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 SLIDE 2: Kenneth Robert Ol wig nasceu em 1946 e foi criado em Staten

Island, na cidade de Nova York, muito de seu trabalho é sobre paisagens da


Europa, principalmente da Escandinávia, a região de onde veio sua família,
assim como da América do Norte. Ele escreveu um PhD, Nature’s
ideological landscape, em geografia na Universidade de Minnesota,
supervisionado por Yi-Fu Tuan, sobre a transformação das charnecas da
Iutiland na Dinamarca 1750-1950. Muito de seu trabalho [...] conhecido é
sobre o conceito de paisagem, fazendo uma abordagem filológica usando
fontes históricas e métodos etmológicos.
[...]
Atualmente é professor emérito da Universidade Sueca de Ciências
Agrárias.
Fonte: https://landscaperesearch.org/
Fonte: https://journalofeuropeanlandscapes.eu/article/48405/

Em relação à obra apresentada e publicada em 2002, Kenneth Ol wig


esmiúça, aproveitando sua base teórico-metodológica, aspectos etmológicos
e filológicos para traçar um elo entre paisagem, natureza e corpo politico.
Em relação ao capítulo 1, apresentado anteriormente, iniciamos com a
seguinte citação. Pode passar o slide.

 SLIDE 3: Landscape fez sua entrada dramática no palco inglês e nos influentes
reinos dos discursos do inglês moderno, através da veiculação de uma
fabulosamente cara prestigiosa máscara da corte, The Masque of Blackness (A
Máscara da Escuridão), escrito por Ben Jonson e encenado por Ainigo Jones. A
Máscara foi chamada de “Máscara da Rainha” porque foi a rainha de James I,
Anne da Dinamarca, que concebeu a ideia para a máscara e providenciou para
que fosse produzida com ela mesma em um papel principal. Ela assumiu os
serviços de Ainigo Jones de seu renomado irmão, o rei Christian IV da
Dinamarca, e fez com que Jones fizesse o design de palco e cenografia. Ela fez
de Ben Jonson seu protegido na corte quando lhe pediu para fazer o texto
(Jonson 1969, 48). Este mix internacional sugere que o renovado interesse pelo
conceito de paisagem nesta conjuntura da história inglesa deve ser vista à luz
dos discursos e das práticas na Europa de maneira mais geral. (OLWIG, 2002,
p. 3, tradução nossa).

Ol wig, nessa citação, inicia seu interesse por paisagem captando essa noção
com base na cenografia de uma peça, intitulada A máscara da escuridão
(máscara é uma espécie de entretenimento que aproxima dança, teatro e
música). Além disso, diante de toda a trama em que envolve tal produção, o
estudioso aproxima a trama com um contexto maior, tanto em relação à
conjuntura da História Inglesa quanto da Europa, tendo, conforme citamos
anteriormente, a noção de paisagem como ponto de partida e fio condutor.
Por sua vez, prosseguimos com a próxima citação. Pode passar o slide.

 SLIDE 4: O Renascimento foi uma era cosmopolita, e a corte inglesa um lugar


cosmopolita. Anne viveu na Dinamarca, Miclenborg e Escócia; Jones explorou
a Itália e trabalhou para um rei dinamarquês; e Jonson tinha estado na
Holanda. Esta foi uma era antes do nacionalismo estreitar a linguagem e as
mentes dos europeus. Para entender o significado de paisagem em
desenvolvimento, é aconselhável olhar para o contexto mais amplo do
Renascimento internacional, no qual o discurso inglês sobre paisagem e país
ocorreu. Os discursos refletem uma época, mas são produtos de indivíduos
concretos que se expressam nos contextos pessoais de suas vidas. Por essa
razão, este capítulo traça os passos da rainha Anne e do rei James de volta paa
a casa dinamarquesa de Anne, onde eles começaram o que se tornou um
casamento muitas vezes tempestuoso, augurado pela tempestade (OLWIG,
2002, p. 3, tradução nossa).

Novamente, Ol wig reforça o contexto no qual estuda, o chamado período


moderno e marcado pelo Renascimento. Esse período em sua fala, não
apresentava a égide dos nacionalismos, facilitando intercâmbios e
preambulações. Por fim, o autor apresenta a relevância de analisar os
passos de Anne e de James durante o retorno deles à Dinamarca para
compreender o início do conflituoso casamento deles. Pode passar o slide.

 SLIDE 5: Imagem.

Na imagem, evidenciamos um esboço de Ainigo Jones mostrando uma


mulher, provavelmente a Rainha Anne da Dinamarca, em um cocar de
máscara. Pode passar o slide.

 SLIDE 6: Refazer a trilha do progresso do casal real fornece um meio


narrativo para descobrir pistas para o pano de fundo continental da palavra
Landtschiap, antes que ela apareça na cena introdutória de The Masque of
Blackness Máscara da Escuridão britânica. O objetivo deste conto é facilitar a
compreensão dos diferentes significados de paisagem, natureza e território. A
história da conexão dinamarquesa de James ajuda a revelar como os diferentes
significados desses conceitos foram ligados em um contexto que informou a
vida das pessoas que desempenhariam papéis importantes pela "invenção" da
Grã-Bretanha na corte inglesa (OLWIG, 2002, p. 5, tradução nossa).

Ol wig nos faz entender que seu interesse por seguir os passos de Anne e
James está ligado à etmologia, ou seja, entender o desenvolvimento e os
significados de palavras como paisagem, natureza ou território. Dessa
forma, Ol wig segue analisando a conexão dinamarquesa do rei James I
para compreender como o desenvolvimento dos diferentes significados
dessas palavras acabaram ligados ao contexto que influenciou a trajetória
das pessoas responsáveis pela invenção da Grã-Bretanha. Agora seguimos
para o próximo tópico intitulado CONEXÃO DINAMARQUESA
TEMPESTUOSA DO REI JAMES para saber mais da influência de Anne e
sua apreciação artística na vida de James. Pode passar o slide.

 SLIDE 7: CONEXÃO DINAMARQUESA TEMPESTUOSA DO REI JAMES


James VI da Escócia se opôs, por princípio, a permitir que sua rainha “se
intrometesse com a Política governamental da Comunidade” (James I [1599]
1969, 98). Anne, no entanto, teria aprendido com sua própria mãe astuta, a
rainha dinamarquesa Sophie de Miclenborg, que muito do poder do tribunal
residia na manipulação da face simbólica que apresentava ao corpo político
(Bech 1963, 510-21). Anne literalmente se colocou no papel de “a gloriosa
padroeira desta poderosa Monarquia”. Se James emprestasse seu apoio aos
interesses teatrais de sua esposa, poderia ter sido porque o recluso rei entendia
qual poderia ser o papel da Máscara em promover seus objetivos políticos
(Parry 1981; Goldberg 1983; Marcus 1986, 25-26) (OLWIG, 2002, p. 5,
tradução nossa).
Ol wig nos mostra a influência política de Anne pautada especialmente
pelas experiências de sua mãe. Ademais, o autor revela inicialmente uma
oposição de seu marido acerca dessa influência, no entanto, dada a
percepção dele do possível do papel da máscara em relação a seus objetivos
politicos, essa oposição perdeu força. Ainda sobre a figura de Anne, Ol wig
reintera. Pode passar o slide.

 SLIDE 8: Com a notável exceção de uma biógrafa (Williams, 1970), os


historiadores da Grã-Bretanha depreciaram ou ignoraram a rainha Anne da
Dinamarca. Seu relacionamento com James era tempestuoso, e os historiadores
têm tendência a ficar do lado do monarca britânico nativo - embora o
casamento de Anne com um homem que se diz ser neurótico e misógino
dificilmente tenha sido fácil. “Ora! James casou-se com uma esposa estúpida”,
exclama galantemente um dos biógrafos de James (Willson 1956, 95). “Seu
amor por alegria e dança, por jogos, Máscaras e desfiles”, somos informados,
“era infantil em vez de cortês.
[…]
Depois que o marido de Anne foi coroado James I da Inglaterra e o casal se
mudou para Londres, Anne seguiu o exemplo de suas famílias dinamarquesas e
alemãs ajudando a colocar o teatro sob a proteção da corte […] (OLWIG,
2002, p. 6-7, tradução nossa).

Nessa citação o autor inicialmente reforça o esquecimento acerca do papel


de Anne na corte inglesa. Em seguida, nos mostra que mesmo em um
casamento com um homem tempestuoso como o rei James I, Anne
conseguiu demonstrar sua influência principalmente aproveitando-se da
contribuição artística de sua família como na Dinamarca, por exemplo,
transformando-a em referência da Renascença europeia. Assim, deixou o
teatro sob proteção real, acionou artistas, intelectuais, além disso, nomes
como Ainigo Gomes passaria de cenógrafo das máscaras reais para
influente arquiteto na corte inglesa. Pode passar o slide.

 SLIDE 9: Imagem.

Na imagem, identificamos The Queen’s House em Greenwich. Desenhado


em 1616, foi encomendado a Ainigo Jones por sua mentora, a Rainha Anne
da Dinamarca. Novamente, retomamos nossas discussões com uma citação
sobre Anne. Pode passar o slide.

 SLIDE 10: A paixão de Anne pelo teatro e pelas Máscaras é em grande parte
responsável por sua impopularidade com a posteridade. Os presbiterianos
escoceses e os puritanos ingleses da era da guerra civil desprezavam o teatro
por razões políticas, religiosas e morais. O desdém puritano pela face teatral da
corte Stuart complementava sua repugnância pelas somas astronômicas gastas
pelas cortes renascentistas em pompas e Máscaras (Orgel 1975, esp. 40-42;
Parry 1981, 40-63; Strong 1984). Os historiadores nacionalistas, por sua vez,
canonizaram os julgamentos puritanos […]. Anne trouxe o gosto pelo
espetáculo da Renascença continental para a corte de Londres, mas ela nunca
teria uma carta branca virtual para drenar o tesouro real se James I não a
tivesse permitido. James teria aprendido o valor das artes como meio de
fortalecer a imagem da monarquia durante o longo período em que se preparou
assiduamente para a ascensão ao trono inglês (OLWIG, 2002, p. 7, tradução
nossa).

Novamente Ol wig revela as contradições acerca do papel de Anne nos


estudos históricos ingleses. Além de mais uma vez ressaltar a influência dela
nas decisões de James I quantos a suas pretensões políticas. Com base nessa
influência, a perspectiva do autor se dirige para o período anterior à
ascensão de James ao trono inglês, mostrando, por exemplo, sua estadia na
Dinamarca. Pode passar o slide.

 SLIDE 11: [...] O rei James VI da Escócia nunca tinha estado em Londres
antes de ser coroado rei James I da Inglaterra em 1603, mas, mais de uma
década antes, ele tinha estado em Copenhague.
[...]
A visita de Jame sa Copenhagen resultou de uma falha nos planos de seu
casamento com Anne. Em 1589, ainda uma jovem adolescente, Anne, filha e
irmã de poderosos reis dinamarqueses, partiu da Dinamarca, com uma flotilha
da marinha dinamarquesa, para se casar com o rei escocês, James VI. A mãe de
Anne, a rainha Sophie de Miclenborg, havia arranjado o casamento após a
morte em 1588 de seu marido, o rei Fredrik II da Dinamarca [...].
[...]
O clima diplomático pacífico que se seguiu ao noivado de Anne com James foi
quebrado por uma violenta tempestade de natureza meteorológica. Enquanto a
flotilha de Anne estava a caminho da Escócia, as tempestades levaram os navios
a buscar abrigo em Oslo, Noruega. Inflamado, talvez, pelo retrato da princesa
núbil, loira-clara, enviado a ele pela rainha Sophie, o jovem rei fez uma
demonstração incomum de galantaria romântica e partiu pessoalmente para
Oslo [...] O casal se casou em Oslo e passou o Natal lá, depois do qual foram
levados de trenó pela costa até a Dinamarca, onde a cerimônia de casamento
foi realizada novamente no magnífico novo castelo renascentista em Elsinor - a
localização do Hamlet de Shakespeare. James então permaneceu na Dinamarca
[...] O que James viu na Dinamarca provavelmente superou tudo o que ele
conhecia da Escócia (OLWIG, 2002, p. 8, tradução nossa).
Nessa citação Ol wig relata a trajetória do casamento de James com Anne
bem como a estadia na Dinamarca e o impacto da viagem na vida dele. Em
seguida, o autor apronfunda mais essa experiência para, assim, prosseguir
para o próximo tópico intitulado: A PAISAGEM COMO ESPELHO DA
POLÍTICA E DO LUGAR. Pode passar o slide.

 SLIDE 12: James conheceu tanto na Dinamarca que deve ter fortalecido sua
crença de que os ideais governamentais baseados na ciência e nos princípios da
“lei natural” deveriam fornecer a base do governo [...] A Dinamarca havia
emergido recentemente de um período de turbulência política que, em última
análise, girava em torno de muitas das mesmas questões que atormentavam
James em seu país, na Grã-Bretanha. James desejava governar o território
geográfico da Grã-Bretanha, dentro dos limites dos quais a Inglaterra e a
Escócia seriam unificadas sob o direito divino de sua lei. Na Dinamarca, ele
encontrou um estado dinamarco-norueguês que conseguiu unir uma diversidade
de terras e estava a caminho do governo absoluto da lei da monarquia [...].
Os reis dinamarqueses haviam triunfado em uma situação em que a guerra civil
ameaçava a própria existência do Estado dinamarquês. Essas lutas internas
basicamente giravam em torno de concepções conflitantes sobre o que era mais
legítimo representante da política. Era a monarquia em sua pessoa ou eram os
membros de um corpo representativo? É nesse contexto que James teria
encontrado o conceito contestado de Landtschiap - para usar a grafia alemã de
Landtschiap (o alemão teria sido uma língua franca na cosmopolita corte
dinamarquesa) (OLWIG, 2002, p. 9). Pode passar o slide.

 SLIDE 13: A PAISAGEM COMO ESPELHO DA POLÍTICA E DO LUGAR

O terreno contestado do Landschaft


Um dos primeiros atos do pai de Anne depois de se tornar o rei Frederik II em
1559 foi [...] conquistando [...] uma pequena e rica república agrícola na costa
oeste da Iutliand, a Landschaft de Dímarchen. Frederik o atacou porque alegou
que pertencia ao seu vizinho ducado de Holstain [...]. Embora um Dímarchen
dividido tenha eventualmente sido autorizado a manter um certo grau de
domínio local, tornou-se firmemente subordinado com os ducados de Chilis-ir-
Holstain de Frederik.
[...]
Que tipo de lugar era Dímarchen, e por que era um anátema (entrave) para o
rei? Vários séculos depois, em 1813, quando o clima político da Europa estava
se afastando do absolutismo, o respeitado lexicógrafo, bibliotecário e
historiador dinamarquês Christian Molbech sentiu-se impelido a responder a
essa pergunta. Ao ler sua história das guerras com Dímarchen, fica claro por
que este Landschaft foi um espinho no lado de um estado monárquico em
consolidação. O tom da linguagem de Molbech também deixa claro como o
precedente estabelecido por
Dímarchen poderia ter inspirado sonhos de uma forma representativa de
governo em uma época em que tal sistema era raro [...] OLWIG, 2002, p. 9-10).

Ol wig por meio desse tópico e dá análise das observações de Molbech


delineia sua preocupação etmológica e filológica. Com base em termos como
landsqueib e Landschops-huus (termo utilizado pelos habitantes de
Dímarchen para designar tanto a assembleia quanto o local de realização
dela), o autor percebe que ambos os termos estão ligados a uma forma
particular de governo, portanto, Ol wig presume que Landchaft representa
uma noção de política manifestada no corpo representativo; uma
comunidade política. Por sua vez, o autor identifica que Landchaft é
atribuído não só à ideia de lugar, mas também à noção de um corpo social,
compreendendo o termo como referência ao desenvolvimento físico de um
lugar e a um local de governo, uma paisagem política. Uma paisagem na
qual agreva um corpo político de cunho representativo e intrínseco ao
lugar, denotando resistência a determinados interesses políticos. Em
seguida, continuamos a desenvolver seu raciocínio no próximo subtópico
intitulado Frisian Landschaft. Pode passar o slide.

 SLIDE 14: Frisiun Landschaft

Historicamente, Dímarshen não foi de forma alguma o único Landschaft em


Chilis-ir-Holstain [...]. Tanto Chilis-ir quanto Holstain (Holstin em
dinamarquês), ao sul, eram compostos de um amálgama complexo de territórios
cujo governo, por vários nobres alemães e dinamarqueses e pelo rei
dinamarquês, era determinado de acordo com uma série infinita de
compromissos entre facções. Essa falta de unidade criou o espaço livre que
permitiu que áreas relativamente independentes como as diferentes Landschaft
da Frisland do Norte mantivessem seus antigos corpos jurídicos e, portanto,
uma identidade legal independente como paisagens políticas. (OLWIG, 2002, p.
10-11, tradução nossa).

Em seu curso etmológico-filológico, Ol wig esmiúça termos não só para


trazer essa ideia de paisagem ligada a um lugar e a uma estrutura política,
mas também para destacar as particularidades dessas regiões: lugares com
relativa autonomia, reforçando o apresentado anteriormente. Ademais,
substancia sua discussão trazendo um denso estudo estatístico-topográfico
de Iens Peter Trap de 1864 em que esse pesquisador corrobora com as
análises de Ol wig em analisar também essas regiões e suas particularidades
políticas, marcadas, conforme mencionamos anteriormente, pela relativa
autonomia. Continuando. Pode passar o slide.

 SLIDE 15: Os Landschaften descritos na topografia de Trap eram territórios


disputados, embora conseguissem manter suas identidades legais [...]. Essa
fragmentação, no entanto, explica por que os ferozmente independentes
Landschaften puderam, no entanto, aceitar a estabilização e efeito unificador de
uma autoridade superior. O povo de Dímarshen assim aceitou a autoridade
externa nominal do bispo de Bremen.
[...]
Os reis dinamarqueses tinham soberania nominal sobre a Frisland do Norte,
mas repetidas vezes os frísios e a população de outras Landschaften lutaram
para defender seus direitos especiais e sua independência. Explorando a luta
faccional entre os reis e a nobreza, os Landschaften procuraram manter suas
identidades jurídicas e políticas especiais. Foi nessa situação que o povo de
Airastedi decidiu redigir sua antiga lei e, assim, ajudar a formalizar seu status
político. O Chilis-ir Landschaften, no entanto, nem sempre escolheu o lado
vencedor (OLWIG, 2002, p. 12-13, tradução nossa).

Prosseguindo, Ol wig ressalta que mesmo sendo territórios disputados, as


Landschaften conseguiam manter suas identidades legais. Nessa conflituosa
relação territorial tanto esss regiões aceitavam a presença de uma
autoridade superior (o autor exemplifica por meio do povo de Dímarshen
que aceitou a autoridade do bispo de Bremen), quanto essas regiões
acabavam lutando por seus direitos por meios de diferentes revoltas. Além
disso, no próximo subtópico o autor ressalta que a força militar não era a
única ameaça para essas regiões. Pode passar o slide.

 SLIDE 16: Chilis-ir Landschaften perdido

A força militar não era a única ameaça ao Landschaften de Chilis-ir. Obras de


referência topográfica do século XVIII listam uma série de “lendqueibar” nos
solos secos e férteis do leste de Chilis-ir que não são mais registrados na
topografia do século XIX de Trap, ou que são registrados como tendo um status
incerto [...].
[...]
A explicação para a “perda” ou desaparecimento de alguns Landschaften
parece ser que eles estavam localizados no lado oriental da península. Esta
região foi sujeita a “senhorilização” (domínio senhorial) considerável por
causa da adequação de seu solo para a agricultura e por causa da adequação
de seu solo para a agricultura e porque suas prósperas cidades nos excelentes
portos do Báltico proporcionavam um bom mercado para os produtos de
intensiva agricultura senhorial (Hellesen e Tuxen 1988, 249; Poulsen 1988). As
Landschaften, na costa oeste, por outro lado, não apresentavam um ambiente
atraente para o investimento senhorial devido ao perigo de inundações e à
necessidade de conhecimento local especializado e sistemas complexos de
organização para manter o intrincado sistema de diques [...] Todos esses
fatores mitigaram tanto uma conquista senhorial quanto a penetração dos
centros políticos e econômicos urbanos (Poulsen 1988; Knottnerus 1996)
(OLWIG, 2002, p. 13-15, tradução nossa).

Ol wig ressalta que em registros do século XIX, já não se encontravam


certas Landschaften. Por um lado, essas regiões acabaram por serem
dominadas senhorialmente, por outro, elas acabaram sendo penetradas por
centros políticos e econômicos. No próximo slide, o autor por meio de um
mapa nos fornece uma orientação dessas regiões.
 SLIDE 17: Imagem.

Na imagem, o mapa político de Chilis-ir-Holstain antes de 1864. Norte e Sul


de Dímarshen estão no sudoeste [...]. 

 SLIDE 18: Pode ter havido fatores culturais e geográficos que trabalharam
para preservar o Landschaften frísio [...].
[...]
A análise de [Marc] Bloch sugere que foi a força dos laços de parentesco e da
organização comunitária que ajudou os Landschaften de Dímarshen e Frisland
a sobreviver. Ferdinand Tonnies, que cunhou os termos Gemainschaft e
Desellschaft (comunidade e associação), em seu clássico estudo sociológico
com esse nome, nasceu em 1855 em Airastedi […]. Acredita-se que ele tenha
sido motivado a desenvolver essa divisão bipartida da sociedade por sua
experiência, em 1864, da incorporação dos ducados de Chilis-ir e Holstain na
Prússia, que transformou "uma comunidade política em um mero distrito
administrativo" (Loomis 1955, xxv; Knottnerus 1992, 334, 341-42, 345-46).
[...]
Embora essas comunidades de Gemeinschaft possam ser vistas como
tradicionais, isoladas e atrasadas por aqueles que igualam a modernidade a um
estado centralizado, as Chilis-ir-Holstain Landschaften eram progressivas e
bem conectadas […]. Eles eram parte integrante de uma série de comunidades
territoriais […], formando uma parte contígua rural para as cidades
hanseáticas livres [...]. Indo contra o grão centralizador da formação do estado
interior, esta área teve sucesso porque seus sistemas econômicos e sociais
forneceram uma alternativa flexível para o estado centralizado (Rokkan 1975,
576; Schama 1987b; Knottnerus 1996). (OLWIG, 2002, p. 15-16, tradução
nossa).

Por fim, Ol-wig apoiado por Marc Bloch mostra também Landschaften que
sobreviveram por meio da força de parentesco e da organização
comunitária. Com o passar do tempo e novas conjunturas históricas se
desenvolvendo, novos termos acabaram por diminuir o papel dessas regiões.
O autor rebate essa ideia, enaltecendo o papel delas e mostrando-as como
contraponto acerca do desenvolvimento dos Estados Modernos. Assim, por
meio dessa citação encerro minha parte e passo a palavra para que
aprofundará essa preocupação filo-etmológica de Ol-wig acerca do termo
Landschaft. Mais uma vez boa tarde!

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