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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Curso de Zootecnia
Sabrina Masceno Sousa

ZOOTECNIA DE PRECISÃO:
O FUTURO DA AGROPECUÁRIA

ITAPETINGA, BA
2021
Sabrina Masceno Sousa

ZOOTECNIA DE PRECISÃO:
O FUTURO DA AGROPECUÁRIA

Trabalho apresentado no curso de


bacharelado da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia, ao professor
Alaor Maciel Júnior como requisito para
obtenção de nota na III unidade.

ITAPETINGA, BA
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

DESELVOLVIMENTO .......................................................................................... 5

1. SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO ........................................................................ 5

1.2 SENSORES ....................................................................................................... 5

1.3 ATUADORES .................................................................................................. 6

1.4 CONTROLADORES ........................................................................................ 7

2. COMUNICAÇÃO .............................................................................................. 7

3. TRANSPONDERS ............................................................................................. 8

4. ANTENAS .......................................................................................................... 9

5. SISTEMA DE AUTOMAÇÃO NA AGROPECUÁRIA ................................... 9

CONCLUSÃO ...................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 12


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INTRODUÇÃO

A agropecuária ou o setor agropecuário envolve as atividades humanas destinadas


ao cultivo da terra (agricultura) e à criação de animais (pecuária). Abrange não só a
produção de alimentos destinados ao consumo humano, mas também a alimentação de
animais e a produção de matérias-primas industriais, como as voltadas à produção de
energia, de celulose, têxtil e de borracha (GUIMARÃES, 2015).

Segundo Martello (2017), a zootecnia de precisão ganha espaço no setor


agropecuário, principalmente quando se entende que há uma necessidade crescente de
monitoramento e controle de todos os processos que envolvem a produção animal – seu
desempenho produtivo e reprodutivo.
Buscando sempre uma melhora nos setores da agropecuária diretamente
relacionadas com as ciências agrárias, a zootecnia de precisão tem como objetivo render
melhores resultados por hectares e com suas tecnologias conseguir “enxergar” o que
realmente acontece em determinada propriedade e o que pode ser feito para resolver
problemas relacionados a nutrição, sanidade e instalações. Com isso existirá uma
melhora na qualidade de vida tanto dos os animais quanto do produtor.

Desse modo, o objetivo desse texto é apresentar as principais tecnologias da


zootecnia de precisão e como ela pode agir no dia-dia de qualquer propriedade rural –
considerando suas características.
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DESELVOLVIMENTO

As tecnologias e equipamentos da zootecnia de precisão, tem como intuito o


acompanhamento automático e periódico dos animais presentes em uma propriedade e,
com vários processos conectados, busca-se sempre potencializar seus resultados.
É necessário atentar-se a alguns aspectos relacionados a adição desses
equipamentos no ambiente rural, tais incluem: o crescimento animal, doenças
endérmicas, comportamento animal e o local que o animal se encontra, visando seus
cuidados para evitar qualquer tipo de problema relacionado.

1. SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO

Os sistemas de automação viabilizam o monitoramento e controle da propriedade


rural de forma segura, busca-se automatizar atividades diárias e alertar de imediato o
usuário do equipamento a respeito de ocorrências indesejadas no ambiente observado. O
sistema deve analisar o ambiente que o cerca e promover ajustes de forma com que
proporcione valores previamente estabelecidos, vistos como ideais naquele momento.
É constituído de sensores, atuadores e um controlador de inteligência artificial.

1.2 SENSORES

É necessário sensores (Figura 1) em um sistema de automação que analise o seu


estado atual, medindo características visuais, olfativas e auditivas como a temperatura do
ambiente, luminosidade, gases presentes no ar, monitoramento de cios em vacas leiteiras,
entre outros para avaliar o bem-estar, estado sanitário e produtividade (individual ou
coletiva) do animal. Os sensores recolhem as informações e as processam através de um
controlador central que reage as informações com o método estabelecido no local.
Um termostato (Figura 2) é um exemplo clássico de sistema de automação com
sensores, ele possui um sensor que detecta variações de temperaturas no ambiente, com
isso, dado um limite estipulado pelo usuário o equipamento fica ligado se a temperatura
estiver abaixo ou desligado se a temperatura ultrapassar esse limite. Existem sensores de
temperatura mais modernos que podem evitar qualquer erro de leitura durante o processo
de observação. Tais são ligados a um chip, que medem a temperatura utilizando um
circuito oscilador de alta precisão e convertem o valor num sinal digital. Esse sinal é
transferido por um cabo até o microcontrolador, permitindo ler sem uma possível
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interferência eletromagnética, possuindo também um protocolo que detecta e corrige


erros de transmissão.

Figura 1 – sensor de temperatura corporal Figura 2 – termostato digital

1.3 ATUADORES

Os sistemas de automação não são apenas resumidos em coleta de informações, eles


também atuam sobre o que está sendo analisado, normalmente em resposta a algum estado
detectado pelos sensores. Fazendo referência ao corpo humano, novamente, os atuadores
seriam os músculos – recebem um estímulo nervoso específico do cérebro e atuam de
uma determinada maneira, seria o elemento que produz movimento.
O mecanismo de funcionamento dos atuadores é considerado mais simples que o
de sensores. Existem inúmeros tipos de atuadores, na verdade, qualquer objeto que pode
ser manejado e controlado de alguma forma com capacidade de atuar como um atuador,
pode ser um. Exemplo clássico: motores (Figura 3).

Figura 3 – exemplos de atuadores (motores)


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1.4 CONTROLADORES

Para que que os sensores e atuadores funcionem em sintonia, é necessário a


utilização de controladores, para que possa receber informações dos sensores, processar
e transmitir aos atuadores (Figura 4). Os controladores são circuitos elétricos com níveis
de sofisticação variada. Um termostato com um nível um pouco maior de elevação por
exemplo, utiliza-se de um controlador simples que interpreta o valor da temperatura lido
pelo sensor, compara-o com valores preestabelecidos e liga ou desliga diversos atuadores
ao depender do valor da temperatura.

Figura 4 – esquema geral de um sistema de automação

2. COMUNICAÇÃO

A comunicação entre os sistemas de automação pode ser constituída por uma única
unidade de controle ou várias unidades descentralizadas interligadas de maneira
semelhante a computadores conectados em uma rede – nesse tipo de sistema, os vários
controladores trocam mensagens entre si, seguindo os valores e protocolo estabelecido
no local analisado.
Os métodos de funcionamento variam, um controlador pode atuar sozinho e de
maneira diferente ligado a uma determinada rede; a rede pode atuar configurando o
funcionamento das unidades individuais ou pode definir a ação de cada controlador. Um
dos controladores pode atuar e comandar outros ou pode atuar também independente, a
escolha mais adequada depende do tipo de sistema que pretende implantar na propriedade.
A conexão da comunicação em computadores pode ser permanente ou intermitente, ou
seja, é possível que um computador portátil seja conectado ao sistema, programar e
configurar o mesmo. O ambiente em que se encontra o computador pode estar ligado a
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uma rede de computadores ligados à internet, auxiliando o usuário no monitoramento à


uma distância considerável.

3. TRANSPONDERS

Após coleta de informações através do sistema de automação, é importante utilizar


determinado método para a identificação dos animais, seja um mais tradicional ou
tecnológico. Nos últimos anos uma tecnologia inovadora para a identificação de animais,
é a identificação eletrônica, obtendo vantagens comparadas aos meios mais tradicionais,
por conta de sua precisão. O dispositivo é geralmente denominado de transponder (Figura
5) que obtém informações necessárias para a identificação única de um determinado
animal ou objeto. O interior desse dispositivo é composto por um microchip (Figura 6)
específico, no qual é anexado no animal que seria alvo de identificação.

Figura 5 – transponder Figura 6 – microchip

Com a obtenção da identificação atribuída ao animal, contida no transponder, é


realizado através de um aparelho leitor utilizando algum meio de comunicação sem fios
(radiofrequência) possuindo antenas que permitem a ativação do microchip contido no
transponder e assim obter o código de identificação como resposta. Na maioria das vezes,
esse método é utilizado para gerenciar rebanhos enormes em sistemas de produção
comercial. Essa observação com microchips pode ser cotidiana – já que gera uma gama
de informações comportamentais obtidas através de um monitoramento digital com
auxílio de um sistema, possibilitando uma melhor análise do contexto de bem-estar
animal, favorecendo a produção; gerando lucros e conforto para o produtor.
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4. ANTENAS

Os leitores ou antenas tem a função de recolher dados dos transponders (Figura 7).
Ao serem colocados em pontos específicos dentro da propriedade através de uma conexão
com softwares (conjunto de componentes lógicos de um computador capaz de processar
dados) que fazem o monitoramento do comportamento dos animais no ambiente, através
das informações obtidas pelos transponders. Os softwares possibilitam a maximização de
precisão que através de constatações notifica problemas, transferência de dados, gerencia
um único local e entre outros.
Pode-se utilizar antenas em pequenas quantidades ou um sistema completo que
atuará também dentro de segmentos inteligentes, relatando eventos através da topografia
e gerenciando todos os dispositivos eletrônicos em função de melhores respostas.

Figura 7 – Leitores de RF/ID

5. SISTEMA DE AUTOMAÇÃO NA AGROPECUÁRIA

Vale ressaltar que todos os equipamentos utilizados na zootecnia de precisão


buscam-se automatizar processos e melhorar os sistemas, visando um maior rendimento
na produção e assim reduzir perder, consequentemente custos. Quanto mais sofisticado o
sistema, maior será sua eficiência mediante as situações contidas no local. A utilização
desse sistema, quando bem elaborado e manejado pode responder a situações complexas
de forma inteligente podendo evitar que problemas contidos na propriedade se agrave e
propague.
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Para reduzir perdas de animais, é importante a utilização de identificação eletrônica


– como já citado no texto, com o uso de colar e pulseiras, independe do dispositivo
escolhido, desde que, possua um transmissor que emita um número de série permitindo
identificar o animal e assim monitorar sua atividade. Na produção de vacas leiteiras por
exemplo, essa aplicação pode ser feita para a identificação automática de cada vaca
durante a ordenha, com isso, a produção de leite pode ser registrada e com esse registo
ficará viável saber a quantidade de ração ser fornecida para cada vaca individualmente.
Os comedouros com tecnologias implantada pode controlar a quantidade de animais
ao se aproximarem do comedouro. Possui um receptor ou antena que identifica a
quantidade de animais dentro do comedouro, mesmo funcionando a uma distância
pequena. O sistema assim, acaba comparando o número de animais com base nos dados
registrados e liberando uma quantidade específica de ração para cada animal.
O sistema de controle térmico também possui sua importância à medida que,
mantem os animais com sua temperatura corporal adequada. O controle do ambiente pode
variar dos simples aos mais complexos – que medem a umidade do local, velocidade do
vento, cortinas com abertura automática, resfriadores e aquecedores.
Transmissores podem ser utilizados para observar animais em reprodução –
inseminação, vacinações, nascimentos e exames em geral. Outro ponto a ser observado é
o histórico de produção do animal (rastreamento) para o conhecer seus índices de
rendimento de carcaça, como está a carne e qualidade do produto ao final, já que tudo
isso é influenciado em como e em que local o animal foi criado e manejado. Desse modo,
cuidados com auxílio de tecnologias referentes a genética, nutrição e bem-estar animal
pode render um ótimo produto nas mãos do consumidor e consequentemente uma ótima
qualidade de vida ao produtor.

CONCLUSÃO

É preponderante se atentar aos avanços tecnológicos e dessa forma adaptar-se a ele,


com objetivo de melhorias nas propriedades rurais, na produção animal, qualidade de vida
e bem estar. A zootecnia de precisão tem como foco tais melhorias, com otimização e
utilização de recursos viáveis, por isso, a zootecnia de precisão é considerada como o
futuro da agropecuária.
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Todo investimento tem seus custos, visto que tecnologias e equipamento demanda
gastos, mas esse investimento a longo prazo pode ser observado como uma oportunidade
de se tornar um produtor de respeito, com animais em destaque e assim elevar seus lucros.

Dessa forma, esse trabalho forneceu conhecimento a respeito de algo que até então,
não possuía conhecimento. É interessante perceber que todos esses mecanismos são para
cada vez mais melhorar a nossa forma de produção, cuidando dos animais obtendo um
ótimo resultado, diminuindo riscos e incidentes. Os avanços tecnológicos estão aí, basta
serem utilizados com sabedoria e acreditamos que a zootecnia está fazendo isso.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NÄÄS, Irenilza A. Zootecnia de Precisão. Universidade Federal do Rio de


Janeiro. Disponível em:
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/varella/Downloads/IT190_principios_em_agricult
ura_de_precisao/livros/Capitulo_2.pdf. Acesso em: 22 de mar. de 2021
PINHEIRO, Cristina; PINHEIRO, Anacleto. Dispositivos da zootecnia de precisão.
Inovação e tecnologia na formação agrícola, 2017. Disponível em:
https://agrinov.ajap.pt/images/diapositivos/Diapositivos_Zootecnia_de_Precisao.pdf.
Acesso em: 22 de mar. de 2021.
DA SILVA, Iran José O. Automação dos sistemas para o aumento do conforto
animal. Universidade de São Paulo, 2015. Disponível em:
http://www.nupea.esalq.usp.br/admin/modSite/arquivos/imagens/857de97217f133bbcc4
b48b3db797a68.pdf. Acesso em: 22 de mar. de 2021.
MARTELLO, Luciane S. Zootecnia de precisão: conceitos, aplicações e desafios.
Universidade de São Paulo, 2017. Disponível em:
https://proceedings.science/zootec/papers/zootecnia-de-precisao--zp---conceitos--
aplicacoes-e-desafios. Acesso em: 22 de mar. de 2021.
GUIMARÃES, Diego D.; PEREIRA, João Paulo O. Agropecuária. Departamento
de agroindústria, 2015. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14158/2/Agropecu%C3%A1ria_P_B
D.pdf. Acesso em 23 de mar. de 2021.

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