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Engenharia Ambiental
UAB-UFSCar
Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, km 235
13565-905 - São Carlos, SP, Brasil
Telefax (16) 3351-8420
www.uab.ufscar.br
uab@ufscar.br
Alberto Colli Badino Júnior
Antonio José Gonçalves da Cruz
2013
© 2010, dos autores
Concepção Pedagógica
Daniel Mill
Supervisão
Douglas Henrique Perez Pino
Equipe de Ilustração
Jorge Luís Alves de Oliveira
Lígia Borba Cerqueira de Oliveira
Priscila Martins de Alexandre
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer
forma e/ou quaisquer meios (eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qual-
quer sistema de banco de dados sem permissão escrita do titular do direito autoral.
........... Sumário
APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3 Dimensões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.4 Unidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.7 Exemplos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.5 Vazão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.6 Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.7 Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.8 Exemplos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
11
Unidade 1
Figura 1 Fluxograma de produção de açúcar. (1) recebimento da cana, (2) transportador, (3) tri-
turador, (4) moenda, (5A) caldo de cana, (5B) bagaço, (6A) tanque de decantação, (6B) caldeira,
(7) aquecedor, (8) tanque de clarificação, (9A) evaporador a vácuo, (9B) filtro rotativo, (10A) caldo
concentrado, (10B) torta de filtro, (11) cristalizador, (12) centrífuga, (13) melaço, (14) secador, (15)
16 açúcar seco, (16) silo de estoque.
Observe que nesse processo a sacarose (C12H22O11), originalmente pre-
sente na cana-de-açúcar, é a mesma espécie presente no produto final (açú-
car seco), ou seja, o processo químico não envolveu uma transformação quí-
mica da molécula original.
Figura 2 Fluxograma de produção de etanol. (1) tanque de pesagem, (2) tanque de mistura de nu-
trientes, (3) tanque de preparação do mosto, (4) tanque de esterilização do mosto, (5) tanque de
tratamento de levedura, (6) dorna de fermentação, (7) coluna de lavagem de CO2 , (8) centrífuga,
(9) dorna volante, (10) coluna de destilação, (11) coluna de purificação, (12) coluna de retificação,
(13) vapor de água, (T) trocador de calor, (C) condensador, (S) separador.
18
Unidade 2
Dimensões e unidades
2.1 Primeiras palavras
2.3 Dimensões
21
2.4 Unidades
22
Tabela 1 Dimensões e respectivas unidades dos principais sistemas.
pascal dina/
Pressão (P) Pa dina/cm2 lbf/in2 psi
(N/m2) cm2
British
joule erg
Energia (E) J erg thermal BTU
(N . m) (dina . cm)
unit
Há ainda outro conjunto formado por unidades fora dos sistemas tradi-
cionais (SI, CGS e SAE) de grande importância na indústria de processos quí-
micos, entre elas a unidade de força: quilograma-força (kgf), as unidades de
pressão: atmosfera (atm), bar (kgf/cm2) e milímetro de mercúrio (mm Hg), a
unidade de energia: caloria (cal) e as unidades de potência: cavalo-vapor (CV)
e horse-power (HP).
23
Tabela 2 Relações entre unidades.
1 ⋅ kg ⋅ m / s 2 1 ⋅ g ⋅ cm / s 2 32 ,174 ⋅ lb m ⋅ ft / s 2
Fator de gc = = =
1⋅N 1 ⋅ dina 1 ⋅ lbf
Conversão da 9 ,81 ⋅ kg ⋅ m / s 2
=
Lei de Newton 1 ⋅ kg f
24
Unidade Nova
Fator de Coversão (FC) = (2.1)
Unidade Velha
Exemplos:
1 kg
1000 g ⋅ = 1 kg
1000 g
1ft
36 in ⋅ = 3 ft
12 in
1 min 1 h 1h
7200 s ⋅ ⋅ = 7200 s ⋅ =2h
60 s 60 min 3600 s
2
10 2 cm 10 4 cm 2
2 m2 ⋅ = 2 m2 ⋅ = 20.000 cm 2
1m 1 m2
Observe sempre se as unidades velhas se cancelam.
Veja também que é possível converter várias unidades numa mesma linha,
utilizando diferentes fatores de conversão de unidades (FC):
3,2808 ft 1 min
2
m 1 lb m 1 lbf
3000 g ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ =
min 2 453,593 g 1 m 60 s 32,174 lb m ⋅ ft / s 2
= 1,87 ⋅10 −4 lbf
km km km
V = V0 + a 2 ⋅ t (h) (2.2)
h h h
km km m
V = V0 + a 2 ⋅ t (h) (2.4)
h h s
Nesse caso, para que se possa utilizar a equação 2.4, as unidades de “a”
em m/s2 devem ser convertidas em km/h, da forma que segue:
2
km km m 1 km 3600 s
V = V0 +a 2 ⋅ 3 ⋅ ⋅ t (h) (2.5)
h h s 10 m 1 h
ou
km km km
V = V0 + a' 2 ⋅ t (h) (2.6)
h h h
em que:
km km ⋅ s 2 m
a' = 12960 ⋅a (2.7)
h2 m ⋅h2 s2
2.7 Exemplos
a ~
P + ~ ⋅ (V − b ) = R ⋅ T (2.8)
V2
ρ ⋅v ⋅ D
Re = (2.9)
µ
lb m cm
62 ,43 ⋅ 3000 ⋅ 6 in
Re = ft 3 min (2.10)
10 −3 Pa ⋅ s
lb m 3,2808 ft
3
1kg cm 1m 1min 0,0254 m
62 ,43 ⋅ ⋅ ⋅ 3000 ⋅ ⋅ ⋅ 6 in ⋅
ft 3 1m 2,20462 lb m min 100 cm 60 s 1in
Re =
N m
1 2 1kg ⋅ 2
10 −3 Pa ⋅ m ⋅ s ⋅s
1 Pa 1 N
Re = 76200
1. Converta:
e) 30cal/h para HP
28
3. Em condições adequadas de pH, temperatura e nutricionais, células bacteria-
nas crescem exponencialmente de acordo com a equação que segue:
Cx = K 1 ⋅ e K 2 ⋅ t
5 ,05 ⋅ g
T − 0 ,0065 ⋅ h R
P = P0 ⋅ 0
T0
P
Np =
ρ ⋅N3 ⋅D5
29
2.9 Considerações finais
30
Unidade 3
Variáveis de processo
3.1 Primeiras palavras
m
ρ= (3.1)
V
V 1
V̂ = = (3.2)
m ρ
~
Também é definido o volume molar (V ), como sendo a relação entre o
volume de uma substância e o seu número de mols correspondentes, da forma
que segue:
~ V
V = (3.3) 33
n
~
Para líquidos e sólidos, ρ, V̂ e V são funções apenas da temperatura e
seus valores encontram-se tabelados em referências padrões (PERRY & GRE-
EN, 1997). Para gases, essas variáveis de processo variam com a temperatura
e com a pressão. No caso de um gás ideal, pode-se obter sua massa específica
(ρ) a partir da equação 3.4:
P ⋅ PM (3.4)
ρ=
R ⋅T
ρ (3.5)
DR =
ρ ref
kg g lb
ρ ref = 1.000 = 1,00 = 62 ,43 m (3.6)
m3 cm 3 ft 3
20º C (3.7)
DR = 0 ,8
4º C
34
3.4 Composição química
mi g i kg i lb m i (3.8)
xi = , ,
m g kg lb m
35
Da mesma forma define-se a fração molar de uma substância numa mis-
tura (yi), como sendo a relação entre número de mols desta substância (ni) e o
número de mols total ou da mistura (n).
n
1 x
PM
= ∑ PMi (3.10)
i =1 i
n
PM = ∑ y i ⋅ PM i (3.11)
i =1
Neste caso escolhe-se uma base de cálculo para iniciar os cálculos, já que
não se dispõe de uma quantidade, e sim de uma composição molar inicial.
A base de cálculo (BC) é um valor arbitrário que se escolhe para uma deter-
minada quantidade com o objetivo de se obter relações entre variáveis, como é o
caso das frações mássica ou molar. A unidade da BC deve acompanhar a unidade
da composição, ou seja, se a composição mássica é conhecida, escolhe-se uma
36
BC em massa, caso contrário, se a composição molar é conhecida, escolhe-se
uma BC em mols.
0 ,4 mol C 3 H 8
nC 3 H 8 = ⋅100 mols GLP → nC 3 H 8 = 40 mols C 3 H 8
1 mol GLP
0 ,6 mol C 4 H10
nC 4H10 = ⋅100 mols GLP → nC 4H10 = 60 mols C 4 H10
1 mol GLP
44 g C 3 H 8
mC 3 H 8 = ⋅ 40 mols C 3 H 8 → mC 3 H 8 = 1760 g C 3 H 8
1 mol C 3 H 8
58 g C 4 H10
mC 4H10 = ⋅ 60 mols C 4 H10 → mC 4H10 = 3480 g C 4 H10
1 mol C 4 H10
1760 g C 3 H 8 g C 3H8
x C3H8 = → x C 3 H 8 = 0 ,336
5240 g GLP g GLP
x C3H 8 + x C 4H10 = 1
g g - mol i
x i i = y i
g g - mol
g g - mol i gi
x i i = y i ⋅ PM i
g g - mol g - mol i
38
g g - mol i gi 1 g - mol
x i i = y i ⋅ PM i ⋅
g g - mol g - mol i PM g
PM i
xi = yi ⋅ (3.12)
P M
No caso do gás GLP de composição molar conhecida (40% em C3H8 e
60% em C4H10), calcula-se a massa molar média da mistura ( P M ) pela Equação
3.11, da forma que segue:
52 ,4 g GLP
PM =
1 mol GLP
44 g C 3 H 8
0 ,4 mol C 3 H 8 1mol C 3 H 8 g C 3H8
x C3H8 = ⋅ → x C3H 8 = 0 ,336
1mol GLP 52 ,4 g GLP g GLP
1mol GLP
58 g C 4 H10
0 ,6 mol C 4 H10 1mol C 4 H10 g C 4 H10
x C 4H10 = ⋅ → x C 4H10 = 0 ,664
1mol GLP 52 ,4 g GLP g GLP
1mol GLP
3.4.4 Concentração
mi
Ci = (3.13)
V
ni
Ci = (3.14)
V
kg kg i
Ci i = x i
m3 kg
kg kg i kg
C i i = x i ⋅ ρ
m3 kg m3
C i = x i ⋅ ρ (3.15)
3.5 Vazão
40
):
Vazão mássica ( m
= m (3.16)
m
t
Vazão molar ( n ):
n
n = (3.17)
t
Vazão volumétrica ( V ):
V
V = (3.18)
t
= ρ ⋅ V (3.19)
m
= PM ⋅ n (3.20)
m
ρ ⋅ V (3.21)
n =
PM
41
Ainda, da mesma forma que se relaciona massa e número de mols de um
componente i com a massa ou número de mols da mistura, pode-se também
relacionar as vazões mássica e molar do componente i com as vazões mássica
ou molar da mistura, da forma que segue:
i = xi ⋅m
m (3.22)
n i = y i ⋅ n (3.23)
3.6 Pressão
A pressão é definida como uma força (F) atuando sobre uma superfície
de área (A). Assim, as unidades de pressão nos sistemas de unidades são as
seguintes:
N
(Pa) dinas lbf
(psi)
m2 cm 2 in 2
42
Num reservatório fechado, a pressão exercida por um gás se distribui unifor-
memente por toda a superfície do reservatório, em função da baixa densidade e,
portanto, do peso desse tipo de fluido. No caso de líquidos, a pressão é função da
profundidade abaixo da superfície do fluido.
F F0 m ⋅ g / g c
= + (3.24)
A A A
P = P0 + ρ ⋅ g / g c ⋅ h (3.25)
Como exemplo, vamos calcular a pressão (em atm) num ponto 25m abaixo
da superfície de uma piscina localizada ao nível do mar. Considerando Patm = 105
Pa, ρ = 103 kg/m3 e g = 9,81m/s2 e sabendo-se que gc relaciona unidades deriva-
das compostas e definidas de força (vide Tabela 2), tem-se que:
⋅ 25 m
N kg 9 ,81 m/s 2 1 atm
P = 10 5 + 1000 ⋅ → P = 3 ,4 atm
m2 m3 m N
1 kg ⋅ 1,01325 ⋅10 5 2
s 2
m
1N
Além de ser expressa em termos de força por área, para líquidos, a pressão
pode ser expressa como uma à altura de um dado líquido. Isto é, a pressão seria
equivalente àquela exercida por uma coluna hipotética de altura h na base dessa
suposta coluna de líquido, considerando a pressão no topo da coluna como sen-
do igual a zero (P0 = 0), ou seja:
P gc
P = ρ ⋅ g / g c ⋅ h e h = ⋅
ρ g
45
3.6.2 Pressão absoluta (Pabs) e pressão manométrica ou relativa (Pman ou Prel)
47
Figura 8 Manômetro de Bourdon aberto.
3.7 Temperatura
49
Na Tabela 3 são apresentados os valores de zero absoluto, de pontos de
fusão (Tf) e ebulição (Te) da água a 1 atm, e os comprimentos dos intervalos de
temperatura para as escalas mais comuns de temperatura.
T (º F ) = 32 + 1,8 ⋅ T (º C ) (3.28)
T (º R ) = T (º F )+ 459,67 (3.29)
T (º R ) = 1,8 ⋅ T (K ) (3.30)
1,8 F 1,8 R 1 F 1 C
, , ,
1 C 1 K 1 R 1 K
1 C
∆T ( C ) = (212 - 32 ) F ⋅ = 100 C
1,8 F
3.8 Exemplos
kg kg
ρ caldo = DR ⋅ ρ ref = 1,08 ⋅1000 → ρ = 1080
m3 m3
kg 1 m 3
m caldo = 2000 ⋅1080 ⋅ → m caldo = 2160 kg
m 3 1000
kg kg sac kg
sac = 25 m ⋅1080
3
m ⋅ 0 ,18 sac = 4860 sac
→ m
h m
3 kg h
51
m3 kg kg sac 1kmolsac 22 kmolH
n H = 200 ⋅1080 ⋅ 0 ,18 ⋅ ⋅
h m
3 kg 342 kg sac 1 kmol sac
kmolH
→ n H = 2501
h
Exemplo 2 - pressão
Calcular:
m 20 kg
n= → n= → n = 0 ,693 kmol
PM 28,84 kg
kmol
T = 273,15 + 70 → T = 343,15 K
atm ⋅ m 3
0,693 kmol ⋅ 0 ,08206 ⋅ 343 ,15 K
n ⋅ R ⋅T kmol ⋅ K
P= → P=
V 10 m 3
→ P = 1,95 atm
Sendo a pressão parcial de um componente i (pi) de uma mistura:
pi = y i ⋅ P
52
Tem-se que:
Logo:
1 atm
Pman = 1,95 atm − 710 mm Hg ⋅ → Pman = 1,015 atm
760 mm Hg
dina
1,01325 ⋅10 6
1,95 atm ⋅ cm 2
1 atm
dina cm
1,01325 ⋅10 6 981
cm + 13 ,6
2 g s2 ⋅ h
= 710 mm Hg ⋅ ⋅
760 mm Hg cm 3 cm
1g⋅
s2
1 dina
h = 77,1cm Hg
Ou simplesmente:
76 cm Hg
h = 1,015 atm ⋅ → h = 77,1 cm Hg
1 atm
53
Exemplo 3 - temperatura
T (C ) =
T (F )− 32 → T (C ) = 10 − 32 → T (C ) = 12 ,2
1,8 1,8
∆T = 71,1 − (− 12 ,2 ) → ∆T = 83 ,3 C ou simplesmente
1 C
∆T = (160 − 10) F ⋅ → ∆T = 83 ,3 C
1,8 F
f) A molaridade do metanol.
a) 25ºC para ºF
b) 70ºF para ºR
c) _120ºF para K
d) 150K para ºR
55
3.10 Considerações finais
56
Unidade 4
Balanços de massa
4.1 Primeiras palavras
Processos em batelada
Processos contínuos
Processos semicontínuos
62
Notas importantes:
Suponha que num dado mês você recebeu R$ 1500,00 de salário, tenha
sido furtado em R$ 200,00, tenha gastado R$ 800,00 em despesas e ganhado
R$ 300,00 na loteria. A quantidade de dinheiro acumulada no final do mês é
dada por:
• dinheiro acumulado no mês = dinheiro que entra por mês - dinheiro que
sai por mês + dinheiro que apareceu no mês – dinheiro que desapare-
ceu no mês
• R$ 800,00
63
Figura 13 Alimentação e retirada de etanol de uma unidade de processo.
A EGB pode ser escrita para qualquer material que entra ou deixa o sis-
tema (VC) e pode ser aplicada para a massa total ou para qualquer espécie
molecular ou atômica envolvida no processo.
A Equação 4.3 expressa o BMT na sua forma literal. Na sua forma mate-
mática, os termos SAI e ENTRA são substituídos pelas vazões mássicas ou
molares totais de saída e entrada e o termo ACUMULA é substituído pela va-
riação da massa total com o tempo. Logo, em termos matemáticos, o BMT é
escrito como segue:
m e − dm
s =m (em termos mássicos) (4.4)
dt
ou
dn
n s = n e − (em termos molares) (4.5)
dt
65
Na sequência são apresentadas as equações de balanços de massa para
os diferentes processos apresentados no item 4.2. São apresentadas apenas
as equações de balanços de massa, lembrando que as equações de balanços
molares são similares.
Processos em batelada
0 = 0 - ACUMULA
ou
dm
= 0 (4.6)
dt
Como a variação da massa total com o tempo é igual a zero, isso indica
que a massa total é constante, ou seja:
Processos contínuos
ou
e − dm (4.8)
s =m
m
dt
66
SAI = ENTRA - 0 ou
s =m
m e (4.9)
Processos semicontínuos
SAI = 0 - ACUMULA ou
dm s (4.10)
= −m
dt
ou 0 = ENTRA – ACUMULA ou
dm e
=m
dt
(4.11)
Assim como para a massa total, a EGB poder ser escrita para um dado
componente A, presente numa mistura, da forma que segue:
Processos em batelada
Como nos processos com reação química o termo REAGE (A) é diferente
de zero:
dm A
= r A (4.13)
dt
67
Em que rA é o termo de consumo ou de geração de A, dependendo se A
for um reagente ou um produto de uma reação que ocorra no VC.
Nos processos sem reação química o termo REAGE (A) é igual a zero, logo:
0 = 0 – ACUMULA (A) ou
dm A
= 0 (4.14)
dt
Processos contínuos
Nos processos com reação química, o termo REAGE (A) é diferente de zero.
dm A (4.16)
As = m
m Ae + r A −
dt
Nos processos sem reação química o termo REAGE (A) é igual a zero.
68
SAI (A) = ENTRA (A) + 0 - 0 ou
As = m
m Ae (4.17)
Processos semicontínuos
dm A
As (4.18)
= rA − m
dt
ou
dm A
Ae + r A (4.19)
=m
dt
Nos processos sem reação química o termo REAGE (A) é igual a zero.
Logo, tem-se que:
dm A
As (4.20)
= −m
dt
ou
dm A
Ae (4.21)
=m
dt
69
4.8 Orientações gerais para realização de cálculos de balanço de
massa
Organizando as informações
Numerando as correntes:
71
m3
2 atm ⋅ 400
P ⋅V h
n1 = 1 1 = → n1 = 12 ,6 kmol / h
R ⋅ T1 atm ⋅ m 3
0 ,08206 ⋅(500 + 273 ,15) K
kmol ⋅ K
72
Figura 15 Misturador de gases.
L 60 min
1 atm ⋅ 60 ⋅
P ⋅V min 1h
n 2 = 2 2 = → n 2 = 144 ,7 mol / h
R ⋅T2 atm ⋅ L
0 ,08206 ⋅ (30 + 273 ,15 )K
mol ⋅ K
SAI = ENTRA
y O4 + y N 4 + y C 4 = 1 (4.22)
y O4 = 0 ,0713
y C 4 = 0 ,4910
n N 4 = n N1 + n N 3 y N 4 ⋅ n 4 = y N1 ⋅ n1 + y N3 ⋅ n 3
74
4.9 Balanços de massa em processos com múltiplas unidades
SAI = ENTRA
2 +m
m 6 +m
7 = m
1 + m
4
7 = 50 kg/h
m
A +m
m A +m
A =m
A +m
A
2 6 7 1 4
2 + yA ⋅m
y A2 ⋅ m 6 + yA ⋅m
7 = yA ⋅m
1 + yA ⋅m
4
6 7 1 4
0 ,8 ⋅ 35 + 0 ,7 ⋅ 45 + y A7 ⋅ 50 = 0 ,6 ⋅100 + 0 ,2 ⋅ 30
y A7 = 0 ,13 kg A/kg
B +m
m B +m
B =m
B +m
B
2 6 7 1 4
2 + yB ⋅m
y B2 ⋅ m 6 + yB ⋅m
7 = yB ⋅m
1 + yB ⋅m
4
6 7 1 4
0 ,2 ⋅ 35 + 0 ,3 ⋅ 45 + y A7 ⋅ 50 = 0 ,4 ⋅100 + 0 ,8 ⋅ 30
y B7 = 0 ,87 kg A/kg
Uma vez conhecida a corrente 7, realizaremos BMs nos VC2 e VC4 para
77
quantificar as correntes 3 e 5.
BMT no VC2 (Unidade A):
2 +m
m 3 =m
1
3 = 65 kg/h
m
BM para A no VC2:
A +m
m A =m
A ou y A ⋅ m
2 + yA ⋅m
3 = yA ⋅m
1
2 3 1 2 3 1
y A3 = 0 ,49 kg A/kg
BM para B no VC2:
B +m
m B =m
B ou y B ⋅ m
2 + yB ⋅m
3 = yB ⋅m
1
2 3 1 2 3 1
5 = 95 kg/h
m y A5 = 0 ,4 kg A/kg y B5 = 0 ,6 kg B/kg
Por fim, observe que o VC3 (ponto M) não foi utilizado na resolução do
problema. Contudo, o BMT e os BM para os componentes A e B no VC3 podem
ser utilizados para conferir os cálculos anteriormente realizados por meio de
equações independentes.
By-pass
Observe que nesse processo pode-se definir quatro VC, um VC1 que com-
preende o processo como um todo, um VC2 que envolve o ponto de divisão de
corrente (ponto D), um VC3 que envolve a unidade de processo e um VC4 que
compreende o ponto de mistura (ponto M). Uma particularidade da operação de
by-pass: quando escolhido o ponto de desvio ou de divisão (D) como VC, pode-
se escrever apenas uma equação de balanço de massa, seja ela para a massa
total (BMT) ou para qualquer componente de uma mistura, pois quando ocorre
uma divisão de correntes, a composição da corrente original (de entrada) e das
correntes resultantes da divisão são exatamente iguais.
Reciclo
Purga
80
4.10 Balanços de massa em processos com reação química
a A + b B c C + d D (4.23)
Em se tratando de um reagente:
81
Considere a reação de decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2):
2 H2O2 2 H2O + O2
2 A + B A 2B
nA/nB = 2/1
Reagente limitante
Porcentagem em excesso
30 − 20
% excesso de N 2 = ⋅100 (% ) = 50 %
20
Conversão
83
Se 200 mols de um reagente A são alimentados e apenas 160 mols rea-
gem, a conversão de A será de 0,8 ou de 80%, e a fração não convertida será
de 0,2 ou de 20%.
84
Como o objetivo do reciclo é separar o reagente não convertido e retorná-lo
ao processo, essa operação define uma maior conversão do reagente. Logo, tem-
se que:
= 0 ,6 (60% )
120 - 48
XR =
120
80 − 8
XG = = 0 ,9 (90% )
80
Diferentes balanços molares podem ser escritos para esse processo, para
cada um dos componentes, CaCO3 (A), CaO (B) e CO2 (C). Note, entretanto,
que balanços molares também podem ser escritos para os átomos de cálcio,
carbono e oxigênio.
mols CaCO3
n A = 120
h
mols CO 2
n C = 80
h
86
Para conferir os resultados, realiza-se um balanço atômico para o oxigênio (O):
Logo:
Ou em termos matemáticos:
Logo:
mols CaCO 3
n A = 120 87
h
Realizando o BM para o CO2, tem-se que:
mols CO 2
n C = 80
h
89
Logo a composição em base seca é dada por:
y N 2 = 45 / 80 = 0 ,5625 (56,25% )
y CO = 15 / 80 = 0 ,1875 (18,75% )
Ar teórico e ar em excesso
(O 2 )alimentado − (O 2 )teórico
% excesso ar = ⋅100 (% ) (4.35)
(O 2 )teórico
Considerando que 80% de excesso de ar é admitido no reator de combus-
tão, logo:
1260 − 1000
% excesso ar = ⋅100 (% ) % excesso ar = 26 %
1000
4.12 Exemplos
m3 = m1 + m2
V3 = V1 + V2 (4.36)
V3 = 10 +15 = 25m3
92
São conhecidas as massas específicas e os volumes das soluções 1 e 3 e
a concentração de NaCl na solução 1, logo:
g g
C Cl −3 ⋅V3 (l ) = C Cl −1 ⋅V1 (l)
l l
g 10 3 l
C Cl −3 ⋅ 25 m 3 ⋅ =
l 1 m3
g g
mNH + = mNH +
ou C NH + ⋅V3 (l ) = C NH + ⋅V2 (l )
4 3 4 2 4 3
l 4 2
l
g 10 3 l
C NH + ⋅ 25 m 3 ⋅ =
4 3
l 1 m3
+
g NH 4
C NH + = 21,6
4 3 l
SAI = ENTRA
Ou em termos matemáticos:
S = m
m E 3 =m
m 1 + m
2 ρ 3 ⋅V3 = ρ1 ⋅V1 + ρ 2 ⋅V2
n n
∑ mi ∑ m i
i =1 i =1
ρ = n
= n
∑Vi ∑Vi
i =1 i =1
94
Figura 25 Fluxograma de um processo de diluição.
3 =m
m 1 + m
2 ρ 3 ⋅V3 = ρ1 ⋅V1 + ρ 2 ⋅V2
kg m3 kg m 3 kg m 3
ρ3 ⋅ 80 = 1400 ⋅ V1 + 1000 ⋅ V2
m3 h m3 h m3 h
S = m
m 3
S1 3 = xS ⋅ m
x S3 ⋅ m 1
1 x S3 ⋅ ρ 3 ⋅V3 = x S1 ⋅ ρ1 ⋅V1
Substituindo:
20 kg m3 58 kg m 3
⋅ ρ3 ⋅ 80 = ⋅1400 ⋅ V1
100 m3 h 100 m3 h
Sabendo-se que:
1 + m
m 2 ρ1 ⋅V1 + ρ 2 ⋅V2
ρ3 = ρ3 = (4.41)
V1 + V2 V1 + V2 95
Substituindo a Equação 4.40 na Equação 4.41, tem-se que:
Logo:
kg m3 kg m 3 kg m 3
ρ3 ⋅ 80 = 1400 ⋅ V1 + 1080 ⋅ V2
m3 h m3 h m3 h
S = m
m S1 + m
S 21 3 = xS ⋅ m
x S3 ⋅ m 1 + xS ⋅ m
2
3 1 2
Substituindo:
20 58 14
⋅ ρ 3 ⋅ 80 = ⋅1400 ⋅ V1 + ⋅1080 ⋅ V2
100 100 100
Sendo:
ρ1 ⋅V1 + ρ 2 ⋅V2
ρ3 = (4.41)
V1 + V2
Observe que as vazões mássicas estão designadas por letras. Observe
também que as composições das correntes não estão na mesma base. Logo,
é necessário converter a composição molar da corrente P para base mássica,
como também a informação da corrente R.
P M = 0 ,7 ⋅ 60 + 0 ,3 ⋅18 P M = 47 ,4
PM i
xi = yi ⋅ (3.12)
P M
x FP = 0,886 e x AP = 0,114 97
Vamos agora obter a composição mássica da corrente R. Analisando as uni-
dades da relação mássica informada na corrente R (0,4 lbm F/lbm A), constata-se
que se trata de uma relação entre massas ou entre frações mássicas. Logo:
0 ,4 lb m F x FR ou x = 0 ,4 ⋅ x
= FR AR
lb m A x AR
x AR = 0 ,714 e x FR = 0 ,286
Ainda no VC1, vamos aplicar um BM para o fármaco (F). Observe que pode-
ríamos aplicar o BM para A, mas, observe que como F deixa o processo apenas
pela corrente P, é possível calcular diretamente o valor da vazão mássica P:
W = 86,14 lbm/h
P + R = C ou 33,86 + R = C (4.46)
98
Realiza-se agora um BM para F:
99
Se uma unidade de sulfitação processar 200 m3/h de caldo de cana redu-
zindo o pH do caldo de 6,0 para 3,0; calcule as vazões de alimentação reque-
ridas de enxofre (em kg/h) e de ar (em m3/h a 30ºC e 1 atm), supondo que o
mesmo esteja em excesso de 40%.
[H +] E = C H +E = 10 −6 M e [H +] S = C H +S = 10 −3 M
Ou em termos matemáticos:
C ⋅ V S = C ⋅ V E + GERA (H + )
H+ S H+E
mols H +
GERA (H + ) = 200
h
H2SO4 2 H+ + SO42-
100
Logo, pode-se calcular a quantidade gerada de H2SO4, como sendo:
mols H + 1 mol H 2 SO 4
GERA (H 2 SO 4 ) = 200 ⋅
h 2 mols H +
mols H 2 SO 4
GERA (H 2 SO 4 ) = 100
h
Conhecendo-se a estequiometria do processo, tem-se a relação entre as
quantidades reagidas:
Logo:
SAI (S) = ENTRA (S) – CONSOME (S) 0 = ENTRA (S) – CONSOME (S)
32 g S 1 kg
ENTRA (S) = CONSOME (S) = 100
mols S
⋅ ⋅
h 1 mol S 1000 g
ENTRA (S) = m
kg S
S = 3 ,2
E
h
101
Considerando as condições de temperatura (30ºC) e pressão (1 atm), tem-se:
mols ar atm ⋅ l 1 m3
1 atm ⋅Var = 1000 ⋅ 0 ,08206 ⋅ ( 30 + 273 ,15 ) K ⋅
h mol ⋅ K 1000 l
m 3 ar
Var = 24,88
h
N2 + 3 H2 2 NH3
Pode-se notar que se trata de um processo contínuo com reciclo e com reação
no estado estacionário. O fluxograma da Figura 28 ilustra o processo em questão.
n H1 = 2 ⋅ n N1 (4.48)
n H1 − n H 5 95 n H − n H 5
XG = = 1 , logo: n H 5 = 0 ,05 ⋅ n H1 (4.49)
n H
1
100 n H1
n H 4 = 0 ,98 ⋅ n H3 (4.50)
n H 5 = 0 ,02 ⋅ n H3 (4.51)
kmol NH 3 3 kmol H kmol H 2 2 kmol H
245 ,1 ⋅ + n H 5 ⋅ =
h 1 kmol NH 3 h 1 kmol H 2
kmol H 2 2 kmol H
= n H1 ⋅
h 1 kmol H 2
735 ,3 + 2 ⋅ n H 5 = 2 ⋅ n H1 (4.52)
103
Pela Equação 4.48, tem-se que:
kmol N 2
n N1 = 193 ,5
h
kmol H 2 kmol H 2
n H 3 = 967 ,5 e n H 4 = 948 ,2
h h
kmol H 2
n H 2 = n H1 + n H 4 n H 2 = 387 + 948 ,2 n H 2 = 1335 ,2
h
n H 2 − n H 3 1335 ,2 − 967 ,5
XR = = X R = 0 ,275 (27,5% )
n H
2
1335 ,2
n H 4 948 ,2
TR = = TR = 48,9
nH 5 19 ,4
mols GLP
n GLP = n 2 = 100
h
0 ,4 mol C 3 H 8 5 mols O 2
(O 2 )teórico = 100
mols GLP
⋅ ⋅ +
h 1 mol GLP 1 mol C 3 H 8
mols O 2
(O 2 )teórico = 590
h
mols O 2
(O 2 )a lim entado = 1,5 ⋅ (O 2 )teórico (O 2 )a lim entado = 885
h
105
Realizando-se o BM para o CO2, tem-se que:
mol CO 2
n CO2 = 360
3
h
mol H 2 O
n H 2O = 460
3
h
mol C 3 H 8 5 mols O 2
40 ⋅ +
h 1 mol C 3 H 8
mols O 2
n O2 = 885 -
3 h
mols C 4 H10 13 / 2 mols O 2
+ 60 ⋅
h 1 mol C 4 H10
mols O 2
n O2 = 295
3 h
106
n 3bs = n CO 23
+ n N 2 3 + n O2 3 nn3b3sbs = 510
360 + 3329 ,3 + 295
nn33bubs == 3984,3
4594 ,3 mols/h
nn33bubs == 4444,3
4594 ,3 mols/h
Tem-se que:
n
PM e 1 x
yi = xi ⋅
PM i PM
= ∑ PMi
i =1 i
C + O2 CO2
C + ½ O2 CO
2 H + ½ O2 H2O
mCO2 kg CO 2
= 172 ,4
TC TC
mCO = 0 ,02 ⋅ 20 ,3 kmols bagaço ⋅ 0 ,1970 kmol C ⋅ 1 kmol CO ⋅ 28 kg CO
1 kmol bagaço 1 kmol C
TC 1 kmol CO
mCO kg CO
= 2 ,2
TC TC
As quantidades de oxigênio teórico e alimentado são calculadas como
segue:
108
0 ,1970 kmol C 1 kmol O 2
(O 2 )teórico = 20 ,3
kmols bagaço
⋅ ⋅ +
TC 1 kmol bagaço 1 kmol C
kmols O 2
(O 2 )teórico = 4,6
TC
1 kmol ar
(Ar )a lim entado = (O 2 )a lim entado ⋅
0,21 kmol O 2
109
2. Uma indústria deve produzir 2500 lbm de uma solução de nitrocelulose 12%
m/m. A indústria possui uma solução de nitrocelulose 7,5% mm em seu estoque.
Determine a quantidade de nitrocelulose anidra (seca) que deve ser dissolvida
na solução do estoque para obter a solução desejada.
CO + H2O → CO2 + H2
a) o reagente limitante.
b) a porcentagem em excesso.
110
5. Metanol é produzido pela reação de monóxido de carbono e hidrogênio:
CO + 2 H2 CH3OH
112
Unidade 5
Balanços de energia
5.1 Primeiras palavras
115
Sistema
Propriedade
Propriedade Intensiva é uma propriedade não aditiva, ou seja, que não varia
com a quantidade de material. Por exemplo, a temperatura, a pressão, a massa ou
o volume específico de um material ou de parte desse material é a mesma.
Propriedade Extensiva é aquela cujo valor é dado pela soma dos valo-
res das partes que formam o todo. É uma propriedade aditiva que depende da
quantidade do material. Por exemplo, um sistema pode ser dividido em dois,
com massas ou volumes diferentes do sistema original. Consequentemente,
massa ou volume são propriedades extensivas.
Estado
116
5.4 Formas de energia: 1a Lei da Termodinâmica
1 m ⋅v 2
EC = ⋅ (5.1)
2 gC
g
EP = m ⋅ ⋅ z (5.2)
gC
Convenção:
118
5.5 Balanços de energia em sistemas fechados
Como a energia não pode ser criada nem destruída, a equação geral de
balanço define que:
SAI (E) = ENTRA (E) - ACUMULA (E) ou ACUMULA (E) = ENTRA (E) – SAI (E)
(U F − U I ) + (E CF − E CI ) + (E PF − E PF ) = Q + W
Ou simplesmente:
∆U + ∆E C + ∆E P = Q + W
119
c) Trabalho feito sobre ou pelo sistema fechado é acompanhado de um mo-
vimento da fronteira contra uma força de resistência, ou por uma geração de
corrente ou radiação elétrica para além das fronteiras do sistema. Se não há
partes em movimento, nem geração de corrente, para um sistema fechado tem-
se que W = 0.
120
Desprezando as alterações de EP e de EC e assumindo que o gás com-
porta-se idealmente, tem-se que no estágio 1, W = 0 (pistão travado) e Q > 0
(gás recebe calor das vizinhanças), logo:
W = W e + W f (5.4)
em que:
W e : trabalho de eixo ou trabalho realizado sobre ou pelo fluido (de processo
sistema) por partes móveis dentro do sistema.
W e (N ⋅ m / s ≡ J / s ≡ W ) = Pe (N / m 2 ) ⋅Ve (m 3 / s )
W s (N ⋅ m / s ≡ J / s ≡ W ) = Ps (N / m 2 ) ⋅Vs (m 3 / s )
W f = Pe .Ve − PS .VS
n m
W f = ∑ Pi ⋅Vi − ∑ Pj ⋅V j (5.5)
i =
1
j =1
entra sai
∑ (U j + E C j + E Pj ) − ∑ (U i + E C i + E Pi ) = Q + W
m n
(5.7)
j =1
i =1
sai entra
U (kJ/s ) = m
(kg/s ) ⋅ Û (kJ/kg ) (5.8)
E C (kJ/s ) = m
(kg/s ) ⋅ Ê C (kJ/kg ) (5.9)
E P (kJ/s ) = m
(kg/s ) ⋅ Ê P (kJ/kg ) (5.10)
V (m 3 /s ) = m
(kg/s )⋅V̂ (m 3 /kg ) (5.11)
n m
W f = ∑ m i ⋅ Pi ⋅V̂i − ∑ m j ⋅ Pj ⋅V̂ j (5.12)
i =1
j =1
entra sai
n m
W = ∑ m i ⋅ Pi ⋅V̂i − ∑ m j ⋅ Pj ⋅V̂ j + W e (5.13)
i =1
j =1
entra sai
123
Substituindo as Equações 5.8, 5.9, 5.10 e 5.13 na Equação 5.7, tem-se que:
j =1
i =1
sai entra
n m
= Q + ∑ m i ⋅ Pi ⋅V̂i − ∑ m j ⋅ Pj ⋅V̂ j + W e
i =1
j =1
entra sai
Ĥ = Û + P ⋅ V̂ (5.15)
( ) ( )
m n
∑ m j ⋅ Ĥ j + Ê C j + Ê Pj − ∑ m i ⋅ Ĥ i + Ê C i + Ê Pi = Q + W e (5.16)
j =1
i =1
sai entra
ou
m v 2j g n v2 g
∑ j j 2 ⋅ g + g ⋅ z j − ∑ m i ⋅ Ĥ i + 2 ⋅ ig + g ⋅ z i = Q + W e
m ⋅ Ĥ + (5.17)
j =1
C C
i =1 C C
sai entra
∆E = E s − E e = m
( )
⋅ Ĥ s − Ĥ e + 1 ⋅(v s2 − v e2) +
⋅
g
⋅(z s − z e) = Q + W e (5.18)
2 g C g C
124
ou
Simplificações:
∆H + ∆E P = Q + W e
∆H + ∆E C = Q + W e
125
A entalpia específica da água é calculada pela Equação 5.15, como
sendo:
kJ l
Ĥ = 2727 + 40 bar ⋅1,058
kg mol
P ⋅V̂
= R = 0,08314 l bar = 8 ,314 J
T mol K mol ⋅ K
Logo:
kJ l J 1 mol K 1 mol H 2 O
Ĥ = 2727 + 40 bar ⋅1,058 ⋅ 8 ,314 ⋅ ⋅
kg mol mol ⋅ K 0,08314 l bar 18 g H 2 O
kJ
Ĥ = 2962 ,1
kg
200 kmols H 2 O kJ 18 kg H 2 O 1 h
H = n ⋅ Ĥ = ⋅ 2962 ,1 ⋅ ⋅
h kg 1 kmol H 2 O 3600 s
kJ
H = 4443 ,2 = 4443 ,2 kW
s
Vapor d’água a vazão de 600 kg/h aciona uma turbina. O vapor entra na
turbina a 20 atm e 400oC a velocidade de 80 m/s e a deixa a 7 m abaixo da en-
trada a pressão atmosférica e velocidade de 300 m/s. A turbina libera trabalho
de eixo a taxa de 400 kW e as perdas de calor na turbina são estimadas em
6000 kcal/h. Calcule a variação de entalpia específica associada ao processo.
126
Figura 34 Fluxograma do processo.
1 kW = 1000 J/s e
kg 1 h kg
= 600
m ⋅ = 0 ,167
m
h 3600 s s
kg
0 ,167
∆E C
1 m
= ⋅ ⋅ (v 22 − v 12 ) = ⋅
1 s ⋅ (300 2 − 80 2 ) m 2 ⋅ 1 kW
2 gC 2 m s 2 10 3 W
1 kg ⋅
s2
1N
∆E C = 6 ,98 kW
m
9,81
⋅ (z 2 − z1 ) = 0 ,167 s 2 ⋅ (− 7 − 0 )m
g kg
∆E P ⋅
=m ⋅
gC s m
1 kg ⋅
s2
1N
∆E P = - 11,5 W
kcal 4,18 kJ 1 h
Q = 6000 ⋅ ⋅ Q = 6 ,97 kW
h 1 kcal 3600 s
∆H = Q + W e − ∆E C − ∆E P
∆H = ( −6 ,97 − 400 − 6 ,98 + 11,5 ⋅10 −3 ) kW
127
∆H = −413 ,94 kW
( )
∆U = m ⋅ ∆Û = m ⋅ Û 2 − Û1 = Q (5.20)
( )
⋅ Ĥ 2 − Ĥ1 = Q (5.21)
⋅ ∆Ĥ = m
∆H = m
Ĥ = Û + P ⋅ V̂
128
De acordo com a definição de energia interna (U), não existem equipamen-
tos para se medir U( = m ⋅ Û ), ou seja, não é possível conhecer o valor absoluto
de U para um material num dado estado, mas pode-se determinar a variação de
Û correspondente a uma variação específica de estado (P, T e fase).
Isso pode ser feito, por exemplo, partindo-se de uma massa conhecida “m”
de uma substância, por meio de mudanças específicas de estado de tal forma
que todos os termos do balanço de energia são conhecidos, exceto ∆U. A partir
da Equação 5.20 calcula-se ∆Û = ∆U / m e ∆Ĥ (para a mesma mudança de
estado), pois: ∆Ĥ = ∆Û + ∆PV̂ .
C2H6 (g, 0oC, 1 atm) → C2H6 (g, 100oC, 1 atm): ∆Ĥ1 = 186,2 kJ/kg
C2H6 (g, 0oC, 1 atm) → C2H6 (g, 200oC, 1 atm): ∆Ĥ 2 = 414,2 kJ/kg
Desde que os valores absolutos de Ĥ não podem ser obtidos, assume-se por
conveniência para o estado de referência o valor Ĥ ref = 0 . Logo, ∆Ĥ1 = Ĥ1 − 0 = Ĥ1
e ∆Ĥ 2 = Ĥ 2 − 0 = Ĥ 2 e assim por diante. Uma tabela pode então ser construída
para o C2H6 gasoso a 1 atm.
129
Tabela 6 Entalpia específica do etano (C2H6) gasoso a 1 atm em função de T.
T (oC) Ĥ (kJ/kg)
0 0
100 186,2
200 414,2
Observe que o valor 186,2 kJ/kg para Ĥ a 100oC não significa o valor abso-
luto da entalpia específica do etano a 100oC e 1 atm, pois não é possível conhe-
cer o valor absoluto de Ĥ . No entanto, significa que a variação de entalpia ( ∆Ĥ )
do processo que leva o etano do estado de referência para 100oC e 1 atm é 186,2
kJ/kg. Isso equivale a afirmar que a entalpia do C2H6 a 100oC e 1 atm relativa ao
estado de referência escolhido (0oC e 1 atm) é igual a 186,2 kJ/kg.
c) Determine Ĥ para H2O (v) a 752ºF e 10 bar e Ĥ para H2O (l) a 32ºF e
1 bar, caso o vapor d’água a 392ºF e 1 bar fosse escolhido como estado
de referência.
Caso o estado H2O (v, 392ºF, 1 bar) fosse escolhido como o novo estado
de referência, tem-se que Ĥ'1 = Ĥ' ref = 0. No entanto, o valor de ∆Ĥ para o pro-
cesso não muda, ou seja:
Logo:
Na Figura 35 está ilustrado o digrama P-T para a água, para uma visuali-
zação mais clara dos conceitos de vaporização e condensação.
Figura 35 Diagrama P-T para a água. S: sólido, L: líquido, V: vapor, LSR: líquido sub-resfriado,
LS: líquido saturado, VS: vapor saturado, VSA: vapor superaquecido.
No diagrama P-T expandido para água pura existem três regiões que
compreendem três diferentes estados de agregação para a água: estado só-
lido (gelo - S), estado líquido (líquido sub-resfriado – LSR) e estado vapor
(vapor superaquecido – VSA). Pode-se também visualizar linhas que dividem
esses estados. A linha quase vertical divide as regiões dos estados sólido e
líquido e a linha curva ascendente divide as regiões dos estados líquido e va-
por. Sob essas linhas têm-se em equilíbrio os estados S e L e os estados L e
V, respectivamente. Observe que essas linhas se cruzam num ponto de P e T
reduzidas, em que coexistem os estados S-L-V. Esse ponto de P e T é o ponto
triplo da água (-0,01oC e 0,00611 bar). Nas indústrias de processos químicos,
pela importância energética, os estados L e V são os mais importantes e prin-
132 cipalmente a linha de equilíbrio ou de saturação em que coexistem os estados
líquido e vapor denominados saturados (LS e VS).
No diagrama P-T, para cada temperatura pode-se ler a pressão corres-
pondente na qual vapor saturado (VS) e o líquido saturado (LS) estão em equi-
líbrio, ou vice-versa. Esses pontos correspondem aos infinitos pontos de ebu-
lição (vaporização) que a água possui. Um deles ocorre à pressão de 1 atm e
temperatura de 100ºC. Em locais em que a altitude é elevada, a Patm é menor,
a vaporização da água ocorre em temperaturas inferiores a 100ºC. Qualquer
substância tem um número infinito de pontos de ebulição, mas, por hábito, diz-
se que o ponto “normal” de ebulição é a temperatura na qual a ebulição ocorre
sob uma pressão de 1 atm (1,013 bar, 101,3 kPa, 760 mm Hg). A não ser que
outra pressão seja especificada, considera-se 1 atm, e o termo ponto de ebu-
lição significará “ponto normal de ebulição”. Para a água, o ponto normal de
ebulição ocorre quando a pressão de vapor se iguala à pressão da atmosfera
na superfície da água.
A B C
(H20, 1 atm, T<100ºC) (H20, 1 atm, 100ºC) (H20, 1 atm, T>100ºC)
Observe que esse processo é o mesmo que aquecer água para preparar
café. Colocamos a água a temperatura T ambiente num recipiente e iniciamos
seu aquecimento até as primeiras bolhas de vapor aparecerem. Esse ponto é de-
nominado ponto de bolha (boiling point). Se colocarmos um termômetro na água
fervendo (em ebulição ou vaporização), observaremos que a temperatura não se
altera até a completa vaporização da água. A diferença entre aquecer água para
preparar café e o processo ilustrado na Figura 19 é que neste caso o sistema é
fechado. Logo, após a completa vaporização da água alcança-se o estado de
vapor superaquecido (VSA) e, desde que o sistema continue a ser aquecido, o
vapor terá a temperatura aumentada com o tempo.
134
D B E
(H20, T = 100ºC, P > 1 atm) (H20, 100ºC, 1 atm) (H20, T = 100ºC, P < 1 atm)
136 179,9ºC. Logo, até T = 150ºC tem água no estado LSR, pois T < Tsat. Sob a mesma
pressão (P = 10 bares), a partir de 200ºC em diante a água estará no estado
VSA, pois T > Tsat. Na Tabela B.7 (FELDER & ROUSSEAU, 2005), os valores
localizados no interior da região delimitada pela linha cheia estão relacionados
com o estado LSR, e os valores externos a essa região estão relacionados com
o estado VSA.
Como exemplo, suponha que vapor d’água a 5 bares com 80oC de supera-
quecimento seja alimentado a uma turbina a vazão de 1800 kg/h. A turbina opera
adiabaticamente, e o efluente é vapor saturado a 1,5 bar. Calcule o trabalho liberado
pela turbina em kW, desprezando-se as variações de energia cinética e potencial.
W e = ∆H = m (
⋅ Ĥ S − Ĥ E)
Condições de entrada (E): a Tabela B.7 (FELDER & ROUSSEAU, 2005) in-
dica que um vapor a 5 bares está saturado a 151,8oC. Logo, a temperatura de en-
trada será TE = 151,8oC+80oC = 231,8oC. Observe que na Tabela B.7 (FELDER &
ROUSSEAU, 2005) não existem tabelados os valores das propriedades da água
no estado P = 5 bares e T = 231,8ºC. Logo, é necessário fazer uma interpolação
dos dados tabelados, considerando que, numa dada pressão, os valores das pro-
priedades variam linearmente com a temperatura, num pequeno intervalo de T.
Logo, da Tabela B.7 (FELDER & ROUSSEAU, 2005), tem-se que:
T (ºC) Ĥ (kJ/kg)
200 2855
231,8 Ĥ
250 2961
Interpolando:
137
Condições de saída (S): a Tabela B.6 (FELDER & ROUSSEAU, 2005)
apresenta as propriedades termodinâmicas da água no estado VS a 1,5 bar
que se encontra a Tsat = 111,4ºC. Neste caso:
5
∆Ĥ = Ĥ 2 − Ĥ1 = ∑ ∆Ĥ i (5.22)
i =1
139
Figura 38 Processo químico: caminho real e caminho hipotético.
140
Resumindo, para processos isotérmicos (T constante) com variação de
pressão ( ∆P ≠ 0 ), tem-se que:
Sistemas Fechados
141
Figura 39 Variação de Û com T a V̂ constante – definição de Cv.
∆Û dÛ
Cv (T ) = lim
= (5.23)
∆T →0 ∆T dT
T2
∆Û = ∫ Cv (T )dT (5.24)
T1
T2
∆Û = ∆Û 2 = ∫ Cv ( T ) dT (5.25)
T1
Sistemas Abertos
T2
∆Ĥ = ∫ Cp (T )dT (5.27)
T1
T2
∆Ĥ = ∆Ĥ1 + ∆Ĥ 2 = ∫ Cp (T )dT (5.28)
T1
T2
∆Ĥ = ∆Ĥ1 + ∆Ĥ 2 = V̂ ⋅ ∆P + ∫ Cp (T )dT (5.29)
T1
Cp = a + b ⋅ T + c ⋅ T 2 + d ⋅ T 3 ou Cp = a + b ⋅ T + c ⋅ T −2
A Tabela B.2 (FELDER & ROUSSEAU, 2005) apresenta valores das constan-
tes dos polinômios utilizados para expressar Cp. Observe que quando se lê “b.102”
e o número que aparece é 0,78, por exemplo, o valor correto é b = 0,78.10-2.
Cp ≅ Cv (5.30)
= +
( )
dĤ dÛ d P ⋅ V̂
dT dT dT
Como:
dĤ
= Cp
dT
dÛ
= Cv
dT
( )
d P ⋅ V̂
=R
dT
145
Logo, para gás ideal:
Cp = Cv + R (5.31)
n
Cp m (T ) = ∑ y i ⋅ Cp i (T ) (5.32)
i =1
em que:
Logo:
T2
∆Ĥ = ∫ Cp m (T ) dT (5.33)
T1
146
Como exemplo, calcule o calor necessário para elevar a temperatura de
40 a 150ºC de 10000 mols/h de uma corrente gasosa contendo 70% de etanol
(C2H5OH) e 30% de metanol (CH3OH) em mols. Determine a capacidade calorí-
fica da mistura como parte da resolução do problema.
150
Q = ∆H = n ⋅ ∆Ĥ = n ⋅ ∫ Cp m dT
40
Cp m (T ) = y Et ⋅ Cp Et (T )+ y Met ⋅ Cp Met (T )
Cpm(J/(mol.ºC)) = 55,817 + 13,494.10 –2.T – 6,685.10 –5.T2 + 11,472.10 –9.T3
150
= 55 ,817 ⋅ (150 − 40 )+ 13,494 ⋅10 - 2 ⋅
(150 2 − 40 2 )
∆Ĥ = ∫ Cp m dT 2
+
40
− 6 ,685 ⋅10 −5 ⋅
(150 3 − 40 3 ) + 11,472 ⋅10 -9 ⋅(150 4 − 40 4)
3 4
Logo:
mols J 1 h 1 kJ
Q = ∆H = 10000 ⋅ 7477 ,7 ⋅ ⋅
h mol 3600 s 10 3 J
Q = 20 ,8 kW
147
5.8.3 Mudanças de fase
Calor Latente
Quando uma substância muda de uma fase para outra, ligações são que-
bradas entre moléculas na primeira fase e novas ligações são então formadas
entre as moléculas da segunda fase. Energia, normalmente na forma de calor,
deve ser adicionada ou removida do sistema para fornecer à substância a dife-
rença entre a quantidade de energia requerida para quebrar as ligações velhas
e aquela liberada quando novas ligações são formadas. A variação de entalpia
associada à transição de uma unidade de massa (ou mol) de uma substância de
uma fase a outra, a pressão e temperatura constantes, é conhecida por “calor
latente de mudança de fase”. Por exemplo, o ∆Ĥ de transição de água líquida
a vapor a 100oC e 1 atm, igual a 40,6 kJ/mol, é por definição o calor latente de
vaporização da água nesta condição de pressão e temperatura.
Os calores latentes para tais mudanças de fase são definidos como segue:
2. Calor latente de fusão ( ∆Ĥ F ): calor requerido para fundir uma quantida-
de unitária de sólido a P e T constantes.
∆U m ≅ ∆H m (5.34)
No processo de vaporização, o volume específico do vapor saturado (VVS)
é muito superior ao do líquido saturado (VLS). Assumindo o vapor como ideal em
que P ⋅ V̂ = R ⋅ T , tem-se:
∆UV ≅ ∆HV − R ⋅ T (5.35)