Apresentação
Sumário
1. DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ........................ 4
1.1. Procedimento Comum - art. 318 a art. 512 ....................................................................... 4
1.2. Petição Inicial – art. 319 ao art. 334 ................................................................................. 4
1.3. Requisitos da Petição Inicial ............................................................................................ 5
1.3.1. O Endereçamento ou Juízo – Inciso I ................................................................................ 6
1.3.2. Qualificação das Partes – Inciso II .................................................................................... 6
1.3.3. Fatos e Fundamentos Jurídicos do Pedido – inciso III ....................................................... 7
1.3.3.1. Fundamentação Jurídica e Legal ...................................................................................... 7
1.3.4. Pedidos e Requerimentos – Inciso IV ............................................................................... 8
1.3.4.1. Os Pedidos ...................................................................................................................... 8
1.3.4.2. Os Requerimentos ........................................................................................................... 9
1.3.4.3. Cumulação de Pedidos ou de Ações.................................................................................. 9
1.3.4.3.1. Cumulação Própria ou em Sentido Estrito ...................................................................... 10
1.3.4.3.1.1. Cumulação Própria Simples ........................................................................................... 10
1.3.4.3.1.2. Cumulação Própria Sucessiva ........................................................................................ 10
1.3.4.3.2. Cumulação Imprópria ou em Sentido Amplo .................................................................. 10
1.3.4.3.2.1. Cumulação Imprópria Subsidiária.................................................................................. 11
1.3.4.3.2.2. Cumulação Imprópria Alternativa.................................................................................. 11
1.3.4.4. Pedido Alternativo ........................................................................................................ 11
1.3.4.5. Pedido Implícito em Prestações Sucessivas .................................................................... 12
1.3.5. Valor da Causa – inciso V ............................................................................................... 12
1.3.6. Provas – Inciso VI .......................................................................................................... 12
1.3.7. Opção da Audiência de Conciliação ou de Mediação – Inciso VII ...................................... 12
1.4. Documentos Indispensáveis e Juntada do Mandato ........................................................ 13
1.5. Emenda da Petição Inicial .............................................................................................. 13
1.5.1. Casos de Indeferimento da Petição Inicial ...................................................................... 13
PARTE ESPECIAL
O PROCESSO seja ele civil, penal, eleitoral, trabalhista ou administrativo, é um ramo do direito público pelo qual
o Estado Juiz, por meio de procedimentos devidamente positivados, torna efetiva a reparação do Direito
material violado. Estes procedimentos devidamente instrumentalizados possibilita que conflitos sociais sejam
resolvidos com total segurança jurídica na relação entre as partes (autor e réu) e o Estado-Juiz. Segundo
Humberto Theodoro Júnior (2014, p. 486), “procedimento é, destarte, sinônimo de rito do processo, ou seja, o
modo e a forma por que se movem os atos no processo”.
O CPC/2015, trouxe para o processo de conhecimento um procedimento único, denominado Procedimento
comum (art. 318 do CPC/2015), abolindo a dicotomia sumário e ordinário, que trazia inúmeras dificuldades,
principalmente para os examinandos do Exame da OAB.
Desta forma atualmente há apenas dois procedimentos o Comum e o Especial, que didaticamente facilitou
muito a interpretação do caso concreto. Importante salientar que não foi extinto o procedimento sumaríssimo
previsto nas Leis do Juizados Especiais, para as causas de menor complexidade, dentro das limitações de suas
respectivas competências, art. 3º da Lei nº 9.099/95 – Justiça Estadual e art. 3º da Lei nº 10.259/2001 – Justiça
Federal.
O CPC/2015, flexibilizou a possibilidade das partes de transacionarem a qualquer tempo sempre que o objeto e
as partes desejarem e que não haja impedimento de direitos e objetos não transacionáveis.
Marcelo Ribeiro conceitua a Petição Inicial como o “instrumento da demanda” (2015, pag. 271), meio pelo qual
a parte apresenta ao Estado-Juiz o Direito Material violado ou ameaçado.
A Petição Inicial ou exordial, é o instrumento previsto no Código de Processo Civil, que além de limitar é
também uma das formas de impulsionar a atividade jurisdicional do Estado. (art. 2º do CPC/2015).
“É o princípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, mover o
procedimento de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.” (Cintra, Grinover e Dinamarco (2005,
p. 68) 1
A Petição Inicial nada mais é do que a peça inaugural da demanda, meio pelo qual o demandante materializa o
exercício de seu direito (violado ou ameaçado) de ação. Sem a petição inicial, não há processo, sendo, portanto,
pressuposto processual de existência e de validade (art. 312 do CPC/2015).
1
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 21.
ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
Distribuída a petição inicial é vedado ao Juiz julgar além dos pedidos constantes na inicial, conforme prevê os
art. 1412 e 4923 do CPC/2015. Caso julgue fora dos limites da lide estará incorrendo em nulidade processual ao
proferir uma sentença:
Extra Petita: fora do pedido (juiz concede algo que não foi pedido pela parte).
Ultra Petita: além do pedido (juiz concede em quantidade maior o que foi pedido).
Citra Petita: aquém do pedido (juiz não se manifesta sobre um ou mais pedidos).
Ainda que o juiz entenda que ser justo julgar fora dos limites do que não se pediu, este não poderá conceder,
porque se não foi pedido, não faz parte da provocação trazida na inicial. Todavia, os artigos art. 10 e art. 329 do
CPC/2015, lidos em conjunto não só permitiram que o processo se tornasse mais efetivo, como também
permitiu que o juiz tenha uma participação mais ativa no processo.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício.
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do
réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do
réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15
(quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.
Estes dois dispositivos permitem que o processo seja mais dinâmico e que a prestação jurisdicional seja
entregue de forma efetiva. Não se esta afirmando que o Juiz pode julgar fora dos limites da petição inicial, agora
ao detectar algo que possa levar ao julgamento sem resolução do mérito, ou a dissonância entre os fatos
narrados e os pedidos, tem este a faculdade de alertar as partes. Até porque a petição inicial é o esboço da
sentença.
Os requisitos da petição inicial são aqueles previstos nos artigos 319 e 320 do CPC/2015, respectivamente,
possuindo ainda requisitos intrínsecos ou extrínsecos:
Requisitos Intrínsecos: são os que ficam dentro do corpo da inicial.
Requisitos Extrínsecos: são os que ficam de fora (documentos acostados na inicial, por exemplo).
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Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
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Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Em relação aos requisitos intrínsecos temos os incisos do artigo 319 do CPC/2015 que devem estar presentes
em todas as iniciais sob pena de indeferimento, caso não seja sanado o vício.
A quem deva ser encaminhada a petição inicial. Seja ele órgão jurisdicional ou administrativo, comumente vem
no topo da inicial:
Qualificar as partes é assegurar que não haverá intervenção de terceiros por ilegitimidade provocada por
homônimos, ainda mais com a possibilidade de instalação dos processos eletrônicos a qualificação com
inscrição no Cadastro de Pessoas físicas e Jurídicas (CPF e CNPJ) se tornou quase que obrigatória.
Necessário destacar a obrigatoriedade de informar a existência de União Estável, a medida visa corrigir uma
lacuna existente na redação anterior, pois a cada dia vem o Estado se afastando das relações matrimoniais e
reconhecendo novos arranjos familiares.
A importância deste dispositivo é assegurar também a total aplicação e efetivação do que determina o caput do
art. 73 do CPC/2015, ao assegurar no §3º4 equivalência da união estável ao casamento nas ações que versarem
sobre Direito Real.
Outro destaque importante é quanto a necessidade de atualização do endereço (art. 77, V c/c Art 106 e art.274,
parágrafo Único do CPC/2015), esta regra já era prevista na lei revogada, porém sem nenhuma sanção a parte
que a desrespeitasse, como previsto no art.19 § 2º da Lei nº 9.099/95, que reputa como eficaz as intimações
enviadas ao endereço anteriormente enviado, caso a parte na comunique sua alteração.
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Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo
quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. [....] § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável
comprovada nos autos.
Necessário iniciar os fatos de forma mais clara possível, é neste momento que a parte contará a sua versão de
como o Direito Material foi violado ou ameaçado. Este tópico é o essencial da Petição inicial pois possibilitará ao
Juiz que entenda de forma clara e objetiva e por que não dizer concisa como os fatos realmente ocorreram.
Importante ressaltar que a parte deve narrar os fatos de forma não prolixa, não cabe neste tópico dizer que o
fato ocorreu numa manhã chuvosa se o objeto do pedido for a condenação por um atropelamento numa faixa de
pedestre por um motorista embriagado.
O fato da manhã esta ou não chuvosa pode ser um fato simples ou um fato jurídico. No exemplo acima dizer que
a manhã estava chuvosa é um fato simples, por sua vez se o objeto for um atropelamento por aquaplanagem
fora da faixa de pedestre, fato do dia esta chuvoso pode ser uma excludente ou atenuante de responsabilização.
O advogado no momento de redigir a Petição Inicial deve neste ponto se atentar ao princípio da congruência,
onde os fatos narrados devem estar em consonância com o pedido final.
Apesar de parecerem sinônimas há diferenças entre fundamentação Juridica e Legal, na primeira a parte deve
redigir a narração dos fatos de forma a coloca-los numa roupagem mais técnica, dentro do Direito Material
violado ou ameaçado.
Não basta dizer que é dever da parte contraria em reparar ou cessar o dano é importante fazer uma narrativa
clara, tais como nos exemplos a seguir:
“a atitude do réu em conduzir veiculo automotor sob efeito de álcool é vedada pelo Código de Trânsito
brasileiro no art. ....................”.
“os danos morais causados ao Autor foram praticados por imprudência do Réu ao expor fatos de sua intimidade
nas redes sociais, conforme previsto no art. 186 do Codigo Civil”.
Feito a narrativa jurídica dos fatos necessário, é importante ter em mente que a Petição Inicial deve levar a um
raciocino dedutivo e estruturado entre os fatos, fundamentação jurídica e legal e os pedidos finais.
Importante
TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO:
O CPC/2015, adotou a teoria da substanciação, onde cabe ao Autor provar o quadro fático constitutivo de seu
direito como previsto no ar. 373, I do CPC/2015, ou seja, o ônus da prova incumbe a quem alega. Nesta teoria
adota pelo CPC/2015, o Autor deve ter em mente a resposta as seguintes indagações do magistrado: “por quais
motivos a parte almeja a tutela jurisdicional? E quais fundamentos jurídicos ele possui?
Então deve-se observar se a Petição Inicial responde a estes questionamentos. Como dito anteriormente a
Petição Inicial é o esboço da sentença, todavia, o Juiz, com base nos mesmos fatos jurídicos e pedidos
formulados, pode fazer uma qualificação jurídica diferente daquela feita pela parte. Ou seja, a fundamentação
jurídica que a parte faz em sua Petição Inicial não passa de uma qualificação jurídica singular e não significa que
o Juiz esteja vinculado a ela.
A parte deve ter em mente também que não é necessário citar doutrinas e jurisprudência em sua
fundamentação, todavia, a mesma se torna necessário em questões complexas ou sobre temas ainda não
pacificados, principalmente com quando a questão for mais complexa. Esta questão ganhou força com a teoria
dos precedentes judiciais.
1.3.4.1. Os Pedidos
Os pedidos e suas especificações são o núcleo central da petição inicial, devendo necessariamente está em total
congruência com os fatos narrados e com a fundamentação jurídica e legal. É o momento em que o Juiz tem a
total ciência da tutela jurisdicional pleiteada pela parte Autora. Colocando limites as regras de competência e
limitando a prestação jurisdicional. O pedido deve ser claro o mais claro possível para que não só o juiz possa
prestar a adequada tutela jurisdicional, como também permitir que o réu exerça seu direito ao contraditório e a
ampla defesa.
O CPC/2015, trouxe no art. 322, § 1º, a possibilidade do pedido implícito. Esta inclusão permitiu que o Juiz
possa condenar sem ofensa ao princípio da congruência, sem que haja sentença extra petita, quando se tratar
de atualização monetária, juros, honorários advocatícios, que não foram objetos da Petição Inicial.
Os Pedidos são divididos doutrinariamente em pedido imediato e imediato e esta em congruência com a causa
de pedir próxima e remota, anteriormente analisada.
Pedido Imediato ou Próximo: é o tipo de tutela jurisdicional que a parte deseja, é a forma como espera que o
judiciário se manifeste ao prestar a tutela jurisdicional, ou seja, é o que Pontes de Miranda classificou como a
classificação quinaria das ações que são elas a Condenatória, Mandamental, Declaratória, Constitutiva e
Executória.
Pedido Mediato: é o resultado final é a reparação do direito material violado ou ameaçado, é o bem da vida
subjacente que busca a partir da tutela jurisdicional que pediu.
Neste momento o Autor deve dizer o que deseja, ou seja, é a soma do pedido imediato com o mediato: se a
condenação a pagar, se é para mandar fazer ou cumprir obrigação anteriormente assumida, declarar a
existência de uma relação de parentesco, ou constituir o direito a paternidade e por fim executar um titulo
extrajudicial ou fazer cumprir uma sentença.
Alguns requisitos devem ser observados em relação ao Pedido e suas especificações, ou seja, o pedido
deve ser certo, determinado ou determinável, claro e concludente
Certo (art. 322, caput, do CPC/2015): o autor deve informar o que ele pretende com a demanda, qual o bem da
vida ou a tutela desejada. Neste tópico o Juiz pode conceder pedido implícito como dito anteriormente, todavia,
é importante ressaltar se o objeto da ação for um dos elementos do parágrafo primeiro do art. 322 estes devem
ser certos.
Ex: o Autor ajuíza uma demanda cobrando honorários contratados e no final esquece de pedir a condenação e
pagar os honorários, neste ponto a inicial deve ser emendada.
O CPC/2015, consagrou vários princípios e dentre eles o da boa-fé, que na hipótese do parágrafo segundo pode
ser utilizada desde que se observe o princípio da não-surpresa (art. 10 do CPC/2015), este parágrafo, permite
ao Juiz uma maior liberdade de interpretação dos fatos narrados, por isso uma narração dos fatos e uma
fundamentação jurídica bem feita podem suprir eventuais falhas no pedido.
Determinado (art. 324, caput, do CPC/2015): é a qualidade e a quantidade daquilo que a parte deseja receber
através da prestação jurisdicional, porém pode existir a necessidade de pedido determinável como previsto no
§1º também chamado de pedidos genéricos quando não se pode determinar a quantidade nem a qualidade da
prestação como nos casos das ações civil públicas de danos coletivos, ou nas hipóteses de danos matérias
decorrentes de um atropelamento quando não se sabe quais serão os tratamentos da vítima, na hipótese de um
inventários quando ainda não se tem a dimensão do espólio, dentre outros exemplos.
Claro: o pedido deve ser o mais claro possível, mesmo em se tratando de pedidos determináveis, pois o que se
quer é que o pedido seja inteligível para que se possa proferir uma decisão clara.
Concludente: deve o Autor ao fazer o fechamento de sua petição elencar os fatos e sua fundamentação de
forma lógica para que o pedido seja a conclusão adequada de sua narrativa.
1.3.4.2. Os Requerimentos
Muito comum as pessoas confundirem Pedidos com Requerimentos, e ao final de suas petições usarem a
expressão “em sendo assim é a presente para Requerer....” e iniciar elencando os pedidos e requerimentos de
forma algumas vezes até desordenada.
Porém, pedidos e requerimentos são diametralmente opostos entre si. Pedidos são tudo aquilo explicado no
item anterior, ou seja, é a prestação jurisdicional final que se pleiteia. Seja, condenando, mandando fazer,
constituindo, executando ou declarando algum direito, ou até mesmo negando o reconhecimento do mesmo.
Já Requerimentos, são os meios pelos quais o Poder Judiciário vai efetivar a tutela jurisdicional objeto da ação,
assim não é objeto da ação, gratuidade de justiça, citação da parte, realização ou não de audiência de
conciliação, antecipação dos efeitos da tutela ou outro provimento que apenas seja o meio para qual ao qual a
prestação jurisdicional precise para ser efetivada.
Nesta cumulação de pedidos todos devem ser julgados de forma simultânea, porém está se subdivide em
cumulação própria simples e cumulação própria sucessiva.
Quando os pedidos cumulados possam ser julgados de forma livre (procedente e improcedente), ou seja, são
autônomos entre si.
Ex: Cumulação de pedido de dano moral e de reparação de danos materiais, o Juiz pode julgar o primeiro
procedente e o segundo improcedente, ou vice-versa.
Na cumulação sucessiva existe um vínculo prejudicial de cumulação entre os pedidos, caso um seja julgado
improcedente o outro perde a razão de existir.
Ex: Investigação de paternidade cumulada com alimentos, caso a paternidade não seja reconhecida não há
porque a condenação em prestação de alimentos. Importante é que também pode haver cumulação sucessiva
sem a obrigatoriedade de acolhimento do segundo pedido, como no caso da parte pleitear a declaração de
inexistência de dívida cumulada com danos morais. O juiz pode reconhecer a inexistência da dívida porem não
esta obrigado a reconhecer os danos morais.
É aquela que não admite mais de um pedido procedente ao mesmo tempo. A cumulação imprópria pode ser
subsidiária ou alternativa.
Ocorre esta modalidade de cumulação quando a análise do segundo pedido for a improcedência do primeiro
pedido, assim passa o segundo pedido a ser analisado somente quando o primeiro for rejeitado, conforme
prevê ao art. 326 do CPC/2015.
Desta forma o Juiz somente analisará o pedido subsidiário se for rejeitado o pedido principal, respeitando a
ordem apresentada pelo autor. Não esta o juiz autorizado a analisar o segundo pedido sem ter se manifestado
acerca do primeiro.
Ex: a parte pede anulação do casamento e em sendo rejeitado a anulação do casamento que seja decretado o
divórcio.
Enunciado 287 do FPPC5: “O pedido subsidiário somente pode ser apreciado se o juiz não puder
examinar ou expressamente rejeitar o principal. ”
Nesta modalidade de cumulação o Autor apresenta vários pedidos, porem não não estabelece uma ordem de
prioridade entre eles, conforme previsto no Paragrafo Único do art. 326 do CPC/2015, neste caso qualquer
pedido que for acolhido satisfaz de forma plena a prestação jurisdicional, não cabendo assim o interesse
recursal, recaindo a sucumbência integralmente ao Réu.
Ex: Ação de consignação de pagamento quando o devedor está em dúvida quanto ao seu real credor. O autor
propõe a ação contra dois ou mais credores e o juiz decidirá quem é o beneficiário da dívida.
Apesar de parecidos na nomenclatura pedido alternativo e cumulação impropria alternativa não são nem de
perto sinônimas. No pedido alternativo, há apenas um pedido, mas o réu tem à sua disposição duas ou mais
maneiras de cumprir a obrigação (direito material). Quando o pedido traz a possibilidade de ser cumprido de
outra maneira, a lei oportuniza que o réu o cumpra de uma forma ou de outra.
O pedido alternativo encontra guarita nas obrigações alternativas, conforme previsto no art. 252 ao 256 do
CC/2002.
Ex: pagamento de uma quantia em dinheiro ou a entrega de parte da produção. Rescisão contratual ou
indenização.
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Nas prestações sucessivas aparece outra modalidade de pedido implícito diverso do estudado no item 1.3.4.1,
nesta modalidade o pedido para cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, conforme previsto no
art. 323 do CPC/2015, formulado o pedido de pagamento da primeira parcela, todas as demais serão devidas de
pleno direito ao autor, inclusive com incidência de jurus, multa e correção monetária caso tenha cabimento.
Ex: Ação de alimentos, pagamentos de alugueis dentre outras de trato sucessivo.
O valor da causa deve corresponder ao benefício econômico pretendido pelo autor da demanda, todavia,
também é um critério de fixação de competência como já estudado no item 1.1, deste material. Importante
salientar que o CPC/2015 não mais permite que o valor da indenização por dano moral seja arbitrado
livremente pelo Juiz, devendo a parte que o pede fixar desde logo o valor pretendido, conforme previsto no art.
292, V do CPC/2015.
Esta obrigatoriedade legislativa tem como objetivo evitar que o Réu seja condenado em valor superior a sua
capacidade financeira bem como que seja pego de surpresa em valores vultosos e sem nenhum critério como
ocorrido no passado.
Outra característica neste ponto é que o valor da causa nas prestações de trato sucessivo tem características
diferentes:
Ex: alimentos igual a 12 prestações (art. 292, III do CPC/2015. Aluguel a soma de uma anuidade (Sumula 449
do STF)
A audiência de conciliação ou de mediação passa a ser critério e requisito obrigatório do CPC/2015 e deve vir
expresso na petição inicial sob pena de indeferimento caso seja acolhido a ordem de emenda.
A participação de um conciliador ou mediador na audiência inaugural depende da natureza da relação ou do
objeto da ação. Assim em relações não continuativas, a exemplo um apontamento no serviço de proteção ao
credito é preferencial a atuação do conciliador, conforme previsto no art. 165, § 2º, do CPC/2015, já nas
relações continuativas a exemplo nas ações relativas a direito de família ou correlatas passa ser preferencial a
atuação do mediador, conforme previsto no art. 165, § 3º, do CPC/2015).
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Regulada no art. 334 do CPC/2015, a audiência de conciliação ou mediação, tem algumas peculiaridades que
devam ser observadas em especial a previsão do § 5º, onde o autor deverá indicar se há ou não interesse em
participar dessa audiência, restando ao réu o prazo de 10 dias para manifestar o seu desinteresse, por petição.
Importante deixar claro que esta faculdade não tira a obrigatoriedade de constar na petição inicial,
caracterizando a ausência como defeito da petição inicial.
O silêncio do Réu quanto ao desejo do Autor em não participar da audiência de conciliação é traduzido como
desejo deste em participar devendo o Autor comparecer a audiência anteriormente designada no despacho
inicial.
A audiência de conciliação é uma parte importante da formação do processo, pois o prazo para apresentação de
contestação começa a fluir após a sua realização, conforme previsto no art. 335 do CPC/2015. Se o réu peticiona
com 10 dias de antecedência, (art. 334 §5º) o prazo para contestar inicia do dia do protocolo da petição pelo
Réu.
Previsto no art. 320 do CPC/2015, existem alguns documentos indispensáveis que são comuns a todas as ações,
tais como documentos pessoais das partes e a procuração ao advogado (art. 103 e 107 do CPC/2015), também
existem alguns documentos característicos de certos tipos de ação que também são indispensáveis, como a
certidão de nascimento numa ação de alimentos para que seja provada a obrigação alimentar, a certidão de
casamento numa ação de divórcio, a certidão de óbito numa ação de inventário, dentre outras situações.
A ausência não suprida destes referidos documentos indispensáveis leva ao indeferimento da inicial.
Apresentando a Petição inicial não preenche os requisitos acima listados ou algum defeito ou irregularidade,
que possam dificultar a análise do mérito, o juiz mandará o Autor na forma do art. 321 do CPC/2015 emendar a
inicial. Um ponto a ser abordado na redação do art. 321 é que agora o Juiz deve informar com precisão o que
deve ser objeto da complementação ou emenda.
Consagrado o princípio da não supressa não pode mais o Juiz indeferir uma petição inicial sem oportunizar ao
Autor a sua emenda, complementação ou esclarecimento, todavia, caso a dúvida do juiz não seja esclarecida
pelo Autor, deve este indeferir a petição inicial conforme assegura o ar. 330 do CPC/2015, em seu rol taxativo e
exaustivo.
O indeferimento total da Petição Inicial extingue o processo sem resolução do mérito, sendo a sentença
atacável por APELAÇÃO no prazo de 15 dias (art. 331, caput, do CPC/2015). Sendo parcial o indeferimento da
petição inicial, caberá o recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 354, parágrafo único, do CPC/2015) no
prazo de 15 dias.