolver o arquivo. Eu o roubei de forma justa."

"Não tenho tempo para isso. Se você não voltar para dentro, vou trancá-la no quarto até
de manhã," ele ameaçou friamente. Ela arfou e encarou a ira nos olhos dele. Natalia não duvidou
nem por um segundo que ele faria isso.

"O que aconteceu?" Ela perguntou suavemente.

"Entre", ele falou entre dentes. "Agora."

Parte de si queria insistir, mas ela não queria passar o dia e a noite vestindo apenas um
lençol. "Certo," ela murmurou enquanto se enrolava melhor no lençol e voltava para dentro da
casa. Recostando-se contra a soleira da porta do escritório, ele a encarou.

"Se você quer que vejam seu corpo nu, posso fodê-la na frente de todos."

"Você vive tocando nesse assunto, e não posso deixar de imaginar que isso seja algo que
você deseja fazer. Além disso, você que quis me deixar nua," ela apontou numa voz baixa.

"Eu quis te ensinar que suas palavras e ações têm consequências. Você não pode questionar
seu status aqui, Natalia. Não te trouxe aqui porque fiquei encantado por sua beleza. Você está
aqui porque eu quero punir o seu pai. Quanto mais eu faço com você, mais faço com ele. Então,
não me pressione. Na próxima vez você não terá nem um cobertor para se cobrir. Vá procurar a
Ana e vista-se. Espero que você se junte a mim para o almoço, e você será educada e quieta, e me
dará o que eu quiser de você. Está entendendo?

Ela abriu a boca para argumentar, e ele esticou a mão e lhe entregou um arquivo. O
arquivo de seu pai. Sem quebrar o contato visual, ela esticou a mão e pegou. "Agora, me
agradeça," ele disse friamente.

Ela engoliu com força e assentiu. "Obrigada."

"Vá. Vista-se. Encontre algo para fazer que não me irrite", ele disse antes de se virar e
bater a porta. Com medo dele voltar atrás na decisão, ela apertou a pasta no peito e se apressou
pelas escadas. Ela não tinha nenhum outro plano, exceto absorver toda a informação que pudesse
antes do almoço. E depois aceitar tudo que o ela viesse a ler.
Capítulo Onze
Alek estava prestes a enviar alguém para chamar Natalia quando ela finalmente se juntou a ele e
se sentou pesadamente na cadeira. Ele sabia que ela tinha lido o arquivo. Podia vê-la lutando
contras as lágrimas, mas ela finalmente o encarou e pegou um copo de água. "Estou aqui. Para o
almoço. Quieta e subserviente como sempre," ela disse zombeteiramente.

Pelo menos ela nunca era entediante. "Você está atrasada. Isso não é muito subserviente."

"Queria garantir que estaria perfeita para você," ela disse sarcasticamente. Estava claro
que ela nem tocara no cabeço, mas ao menos não estava vestindo um lençol. Ele quase a tinha
deixado de quatro no jardim da frente e a comido ali mesmo quando a viu. E não foi nada além
de puro ciúmes que o fez gritar com ela, mandando-a vestir alguma coisa. A intenção era humilhá-
la, mas em vez disso, ele quase derrubou a janela para levá-la para dentro.

Ele balançou a cabeça para sua equipe e eles foram servidos. "Alguma chance de eu
poder beber algo mais forte do que água?" Ela perguntou enquanto fazia uma cara estranha.

"Presumo que leu o arquivo de seu pai. Todo ele? Você chegou na parte que ele executa
aqueles cinco gangsteres no jantar? Eu tinha dez anos. Eu fui junto para observar e aprender. E
sobre aquela vez quando ele sequestrou minha professora, a única mulher que eu aprendi a
respeitar naquela época, e lhe disse que a mataria se eu voltasse novamente para casa falando a
respeito de me tornar um arqueologista? Eu tinha doze anos. Eu ainda pensava que podia ser o
que quisesse ser."

Ela o encarou petrificada do outro lado da mesa. "Eu li relatórios de um homem que
mandou meu pai fazer todas essas coisas. Você não se tornou no meu pai, se tornou? Você se
tornou no homem que dá todas as ordens. Se você quer culpar alguém pela sua vida, você pode
culpar Grigori ou você pode culpar a si mesmo, mas não pode culpar meu pai. Ele fez coisas
horríveis, mas você não é santo. E eu espero, pelo seu bem, que nenhum dos seus inimigos
sequestrem sua filha e a transformem numa escrava sexual."

Ele respirou rispidamente. "Então você está me dizendo que não gostou da noite passada?
Quantas vezes eu fiz você gozar?" Ela fechou a boca e ele riu. "Agora você não quer falar?"

"Acredito que você tenha ordenado que eu fosse subserviente e quieta", ela murmurou
enquanto mordia sua comida. Ela corou, e ele sabia que Natalia estava pensando sobre a noite
passada. O problema era que... ele também estava. Imediatamente, ela mudou de assunto.

"Quando você for embora, o que você dirá ao querido papai?"

Natalia comeu por alguns minutos em silêncio antes de finalmente respirar fundo. "Não sei,
mas sei que a pessoa que ele é hoje não é a pessoa que ele era no passado. Eu não conheci essa
pessoa, e se ele não quiser falar comigo sobre isso, não será necessário. Se ele consegue se
desapegar do passado, talvez você possa se desapegar do seu."

Alek bufou. "Você acha que só isso é necessário para me consertar? Apenas me desapegar
do passado? Se eu simplesmente me afastar do meu posto, o que te faz pensar que alguém pior
não tomará o meu lugar? O que te faz pensar que a violência não será duas vezes pior do que a
minha rotina do dia a dia? Você está doida se pensa que a única coisa necessária é simplesmente
ir embora. O mundo não funciona assim, Natalia." Ele se esticou e deslizou um papel pela mesa.

Ela se inclinou e leu a manchete. "Não entendo. As pessoas já não sabiam que você veio do
orfanato?"

"Todos sabiam que eu vim do orfanato. É assim que consigo a doação das pessoas. Eles
sabiam que dúzias de meninos foram levados e recrutados pela máfia? Claro que não. Agora não
tem nenhum político no país que se envolverá com esse orfanato. Todos vão retirar o suporte e o
orfanato não verá um centavo. Sabe o que isso significa?

"Que você está puto?"

"Que alguém dentro da minha informação vazou essa informação. Agora, estou pensando
nas pessoas que poderiam estar chateadas comigo. Eu demiti alguém recentemente? Alguém quer
um aumento? Eu humilhei ou irritei alguém recentemente?" Ele fixou seu olhar gelado nela. "Eu dei
liberdade demais a alguém?"

Natalia revirou os olhos e empurrou o papel de volta. "Posso odiá-lo, mas eu colocaria a
felicidade dessas crianças acima da minha. E você sabe disso. Então pode tirar esse olhar do rosto
e me dizer o que você realmente quer de mim."

Ela era inteligente. Até demais. Ele acenou para sua equipe e eles retiraram os pratos. Ela
estava na metade de uma mordida e parou para encará-lo. "Sério? Que diabos?"

"A única coisa que quero de você é que pare de causar problemas. Você está
interrompendo meu dia, e agora está interrompendo meu almoço. Eu lhe disse que a queria
subserviente e quieta. A segurança do seu pai não significa muito para você?"

O sangue sumiu do rosto dela e, por um momento, ele se arrependeu de suas palavras.
"Natalia", ele disse suavemente.

Ela levantou a mão. "Estou aqui por causa do meu pai. E se você não quer nada de mim
além desse executar esse plano horrível de vingança, então deixa para lá. Se manterá meu pai
seguro, serei quieta e subserviente. E você poderia me devolver meu almoço? Não terminei."

Alek balançou a mão e o prato retornou. "O que você quer fazer da sua vida?" Ele
perguntou quietamente.

"O quê?"

"Era isso que eu queria essa noite. Queria ter uma conversa com você. O que você estava
planejando fazer da sua vida?" Ele repetiu.

Ela parecia que ia dizer algo rude, mas mudou de ideia. Dando outra mordida na comida,
ela encarou o prato. "Não sei."

"Sério?"

"Sempre que penso que quero fazer algo com minha vida, acabo arruinando tudo. Mudei
minha formação na faculdade quatro vezes. Tive cinco empregos diferentes. Achei que um
emprego temporário ajudaria, mas eu odiava tudo o que fazia."

"Por que está solteira? Olhei sua história e você não namora há anos."

"Obviamente eu estava me guardando para um lindo homem chegar e me fazer de


prisioneira". ela murmurou sarcasticamente.

"Você me acha lindo?" Ele disse com um sorriso.

Ela revirou os olhos. "Acontece o mesmo com os homens. Eu gosto deles, eu experimento,
depois estrago tudo. Ou eu passo a odiá-los ou eles correm de mim."

"Correm de você?"

"Por que estamos falando sobre isso?" Ela perguntou enquanto abaixava o garfo. "É uma
nova forma de tortura para você?"

A vida dela ficaria bem difícil nos próximos dias, e ela não tinha ideia do que estava por
vir. Ela o encarou ferozmente.

"Pense no que você quer para hoje à noite," ele disse calmamente. "Depois do jantar. Algo
que eu possa lhe dar. Não sua liberdade. Não a liberdade do seu pai. Apenas algo que eu possa
lhe dar em algumas horas."

Os olhos dela se arregalaram. "Por quê?"

"Apenas pense a respeito, Natalia. Essa será a única vez que lhe ofereço isso."

Eles terminaram o almoço em silêncio, mas ele podia ver as rodas da mente dela girando.
Ela podia estar desconfiada, mas no final, ela acabaria pedindo alguma coisa. Ele só esperava
que fosse o suficiente para o que ele a faria passar depois.

***

Natalia encontrou um par de jeans e um top pendurados no closet para ela vestir no jantar.
Não eram suas roupas, mas eram o mais próximo de algo que ela vestiria. Normalmente, Alek a
forçava vestir algo chique para o jantar. Qual seria o joguinho dele?
Ana não apareceu para arrumar seu cabeço ou forçá-la a usar maquiagem. Ainda assim,
ela pegou a escova e jogou suas mexas para o lado. Jogando o cabelo sobre os ombros, ela
passou um pouco de maquiagem no rosto e sorriu. Finalmente parecia consigo mesma.

Alek a esperava no final da escada. Os olhos dela se arregalaram e ela hesitou. "Natalia,
estou com fome. Por favor, não me faça esperar."

Ela deu alguns passos apreensivos. "Sem vestido. Sem Ana. E você não está na mesa me
esperando. O que está acontecendo?"

"Dei a noite de folga para os funcionários. Todos eles."

"Por quê?"

"Eu lhe disse. Quero fazer algo legal para você."

Os olhos dela se arregalaram e ela chegou ao final da escadaria. "Algo legal para mim?"

Alek sorriu. "Posso ser um cara legal, Natalia."

"Disse a aranha para a mosca", ela murmurou. "Você não estaria fazendo isso sem esperar
nada em retorno."

Ela deu de ombros e ela suspirou. "O que vai acontecer hoje à noite?"

"Eu já disse. Hoje à noite vou tentar te dar o que você quiser. Então, você pode me dizer o
que quer fazer."

"O que eu quero é ir para casa."

Alek riu enquanto a levava para a sala de jantar e para a porta de entrada. Ela
estremeceu ao ar gelado da noite russa e o encarou. "Se a gente comer aqui fora, vou congelar."

Sorrindo, ele apontou para a ponta do pátio, onde havia uma jacuzzi quente e
borbulhando. Ela se virou para ele. "Você só pode estar brincando. Você vai usar essa noite para
me seduzir? Qual o sentido, Alek? Você já provou que pode me ter mesmo quando eu não quero."
Com raiva, ela se virou e caminhou de volta para a casa, mas ele a segurou.

"É só sexo, Natalia. Talvez eu esteja cansado de ver o nojo em seus olhos. E o medo", ele
sussurrou enquanto passava as mãos por seus braços nus.

"O que exatamente você acha que eu quero?" Ela se virou para ele, mas já sabia a
resposta. Parte de si estava aterrorizada. Como diabos ele poderia saber seus desejos? Como ele
poderia saber o que ela iria lhe pedir?

"Eu já deixei claro as regras. As coisas que você mais quer. Você não pode pedir por uma
libertação adiantada. E não pode pedir por nada que tenha relação com seu pai", ele disse
suavemente enquanto as mãos deles se moviam para sua barriga. Ela respirou com força enquanto
ele tirava sua blusa. A respiração dele estava em seu pescoço, mas ele não a beijou. Ela queria
muito que ele a beijasse. "Não resta muita coisa. Mas você precisa me dizer."

"Por quanto tempo?"

"Só essa noite."

"Só essa noite." Ela fechou os olhos e se inclinou contra ele. Ela podia senti-lo abrir sua
calça jeans e a abaixar. Enquanto ele se abaixava, Natalia sentiu seu equilíbrio oscilando e se
segurou na mesa à sua frente. Enquanto tentava se focar, percebeu que não estava mais
conseguindo pensar em muita coisa. Como se tivessem vida própria, suas pernas se abriram e ela
sentiu os lábios dele roçarem na curva de sua bunda. Através do tecido de sua calcinha fio dental,
as mãos dele gentilmente esfregaram sobre seu clitóris.

"Alguém pode nos ver", ela sussurrou.

"Já não tivemos essa conversa antes?" Ele murmurou.

Ele puxou a calcinha para o lado e pressionou a boca contra seu centro quente. "Ah," ela
gemeu contra Alek.

Seu desejo era como lava derretida, e ela se sentiu derretendo. "Alek," ela sussurrou. Ela
gemeu enquanto abaixava as mãos na mesa. "Pare. Pare ou eu vou gozar," ela sussurrou.

"E qual o problema nisso," ele disse suavemente enquanto deslizava um dedo dentro dela.

Agarrando a mesa, ela finalmente entendeu o que realmente queria. "Porque eu quero
ficar no controle." Ele parou, ela se ergueu e olhou sobre os ombros. "Eu quero um favor, e hoje à
noite, eu quero estar no controle."

"Por quê?" Ele sorria enquanto dizia isso. Ele sabia o que ela queria o tempo todo. "Você
acha que se ficar no controle, vai conseguir sua liberdade?"

Afastando-se dele, ela jogou a perna ao redor dele e sentou-se na mesa. "Dificilmente.
Sinto que não tenho o controle da minha vida por muito tempo. Não apenas essas últimas semanas,
mas os últimos anos. Hoje à noite, eu quero ficar tomar o controle. Por favor."

Lentamente, ele ficou de pé e ergueu as mãos. "Tudo bem. Hoje você pode ficar no controle.
O que você quer fazer?"

Seu estômago roncou e ela riu. "Jantar. Definitivamente eu quero jantar."

Ele riu e se levantou. "Não era exatamente o que eu estava esperando, mas podemos
começar com o jantar." Do outro lado da jacuzzi, ela encontrar uma pequena mesa com dois pratos
cobertos. Com um sorriso malicioso, Natalia tirou o top e o deixou no chão. Rezando para que
ninguém estivesse assistindo, ela tirou a calcinha e lentamente entrou na água quente. Ela prendeu
a respiração quando a água quente bateu em sua pele.

"Pensei que estivesse com fome", ele disse com a voz rouca enquanto a observava.

"Estou. E você vai me alimentar enquanto me aqueço." Ela deslizou para dentro da água
quente e suspirou quando os jatos bateram em suas costas. Enquanto gemia, Alek balançou a
cabeça.

"Não brinque com sua sorte," ele disse enquanto pegava os dois pratos e colocava na
beirada da jacuzzi.

"Tire suas roupas." Natalia praticamente lambia os lábios enquanto o observava tirar a
roupa. Em nenhum momento naquela noite, ela se esqueceria do papel de cada um ali. Ela era a
prisioneira e ele o guarda. Mas para aquela noite, ela viveria suas fantasias. E talvez, durante os
próximos dias, ela precisaria dessas lembranças para lhe dar algum tipo de conforto. E se esse
era o caso, ela não desperdiçaria nenhum minuto.

Quando ele ficou nu, ela levou um minuto só absorvendo a beleza dele. Deus, mesmo o
odiando, tinha que admitir que ele era maravilhoso. Cada parte do corpo dele parecia ter sido
esculpida em pedra, e ela queria passar a língua em cada centímetro daquele corpo. Ela apontou
o dedo para ele e o observou entrar lentamente na água.

Ele esticou as mãos e descobriu os pratos. Ela abriu a boca e gemeu enquanto ele pegava
um garfo e a alimentava. Ele riu e se sentou. "Eu sempre achei que para ganhar o coração de um
homem era através do estômago, não o da mulher."

She felt her stomach clench and she pulled away. "Você não está tentando ganhar meu
coração. Está apenas tentando me agradar," ela murmurou enquanto pegava o garfo dele. Ele
suspirou de frustração enquanto ela comia.

"Foi só uma expressão," ele disse suavemente.

"Não fale", ela resmungou. Ele fechou a boca obedientemente e ela lhe lançou um olhar
curioso. Inclinando a cabeça, ela o encarou. "Você realmente vai fazer tudo o que eu pedir hoje à
noite."

"Vou," ele disse suavemente. "Hoje à noite eu sou seu. Tudo o que precisa fazer é me dizer
o que quer. Depois de você terminar seu jantar, claro."

O que ela queria? Ela colocou o dedo nos lábios para indicar que queria que ele ficasse
calado, e, após alguma consideração, deslizou um prato de comida na direção dele para que Alek
também pudesse jantar. Ele riu, mas comeu em silêncio. Perto do final do jantar, ela diminuiu o ritmo.
Logo ele iria querer uma ordem, e Natalia não tinha certeza se podia continuar com isso.

Silenciosamente, ela disse a si mesma que era porque acabaria se sentindo melhor. Sentiria-
se melhor em relação a todas as coisas que ele fizera ao seu corpo se ela fizesse isso com o dele.
Caso ela tivesse controle sobre o corpo dele da mesma forma que ele tinha do dela. Mas no fundo,
ela sabia que era simplesmente porque ela queria. Nada mais, nada menos. Essa era a fantasia
dela.

Empurrando seu prato para longe, ela lentamente se virou para encará-lo. "Ok. Você está
pronto?"

As mãos dela tremiam de nervoso, e ele sorriu lentamente. "Estou", ele disse suavemente.
"Vamos ver o que você sabe fazer."
Capítulo Doze
Natalia desejou ter uma dose de vodca, mas Alek já tinha desejo nos olhos, e ela simplesmente
resolveu deixar rolar. "Sem me tocar", ela disse com uma voz trêmula.

Ele ergueu uma sobrancelha, mas lentamente ergueu os braços para fora da água e os
colocou na beira da jacuzzi. Ela lentamente montou nele, de modo que a ereção dele ficasse no
meio de suas pernas.

À princípio, ela não fez nada. Apenas desfrutou da sensação de estar em cima dele.
Finalmente, ela moveu os quadris lentamente sobre ele e observou os músculos do rosto dele se
tencionarem. "Você gosta disso," ela murmurou.

"Gosto," ele disse suavemente. "E se você não fizer nada logo, não serei capaz de cumprir
minha parte no acordo."

Ela ficou imóvel imediatamente. "Desculpe."

"Você não precisa parar," ele disse com um sorriso. "Acho que estava me divertindo um
pouco demais."

"Nunca fiz isso antes," ela disse calmamente. "Eu..."

"Tudo bem", ele murmurou. "Temos a noite toda. Você pode levar o tempo que quiser,
apesar de que se a gente passar muito tempo aqui dentro, eu provavelmente não lhe serei muito
útil."

Natalia riu e fechou os olhos. Ela tentou esquecer tudo e apenas curtir o momento. Alek já
tinha a humilhado bastante. Não era como se ela fosse se constranger na frente dele. Ela sentiu as
mãos dele em sua pele e repentinamente os lábios dele estavam em sua garganta. "Alek," ela
protestou. "Eu que deveria estar no controle."

"E está. Estou apenas aproveitando enquanto você pensa," ele disse suavemente enquanto
os lábios dele se moveram até seus ombros.

Ela bateu a mão no peito dele e o empurrou para trás. Lentamente, ela se ergueu na água
e sobre ele. "Lamba meu mamilo," ela sussurrou.

"O quê?" Ele disse com um sorriso tímido.

"Lamba. Meu. Mamilo. Agora," ela disse sucintamente. Mantendo o contato visual, ele
lentamente se reclinou sobre Natalia e lambeu seu mamilo. Sabendo que ele apenas estava
fazendo isso porque ela mandara fez tudo ficar mais intenso. Ela fechou os olhos e gemeu
enquanto ele enfiava o mamilo todo dentro da boca e o chupava.
"O outro", ela disse arfando. "Agora. Agora, Alek."

Ele se moveu obedientemente, e ela quase perdeu o equilíbrio. Enquanto ela caía sobre ele,
Alek a pegou pela cintura e a virou até que ela ficou firmemente sentada na saliência dentro da
jacuzzi. "Acho que você estava superaquecendo," ele disse com um brilho diabólico no olhar. "E
agora posso continuar."

"Enquanto ele continuava chupando, ela jogou a cabeça para trás e gemeu. "Mais baixo",
ela sussurrou.

"O quê?" Ele disse enquanto erguia a cabeça; Ele se reclinou e provou de seus lábios.
"Você está no controle, Natalia. Então, tome o controle."

Pegando a cabeça dele, ela o empurrou para baixo. "Eu disse mais baixo," ela exigiu numa
voz mais alta.

"Deus, não tinha ideia do quanto isso seria sexy," ele murmurou antes de trilhar os lábios
pelo seu abdômen. Ela ergueu as pernas para cima e fora da água e as abriu, e quando ele
pressionou os lábios no lado de dentro de sua coxa, ela estremeceu. O ar parecia pesado ao
redor deles, e por um momento, ela esqueceu que estava lhe dando ordens. Quando ele chupou um
de seus dedos do pé, isso a fez voltar à realidade. "Alek!" Ela gritou rindo.

"Você disse mais baixo. Nunca disse para parar," ele disse com um sorriso enquanto soltava
seu pé. Ele tentou pegar o outro pé, mas ela imediatamente o empurrou.

"E agora eu tenho exigências diferentes", ela resmungou enquanto libertava o pé. "Beije-
me."

"Onde?"

"Nos lábios. Beije-me nos lábios." Empurrando-se para cima, ela foi até ele. Quando ele se
curvou para beijá-la, ela ficou absolutamente sem ar. Ele a beijou com força e procurou por sua
abertura. Por um momento, ela quase esqueceu o que queria. Ela quase o envolvera com as pernas
e o puxara para mais perto, mas quando ele ergueu a cabeça, ela finalmente respirou fundo.
"Assim não."

"Você quer ficar por cima?" Ele perguntou com um sorriso.

Sem palavras, ela se levantou e o empurrou para dentro da água. Ele a observou
enquanto Natalia respirava fundo e se virava. Para a maioria das pessoas, sexo por trás era
preferível. Ninguém precisava ficar se olhando nos olhos. Tudo o que precisavam fazer era sentir.
Mas era diferente com ela. Ela nunca confiara em ninguém para tomá-la por trás, e ela queria
desesperadamente sentir alguém atrás de si. Sentir alguém o mais profundo possível.

"Isso não é exatamente o que eu esperava," ele murmurou enquanto colocava as mãos em
seus quadris. "Para ser honesto, eu não gosto muito desse jeito."
"Por quê?"

Ele a puxou para perto e deslizou a mão para passar os dedos sobre seu clitóris. Ela arfou
e se segurou nele. "Eu quero que a pessoa que eu fodo me veja. Eu quero que elas saibam que eu
sou."

Ela inclinou a cabeça para trás e envolveu os braços ao redor do pescoço dele. "Acredite
em mim, Alek, acho que ninguém conseguiria esquecer que você está atrás dela. Eu quero isso, e
você prometeu fazer tudo o que eu quisesse essa noite." Gemente enquanto a tensão crescia
dentro de si, ela se inclinou e abriu as pernas. "Faça, Alek. Me coma por trás. Eu juro que nunca
conseguiria esquecer quem está possuindo meu corpo."

E foi assim que ele segurou em seu quadril e deslizou para dentro dela. Quando ele batia
em seu cérvix, ela arfava e gritava. Tudo que ela tinha lido era verdade. Ele conseguia ir mais
fundo do que a noite passada, e Natalia achou que não conseguiria aguentar. "Devagar," ela
conseguiu dizer. "Me come, Alek, por favor."

Ele imediatamente parou. "Natalia? Você está bem?"

"Sim." Ela engoliu com força. "Por Deus, Alek, estou tão perto. Por favor. Desculpe. Quero
aproveitar por mais tempo. Só diminua o ritmo," ela pediu.

Curvado-se sobre ela, ele mordeu o lóbulo de sua orelha e lentamente deslizou novamente
para dentro de si. Ele era um um idiota perfeito, e ela se recostou nele. Mas mesmo enquanto ela
desfrutava das sensação de tê-lo cada vez mais fundo dentro de si, algo estava faltando. Sem
aviso, ela se soltou e virou. Ele nem perdeu o ritmo quando deslizou para dentro dela de novo.

"Natalia", ele murmurou em sua orelha. "Você é tão perfeita."

Todo o seu corpo formigou com as palavras dele, e por um momento, ela imaginou que ele
queria dizer isso pensando além do seu corpo. Por um momento, ela tentou imaginar que não havia
nenhum gangster e nenhum favor. Que ele estava com ela porque queria estar e ela estava com
ele por vontade própria.

E ela desesperadamente queria estar;

"Não consigo," ela sussurrou enquanto envolvia os braços ao redor dele. Ela não conseguia.
Não conseguia acompanhá-lo. Era para ela estar no controle, e foi tudo por água abaixo no
momento em que ele a penetrou. Ela enroscou as penas mais apertado ao redor dele e
desmoronou. Ele segurou sua cabeça na curva do ombro dele e se enterrou dentro dela.

"Natalia", ele sussurrou em sua orelha enquanto saía de dentro dela, pegava-na no colo e
a deitava na beirada da jacuzzi. "Você está bem?"

"Com frio", ela disse quando o ar a atingiu. Seus dentes batiam e ele imediatamente a
puxou de volta para a água, envolvendo os braços ao seu redor. Ela riu e pressionou o rosto no
peito dele. "Nós temos que ir embora, eventualmente."

"Cama?" Ele perguntou enquanto lhe acariciava os cabelos.

"Sim."

"Espere aqui, vou buscar umas toalhas." Ele beijou o topo de sua cabeça e a deixou.
Sozinha, ela espiou a escuridão e envolveu os braços ao redor de seu corpo. Ela tentara
desesperadamente ganhar o controle da situação naquela noite e, em vez disso, ela só provara
uma coisa. Ele controlava ela. Ele tinha sua mente, corpo e alma.

E não havia nada que ela pudesse fazer para mudar isso.

Quando eles estavam do lado de dentro e seco, ele engatinhou pela cama e se deixou cair.
Ela observou enquanto ele massageava o ombro. "Estou tão animado por conseguir dormir um
pouco," ele murmurou.

"O que vai acontecer? Você não teria feito isso se alguma coisa não fosse acontecer logo,"
ela disse enquanto ficava em pé na beirada da cama. "O que eu devo esperar? Algo bom? Algo
ruim?"

Ele ergueu a cabeça e a encarou. "Não posso te contar, Natalia."

Natalia assentiu e lentamente voltou a se deitar na cama com ele. "Devo ficar
preocupada?"

"Não deixe essa noite enganá-la, Natalia. Não há nada entre nós. Eu não lhe devo
nenhuma resposta. Essa noite foi um favor, mas foi divertido. E a deixou mais vulnerável do que
você imagina," ele disse friamente.

Saindo de perto dele, ela virou de costas. "Apenas você conseguiria transformar algo como
isso em algum tipo de humilhação. O que tem de errado com você?"

"Muita coisa," ele sussurrou. "Muita coisa."

Ela foi para a beirada da cama e ele a agarrou. "Natalia", ele rosnou enquanto a pegava
pelo braço e a forçava a se virar. "O que você está fazendo?"

"A noite toda," ela o lembrou suavemente. "Você me prometeu a noite toda. E agora, eu não
quero dormir com você."

Ele ficou em silêncio por um momento, mas a deixou ir. "Lá em baixo, na jacuzzi, você disse
'Não consigo'. O que quis dizer com isso?"

"Vá dormir aonde quer que você dormiu na noite passada," ela disse irritada. "Me deixe
dormir em paz."
Repentinamente, ele a virou e ela gritou ele se debruçava sobre si. "Podemos brincar seu
joguinho de controle, mas tudo tem limite. Você não pode me expulsar da minha própria cama. Se
fica tão enojada nos meus braços, pode dormir na porra do chão. Está entendendo?"

Aterrorizada, ela balançou a cabeça. Ele a soltou e rolou para o outro canto da cama.
Dentro de minutos, ele estava roncando. Ela se debruçou nos cotovelos e o encarou. Como era
possível ele ser dois homens tão diferentes em um curto período de tempo?

E que tipo de homem ela encararia na manhã seguinte?

***

Na manhã seguinte, Alek deixou instruções para Ana como faz normalmente depois chamou
os funcionários da casa para uma reunião. O motorista, o pessoal que cuida da casa, pessoal de
manutenção da propriedade, guardas, e os seus homens reuniram-se na pequena sala. Reprimindo
sua raiva, ele observou o rosto de cada um. Alguém naquele cômodo era o espião, e era hora de
descobrir. O primeiro passo seria fazê-los relaxar.

"Sinto muito interromper as atividades de vocês nessa manhã, mas tenho um anúncio a fazer.
Devido aos eventos recentes, tenho motivos para suspeitar de que existe um espião entre nós." Um
suspiro coletivo atravessou pelo cômodo, e Alek estudou o rosto de cada um cuidadosamente. Um
deles estava trabalhando para Boris, mas nenhum deles mostrava sinais disso no rosto. "Tive razões
para acreditar que foi um de você antes de uma nova informação aparecer. Minha escolha em
trazer Natalia para o meio de nós foi feita por pura paixão em vez de lógica. Na estadia dela
conosco, eu lhe deu liberdade demais, e acredito que ela usou isso contra nós. Não sei se as ações
dela foram baseadas em uma razão pessoal ou se ele vem trabalhando para meu competitidor
por todo esse tempo, mas isso acaba hoje. Ela deve ficar presa dentro dessa casa, sem nenhuma
comunicação com o mundo externo. Sem acesso a arquivos, sem acesso ao computador ou telefone,
e as ações dela devem ser monitoradas 24 horas por dia. Vocês me entenderam?"

"Por que você simplesmente não resolve tudo de uma vez?" Sasha gritou. Ele sorriu
maliciosamente, e Alek não tinha dúvidas de que Sasha ficaria mais do que feliz em oferecer seus
serviços. Esse bastardo sanguinário fazia até o estômago de Alek revirar.

"Preciso de mais informações antes de prosseguir. Preciso descobrir como ela está se
comunicando e com quem. Quero relatórios de cada um de vocês no final doa dia sobre o que ela
fez. Estão entendidos?"

Sua equipe assentiu e murmurou entre eles. Alek suspirou e balançou a mão. "Dispensados."
Os funcionários lentamente se dispersaram e seus homens esperaram por suas ordens. Cada um foi
para seu trabalho e Alek chamou Sasha e Misha. "Alguma novidade sobre o Grisha?" Ele
perguntou.

"Você acha que ele está trabalhando com Natalia?" Misha perguntou calmamente.

"Não sei ainda, mas ele consegue entrar e sair daqui sem ser detectado, e nada disso
começou a acontecer até ele aparecer pela primeira vez. Não tenho motivo para suspeitar que ele
trabalha para o Boris, mas não posso ignorar a coincidência. "Encontre-o." Misha assentiu.

"E a garota?"

"Quero que ela pense que ainda tem liberdade. Ela sabe que suspeito de um espião, mas
não sabe que suspeito dela. Ela será cuidadosa, mas provavelmente será imprudente em algum
momento. Ela acha que me prendeu na teia dela." Os lábios de Alek se curvaram de nojo.
"Quando eu souber como ela está agindo, vou cuidar dela."

"A equipe da casa relata ter visto uma ruiva passando pela casa em várias ocasiões. Nós
cruzamos algumas informações e é a Claudia. O que você quer fazer com essa informação?"

Alek suspirou. Claudia iria desistir em algum momento? "Vou ligar e marcar um almoço com
ela para descobrir o que ela quer. Provavelmente quer melhorar as coisas comigo e retornar nosso
relacionamento."

"E você vai?" Misha perguntou rapidamente. Alek tentou não rir. Quando Claudia estava lá,
ela era um pesadelo para os funcionários. O homem com certeza adoraria vê-la o mais longe
possível dali.

"Não."

Misha hesitou. "Tem certeza de que quer deixar a vigilância de Natalia para os
funcionários da casa? Sei que eles são treinados para se defenderem, mas não são treinados em
vigilância. Se ela estiver fazendo isso há muito tempo, é possível que ela seja profissional. Ela
poderia fazer várias coisas bem debaixo dos narizes deles, e eles nem perceberiam.

"Estou instalando câmeras em todos os cômodos, com exceção do escritório hoje."

"Todos os cômodos?" Sasha corou, e Alek precisou se segurar para não rir. Ele sabia que
Sasha estava saindo com uma das empregadas. Fraternizar entre os funcionários não era proibido,
mas Sasha mantinha seu relacionamento para si mesmo. Ele, com certeza, não queria que Alek
soubesse o que estava acontecendo na privacidade do quarto de Sasha, e Alek também não
queria saber.

"As câmeras serão instaladas nos corredores, e não vejo motivo para instalá-las nos quartos
privados, a não ser que eu veja evidências de Natalia entrando ou saindo de um desses locais. Por
enquanto, o que você faz atrás dessa porta permanecerá privado."

O alívio no rosto estava escancarado no rosto de Sasha, e Alek riu. "Tudo bem. Ficaremos
fora a maior parte da manhã. Eu tenho uma reunião no escritório do comissário residencial. Boris
está comprando propriedades residenciais nos meus bairros, e preciso garantir que essas linhas
não sejam redesenhadas. Tomem o café da manhã e estejam prontos para sair em trinta minutos.
Ou a reunião será ótima ou será horrível. mas não iremos embora até saber que aquelas linhas
não serão redefinidas. Vocês me entenderam?"
Misha assentiu com uma expressão vazia, mas Sasha sorriu. Ele sabia que talvez
acontecesse alguma ação. Alek, por outro lado, estava esperando que as coisas acontecessem de
forma mais tranquila. Ele não podia deixar o Boris foder com tudo justamente quando eles estavam
indo tão bem.

Brevemente, ele pensou em Natalia. Ela ficaria irritada quando acordasse nessa manhã,
mas isso não era nada comparado ao que ele tinha em mente para ela essa noite. Se ela achava
que andar de lençol pela casa era humilhante, ela odiaria o que ele faria com ela hoje. Seus
funcionários precisavam saber que ele estava falando sério, e isso significava transformar a vida
dela num inferno.

Pela primeira vez desde que ela se mudava, ele percebeu que não estava ansioso para
puni-la. Era injustificada, mas não explicava o pavor que estava se acumulando dentro dele. As
coisas estavam saindo do controle. Na noite passada, dele deixara que ela tomasse o controle, e
quando finalmente a tomou, não foi com a mesma força que geralmente o impulsiona. Cristo, ele
realmente tinha desfrutado quando ela tremeu em seus braços. O que quer que estivesse
acontecendo com ele, tinha que parar. E talvez hoje fosse o primeiro passo para construir um
abismo entre ele e qualquer sentimento que ele estivesse desenvolvendo por ela.
Capítulo Treze
Ana a estava encarando quando Natalia acordou. Esticando-se, Natalia cuidadosamente tirou as
cobertas e deslizou da cama. "Ana, está tudo bem?"

"Arrume-se. O café da manhã apenas estará disponível por mais vinte minutos, então sugiro
que você seja rápida," Ana disse com firmeza. O coração de Natalia afundou. Qualquer que fosse
o jogo de Alek, aparentemente incluía isolá-la. Ana era sua amiga, e se ele lhe tirasse isso, Natalia
poderia ficar doida.

"Ana, eu fiz alguma coisa..."

"Nova regra," Ana a interrompeu. "Sem mais fraternizações. Sem perguntas pessoais. Você
ficará confinada no seu quarto hoje. O Sr. Evanoff tem um trabalho de manutenção programado
para a casa, e você não deve ficar no caminho. O almoço será servido no quarto. O Sr. Evanoff
vai jantar com Claudia, e quando o Sr. Evanoff retornar, você se juntará a ele. Suas roupas estão
penduradas na cama."

Sem falar mais nada, Ana se virou e marchou para fora do quarto. Natalia tinha
imaginado todo tipo de horror, mas ser isolada de sua amiga não tinha sido um deles. A porta
bateu atrás de si, e as palavras dela começaram a fazer sentido. Alek iria jantar com Claudia? Por
quê?

Ele simplesmente queria passar um tempo com ela?

Repreendendo seu ciúme, Natalia pegou a roupa escolhida para ela. Era um simples par de
calças pretas e um top combinando. Nada de horroroso ali. Ela ainda podia sentir o cheiro de Alek
em seu corpo, mas se quisesse tomar o café da manhã, não teria tempo para tomar banho. Se ela
deveria ficar confinada no quarto o dia todo, tinha bastante tempo para tomar banho mais tarde.

Ela não recebeu nada além de olhares frios enquanto descia até a cozinha. Não havia
comida na mesa ou funcionários para servi-la. Enquanto seus olhos passeavam pela mesa, uma
risada histérica estourou de sua garganta. Como uma prisioneira, ela estava sendo tratada como
uma princesa. Mas agora algo tinha acontecido e ela estava sendo tratada como uma leprosa.

Era um absurdo ela só ter notado a diferença agora.

Com um suspiro, ela pegou um único muffin que estava no balcão. Ela tentou abrir as portas
que davam para o pátio e comer com privacidade, mas as portas estavam trancadas. Quando ela
tentou abrir a fechadura, alguém limpou a garganta atrás de si. Virando-se, ela encontrou um
homem alto vestindo um uniforme e a encarando com desaprovação. "Você vai comer no seu
quarto", ela disse friamente.

"Meu quarto? Posso ao menos comer na mesa da cozinha?"


"No seu quarto. Ou devo dizer, o quarto do Sr. Evanoff."

Que diabos? Ninguém chamava ele de Evanoff. "Sinto muito. Parece que todo mundo me
odeia hoje. Posso pelo menos saber o motivo?"

Ele chegou a boca e a encarou. Com um suspiro, ela mordeu o muffin e passou pelo homem.
Parte de si queria jogar o muffin no chão, mas isso era muito infantil, e não era culpa deles eles a
estarem tratando daquele jeito. Eles estavam simplesmente seguindo ordens. Disso ela tinha certeza.

O empregado a seguiu até seu quarto, e quando ela estava lá dentro, escutou o distinto
som da fechadura sendo trancada. "Que porra está acontecendo?" Pelo menos ela sabia quando
estava sendo punida. Seria isso algum tipo de retaliação pela noite passada? Alek estava irritado
que a deixara tomar o controle da noite.

"Ele podia ter simplesmente dito não", ela bateu na porta fechada. Ninguém atendeu. Com
um suspiro, ela deu outra mordida em seu muffin e ficou vagando pela suíte. Seus livros e a
televisão não tinham voltado. Não havia nada para fazer o dia todo, exceto sentar e encarar o
lado de fora da janela.

E pensar sobre Alek jantando com Claudia.

Conforme as horas foram passando dolorosamente lentas, Natalia eventualmente se deitou.


Passadas pesadas subiam e desciam as escadas enquanto o pessoal da manutenção fazia o que
diabos eles vieram fazer, e eventualmente ela caiu num sono inquieto. Quando ela acordou, o sol já
tinha abaixado. Natalia olhou nervosamente pelo quarto para ver se Alek estava lá.

Ela estava sozinha e a casa estava silenciosa. Atravessando o carpete, ela alcançou a
maçaneta da porta e descobriu que estava destrancada. Abrindo a porta, ela espiou pelo
corredor e olhou ao redor. Ninguém a estava observando ou seguindo ou a encarando. Era quase
um alívio. Movendo-se quietamente pelo corredor, ela pretendera procurar por Ana e perguntar se
ela tinha visto Alek, mas se lembrou como a mulher a tinha tratado naquela manhã. Distante. Fria.
Natalia se virou para verificar as escadas quando escutou um gemido fraco.

Preocupada, ela foi até mais para o final do corredor. Pelo que ela sabia, a maioria dos
quartos estavam vazios ali. Ana tinha um quarto ali em cima, mas ela contara à Natalia que
normalmente ficava nos quartos de hóspedes do outro lado da propriedade. Ela apenas se
mudara para a casa principal para ficar de olho em Natalia.

Então, quem estava no quarto no final do corredor? Quando se aproximou, percebeu que
os gemidos não eram de dor, mas de ecstasy. Enquanto seu coração batucava dentro do peito, ela
parou em frente à uma das portas. O som de pele batendo uma na outra misturado com suspiros e
gemidos familiares fez Natalia congelar.

Era por isso que Alek não tinha voltado para o quarto? Ele e Claudia tinham estendido o
almoço até à noite? Uma fúria que ela nunca sentira antes cresceu dentro de si, e ela sentiu suas
mãos tremerem. Parte de si queria bater na porta e exigir uma explicação, mas por quê? Ela não
era namorada dele. Ele deixara claro o que aconteceria se ele a pegasse com outro homem, mas
ele não tinha motivo para ser fiel. Por que ele seria? Ela era uma prisioneira.

E ela não tinha sentimentos por ele.

Os sons ficaram mais altos, e uma voz feminina rouca chacoalhou seus ossos. "Ah. Fode.
Senti sua falta, baby. Senti falta disso. Mais forte. Como você costumava me foder. Mais forte!"

O grito dela no final fez Natalia voltar correndo para o quarto. Batendo a porta, ela se
recostou sobre a parede e fechou os olhos. Lágrimas brotaram de seus olhos, mas ela se recusou a
deixá-las cair. Ela realmente esperava que Alek fosse amolecer e se apaixonar por ela? Isso era
ridículo.

Mas isso não impediu que o sofrimento e o ciúme tomassem conta de seu corpo.

***

Ana bateu na porta na hora do jantar, mas Natalia se recurou a sair. Ana não insistiu. Ela
fez um comentário zombeteiro sobre como Natalia não merecia sair do quarto e bateu a porta ao
sair. Natalia se escondeu na suíte, e quando a porta abriu e Alek entrou com raiva no rosto, Natalia
soube que havia cometido um erro.

"Por que diabos você não desceu para jantar comigo? Ele sibilou com raiva.

"Claudia não foi suficiente para você," ela murmurou dando as costas. Ele caminhou até ela
e a agarrou pelo braço, fazendo a virar.

"O que você acabou de dizer?" Ele disse numa voz baixa e perigosa.

Natalia se recusou a deixar seu medo a segurar. "O que importa? Você obviamente disse
alguma coisa para os funcionários para fazê-los me odiar. Estive trancada nesse quarto a porra
do dia todo sem nada para fazer. E você se pergunta por que não quiser ir jantar com você?" Ela
soltou histericamente.

Ele balançou a cabeça. "Não foi isso que você disse."

Olhando para ele, Natalia soltou seu braço. "Eu perguntei por que Claudia não foi
suficiente para você. Nós tivemos uma noite tolerável ontem, e depois você leva aquela mulher
para lanchar e fode com ela depois. Então, imagino que ela não seja suficiente para satisfazê-lo,
aí você vem até mim. É isso? Posso ser sua prisioneira, mas não vou ficar aqui enquanto você fode
toda vadia que cruza seu caminho e depois vem pra cima de mim. Isso vai além da humilhação, e
não vou cruzar essa linha," ela sibilou com raiva.

Alek a encarou com um olhar atordoado no rosto enquanto ela tentava empurrá-lo para
passar. Ela mal tinha chegado no quarto antes dele a agarrar e a jogar em cima da cama.
Aterrorizada, ela mordeu a língua. O sangue brotou em sua boca enquanto Alek a virou e sentou
em cima dela. "Primeiro de tudo," ele disse suavemente enquanto começava a abrir a calça. "Você
não pode questionar com quem eu estou ou como passo meu dia. Segundo, se eu decidir foder
outra pessoa e depois foder você, você não pode me dizer não. Parte do nosso acordo fiz que eu
posso ter você quando quiser e quantas vezes quiser." Ele riu. "E finalmente, se você acha por um
segundo que a noite passada significou algo a mais, você não poderia estar mais errada."

Ele pegou sua blusa e a rascou. Os botões voaram para longe e ela virou a cabeça,
fechando os olhos. Como sempre, ela estava aterrorizada e excitada, mas a intensidade nos olhos
deles era mais obscura que o normal. Ele estava realmente com raiva. Mas julgando pelo jeito que
ele a olhava, ele estava com raiva porque a desejava.

"Alek," ela sussurrou enquanto tentava acalmá-lo. "Alek, eu estou bem aqui. Vou fazer o
que você quiser, mas por favor..."

"Cale a boca," ele rosnou enquanto a encarava. "Você não pode ditar nenhuma parte da
minha vida. Você não pode me dizer quem eu posso ver ou como me sentir, está entendendo?" Ele
arrancou suas calças e ela arfou. Com a mão livre, ela a esticou para empurrá-lo, mas ele a
dominou com facilidade. Jogando as calças dela para o lado, ele enfiou um dedo dentro de
Natalia.

"Sem preliminares e você já está tão molhada," ele disse cruelmente. "O que isso diz a seu
respeito?"

"Diz que eu quero você. Você não precisa me ensinar uma lição. Não precisa me dominar.
Estou aqui, Alek. Estou bem aqui." Cada parte do seu corpo estava formigando de desejo, e ela
estava desesperada para que ele a visse. Finalmente a visse.

"O que você acabou de dizer?" Ele perguntou enquanto se debruçava sobre ela. "Você
devia estar com medo de mim. Você devia estar morrendo de medo de mim. Sua vida está nas
minhas mãos todo o dia, Natalia. Tudo o que eu preciso fazer é ordenar e mais de uma dúzia de
homens estaria mais do que feliz de despachá-la. Eu podia acabar com sua vida aqui e agora, e
todos nessa casa nem piscariam. Metade dos funcionários se ofereceria para ajudar a se desfazer
do seu corpo," ele rosnou em seu ouvido antes de lamber a lateral de seu pescoço. O ar ao redor
deles ficou ainda mais quente, mas ela empurrou de lado seu medo.

"Se você me quisesse morta, eu estaria morta. E se você realmente quisesse me assustar,
faria algo para isso."

Os olhos dele procuraram os dela, e ele lentamente abriu suas pernas. Ela se abriu com
facilidade para ele, e mesmo vendo raiva misturada com desejo nos olhos dele, ela ainda assim
envolveu o pescoço dele com os braços enquanto ele a penetrava. Enquanto ele a penetrava e
esticava, seus dedos se curvaram e tudo se derreteu, exceto ele.

"Alek, por favor," ela sussurrou. "Por favor."

"Por favor o quê?" Ele gemeu enquanto bombeava os quadris. "Diz o que você quer. Diz
que você gosta disso. Diz."
Ele estava completamente perdido. Ela podia ver a selvageria nos lhos dele,e percebeu que
tinha alguma coisa errada. Talvez ele não tivesse se dado conta de quem ela era. Talvez ele
estivesse pensando em outra coisa, mas não estava ali. Ele não estava com ela. Ela não podia
aguentar mais isso. Tentando se levantar, ela bateu nele com força. "Pare, Alek. Pare!"

O rosto dele ficou assustadoramente vazio e ele parou instantaneamente. Pensando que
ele pudesse lhe bater ou gritar, ela virou o rosto e segurou a respiração. Em vez disso, ele saiu de
dentro dela e virou de lado. "Alek?" Natalia suspirou. Virando a cabeça, ela observou enquanto
ele saia da cama e ficava de frente para a janela, encarando o lado de fora.

Algo estava errado. Há um momento ele estava dizendo coisas terríveis para ela, e agora
ele mal conseguia olhá-la nos olhos. "Alek, eu quero ajudá-lo," ela disse suavemente.

Posicionando-se atrás dele, ela lentamente colocou a mão nas costas dele. Os músculos dele
se agitaram sob seu toque, mas ele não se moveu. Sentindo-se encorajada, ela passou os braços
ao redor dele e pressionou a testa nas costas dele. "Me diz o que está acontecendo."

"Eu tenho um espião na minha organização," ele disse suavemente. "Eu disse para meus
funcionários que é você."

Natalia congelou. Uma coisa era ser prisioneira porque ele odiava seu pai. Mas era outra
coisa completamente diferente ser odiada por ele. Perigoso. Aterrorizante. "Alek, embora tenha
havido um momento em que eu adoraria levá-lo às autoridades para acabar com sua
organização, eu nunca encontrei provas para fazer isso. Nunca fui até as autoridades. Não sou sua
espiã."

Alek se virou nos seus braços, e Natalia precisou de toda a sua coragem para não
tropeçar para trás. Ele não a abraçou, mas também não a afastou. "Ninguém está me dedurando
para as autoridades. Eles estão me machucando onde dói mais. Eles foram atrás do orfanato e
expuseram o segredo. Alguém está dizendo ao Boris onde está minha fraqueza."

"Ah, Deus," ela murmurou. Seus braços se apertaram ainda mais ao redor dele. "Alek, sinto
muito. Eu sei que deve estar doendo, mas você vai dar um jeito. E você vai se dar conta de que
não sou eu."

"Eu sei que não é você," ele murmurou.

Surpresa, ela ergueu a cabeça. "Se você sabe que não sou eu, por que disse a todos isso?"

"Eu precisava que o verdadeiro espião relaxasse e cometesse um erro. Eu estava instalando
câmeras hoje e repassando falsas verdades para encontrar o que vaza e o que não vaza," ele
disse roucamente.

Balançando a cabeça, ela deixou os braços caírem. "Mas você ainda me tratou como..." Ela
balançou a cabeça enquanto procurava a palavra certa. "Como um animal."
Os músculos do maxilar dele se cerraram, e ele esticou as mãos para lhe segurar o rosto.
"Foi um longo dia, e sua acusação de que eu tocaria aquela vadia ruiva..." ele murmurou enquanto
se inclinava para beijá-la gentilmente.

Ela estava devastada. Com o contrato que assinara, ela não podia lhe dizer não se ele
quisesse sexo. Por mais que seu corpo quisesse ficar com ele, quisesse ele, a forma com que ele a
estava olhando, com tanta ternura... Natalia não sabia se conseguiria lidar com isso agora. Dando
alguns passos para trás, ela ergueu o maxilar e o encarou. "Eu não posso lhe dizer não. Mas você
teve um longo dia, e você acabou de me assustar muito."

Alek se endireitou e endureceu. "Você está me recusando."

"Não. Não estou recusando. Só estou pedindo que a gente durma essa noite.

"Pedindo."

Com medo, ela assentiu. Sem dizer uma palavra, ele passou por ela e deitou na cama.
Levou apenas alguns minutos, como sempre, para ele cair no sono, e só assim ela se sentiu segura
para também se deitar.

Encarando para ele dormindo, Natalia sentiu dor no coração. Ele era cruel. Ela imaginou
que por mais aterrorizante ele tenha sido naquela noite, esse comportamento nem chegava perto
da superfície do coração gelado dele. Ele podia se importar com ela. Ela queria que ele se
importasse com ele. De alguma forma, apesar de tudo, ela se apaixonara por ele. Ele era um
chefão da máfia. Ele intimidava as pessoas e pegava o dinheiro delas. Ele batia brutalmente nas
pessoas.

Ele matava pessoas.

Que tipo de mulher ela era se apaixonando por um homem assim?


Capítulo Catorze
Alek tinha sido ranzinza o dia todo. Ele tinha dito a si mesmo que era porque não dormira bem, e
em parte era verdade. Seu sono foi inquieto até ela finalmente deitar do seu lado. Ele fingira estar
dormindo quando se virou e passou um braço em volta dela, mas ela não se enrijeceu ou se
afastou. Natalia tinha praticamente derretido, e com o calor dela, ele foi levado para um sono sem
sonhos.

Mas talvez esse fosse o problema.

Quando ele entrou no bar apenas uma hora após o almoço, ele imediatamente pediu uma
dose. Os dez homens atrás dele fizeram o mesmo, mas o resto do bar ficou quieto e parou para
olhar. Despreocupadamente, Alek pegou um banquinho e relaxou conforme derramava a bebida e
saboreava o fogo dentro de sua barriga. O bar estava tão silencioso que o som de seu copo
batendo no balcão ecoava nas paredes.

"Um pouco cedo para vodca, não acha Evanoff?" Um voz profunda rosnou.

"Boris. Imagina te encontrar por aqui," Alek disse com um sorriso.

"Bom, esse bar é meu." Boris sentou no lugar vazio próximo a Alek e o estudou. Finalmente,
ele balançou a mão e o resto do bar voltou ao que estava fazendo. "Você sabe que ainda está
em menor número aqui," ele disse casualmente.

"Estou aqui para um drinque, Boris. Não uma briga." Alek ergueu a mão para outra bebida.
"As mulheres na minha vida me fazem beber."

Boris latiu numa risada. A barriga gorda dele balançando enquanto batia a mão no
balcão. "Sim. As mulheres fazem isso. Claro, você poderia beber nos seus próprios bares. Você tem
ótimos bares."

"Tenho. E gosto muito deles, mas está faltando uma coisa neles."

"É?" Boris perguntou erguendo uma sobrancelha.

"Você," Alek disse enquanto engolia outra dose. "Meus bares não têm você. Achei que
podíamos bater um papinho."

"Sim! Somos amigos! Devíamos conversar com mais frequência. Do que gostaria de
conversar?" Ele disse alegremente. Alek não era bobo. Boris gostava de fingir que tinha um ótimo
humor, mas no fundo ele era um homem perigoso. Alek não tinha dúvidas de que naquele mesmo
minuto, Boris já tinha pensando em ao menos umas sete maneiras diferentes de o matar enquanto
estava sentado ali. "Você quer falar sobre as suas mulheres?"
"Não," Alek rosnou. Ele com certeza não queria falar sobre suas mulheres. "Eu quero falar
sobre a propriedade residência que você tem olhado recentemente. Planejando se mudar, Boris? Eu
vi a propriedade. É pequena. Está precisando de uma ajuda financeira?"

O sorriso saiu do rosto de Boris. Estava claro que ele não estava pronto para Alek saber
sobre seus planos. Alek estava devendo um agradecimento a Grisha na próxima vez em que o
visse. "Ah, essas propriedades? São para amigos. Presente para aqueles que eu amo."

"Presentes? Bom, você ficará feliz em saber que aquelas propriedades residenciais
continuarão sendo propriedades residenciais. Quando descobri que elas estavam à venda, pensei
em também dar uma oferta, mas tenho alguns planos para aquelas propriedades. Como elas ficam
próximas das propriedades comerciais, tive a ideia de mover aquela linha residencial e expandir
alguns dos meus negócios," Alek disse casualmente.

"E?" Boris perguntou irritado. Um lampejo de irritação brilhou nos olhos dele.

"Bom, fui até o comissionário, e eles me garantiram que continuaria residencial. Temo que
nenhum negócio será iniciado ali tão cedo." Alek sorriu enquanto tomava outra dose de vodca.
"Então, imagino que isso seja uma boa notícia para seus amigos. Eu retirei minha oferta, e você é
bem-vindo a comprar todas as propriedades particulares para seus amigos. Tenho certeza que a
associação de moradores ficará feliz em ver novos proprietários. Acho que eles estavam falando
sobre colocar um playground na área. Seus amigos têm filhos?"

Boris cerrou o maxilar de raiva, mas rapidamente desapareceu. Boris sorriu e balançou a
cabeça. "Sem filhos. Na verdade, acho que ele não vão gostar da ideia de um playground. Acho
que terei que retirar minha oferta também. Mas tudo bem. Há várias outras propriedades a se
olhar."

As implicações estavam claras. Boris tinha um plano B e não deixaria de usá-lo. Apesar de
que, com o fracasso do cassino e o fracasso do plano de comprar as casas, o que quer que fez
Boris sorrir agora provavelmente era seu plano C. Sem dúvidas Boris estava sorrindo daquele jeito
porque pensou no espião que tinha dentro da organização de Alek.

Boris ainda tinha um espião, mas isso logo mudaria. Pela primeira vez em vários dias, Alek
sentiu-se no controle novamente. Ele respirou fundo e também sorriu para Boris. "Tenho coisas a
fazer, Boris. Obrigado por sua hospitalidade. E você está certo. Devíamos fazer isso com mais
frequência."

"Talvez na próxima vez a gente se encontre no seu bar. Seus lugares são bem melhores do
que os meus," Boris disse com um sorriso predador.

"Qualquer hora, qualquer lugar," Alek disse enquanto deixava algum dinheiro no balcão e
balançava a cabeça para o bartender. "Vejo você por aí, Boris."

Ele acenou a mão e seus homens o seguiram de perto. Mesmo sentindo-se confiante, ainda
estava tenso enquanto saía do bar. Boris era imprevisível e ligeiramente louco. Alek não duvidaria
que Boris abrisse fogo enquanto ele estivesse saindo do bar.

"Eu sabia que você viria, Evanoff," Boris gritou. "Desenrolei o tapete vermelho para você, e
até deixei um presentinho para quando você voltar para casa. Para que servem os bons amigos?"

Ele sabia que Alek estava vindo? Ele sentiu a contração dos músculos de seu maxilar. Alek
não tinha contato para ninguém sobre sua visita surpresa a Boris. Isso significava que o espião era
algum dos seus homens.

E o pacote que ele deixara em sua casa?

Natalia.

Com o coração na garganta, ele deslizou para dentro do carro. "Para casa. Agora," ele
rosnou enquanto puxava o telefone e discava para casa. Tocou várias vezes antes de alguém
atender. "Status da Natalia. Agora."

"Ela está no quarto. Não saiu de lá o dia todo," o homem disse sucintamente.

"Quero olhos nela. Agora," Alek rugiu enquanto desligava o celular. Pensar que Natalia
podia estar em perigo fez ele sentir algo que não sentia fazia muito tempo.

Medo.

***

Alek tinha saído quando ela acordou naquela manhã, mas ele deixara um livro no pé da
cama. Cansada dos terríveis olhares que os funcionários lhe davam, ela decidiu se esconder no
quarto e ficar lendo. Ana tinha deixado sua roupa e um bilhete no quarto. Não havia nenhuma
brincadeira no bilhete. Apenas negócios, e Natalia conseguia praticamente ver o olhar da outra
mulher ao ler o recado.

Se Alek não consertasse logo as coisas, Natalia não seria capaz de lidar com toda essa
animosidade e isolamento.

Ela abaixou o livro e se levantou para se esticar quando a porta se abriu. Ana entrou e
bateu a porta atrás de si. "Estou aqui para observá-la até o Sr. Evanoff chegar. Não quero falar
com você," ela disse com raiva.

Natalia lentamente colocou o marcador dentro do livro e balançou a cabeça. "Certo. Você
não precisa falar, mas eu tenho algo a dizer." Ela precisava ser cuidadosa ali. Se Alek precisava
que as pessoas pensassem que ela era a espiã, Natalia não devia negar. Mas ela não suportava
ter Ana a olhando daquele jeito. "Não sei por que você e o resto dos funcionários estão com raiva
de mim; Alek, ou Sr. Evanoff, como você o está chamando agora. Está sempre com raiva de mim
por algum motivo ou outro, então não me preocupo com ele. Se não tiver sido algo que eu fiz, foi
algo que meu pai fez vinte anos atrás. De qualquer jeito, caso eu tenha feito ou diro algo para
você ou para algum funcionário que ofendeu ou insultou, realmente sinto muito. Você tem sido minha
salvação aqui dentro desde que cheguei, e não acho que eu teria sobrevivido tanto tempo sem
você. Espero que você possa encontrar alguma forma de me perdoar."

Ana virou a cabeça e a encarou. "Quando você chegou, pensei que seria alguma
princesinha mimada. Alek gosta de mulheres mimadas e ricas. Eu não sabia a respeito do seu pai.
Eu não sabia o que ele pensava de você, e quando a conheci, achei que ele estava louco. Eu
considerei você uma amiga. Essa casa, essas pessoas, aquele homem... são minha família. Não
importa o que você pensa dele, ele toma conta de todos nós. E até você perceber isso, até você
ver o quanto ele vale, você não é minha amiga."

O coração de Natalia afundou enquanto observava Ana se mover até a janela e fechar as
cortinas. Assim que ela encarou a janela, houve dois estalos abafados antes do vidro quebrar,
fazendo Ana tropeçar para trás.

Em câmera lenta, Natalia gritou e correu até ela. O sangue já estava brotando do peito
dela. As balas continuavam atravessando a janela, mas Natalia não pararia. Pegando o braço de
Ana, ela puxou a amiga pelo chão e para dentro do closet.

"Natalia!"

Ela podia escutar os gritos de Alek vindo do andar de baixo, mas estavam abafados. Em
pânico, Natalia encarou Ana. Triando sua camisa, ela a pressionou contra o ferimento, mas Natalia
sabia que sua amiga estava morrendo.

"Ana, não me deixe," ela sussurrou. "Não sou a espiã. Eu nunca trairia você. Eu nunca trairia
o Alek. Ele está apenas me usando para atrair o verdadeiro espião. Você não pode me deixar.
Não pode", ela chorou.

Ana tentou respirar fundo. "Alek... bom homem", ela sussurrou. "Você... o torna... bom." A
respiração dela ficou mais difícil, e Natalia segurou o corpo da amiga, balançando-o para frente
e para trás.

"Você o torna bom. Você o torna melhor. Você só precisa sobreviver. Por favor, não morra.
Por favor, não me deixe. Me ajudem", ela gritou. "Socorro!"

Nos braços de Natalia, Ana fechou os olhos. As lágrimas enevoaram a visão de Natalia, e
ela começou a gritar o máximo que pôde. Mãos a pegaram e a puxaram para longe, mas ela não
parou de gritar.

Alek pegou sua cabeça e a forçou a virar o olhar. "Natalia. Natalia! Você foi atingida Está
machuca? Fale comigo!"

"Ela está morta. Ana está morta. Alguém atirou nela. Faça ela melhorar, Alek. Por favor. Por
favor. Por favor," ela soluçou enquanto balançava para frente e para trás. "Ana!"

Homens se abaixaram e recolheram o corpo sem vida de sua amiga. Logo, ela ficou sozinha
com Alek e a mancha de sangue no carpete. Encarando as mãos, ela percebeu que eles também
estavam sujos de sangue. O sangue de Ana.

"Eu tentei salvá-la. Ela foi até a janela. Ela estava com raiva de mim. Você fez ela ficar com
raiva de mim. Ela era minha única amiga, e estava com raiva de mim, e agora ela morreu," ela
murmurou. Olhando para Alek, ela sentiu a emoção através da dor entorpecente. Raiva. Era culpa
dele. Ela ergueu o braço para estapeá-lo, mas estava sem forças. Alek pegou seu braço com
facilidade e o colocou no colo.

"Sinto muito", ele sussurrou. "Sinto muito. Era para ser você. Ele mirou em você."

Ele a segurou e a balançou para frente e para trás até que as palavras dele começaram a
fazer sentido. "Eu. Era para ter sido eu. Era para eu ter morrido hoje," ela murmurou. Afastando-se,
ela o encarou. "Ela está morta por minha causa."

"Ela está morta por minha causa," Alek disse bruscamente. "Não é sua culpa. Estou jogando
um jogo perigoso, Natalia. Ana pagou o preço."

"Chefe! Temos alguma coisa!"

Os gritos vindo do andar de baixo chamaram a atenção dele. Ele olhou para o outro lado
e ficou de pé. "Natalia, eu preciso ir. Vou mandar alguém para ficar com você."

Natalia balançou a cabeça. "Não, não quero que mais ninguém morra por minha causa;
Vou ficar aqui até você voltar."

"Tome um banho, Natalia. Vou consertar isso. Eu prometo," ele disse suavemente. "E vou
voltar o mais rápido possível."

Ele a beijou gentilmente na testa e a deixou. Alguns minutos depois, ela escutou passos do
lado de fora da porta. Contra sua vontade, Alek enviou alguém para observá-la.

Envolvendo o corpo com os braços, ela ficou se balançando para frente e para trás. Ela
devia entrar no chuveiro e lavar o sangue. Lavar o sangue de Ana. Mas não conseguiu levantar do
chão. Parte disso era por medo. Era para ela ter morrido hoje. Ela quase morreu; Não era justo
Ana ter morrido em seu lugar. Ana tinha um futuro. Ela sabia o que queria para a vida e era feliz.

O que Natalia estava fazendo com a própria vida? Ela podia sentar ali e dizer que não
faria nada porque era uma prisioneira, mas a verdade é que Natalia já era uma prisioneira bem
antes de Alek colocar as mãos nela. Um trabalho que não a deixava feliz. Uma vida de solteira
que ela não tinha planos de mudar.

O assassino de Ana estava tirando alguém importante do mundo. "Devia ter sido eu."

Pensando no rosto de Ana antes dela morrer, ver a vida a deixando, era mais do que ela
podia lidar. Enquanto as lágrimas devastavam seu corpo, Natalia se enrolou no chão e chorou até
dormir.
***

Alek observou seus homens cobrirem o terreno. Eles pegaram as cápsulas, mas o atirador já
tinha ido embora fazia tempo. Uma raiva fria se espalhou por seu corpo. De todos que podiam
morreu, foi logo a Ana; A doce, brilhante, frustrante Ana. Alguém morreria por isso. Alguém
morreria lentamente.

"Chefe! Chefe! Nós o pegamos!"

Alek se virou para ver Misha e Sasha carregando Grisha ao redor da casa. Grisha lançou
um sorriso. "Você certamente melhorou sua segurança," ele disse enquanto gesticulava na direção
dos homens de Alek.

Alek não estava com humor para conversar com Grisha. "Me diz que você não acabou de
atirar na minha casa," ele disse calmamente.

Os olhos de Grisha se ampliaram e ele olhou ao redor. "O que aconteceu, Alek?"

"Me diz que você não acabou de matar uma pessoa que eu gostava," ele disse rudemente
enquanto caminhava até Grisha e parava a apenas centímetros dele. "Me diz, ou vou cortar sua
garganta exatamente aonde você está."

"Ei, Alek. Calma, cara. Não atirei na sua casa. Acabei de chegar aqui.

"Por quê Por quê você está aqui?" Alek rugiu.

Grisha balançou a cabeça; "Não aqui, homem. Não desse jeito. Como posso ajudar?"

"Achei que você tivesse parado com essa vida," Alek disse enquanto balançava a cabeça
para Sasha e Misha o soltarem. Eles murmuraram desculpas e voltaram a procurar pelo terreno.

Grisha virou a cabeça e observou a área; "Parei. Mas de alguma forma estranha, você é
meu amigo. E se precisa de ajuda, eu quero ajudar. Me diz o que posso fazer."

"Tenho um espião. Um dos meus homens," Alek disse baixinho. "Eles sabiam que eu iria
confrontar Boris sobre a mudança para o meu território. Eles sabiam que Natalia estaria sozinha e
disseram para ele. Ele estava pronto."

"Merda. Natalia está morta?" Grisha respirou. "Que merda, cara."

"Ana. Ela fazia parte da minha equipe. Eu tinha pedido para que ela ficasse de olho em
Natalia quando Boris fez ameaças. Ana foi até a janela, e o atirador achou que fosse Natalia. Ela
era uma das minhas favoritas, e agora está morta. Natalia está aterrorizada."

"Ela deveria estar," Grisha disse sombriamente. "Não sei qual é sua obsessão com ela, mas
você a colocou numa posição perigosa. Ela deveria estar aterrorizada, e isso não tem nada a ver
com Boris."
Alem sentiu seu peito apertar. "Tome cuidado com o que você me diz agora," ele rosnou.

"Posso achar seu espião," Grisha disse calmamente. "Mas não posso fazer nada a respeito
do seu outro problema."

"Que outro problema?" Alek murmurou enquanto Grisha começou a se afastar. Ele aumentou
o tom de voz. "Que outro problema?"

O homem irritante sorriu por cima do ombro. "A filha do homem que você odeia."

Alek o observou ir embora e respirou fundo. O sol já tinha descido e seus homens não
acharam nada. Finalmente, ele mandou todos para casa e entrou para chamar Natalia para jantar.
O guarda balançou a cabeça na porta. "Ela não se moveu, chefe."

"Droga," Alek murmurou e balançou a mão para o guarda. Do lado de dentro, ele
encontrou Natalia curvada no chão do closet ainda coberta de sangue. Alguém tinha limpado o
vidro, mas o sangue de Ana ainda estava manchado no carpete. Seu estômago se revirou quando
ele olhou para a cena. Sua equipe sabia que era perigoso trabalhar para ele. Ele deixava que
fossem embora quando quisessem, mas Ana era corajosa. Ela achava que podia lidar com
qualquer coisa que aparecesse.

Abaixando-se, ele levantou Natalia. Ela abriu os olhos e o encarou. "Ela está morta."

"Eu sei," Alek murmurou enquanto a carregava para o chuveiro. Sob a água quente, ele
lentamente tirou as roupas sujas de sangue do corpo dela e começou a passar o xampu pelo
cabelo.

"É minha culpa," Natalia balbuciou. Ela encarava o azulejo da parede enquanto Alek a
limpava.

Ele pausou. "Não é sua culpa, Natalia. É minha culpa. A morde dela recai sobre os meus
ombros. Não pense por um segundo que a culpa é sua."

"Você não ligou para as autoridades. Por quê?"

"Eles foram notificados", ele disse. "Eles vieram até aqui conversar conosco, mas nós
cuidamos do que acontece aqui dentro."

Natalia ergueu a cabeça e o encarou. "Isso é insano."

Ele sorriu um pouco, mas sabia que não alcançava seus olhos. "Eu tenho um acordo com as
autoridades."

Ela balançou a cabeça. "Ana está morta. E você falou com um bando de policiais corruptos.
Você é inacreditável. Inacreditável. Não toque em mim. Não toque em mim, eu odeio você."

"Natalia", Alek disse calmamente. Ela estapeou seu ombro e cambaleou para trás, mas ele
a segurou antes que caísse e se machucasse. Imediatamente, ela estourou em lágrimas, e eles
afundaram no chão do chuveiro. Enquanto a segurava, ele pressionou a cabeça dela na curva de
seu ombro. Ela não se segurou. Enquanto chorava, disse-lhe palavras cruéis e o acusou de tudo.
Apesar de tudo, ele continuou a segurando. Finalmente, ela parou e se reclinou sobre ele.

"A família dela?" Ela perguntou suavemente.

"Ana não tinha família. Os pais morreram quando ela era mais nova. Eu vou cuidar dela,
Natalia. Ela merece o melhor, e vou garantir que ela receba."

"O melhor," ela disse suavemente. "Você gostava dela."

Alek balançou a cabeça. "Como uma irmã," ele disse roucamente. Fechando os olhos, ele a
puxou para mais perto. "Eu tentei fazer ela se demitir. Tentei várias vezes. Eu prometi pagar por
qualquer coisa que ela quisesse se fosse embora. Ela não foi embora. Ela disse que podia me
transformar numa pessoa melhor. E agora está morta."

Inclinando a cabeça para trás, ela o encarou. "Me beije," ela sussurrou.

Abaixando a cabeça, ele obedeceu. Provando-a lentamente, ele esticou a mão e a passou
pelos seios de Natalia. "Eu quero você, Natalia. Mas sei como se sente a meu respeito, e..."

"Me faça esquecer, Alek. Por favor. Me faça esquecer. Eu sou sua. Sem contrato. Nada.
Apenas você e eu. Um homem e uma mulher que se desejam." As mãos dela correram pela lateral
de seu corpo enquanto ela se virava; "Não tem nada a ver com o meu pai. Nem com o seu
trabalho. Apenas duas pessoas que querem sentir algo além de medo e raiva. Por favor."

Alek sibilou quando ela abaixou a mão e a passou sobre suas coxas. Ele queria mandar
que ela parasse. Ele queria lhe dizer que quanto mais eles jogassem esse jogo, mais perigoso se
tornaria, mas quando ela o colocou dentro da boca, Alek não tinha mais nada a dizer. "Natalia,"
ele arfou quando os lábios dela deslizaram pelo seu pênis.

A água estava deixando ela encharcada, e Alek esticou a mão para jogar o cabelo dela
para o lado. Ele queria ver o rosto dela enquanto ela lhe dava prazer. Conforme ele lentamente
começou a bombear o quadril, ela fechou os olhos e gemeu baixinho. Ela estava gostando. Ela
queria que ele se sentisse bem. And it slayed him.

Ela era habilidosa, mas ele não queria que acabasse assim tão rápido. Empurrando-a, ele
se moveu para trás até que suas costas batessem na parede. Ela montou nele, e Alek se inclinou
para colocar um dos mamilos dela dentro da boca. Todo o corpo dela se esticou, e ele passou as
mãos sobre o comprimento das costas dela até a curva da bunda. Tudo nela era perfeito. A forma
como ela cabia em suas mãos. O gosto dela. O jeito que ela estremecia com seu toque.

Perfeita.

"Estou pronta," ela sussurrou. "Por favor. Quero me sentir bem."


"Você vai se sentir bem", ele disse roucamente enquanto ela se abaixava sobre ele. Mesmo
ele já a tendo tido antes, Alek ainda sentia a emoção do prazer quando a penetrava. "Tão bom."

Os lábios dela se moveram sobre seu peito e foram até o pescoço. Ela não estava
hesitante. Não estava se segurando de forma alguma. Pela primeira vez desde que a tivera, ele
sentiu que aquilo era verdadeiro.

Ela nunca fingira. Ele sabia disso, e ela sempre desfrutara; Mas dessa vez, ela tinha
começado. Dessa vez, ela queria ele. E era mais do que apenas uma conexão física. A respiração
dela acelerou, e ela jogou a cabeça para trás para encará-lo. "Alek," ela sussurrou. Aquilo era
uma pergunta? O que ela queria dele? Ele queria lhe dar tudo.

Pegando no quadril dela, ele a empurrou para trás e a seguiu. Abraçando-a para que ela
não batesse a cabeça no azulejo, ele meteu com mais força. "Estou bem aqui, baby. Estou com
você."

Enquanto ele metia cada vez mais fundo, ela gritava e agarrava seus ombros. Quando as
unhas dela afundaram dentro de sua pele, tudo dentro dele se tencionou. Ele sabia sem sombra de
dúvidas de que nunca se sentiria assim com outra pessoa. Não havia raiva ou nojo nos olhos dela.
Havia apenas desejo e outra coisa que o assombrava.

Amor.

Ela o olhava cm amor, e apenas isso fazia ele ir até as nuvens. Abaixando a mão para
pressionar o dedão contra o clitóris dela, ele a penetrou uma última vez; As pernas dela
estremeceram, ela curvou a cabeça para trás e gritou seu nome enquanto gozava.
Capítulo Quinze
"Ana está morta," ela sussurrou para ele. Ele se virou e colocou o braço ao redor dela. Olhando o
rosto dele, ela limpou o sono dos olhos. "Desculpe. Devia deixá-lo dormir. Não acho que acordá-lo
no meio da noite está no contrato."

"Não sou realmente a pessoa ideal para se conversar sobre isso, Natalia. Mas tenho
certeza de que posso encontrar alguém."

A voz dele estava rouca de sono, ela sorriu e deslizou a mão sobre o peito nu de Alek. O
toque era reconfortante. Não era sexual. Deu a ela uma estranha sensação de paz. "Não acho
que falar sobre o fato dela estar morta vai me ajudar. Você pode me dizer sobre a vida dela?
Não a conhecia há muito tempo, mas ela era minha amiga. Desde o momento que eu cheguei aqui,
ela era minha amiga."

"É assim tão ruim? Você estar aqui?"

"Houve momentos ruins. Você sabe disso. Você os causou. Tenho certeza de que fez de
propósito. E até ela pensar que eu era uma espiã, ela me ajudou a passar por todos esses
momentos." Ela se virou e se acomodou nos braços dele. "Ana era uma boa pessoa. Era melhor do
que eu."

"Por que diz isso? Você assinou um contrato com um ser humano horrível para salvar seu
pai. Isso faz de você uma boa pessoa." A respiração dele era quente em seu ouvido.

"Ele é meu pai. Eu sei que você acha ele um homem terrível, mas ele é a única família que
me restou. Repulsivo ou não, ele é meu pai. Você precisa entender isso."

"Por quê?"

A pergunta a assombrou. "Por que o quê?"

"Por que eu preciso entender como você se sente a respeito do seu pai? Por que isso é
importante para você?"

Os braços dele se afrouxaram ao redor dela, e ela esticou o braço para pegar a mão de
Alek. "Por que você se importa que eu preciso que você entenda?"

"Nós continuamos andando em círculos," ele riu suavemente. "Você não está errada sobre a
Ana; Ela era uma pessoa extraordinária. Provavelmente ela era única pessoa aqui dentro que
podia falar comigo do jeito que ela falava e sair viva."

"Você não mata o seu pessoa," ela disse com uma risada; Quando ele não respondeu, ela
virou a cabeça. "Alek. Você não mata o seu pessoal."
As mãos dele deslizaram para longe dela, e ela não fez nada para impedi-lo. "O que você
acha que eu faço aqui, Natalia? Acha que eu só mexo com papeladas? Fui alvo de um assassino.
Você foi alvo de um assassino. Sou um homem violento, Natalia. E se eu achar que minha equipe
não está fazendo o trabalho dela, fico inclinado a demitir quem for. E se eu achar que eles estão
me colocando em perigo, fico inclinado a matá-los."

E simplesmente assim, o sentimento aconchegante e macio dentro dela ficou frio e duro.
Empurrando-se lentamente para fora da cama, ela se virou para encará-lo. Por que você diria
algo assim? Por que age desse jeito?"

"Que jeito? Esse sou eu. Você não pode romantizar isso. Não pode romantizar nós dois.

"Romantizar?" Ela riu. "O que há para romantizar Sou uma prisioneira. Uma escrava
sexual." As lágrimas se acumularam em seus olhos, e ela as limpou furiosamente.

"Eu apenas estava dizendo...."

"Cale a boca," ela sibilou. "Apenas pare de falar. Minha amiga está morta. Sua amiga está
morta. Achei que talvez, apenas talvez, por uma noite, nós pudéssemos reconfortar um ao outro.
Podíamos fingir que isso não está acontecendo. Que isso não é real. Porque, às vezes, fingir que
isso não é real é a única forma de aguentar o dia!"

Ele a encarou por um minuto, e ela pensou ter visto um véu de dor passar pelo rosto dele.
"Fico feliz que fingir que nada disso é real é a razão pela qual você consegue sobreviver ao dia."

A boca de Natalia despencou. "Você está brincando, né. Você não acabou de dizer para
eu não romantizar isso Que diabos você quer de mim?"

Balançando a cabeça, ele se levantou e pegou as calças; "Não quero nada de você," ele
disse simplesmente enquanto se vestia. "Porra nenhuma." A porta bateu com tanta força atrás dele
que as janelas balançaram, fazendo Natalia estremecer.

"Eu preciso de uma coisa de você," ela sussurrou. "Preciso que me diga a verdade."

"Com raiva, ela pegou o travesseiro da cama e o jogou pelo quarto. Não fez nenhum
barulho satisfatório, mas foi bom só precisar olhar para um travesseiro. O travesseiro dela. Não o
dele.

"Idiota," ela disse enquanto respirava com dificuldade. Ela se jogou na cama e se enroscou
como uma bola. Ana estava morta. Alek a desprezada. O que ela estava fazendo? O que ela
esperava que fosse acontecer?

Alek nunca a amaria. Alek nunca se importaria.

***

Alek se esticou no sofá e tentou ficar confortável. Nada era como deitar ao lado de
Natalia. Ele fechou os olhos e tentou dormir, mas quando ela não estava por perto, os pesadelos
voltavam. Pessoas gritando. Sangue por toda a parte. E Ana deitada no chão, coberta de
vermelho.

Podia ter sido Natalia. Quase foi Natalia. Era para ter sido Natalia.

"Merda," ele disse enquanto se levantava e passava as mãos no cabelo. "O que estou
fazendo?" Ele não estava nem na metade do contrato, mas sabia que não conseguiria mantê-la
aqui durante o ano todo. Ela estava tão infeliz, mas esse era o objetivo. Ele queria que ela ficasse
infeliz. Quanto mais ela sofria, mais o pai dela sofria.

Alguma coisa tinha mudado. Ou talvez nunca tenha sido o que ele esperava, e simplesmente
não queria admitir. Ele não podia ficar mole agora, mas também não conseguia mais negar a
verdade. Ela tinha penetrado sua pele. Ela estava cravada em cada poro de seu corpo, e nada a
tiraria de lá.

Ele podia dizer a ela. Ele podia simplesmente dizer a verdade, mas que bem isso traria?
Ela não o amava. Ela nunca o veria como algo além de um carcereiro. O sexo não significava
nada. Uma química boa não era nada. Não era nada comparado ao que ele sentia por ela, mas
isso era apenas o que ela sentia por ele. Ele sabia que Natalia gostava de se esconder nos
próprios sonhos e fingir que as coisas podiam ser diferentes entre eles. Se ele fosse um homem
diferente, se eles estivessem numa situação diferente, talvez isso pudesse ter se transformado em
algo grande. Algo mais real.

Mas ele não era um homem diferente. Ele era Alek Evanoff. E a situação não era diferente.
Ele tinha um trabalho a fazer, e não podia se dar ao luxo de deixar nada nem ninguém entrar em
seu caminho. Então, não haveria nada maior. Não haveria nada real.

As horas foram passando, mas ele não conseguiu dormir. Quando ele fechava os olhos, os
pesadelos voltavam. E ele sabia que Natalia nunca ficaria ao seu lado para afastá-los.
Capítulo Dezesseis
Alek estava olhando papéis e esfregando as têmporas quando Misha bateu na porta. "Odeio
papelada," Alek rosnou. "Juro que existe mais burocracia envolvendo tentar fingir ser um negócio
legítimo do que se nós fossemos realmente legítimos."

"Chefe," Misha disse suavemente.

"E isso é ridículo. Mais trabalho quando eu poderia estar tendo menos trabalho."

"Alek," Misha tentou novamente.

"Estou tentando muito ser paciente e fazer esse trabalho, mas acaba sendo mais trabalho
sobre mim."

"Alek Evanoff," Misha finalmente gritou.

Alek inclinou-se para trás e piscou. "Desculpe, Misha. Obviamente você tem algo a me
dizer."

"Tem alguém aqui para vê-lo."

"Mande-os entrar," ele disse sem pensar, mas viu o olhar inquieto de Misha. "Você não quer
que eu veja essa pessoa. Isso é novidade. Você normalmente adora o conflito, então isso deve ser
interessante."

Misha balançou a cabeça. "Petr Primac está aqui."

"Como é?" Alek se levantou e mexeu os ombros. A raiva já estava florescendo dentro de si.
"Por que Petr está aqui dentro?"

"Não sei, mas ele disse que não vai embora antes de vê-lo. Ele tem um maleta junto de si.
Estou um pouco preocupado a respeito de tentar tirar essa maleta de perto dele."

Alek revirou os olhos. "Ele não vai se explodir, Misha. Não com a filha dele aqui dentro.
Mande-o embora. Na verdade, não. Deixe-o entrar. Estou interessado no que ele tem a dizer."

Um sorriso cruel se espalhou pelo seu rosto. Ele mal podia esperar para contar ao Petr
sobre as coisas que Natalia sabia. Ele mal podia esperar para ver o rosto de Petr quando
percebesse que a filha já não mais idolatrava o chão pelo qual ele passava.

O homem mais velho parecia exitante quando entrou. "Alek," ele disse suavemente. "Preciso
falar com você."
"Petr!" Alek sorriu e abriu os braços. "Bem-vindo de volta. Imagino que você nunca pensou
que voltaria aqui. Ou talvez tenha pensado. Preciso admitir, fiquei surpreso com essa volta tão
rápida."

Petr balançou a cabeça e bateu a maleta na mesa. "Não estou aqui para falar sobre nosso
passado, Alek. Não estou aqui nem para falar sobre o que você fez. Estou aqui para comprá-la
de volta."

"Como é?" Alek bufou. "Em nenhum lugar do contrato diz que você pode comprá-la de
volta. Por que você pensaria que essa é uma opção?"

"Preciso tentar. Ela é minha filha."

"Você nem sabia que ela existia," Alek rosnou. "Como você pode dizer que a ama quando
nem sabia que ela existia? Por que se importa? Você nunca se importou com nada na vida."

Petr o encarou antes de afundar na cadeira. "Você era mais velho que a maioria das
crianças que eu recrutei. Eu sabia que você seria bom nisso. Eu soube nos primeiros minutos após
conhecê-lo que você seria excelente nisso. Eu cometi erros, mas não queria você nessa vida. Não
queria nenhum de vocês nessa vida."

"Então por que não parou," Alek perguntou friamente. "Por que fez isso?"

Petr se recostou na cadeira e balançou lentamente a cabeça. "A mãe de Natalia não foi um
caso, mas a mantive escondida. A última coisa que eu queria era que Grigori descobrisse. Ele
explorava as fraquezas; Ele usava o amor contra as pessoas, e eu amava a mãe dela. Quando
ela ficou grávida de Natalia, eu sabia que o tempo delas seria limitado se ficassem perto de mim.
Ela nunca entendeu. Ela me xingou de tudo e jurou que eu nunca veria o meu bebê." As lágrimas
brotaram dos olhos dele. "Eu perdi tudo naquele dia, e Grigori descobriu. Nem importava que elas
não estivessem mais na minha vida. Ele sabia que eu me importava com elas, e isso foi suficiente.
Ele segurou isso sobre minha cabeça pelo resto da minha carreira. Eu tive uma escolha. E eu escolhi
ela. Não me arrependo da escolha que fiz, mas me arrependo pelas vidas que destruí. Eu
finalmente tinha descoberto um jeito de deixar Natalia e a mãe em segurança. Depois disso fui
embora e nunca mais olhei para trás. Me mantive nas sombras até Natalia aparecer, e eu percebi
o quanto eu precisava compensar. Eu sabia o que estava arriscando quando comecei a apostar,
mas eu apenas queria deixá-la feliz. E tudo o que fiz foi estragar a vida dela."

Alek virou a cadeira e encarou a janela. Sua raiva e fúria o tinham alimentado até então,
mas ouvir Petr falar era doloroso. Não havia nada falso ou planejado no discurso dele. Ele
tropeçava nas palavras, e arfava para conseguir respirar, como se aquela fosse a coisa mais
dolorosa que ele já dissera. E Alek entendia. Ele entendia o desejo de fazer Natalia feliz.

"Ela sabe," ele disse suavemente. "Eu respondi a todas as perguntas dela sobre você
durante esse tempo."

"Imaginei, mas não me importo. Não me importo mesmo. I do not care. Ela pode nunca mais
falar comigo, mas se você me prometer que ela nunca mais chegará perto dessa vida de novo, eu
não me importo," Petr implorou.

Alek se virou e bateu a mão na mesa. Petr pulou, e Alek fechou os olhos e balançou a
cabeça. "Estou cansado de ouvi-lo dizer que não se importa," ele murmurou. "E realmente duvido
que Natalia seja o tipo de pessoa que vá deixar de falar com você."

"Espero que esse seja o caso, mas não quero que ela saiba sobre isso. Prefiro que ela
nunca mais fale comigo, mas não pense que eu abandonei ela e a mãe."

"Mas você não abandonou," Alek disse suavemente. "Você estava protegendo elas. Esse é o
dinheiro da sua dívida?"

Petr assentiu. "Está tudo ai. Eu juro. Fico aqui o quanto quiser enquanto você conta. Conte
quantas vezes quiser. Posso esperar. Vou esperar."

"Você é um disco arranhado," Alek suspirou enquanto se levantava. "Misha. Conte o


dinheiro, e garanta que ele não fique perambulando por aí. Volto em um minuto."

"Aonde você vai?" Petr perguntou, mas Alek o ignorou. A verdade era que ele não dava a
mínima pra quanto dinheiro tinha na maleta. Ele nem se importava com as desculpas de Petr, mas o
homem tinha lhe feito ver a verdade. Ele tinha feito coisas terríveis a vida inteira para proteger a
mulher que amava.

Alek não precisava fazer nada horrível. Ele apenas precisava deixá-la ir.

Ela estava sentada perto da janela lendo. "Você não tinha alguma coisa importante para
fazer?" Ela disse sem olhar para cima. "Algo que não envolva estar próximo de mim."

Ela não estava olhando para ele, e Alek podia absorvê-la. Ela estava irritada e com raiva,
mas era linda de uma forma que ele nunca esperou achar alguém lindo. Ele sempre tivera apenas
um objetivo na vida, e nunca esperou viver além disso. Ele estivera absorto em raiva e violência
por tanto tempo que esquecera o que significava ver algo lindo. Admitir que algo era lindo. E não
era apenas a aparência dela. Natalia queria acreditar que todo mundo era bom. Ela via pureza
em cada pedaço de escuridão, e ele via escuridão em tudo o que podia ser puro.

Ele era completamente tóxico. Quanto mais ela ficasse perto dele, mais ela perderia essa
beleza. Ela perderia a pureza. Petr pegara inocentes e criara monstros, e Alek sabia que não
seria diferente se continuasse perto de Natalia.

"Seu pai está aqui para buscá-la. Como prometido, suas malas estão sendo recolhidas para
te devolver, e você é bem-vinda para levar qualquer coisa que quiser do closet."

Ela lentamente abaixou o livro e o encarou. "O quê?"

"Seu pai pagou as dívidas. Seu contrato foi anulado."


"O quê?"

Alek balançou a cabeça. "Você é mais parecida com o seu pai do que imagina. Os dois
gostam de repetir as coisas até me deixar louco. Qual parte dessa situação você não entendeu?
Seu pai pagou as dívidas. Não tenho motivos para mantê-la aqui. Estou lhe dando o guarda-
roupas. Estou juntando suas coisas. Você vai embora, Natalia."

Natalia jogou o livro de lado e ficou de pé para encará-lo. "Então, o que acontece depois
disso?"

"O que você vai fazer depois que sair daqui não é da minha conta. Por que você iria
querer minha opinião?" Ele a encarou friamente, mas sabia exatamente o que ela estava
perguntando.

"Não é da sua conta. Entendo. Bom, posso dizer agora mesmo que não quero nada dessa
casa. Nada. Então, vou embora assim que minhas malas ficarem prontas." Ela o encarou enquanto
passava e caminhava em direção ao corredor. "E só para ficar claro, quando eu for embora, você
não chegará perto de nós novamente."

"Essa é a ideia."

A dor nos olhos dela atingiram sua alma, mas as palavras já tinham sido ditas e tiveram o
efeito que ele queria. Após esse dia, ela nunca mais falaria com ele novamente. E absolutamente
nada poderia deixá-la mais segura.

***

Natalia desceu lentamente as escadas, passando a mão pela parede. Ela se sentia
entorpecida por dentro. Após tudo o que eles passaram, ela nunca achou que Alek poderia olhá-la
com olhos tão vazios. Vazios e frios.

"Ele não me ama," ela sussurrou. Sozinha na escada, ela lentamente se abaixou até sentar
no degrau. Metade dela ainda esperava que Ana aparecesse e lhe desse uma dose de realidade.
Mas Ana não viria. Ela estava morta. Alek a estava expulsando e seu pai estava lá para buscá-la.

Essa manhã ela estava irritada com Alek. Agora ela nunca mais o veria novamente.

"Ele não me ama," ela murmurou novamente. Respirando, ela se levantou. Ela era forte.
Superaria. Ele era um chefão da máfia. Ela não precisava disso em sua vida.

Erguendo os ombros, ela ergueu o queixo e desceu a escada até a sala. Petr estava
parado lá com um olhar nervoso no rosto. "Natalia," ele disse suavemente. "Sinto muito."

Os machucados dele tinham desaparecido, mas havia algo lhe assombrando os olhos. Culpa
Havia uma sombra de culpa sobre ele. "Vamos embora," ela disse suavemente enquanto lhe
lançava um pequeno sorriso. Ela queria respostas pelas coisas que ele fizera, mas também sabia
que ele não era o mesmo homem daquela época. O homem diante dela agora não era o mesmo
que recrutara crianças para trabalhar para a máfia. E desde o momento que ela o conhecera, ela
sentira a culpa dentro dele. Ele tentara esconder, mas agora, parado ali esperando por ela,
sabendo que todos os segredos tinham sido revelados, essa culpa estava o envolvendo
completamente.

E se ela pudesse ajudá-lo a se recuperar, ela faria isso. Ele era seu pai.

"Ele a machucou?" Ele balançou a cabeça e esticou os braços para envolvê-la. "Natalia,
sinto muito. Cometi tantos erros."

"Tudo bem." Ela o abraçou e olhou para cima. Alek estava na soleira da porta os
observando. "Ele não me machucou, pai. Não do jeito que você imagina. Vamos embora."

Quebrando o contato visual, ele se abaixou para pegar sua bagagem. Virando a cabeça,
ela foi embora. Ela deixaria aquele lugar para trás. Continuaria sua vida. E fingiria que Alek
Evanoff nunca existiu.
Capítulo Dezessete
Ela tinha ido embora há duas semanas. Duas semanas, e ele queria subir pelas paredes. "Misha,"
ele berrou. "Por que diabos os débitos de Vicktor Borsch não estão pagos? Se ele não for pagar,
quero ele num hospital." Seus gritos encontraram o silêncio. "Misha. Misha!" Afastando-se da mesa,
ele abriu a porta para onde Misha geralmente ficava parado.

Ninguém estava lá.

"Onde diabos está meu homem," Alek rosnou enquanto começava a procurar. Parando no
topo da escada, ele imediatamente virou para a esquerda. Desde que ele se mudara para aquela
casa, dormira na mesma cama. Ele tivera mulheres naquela cama, mas só dormira com uma delas, e
agora ela tinha ido embora. E ele não tinha colocado o pé naquele quarto desde que ela partira.
Nenhuma vez. Entrar lá o incomodava mais do que ele imaginava possível e ver que ela não
estava ali.

Enquanto encarava a cama vazia, ele exalou lentamente. "Sinto muito," ele sussurrou para o
quarto vazio, mas era tarde demais. Ela não estava lá.

Um gemido distinto atravessou o silêncio, fazendo Alek se virar lentamente. Aquele gemido
era suspeitamente familiar, e agora que Ana e Natalia não estavam lá, o andar deveria estar
vazio.

Seguindo o som, ele não bateu na porta. Abrindo-a de uma só vez, ele encontrou Misha
com Claudia sentada em cima dele. "Divertindo-se?" Ele perguntou secamente.

Houve uma enxurrada de atividades conforme Misha puxava um lençol em torno da cintura.
Claudia, por outro lado, não se importou em se cobrir. "Alek. Querido. Quer se juntar a nós? Ouvi
falar que você devolveu seu bichinho de volta para a carrocinha."

"Não fale desse jeito sobre ela," Alek disse entre dentes. "Há quanto tempo isso vem
acontecendo?"

"Chefe."

"Pare com isso," Claudia sibilou enquanto se levantava da cama e recolhia as roupas. "Não
o chame de chefe. Ele não tem sido seu chefe por muito tempo."

"Como é?" Alek bloqueou a porta e observou sua ex-amante e seu segundo homem no
comando terminarem de se vestir. "O que exatamente você quer dizer com isso?"

Um sorriso frio cruzou o rosto dela. "Por favor. Enfiando dinheiro num orfanato. Perdoando
a dívida de pessoas. Reduzir a penalização de pagamento para as empresas. E falando nessas
empresas, a maioria delas é legítima agora. Você não está lavando dinheiro. Perdeu milhões nos
últimos cinco anos. Milhões! Você não é chefe nenhum."

"E como exatamente você sabe de tudo isso?" Alek perguntou suavemente. Ele olhou para
Misha e quase perdeu o flash de uma lâmina prata. Claudia. Quando a lâmina abaixou, Alek a
pegou pelo braço, virando-a de costas e tirando a lâmina das mãos dela. Misha puxou a arma do
coldre de ombro que estava próximo à cama e mirou nele, mas Claudia era seu escudo. Conforme
Alek pressionava a lâmina no pescoço dela, Misha oscilava.

"Você era o espião", Alek disse suavemente. "Todo esse tempo. Nós crescemos juntos.
Éramos amigos. Eu escolhi você e seu irmão porque éramos amigos."

"Ela não está errada, Alek. Quando concordei trabalhar para você, achei que
construiríamos em cima do trabalho de Grigori. Eu não gostava do homem, mas ele nos tornou
ótimos. Você disse que nos toraríamos grandes," Misha disse enquanto balançava a cabeça. "Eu
era seu amigo e você mentiu para mim."

"Ana está morta. Você se lembra da Ana? A linda jovem que te dava almoço e massageava
seus ombros? A mulher que costurava seus machucados e o estapeava quando você estava
fazendo besteira. Você matou ela."

"Era para ter sido Natalia!" Misha gritou, e a arma oscilou na mão dele. "Era para ser
Natalia. Tudo estava no lugar certo. Tudo ia funcionar, e você trouxe aquela mulher, e agora Ana
está morta. Isso é culpa minha."

"O que Natalia tem a ver com qualquer coisa?" Alek perguntou enquanto tencionava a
pegada ao redor de Claudia. Ela tentou lutar e ele murmurou: "Vou cortar sua garganta e não vou
perder um minuto de sono por causa disso." Ela rosnou para ele, mas ficou parada.

"Você ficou mole com ela. Ficou mole e quase não saía de casa. Então Grisha apareceu e
arruinou tudo."

Alek balançou a cabeça. "Você queria Natalia morta porque eu estava passando muito
tempo com ela?"

"Queríamos ela morta porque você se apaixonou," Claudia sibilou. "Era para você se
apaixonar por mim! Em vez disso, você se apaixonou por ela. Você a amava, e eu sabia que se ela
estivesse fora da jogada, você ficaria no seu momento mais fraco. Derrubaríamos você e o Misha
ficaria no seu lugar. Ele merece ficar no topo. Ele merece!"

"Chefe?" A voz de Sasha flutuou através do corredor e Alek se inclinou para trás, nunca
tirando os olhos de Misha.

"Sasha, seu irmão tem uma arma apontada para mim e eu tenho uma faca no pescoço de
Claudia. Se planeja se juntar a nós, melhor escolher um lado agora."

"Claudia? Por que você tem uma faca no pescoço de Claudia?"


Alek escutou o pânico na voz da Sasha e sorriu. "Claudia. Dormindo com os dois irmãos?
Tsk. Tsk."

"O quê? Misha e Sasha disseram ao mesmo tempo.

"Sasha," Alek disse numa voz fria, "você também está espionando para o Boris?"

De seu olhar periférico, ele finalmente viu Sasha intensificar a olhar para o irmão. "Não.
Não estou. Misha, o que você está fazendo?"

"Ele está nos arruinando, Sasha. Ele está tentando ficar legítimo."

"Eu sei."

Alek virou a cabeça para olhar seu terceiro homem no comando. Sasha, o homem mais
sedento de sangue sob seu comando sabia que ele estava tentando se tornar legítimo? "O quê?"

"É bastante óbvio, chefe. Mas você é meu chefe. Devo minha lealdade a você," Sasha disse.
"Assim como você, Misha."

"Não escute ele," Claudia disse histericamente. "Não, não o escutei!"

Alek pressionou a lâmina na garganta dela. "Você fez isso. Qual era seu plano? Dormir com
os dois irmãos e fazer eles se voltarem contra mim? Fazer eles se voltarem um contra o outro?
Fazer qualquer coisa para enfraquecer minha organização? Isso não tem nada a ver com a forma
com que tenho lidado com as coisas. Isso não tinha começado até eu trazer Natalia para cá. Você
estava com ciúmes. Isso é simplesmente ciúme."

"Não." Misha balançou a cabeça e Alek viu a arma oscilando. "Não, não é verdade.
Claudia, isso não é verdade."

"Cale a boca." Claudia sibilou. "Cala a boca e atira nele!"

"Você pode atirar em mim," Alek disse suavemente. "Ou você pode se dar conta que nunca
planejei deixar vocês com uma mão na frente e outra atrás. Sim, estou planejando ficar legítimo.
Na verdade, até o final do ano, não haverá mais lavagem de dinheiro. E eu estava dividindo a
área em três, e daria uma para cada um de vocês. Negócio legítimo rendendo milhões de dólares."

"Você estava?" Misha perguntou.

"Estava. Ainda estou, Misha."

"Mesmo após Ana. Mesmo após Natalia."

"Cala a boca, Misha. Cala a boca!" Claudia gritou. Alek sentiu seu sangue congelar.

"O que você quer dizer com isso? O que tem a Natalia? Ela não está mais aqui." Misha
hesitou e Alek respirou fundo. "O que está acontecendo?"

"De onde você acha que Petr conseguiu o dinheiro para pagar a dívida com você?"
Claudia disse, um sorriso se esticando no rosto.

Deus. Por que ele não fez essa pergunta? Onde Petr tinha conseguido o dinheiro? Ele teria
que ter apostado. Ou pego emprestado. "Boris. Ele pegou o dinheiro com Boris. O que você fez?
Claudia, o que você fez?"

"Boris gostou do seu contrato com Natalia. Ele está pensando em fazer exatamente igual ou
Petr morre," Claudia disse com uma risada histérica.

"Sinto muito, Alek," Misha disse enquanto abaixava a arma. "Sinto muito."

Alek jogou Claudia na direção de Misha. O homem a pegou e imediatamente apontou a


arma para a cabeça dela. "Fique de olho nela. Quero ela viva quando voltar," Alek disse. "Mas
não quero que ela vá a lugar nenhum."

Seu coração batia selvagemente enquanto ele corria até o escritório e pegava o telefone.
Enquanto o telefone chamava, ele fechou os olhos e tentou manter a calma. "Vamos, Natalia.
Atenda. Atenda. Por favor, por favor."

Não havia resposta. Alek bateu o telefone e pegou suas chaves. Boris não esperaria até
Alek descobrir. Se o homem fosse fazer alguma coisa, seria rápido. Alek tinha uma terrível
sensação de que talvez já fosse tarde demais.
Capítulo Dezoito
Natalia ficou parada na varanda e encarou o pai. "Pai, o que está fazendo aqui?" Duas semanas
tinham se passado desde que Petr a deixara em casa e se desculpara profundamente.

"Faz duas semanas, Natalia. Duas semanas, e você não falou mais comigo. Você não saiu
de casa. Não está procurando por um emprego."

"Alek pagou minhas dívidas pelo ano todo, e estou cansada de desperdiçar minha vida.
Não vou mais me contentar. Vou encontrar alguma coisa que eu queira fazer. Algo que eu goste de
fazer," ela disse suavemente. "E sei que não tenho ligado. Ainda estou processando tudo o que
aconteceu."

"Pensei que você teria perguntas," ele disse gentilmente. "Sobre mim. Sobre o que eu fiz."

"Não me importo, pai." Ela segurou a porta aberta e mandou ele entrar. "Mas se quiser
conversar sobre isso, nós podemos."

Seu pai subiu as escadas lentamente e entrou. "Eu não ia falar sobre isso, mas não quero
que haja nenhum segredo. Imagino que não tenha como você pensar ainda pior de mim."

Natalia foi até a cozinha fazer um pouco de café. Sentia como se não dormisse há duas
semanas. Toda noite ela acordava de noite, virava-se para colocar o braço ao redor de Alek e
percebia que ele não estava lá. Claro que ele não estava. Após pegar o dinheiro, ele não
precisava mais dela.

"Não sei nada sobre aquela vida," ela disse suavemente enquanto derramava o pó de
café. "Mesmo após todo esse tempo com o Alek, não sei nada a respeito. Não posso julgá-lo pelo
que você vez, e não vou julgá-lo agora se você tentar se explicar. Mas você não me deve uma
explicação, pai. Não deve."

Petr aceitou a xícara de café e inclinou a cabeça para o lado. "Você não fala dele com
rancor ou raiva. O que aconteceu com você, Natalia? O que aconteceu enquanto você estava com
ele?"

"Ele não me machucou," ela disse enquanto se sentava; "Não desse jeito. Não como você
pensa."

Ele a contemplou por um longo tempo. "Quando conheci Nicola, ela era uma garçonete. Ela
estava trabalhando para pagar a faculdade. Ela queria ensinar biologia. Era tão inteligente, e eu
nunca entendi direito o que ela viu em mim."

Natalia ergueu os olhos rapidamente. "Pensei que tivesse sido apenas um flerte de uma
noite?"
"Eu me apaixonei pela sua mãe no momento em que a vi. Eu menti sobre o que eu fazia e
passava todos os momentos que podia com ela. Eu segurei a mão dela durante toda a gravidez, e
nós fizemos planos. Fizemos planos de nos casar e comprar uma casa no interior. Ela ainda queria
continuar a faculdade, e eu a incentivei, mas continuava mentindo para ela. Um pouco antes do seu
nascimento, eu falei a verdade. Não podia mais esconder. Eu disse tudo, e ela me perdoou. Ela
disse que me amava e que isso não importava. Fiquei tão emocionado que acabei cometendo um
erro. Passei a noite com ela, e Grigori me rastreou. Ele me rastreou e descobriu sobre vocês duas.

Ela inalou bruscamente. "Pai."

"Eu terminei com ela, a enviei para longe e tentei me manter distante, mas não importava.
Grigori sabia como eu me sentia, e ele passou quinze anos me chantageando. Crianças morreram
porque eu me apaixonei. Crianças morreram porque menti para a mulher que eu amava." Ele a
encarou sobre a xícara de café.

"Por que está me contando isso?" Natalia suspirou. "Não entendo."

Seu pai abaixou a xícara. "Alek tem um coração gelado, Natalia. Ele cresceu sob os
cuidados de um monstro por minha culpa."

"Novamente, por que está me dizendo isso?"

"Porque vejo seu olhar toda vez que eu falo sobre ele. Vejo a dor e a saudade, e não tem
nada a ver com o que ele fez com você, e tudo a ver com o fato dele não estar aqui. Eu conheço
esse olhar porque eu costumava tê-lo. Você quer conversar sobre isso?"

"Não, pai." Natalia se levantou e começou a andar. "Não importa. Não ajuda falar sobre
isso, mas se eu quisesse falar sobre isso, eu diria que você está certo. Alek tem um coração gelado.
Ele tinha que ter sido criado por monstros porque ele é um. Ele o colocou no hospital, e não me
interessa se ele guarda rancor pelo o que você fez. Ele ainda o colocou no hospital. Ele nem tentou
fingir. Não. Ele deixou bem claro que era um bastardo frio, e eu me apaixonei por ele de qualquer
jeito. Então, o que isso diz a meu respeito, hem? O que diz? Eu não quero saber. Eu não quero
saber o que diz a meu respeito porque não quero falar sobre isso!"

Quanto mais ela falava, mais gritava.

"Natalia," seu pai falou suavemente, e ela levantou a mão para limpar as lágrimas.

Uma batida na porta os interrompeu, e Natalia olhou bruscamente na direção do barulho.


Quem diabos estava batendo em sua porta agora? "Com licença," ela disse enquanto cruzava o
cômodo e abria a porta.

O grande homem tinha um cigarro pendurado na boca e um brilho malicioso nos olhos.
"Natalia. É tão bom vê-la novamente."

"Boris," Natalia disse nervosamente. "O que está fazendo aqui?"


Ele não esperou um convite antes de entrar na casa. Natalia sentiu o medo crescer em seu
estômago enquanto ele sugava toda a energia no cômodo. Petr se levantou e encarou o homem.
"O que você está fazendo aqui?"

Ela olhou para o pai. Ele conhecia Boris? Claro que conhecia Boris. Essa costumava ser a
vida dele. Boris soltou fumaça e Natalia ficou tensa quando mais três homens entraram na casa.
Essa cena estava começando a soar terrivelmente familiar. "Esta é uma boa casa," Boris disse antes
de rir. "Não, estou mentindo. Essa casa é terrível, mas tudo bem, você não passará muito tempo
aqui."

Natalia fechou os olhos de temor. "Pai, o que você fez agora?"

"Você não perguntou de onde ele conseguiu o dinheiro?" Boris perguntou animadamente.
"Ele pagou o Alek para você voltar para casa, e você não se perguntou de onde esse dinheiro
veio?"

Ela não tinha. Isso não tinha nem passado por sua cabeça. Como ela podia ter sido tão
estúpida?

"Não vai acontecer a mesma coisa de novo, Natalia," Petr disse suavemente. "Não se
preocupe nem por um minuto."

"Pai."

"Eu não estava aqui quando você fez aquele acordo com Evanoff," Boris disse encolhendo
os ombros. "Mas tenho a sensação de que foi mais ou menos assim. Seu pai pegou dinheiro
emprestado comigo, e eu quero de volta. E a não ser que você queira que eu mate seu pai agora,
você virá comigo e será meu acessório. Você ficará comigo até seu pai pagar cada centavo."

"Não," Natalia disse através de dentes cerrados. "Não foi o acordo que eu fiz com o Alek.
Um ano com ele e a dívida seria esquecida. Levaria anos até meu pai pagar todo esse dinheiro.
Anos.

"Alek é molenga", Boris disse. "E eu não sou. Este é acordo que eu ofereço. Você passará
as noites comigo e fará tudo o que eu quiser até seu pai me pagar, ou você o estará enterrando. É
sua escolha, Natalia."

Todo o ar deixou seus pulmões, e ela sentiu o mundo caindo sobre sua cabeça. Ela ia ter um
ataque de ansiedade bem ali, agora. Ela nunca sobreviveria. Ela não sobreviveria um mês com
Boris, mas também sabia que Petr não terminaria o dia se ela dissesse não. A pior parte é que
tudo isso não tinha nada a ver com seu pai ou ela. Tinha tudo a ver com Alek. "Ele não me ama,"
ela sussurrou. "Ele não se importa comigo. Ele nem vai piscar se você me levar, você precisa saber
disso."

"Você não vai a lugar nenhum, Natalia." Seu pai soava frio e endurecido. Ela virou a
cabeça e viu quando seu pai removeu um envelope de dentro do bolso interno do casaco.
"Agradeço pelo empréstimo para ajudar a soltar minha filha. Aqui está o dinheiro que eu lhe devo,
mais os juros que concordamos."

"O quê?" Boris rugiu.

"Está tudo ai. Pode contar."

Natalia olhou espantada enquanto Boris pegava o envelope. Ele puxou o dinheiro e colocou
o envelope debaixo do braço enquanto contava; "De onde tirou isso?"

"Não importa," Petr disse enquanto balançava a cabeça. "Tudo o que você precisa se
importar é que eu tenho o dinheiro. Então não haverá nenhuma ameaça. Não haverá mais
conversa sobre comprar a Natalia. Nem conversa sobre me matar. Está acabado, Boris. Então, você
pode pegar seu dinheiro e ir embora. Seu negócio aqui acabou."

Boris ficou vermelho enquanto os encarava. Enfiando o dinheiro dentro do envelope,


sinalizou para seus homens e foi embora. Natalia suspirou de alívio e encarou Petr. "Pai? De onde
você tirou esse dinheiro? Eu juro que se outro homem vier aqui..."

"Alek me deu," Petr a interrompeu. "Hoje de manhã. Ele percebeu que eu tinha pego o
dinheiro emprestado com Boris e ficou com medo do homem fazer algo desse tipo. Não é um
empréstimo, Natalia. Não devo nada a ele. Ele me deu o dinheiro para garantir sua segurança.

"Ele fez isso?"

"Fez. Natalia, eu disse que Alek tinha um coração gelado. E que ele crescera com um
monstro. Mas tenho a sensação de que o coração dele não é mais gelado. E não acho que ele seja
um monstro." Ele se abaixou e lhe beijou a testa; "Pense nisso, Natalia. Só pense."

Ela observou o pai ir embora e se virou para ver Bones se enroscando em seus
calcanhares. Essa era a sua vida agora. Olhando por cima dos ombros, ela encarou a foto de
Nico. Pelo que ela sabia, ele estava loucamente apaixonado por alguém. Talvez estivesse até
casado. Ele provavelmente tinha um trabalho incrível e uma linda casa e cachorro. A vida normal
que ela um dia quis certamente pertencia a outra pessoa agora.

Mas ela não era mais a mesma pessoa e precisava deixar isso para trás. Não era mais a
mesma mulher, porque aquela mulher tinha uma mãe amável, e a sua mãe estava morta. Ela não
era a mesma mulher porque essa mulher não tinha um pai, e agora ela tinha um. E seu pai tinha
sido um homem que recrutou crianças na máfia para proteger a ela e sua mãe. Esse era o tipo de
mulher que ela era;

E essa mulher erguia os ombros e encarava a vida diante de si. Ela iria aceitar essa mulher.
Natalia não deixaria mais as coisas acontecerem ao acaso e finalmente tomaria o controle de sua
vida.
Capítulo Dezenove
Pelos últimos meses, ela tinha entrado e saído daquelas portas porque tinha um contrato que exigia
isso. Agora ela estava prestes a entrar novamente naquela casa por livre e espontânea vontade.
As portas estavam trancadas. Confusa, ela encarou a porta dupla. Claro que estava trancada. As
pessoas trancam as portas. Até chefões da máfia trancavam as portas. Com um suspiro de
frustração, ela tocou a campainha. "Eu costumava morar aqui e agora tenho que tocar a droga da
campainha. Correção, eu costumava ser uma prisioneira aqui."

A porta abriu e Misha franziu a testa. "O que está fazendo aqui?"

"Onde ele está?" Ela disse enquanto passava por ele. "Onde diabos ele está?"

"Espere. Espere!" Misha correu atrás dela, mas ela entrou no escritório como uma
tempestade. Ela viu Alek sentado à mesa com três policiais ao seu redor.

"O que está acontecendo?" Ela sussurrou. "Eles estão te prendendo?"

"Quem é ela? O que ela está fazendo aqui?" Um oficial perguntou com a mão na arma.

Alek se moveu rápido e se meteu na frente do homem. "Tudo bem. Tudo bem. Não atire."
Virando-se, ele a encarou. "O que está fazendo aqui?"

"O que eu estou fazendo aqui? O que você acha que estou fazendo aqui? Esquece. Você
pode responder essas perguntas depois, caso não esteja respondendo de dentro de uma cela de
prisão." Ela deu um passo para o lado e encarou os policiais. "Não sei o que diabos vocês estão
fazendo aqui, mas não vão prendê-lo. Sei que ele já fez coisas ruins, mas não acabei com ele
ainda."

Os policiais trocaram olhares. "Não estamos aqui para prendê-lo. "Estamos aqui para
finalizar o caso contra o Boris."

"O quê?" Ela virou a cabeça e encarou Alek. "Você está trabalhando com a polícia?"

"Acho que temos tudo o que é necessário para fazer a prisão. Obrigado, Evanoff." Os
oficiais balançaram a cabeça e deixaram o cômodo.

Natalia virou para ele e cruzou os braços. "Você tem muitas coisas para me explicar," ela
sibilou. "E não vou embora até saber de tudo."

Alek balançou a cabeça. "Você não está mais ligada a mim, Natalia. Não lhe devo nada."

"O diabo que não deve. Você sabia que Boris iria tentar me comprar. Você pagou minha
liberdade; Por quê?"
Ele a pegou pelos ombros e a virou para que ela ficasse em direção à porta. "Eu estava
perto demais de conseguir a prisão de Boris e tomar o território dele. Não queria que ele pensasse
que estava ganhando. Não foi nada além disso, Natalia. Nada mais. Vá para casa."

"Você está mentindo." Ela olhou por cima dos ombros. "Você está mentindo para mim e nem
consegue me olhar nos olhos. Eu disse, Alek. Não vou embora até conseguir todas as minhas
respostas. E se isso significar que vou precisar ficar parada aqui a noite toda, então vou ficar aqui
parada a noite toda. Passei meses aqui. Passei por muita coisa, e você me deve ao menos algumas
respostas."

Suspirando, Alek abaixou os braços e Natalia se virou. "Faça suas perguntas e seja
rápida," ele murmurou. "Sou um homem ocupado."

"Ok." Natalia abaixou a cabeça e respirou fundo. Agora era o momento da verdade, e ela
percebeu que estava aterrorizada. Before she could cling to hope, but once he told her the truth,
there was no hope left. There was nothing. "Como você conseguiu a prisão de Boris?"

"Claudia e Misha conspiraram com Boris para matá-la, mas pegaram a Ana no seu lugar. Eu
entreguei evidências que provam que Boris pagou para matar a Ana, junto com muitas outras
pessoas. Ele vai preso e nunca mais voltará." Um sorriso iluminado cruzou o rosto dele. "Estou
ansioso por isso."

"Sério? Isso é ótimo, Alek. Ana. Ela precisava ser vingada." Tentando conseguir mais tempo,
ela passou os dedos pelos grãos da madeira da mesa. A próxima pergunta que saiu de sua boca
foi sem significado. "O que você está planejando fazer com o território de Boris?"

"Deixá-lo legítimo," ele disse suavemente.

Ela olhou para cima bruscamente. "O que você acabou de dizer?"

"Eu disse que vou torná-lo legítimo. Próxima pergunta?"

"Não. Sem próxima pergunta. Podemos pular isso. Você acabou de dizer que vai legitimar
seu território e seguir em frente. Isso requer explicação. Eu preciso de uma explicação."

"Por quê?" Ele abriu os braços e ela pôde ver a fúria no rosto dele. "Por que você precisa
de uma explicação sobre isso? Por que se importa?"

"Porque eu amo você," ela gritou de volta, igualmente irritada. "Eu amo você, e isso está me
levando para cinquenta direções diferentes. Eu sei que você não está apaixonado por mim, não
estou pedindo isso, mas preciso saber se a pessoa pela qual me apaixonei não é um monstro. Eu
preciso saber se o homem pelo qual me apaixonei não está planejando contratar outra mulher
para viver aqui ou bater em outro homem para fazê-lo pagar as dívidas. Preciso saber se o
homem pelo qual me apaixonei não ficou completamente inafetado por mim e pelo nosso tempo
juntos." Seu peito pesou enquanto ela tentava respirar fundo, as mãos também tremiam. Nunca em
sua vida ela ficara tão nervosa e tão assustada.
"Natalia."

Foi tudo o que ele disse. Uma palavra. Seu nome. Disse de forma tão suave que à principio
Natalia não tinha certeza se ele realmente tinha dito alguma coisa. Mas a forma como ele a olhava
dizia tudo. As feições dele suavizaram, e ela viu medo de verdade nos olhos dele.

Não estou dizendo isso para assustá-lo, Alek. Só preciso saber o que você pensa ou como
se sente, ou alguma grama de verdade que eu possa levar embora comigo. Só isso."

"Ok." Ele balançou a cabeça e se recostou sobre a mesa. "Ok. Eu sou um chefe da máfia.
Tenho tanto sangue em minhas mãos, que elas nunca ficarão limpas. Fiz coisas que me deixaram
acordado à noite. Fiz coisas que me deram pesadelos. E quando Grigori me nomeou seu sucessor,
vi minha chance; Vi minha chance de garantir que nenhuma outra criança tivesse que passar pelo o
que eu passei. Eu vi uma chance de garantir que meus homens não precisassem fazer coisas que os
deixassem acordados à noite ou que lhes dessem pesadelos. Eu sabia que iria legitimar os negócios
de Grigori. E iria procurar uma forma de garantir que Boris não seria um problema. Eu estive
planejando e trabalhando nisso por muito tempo. Então, se você me ama, sim. Você se apaixonou
por um monstro. Se apaixonou por alguém que contratou uma mulher para viver aqui e que
espancou homens para fazê-los pagar dívidas. Você se apaixonou por alguém que quer mudar."

Natalia balançou a cabeça e respirou fundo. "Obrigada. Obrigada por ter respondido
minhas perguntas." Foi bom. Foi bom ela ter respostas. Ele dissera tudo o que ela queria ouvir, e
deixara de lado tudo o que ele sabia que a magoaria. Ele não a amava.

Quando ela se virou para ir embora, ele a pegou pelo braço. "Aonde você está indo?
Pensei que queria respostas. Não terminei.

Ela lentamente virou a cabeça para olhá-lo. Ele sorriu. 'Natalia, eu não estou afetado por
você. Estou completamente abalado. Eu nunca me apaixonei por alguém como aconteceu por você.
Estou aterrorizado. Aterrorizado que você possa se machucar. Com medo de que algo aconteça e
que você pague o preço. Você precisa entender que eu não espero sobreviver à essa jogada.
Haverá pessoas que irão querer o território de Boris. Eles vão tentar me matar por isso. Se você
ficar comigo, vai estar em perigo."

Lágrimas borbulharam de seus olhos. "Você me ama."

Ele sorriu e envolveu seu rosto com as mãos. "Eu amo você."

"Eu só preciso disso, Alek. Não me importa se isso vai significar que só terei dois meses com
você. Não me importo se terei que me comprometer por vinte anos. Eu amo você, e ficarei do seu
lado."

Abaixando-se, ele a beijou suavemente. "Se você vai se comprometer por vinte anos, então
é melhor que seja como minha esposa."

"O quê?" Afastando o rosto, ela o encarou. "O que você acabou de me dizer?"
"Você me escutou, Natalia. Eu amo você. E você já se comprometeu por vinte anos. Eu
escutei, e não pode retirar o que disse." Ela soltou uma risada. "Case comigo, Natalia. Não consigo
ver minha vida sem você. Você me faz ficar focado. Com os pés no chão. Você me dá esperança."

Agora. Agora ela tinha absolutamente tudo o que queria escutar. "Sim. Sim, eu me caso
com você!" Ele se inclinou para beijá-la, e todo o mundo girou à sua volta. Só os dois, e ela estava
feliz.
Capítulo Vinte
Três meses depois, Alek deu uma enorme festa na mansão. Pessoas rindo, comendo e bebendo.
Não havia violência. Não havia sangue. Não havia grito ou choro. Havia apenas felicidade.

"Esperava vê-lo com ao menos umas três mulheres nos seus braços."

Ele se virou para ver Grisha colocando um camarão dentro da boca e rindo. "Eu não te
disse para ir embora e não voltar mais?" Ele perguntou suavemente.

"Tenho alguns negócios na área. Não vou embora por enquanto. Então, por que não tem
três mulheres nos seus braços"

Alek riu. "Você percebeu que essa é a recepção do meu casamento, né? Não tem uma
mulher nessa festa que chega aos pés da minha esposa, muito menos três."

"Eu sei. Estou penetrando seu casamento. Sua esposa realmente é especial. Pena que não a
vi primeiro. Eu provavelmente a teria roubado de você. Bom trabalho em relação ao Boris."

"Você achou que eu não conseguiria."

"Legitimar o território? Eu tinha fé de que você conseguiria com um deles. Não pensei que
conseguiria os dois. Meu pai certamente está se revirando no túmulo, e isso me deixa muito feliz."

Alek lançou um olhar curioso a Grisha. "O que você estava fazendo nos Estados Unidos?"

"Ainda precisamos de alguns segredos entre nós. Principalmente se seremos amigos."

"Amigos?" Alek riu. "O que te faz pensar que seremos amigos?"

"Você não tem padrinho no seu casamento. Não ter padrinho significa não ter amigos. Mas
sério, sem padrinho? Você vive sendo seguido pelo Sasha e Misha, e não podia tê-los convidado
para o casamento?" Grisha se inclinou e pegou uma taça de champanhe na bandeja. "Excelente
escolha na bebida."

"Misha tentou me derrubar. Eu sei que Claudia virou a cabeça dele, mas ele teve um dedo
na morte de Ana, e não consigo deixar isso passar. Ele será preso, junto com a Claudia. E Sasha
ainda está em choque. Claudia gosta de deixar seus homens em pedaços, e eu não deixaria isso
entrar no meu casamento. Então, tem menos a ver com não ter amigos e mais a ver com estar
casamento num momento estranho."

"Certo. O que quiser. Estou impressionado com a forma que você lidou com as coisas.
Lidando com o Boris, Claudia, e Misha. Entregando-os para polícia em vez de lidar com a situação
com as próprias mãos. Principalmente quando todos levaram tudo para o lado pessoa com você,"
Grisha disse calmamente.

"Não posso legitimar as coisas com assassinatos nas mãos. Eu tive vontade de matar todos
eles? Sim. Mas a causa era mais importante do que meus desejos pessoais."

"Seu desejo pessoal é mais forte do que imagina. Notei Petr caminhando com a linda mulher
pelo altar. Isso não deve ter sido fácil."

Alek franziu o cenho. Ele se lembraria de cada segundo de seu casamento, mas ele se
lembraria acima de tudo da felicidade de Natalia. Do quanto ela estava feliz quando ele pegou
sua mão. Do quanto estava feliz quando olhou para o pai.

Na felicidade no olhar de Petr quando ele olhou para a filha.

"Eu compreendo Petr. Eu compreendo ter que fazer algo que você não se orgulha. Conheço
a sensação de ter algo a proteger. Alguém a proteger. Ele a faz feliz, e eu nunca tiraria dela algo
que a faz feliz."

Grisha assentiu. "Deus. Estou feliz das coisas terem dado certo para você, Alek. Eu conheço
os demônios dentro de você. E fico feliz que você tenha encontrado alguém para ajudá-lo a se
livrar desses demônios. Se me dá licença, tem outra festa que quero entrar de penetra essa noite."

"Grisha." Ele se virou e Alek inclinou a cabeça para o lado. "Você vai encontrar uma razão
para se livrar dos seus demônios?"

O homem simplesmente deu um piscadela e desapareceu na multidão.

"Você parece que estava vendo um fantasma."

Ele se virou para a linda voz e se inclinou para beijar sua esposa. "Não é um fantasma.
Apenas alguém que pode acabar se tornando um fantasma se não tomar cuidado."

"Grisha?"

"Como sabe? Não responda isso. Parece que você sabe de tudo." Ele acariciou o braço nu
de Natalia e sorriu. Ela usava um vestido marfim que contrastava com a pele cor de creme. O
cabelo escuro estava caindo em cascatas onduladas pelos ombros. Ela usava um pouco de
maquiagem, mas nem precisava. Ela era a perfeição em pessoa.

"Você está feliz, Alek?"

Ele a girou e a inclinou. Ela riu e ele a beijou com força. "Nunca fui mais feliz na vida,
Natalia. A vida é uma montanha-russa, e não me importo com seus altos e baixos. Se você estiver
do meu lado, vou ficar nos trilhos."

Levantando-a novamente, seu coração se inflou quando ela passou os braços ao seu redor.
"Aleksandr Evanoff, quando assinei aquele contrato, não tinha ideia de onde estava me metendo.
Eu amo você, e estarei do seu lado independentemente de qualquer coisa."

"Acho que festejamos o suficiente," ele disse roucamente. Ele a girou novamente e a
levantou para carregá-la pelas escadas.

"Alek," ela riu. "Esse é o nosso casamento, e nós temos que ir embora para nossa lua de mel
daqui a pouco!"

"Sim," ele concordou enquanto chutava a porta do quarto e a levava para dentro. "E eu
quero lhe dar uma provinha do que você vai desfrutar nas próximas duas semanas." Ele
cuidadosamente a deitou na cama e se afastou para admirá-la. "Você está absolutamente linda,
mas o vestido tem que sair eventualmente."

Lentamente, posicionou suas mãos nas pernas macias de Natalia e cuidadosamente levantou
a saia do vestido. Sem dizer uma palavra, ela ergueu os quadris antes de se sentar para que ele
pudesse retirar a suave seda sobre sua cabeça. Pegando suas mãos, ela o guiou para a cama,
fazendo-o sentar ao lado dela.

"Esse quarto tem muitas memórias para nós," ela disse enquanto montava sem seu colo.
Segurando o olhar nos dele, ela lentamente abriu o sutiã e deixou os seios livres. Vestindo apenas
uma calcinha branca de cetim, ela rebolou os quadris sobre sua ereção, fazendo sua respiração
falhar.

"Desculpe." Bracing himself with one hand, he reached up and tangled his the other in her
hair. "Sinto muito por todos os momentos em que a deixei assustada ou com nojo." Se eu pudesse
voltar atrás, refaria tudo."

Natalia se inclinou e o beijou. "Se voltássemos atrás e refizéssemos tudo de novo, não
estaríamos aqui. E não há outro lugar onde eu gostaria de estar."

Ele a absorveu e moveu as mãos sobre a pele nua das costas dela. Quando ela estava em
seus braços, ele sentia que talvez pudesse se perdoar por todas as coisas que tinha feito. Ele
estava excitado e amando ao mesmo tempo, e esse era um sentimento que ele nunca pensou que
experimentaria.

Ela continuou a dançar em seu colo enquanto desabotoava sua camisa. Quando ela se
inclinou para delicadamente lamber sua pele sua, ele estremeceu. Ela era pura de um jeito que ele
nunca seria, e mesmo assim, ela ainda o queria. Natalia queria amá-lo.

A bela queria a fera.

Descendo de seu colo, ela continuou deslizando os lábios sobre sua pele e por todo o seu
corpo. O ar ao redor deles ficou mais pesado e denso com o desejo, e quando ela alcançou o
botão de sua calça, sua ereção estava pronta para sair. Ele ergueu o corpo para que ela pudesse
tirar sua calça. Quando ele estava nu, ele teve toda a intenção de trocar de lugar com ela para
desfrutar do corpo de sua esposa, mas ela não tinha terminado ainda.
Tudo o que ela precisava fazer era envolver a mão em sua ereção e ele era todo dela.
Após passar o dedão por sua ereção, ela se curvou e deslizou os lábios sobre ele. Ao afundar na
boca quente e molhada, sentindo a língua sedosa deslizar para cima e para baixo, ele perdeu
todo o controle. Ele gritou e agarrou o próprio cabelo.

"Eu gosto de você assim," ela sussurrou. "Gosto de você embaixo de mim, gemendo meu
nome. Gosto de saber que posso fazer você se sentir bem assim."

"Muito bem", ele murmurou enquanto lentamente a levantava; "Ainda tenho mais coisas
planejadas para você."

"Não terminei", ela protestou, fazendo-o rir maliciosamente. Ele puxou duas gravatas da
mesinha de cabeceira.

"Se você não sabe se comportar, então terá que ser amarrada," ele disse suavemente. Os
olhos dela se arregalaram enquanto o observava trabalhar, e quando ele terminou, Natalia puxou
as amarras de seda.

"Alek", ela suspirou.

"Está tudo bem, baby? Você confia em mim?"

Ela lhe lançou o sorriso mais doce, e tudo o que ele queria fazer era afundar no corpo
dela. "Confio em você com todo o meu coração."

Todo o seu autocontrole lhe abandonou, fazendo-o se debruçar sobre ela e a consumir. Ela
se debatia enquanto ele devorava-lhe os seios sensíveis e deslizava pela barriga. Ela gritou
quando ele pressionou a boca no clitóris e não mostrou piedade. Pressionando a língua no clitóris,
ele escutou enquanto ela gozava duas vezes sob ele e estava gritando para que ele a
penetrasse.

"Nossos convidados vão escutar", ele provocou enquanto subia pelo corpo dela.

"Não me importo," ela gemeu. "Me come, Alek. Por favor. Preciso de você dentro de mim.
Estou queimando por você. Por favor."

Ele teve um objetivo em toda a sua vida, e isso não era nada em comparação com a meta
que tinha agora. Aproveitar a vida. Aproveitar sua vida, e fazer Natalia Primac Evanoff o mais
feliz possível. Enquanto se enterrava dentro dela e sentia o calor, ele sabia que fazê-la feliz
também o faria feliz. Suas investidas eram tentadoramente lentas e gentis, mas então ele não
aguentou mais. Quando ele a levou ao ponto mais alto, ele se deixou levar e a fez gritar seu nome
mais um vez. Depois, os dois desabaram.

"Não acho que consigo sobreviver a essa lua de mel", ela disse, fazendo-o rir e enterrar a
cabeça na curva do pescoço dela. Esticando os braços, ele a soltou das gravatas e ela
imediatamente envolveu os braços ao seu redor. Era ali que ele pertencia, e era onde ficaria.
Finalmente, ele encontrara sua paz, e seu nome era Natalia.

FIM
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OUTRA HISTÓRIA QUE VOCÊ PODE GOSTAR
Raptada por um Chefe da Máfia Russa

Série Máfia Volkov #2


Por: Bella Rose e Leona Lee

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Raptada por um Chefe da Máfia Russa

Série Máfia Volkov #2

Por: Bella Rose e Leona Lee

Todos os direitos reservados.


Copyright 2015 Bella Rose
Atenção: Para evitar spoilers, leia a parte 1 da série!

Meu Chefe é da Máfia Russa


Prólogo
Tanya se sentou na cadeira com as mãos unidas. Na frente dela, sua melhor amiga e ex-
colega de quarto estava sentada na mesma posição, com medo em seus olhos. Com sangue
escorrendo da cabeça, Vadim Volkov estava caído contra a parede ao lado delas.

“Ele está morto?”, perguntou Alana em voz baixa.

Esticando o pescoço, Tanya olhou criticamente para o belo homem. Lentamente, seu peito
subia e descia a cada respiração. “Não, ele só está apagado.” Ela virou e olhou para a amiga.
“Bem, agora que estamos sozinhas, parece que temos bastante tempo para botar a conversa em
dia.”

Alana olhou para baixo. “Tanya, eu sinto muito.”

"Sente muito?" Tanya riu amargamente. “Você arrumou as malas e partiu sem avisar apenas
alguns dias depois de chegar em casa machucada e sangrando. Você realmente acha que eu não
iria atrás de você? Nós nos conhecemos há anos, e eu teria apostado minha vida que você não iria
simplesmente embora sem ao menos deixar um bilhete”.

“Eu sei. E se a situação fosse diferente, eu teria deixado um bilhete. Mas Tanya, a vida de
Vadim estava em jogo. E eu o amo.” Ela olhou com olhos suplicantes. “Eu nunca poderia pedir o seu
perdão, mas me diga que você entende.”

“Diga-me o que aconteceu”, disse Tanya teimosamente. Parte dela entendeu o que Alana
tinha passado, mas ela não estava pronta para deixar o assunto de lado ainda.

“Eu descobri que Vadim fazia parte da máfia russa, e eu o deixei. Você sabe o que eu
penso sobre as drogas, e ele estava vendendo no clube. Ele me disse que ele estava tentando sair.
Sabe o Danny? Danny não é realmente um gerente. Quer dizer, ele é, mas no que ele realmente
estava trabalhando era criar uma identidade falsa convincente para Vadim para que ele pudesse
começar uma nova vida. Mas Stephen, dono de um clube rival, queria o território de Vadim. É
quase irônico. Se tivesse esperado apenas mais alguns meses, ele teria conseguido isso. Em vez
disso, ele me sequestrou na esperança de conseguir que Vadim cooperasse. Vadim tinha provas de
que Stephen tinha matado seu próprio pai, e Stephen as queria de volta.” Alana respirou fundo.
“Mas Vadim havia procurado a polícia. Eles mataram Stephen para me resgatar”.

“A polícia?” Tanya revirou os olhos. “Não me admira que eles não tenham sido muito úteis
quando eu estava procurando por você.”

“Vadim estava deixando a cidade. Ele precisava ter ido embora antes que os homens de
seu pai chegassem para resolver o incidente. Eu não tinha muito tempo para decidir. Deus, Tanya, o
fato de eu não ter lhe avisado está me matando. Mas eu sabia que você entenderia.”
“Sim”, Tanya assentiu. “E se eu soubesse o que estava acontecendo, eu teria entendido. Mas
eu não sabia. Então eu fui à sua procura, e agora aqui estamos nós. Prestes a morrer.”

Alana bufou. “Você não parece tão em pânico quanto deveria estar.”

“Eu não estou.” Tanya respirou fundo. “Ele vai nos salvar. Ele tem que nos salvar.” Ela
fechou os olhos. Ela não estava errada sobre ele, estava? Tinha que haver algo. Ela tinha visto isso
em seus olhos. Mas ele mentiu e manipulou muito bem.

Ela estaria disposta a arriscar sua vida por ele?

Especialmente depois que ela disse aquelas coisas para ele e foi embora?

“E como exatamente você chegou aqui?” Alana perguntou suavemente.

Tanya respirou fundo e contou sua história.


Capítulo 1
Um mês antes

Ele a observou durante vários dias. Suas fotos não lhe faziam justiça. Seu cabelo loiro caía
em ondas até abaixo do ombro e sua pele era lisa e macia. Aqueles olhos azuis estavam sempre
cheios de preocupação, e ele sentiu um instinto estranho de abraçá-la e dizer a ela que tudo
ficaria bem.

Mas isso não era possível. Não ficaria bem. O mais provável era que ele teria que
matá0la. Porque é isso o que ele fazia. Quando a família mandava fazer algo, não se
questionava.

E quando eles diziam para matar, o mesmo acontecia.

Por enquanto, ele não via nenhuma razão para matá-la. E enquanto dirigia passando pelo
seu aparamento mais uma vez, ele não conseguiu ver o outro carro estacionado por lá. Havia
muitos carros parados por lá. O estacionamento ficava sempre cheio, então ele não estranhou ter
visto o mesmo carro várias vezes.

Ele não viu a pessoa curvado no assento com o binóculo.

Ele não sabia que eles também estavam seguindo ordens. E que aquelas ordens eram para
obter respostas a qualquer custo.

***

Alana tinha ido embora há três semanas. A polícia não estava fazendo nada. Afinal, Alana
era uma adulta que tinha claramente arrumado as malas antes de sair. Era óbvio que ela havia
fugido com alguém. E uma vez que Vadim havia sumido também, só restava a ideia de que os dois
haviam fugido.

Mas Tanya não conseguia deixar de achar que alguma coisa estava errada. Ela conhecia
sua melhor amiga por um longo tempo, e Alana não era impulsiva. Ela não era secreta. Tanya não
tinha dúvida de que Alana estava apaixonada por Vadim, mas algo havia acontecido para fazer
sua amiga fazer a mala e desaparecer. E não era só porque ela queria um novo começo. Isso sem
falar que os carros de ambos haviam sido encontrados na cidade. E quem deixaria seus carros
para trás, a menos que não quisessem ser encontrados?

Ela passeou em sua sala de estar com o telefone na orelha. “OK, mas eu não acho que
você está me entendendo. Sim, eu entendo que Alana obviamente saiu de livre e espontânea
vontade. Mas isso não significa que não há algo de errado. Um dos homens mais ricos da cidade
também sumiu. Você não está preocupado com isso?”
“Senhorita Lawson, eu entendo que você esteja preocupada com a sua amiga, mas a menos
que você tenha provas concretas de que Alana Jameson está em perigo, não há realmente nada
que possamos fazer. Mudar-se não é um crime. Agora, para a sua própria segurança, eu lhe
imploro para deixar isso pra lá.” A voz do oficial na outra extremidade estava calma, mas havia
também um tom de dureza.

“O que quer dizer com minha própria segurança? Se não há nada para me preocupar,
então a minha segurança não deve ser um problema”, ela retrucou. “O que você não está me
dizendo?”

“Eu entendo que você esteja chateada, senhorita Lawson. Eu só não quero que você faça
algo do qual se arrependa. Você frequentará a escola de culinária no próximo semestre, correto?
Não é fácil entrar na Gregson Culinary School. Siga meu conselho. Concentre-se em você, e você
ficará bem.”

Houve um clique definitivo quando ele desligou, e ela olhou para o telefone. “Como é que
ele sabe sobre o curso?”

Ela desligou o telefone e mordeu o lábio inferior. Com um suspiro, ela se jogou no sofá e
pegou o seu bloco de anotações. Havia várias anotações e rabiscos nele. Por exemplo, ela
conhecia todas as peças de roupa que Alana possuía, e quando ela observou seu closet, viu que a
amiga havia simplesmente pego algumas roupas de forma aleatória. Havia moletons, camisetas,
calças jeans, shorts, jaquetas e chinelos desaparecidos. Obviamente, não havia um destino
específico em mente.

Havia uma peça-chave de joia que estava desaparecida. Alana nunca teria ido embora
sem o pequeno pingente de diamante que ganhou de presente de sua mãe. Ela sabia que se ele
não estivesse lá, Alana não planejaria voltar. Embora Alana nunca o usasse e alegasse que aquilo
não significava nada para ela, Tanya sabia que guardaria aquilo até o dia em que morresse.

E então havia o seu comportamento durante os dias que antecederam o seu


desaparecimento. Ela havia apanhado. Muito feio. Tanya pensou que Vadim havia batido nela, mas
Alana disse que teve um acidente de carro no trabalho. Alana nunca teria encoberto Vadim se ele
estivesse batendo nela, por isso Tanya acreditava que não era ele, mas sabia muito bem que
aqueles machucados não tinham sido feitos em um acidente de carro. Isso sem mencionar que Alana
não havia saído do apartamento. Ela mal tinha deixado seu quarto. E quanto mais Tanya
perguntava sobre tudo aquilo, mais raiva Alana sentia.

“O que aconteceu com você?”, ela sussurrou.

Ela tinha verificado as contas de rede social de Alana religiosamente. Alana nunca postava
nada. Seu celular estava ainda no apartamento, e Tanya havia fuçado nele um milhão de vezes.
Não havia mensagens de texto ou e-mails para explicar suas ações ou comportamento.

Não era normal para Alana esconder segredos de Tanya. Algo estava errado. Alana
estava em perigo. No fundo, Tanya sabia, mas ela não era uma investigadora. Ela não conseguia
sequer começar a descobrir como encontrá-la. Ela tinha ido ao clube e falado com seus colegas de
trabalho. Eles estavam tão confusos quanto sobre o desaparecimento de seu chefe. Ela conversou
com os velhos amigos de Alana na escola. Nenhum deles tinha ouvido falar dela.

Alguém tinha que saber de alguma coisa.

Verificando sua lista de nomes novamente, ela fez uma pausa na parte inferior. Havia um
gerente do clube do qual Alana sempre falava. Ele era mais próximo de Vadim. Qual era o seu
nome?

David? Daniel? Danny.

Animada, ela se levantou. Danny. Alana sempre falava como Danny chamava Vadim pelo
seu primeiro nome e às vezes o repreendia. Ele pode ser a chave. Sem pensar duas vezes, ela
agarrou suas chaves e dirigiu até o Clube Seven.

Ainda era cedo, e o clube estava fechado. Sentindo-se um pouco estúpida, ela se apoiou
contra a porta. Ela estava tão animada sobre a possibilidade de falar com alguém novo que ela
ainda não tinha pensado sobre o horário. O clube ainda ficaria fechado por horas.

Em frustração, lágrimas se reuniram em seus olhos. “Idiota”, ela murmurou. Parte dela estava
com raiva. Se ao menos Alana tivesse contado a ela o que estava acontecendo, ela não estaria
naquela confusão agora. Tanya e Alana sempre descobriam uma maneira de resolver os seus
problemas juntas. Mas Alana a havia deixado de fora, e Tanya claramente não era inteligente o
suficiente para encontrar sua amiga.

“Senhorita? Você está bem?”

Envergonhada, Tanya enxugou as lágrimas. “Eu estou bem”, ela murmurou. Ela fungou e
olhou para o homem diante dela.

Baixo. Magro. Pálido. Seus olhos se arregalaram. “Você é o Danny. Oh meu Deus, você é o
Danny!”, ela gritou novamente.

Havia uma faísca de reconhecimento em seus olhos, e ele olhou nervosamente para os
lados. Finalmente, seus olhos subiram, e ela seguiu seu olhar até ver uma câmera de segurança.
“Você deve ser Elaina”, disse ele suavemente. “Eu pensei que a nossa entrevista só seria daqui a
uma hora. Fico feliz de ver o seu entusiasmo”, disse ele em uma voz neutra. Ela havia percebido o
mesmo tom na voz do policial no telefone, e se endireitou.

“É difícil encontrar um bom trabalho nos dias de hoje”, ela gaguejou.

Ele pareceu sorrir de alívio. “Verdade. E você realmente tem um grande timing. Tem
algumas coisas que eu preciso levar para o clube. Você pode me dar uma mão?”

Ou ele era um excelente ator ou realmente precisava de ajuda. Não importava. Ela
aproveitaria qualquer desculpa como motivo para falar com ele. “Certo!”
Seguindo-o para dentro do estacionamento, ela observou que não havia outros carros ao
redor. De repente, ela ficou paranoica. E se Danny tivesse sido o motivo pelo qual os dois haviam
fugido? Não haveria ninguém para ouvi-la gritar. Ele pode ser pequeno e magro, mas isso não
significa que ele não estava carregando uma arma.

“Eu esqueci o seu nome, mas se você está procurando pela Alana, você precisa parar”,
disse ele enquanto ele se virou. Eles haviam chegado ao seu carro e estavam em segurança, fora
da visão das câmeras. “Ela foi embora por vontade própria.”

“Eu sei. Eu já entendi isso. Mas algo aconteceu com ela antes de ir embora, e eu tenho medo
que ela esteja em apuros. Ela não teria ido embora sem deixar um bilhete a menos que algo
estivesse errado. A polícia não vai investigar. Por favor me ajude, eu só preciso de algumas
respostas.”

“Qual é o seu nome?”, ele perguntou finalmente.

“Tanya Lawson. Alana é minha colega de quarto e minha melhor amiga há anos. Eu a
conheço. Eu sei que algo está errado.”

“Senhorita Lawson, para a sua própria segurança, você precisa deixar isso pra lá.”

Estreitando os olhos, ela olhou para ele. “Você não é a primeira pessoa a dizer isso para
mim hoje. O que diabos está acontecendo? Porque a minha segurança estaria em risco?”

Ele suspirou e olhou em volta. “Senhorita Lawson, tudo o que posso dizer é que Alana fez
sua escolha de forma consciente. Se você a conhece, então você sabe que ela não tomaria uma
decisão precipitada. Isso não quer dizer que ela não esteja em perigo, mas acredite em mim
quando eu lhe digo que se você ir atrás dela só piorará a situação da sua amiga.”

Tanya o encarou. Foi a melhor informação que ela tinha recebido até então, mas isso ainda
não respondia suas perguntas. Só confirmava o seu medo. “Eu não teria que ir procurá-la se eu
soubesse onde ela está”, ela disse suavemente.

Os olhos de Danny de repente focaram em algo atrás dela. Quando ele falou, sua voz foi
grave e áspera. “Senhorita Lawson, presumo que você não consiga pagar seu aluguel sem ela.
Faça um favor a si mesma e se mude de lá. Vá para outro lugar usando um nome diferente, use
apenas dinheiro, mantenha sua cabeça baixa. E por favor deixe isso pra lá”.

Assustada, Tanya virou a cabeça e enxergou um carro de cor escura passando lentamente
pelo clube. “Danny?”, ela perguntou em voz baixa. “O que diabos está acontecendo?”

“Confie em mim. Melhor você não saber.”

***

Andrei Volkov assistiu da janela enquanto a bela loira olhava por trás do próprio ombro
com nervosismo. Ele a estava observando há vários dias, e só agora, enquanto estava com o
gerente do clube, que ela o havia visto.

“Precisa ser agora”, ele disse suavemente. Mesmo que tivesse vivido mais anos nos EUA do
que na Rússia, seu sotaque ainda era pesado.

O motorista não acelerou ao contornar o quarteirão. “Você quer levá-la agora?”, ele
perguntou.

Andrei sacudiu a cabeça. “Não. Ela não vai chegar muito longe se correr, e essa é a
primeira oportunidade que tivemos para falar com o gerente. Continue dirigindo. Eu não quero ter
público quando falar com ele.”

Pegando o seu telefone, ele ligou para o seu chefe. “Tio”.

“Você tem algo para mim?”, disse seu tio com uma voz sombria. Mesmo através do telefone,
Gregory Volkov era aterrorizante.

“Eu segui a garota por vários dias. Está claro que ela não tem ideia de onde está sua
amiga. Estou prestes a me concentrar no gerente agora.”

“Se ela não tiver nenhuma informação, use-a para enviar uma mensagem”, Gregory rosnou.
“Eu não sei com que grupo ou gangue essa Alana está, mas quero deixar claro que ela não pode
atacar sem consequências”

Andrei congelou. “Você quer que eu mate a Tanya Lawson?” Aquilo não era parte do plano.
Não era para ser nada além de uma missão de busca e resgate. Gregory Volkov acreditava que
seu filho tinha sido influenciado, sequestrado ou morto por um grupo rival usando Alana como isca.
Mas, até agora, não havia nenhuma evidência disso. “Eu não tenho nenhuma prova de que ela
esteja envolvida”.

“E se ela estiver envolvida, não haveria prova alguma também, não é? E mesmo se ela não
estiver, isso tornaria a mensagem muito mais pungente. Eu quero o meu filho, Andrei. Você vai fazer
o que for preciso para trazê-lo de volta. Você entendeu?”

“Sim, senhor”, disse ele suavemente. Não houve despedida formal. Ouve um clique do outro
lado da linha e Andrei franziu a testa.

Eles já tinham voltado ao clube. Sentindo-se frustrado, Andrei bateu seu punho contra o
assento. “Algum problema, senhor Volkov?”, disse o motorista friamente.

O motorista era apenas leal a Gregory. Qualquer sinal de hesitação por parte de Andrei
chegaria em seu tio. Ele não sabia por que estava tão contrariado em seguir as ordens a respeito
de Tanya Lawson. Em qualquer outro caso, ele ficaria feliz em seguir as ordens em um piscar de
olhos. A quantidade de sangue em suas mãos não o fazia perde o sono durante a noite. Mas, por
alguma razão, aquilo era diferente.

Ela fazia isso ser diferente.


“Não há problema”, disse Andrei em tom neutro. “Só mais um beco sem saída. Espere por
mim aqui. Não vou demorar.”

Ele saiu e bateu a porta, caminhando em direção ao clube. Retirando sua arma, ele estava
pronto para arrombar a porta com tiros, mas ela se abriu de repente. “Não há necessidade para
isso”, disse o gerente em tom alegre. “Comprar uma nova porta não está exatamente no meu
orçamento deste mês. Danny Sylvester ao seu dispor. Como posso ajudá-lo?”

Andrei olhou para o homem e por trás dele. O clube parecia estar vazio. “Onde estão os
guardas?”, ele resmungou.

“Se você está se referindo aos nossos seguranças, eles não estão devem chegar até as
seis”. O gerente disse de forma neutra. “Se você está procurando um emprego, eu ficaria mais do
que de pegar uma ficha de inscrição para você. Nós não estamos contratando seguranças no
momento, mas eu posso guardar sua candidatura no caso de abrir uma vaga.”

“Chega de besteira”, Andrei rosnou. Ele mostrou sua arma para indicar que Danny devesse
abrir caminho e entrou no clube. Ninguém saltou sobre ele, o que não faria diferença. Andrei nunca
errava um tiro.

O gerente fechou a porta atrás dele. “Você deseja reservar uma festa particular?”

“Eu disse chega de besteira. Onde está Vadim?”

O pequeno homem acenou com a cabeça. “Ah. Sim. O evasivo Vadim Volkov. Acredite em
mim, se eu soubesse, eu diria a você. Se ele não aparecer nos próximos meses, eu estarei sem o
meu emprego. E eu gosto desse trabalho. Ele paga bem.” Ele olhou para a arma. “Embora tenha o
seu lado desagradável”.

Andrei relaxou sua postura, mas manteve a arma apontada para Danny. “Eu pesquisei todo
o seu passado. Tudo foi verificado. Na verdade, foi quase fácil demais encontrar informações
sobre você”.

Danny deu a ele um olhar confuso. “Sinto muito que minha vida seja um livro aberto. Eu não
tenho arma alguma. Sinta-se à vontade para baixar a sua. Olhando para você, acredito que você
poderia me esmagar como um inseto sem precisa de arma alguma”.

Aquela parte era verdade. Andrei não confiava em Danny nem um pouco, mas ele guardou
a arma. “Dizem que você visitou Vadim em sua casa. Sobre o que vocês dois conversaram?”

“E por que eu deveria dar informações pessoais sobre Vadim para você? Eu nem sequer o
conheço.”

“Vamos apenas dizer que sua família está muito interessada em seu paradeiro. Eu ficaria
mais do que feliz em pegar minha arma novamente se isso fosse ajudar”.

Danny se sentou na cadeira no escritório e encolheu os ombros. “Não será necessário. Nós
conversamos sobre trabalho, principalmente. Vadim estava sempre focado neste clube. Ele queria
garantir que as coisas corressem bem, e isso significava que eu tivesse que trabalhar praticamente
todas as horas do dia.”

“Seu registro é limpo, então como exatamente você conseguiu o trabalho de gerente de um
negócio como esse? Eu sei que você está ciente dos lucros secundários desse clube”.

Danny encolheu os ombros novamente. “Eu realmente não sabia sobre isso até ter estado
aqui por anos. Eu não comecei como o gerente. Eu percebi os lucros secundários ao mesmo tempo
que minhas dividas estavam se acumulando. Vadim me ofereceu para ajudá-lo por um ótimo
salário. Eu tinha as habilidades administrativas que ele precisava. Tudo deu certo, e, com o tempo,
nós nos tornamos quase amigos. O que é irônico, considerando que ele me deixou pra trás,
limpando a sua bagunça”.

Andrei ergueu a cabeça. Tudo que Danny disse se encaixava perfeitamente com o que
Andrei sabia. E normalmente isso era bom sinal, mas Andrei ainda tinha um pressentimento de que
Danny estava mentindo. “Você não parece muito preocupado com um homem estranho e armado
questionando você”, disse ele com calma. “Isso me faz pensar que você se sente confortável em
situações como essa.”

“Ah, eu sou muito bom em não esquentar a cabeça. Eu acho que é por isso que Vadim
gostava tanto de mim. Além disso, vocês dois tem traços faciais parecidos, sem mencionar o forte
sotaque russo. Tenho certeza de que você é um membro de sua família. Vadim era um pouco
cabeça quente. Ele gostava de brandir uma arma e fazer ameaças, então eu acho que eu estou
acostumado a isso.” Danny olhou para ele. “Mas me surpreende que sua família não saiba onde
ele está. Houve boatos, e eu pensei que o seu desaparecimento estava relacionado com a própria
família.”

Andrei ignorou a pergunta subentendida. “Qual a ligação de Alana Jameson com Vadim?”

“Ah. Essa é uma pergunta interessante. Eu sei que ele gostava dela. Eu acredito que eles
eram íntimos, mas eu nunca os vi juntos fora do clube. Presumi que o seu desaparecimento estava
ligado ao dela, mas eu imaginei que Vadim não precisasse sequestrar para ficar com alguém”,
Danny abriu um sorriso malicioso. “Ele tinha várias mulheres em sua cama. Às vezes, ao mesmo
tempo.”

“Por que você supôs que ele a sequestrou?”

“Eu não acho isso. Eu estou apenas reagindo aos rumores. A verdade é que eu não
conhecia Alana muito bem. Ela era nova no trabalho, mas se saía bem. Ela me pareceu uma mulher
lógica que não ceder a impulsos ou tentações com facilidade. Acho que é difícil acreditar que ela
teria fugido com ele, como a polícia está insinuando.”

“Você já teve a sensação de que ela estava escondendo algo? Talvez ela tenha se
encontrado com alguém no trabalho ou feito algum telefonema suspeito. Ela parecia ter alguma
habilidade especial?”
As sobrancelhas de Danny se ergueram. “Habilidade? Eu não tenho certeza do que você
quer dizer com isso, mas não. Alana parecia normal e transparente. Acho que a única coisa que ela
estava escondendo era o seu caso.”

Andrei cerrou os dentes. Nada do que Danny disse fazia. Se Alana estivesse apaixonada
por Vadim, o suficiente para fugir com ele, deveria ter havido algum sinal. Por outro lado, se Alana
estivesse envolvida com um grupo que sequestrou Vadim, também haveria algum sinal. Em vez disso,
se Danny estivesse dizendo a verdade, o desaparecimento de Alana não era nada além de uma
coincidência.

Mas Andrei não acreditava em coincidências.

“Poucos dias antes de seu desaparecimento, Vadim estava tendo problemas com um
distribuidor rival. Ele apareceu morto. Você sabe alguma coisa sobre isso?”

“Eu sei que envolveu muitos tiros. Eu tenho sido questionado pela polícia, e parece que eles
não têm pistas. Isso é tudo que eu sei. O outro clube está prestes a ser fechado e isso dobrará os
negócios aqui. Parece estranho que Vadim iria embora bem quando as coisas estão prestes a
decolar”.

Os olhos de Andrei se estreitaram. “Você estava falando com Tanya Lawson esta manhã. O
que ela queria?”

“Sua colega de quarto desapareceu. O que você acha que ela quer?”, disse Danny,
abrindo os braços. “Eu disse a ela para deixar isso pra lá.”

“E pareceu a você que ela deixaria isso pra lá?”, Andrei murmurou.

“As mulheres podem ser obstinados, mas tenho a sensação de que ela não vai chegar muito
longe. Eu não acho que ela é uma ameaça para alguém.”

Andrei sorriu maliciosamente e tirou sua arma. “Essa é uma declaração interessante. Por que
você acha que eu iria considerá-la uma ameaça?”

Mais uma vez, Danny não se abalou com a arma. “Você está agitando uma arma para mim
e tentando encontrar respostas. Ela provavelmente seria o próximo passo, e eu não acho que ela
tenha ideia do que esteja acontecendo nesse clube. Se ela tivesse, ela não teria vindo aqui sozinha
ou desarmada”.

“Você parece deduzir muita coisa, senhor Sylvester.”

“Como eu já disse, eu não sou idiota. Se você acha que Tanya Lawson que está envolvida,
você está errado. E se você a envolver, você provavelmente estaria colocando uma pessoa inocente
em risco. Você se sente confortável fazendo isso?”

Normalmente, Andrei não teria sequer piscado. Aqueles eram os tipos de coisas que ele
fazia o tempo todo. Mas, daquela vez, ele hesitou. E Danny continuou. “Ela está se preparando
para entrar numa escola de culinária no próximo semestre. Ela é uma mulher brilhante e talentosa,
e tem um futuro brilhante pela frente. Seu único crime é que ela está preocupada com sua amiga
desaparecida. Ela não é uma ameaça para você.”

“Você parece muito protetor com ela, senhor Sylvester. Você está em um relacionamento com
ela?”

Danny franziu a testa. “Eu só a vi algumas vezes.”

Andrei baixou a arma mais uma vez. “Mantenha o clube funcionando, senhor Sylvester. E se
eu fosse você, andaria armado”.

Ele enfiou a arma nas calças, e, pela primeira vez, Danny pareceu realmente surpreso. “Eu
já a avisei, ela o verá chegando.”

“Eu a estou observando por algum tempo. Eu não estou muito preocupado com a
possibilidade de que ela fuja de mim.”

Danny respirou fundo. “Eu a estive observando também. E a menos que você dirija um
sedan dourado, você não é o único que está de olho nela.”

Assustado, Andrei olhou para ele. “Eu não vi mais ninguém a observando”, disse ele
bruscamente.

“Isso é porque você não estava prestando atenção nisso. Eu estava. Você dirige em frente
ao seu apartamento em três carros diferentes, três vezes por dia. Ontem você a seguiu até a
delegacia. Mas você só usa carros de luxo. O outro carro é muito mais antigo e fácil de passar
despercebido. Ele tem monitorado seus movimentos por dias já. Se ela tentar fugir, eles a
pegarão”.

Aquele homem pequeno não era tão inútil quanto parecia. “E por que ela iria fugir?”

“Eu disse a ela para fazer isso. Achei que você fosse a maior ameaça”.

“E agora?”

“Eu ainda acho que você é a maior ameaça. Mas eu não acho que você vai matá-la de
imediato.”

“E por que isso?”

“Porque eu ainda estou vivo.”

Andrei cerrou os dentes mais uma vez. Será que ele estaria ficando fraco? Depois de um
momento, ele finalmente se virou e saiu. E disse a si mesmo que seria mais útil se Tanya
permanecesse viva.
E se ele não agisse rápido o bastante, ela seria morta.
Capítulo 2
O medo tomou conta de Tanya quando ela entrou no apartamento. Imediatamente, ela
pegou uma mochila e começou a enchê-la de coisas. O aviso de Danny ainda ecoava em sua
mente, e pela primeira vez desde que Alana tinha desaparecido, ela se sentiu realmente com
assustada.

Depois de encher a mochila com o essencial, ela parou na frente de sua estante. Em uma
das prateleiras, estava a sua fotografia favorita de Alana. Foi tirada no primeiro ano da
faculdade, e pela primeira vez em muito tempo, Alana finalmente parecia feliz. Seus sorrisos e sua
empolgação eram genuínos. Tanya tinha seus braços envoltos em torno dela, e lembrou que se
sentia muito orgulhosa de sua amiga. Contra todas as probabilidades, elas ficariam bem. Ela
ficaria bem.

“No que você me meteu?”, Tanya sussurrou. Balançando a cabeça, ela se dirigiu até a porta
e a abriu.

Um homem grande, que ocupava toda a entrada, olhou para ela. Com um grito, Tanya
tropeçou para trás. O homem passava tranquilamente de 1,80, com músculos salientes e olhos
aterrorizantes. Eles não eram nada além de piscinas escuras, cheias de nada. Sem simpatia. Sem
cordialidade. Sem curiosidade.

“Quem é você?”, disse ela em voz baixa. Ele não disse nada enquanto entrava em sua
casa. “Ei”, disse ela de repente. “Você não pode entrar aqui”. Ela pegou o abajur sobre a mesa
lateral e tentou golpeá-lo com ele.

Ele o tirou facilmente de suas mãos e a empurrou para o chão. Um segundo homem o
seguiu, e facilmente a empurrou para o chão. Um segundo homem o seguiu, bateu a porta e se
posicionou na frente dela, olhando para Tanya. “Fique de olho nela”, o careca murmurou.

Tanya se levantou. “Quem é você?”, disse ela, também em voz baixa.

Ambos a ignoraram, e o primeiro começou a revistar o lugar. Ela observou que as fotos
dela e de Alana chegaram a cair no chão. Ele rasgou os livros das prateleiras e suas almofadas
foram lançadas ao ar. Quando ele tinha acabado na sala de estar, começou a fazer o mesmo nos
quartos. Ela ouviu os móveis caindo no chão, eu era feito com a sala de estar, eu comecei nos
quartos. Ela ouviu mobiliário cair no chão, e quanto mais ele procurava, mais furioso parecia ficar.
Finalmente, ele voltou para a sala de estar e a derrubou no chão novamente. “Onde ela está?”, ele
berrou.

“Eu não sei!”, ela respondeu, com medo. Ele afastou sua mão e a golpeou no queixo. Doeu,
e ela sentiu que as lágrimas brotaram em seus olhos. “Eu não estou mentindo. Eu também não
consigo encontrá-la. Estou preocupada”.
“Você deve estar”, disse ele com a voz mais calma. “Porque se você não souber onde ela
está, você não é mais útil para mim.”

O terror tomou conta dela quando ele a empurrou para o chão novamente. Ele tirou uma
arma e calmamente apontou para ela. “Última vez. Onde ela está”?

“Eu não sei. E se eu soubesse, com certeza não diria a você”. Ela fechou os olhos e virou o
rosto de lado. Quando o tiro soou, ela pulou e gritou, mas a bala não a atingiu. Em pânico, ela
abriu os olhos e viu o homem que estava de guarda na porta cair. O sangue escorria de sua
cabeça. Outro estranho entrou em seu apartamento, e o primeiro correu rapidamente em direção
aos quartos. Ela não sabia que alguém tão grande poderia se mover tão rápido. O novo estranho
xingou e correu atrás dele.

Com sotaque russo. E ela viu uma oportunidade de escapar, correndo até sua mochila, mas
antes que ela pudesse chegar na porta, uma mão agarrou o seu braço. “Ele escapou. Se você sair
daqui, ele vai matar você”.

Ela virou-se para trás e olhou bem para ele. Ele era deslumbrante. Não havia nenhuma
dúvida sobre isso. Ela identificou as mesmas feições de Vadim. O mesmo cabelo escuro e barba
por fazer. Os olhos do homem eram de um verde brilhante, e ele olhou para ela também, ela
podia ver a crueldade nele. Mas também havia algo mais. “E o que você vai fazer comigo?”, ela
sussurrou.

Qualquer suavidade que ela tinha conseguido identificar em seu rosto tinha desaparecido
instantaneamente. “Vou usá-la para atrair sua amiga. E se ela não vier até você, eu vou te matar”.

Os olhos dela se arregalaram conforme ele apontou a arma em sua direção. “Vejo que
você já fez as malas. Excelente. Você vai sair calmamente do apartamento e entrar no banco de
trás do carro preto estacionado aqui na frente. Se você gritar, tentar fugir ou se comunicar com
alguém, eu vou atirar em você e atirar em quem mais aparecer. Você entendeu?”

Corajosamente, ela assentiu. Ele soltou seu braço e guardou a arma no bolso. “Vamos.
Agora”.

Olhando para o homem morto, ela engoliu seco. Quando ela cautelosamente tentou dar um
passo sobre ele, ela tropeçou e se apoiou na porta. Em pânico, ela lançou um olhar por cima do
ombro, mas ele não pegou sua arma. Em vez disso, sinalizou com a cabeça, impacientemente. Tanya
abriu a porta. Estacionado fora do apartamento, estava o mesmo carro que ela tinha visto passar
pelo clube. Outro homem vestido com um terno estava casualmente encostado na porta do
motorista. Também tinha as mãos no bolso.

Ela viu o contorno da arma e tentou não desmaiar.

Não havia uma única alma na calçada ou passando pela rua. Ela esperava mais do que
qualquer coisa que alguém a visse entrar no carro, mas a sorte não estava do seu lado. O
motorista abriu a porta, e Tanya entrou. Quando a porta se fechou, ela percebeu que o outro
homem não tinha entrado com ela.

Ansiosamente, ela olhou para fora da janela. Alguns minutos se passaram antes que ele
saísse de seu apartamento. Casualmente, ele olhou para os lados e seguiu em direção ao carro,
abrindo a porta de trás.

"A equipe de limpeza deve chegar em breve”, ele disse ao motorista. “O morto tem a
tatuagem dos Sousa.”

“O que é a tatuagem dos Sousa?”, perguntou Tanya sem pensar. Seu captor virou a cabeça
e lhe deu um olhar frio.

“Quanto menos perguntas você fizer, maiores serão suas chances de sobrevivência”, disse
ele finalmente.

“Como se você fosse simplesmente me deixar ir embora”, ela murmurou. Seu queixo
latejava, e ela passava a mão por ele com cuidado.

“Se Jameson vier até você, você pode sobrevier. Ele bateu em você?”

“O quê?”

“O homem que revistou seu apartamento”, o estranho disse, impaciente. “Ele bateu em
você?”

“Ele tentou me matar”, Tanya disparou. “O que te interessa se ele me bateu?”

O estranho apenas sorriu para ela. “E eu salvei sua vida. Eu acho que eu poderia receber
algum respeito por isso.”

Será que ele estava brincando? Uma estranha explosão de riso surgiu dentro dela. “Ah, isso
é bom. Você acha que porque me salvou eu vou lhe contar tudo o que eu sei. Já ouviu falar de
trocar seis por meia dúzia?”

Ele se inclinou para trás e se ajeitou no assento. Casualmente, ele rolou a manga da camisa
para cima, e ela podia ver as tatuagens que cobriam o seu braço. “Eu ouvi o que você disse a ele.
Embora sua lealdade com sua amiga seja louvável, é provável que isso acabe causando a sua
morte”.

Tanya encolheu os ombros. Se ele conseguia agir casualmente em relação a isso, ela
também conseguiria. “Eu não estava mentindo. Eu não sei onde ela estava. Eu estivesse procurando
por ela, mas não cheguei a lugar algum”. Ela respirou fundo. “Você e Vadim são parecidos,
poderiam ser irmãos”.

“Primos, na verdade. Mas Vadim era como um irmão mais velho para mim, e eu pretendo
encontrá-lo. Se você ou sua colega de quarto estiverem trabalhando para os Sousa, e se vocês o
mataram, eu tenho a intenção de me vingar de vocês, um a um”.
Um arrepio de horror correu por sua espinha. “Qual é o seu nome?”, disse ela suavemente.

“Andrei Volkov.”

O fato de ele não se preocupar em dizer isso a ela não lhe pareceu nada bom. “Bem,
senhor Volkov, eu posso garantir que eu nunca ouvi o nome Sousa antes, e Alana ama Vadim. Ela
nunca o machucaria.”

Andrei virou o rosto. “Sim. E, aparentemente, Vadim a amava. Mas isso só significa que a
senhorita Alana Jameson é boa no que faz. Vadim não abandonaria sua família.”

“Nem mesmo por amor?”, Tanya sussurrou.

Andrei se virou e olhou para ela. “Senhorita Lawson, aplaudo a sua natureza romântica. É
difícil manter um ponto de vista otimista em tempos de cinismo exaustivo. Mas eu garanto a você
que eu passei pelo mesmo treinamento de Vadim. Não há espaço para o amor em nós”.

Sua voz era fria e vazia de qualquer tristeza ou arrependimento. Tanya se acomodou no
carro e olhou pela janela. Ela não sabia se ele estava dizendo a verdade sobre Vadim, mas ele
certamente acreditava naquilo.

Ela precisava escapar ou morrer tentando.

***

“Eu acredito que tenha lhe dito para usá-la para enviar uma mensagem. Isso geralmente
não envolve um sequestro”, disse Gregory calmamente pelo telefone. “Andrei, o que você está
fazendo?”

Andrei olhou para Tanya conforme ela se sentava cuidadosamente na cama do hotel.
Obviamente, o motorista o havia entregado. Ou Gregory tinha espiões.

E isso não seria incomum. “Houve um contratempo no plano”, disse ele, passando
tranquilidade.

“Os Sousa não são um contratempo”, seu tio disparou. “Eles são um pequeno incômodo.”

Ah. Eu sabia sobre os Sousa. É evidente que o motorista o havia dedurado. Isso perturbou
Andrei, mas ele teria que lidar com aquilo mais tarde. “Ainda assim, eu vi uma oportunidade, e
aproveitei. A mulher é fortemente leal com a senhorita Jameson. Ela preferiria morrer do que dizer
onde ela está. É provável que a senhorita Jameson sinta o mesmo em relação a ela. Se ela souber
que sua amiga está em perigo, é provável que ela saia do esconderijo para tentar resgatá-la.”

Houve silêncio do outro lado da linha. “E se você estiver errado?”

“Então eu volto para o nosso plano original.”


“Tudo bem. Aproveite esse tempo para conseguir tirar dela cada gota de informação. Não
importa como. Eu quero meu filho de volta para casa”.

Andrei fez uma pausa. “Eu tinha pensado que o Sousa estava envolvido, mas se ele também
a estava perseguindo, ele não deve estar envolvido”.

“Eu tenho muitos inimigos, Andrei. Você sabe. Sousa é apenas um. Mas eles estão tentando
ganhar algo com esse desaparecimento, e você não deve deixar que isso aconteça.” A ligação
terminou e Andrei guardou o telefone de volta em seu bolso.

Ele não mencionou sua desconfiança para seu tio. Se Alana Jameson trabalhasse para os
Sousa e ela tivesse sido desonesta com eles, isso explicaria por que os Sousa estariam atrás deles.

“Quem é Sousa?”

Andrei ergueu os olhos rapidamente. Tanya olhava para ele do outro lado do quarto de
hotel. “O que eu disse sobre você fazer perguntas?”, disse ele rispidamente.

“Eu acho que nós dois sabemos que não há como eu sobreviver a isso. Você parece pensar
que Alana Isso é algum tipo de agente ou gangster, e ela não é. Então isso significa que você tem
que me matar. Então realmente não importa para você se você me contar.”

“Então por que você se importa em saber?”

“Se isso não for nada mais do que os dois fugindo para ficarem juntos e você perceber
que ela não está envolvida em seu mundo violento, então você pode deixá-la em paz. E eu posso
te ajudar.”

Ou ela era muito boa ou era muito ingênua. De qualquer forma, Andrei não tinha nada a
perder. “Os Sousa são uma família criminosa de Nova York. Nós não apenas estamos mantendo o
nosso território, estamos também expandindo. Os Sousa têm sorte que meu tio ainda os deixe vivos.
Eles não são nada”.

“O nada quase me matou hoje”, Tanya disparou. “Por que eles estão atrás de Alana?”

“Você é quem tem que me dizer”.

“Alana não trabalha para eles. Confie em mim, nós nunca ficamos longe uma da outra. Não
há nenhuma maneira de Alana trabalhar para qualquer tipo de organização. Ela nunca sequer
esteve em Nova York. Eles não estão atrás dela. Eles estão atrás de Vadim. Talvez ele estivesse
enganando vocês”.

Andrei bufou. “Vadim nunca trairia sua família.”

“Se você o conhece tão bem, então onde ele iria se estivesse fugindo? Ele prefere um clima
frio? Um clima mais quente? Cidade ou campo?”
“Ele faria o oposto do que eu pensaria”, Andrei disparou.

“Então isso facilitaria as coisas também. Pegue tudo o que ele gosta e siga na direção
oposta”. Ela olhou para ele. “Alana gosta de clima quente. Ela prefere o campo, mas é bonita
demais para se esconder em um lugar assim. As pessoas notariam. Ela iria para um lugar onde ela
se misturaria com mais facilidade. Onde há muita gente bonita”.

Andrei cerrou os dentes. “Você está insinuando que eu não conheço o meu primo. Você não
está errada. Nós estivemos longe por muito tempo, mas simplesmente porque eu não conheço seus
lugares favoritos, isso não significa que eu acredite que ele esteja fugindo de mim”.

Tanya deu um sorriso triste. “Mas se você não o conhece desde o começo da vida adulta,
então você não tem ideia do que ele esteja pensando. Ele não está traindo de você por estar
fugindo”.

“Na minha família, as duas coisas significam o mesmo”, disse Andrei teimosamente. “E Vadim
sabe disso.”

“Talvez seja por isso que não pode ser encontrado. Ele não quer ser encontrado.” Ela se
virou e olhou para fora da janela. “Então o que você faria se o encontrasse? O arrastaria de volta
para a família, onde ele seria executado?”

“Ele é o herdeiro. Ele seria perdoado.”

Ela nem sequer se virou. “Certo. Porque seu tio deve ser muito indulgente mesmo”.

Andrei não conseguiu conter o sorriso. Talvez aquela bela mulher não era tão ingênua
quanto pareceu a princípio.

Ela saiu da janela e se esticou na cama. Quando ela fez isso, sua camiseta subiu apenas
alguns centímetros, e ele conseguiu ver um pouco de sua pele. Algo dentro dele despertou. Ela
parecia alheia à sua reação e levou a mão ao seu queixo machucado. Uma estranha raiva
primitiva havia tomado conta dele quando ele assistiu pela janela aquele homem do Sousa bater
em seu rosto. Quando ele o encontrasse, ele acabaria com ele.

Não seria por Vadim ou por seu tio. Seria por Tanya.

E quando chegar a hora de você acabar com ela, pedacinho por pedacinho, zombou uma voz
dentro dele. O que vai fazer?

Seu trabalho. Nada poderia impedi-lo de fazer o seu trabalho. Nada, nem mesmo sal
beleza ou como ele reagia a ela, nada poderia atravessar toda aquela casca grossa que ele
tinha. Ele era um soldado russo. Não havia espaço para cordialidade ou fraqueza em sua vida.

Quanto mais cedo ele se livrasse dela, mais fácil seria para ele.
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