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Celso R. Braida
Die Form ist flüssig, der “Sinn” ist es aber noch mehr.
A questão a ser discutida aqui é sobre o sentido da palavra “arte” quando usada
para indicar aquilo que é realizado e apresentado pelos artistas contemporâneos. Embora
o senso comum fique alarmado com certas proposições, e em dúvida exclame “Isso é
arte!”, a partir da perspectiva das histórias da arte ocidental, tanto a tese da continuidade
de arte. Em filosofia, podemos sempre, diante da estranheza, dizer que a arte se diz de
múltiplos modos e, por isso, o que hoje se apresenta pode ser dito “arte” também.
embora queiram dizer que a arte é indefinível. Eu prefiro pensar a partir da suposição de
que isso que é posto como “arte” não pertence em todos os casos a uma mesma
pela qual todas as obras de arte pertenceriam a uma mesma categoria ontológica,
tratando as obras de arte como unidades de uma única substância, que apenas “se diz”
de múltiplos modos, talvez seja o que tenha de ser recusado para desassombrar o senso
comum, mas também para liberar a arte em relação às filosofias da arte. O meu objetivo
arte é ficção do humano, no sentido de que na arte se realizam atos que reiteram a forma
artístico, como não poderia deixar de ser, as mais das vezes falha e erra. Isso, que é arte,
dizermos “Arte é isso e aquilo”, já estamos sempre indicando os dados do que foi tido
como “arte”, algo ultrapassado pelo fazer artístico atual, pois o artístico mostra-se sob a
o artístico tenha como característica principal a reiterabilidade. Uma obra de arte seria
obra idêntica a outra obra de arte, ou não se trata de arte, ou se trata de uma obra
diferente. Todavia, todos os dias dizemos, com naturalidade e sem pensar: “Isso é arte,
aquilo não é arte”. E, também, sem medir as consequências, afirmamos: “Arte é assim,
arte não é assim”. Falamos, julgamos e afirmamos as mais diferentes predicações sobre
a arte, sobre o que é e o que não é arte. Na filosofia recente isso não é feito de outro
modo. Segundo as vozes filosóficas que ainda são audíveis na praça do mercado, dizer
“Isso é arte” implica dizer, por exemplo, isso “é um bloco de sensações” (DELEUZE;
219, 231), ou então isso “é uma configuração de emoções” (CROCE, 2008, p. 36), ou
OITICICA, 1986).
De fato, a arte e as obras de arte estão dadas para o filósofo, pois a arte é uma
desse dado num conceito denomina-se filosofia da arte. Desde Platão, porém, essa
apreensão tem sido realizada de modo negativo e redutivo, portanto com apreensão. Nas
artístico, e que aceite pensar com a arte, e não sobre a arte. Para isso, contudo, o filósofo
tem de abandonar as duas posições soberanas autoatribuídas por Platão e por Kant: a
posição do rei soberano e a posição do juiz soberano. Aceitar o estar dado e o estar
sendo autônomo da arte implica, e aí está a dificuldade, abdicar da posição soberana que
põe e dispõe o que é e o que deve ser e valer. Se a arte contemporânea parece exceder o
limite das “belas-artes” definido pelos filósofos, essa aparência apenas indica o quão
desfocado está o espelho utilizado.
convencionalista que, por sua vez, afirma que o ser de uma coisa é o resultado de seu
entidade de um objeto perfaz-se nas performances na qual ele é agenciado como isto ou
aquilo. A resposta à pergunta “O que é isso?”, nessa perspectiva, apenas pode ser dada
por meio da conjunção de dois procedimentos: uma história do modo como isso que aí
está veio a ser assim, e uma análise do seu uso ou aplicação. No nosso caso, isso
significa dizer que algo pode ser e pode não ser uma obra de arte, algo pode ser arte e
sobre algo “Arte é isso”, ou de algo “Isso é arte”, essa asserção perfaz o ser-arte desse
algo. Não há outro critério. Ao dizer “Isso é arte”, isso de que se fala torna-se e passa a
ser imediatamente “arte”, na medida em que esse ato performativo seja bem-sucedido. E
modo, ficamos a depender dos “experts” e dos “artistas da hora”, que são aqueles
capazes de “dar nomes às coisas”, de dar o nome “arte” a algo, como o fez Duchamp, e
como fazem aquelas pessoas autorizadas pela prefeitura. Por detrás desse ato
performativo que faz de algo arte ao nomeá-lo “arte” está toda uma história que
constitui esse ato como um ato autorizado. A matriz dessa situação é a definição da arte
como aquilo que não tem conceito e do artístico como uma condição inexaurível pelo
performativos de pessoas autorizadas para instaurar como “arte” o que quer que seja em
determinado contexto.
abandonou-se a ideia de abordar a obra de arte a partir das noções de ser e de verdade. A
se trata mais de perguntar o que é arte, mas sim de quando é arte, fixou o marco
autodoação de sentido da arte e das obras de arte, num viés muito estreito e
determinado: dizer que algo é arte, ou é uma tautologia ou uma contradição. Como
tentativa de liberar a arte em relação aos conceitos clássicos (regras do gosto), essa
expressão afirma a autonomia da arte. No entanto, Reinhardt mesmo não foi capaz de
escrever mais do que quatro páginas sem tornar equívoca a sua palavra, pois no final de
seu texto conclui, sem dar-se conta do que estava dizendo, ou esquecendo o que havia
dito no começo: “O único padrão na arte é unidade e beleza, retidão e pureza, abstração
essa indicação até o fim de modo coerente termina por concluir que: “A única exigência
da arte é com a arte. A arte é a definição da arte”. A sua tese profunda é que:
quando declarou que “se alguém chama isso de arte, é arte”). (KOSUTH,
2006, p. 219-220, grifo no original).
Se aceitarmos essa injunção, claramente não faz mais sentido encetar uma
investigação sobre a essência ou a ontologia das obras de arte. A única coisa que se
poderia dizer é, diante de uma obra de arte – ora, isso é “arte”! Porém, as palavras nem
sempre dizem o que nós queremos dizer ao usá-las. O fato é que virtualmente sempre há
uma diferença muito grande entre o que alguém fala ou escreve, o que ele quer dizer e o
que ele efetivamente diz. No caso de Reinhardt e Judd, certamente o que eles
efetivamente dizem é que a arte não é uma tautologia ou uma redundância, mas antes
sobretudo daqueles socialmente reconhecidos como competentes para dizer e fazer arte.
O real caráter a priori, escondido e não tematizado por eles, está no fato de que,
socialmente, arte é o que é feito por um artista. Logo, se um artista diz que algo é uma
obra de arte, isso vale como uma definição ou descrição verdadeira inquestionável.
A questão que se impõe é: quem está autorizado ou capacitado para dizer de algo
“é arte” e fazer com que esse algo seja uma obra de arte? Se a afirmação “Isso é arte” é
um performativo, então cabe perguntar quem pode ser bem-sucedido nesse ato. Uma vez
posta essa pergunta, não é difícil encontrar a resposta dada por George Dickie, pela qual
o meio artístico constitui-se como uma instituição social dinâmica, não estática, que
define o que é arte. Nesse sentido, para Dickie, uma obra de arte do ponto de vista
objeto a sua posição de candidato para a apreciação por alguma pessoa ou pessoas
atuando em nome de uma certa instituição social (o meio artístico)” (DICKIE, 1969, p.
254).
que basta que alguém ou um grupo diga que algo é “arte” para esse algo ser uma obra de
distinguibilidade das obras de arte, ao mesmo tempo que aceita apenas predicações
negativas do tipo “a arte não é ...”, então, se ainda quisermos falar com sentido da arte,
positivamente o que é uma obra de arte e o que a distingue das coisas que não são arte,
sob pena de tornarmos essa palavra insignificante. Com efeitos bem visíveis nos dias
atuais, essa última opção talvez seja a nossa condição, pois nos seus mais diferentes
usos as palavras “arte” e “artístico” já praticamente não dizem nada, ao menos não
permite aceitar como válida uma descrição distintiva pragmática das coisas e coloca sob
No caso da arte, isso significa aceitar que o que é tido como arte por alguém, ou é usado
como arte, ou aceito como arte num determinado grupo, é arte de fato. Todavia, essa
é arte”, embora muitas vezes esse ato tenha a pretensão performativa, as mais das vezes
quer fazer uma constatação e ou uma predicação com pretensão de verdade. Todavia,
ainda é possível para nós esse ato constativo ou predicativo, sem remissão autorizadora
a um “Isso é arte” performativo, passado ou futuro? Não recairia esse ato novamente na
qualquer outra palavra, sendo usada para indicar diferentes conceitos em diferentes
palavra, não implica o que as pessoas pensam poder implicar, a saber, a inexistência de
em geral, ela indica um conceito bem preciso. Todavia, desse fato, que a palavra “arte”
seja usada para expressar um conceito determinado e não outro, não se segue o que as
pessoas pensam se seguir, a saber, que haja então apenas um conceito legítimo de arte. A
palavra “arte” pode sim indicar um conceito preciso de arte e ainda assim servir para
não haveria um conceito capaz de apreender o artístico de uma obra, evento ou gesto.
de um objeto, ou evento, ou ação, nunca são únicos, e mesmo que o sejam, sempre serão
qualquer outra coisa. Ademais, não há uma única definição do conceito arte e da palavra
“arte”. Pois, se há um conceito, há vários outros conceitos; se há uma definição, há
alguém diz que não há um conceito de arte, o que deveria dizer é que não há apenas um
conceito de arte. Mas dizer isso é tão trivial quanto dizer que há vários números e tipos
de números. Dizer isso não implica dizer que não há número. Na verdade, o medo do
rei e juiz, ainda hoje leva as pessoas a esquivarem-se do conceito tornando-se presas do
relativismo pragmático que admite como arte apenas aquilo que é admitido como “arte”
A pergunta que faço é quanto aos conceitos e esquemas básicos pelos quais nós
vamos conceber a arte e pelos quais nós poderemos compreender a atividade artística e
atuais e passadas como o ponto de partida; no entanto, isso pode ser um equívoco, pois
pode ser que essas obras de arte sejam apenas os vestígios parciais, os indícios do
artístico e da atividade artística, e que a inteira arte esteja mais na atividade do que
regra, do mundo da dita “arte” oficial, pois, bem o sabemos, esse mundo é contingente e
artístico – perguntar pelas categorias que permitem pensar a atividade artística enquanto
filosóficos são na verdade metaconceitos que têm a função de articular a inteira região
do artístico, e não descrever as obras e gestos da arte. As abordagens filosóficas da arte
artístico de suas formas e suportes oficiais; os ofícios e as artes reconhecidas devem ser
vistos apenas como figuras contingentes pelas quais se exerce e se fixa o artístico, que
resta sempre como um acontecimento maior, que não se esgota nesse modo de fazer arte
e nessas obras de arte que uma determinada época, uma determinada comunidade, pode
aceitar como exemplares da arte. O que eu quero dizer é que o acontecer artístico, o
pelas quais ela é apreendida; dito de modo breve, a vigência do artístico não se
confunde com o que é tido como ação ou obra válida artisticamente para uma
determinada época ou local. A partir disso, eu posso dizer que a filosofia da arte não
trata das obras de arte e das artes existentes; dito de outro modo, os enunciados da
filosofia da arte não são sobre as obras de arte, nem sobre a arte existente num
não se pronuncia sobre a arte, ela não nos informa ou permite conhecer mais sobre a
arte e ela também não nos informa nem nos ensina como fazer arte.
A filosofia da arte é sobre o pensamento, também, assim como toda filosofia é
sentido que se dá e somente é acessível pelo pensar. Há outras atividades humanas, mas
a filosofia é isso que nós chamamos de reflexão ou de pensamento que pensa o próprio
pensamento. É claro que na nossa atividade de pensar nós pensamos muitas coisas,
coisas que não são pensamentos, mas a filosofia é aquela disciplina do pensar sobre o
pensar. Daí que a filosofia da arte também é sobre o pensar, a filosofia da arte pensa o
arte, o que está em questão é a arte, todavia apenas enquanto essa é uma oportunidade
que provoca o pensar que repensa os próprios pensamentos. Por isso, nem a arte atual
(as obras) nem a filosofia atual (as obras), e menos ainda as passadas, podem nos guiar
ou prescrever o que vamos pensar, fazer ou dizer sobre o artístico. O atual e o passado
têm de ser considerados apenas como pretextos para o pensar, pois são indícios de outro
linguagem não se trata da linguagem nem das linguagens, pois isso é justamente o que
está em questão.
Todavia, cabe lembrar, o dar-se do artístico, tal como o dar-se do linguístico, não
depende do pensar que pensa o como do pensar que assim se perfaz. A arte e a
linguagem são dimensões autônomas do humano, o que não quer dizer que sejam
isso, outra maneira de dizer isso é dizer que a filosofia da arte trata de uma dimensão, a
dimensão do artístico, e não tanto daqueles que exercem e exploram essa dimensão, os
artistas, nem dos resultados dessa exploração – as obras e eventos de arte, e nem das
confunde-se de certo modo com a vigência do humano, pois ser humano e ser artístico
inesgotabilidade da arte, no sentido de que a arte vige ali onde vige o humano e,
propriamente falando, não há limites para essa vigência. Esse fato já nos aponta para a
artística, pois é o humano que tanto se faz pela reiteração da tradição quanto pela
artísticos, apenas explicitam, abrem a dimensão artística do humano. Ao dizer que esta
essa dimensão de sentido, a qual não se reduz à dimensão dos objetos e coisas. Essas
com uma ideia de sensibilidade, enquanto uma forma de apreensão, e com o sentir,
como a afecção propiciada pela obra de arte, de tal maneira que, entre sensibilidade e
no sujeito que cria e que percebe uma obra de arte. Daí que as estéticas filosóficas estão
ação, um ato consciente, pois a arte é um agir consciente. Mesmo que haja casos limites
e que sempre no ato artístico haja algo de impensado e inconsciente, o artístico está no
domínio dos atos premeditados e conscientes de si. Além disso, outra categoria que tem
de algo não dado e é nesse ponto que a arte se contrapõe à ciência e à técnica, por um
lado, e também à natureza. Todavia introduzir a categoria da ficção traz problemas, mas
ela não é contraditória da ideia de arte como ato consciente. O conceito de artefato
pretende apanhar esse aspecto. Assim, a arte é uma ação ou uma ação criadora, portanto
uma ação que perfaz uma ficção, um artifício, uma falsificação. Todavia essa explicação
é insuficiente, pois é um sentimento universal o de que o efeito artístico tem a ver com a
fictício tem de ser repensado e reconceituado. Ora a noção de fazer e ter um sentido
independente da realidade. O fazer sentido de uma obra de arte, por exemplo, de uma
peça de teatro, tanto aponta para seu caráter ficcional, para o seu caráter de outro em
relação à realidade, quanto para o seu estar vinculado a essa realidade, pois caso
estivesse completamente desvinculada ela não seria significativa, ela não teria sentido
para nós.
aprecia a arte dirige o olhar para o ponto que o artista lhe apontou, olha pela
fresta que ele lhe abriu e reproduz em si aquela imagem. Intuição, visão,
contemplação, imaginação, fantasia, figuração, representação e assim por
2008, p. 36).
Croce está tomando o modelo moderno clássico pelo qual a nossa relação primeira
com o mundo é sensitiva, intuitiva, porquanto cognitiva, e transfere isso para a arte. Ao
dizer que a arte é visão ou intuição, ele está colocando o artístico no domínio da
cognição, no âmbito de uma relação de sentir e intuir um objeto. Ora, por trás disso há
um sujeito, há um eu que intui, que sente, que vê o mundo. Ademais, Croce nega que a
arte seja um objeto físico, que ela seja um ato utilitário, que ela seja um ato moral, e que
a arte tenha algum caráter de conhecimento conceitual. Nesse ponto nós podemos ver a
ele pode surgir, não a ideia, mas o sentimento é o que confere à arte a aérea
p. 50).
Ora, aqui vemos um extremo da estética filosófica que toma a arte e a obra de arte
cânone moderno que toma como único objeto para o pensamento filosófico o próprio
coisas mesmas e sobre os eventos e acontecimentos que perfazem o mundo para além da
subjetividade.
denominadas obras de arte. Além disso, deveríamos distinguir entre a crítica da arte, que
é feita de um ponto de vista externo, de um ponto de vista do avaliador das obras e dos
próprios artistas dos seus atos e de suas obras. A crítica e a poética são como que a
valores, estabelecem conceitos, mas têm a ver com o fazer e com a apreciação das obras
de arte. Deveríamos distinguir essas duas perspectivas de outra que é a perspectiva das
falas cotidianas, das conversas, das impressões, dos discursos sobre a arte, provindas da
esfera da vida cotidiana, da vida fática, da vida comunitária que fala da arte, que ensina
arte, que discute arte, mas como algo espontâneo e como algo que permite que se
arte são apenas significativos no contexto da vida cotidiana, no contexto da vida fática e
comunitária. É dentro dessa vida, desse mundo vivido que faz sentido ser um artista,
que fazem sentido o ato artístico, a obra de arte, a crítica da arte e os manifestos
artísticos. Tudo isso se dá na dimensão da vida cotidiana, urbana por assim dizer, pois a
teorias da arte que são ciência da arte em relação à filosofia da arte, pois esta não é uma
ciência. O saber artístico, uma teoria ou uma estética, por definição, é algo genérico,
algo universal que pode ser ensinado e compreendido por diferentes pessoas de
diferentes gerações, assim como a teoria da tabela periódica. Essas teorias da arte
previamente, que então é posto como algo a ser conhecido e determinado, a ser
compreendido e explicado.
Nesse livro, ele diz algumas coisas que devemos levar em consideração. Primeiro, que:
não pode pretender estabelecer o que deve ser arte ou belo, mas pelo
Note-se que ele continua ainda preso ao modelo kantiano de que o cerne da arte é
uma experiência estética e, portanto, tem a ver com algo que se dá no sujeito. Ainda
estética na qual entra toda a experiência que tem a ver com o belo e com a
arte. Na experiência da arte, do leitor, do crítico, do historiador, do técnico da
filosófica tem a ver com a intuição ou a experiência artística. Mas ele diz algo muito
sério e problemático, ele diz que não há nada entre a reflexão filosófica e a experiência
tradição, que é a história, que são as relações sociais, que são as relações econômicas, e
reflexão filosófica pode ser imediata acerca da arte. Todavia, Pareyson continua:
De tal modo que “a estética deve ser guiada pela dúplice consciência de que o
filósofo não conseguiria dizer nada sobre a arte senão prolongando o discurso do artista
ou do crítico, e que este discurso, que é pré-filosófico, vai prolongado sobre o plano
especulativo" (PAREYSON, 2001, p. 20). O que Pareyson quer dizer é que o discurso
filosófico é um discurso de segundo nível, um metadiscurso sobre a arte, pois antes dele
das obras ditas “de arte” e dos discursos dos artistas, dos críticos e dos historiadores.
Ora, se minha hipótese está correta, de que a arte e o artístico constituem uma dimensão
do humano, uma dimensão primária do humano, nós poderíamos dizer com Nietzsche e
historiador e as obras “de arte” são como que impedimentos, obstruções para o pensar,
artístico. Daí que talvez para a filosofia o melhor seja não ver, não ouvir o que se faz e o
que se diz em uma determinada época como “arte”, no sentido de não tomá-los como
paradigmas e verdades da arte. Mas esta é apenas uma hipótese de trabalho ainda não de
juízo enquanto reconhece o valor da obra, isto é, enquanto repete o juízo com
que a obra nascendo aprovou-se a si mesma. A estética pelo contrário não tem
nem caráter normativo nem valorativo. Ela não define nem normas para o
artista nem critérios para o crítico. Como filosofia ela tem um caráter
Aqui novamente transparece outro aspecto, não mais da filosofia moderna, mas
da filosofia do século XX. Aquela filosofia que, segundo Pierce e depois Wittgenstein,
diz que o filósofo deixa tudo como está, que o discurso filosófico é um discurso vazio e
sem sentido. Ou, então, adota a atitude do analista-terapeuta que pretensamente apenas
ouve e pontua. Para Nietzsche, essa atitude seria niilista, uma atitude escapista daquele
filósofo que, por ser incapaz de dizer algo doador de sentido e orientador, se afasta da
pretensão de fazer sentido, de instaurar sentido. Pareyson está correto ao dizer que uma
filosofia da arte não pode ser normativa nem criteriosa, ou seja, que ela não estabelece
normas nem valores para o artista; no entanto, se uma filosofia não é capaz de abrir uma
dimensão, um horizonte de sentido e indicar caminhos, então ela deve se calar, ela deve
pensamento, como pensar o pensar, tem o único sentido de explicitar e fazer sentido, e
esse sentido, essa instauração de sentido que justamente a qualifica como arte, é o que
pode ser um indicador, um orientador para o próprio artista. E assim tem sido na história
fenômeno dos grandes pensadores, dos grandes filósofos como inspiradores para os
artistas, como instauradores de estilos artísticos, por apontarem, por pensarem o estilo
da estilização e o artístico que se perfaz nas artes. Não por serem primeiros ou estarem
acima em relação aos artistas, mas justamente por explorarem a mesma dimensão de
Agora, se a arte é um ato consciente, se arte é um agir, ela não se deixa resolver
causais. Um artefato sem artifício reduz-se apenas a um artefato técnico. Por isso,
embora seja um ato consciente, pode-se falar de uma oposição ambígua entre uma obra
de arte total e uma obra do acaso total. A arte se opõe ambiguamente ao acaso. Uma
obra de arte total, plena, difere de uma obra do acaso total, do caos, pois embora se diga
que o ato artístico esteja fundado na espontaneidade, ele parece jamais ser gratuito,
casual, e ao mesmo tempo não pode também ser meramente causal. Se a natureza é
acaso, a natureza é o oposto da arte. Agora, como pensar essa oposição ambígua, entre
Arte e Natureza, entre acaso e arte? Qual a relação da arte com a exploração das
diferencia de um objeto ou evento natural, técnico ou casual? Qual a relação entre esses
obras de arte. Eu sugiro que essa pressuposição seja abandonada, pois diferentes tipos
de entidades podem ser obras de arte, no preciso sentido de uma indiferença ontológica
do artístico em relação aos seus suportes ônticos, uma vez que entidades de diferentes
categorias ontológicas podem ser obras de arte. A não definibilidade da arte agora
encontra sua razão, pois as definições em geral subscrevem a sua extensão numa única
segue-se que o conceito de obra de arte tem de ser formal, e não genérico: por definição,
o que significa dizer que os diferentes objetos que são obras de arte não compartilham
conseguinte, a expressão “Isso é arte” expressa como que uma indicabilidade pura, não
significado da arte e das obras de arte, portanto, quando não é sobre o quê da arte, no
ser arte da obra de arte. Por isso, uma investigação filosófica da dimensão artística
compondo uma dimensão do humano. A partir dessa perspectiva as diferentes artes são
como que momentos que adquirem o seu ser-arte por pertencerem a essa dimensão, e
compreendida como tendo uma natureza e uma essência própria e una. A arte
num conceito oficial e numa categoria ontológica. Por isso, para fazer uma filosofia
das obras e dos atos, partimos do humano e da dimensão denominada “arte”, pois a arte
vida humana, sobretudo como parte da vida comunitária, pois há uma série de
eles podem atuar como artistas e, por sua vez, onde os objetos de arte também têm um
positivamente como “criação”. Note-se que nesses traços semânticos há uma indicação
direção a um operar no e com o que não está dado, mas possível, na dimensão da
irrealidade. Isso é o que torna a arte o oposto da ciência e da técnica. Uma maneira de
dizer isso é dizer que o que faz com que uma atividade ou objeto seja considerado
“arte” é a remissão a outras obras de arte, por anáfora regressiva ou projetiva, portanto,
que a remissão a uma tradição seja suficiente para o ser “arte” de uma obra de arte.
historiadores, críticos, de algo como “arte”, seria suficiente para torná-lo arte. A minha
hipótese de trabalho é que não, pois esses são critérios conservadores, factuais e
pré-dominados pela compreensão estabelecida do que seja e do que não seja “arte”.
Uma sociologia ou psicologia da arte pode ser fundamentada assim. Mas, a filosofia da
arte não pode fundar o seu parecer nesses critérios e práticas, por assim dizer
performáticos e pragmáticos, que instauram o ser daquilo que será apreendido como
arte a partir da sua nominalização. Ela deve buscar um conceito. Se não lhe satisfazem
os conceitos estabelecidos, ela deve então criar um novo conceito. Agora, como disse
antes, os conceitos filosóficos são formais, são como uma bússola; por eles se pode
fixar uma direção e um sentido, mas eles são: sem conteúdo factual, pois não nos dão o
sensação.
de arte, o que se apresenta como arte no mundo fático (o que as gentes consideram
desse modo de dar sentido e de apreensão do que se dá é que podemos falar de objetos,
atos e eventos artísticos. Essa apreensão conceitual tem sido realizada ao modo
que espanta é a permanência impensada dessas formas prévias em autores tão sagazes.
Todavia, desde Platão, é nota comum predicar a negatividade da arte e do artístico. Por
isso, para enfrentar esse mau hábito, deveríamos aceitar provisoriamente a indicação de
do ser”:
[...] nossa apreensão (Ergreifen) encontra nos objetos qualquer coisa de
pré-dado (etwas vorgegeben), sem que se entenda como decidir a questão de
seu ser ou não-ser. Nesse sentido, “há” também objetos que não são, o que eu
procurei designar através da expressão – obviamente como eu temia um
pouco bárbara, mas difícil de melhorar – “fora-do-ser do objeto puro”. Este
termo responde ao esforço para interpretar o estranho “es gibt” (há) que não
parece poder ser retirado dos objetos, mesmos os mais estranhos ao ser
(seinsfremdeste Gegenstände) e, sem ter que recorrer ainda a um terceiro tipo
de ser além da existência e da subsistência. Além disso, mais de uma vez eu
tive o sentimento muito claro de que este esforço não poderia alcançar a
positividade específica (eigentümliche Positivität) que reside, parece-me, no
caráter de pré-dado (Vorgegebenheit) de todo objeto concebível e apreensível
a princípio. Considerando isso, eu devo mencionar expressamente a
eventualidade que ainda possa haver, fora do existir e do subsistir, um
terceiro, que ninguém nomeia mais ser, e que, finalmente, deveria unicamente
ser caracterizado como qualquer coisa de aparentado ao ser (etwas
Seinsartiges) no sentido mais amplo do termo. O que resta ainda por decidir é
precisamente a questão de saber se o Aussersein (fora-do-ser) ele mesmo é
uma determinação ontológica (Seinsbestimmung) ou se ele indica
Essa atitude de Meinong tem de ser retomada diante da arte, no mínimo para
o dado-de-arte atual para a atividade pensante e para novos nomes e conceitos. Essa é a
formal, isto é, um significante que não impõe nenhuma determinação prévia ao que é
assim significado. Nessa situação, borra-se a distinção entre arte oficial, arte e não-arte,
então, isso é estético”. A distinção entre Estética e Filosofia da Arte não é apenas uma
questão de renomeação, pois no sentido forte da tese, ela implica a separação entre o
tentar pensar a arte por meio de conceitos não ligados imediatamente à sensibilidade e a
conceitos hedonistas, o que implica suspender a tese ontológica que afirma que “a obra
com o dado puro. Mesmo que se isole o dado de arte, a trama de esquemas e conceitos
referentes aos outros dados ainda estaria atuando e o novo conceito apenas faria sentido
em relação a esses outros conceitos, pois o artístico é uma diferença cuja identidade se
instaura a partir da diferenciação com o que não é arte. Por isso, uma primeira tentativa
ou entre arte e ilusão, pode não ser eludível, mas ela pode ser capturada por meio de um
outro esquema em que o juízo “isso é arte” não indique um estado subjetivo nem um ser
(OITICICA, 1986), como ação, como interação, como processo (ADORNO, 2000),
nas controvérsias da conversa cotidiana. Que esta seja uma atitude mais saudável e mais
sentido das palavras usadas para dizer a arte autoriza a correlação entre “artístico” e
ainda hoje estamos sob o influxo da injunção realizada por Kant (1993), ao teorizar o
juízo sobre a arte como um juízo cujo sentido e condições de verdade remeteriam a um
finalidade, de tal modo que o conteúdo desse juízo seria a reação do sujeito, e não a
propriedade do objeto.
leva a pensar coerentemente num mundo sem objetos. Para esse artista, “a satisfação
que experimentava com a liberação do objeto levou-me cada vez mais longe no deserto,
até aquele ponto onde nenhuma coisa de autêntico subsiste a não ser a sensibilidade – e
sensorial sem imagens nem noções” (MALEVITCH apud GULLAR, 1985 p. 134-135).
Essas localizações do cerne da arte no plano do sentir não são coisa do passado
e do artístico, afirmou esse primado do sentir de maneira clara novamente. Para eles, o
ser da obra de arte é um ser de sensação. Desse modo, a arte é localizada e encerrada no
apreensão:
apenas três órgãos sensoriais. A definição que Tartarkiewicz (1971, p. 150) forneceu,
baseada numa definição exclusiva com três cláusulas, exclui essa restrição:
(3) uma expressão de experiências tal que ela é capaz de evocar deleite, emoção,
ou choque.
institucional, dada por George Dickie, pela qual o meio artístico é uma instituição social
dinâmica, não estática, que define o que é arte. Nessa perspectiva, uma obra de arte, no
pessoas atuando em nome de certa instituição social (o meio artístico). Dickie (1969, p.
(1) um artista é uma pessoa que participa com entendimento no fazer de uma obra de arte.
(2) uma obra de arte é um artefato de um tipo criado para ser apresentado ao público do meio
artístico.
(3) Um público é um conjunto de pessoas cujos membros estão preparados em algum grau para
(5) Um sistema do mundo das artes é uma armação-instituição para a apresentação de uma obra de
desenvolvida por J. Kosuth (2006, p. 220), em relação à arte conceitual: “Uma obra de
arte é uma tautologia que é uma apresentação da intenção do artista, isto é, ele está
dizendo que aquela particular obra de arte é arte, o que significa, que é uma definição
de arte”.
filosófica em relação à arte e ao artístico. Essa indefinição, essa apreensão, nada mais é
encaixam nesses nomes e conceitos prévios, seja porque eles foram modelados por
obras e expressões artísticas particulares, seja porque tais nomes e conceitos implicam
normas e preceitos retirados das obras do passado, mas sobretudo porque a arte atual
impõe novos regimes ontológicos e extrapola os limites do que foi tido legitimamente
vigência da arte contemporânea. Isso indica que os filósofos talvez sejam vítimas de
dimensão do humano, isto é, como sinalizações para o âmbito em que o humano vem a
ser o que ele é. O âmbito da arte, assim, é pensado como sendo o onde e o quando do
existir humano qua humano, no sentido de que os atos artísticos reiteram a forma dos
num ser cuja existência apenas perdura por meio de atos de iteração de si, atos esses que
instauram essa existência com uma consistência própria. A atividade artística, desse
educação, política, amor). Na arte se trata de um agir cuja finalidade é possibilitar esse
mesmo agir; uma ação que implica sua própria iteração como condição de sua
possibilidade, uma ação que reitera uma ação. E nisso está sua primariedade para o
humano, pois este apenas tem ser enquanto reitera os atos de iteração pelos quais ele se
instaura. A arte, por conseguinte, é antes de mais nada expressão do humano na sua
plenitude. Uma obra de arte é aquilo que dignifica aquele que a fez ou a assim
compreende como humano. Nesse sentido, podemos dizer que o ato artístico constitui
insuficiência dos conceitos clássicos. As conclusões negativas sobre o ser das obras de
não-coisa, não-ação, não-verdade, não-ser, quando se quer falar da posição da arte. Tal
(“objeto-com-propriedades-e-relações-espaço-temporais”), mental
não dá conta sequer dos significantes e dos agentes envolvidos na situação artística.
Além disso, pressupõe que uma única categoria ontológica possa dar conta da arte. Mas,
uma obra de arte pode ser objeto concreto, ato, evento, processo, signo, forma, etc. Se
um conceito geral e uma definição de arte que seja capaz de apreender a totalidade do
que se põe como arte tem de ser abandonada. Todavia, e aqui está o erro daqueles que
arte.
capaz de orientar a apreensão dos dados, sem, contudo, estar fundado em características
ou propriedades disso que é dado. Nessa direção, uma caracterização mínima das
expressões “arte” e “obra de arte” implica reconhecer que quando se diz “Isso é arte”,
inclui as noções de artefato e artifício, e não de irreal ou ilusório; de ação, ato ou gesto
humano; de não natural, ficional ou imaginário, mas não a de falsidade. Além disso,
enquanto remete a uma dimensão humana, essa indicação implica ou exige o humano na
sua plenitude, mas não um sujeito puro sem interesses. Essa expressão indica um
artefato (gesto, ato, evento, objeto, sinal) que propicia ao humano reconhecer-se na sua
humanidade. E por isso mesmo uma obra de arte pode ser pensada como uma
humano apenas se define e identifica num horizonte ou plexo de sentido. Por fim, na
indicação do sentido da arte está implicada a ideia de estilo, no preciso sentido de que o
seu dar-se, por ele mesmo, estabelece limites, exclui e inclui (um mínimo denominador
que sugerem uma regra prática e ao mesmo tempo um modelo, como se dissesse: é
implicadas pela predicação de algo como arte e como artístico. A expressão “Isso é
arte”, dita de algo, implicaria dizer que isso é e tem sentido, que afeta e direciona o
liberdade, portanto, que é jogo jogável, que é gracioso, mas também perigoso e azaroso,
no preciso sentido de que produz e provoca a surpresa, que é a disposição para o
inesperado. Esse aspecto indica que se trata de algo que por natureza exige a iteração, e
algo “Isso é arte” também dizemos concomitantemente que isso é reflexivo, que é
espelhamento, amostra do humano; esse algo revela não um ente, mas um quem, que o
faz, percebe, executa, compreende, como humano, como mais humano. Mas de modo
dizemos, sobretudo, que tem estilo, ou seja, que fixa limites, que estabelece modos e
jeitos, enfim, que diz “É assim que se faz”, “É desse modo”, e exclui, separa, seleciona,
dizermos “Isso é arte”, queremos dizer que tem sentido, que é fictício, que é um
ludíbrio, que é iterável, reflexivo, e que estiliza. Em suma, isso é um modo singular de
Desse modo, ao dizermos “Isso é arte”, dizemos várias coisas, mas de modo
algum algo indeterminado ou indefinível. A forma dessa expressão é a das frases com
uma referência não determinante. Introduz-se algo no discurso cujo ser não está
sendo isso ou aquilo. Esse tipo de frase depende do contexto essencialmente, e o seu
sentido, por sua vez, apenas se determina pela retomada de sua referência pelos
na reiteração do artístico, tendo como exemplar aquilo que foi introduzido como “arte”.
apenas vigora na medida em que outros reconheçam esse ato e o reiterem. Na base da
arte está a ação, na sua realização a co-ação; essa ação, por sua vez, não exige um
esses que têm na sua matriz semântica o ver e perceber. Não penso negar que a
sugerindo é que o sentido das obras de arte não seja reduzido ao sentido que se pode
poder mostrar que ocorre sentido mesmo quando a imaginação e a sensibilidade estão
mesmas. Claro, eu estou pensando tanto em Frege, quando recusa o psicologismo para
fazer sentido da obra de arte. A arte inclui o imaginário e o sensível, mas não se reduz a
eles, embora a nossa consciência seja tal que o sentir e imaginar sejam inseparáveis do
agir e do dizer, ainda assim é no plano básico do agir interativo e cooperativo que o
do sentir, do perceber, do fazer e do dizer, com a indicação de que no gesto artístico está
em operação a reiteração da forma dos atos pelos quais o humano se constitui como
humano, no preciso sentido de que na arte está em jogo o exercício da atividade pela
clássicos: no ato do artista reitera-se o ato que fez do humano um animal metafísico.
pathos e aesthesis e à teoria da arte como logos e linguagem, mas também àquelas
sentido, bem como à teoria da arte como forma de vida de Wolheim, embora este
chegue perto da minha meta ao afirmar que na arte ocorre ‘‘a realização das profundas,
234). Todavia, embora seja assim, desse modo ainda não se diz o que é preciso dizer, a
saber, que na arte ocorre a ficção do humano. Isso dito no preciso sentido de que nas
atividades artísticas reitera-se a forma dos atos pelos quais o humano se instaura a partir
técnicas.
A minha proposição é que o cerne constitutivo do artístico é iterabilidade, a
repetibilidade não monotônica, no sentido de que a sua repetição produz novos sentidos,
um ato que nos solicita como agentes interativos, ato esse que exige como complemento
para sua realização um outro ato. Ou melhor, a arte é essa incitação ao gesto de
autoinstauração coletiva do humano, é essa ação de afecção do humano em nós. Daí que
humano em nós não é um dado ou um dom natural, mas um ficta, uma institutio, que
comunitária, na arte se exercita a forma mesma de instauração do ser humano. Por isso
não é um prazer estético nem metafísico, mas prático, provocado e realizado no plano
efetivação da liberação em relação à natureza para uma atividade que apenas se sustenta
dá no dançar.
Referências
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.
GADAMER, H-G. A atualidade do belo: a arte como jogo símbolo e festa. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1985.
LEVINAS, I. Reality and its shadow. In: CAZEAUX, C. The continental aesthetics
reader. London: Routledge, 2000. p. 117-128.
KOSUTH, J. A arte depois da filosofia. In: COTRIM, C.; FERREIRA, G. Escritos dos
artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. p. 210-248.
WOLLHEIM, R. Art and its objects. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press,
1980.