Livro Curso Básico em Eletricista Encanador

Básico em
Eletricista/Encanador
Básico em
Eletricista/Encanador
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Mensagem do Governo de Goiás
É com imensa satisfação que iniciamos a 2ª etapa do Bolsa Futuro, o maior programa
estadual de qualificação profissional do País. Nos próximos meses, você fará parte da
comunidade de 150.000 cidadãos de 110 municípios de Goiás que farão os cursos de
qualificação profissional inteiramente gratuitos do programa. Além dos cursos gratuitos, os
alunos matriculados que cumprirem a carga horária mínima de aulas (75% de frequência)
receberão R$ 75,00 por mês a título de incentivo financeiro.
A economia de Goiás vem crescendo acima da média nacional e tem exigido

trabalhadores cada vez mais preparados para o mercado de trabalho. Tão importante
quanto se qualificar é escolher o curso certo e com a formação esperada pelo mercado.
Por isso, o Programa Bolsa Futuro foi cuidadosamente concebido para atender às mais
diferentes demandas do setor produtivo de nosso Estado.
A minuciosa avaliação da demanda do mercado de trabalho de Goiás deu origem

à grade de cursos do Bolsa Futuro, composta por: técnicas de vendas; secretariado e
rotinas administrativas; recepção de hotel e atendente de bar; reprodução animal e
produtividade do gado bovino leiteiro; técnicas agrícolas; destilador de álcool; cuidador
de idosos e crianças; porteiro e zelador; básico em eletricista e encanador; e operador
de caldeiras.
Até o final de 2014, 200 mil pessoas farão os cursos gratuitos de qualificação
profissional do Bolsa Futuro e receberão o incentivo financeiro de R$ 75,00 por mês,
garantindo melhores empregos e salários e contribuindo ainda mais para o crescimento
da economia de Goiás. Paralelamente, outros 300 mil goianos farão, também
gratuitamente, os cursos nos Centros de Educação Profissional (CEPs) da Secretaria
de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectec). Nesse primeiro módulo de aulas, você fará
aulas de Ambientação, Cidadania e Meio Ambiente que vão prepará-lo melhor para
o conteúdo específico dos dois cursos de qualificação profissional que você escolheu
quando fez sua matrícula.
Boas aulas e até a sua formatura!

Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação
Governo do Estado de Goiás
www.goias.gov.br www.sectec.go.gov.br
www.bolsafuturo.go.gov.br www.facebook.com/bolsafuturo
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Governo do Estado de Goiás
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica
Núcleo Bolsa Futuro
Equipe de Elaboração
Gabinete de Gestão de Capacitação Núcleo Bolsa Futuro

e Formação Tecnológica
Chefe do Núcleo Bolsa Futuro
Chefe do GGCFT Carmem Sandra Ribeiro do Carmo
Soraia Paranhos Netto
Designer Educacional
Coordenador da comunicação visual Uélica Alves Braga
Carlos Eduardo Reche
Revisão de Língua Portuguesa
Coordenação de Produção do Paola Martins
Material Didático Impresso
David José Manuel Velázquez Ilustração
Daniella da Silva Porto Cavalcanti Dino Motta
Autores
Diagramação
Deosimar Antonio Damasio
Nelson Vieira Martins
Rodrigo Otavio Moreira da Cruz
Designer Master
Box Publicidade
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SUMÁRIO
NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL��11

1. CONCEITOS INICIAIS DE ENGENHARIA E ARQUITETURA�� 11
1.1 Definição da engenharia�� 11
1.2 História da Engenharia�� 12
1.3 Objeto da Engenharia�� 14
2. GRANDES FEITOS DA ENGENHARIA CIVIL NA ERA MODERNA�� 20

2.1 Os feitos da engenharia civil�� 20
2.2 Era moderna�� 22
3. TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO �� 27

3.1 Técnicas de Construção Civil e Construção de Edifícios�� 27
3.2 Projeto, Planta e Orçamento.�� 32
UTILIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ��37

1. LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS�� 37
1.1 Histórico do armazenamento de materiais e equipamentos�� 37
1.2 Utilização e localização de materiais e equipamentos�� 39
2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS�� 47
2.1 Modalidades e inspeção de materiais e equipamentos�� 47
NOÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ��58

1. ACIDENTE DE TRABALHO�� 58
1.1 Diferença entre acidente e incidente. �� 58
1.2 Condição e ato inseguro�� 62
2. RISCOS AMBIENTAIS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO�� 70

2.1 Riscos Ambientais�� 70
2.2 Equipamento de Proteção Individual e Coletivo – EPI e EPC�� 72
2.3 Leis trabalhistas�� 76
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PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DE ELETRICIDADE��80
1. PRINCÍPIOS DA ELETRICIDADE �� 80
1.1 Tensão elétrica Conceitos preliminares�� 80
1.2 Circuitos elétricos�� 87
1.3 Simbologia adotada em projetos de instalações elétricas�� 92
PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DA HIDRÁULICA��102

1. PRINCÍPIOS DA HIDRÁULICA��102
1.1 Noções de instalações hidráulicas em PVC.��102
1.1 Noção de pressão disponível: estática e dinâmica.��106
2. NOÇÕES DE ENCANAMENTOS ��114

2.1 Classificação dos escoamentos em canais livres.��114
2.2 Montagem do encanamento e instalações básicas.��115
2.3 Diretrizes para projeto de instalações hidráulicas e sanitárias.��121
6
LEGENDA
ÍCONES
Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material
didático. A presença destes ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-
dado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:
Saiba Mais
Este ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.
Importante
O conteúdo indicado com este ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.
Dicas
Este ícone apresenta dicas de estudo.
Exercícios
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.
Exercícios na Aula Interativa

Ao final das lições, você deverá responder os exercícios no seu livro e, poste-
riormente, responder o mesmo teste na Aula Interativa, no Ambiente Virtual
de Aprendizagem. Importante! Este exercício valerá nota para a sua média
final, não deixe de registrar as respostas na sua Aula Interativa.
Aula Interativa
A Aula Interativa é uma ferramenta muito importante para a fixação do conteú-
do. Quando aparecer este ícone, acesse a Aula Interativa do assunto estudado no
Ambiente Virtual de Aprendizagem. Desta forma você ficará expert no assunto!
Bons estudos!
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BÁSICO EM
ELETRICISTA/ENCANADOR
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O curso Básico em Eletricista/Encanador foi organizado em 5 módulos:

1. Noções de construção civil
2. Utilização e localização de materiais e equipamentos
3. Noções de saúde e segurança no trabalho
4. Princípios básicos e fundamentais de eletricidade
5. Princípios básicos e fundamentais da hidráulica
São objetivos deste curso: oferecer conhecimentos para o profissional eletricista e

encanador que pretende obter qualificação e dar contribuições para o desenvolvimento
no ramo da construção civil. O campo de trabalho deste profissional é muito amplo e
abrange diversos ramos, como instalações residenciais, industriais, assistência técnica,
conserto de aparelhos elétricos e eletrodomésticos e conserto de bombas hidráulicas.
Porém, para entender as várias técnicas de especializações é necessário adquirir uma

base sólida de conhecimentos e conceitos básicos de eletricidade e hidráulica. O objetivo
do curso é fornecer a base para enfim desenvolver e alcançar o sucesso profissional.
Com base nesses objetivos, você aprenderá aplicar no seu dia a dia os elementos
teóricos de eletricista e encanador. Por meio desta capacitação, você estará apto a
atender as demandas de mercado da indústria na construção civil.
Este curso é direcionado a você, que está ingressando ou retornando ao mercado

de trabalho, e lhe mostrará diversas ferramentas que são necessárias para trilhar um
grande caminho profissional.
Bom aprendizado!
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NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL
1. CONCEITOS INICIAIS DE ENGENHARIA E
ARQUITETURA
Olá, eu sou o Fred, sou um engenheiro. Estou
aqui para contribuir com o seu aprendizado.
Contarei e explicarei um pouco de tudo que
eu sei, a fim de construirmos juntos excelentes
profissionais. Vamos começar? Bons estudos!
1.1 Definição da engenharia

A engenharia pode ser conceituada como: “a ciência de adquirir e de aplicar
os conhecimentos matemáticos, físicos, químicos, técnicos e científicos para
a criação, aperfeiçoamento e implementação de unidades, ou objetos, como
materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos que realizem uma
determinada função ou objetivo”. A figura abaixo mostra dois objetos produzidos a
partir de aplicação das técnicas da engenharia. São apresentados uma ponte e um
automóvel. A primeira é uma estrutura resultante de práticas da Engenharia Civil,
enquanto o segundo é um produto da Engenharia Mecânica.
Engenharia Civil Engenharia Mecânica
A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma séria de ramos
mais especializados, cada qual com sua ênfase específica em determinados campos
de aplicação e em determinados tipos de tecnologia.
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Arquitetando o conhecimento!
Ligue a imagem com a informação a que for referente.
É um produto da Engenharia Mecânica.
É uma estrutura resultante de práticas

da Engenharia Civil.
Você sabe que o profissional que exerce a prática na engenharia é o engenheiro,

não é mesmo? Em muitos países, inclusive no Brasil, o exercício da profissão de
engenheiro obriga, além da conclusão do curso superior de engenharia, a licença ou
certificação profissional atribuída pelo estado, por uma associação profissional, ordem
ou instituição de engenheiros.
No Brasil, a entidade que certifica e fiscaliza o profissional são os Conselhos

Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA).
Normalmente, a lei restringe a prática de determinados atos de engenharia

aos profissionais certificados e habilitados para essas atividades, por exemplo,
a elaboração de um projeto de um edifício - compete a um engenheiro civil ou
arquiteto, não podendo um médico ou advogado ser responsável por tal feito.
1.2 História da Engenharia

Estruturas
civis: como O termo “engenharia” é recente quando comparado às ações do homem
pontes e relacionadas aos feitos da aplicação de técnicas de engenharia. A partir do
edifícios.
momento em que o ser humano desenvolveu invenções
Catapulta:
mecanismo
como a polia, a alavanca ou a roda, por exemplo, estava
que usa desenvolvendo conhecimentos e aplicando técnicas
uma nos diversos ramos da engenharia.
espécie
de braço
para lançar Mais tarde, à medida que o projeto
um objeto de estruturas civis amadureceu como uma
a uma
grande
especialidade técnica, o termo “engenharia civil”
distância. entrou no vocabulário da língua portuguesa como Catapulta
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forma de distinção entre a atividade de construção daqueles projetos não militares
e a mais antiga especialidade da engenharia militar.
Ao longo da história diversos projetos de engenharia foram desenvolvidos:

o Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egito, os Jardins Suspensos da Babilônia,
a Acrópole de Atenas, os antigos aquedutos romanos, a Via Ápia, o Coliseu de
Roma, Teotihuacán e as cidades e pirâmides dos antigos
Maias, Incas e Astecas, a Grande Muralha da China,
entre muitas outras obras, que mantêm-se como
um testamento do engenho e habilidade dos antigos
engenheiros militares e civis.
A história aponta um homem com nome de Imhotep como o primeiro engenheiro

civil. Imhotep era um dos funcionários do faraó Djoser e foi quem, provavelmente,
projetou uma pirâmide de degraus, em Saqqara, por volta de 2.630 a.C. Provavelmente,
foi a primeira aplicação da coluna na arquitetura.
Saqqara:
cidade
egípcia.
Já os gregos desenvolveram máquinas no domínio civil
e militar. O primeiro computador mecânico conhecido
(Máquina de Antikythera) e as invenções mecânicas
de Arquimedes são exemplos da primitiva engenharia
mecânica desenvolvida pelos gregos.
Essas invenções requereram um conhecimento

sofisticado de engrenagens diferenciais e engrenagens
planetárias, dois princípios-chave na teoria das máquinas que ajudou a projetar Nau: de
as máquinas utilizadas na Revolução Industrial e que ainda são amplamente acordo com
utilizadas na atualidade, em diversos campos como a robótica e automobilismo. o dicionário
Houaiss, é a
designação
Caminhando um pouco mais afrente na linha do genérica que
tempo, mais especificamente nos séculos XV e XVI, a até o século
XV se aplicava
engenharia naval surge em Portugal e Espanha. Os novos a navios de
tipos de navios então desenvolvidos, como a caravela, a grande porte,
acastelados
nau redonda e o galeão. Ressalta-se que esses navios foram
à proa e à
fundamentais nos grandes descobrimentos marítimos popa, com um
que, inclusive, desencadeou no descobrimento do Brasil, único mastro
envergando de
pelos portugueses. Você sabia disto? vela redonda.
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No ramo da engenharia elétrica, William
Gilbert é considerado como o primeiro engenheiro
eletrotécnico, que foi o autor da obra: De Magnete,
em 1600, que trazia pela primeira vez a definição
Produção do termo eletricidade. A primeira máquina a
em massa:
vapor foi construída em 1698, por Thomas Savery,
produção
de um considerado o primeiro engenheiro mecânico
artefato moderno. O desenvolvimento desse aparelho
em grande
quantidade deu origem à Revolução Industrial nas décadas seguintes, permitindo o início da
de uma só produção em massa.
vez.
Marque a alternativa que considerar correta.
A primeira máquina a vapor foi construída em 1698 por:

a) Thomas Sidiney, considerado o primeiro engenheiro civil moderno;
b) Thomas Savery, considerado o primeiro engenheiro mecânico
moderno;
c) Thales Savery, considerado o primeiro engenheiro militar moderno.
1.3 Objeto da Engenharia

Você sabe o que são “objetos da engenharia“? Antigamente, a engenharia
tinha como objeto apenas elementos concretos e
palpáveis, como a construção e operação de máquinas,
por exemplo. Nos dias atuais, a engenharia
trata também de elementos não palpáveis
como custos, obrigações fiscais, aplicações
informáticas e sistemas.
Nesse sentido, os engenheiros aplicam

as ciências físicas e matemáticas na busca
por soluções adequadas para problemas
ou no aperfeiçoamento de soluções já existentes. Assim sendo, é exigido ao
engenheiro o conhecimento das ciências relevantes para a elaboração de seus
projetos, o que demanda desse profissional constante aprendizado em novas
14
matérias, ao longo de toda a sua carreira. Destaca-se que esse aprendizado deve
ser estendido a todos os profissionais que trabalham no ramo das engenharias e
não apenas aos engenheiros.
A tarefa fundamental do engenheiro, que pode

ser estendida aos demais profissionais do ramo de
engenharia civil, é identificar, compreender e interpretar
as dificuldades de um projeto, de modo a produzir
o resultado esperado. Assim, não basta construir um
produto tecnicamente bem sucedido, é preciso que ele
esteja adequado aos requisitos adicionais.
As dificuldades, ou obstáculos de um projeto, podem incluir as limitações

em termos físicos, criativos, técnicos ou de recursos disponíveis, a flexibilidade
para permitir modificações e adições futuras, além de fatores como os custos, a
segurança, a atratividade comercial, a funcionalidade e a suportabilidade.
A figura acima mostra um incêndio possivelmente causado por um curto

circuito. Suspeita-se que uma fiação tenha entrado em contato com a água,
assim que a chuva começou. Com base nisso, entende-se que os profissionais de
engenharia devem ter ciência de suas responsabilidades para evitar que acidentes
como o ilustrado aconteçam. Para tanto, esses profissionais devem sempre
trabalhar com segurança.
Além disso, os profissionais de engenharia trabalham com o estado de obras

falhadas, vez que sua aplicação é muito importante para avaliar desastres como o
colapso de pontes ou a queda de aviões, onde uma análise cuidadosa é necessária
para descobrir as causas das falhas ocorridas.
Ramos da Engenharia
A ciência da engenharia é bastante abrangente e comumente é subdividi-

da em diferentes ramos ou especialidades, cada uma preocupada com um deter-
minado tipo de tecnologia ou campo de aplicação. Ainda que os profissionais de
engenharia se formem em uma especialidade específica, é comum que ao longo
de suas carreiras tornem-se polivalentes atuando em diversas áreas.
Inicialmente existiam apenas as engenharias naval e militar. A partir desta última

surgiu a engenharia civil, que posteriormente dividiu-se em cinco especialidades:
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• Engenharia civil: direcionada para o projeto e construção de obras
públicas e particulares, como infraestruturas, estradas, pontes e edifícios;
• Engenharia mecânica: direcionada para o projeto de sistemas mecânicos,
como máquinas e veículos;
• Engenharia mecatrônica: direcionada para o projeto e o estudo de sistemas
robóticos. Basicamente é a união das engenharias mecânica com eletrônica;
• Engenharia elétrica: direcionada para o projeto e o estudo de sistemas
de produção e de aplicação da eletricidade, como geradores, motores elétricos
e telecomunicações;
• Engenharia química: direcionada para a execução de
processos químicos industriais em larga escala, bem como
para desenvolver novos materiais e produtos químicos;
• Engenharia de minas: direcionada para o estudo
e o desenvolvimento de processos de extração e de
processamento de minerais.
Paralelamente, algumas das ciências agrárias aproximaram-se da
engenharia e acabaram por nela se integrar, originando algumas especialidades.
Vejamos!
• Engenharia agronômica: direcionada para a concepção e exploração de
processos agropecuários.
• Engenharia zootécnica: direcionada para o desenvolvimento das pecuária.
• Engenharia florestal: direcionada para a exploração das florestas e para
a produção de produtos florestais.
O prestígio da engenharia fez com que outras áreas quisessem se apropriar

de seus conhecimentos e técnicas. Surgiram assim campos não convencionais
de engenharia, sendo alguns exemplos a “engenharia jurídica”, a “engenharia
financeira” e a “engenharia comercial”.
Destaca-se que existe uma considerável sobreposição de matérias comuns a

todas as especialidades da engenharia. Quase todas elas fazem grande aplicação da
matemática, da física e da química.
16
Exercícios
Questão 1 - O profissional que exerce a prática da engenharia é o
Muito bem!
engenheiro. No Brasil é exigido desse profissional (marque a única Agora
opção correta): que você
finalizou
a) conclusão do curso superior de engenharia, a licença ou esta lição,
responda
certificação profissional atribuída pelo estado, por uma associação as questões
profissional, ordem ou instituição de engenheiros; e depois
registre as
b) conclusão de curso superior de engenharia. Não sendo necessária respostas
nos testes
licença ou certificação profissional; da sua Aula
Interativa.
c) no Brasil, basta apenas que o profissional adquira a licença ou
certificação profissional atribuída pelo estado, por uma associação
profissional, ordem ou instituição de engenheiros, não sendo necessária
a conclusão de curso superior em engenharia;
d) conclusão de curso superior em qualquer área relacionada às
ciências exatas (como física, por exemplo), não sendo necessário que o
curso seja em engenharia.
Questão 2 - Sobre o objeto da engenharia assinale a alternativa

correta (marque apenas uma opção):
a) antigamente, a engenharia tinha como objeto apenas elementos
concretos e palpáveis, como a construção e operação de máquinas, por
exemplo. Nos dias atuais, a engenharia trata, também, de elementos
não palpáveis como custos, obrigações fiscais, aplicações informáticas
e sistemas;
b) nos dias atuais, a engenharia trata apenas de elementos concretos
e palpáveis. Não sendo seu objeto os elementos não palpáveis como
custos, obrigações físicas, aplicações informáticas e sistemas;
c) nos dias atuais, a engenharia trata apenas de elementos não
palpáveis como custos, obrigações físicas, aplicações informáticas e
sistemas, não sendo seu objeto elementos concretos e palpáveis como
a construção de edifícios e operação de máquinas;
d) a engenharia tem como objeto apenas a construção de túneis.
Sendo os elementos não palpáveis como custos e obrigações fiscais
objeto dos físicos e matemáticos.
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Questão 3 - A Revolução Industrial, ocorrida no Reino Unido, em
meados do século XVIII fez com que a engenharia civil tivesse um
grande impulso no desenvolvimento de técnicas e aquisição de
conhecimentos. Sobre o período é correto afirmar que (assinale a única
opção correta):
a) a Revolução Industrial não contribuiu para a evolução dos conceitos
e técnicas da engenharia civil, mas somente da engenharia química;
b) invenção da máquina a vapor e a implantação de ferrovias, que
constituíram uma revolução no sistema de transportes, foram feitos da
Revolução Industrial;
c) a implantação das ferrovias não exigiu qualquer esforço para os
engenheiros do século XVIII durante a Revolução Industrial, vez que
a técnica era amplamente dominada e os traçados não demandavam
grandes desafios;
d) as ferrovias implantadas na época da Revolução Industrial não
contribuíram para uma melhoria do sistema de transportes.
Questão 4 - Os engenheiros aplicam as ciências físicas e

matemáticas na busca por soluções adequadas para problemas ou no
aperfeiçoamento de soluções já existentes. Sobre o assunto marque a
alternativa ERRADA.
a) É exigido ao engenheiro o conhecimento das ciências relevantes

para a elaboração de seus projetos.
b) É exigido ao engenheiro constante aprendizado em novas matérias

ao longo de toda a sua carreira.
c) Cabe aos engenheiros e demais profissionais da engenharia,

quando houver mais de uma solução possível, escolher a solução que
melhor corresponda aos requisitos.
d) O constante aprendizado em novas técnicas e matérias é uma

exclusividade do engenheiro, não deve ser estendido a todos os
profissionais que trabalham no ramo das engenharias.
18
Questão 5 - Acerca do conceito de engenharia apresentado na
apostila julgue os itens a seguir como verdadeiro (V) ou falso (F), em
seguida marque a sequência correta.
( ) A engenharia é a ciência de adquirir e de aplicar conhecimentos

matemáticos, físicos, químicos, técnicos e científicos.
( ) A engenharia não deve ser entendida como uma ciência, mas sim
uma ferramenta que aplica conhecimentos químicos para a construção
de edifícios e automóveis.
( ) A finalidade da engenharia está em construir prédios, apenas, não

sendo, portanto finalidade o aperfeiçoamento e criação de unidades
ou objetos.
( ) A engenharia tem como finalidade a criação, aperfeiçoamento e

implementação de unidades, ou objetos.
a) F, F, F, F.
b) V, V, V, V.
c) V, F, F, V.
d) F, V, V, F.
19
2. GRANDES FEITOS DA ENGENHARIA CIVIL
NA ERA MODERNA
2.1 Os feitos da engenharia civil

Foi a partir da revolução industrial, ocorrida no Reino Unido em meados
do século XVIII, que a engenharia civil teve um grande impulso, principalmente
com a invenção da máquina a vapor e com a implantação de ferrovias, que
constituíram uma revolução no sistema de transportes.
A implantação de ferrovias exigiu um esforço muito

grande para os engenheiros da época uma vez que sua
construção exigia um traçado adequado e preciso,
necessitando de projeto geométrico, grandes
obras de arte, como pontes, viadutos, túneis,
drenagens, etc, além de obras como a abertura
de cortes e construção de aterros. Você pode
imaginar a trabalheira?
Durante o período da Revolução, surgiram as primeiras associações e

institutos que congregavam os engenheiros civis, profissionais essenciais para o
desenvolvimento da infraestrutura de cada país.
Associações: Caso seja de seu interesse, outras associações ao redor do mundo

poderão ser encontradas no seguinte endereço eletrônico: http://www.asce.org/
Committees.aspx?id=42&search=a
No Brasil temos o Instituto de Engenharia de São Paulo (IE) e a Associação

Brasileira dos Engenheiros Civis (Abenge), além de outras associações ligadas à
engenharia civil, como:
• Associação Brasileira de Engenharia Estrutural;
• Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental;
• Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica;
• Associação Brasileira de Cimento Portland;
• Associação Brasileira da Construção Metálica;
• Associação Brasileira de Corrosão;
• Associação Brasileira de Engenharia Consultiva, entre outras.
20
Fundamentos Básicos da Engenharia Civil
Alguns engenheiros civis e cientistas do Brasil e do mundo são responsáveis

pelo desenvolvimento dos fundamentos básicos da moderna engenharia,
principalmente nas áreas de geotecnia, hidráulica (que fundamenta as instalações
hidráulicas prediais), estruturas e resistência dos materiais e demais áreas da ciência:
Geotecnia:
a) William John Macquorn Rankine, engenheiro civil escocês, nascido no ciência que
lida com a
ano de 1820 foi responsável por grandes contribuições nos diversos ramos da interferência
engenharia, principalmente na área de mecânica dos solos, desenvolvendo a sua de obra de
infraestrutura
teoria sobre empuxos em maciços terrosos. com o solo ou
rocha.
c) Charles Augustin de Coulomb, engenheiro civil, matemático e cientista
francês (1736-1806), estudou em Paris. Como engenheiro civil, envolveu-se em
diversas áreas, como projeto de estruturas, mecânica dos solos, fortificações, entre
outras, e deu enorme contribuição à engenharia e à física, principalmente na área
de resistência dos materiais.
d) Stephen Prokofyevich Timoshenko, engenheiro mecânico e civil russo.
Nascido no ano de 1878, morreu com quase cem anos em 1972. Durante a carreira
profissional dedicou-se ao estudo da resistência dos materiais e sistemas estruturais,
desenvolvendo métodos em estática e dinâmica das estruturas. É considerado o
pai da mecânica, principalmente em análise de estruturas.
e) Karl Terzaghi nasceu em Praga, 1883 e faleceu em 1963. Formou-se
engenheiro civil em Viena. Emigrou para os Estados Unidos onde foi professor e
pesquisador na Universidade de Harvard, no MIT onde juntamente com outros
pesquisadores desenvolveu as bases da mecânica dos solos, publicando uma
MIT:
quantidade significativa de artigos na área. Terzaghi foi um dos maiores consultores Massachusetts
na área, participando de inúmeros projetos em todas as partes do mundo. Institute of
Technology
Remodelagem de Paris
O engenheiro civil Marie François Eugène

Belgrand, nascido em 1810 foi quem coordenou
a reconstrução de Paris. Na oportunidade foram
construídas grandes avenidas, edifícios majestosos
e um dos mais fabulosos sistemas de esgotos do mundo.
Grande parte do que se encontra em Paris hoje, deve-se à coordenação
desse profissional que teve ousadia e capacidade de vislumbrar o futuro
e criando uma das mais belas cidades do mundo.
21
2.2 Era moderna
Vamos conhecer algumas da principais obras
de engenharia da Era moderna.
Torre Eiffel
A famosa torre situada em Paris, capital

da França, foi projetada e construída pelo
engenheiro civil Gustave Alexandre Eiffel que
tornou-se referência na área de projetos de
estruturas metálicas, tendo projetado centenas
de outras obras famosas, como a estrutura da Estátua
da Liberdade em Nova Iorque, o Viaduto de Garabit na França e a ponte do Porto,
em Portugal. Eiffel foi o primeiro engenheiro a construir um túnel de vento para
análise de aerodinâmica dos primeiros aviões na década de 1910.
Arquitetando conhecimento!
Gustave Alexandre Eiffel tornou-se referência na área de projetos de
estruturas metálicas. Marque as obras que foram projetadas por Gustave.
a) Estátua da Liberdade d) Torre Eiffel
b) Viaduto de Garabit e) Canal de Suez
c) Ponte do Porto f ) Canal do panamá
Canal de Suez
A construção deste famoso canal deve-se a Ferdinand de Lesseps, enge-

nheiro civil francês nascido em 1805. O Canal de Suez liga o Mar Mediterrâneo ao
Mar Vermelho, através do Egito. Foi também um dos primeiros idealizadores do
Canal do Panamá.
Lesseps:
responsável
pelo projeto do
Canal do Panamá
Canal de Suez.
O Canal do Panamá teve início entre os anos 1881 e 1889 pelos franceses,
com Lesseps à frente do projeto, tendo sido abandonado devido aos problemas
enfrentados no ambiente de trabalho e por outras condições insalubres. A partir
de 1904 as obras foram retomadas pelos Estados Unidos. Inicialmente teve a
coordenação do engenheiro civil John F. Wallace que enfrentou sérios problemas,
principalmente com a doença malária.
22
Ferrovia Transcontinental
Na América do Norte houve dois desafios da engenharia

civil em obras ferroviárias: uma foi a construção da ferrovia
transcontinental no Canadá e a outra nos Estados Unidos.
No dia 10 de maio de 1869 a ferrovia Union Pacific foi
inaugurada, fazendo a ligação entre o Oceano Atlântico
e o Pacifico, com a finalização da linha no local denominado
Promontory, no Estado de Utah, nos Estados Unidos.
Como obra ferroviária, outra saga da engenharia civil foi a construção da Ferrovia
Transiberiana, ligando Moscou a Vladivistok, no Mar do Japão, com uma extensão de
aproximadamente 9.000 km, atravessando oito fusos horários.
Ponte do Brooklyn em Nova Iorque e Ponte Golden Gate em San Francisco
A ponte do Brooklyn, com cerca de 1,8 km de extensão em estrutura pênsil,

foi projetada e construída pelo engenheiro civil John Augustus Roebling (1806-
1869). A construção da ponte teve inicio em 1867 e terminou em 1884.
A ponte Golden Gate, a mais famosa ponte de San Francisco, ligando a cidade
a Salsalito, foi construída entre os anos de 1933 a 1937, com um comprimento
total de 2,7 km, em estrutura pênsil. Teve como idealizador, coordenador do
projeto e da construção o engenheiro civil Joseph Baerman Strauss.
Ponte Bay Bridge de San Francisco
A ponte Bay Bridge ligando San Francisco a Oakland, possui um trecho

suspenso, um em túnel e outro em estrutura metálica, totalizando 11 km, com
dois níveis. Foi construída entre os anos de 1930 e 1936, sendo o chefe do projeto
o engenheiro civil Charles H. Purcell. Certamente uma das obras mais desafiadoras
da engenharia moderna.
O Brasil possui uma engenharia civil muito desenvolvida, equiparando-

se aos países mais desenvolvidos. Isso se deve a grandes obras como usinas
hidroelétricas, rodovias, pontes, etc., e a centros de pesquisas avançadas nas
diversas áreas da engenharia civil.
23
Exercícios
Parabéns! Questão 1 - Alguns engenheiros civis e cientistas do Brasil e do mundo
Agora
são responsáveis pelo desenvolvimento dos fundamentos básicos
responda as
questões e da moderna engenharia, principalmente nas áreas de geotecnia,
registre-as hidráulica, estruturas e resistência dos materiais e demais áreas da
nos testes
da sua Aula ciência. Sobre esses engenheiros é correto afirmar que:
Interativa.
Julgue os itens, em seguida assinale a alternativa correta.
I ) Henry Philibert Gaspard Darcy, engenheiro civil nascido na França
em 1803, foi responsável pelo lançamento das bases para os estudos
de hidráulica, publicando a chamada Lei de Darcy sobre a perda de
carga de fluidos por meio de condutos;
II ) Charles Augustin de Coulomb, engenheiro civil, matemático e
cientista francês(1736-1806), estudou em Paris. Como engenheiro civil,
envolveu-se em diversas áreas, como projeto de estruturas, mecânica
dos solos, fortificações, entre outras, e deu enorme contribuição à
engenharia e à física, principalmente na área de resistência dos materiais;
III ) Stephen Prokofyevich Timoshenko, engenheiro mecânico e civil
russo nascido no ano de 1878, morreu com quase cem anos em 1972.
Durante a carreira profissional dedicou-se ao estudo da resistência dos
materiais e sistemas estruturais, desenvolvendo métodos em estática e
dinâmica das estruturas;
IV ) Karl Terzaghi nasceu em Praga, em 1883 e faleceu em 1963.
formou-se engenheiro civil em Viena. Emigrou para os Estados Unidos
onde foi professor e pesquisador na Universidade de Harvard, no MIT
onde juntamente com outros pesquisadores desenvolveu as bases da
mecânica dos solos.
a) As afirmações I, II e IV c) Todas as afirmações

estão corretas. estão erradas.
b) As afirmações I, III e IV d) Todas as afirmações
estão corretas. estão corretas.
24
Questão 2 - O engenheiro civil Marie François Eugène Belgrand, nascido
em 1810 foi quem coordenou a reconstrução de Paris, considerado um
dos grandes feitos da engenharia moderna. Sobre a reestruturação da
cidade francesa julgue os itens abaixo como verdadeiros ou falsos, em
seguida marque a sequência correta.
( ) Na reconstrução de Paris foram construídas grandes avenidas, edifí-
cios majestosos e um dos mais fabulosos sistemas de esgotos do mundo.
( ) Grande parte do que se encontra em Paris hoje, deve-se à
coordenação desse profissional que teve ousadia e capacidade de
vislumbrar o futuro, criando uma das mais belas cidades do mundo.
( ) As alterações na cidade não foram tão significativas como aponta
o enunciado da questão.
( ) O engenheiro Marie François Eugène Belgrand, citado no
enunciado, na realidade não foi o responsável pela reestruturação da
cidade de Paris, mas sim um engenheiro eletricista responsável pela
criação da Teoria de Coulomb.
a) V, V, V, V. c) V, V, F, F.
b) F, F, F, F. d) F, F, V, V.
Questão 3 - A famosa torre situada em Paris, capital da França, foi

projetada e construída pelo engenheiro civil Gustave Alexandre Eiffel.
Além da torre, são trabalhos de destaque de Gustave Alexandre Eiffel.
Marque a opção correta.

a) A estrutura da Estátua da Liberdade em Nova Iorque e o Canal de Suez.
b) A estrutura da Estátua da Liberdade em Nova Iorque, o Viaduto de
Garabit na França e a ponte do Porto, em Portugal e a construção de
um túnel de vento para analise de aerodinâmica dos primeiros aviões
na década de 1910.
25
c) O Canal de Suez e o Canal do Panamá.
d) O único trabalho importante de Gustave Alexandre Eiffel foi a
Torre Eiffel situada em Paris.
Questão 4 - O engenheiro civil Ferdinand de Lesseps, nascido na França

em 1805 foi responsável pelo projeto e construção de dois importantes
canais do mundo. Esses canais são (assinale a única opção correta):
a) Canal de Suez e Canal do Panamá;
b) Canal de Suez e Canal da Mancha;
c) Canal da Mancha e Canal do Panamá;
d) Na realidade Ferdinand de Lesseps foi responsável pela construção
de um só canal, o Canal da Mancha.
Questão 5 - Qual obra é considerada uma das mais desafiadoras

obras da engenharia moderna?
a) Ponte do Brooklyn.
b) Ponte Bay Bridge.
c) Ponte Golden Gate.
d) Ponte Golden Bridge.
26
3. TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO
3.1 Técnicas de Construção Civil e Construção de

Edifícios
Em primeiro lugar é importante mencionar que
essas duas expressões, construção e edificação, possuem
sentidos diversos. Construção é o gênero do qual
edificação é a espécie. Construção é toda obra
realizada pelo homem, podendo ser uma
barragem, edificação ou mesmo um galpão
para armazenar grãos de café, por exemplo.
Já a edificação é a obra destinada à habitação,
trabalho, saúde, culto, ensino ou recreação.
Vamos ver como se inicia uma obra?
Serviços iniciais
Planimétrica:
relativo a
Entre os serviços iniciais de uma edificação estão: planímetro
• levantamento topográfico do terreno; ou feito com
auxílio deste
• estudos geotécnicos; instrumento,
• vistoria da área da obra e; diz-se do
mapa que
• demolição. não apresenta
informações
O levantamento topográfico do terreno consiste na representação - quanto
planimétrica ou altimétrica - em carta ou planta de alguns pontos, denominados ao relevo
da região
pontos notáveis, assim como dos acidentes geográficos e outros pormenores de representada.
relevo do terreno onde será construído o edifício. Para a aquisição desses pontos Altimétrica:
recomenda-se a utilização de um teodolito e uma mira, com uma estação total estudo e
prática dos
e respectivo bastão ou, mais recentemente, recorrendo à tecnologia GPS. Os processos us.
acidentes geográficos considerados de relevo deverão ser representados nas na medição
plantas por taludes e por curvas de nível. de altitudes,
representação
dos resultados
Antes do início da construção, terá de ser feito, também, um levantamento dessa medição
minucioso e completo da área do canteiro de obras e imediações, para verificar em planta
topográfica.
27
se existem, entre outros:
• desníveis perigosos;
• fragilidades perigosas do terreno;
• drenos ou tubulações enterradas de utilidade
pública ou de terceiros;
• possibilidade de enfraquecimento de
construções vizinhas por escavações, vibrações, etc;
• ninhos de cupim, que nessa hipótese deverão
ser destruídos. Teodolito
As demolições, se necessárias, deverão ser realizadas antes do início das construções.

Ainda sobre a limpeza dos terrenos, é importante mencionar que os serviços de roçado
e deslocamento deverão ser executados de modo a não deixar raízes ou tocos de árvore
que possam prejudicar os trabalhos ou a própria obra.
Instalações provisórias
As instalações provisórias consistem em

implantar a estrutura necessária para o início
dos trabalhos. Dentre essas instalações as
mais importantes são:
a) Canteiro de obras: que poderá

dispor de instalação sanitária; vestiário;
alojamento, quando for o caso; local de refeições; cozinha (quando houver
preparo de refeições); lavanderia; área de vivência e lazer; ambulatório, quando
se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais operários.
b) Almoxarifado da obra: local onde se estocam os materiais a serem

utilizados nas obras. O responsável por essa instalação provisória é o almoxarife
que, dentre outras atribuições, possui a responsabilidade de controlar a entrada
e a saída de material.
28
Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.
( ) Poderá dispor de instalação

sanitária; vestiário; alojamento,
(1) Canteiro de obras
quando for o caso; local de
(2) Almoxarifado da obra refeições; cozinha; lavanderia, etc.
( ) Local onde se estocam os

materiais a serem utilizados nas
obras.
Serviços gerais
Dentre os serviços gerais está o controle da qualidade dos serviços

realizados. Qualidade pode ser definida como a totalidade das características de
uma entidade, que lhe confere a capacidade de satisfazer às necessidades dos
clientes e demais partes interessadas.
Entidade:
Toda obra de edificação deve ter a preocupação de passar para todos atividade
ou processo,
os seus funcionários os riscos inerentes às suas atividades, alertando para a produto,
obrigatoriedade dos equipamentos de proteção individual e coletiva e, em caso organização
ou uma
de acidentes, como proceder. combinação
destes.
Trabalhos em terra
O primeiro trabalho a ser desenvolvido diz respeito à locação da obra.

Tal atividade consiste em localizar no terreno, segundo diretrizes de projeto, os
elementos da construção. Para tanto, o terreno necessita estar limpo e terraplenado
até proximamente às cotas de nível definidas para execução das fundações.
A locação tem de ser realizada somente por profissional habilitado (utilizando

instrumentos e métodos adequados), que deve partir da referência de nível para
demarcação dos eixos. A locação tem de ser global, sobre um ou mais quadros de
madeira (gabaritos), que envolvam o perímetro da obra. As tábuas que compõem
esses quadros precisam ser niveladas, bem fixadas e travadas, para resistirem à
tensão dos fios de demarcação, sem oscilar nem fugir da posição correta.
29
Outro trabalho de terra diz respeito às
escavações que devem ser realizadas para
a construção dos edifícios. Na escavação
efetuada nas proximidades de prédios ou
vias públicas, serão empregados métodos
de trabalho que evitem ocorrências de
qualquer perturbação oriundas dos fenômenos
de deslocamento, tais como: escoamento ou ruptura do terreno das fundações;
descompressão do terreno da fundação e; descompressão do terreno pela água.
Fundações
A fundação de uma edificação

é definida como o conjunto de
estacas e sapatas responsáveis pela
sustentação da obra. Há dois tipos de
fundação rasa, ambas indicadas para
terrenos firmes:
• a sapata isolada, que é
composta por elementos de concreto
de forma piramidal, construídos nos pontos que recebem a carga dos pilares e
interligados por baldrames;
• a sapata corrida, constituída por pequenas lajes armadas, que se estendem
sob a alvenaria e recebem o peso das paredes, distribuindo-o por uma faixa maior
do terreno.
Para terrenos mais difíceis, existem as fundações profundas, como as

estacas tipo broca ou tipo Strauss.
Estrutura
A estrutura é entendida como o conjunto de elementos que forma o

esqueleto de uma obra e sustenta paredes, telhados ou forros. A estrutura de um
edifício, basicamente, é composta de: pilar, viga e laje.
O pilar é o elemento estrutural vertical de concreto, madeira, pedra ou

alvenaria. Quando é circular, recebe o nome de coluna. A viga é definida como
o elemento estrutural de madeira, ferro ou concreto armado responsável pela
30
sustentação das lajes. A viga transfere o peso das lajes e dos demais elementos
(paredes, portas, etc.) para os pilares. Já a laje de uma edificação é a estrutura
plana e horizontal de concreto armado, apoiado em vigas e pilares, que divide os
pavimentos da construção.
Instalações
Esse tópico será discutido mais a frente. Trata-se de objetivo desta apostila
apresentar os principais conceitos das instalações elétricas e sanitárias. Além dessas
instalações destacam-se as instalações telefônicas, ar-condicionado, de televisão a
cabo, de circuito fechado de televisão, gás e outros. Instalações
elétricas:
responsável
Alvenaria por distribuir
energia e
As alvenarias são definidas como o conjunto de pedras, de tijolos ou de luz para os
blocos que formam paredes, muros e alicerces que isolam e protegem os diversos diversos
pavimentos
cômodos de uma edificação. Quando esse conjunto sustenta a casa, ele chamado edifício.
se alvenaria estrutural. Sanitárias:
responsável
Cobertura por levar
água e
As coberturas são o conjunto de madeiramentos e de telhas que servem esgoto
para os
de proteção à casa ou edificação. Têm como função principal a proteção das cômodos dos
edificações, contra a ação das intempéries, atendendo às funções utilitárias, estéticas pavimentos
do edifício.
e econômicas. Em síntese, as coberturas devem preencher as seguintes condições:
Intempéries:
a) funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e acústico; chuvas,
ventos, sol.
b) funções estéticas: forma
e aspecto harmônico com a linha
arquitetônica, dimensão dos
elementos, textura e coloração;
c) funções econômicas: custo
da solução adotada, durabilidade
e fácil conservação dos elementos.
Tratamento
Os tratamentos dizem respeitos às impermeabilizações que devem ser

realizadas nas edificações para que não aconteçam infiltrações na estrutura
construída.
31
Esquadrias
As esquadrias são entendidas como qualquer tipo de caixilho usado numa
obra, como portas, janelas, etc. Podendo ser de ferro, alumínio ou mesmo madeira.
Revestimento
Designação genérica dos materiais que são aplicados sobre as superfícies e
que são responsáveis pelo acabamento. Os revestimentos podem ser verticais ou
horizontais, podendo, também, ser fabricados nos mais diversos materiais como
azulejos, tacos, porcelanatos, granitos, mármores, dentre outros.
Vidro
Os vidros são utilizados na construção
civil para completar a vedação das edificações.
Os vidros temperados são aqueles que passam
por um tratamento especial de aquecimento e
rápido arrefecimento para torná-lo mais resis-
tente a impactos. A transparência dos vidros
permite um maior aproveitamento da luz natural nos ambientes.
Pintura
A pintura na construção civil é uma camada de acabamento na forma de
uma película aderente, estratificada e de espessura total ≤1,0 mm. Os múltiplos
estratos resultam da aplicação de sucessivas demãos de tintas de fundo (primers),
massas de nivelamento e tintas de acabamento. A pintura na construção civil é
aplicada sobre os mais diversos substratos: peças de concreto, revestimento de
argamassas, alvenarias aparentes, componentes metálicos e de madeira (esqua-
drias, gradis, vigamentos, etc), telhas, pisos cimentícios e de madeira, etc.
3.2 Projeto, Planta e Orçamento

Você já parou para pensar onde estão escritos
todos os detalhes de uma obra?
O projeto de uma construção é o conjunto

de documentos constituídos por estudos, cálculos
e desenhos necessários à expressão técnica da
obra a ser executada. O projeto abrange: (a)
32
estudos preliminares, tais como medições do terreno, sondagens do subsolo e
ensaios de laboratório; (b) os cálculos estruturais dos elementos de fundações,
vigas, pilares, lajes e demais elementos estruturais; (c) desenhos representativos
de todos os projetos, como de fundações, estruturas, instalações hidráulicas e
sanitárias, instalações elétricas e comunicações, etc., com plantas, cortes, fachadas
e detalhamentos; (d) especificações técnicas, com descrição detalhada dos
materiais e das técnicas a serem utilizadas, de acordo com as teorias consagradas
e as normas técnicas de todos os projetos, no que diz respeito à execução da obra;
(e) memórias de cálculo; (f ) orçamentos e cronogramas financeiros e executivos.
Todos os documentos dos projetos devem ser acompanhados das

respectivas ART. Planta é a representação gráfica e em escala de toda a obra ou
de cada parte, na horizontal e em cortes, com detalhes que possam ilustrar e
tornar o projeto fácil de entender e executar. Escala é a relação existente entre as ART: anota-
dimensões do objeto real e os do desenho. As escala dos desenhos e as dimensões ção de Res-
das folhas são normalizadas pela ABNT. ponsabilidade
Técnica.
Plano no sentido amplo da palavra, dentro da construção civil é usado para ABNT:
Associação
a designação urbanística ou de outra área, como Plano Viário, Plano Urbanístico, Brasileira
Plano Diretor, Plano de Zoneamento, etc., mais utilizado pelo poder público para de Normas
Técnicas.
a ordenação física regional e social de determinadas áreas.
Para execução de um projeto, devem-se seguir processos definidos,

conhecer suas possibilidades e limitações técnicas e faz-se necessário saber unir
materiais e sistemas construtivos para obter um produto final de boa qualidade.
Elaborar um orçamento não é diferente.
O orçamento é uma das primeiras informações que o empreendedor precisa conhecer

ao estudar determinado projeto. Seja um empreendimento com fins lucrativos ou não, a
construção implica gastos consideráveis e por isso mesmo devem ser determinados, já
que, em função de seu valor, o empreendimento será viável ou não.
33
Exercícios
Você está indo Questão 1 - Julgue os itens como V ou F, em seguida marque a
muito bem! sequência correta.
Responda
as questões
desta lição
Entre os serviços iniciais de uma edificação pode-se citar:
e registre as ( ) levantamento topográfico do terreno;
respostas
na sua Aula ( ) acabamento;
Interativa.
( ) estudos geotécnicos;
( ) vistoria da área da obra.
a) F, V, F, F. c) V, V, V, V.
b) V, F, V, V. d) F, F, F, F.
Questão 2 - Marque a única opção CORRETA.
O levantamento topográfico de um terreno consiste em:

a)o levantamento topográfico do terreno consiste na representação
altimétrica em carta ou planta de alguns pontos, denominados de
pontos notáveis. Acidentes geográficos e outros pormenores de
relevo do terreno onde será construído o edifício não fazem parte do
levantamento topográfico;
b) o levantamento topográfico do terreno consiste na representação
planimétrica em carta ou planta de alguns pontos, denominados de
pontos notáveis. Acidentes geográficos e outros pormenores de relevo
do terreno onde será construído o edifício não são fazem parte do
levantamento topográfico;
c) o levantamento topográfico do terreno consiste na representação
- planimétrica ou altimétrica - em carta ou planta de alguns pontos,
denominados de pontos notáveis assim como dos acidentes
geográficos e outros pormenores de relevo do terreno onde será
construído o edifício;
d) o levantamento topográfico do terreno consiste na representação
planimétrica de acidentes geográficos e outros pormenores de relevo do
terreno onde será construído o edifício. Não fazem parte do levantamento
topográfico a representação dos pontos notáveis do terreno.
34
Questão 3 - Julgue os itens como V ou F, em seguida marque a
sequência correta.
Antes do início da construção, deve ser feito um levantamento

minucioso e completo da área do canteiro de obras e imediações, para
verificar se existem, entre outros:
( ) desníveis perigosos;
( ) fragilidades perigosas do terreno;
( ) possibilidade de enfraquecimento de construções vizinhas por
escavações, vibrações, etc;
( ) não são necessários levantamentos para o início das construções.
a) V, V, V, F. c) V, V, V, V.
b) F, F, F, V. d) F, F, F, F.
Questão 4 – Marque a única opção INCORRETA:
As instalações provisórias consistem em implantar a estrutura

necessária para o início dos trabalhos. Dentre essas instalações está o
canteiro de obras que poderá dispor de:
a) de instalação sanitária; vestiário; alojamento, quando for o caso;
local de refeições; cozinha, quando houver preparo de refeições;
b) lavanderia; área de vivência e lazer; ambulatório, quando se tratar
de frentes de trabalho com 50 ou mais operários;
c) as áreas de vivência e lazer deverão ser mantidas em perfeito
estado de conservação, higiene e limpeza. O Canteiro de Obras deverá
ser dedetizado, preferencialmente, a cada seis meses;
d) O canteiro de obras não é considerado instalação provisória para
o início dos trabalhos.
Questão 5 - Marque a única opção INCORRETA:
As instalações provisórias consistem em implantar a estrutura

necessária para o início dos trabalhos. Dentre essas instalações está
o almoxarifado da obra, que tem como responsável o almoxarife que,
dentre outras atribuições possui a responsabilidade de:
35
a) controlar a entrada e a saída de material; controlar a contagem
do material entregue; controlar a saída do material requisitado pelo
pessoal da obra;
b) guardar equipamentos de terceiros (ferramentas de empregados,
por exemplo); guardar, sob cuidados de segurança, produtos tóxicos,
inflamáveis ou perigosos;
c) desenvolver os cálculos estruturais para a sustentação da estrutura
do edifício;
d) alertar quando o estoque de alguns materiais chegar ao limite
crítico (areia, cal, cimento, etc); armazenar de forma organizada o que
lhe for entregue.
36
UTILIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
1. LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS E
EQUIPAMENTOS
Para otimizar o tempo dos trabalhadores é essencial que se considere

alguns aspectos antes do início da construção. Por exemplo:
• Que materiais serão recebidos na obra?
• Em que quantidade eles serão recebidos?
• Quando e onde serão usados?
• Em que momento devem chegar?
Nesse sentido, é preciso tomar decisões em como receber os materiais, onde estocá-
los, onde serão utilizados e quais as ferramentas disponíveis para o transporte desses
materiais. O que auxilia o processo de otimização de armazenamento e deslocamento
de materiais é a elaboração de um projeto que mostre, no canteiro de obras ou no local
de obras, onde cada tipo de material será armazenado e quais os locais utilizados para o
seu deslocamento até o local onde será processado (ou aplicado).
1.1 Histórico do armazenamento de materiais e equi-

pamentos
A armazenagem de materiais e equipamentos

é utilizada desde a antiguidade, onde os
líderes militares eram obrigados a pensar no
assunto, uma vez que as guerras eram longas
e, em grande parte, distantes.
37
Para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos
locais de combate eram necessários o planejamento, a organização e a execução
de tarefas logísticas, que envolviam a definição de uma rota (nem sempre a mais
curta), pois era necessário ter uma fonte de água potável próxima, transporte,
armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos.
Na antiga Grécia, em Roma e no Império Bizantino, os militares com o título de

Logistikas eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra.
Em alguns casos específicos era mais vantajoso

que existissem pontos estratégicos para distribuição
de munições e armamentos vez que as batalhas eram
espalhadas pelo território. Assim, surgiram os primeiros
armazéns, que hoje se assemelham aos almoxarifados.
Atualmente, o armazenamento de materiais é feito nos

almoxarifados que, antigamente, constituíam-se em depósitos inadequados
de materiais, onde esses eram armazenados e acumulados de qualquer forma
utilizando mão de obra desqualificada. Por esta razão, os almoxarifados eram
considerados os piores locais de um canteiro de obras para fornecimento de
materiais para a construção de um edifício.
O almoxarifado atual é o local destinado à guarda e conservação de

materiais em recinto, de preferência coberto, tendo a função de destinar
espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso,
ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionado à
política geral de estoque da obra.
Assim, o almoxarifado deverá:

• assegurar que o material adequado esteja, na quantidade devida,
no local certo, quando necessário;
• impedir que haja divergências de inventário e perdas de qualquer
natureza;
• preservar a qualidade e as quantidades exatas;
• possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e
distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente.
38
O almoxarifado deverá:
a) permitir divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;

b) preservar a qualidade e as quantidades exatas;
c) assegurar que o material adequado esteja, na quantidade devida,
no local certo, quando necessário;
d) manter o material guardado, não interessa onde ou como, contanto
que esteja em um local coberto.
1.2 Utilização e localização de materiais e

equipamentos
Como vimos, o almoxarifado deverá assegurar que
o material adequado esteja, na quantidade devida, no
local certo, quando necessário.
Assim, torna-se imprescindível a eficiência

na utilização dos materiais que dependem,
basicamente, da redução das distâncias internas
percorridas pelo material (tubulação, fiação ou
cimento, por exemplo) e do consequente aumento do
número de viagens de ida e volta.
Para aumentar a eficiência na organização e utilização dos materiais e

equipamentos é preciso conhecer o funcionamento, mesmo que simplificado,
de um almoxarifado.
Com base em um organograma funcional de um almoxarifado, podemos

resumir as suas principais atribuições:
• receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela empresa;
• entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos usuários
da empresa;
• manter atualizados os registros necessários.
39
Assim, a primeira atividade de um almoxarifado consiste no recebimento e
proteção dos materiais. Destaca-se que no recebimento devem ser feitas algumas
verificações para garantir a qualidade dos produtos armazenados e, se for o caso,
solicitar a devolução dos materiais recebidos fora dos padrões mínimos de qualidade
exigidos pela empresa. Existem, também, técnicas para o armazenamento de
materiais que devem ser seguidas como, por exemplo, o empilhamento.
Após o recebimento e armazenagem, o profissional do

almoxarifado deve proceder à entrega do material, quando
solicitado. Outra atividade importante de um almoxarife
consiste em manter os registros de estoque atualizados e
informar ao setor de compras sempre que o estoque de um
material estiver esgotando. Simples, não é?
Documentos utilizados
Os documentos apresentados a
seguir não são obrigatórios, servem
para um melhor controle e aumento
na eficiência no armazenamento e
distribuição de materiais.
Assim, sugere-se a utilização dos seguintes documentos para consolidação

de um almoxarifado eficiente:
• ficha de controle de estoque: documento destinado a controlar
manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de entradas e
saídas, visando a sua reposição;
• ficha de localização: documento utilizado para indicar as localizações, por
meio de códigos, onde o material está guardado;
• comunicação de irregularidades: documento utilizado para esclarecer ao
fornecedor os motivos da devolução, quanto aos aspectos qualitativo e quantitativo;
40
• relatório técnico de inspeção: documento utilizado para definir, sob o
aspecto qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado do fornecedor;
• requisição de material: documento utilizado para a retirada de materiais
do almoxarifado e;
• devolução de material: documento utilizado para devolver ao estoque do
almoxarifado as quantidades de material requisitadas além do necessário.
Distribuição e recebimento de materiais
Você sabia que o recebimento de materiais é a ativida-

de intermediária entre as tarefas de compra e pagamento
ao fornecedor? Diversas são as atribuições no recebimento
de materiais. A primeira delas diz respeito à coordenação e
controle das atividades de recebimento e devolução, quando
for o caso, de materiais. Além da coordenação e controle das
atividades, a análise dos volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de
Transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos são atribuições do
recebimento de materiais.
Fazer a conferência visual, verificando as condições de embalagem quanto

a possíveis avarias na carga transportada e fazer a conferência quantitativa e
qualitativa dos materiais recebidos também são consideradas atribuições do
recebimento de materiais. Após essas conferências, compete a quem recebe
os materiais, decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso, e
providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento
ao fornecedor.
Assim, o recebimento de materiais pode ser estruturado em quatro fases:

• 1a fase: Entrada de materiais; • 3a fase: Conferência qualitativa;
• 2a fase: Conferência quantitativa; • 4a fase: Regularização.
Vamos conhecer melhor cada uma delas?
1a fase: Entrada de Materiais
A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria da empresa

representa o início do processo de recebimento e tem os objetivos de:
• recepcionar os veículos transportadores;
41
• realizar uma triagem da documentação suporte do recebimento;
• constatar se a compra, objeto da Nota Fiscal em análise,
estava autorizada;
• constatar se a compra foi entregue no prazo
solicitado;
• verificar se as informações na Nota Fiscal (nome
da empresa, valores, etc.) estão corretas;
• encaminhamento, quando for o caso, dos veículos para a descarga.
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser encaminhados
ao local de armazenamento dos materiais. Para efeito de descarga do material, a
recepção é voltada para a conferência de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal
com os respectivos registros e controles de compra.
2a fase: Conferência quantitativa
A segunda fase do recebimento dos materiais consiste na conferência

quantitativa, que é a atividade na qual se verifica a quantidade entregue com a
quantidade declarada pelo fornecedor em Nota Fiscal. Dependendo da natureza dos
materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando os seguintes métodos:
• Manual: para o caso de pequenas quantidades;
• Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens padronizadas

com grandes quantidades;
• Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que envolvem

grande quantidade de pequenas peças como parafusos , porcas, arruelas;
• Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser

feita em de balanças rodoviárias ou ferroviárias;
• Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas.
3a fase: Conferência qualitativa
A terceira fase é a conferência qualitativa que, diferente da conferência

quantitativa, que apenas verifica a quantidade, visa garantir a adequação do
material ao fim que se destina, verificando a qualidade do produto entregue. A
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da confrontação
42
das condições contratadas na Autorização de Fornecimento com as consignadas
na Nota Fiscal pelo fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do
material contratado pelo exame das dimensões, características específicas (como
coloração, por exemplo) e restrições específicas (como a existência de avarias).
4a fase: Regularização
A quarta e última etapa do recebimento de materiais caracteriza-se

pelo controle do processo de recebimento, pela confirmação da conferência
qualitativa e quantitativa, respectivamente por meio do laudo de inspeção técnica
e pela confrontação das quantidades conferidas versus faturadas. O processo de
regularização poderá dar origem a uma das seguintes situações:
Quanto ao pagamento:
• liberação de pagamento ao fornecedor (material recebido sem ressalvas);
• liberação parcial de pagamento ao fornecedor;
• não liberação de pagamento.
Quanto ao armazenamento:
• devolução de material ao fornecedor;
• entrada do material no estoque;
• reclamação de falta ao fornecedor.
Quanto ao pagamento, as avaliações podem

determinar a liberação do pagamento caso
o material recebido esteja em conformidade
com os parâmetros de quantidade e qualidade.
No entanto, se alguma inconsistência de quantidade

ou qualidade for encontrada, o pagamento poderá ser
liberado parcialmente, até que a empresa fornecedora sane os
problemas encontrados. E, em um caso mais grave a não liberação
de pagamento, quando o material entregue, em sua totalidade,
não correspondem ao contratado.
43
Assim, o material em excesso ou com defeito será devolvido ao fornecedor, dentro
de um prazo de 10 dias a contar da data do recebimento, acompanhado da Nota Fiscal
de Devolução, emitida pela empresa compradora.
(1) 1ª fase: Entrada de materiais.
(2) 2ª fase: Conferência quantitativa.
(3) 3ª fase: Conferência qualitativa.
(4) 4ª fase: Regularização.
( ) É a atividade na qual se verifica a quantidade entregue com a
quantidade declarada pelo fornecedor em Nota Fiscal.
( ) Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela
confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, respectivamente
por meio do laudo de inspeção técnica.
( ) Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina,
verificando a qualidade do produto entregue.
( ) A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria da
empresa representa o início do processo de recebimento.
Exercícios
Questão 1- Sobre a armazenagem de materiais, assinale a única
Viu como
você
opção correta.
consegue?
Registre a) A armazenagem de materiais não possui importância para a
suas construção civil, principalmente nos dias atuais.
respostas
na Aula b) A armazenagem de materiais e equipamentos é utilizada desde
Interativa.
a antiguidade, onde os líderes militares eram obrigados a pensar no
assunto, vez que as guerras eram longas e, em grande parte, distantes.
44
c) A armazenagem de materiais e equipamentos passou a ser
utilizada somente na modernidade.
d) A armazenagem de materiais e equipamentos não foi utilizada na

antiguidade, vez que as guerras eram curtas e sempre próximas dos
países que estavam em conflito.
Questão 2- Sobre a finalidade do almoxarifado, marque a

alternativa INCORRETA.
a) Assegurar que o material adequado esteja, na quantidade

devida, no local certo, quando necessário;
b) Impedir que haja divergências de inventário e perdas de

qualquer natureza;
c) Não se preocupar com a preservação da qualidade e das

quantidades exatas;
d) Possuir instalações adequadas e recursos de movimentação e

distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente.
Questão 3- A primeira atividade de um almoxarifado consiste no

recebimento e proteção dos materiais. Sobre o assunto assinale a
única opção correta:
a) no recebimento não precisam ser feitas verificações para garantir

a qualidade dos produtos armazenados;
b) no recebimento devem ser feitas algumas verificações para

garantir a qualidade dos produtos armazenados e, se for o caso,
solicitar a devolução dos materiais recebidos fora dos padrões mínimos
de qualidade exigidos pela empresa;
c) no recebimento devem ser feitas algumas verificações para

garantir a qualidade dos produtos armazenados. Esse procedimento,
no entanto, não possui grandes vantagens, já que não é possível
solicitar a devolução dos materiais recebidos, que estão fora dos
padrões mínimos de qualidade exigidos pela empresa;
45
d) o enunciado se equivoca ao dizer que é atribuição do almoxarife o
recebimento e proteção dos materiais. Essa atividade é uma atribuição
dos arquitetos e seguranças da obra.
Questão 4- Os documentos para controle do almoxarifado não são

obrigatórios. Sobre esses documentos marque a alternativa ERRADA.
a) Ficha de localização é um documento destinado a controlar

manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de
entradas e saídas, visando a sua reposição.
b) Ficha de controle de estoque é um documento destinado a controlar

manualmente o estoque, por meio da anotação das quantidades de
entradas e saídas, visando a sua reposição.
c) Ficha de localização é um documento utilizado para indicar as

localizações, por meio de códigos, onde o material está guardado.
d) Comunicação de irregularidades é um documento utilizado para

esclarecer ao fornecedor os motivos da devolução, quanto aos aspectos
qualitativo e quantitativo.
Questão 5- Sobre o recebimento de materiais, assinale a única

opção correta.
a) O recebimento de materiais pode ser estruturado em duas fases: 1a

fase.: Entrada de materiais e 2a fase: Regularização.
b) O recebimento de materiais pode ser estruturado em duas fases:

1 fase: Conferência quantitativa e 2a fase: Conferência qualitativa.
a
c) O recebimento de materiais pode ser estruturado em duas fases: 1a

fase: Conferência quantitativa e 2a fase: Regularização.
d) O recebimento de materiais pode ser estruturado em quatro fases:

1 fase: Entrada de materiais; 2a fase: Conferência quantitativa; 3a fase:
a
Conferência qualitativa e; 4a fase: Regularização.
46
2. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
2.1 Modalidades e inspeção de materiais e equipamentos

E depois do recebimento, podemos começar a obra?
Além da inspeção realizada em fase de recebimento, o profissional da

engenharia civil pode optar por realizar inspeções mais detalhadas em alguns
casos. Essa inspeção mais detalhada se dá por meio do acompanhamento do
produto em seu processo de fabricação, onde é acompanhado todo o processo
de fabricação; e por meio de realização de testes quando o produto já está pronto.
Existem hoje no Brasil órgãos como o INMETRO que já desenvolvem esses testes,
o que facilita a padronização dos produtos.
Existem dois tipos de inspeções: a total e a parcial. Na inspeção total, 100%

do material é avaliado, ou seja, todos os produtos passam pelo processo de
inspeção. No processo de inspeção parcial, alguns produtos são selecionados,
por meio de amostragens, alguns dos produtos são avaliados. Essa última prática,
a inspeção por amostra, é a mais realizada no ramo das atividades de construção
civil, pois apresenta um bom benefício de tempo de inspeção e qualidade do
produto recebido.
Movimentação de materiais
Dependendo do tipo de atividade desenvolvida
e do sistema de produção adotado, a movimentação
de materiais pode atingir um custo de 70% do custo
total da produção. Por esta razão, o seu planejamento é
muito importante.
Assim, os custos de movimentação de materiais constituem, geralmente,

uma parcela significativa do custo total de fabricação. Isso significa que o custo
de movimentação de materiais influencia o custo final do produto ou serviço sem
contribuir em nada para a sua melhoria. Daí a necessidade de se tentar constantemente
baratear o custo do produto/serviço utilizando uma seleção rigorosa dos meios de
movimentação adequados ao sistema de produção utilizado pela empresa.
47
Os custos de movimentação de materiais são os seguintes:
• equipamentos utilizados: dinheiro destinado para a compra ou aluguel
de equipamentos;
• combustível utilizado: despesas efetuadas com combustível ou energia
para alimentar os equipamentos de movimentação;
• equipe para a operação dos equipamentos ou deslocamento de materiais:
motoristas de tratores ou empilhadeiras, operadores de guindastes ou de
elevadores, pessoal auxiliar e pessoal para a realização dos deslocamentos caso
sejam manuais;
• manutenção de equipamentos: despesas com manutenção e com oficinas
de consertos, peças e componentes de reposição, bem como com o pessoal da
oficina e;
• perdas de material decorrentes de manuseio, de acidentes na
movimentação, quebras, estragos em embalagens.
Conclui-se então, que o deslocamento de materiais possui um papel fundamental

no planejamento de uma obra.
A movimentação de materiais, entendida como todo o fluxo

de materiais dentro da obra, é uma atividade indispensável
a qualquer sistema de produção e visa não somente o
abastecimento das seções produtivas, mas também a garantia
da sequência do processo de produção entre as seções envolvidas.
Quanto à sua classificação, a movimentação de materiais pode

ser horizontal ou vertical. É horizontal quando a movimentação
se dá em um espaço plano e em um mesmo nível. É vertical
quando a empresa utiliza edifícios de vários andares ou níveis de
altura.
As principais finalidades da movimentação de materiais são:

• aumento da capacidade produtiva da empresa, que pode ser obtido: por
meio da redução do tempo de fabricação; por meio do incremento da produção,
pela intensificação do abastecimento de materiais às seções produtivas; utilização
racional da capacidade de armazenagem, utilizando plenamente o espaço
disponível e aumentando a área útil da fábrica;
48
• melhorar as condições de trabalho: proporcionando maior segurança e
redução de acidentes durante as operações com materiais; redução dos cansaços
nas operações com materiais e maior conforto para o pessoal; aumento da
produtividade da mão-de-obra;
• reduzir os custos de produção: por meio da redução da mão-de-obra braçal
pela utilização de equipamentos de manuseio e transporte; redução dos custos
de materiais, com acondicionamento e transporte adequados que permitam
reduzir as perdas ou estragos de materiais; redução de custos em despesas gerais
em razão de menores despesas de transporte e menores níveis de estoques de
materiais;
• melhoria na circulação de pessoas e dos materiais: criação de corredores
bem definidos; endereçamento fácil; equipamentos eficientes; métodos eficientes
de carga e descarga; localização estratégica de almoxarifados pela criação de
pontos de armazenagem próximos aos consumidores, para distribuição aos
pontos de venda, só é possível graças aos equipamentos de movimentação e
armazenagem.
Quanto à movimentação de materiais, faça a correspondência.
(1) Movimentação de materiais horizontal.
(2) Movimentação de materiais vertical.
( ) É quando a empresa utiliza edifícios de vários andares ou níveis
de altura.
( ) É quando a movimentação se dá em um espaço plano e em um
mesmo nível.
Equipamentos utilizados para movimentação de materiais

O manuseio para a movimentação de materiais poderá assumir as seguintes
formas:
• manualmente;
• por meio de carrinhos impulsionados manualmente;
49
• por meio de empilhadeiras;
• por meio de paleteiras;
Empilhadeiras:
não possui • por meio de pontes rolantes: trata-se de equipamento constituído de
limitação
de direção estrutura metálica, sustentada por duas vigas, ao longo das quais a ponte rolante
horizontal se movimenta; entre as duas vigas corre um carrinho com um gancho;
ou vertical,
podendo ser • por meio de guindastes: trata-se de equipamento utilizado em área
elétrica, com externa, equipados com lança e com capacidade de carga acima de 5 toneladas.
motor a gás,
diesel ou
gasolina.
Quase sempre esses equipamentos servem para o transporte
Paleteiras: tipo
de empilhadeira
e elevação de materiais. São muito utilizados em áreas de
limitada ao armazenamento de ferro para construção, nas linhas de
manuseio
horizontal.
produção de construção pesada, na recepção e expedição
de cargas de grandes proporções e peso, nas indústrias
metalúrgicas e siderúrgicas.
Princípios básicos para a movimentação de materiais
O primeiro princípio diz respeito ao fluxo dentro do processo produtivo,

a fim de planejar a movimentação de tal forma que o processo produtivo seja
facilitado. Assim, o foco está no processo produtivo.
Outro princípio importante para a movimentação de materiais diz

respeito às distâncias a serem percorridas, que devem ser minimizadas e,
quando possível, eliminadas.
Para que um sistema de transporte

interno seja eficiente é preciso que sejam
adotados certos princípios básicos para a
movimentação de materiais.
A minimização de transportes manuais, sendo

preferidos os deslocamentos mecânicos (aqueles com auxílio
de máquinas) também é um dos princípios do deslocamento
de materiais. Outro norteador consiste em considerar sempre a
segurança do pessoal envolvido. Isso é muito importante. Anote aí!
50
São outros princípios do deslocamento de
materiais:
• utilizar cargas unitárias sempre que possível;
• procurar a utilização máxima do
equipamento, evitando o transporte vazio, isto é,
utilizar sempre o transporte nos dois sentidos de ida e volta e;
• prever sempre um sistema alternativo de transporte, para uso em caso de
falha do principal.
Alguns cuidados devem ser tomados na elaboração dos planos de
movimentação de materiais. A necessidade de revisão parcial ou total do sistema
de movimentação de materiais ocorre quando:
• homens e mulheres estão manipulando cargas, respectivamente, acima
de 30 kg e de 10 kg;
• materiais estão sendo desviados do caminho mais direto e natural de sua
transformação no processo fabril, para fins de inspeção, conferência etc.;
• equipe de produção está abandonando seus postos para efetuar
operações de transporte;
• cruzamentos frequentes de trajetórias de materiais em movimento;
• os trabalhadores da produção têm de parar até serem supridos de materiais;
• os materiais vão e voltam na mesma direção por mais de uma vez no seu
processo de transformação e;
• cargas acima de 50kg são levantadas por mais de 1 metro sem ajuda mecânica.
Definição do tipo de movimentação

Antes de definir o tipo de equipamento a ser utilizado para a movimentação
de materiais, vários itens devem ser analisados, como: tipo de produtos,
considerando sua dimensão; características mecânicas; e a quantidade a ser
transportada. Outros fatores também podem influenciar na escolha do modo de
deslocamento. São eles:
• layout, espaço entre as colunas, resistência do piso, dimensão das
passagens, dos corredores e das portas;
• sequência das operações;
51
• método de armazenagem;
• custo da movimentação;
• área necessária para o funcionamento do equipamento;
• fonte de energia necessária;
• deslocamento e direção do movimento;
• mão-de-obra;
• flexibilidade do equipamento a ser adotado;
• grau de supervisão requerido para a operação (transportadores x
empilhadeiras); e
• possibilidade da variação da velocidade do equipamento (adaptação ao
volume de expedição e recebimento, ao alto índice eventual de perdas, à ausência
ocasional de pessoal e à inexperiência do operário).
Armazenamento de materiais
O armazenamento de materiais é de suma importância para a garantia

da qualidade dos produtos. O fabricante deverá fornecer todas as informações
que assegurem o armazenamento de materiais. Você sabe como fazer o
armazenamento?
Os materiais mais comuns de uma obra a serem armazenados: cal, cimento,

argamassa e gesso; areia e brita; blocos cerâmicos e de concreto e aço.
Cal, cimento, argamassa e gesso
Antes de empilhar os sacos, é necessário checar a segurança do local (deve ser

sempre coberto). O material deve
ser empilhado mantendo sempre
a quantidade de dez sacos de
cimento ou gesso, quinze sacos
de cal e vinte sacos de argamassa.
Para evitar que os produtos

tenham contato com a umidade,
os sacos devem ser empilhados
sobre estrados, podendo ser de
madeira, com 30 cm de altura em relação ao piso e uma distância mínima de 30
cm das paredes.
52
A dosagem e mistura dos materiais devem ser feitas em local coberto
e ventilado, que não atrapalhe o movimento de outros materiais e que esteja
próximo aos equipamentos de transporte vertical, como os elevadores ou gruas.
Areia e Brita
O local de estoque de areia e brita deve ficar próximo aos portões de

entrada de materiais e se possível com dimensões que permitam uma conexão
direta com as caçambas de caminhões basculantes. Outro cuidado com as baias
diz respeito à sua altura, que deve ter cerca de 1,20 m. Elas devem ser feitas em
blocos de concreto, pois evitam o seu vazamento e mistura com entulho e outros
tipos de pedra ou areia.
Ressalta-se que o material não deverá ter contato direto com o solo, por isso,
recomenda-se que no local destinado ao armazenamento de areia e brita seja feito Caminhão
basculante:
um contrapiso de concreto. É que
importante citar, ainda que cada normalmente
desenvolve
tipo de granulometria de areia o transporte
ou brita deve ter sua baia própria desses
materiais.
devidamente identificada.
A figura acima resume as precauções a serem tomadas no armazenamento

de areia e brita.
Blocos cerâmicos ou de concreto
A entrega dos blocos cerâmicos ou de concreto deve ser agendada com

antecedência de tal forma que se evite a pré-estocagem em calçadas públicas
ou em outras áreas que interfiram no processo produtivo da obra. O seu
armazenamento deverá ser feitos sobre estrados de madeira a fim de evitar o
contato direto com o solo.
A altura máxima das pilhas não deverá ultrapassar 2 metros e os blocos

diferentes não devem ser colocados na mesma pilha para se evitar a troca de
materiais durante a execução da alvenaria.
O transporte manual dos blocos ocasiona um maior índice de quebras, por

isso sempre que possível o transporte deverá ser feito com auxílio do carrinho de
mão ou jerica.
53
A figura ao lado ilustra
os cuidados a serem tomados
no armazenamento de blocos
cerâmicos ou de concreto.
Aço
Os vergalhões de aço devem ser recebidos, agrupados e etiquetados

por bitolas, separados por baias e troncos. Se possível o seu armazenamento
deverá ser feito em local coberto que proteja o material do sol e da chuva. Para
evitar contato com o solo e, consequente umidade, o
aço deverá ser armazenado
sobre estrado (de madeira,
por exemplo) com altura
mínima de 7cm em relação ao
piso, com uma pilha máxima
de 50cm de altura.
Sobre o posicionamento
do estoque das barras de aço, destaca-se que deverá ser o mais próximo possível
da central de corte e dobra do canteiro de obras.
A figura resume as precauções a serem tomadas no armazenamento de

aço.
Outros materiais
Também é preciso se preocupar como

armazenamento de outros materiais, como tubos
e conexões PVC, componentes de madeira,
placas de gesso, cerâmica, tintas, materiais para
instalação elétrica, eletroduto, madeira bruta,
esquadrias e vidros.
54
Exercícios
Muito
Questão 1 - Sobre a armazenagem de materiais, assinale a única bem! Mais
opção correta. uma lição
finalizada.
a) A armazenagem de materiais não possui importância para a Registre
suas
construção civil, principalmente nos dias atuais. respostas
na Aula
b) A armazenagem de materiais e equipamentos é utilizada desde
Interativa.
a antiguidade, onde os líderes militares eram obrigados a pensar no
assunto, vez que as guerras eram longas e, em grande parte, distantes.
c) A armazenagem de materiais e equipamentos passou a ser
utilizada somente na modernidade.
d) A armazenagem de materiais e equipamentos não foi utilizada na
antiguidade, vez que as guerras eram curtas e sempre próximas dos
países que estavam em conflito.
Questão 2 - O armazenamento de materiais na construção civil

é feito nos almoxarifados que, antigamente, constituíam-se em
depósitos inadequados de materiais, onde esses eram armazenados e
acumulados de qualquer forma utilizando mão de obra desqualificada.
Sobre os almoxarifados assinale a única opção incorreta.
a) Pelo fato de constituírem depósitos inadequados, os almoxarifados
eram considerados os piores locais de um canteiro de obras para
fornecimento de materiais para a construção de um edifício.
b) Com o tempo, tendo em vista as necessidades de maior
produtividade e redução de custos, surgiram sistemas de manuseio
e armazenagem de materiais bem sofisticados, o que acarretou em
aumento de eficiência, maior segurança nas operações de controle
e rapidez na obtenção de informações, dando origem ao moderno
almoxarifado.
c) Os almoxarifados possuem infraestrutura muito cara. Por esta
razão, há mais de cinco décadas as empresas de construção civil, optam
por não montar almoxarifados em seus canteiros de obras.
55
d) O almoxarifado atual é o local destinado à guarda e conservação
de materiais em recinto tendo a função de destinar espaços onde
permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso.
Questão 3 - O almoxarifado deverá assegurar que o material adequado

esteja, na quantidade devida, no local certo, quando necessário. Assim,
torna-se imprescindível a eficiência na utilização dos materiais que
dependem, basicamente (assinale a única opção incorreta):
a) da redução das distâncias internas percorridas pelo material
(tubulação, fiação ou cimento, por exemplo);
b) do número de viagens de ida e volta;
c) do aumento do tamanho dos materiais a serem transportados e a
forma como são armazenados;
d) O almoxarifado não necessita ser eficiente. Apenas os profissionais
que estão na linha de frente da produção é que precisam ser eficientes,
o armazenamento dos materiais poderá ser feito sem planejamentos.
Questão 4 - O recebimento de materiais é a atividade intermediária

entre as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor. Sobre o assunto
assinale a única alternativa correta:
I. uma das atribuições no recebimento de materiais diz respeito à

coordenação e controle das atividades de recebimento e devolução,
quando for o caso, de materiais;
II. além da coordenação e controle das atividades, a análise dos

volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte
com os volumes a serem efetivamente recebidos são atribuições do
recebimento de materiais.
a) Somente a afirmação i está correta.
b) Somente a afirmação ii está correta.
c) As afirmações i e ii estão corretas.
d) Nenhuma afirmação está correta.
56
Questão 5 - Uma série de itens deve ser analisada antes da definição
do tipo de equipamento que será utilizado para a movimentação de
materiais. Sobre o tipo de equipamento a ser utilizado na construção
civil assinale a única opção correta.
a) Fatores como o tipo do produto, levando em consideração suas
dimensões, características mecânicas, quantidade a ser transportada
influenciam na definição do tipo de movimentação.
b) O layout, espaço entre as colunas, resistência do piso, dimensão
das passagens, dos corredores e das portas são itens que não afetam a
escolha dos equipamentos para o transporte dos materiais.
c) A sequência das operações e o método de armazenagem são itens
a serem considerados na definição do tipo de movimentação. O custo
da movimentação não é um fator a ser considerado.
d) O equipamento a ser utilizado para o transporte de materiais é o que
está disponível no momento, não devendo ser avaliados outro fatores.
57
NOÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
1. ACIDENTE DE TRABALHO
1.1 Diferença entre acidente e incidente.
Você sabe qual é a definição de acidente?

( ) Sim ( ) Não
Ao procurar a definição de acidente em um dicionário

encontra-se a seguinte definição: acontecimento infeliz que
resulta em ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, etc.
É importante perceber que o acidente não é uma simples obra do acaso e, quando
acontece, pode trazer consequências indesejáveis. Nesse contexto, os acidentes
podem ser previstos e, se podem ser previstos, podem, também, ser evitados.
Assim, por mais imprevisível que pareça ser, todo acidente tem uma causa
definida. Em geral, os acidentes são o resultado de combinação de fatores,
entre eles, falhas humanas e falhas materiais. Vale lembrar que os acidentes não
escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no lazer, no ambiente de
trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de um lado para o outro, para
cumprir nossas obrigações diárias.
Incidente:
aconte- E os incidentes, o que são?
cimento
imprevisível
que modifica
Um incidente pode ser determinado
o desenrolar como um acontecimento não desejado, ou não
normal de programado, que venha a deteriorar ou diminuir a
uma ação.
eficiência operacional da empresa.
58
Incidente é um ‘quase-acidente’. Pode-se considerar que incidentes são
aqueles sustos, tão úteis quando fazem refletir melhor e não repetir aquela falha.
Os incidentes acontecem com muito mais frequência do que se costuma reparar.
Os acidentes e incidentes possuem características em comum. Os dois,

quase sempre, têm sua origem em erros ou falhas humanas, raramente têm sua
origem por falha técnica ou falha de equipamento. A cada repetição do erro a
chance de um acidente ou incidente ocorrer aumenta mais.
Uma vez entendida a diferença entre acidente e incidente é importante
entender o conceito de acidente do trabalho, que é definido por lei.
Acidente do trabalho é aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho

Lei: decreto
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que
83.080 de
cause a morte ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade 24.01.1979,
para o trabalho. no seu “Re-
gulamento
Assim um acidente do trabalho ocorre sempre que um fato não programado de Bene-
fícios da
modifica ou põe fim à realização de um trabalho, o que ocasiona sempre perda Previdência
de tempo, podendo advir outras consequências como danos materiais. Social”, no
seu Art. 221.
Existem outras situações que também são consideradas acidentes de Danos
trabalho embora não se enquadrem diretamente na definição. Serão apresentadas materiais:
aos equipa-
quatro situações: mentos, aos
produtos, às
1. doença profissional ou do trabalho;
instalações
2. o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa e ao meio
ambiente.
única, haja contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou a redução da
capacidade de trabalho;
59
3. O acidente sofrido pelo empregado, no local e horário de trabalho em
consequência de:
a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação ou incêndio;
f ) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
4. o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho;
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção
utilizado, inclusive de propriedade do empregado;
d) no trajeto da residência para o trabalho e vice versa;
e) no percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho;
Quanto à sua classificação, um acidente do trabalho pode ser sem

afastamento, quando o acidentado pode continuar sua função normal, no
mesmo dia do acidente, ou no próximo, no horário normal de trabalho. Ou com
afastamento, quando o acidente provoca incapacidade temporária, incapacidade
permanente ou morte do acidentado.
Os acidentes do trabalho podem ser dos mais diversos tipos. A seguir serão
apresentados alguns tipos de acidentes do trabalho:
Temporária: incapacidade temporária é a perda de capacidade do trabalho por um período limitado de tempo,
nunca superior a um ano. É aquela em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, devido ao
acidente, retorna executando suas funções normalmente, como fazia antes do acidente.
Permanente: incapacidade permanente parcial é a redução parcial da capacidade de trabalho do acidentado,
em caráter permanente (perda de um dos olhos, de um dedo, etc.). Incapacidade permanente total é a perda da
capacidade total para o trabalho em caráter permanente (perda de uma das mãos, dos dois pés, mesmo que a
prótese seja possível).
60
1. batida por: quando o trabalhador sofre batida de objetos;
2. batida contra: quando o trabalhador bate o corpo ou parte dele contra objetos;
3. prensagem entre: quando ocorre a prensagem do corpo ou parte dele
entre um objeto fixo e um móvel ou entre dois móveis;
4. queda da pessoa: de mesmo nível, quando escorrega ou tropeça; de
nível elevado, quando cai de local mais alto;
5. queda de objetos: quando o trabalhador é atingido por um objeto que
cai devido à ação da gravidade;
6. esforço excessivo: decorre da má posição do corpo, de movimentos
brusco em más condições ou esforço excessivo empregado, atingindo
principalmente a coluna vertebral e a região lombar;
7. contato com produtos químicos;
8. contato com eletricidade;
9. contato com temperaturas extremas e /ou umidade.
As consequências de um acidente de trabalho são muitas e afetam não só o

trabalhador, mas também a empresa. O trabalhador que sofre um acidente do trabalho
pode enfrentar problemas físicos, emocionais, financeiros; já a empresa deverá procurar
a substituição do acidentado, terá a redução de produção e, por consequência de lucro,
terá um aumento de custo na folha de pagamento e ausência do profissional treinado e
deverá pagar indenizações de acidentes e doenças ocupacionais.
Em suma, os acidentes do trabalho causam muitos problemas a todos e custam muito

mais que investir em prevenção. Assim sendo, faz-se necessário analisar as possíveis
causas de acidentes do trabalho, que são as condições propícias e os atos inseguros.
61
1.2 Condição e ato inseguro
As condições inseguras e os atos inseguros
são apontados como responsáveis pela
maioria dos acidentes. Deve-se levar em
consideração que às vezes, os acidentes
são provocados tanto pela presença de
condições inseguras quanto pela prática
de atos inseguros. Outro elemento
importante para a compreensão dos
conceitos de condição e ato inseguro diz
respeito ao fator de insegurança pessoal.
Condição de insegurança
Você sabe reconhecer uma condição insegura?
De acordo com as normas brasileiras, a condição insegura para o ambiente

de trabalho é a condição do meio que causou o acidente ou contribui para a
NBR
14280:2001 sua ocorrência. Comumente, essas condições apresentam-se como deficiências
técnicas nas construções e instalações; maquinaria e; proteção ao trabalhador.
As construções e instalações podem apresentar condições

de insegurança na medida em que podem apresentar: áreas
insuficientes para a realização dos trabalhos, pisos fracos e ir-
regulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e
de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos,
falta de sinalização, piso escorregadio, buracos, saliências, pla-
taforma sem corrimão, sem rodapé (falha de projeto) iluminação
inadequada (falta e excesso), ventilação inadequada, dentre outros.
Outro fator que pode gerar condições inseguras de trabalho diz respeito à
maquinaria utilizada na construção de edificações. Isso porque em alguns casos
as máquinas utilizadas nas obras estão localizadas de forma imprópria, há falta
de proteção em partes móveis das máquinas (polias, engrenagens e pontos de
agarramento, por exemplo), máquinas podem apresentar defeitos e faltas de
dispositivos de segurança, etc.
62
Arquitetando conhecimentos!
As construções e instalações apresentam condições de insegurança
quando:
Marque as alternativas corretas.
a) pisos fracos e irregulares; h) plataforma com corrimão;
b) excesso de ordem e limpeza; i) piso escorregadio;
c) falta de ordem e de limpeza; j) perfeição nas instalações
d) sinalização adequada; elétricas;
e) instalações elétricas k) plataforma sem corrimão;
impróprias ou com defeitos; l) iluminação inadequada;
f ) falta de sinalização; m) ótima iluminação.
g) pisos fortes e regulares;
Como visto, além das condições inseguras, os atos inseguros podem,

também ocasionar acidentes. Assim, iniciam-se os estudos sobre atos inseguros.
Ato inseguro
Você sabe o que é

um ato inseguro?
( ) Sim ( ) Não
Segundo as normas brasileiras, ato inseguro é toda ação ou omissão que,

contrariando o preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência
de acidentes, podendo ser: conscientes, quando as pessoas sabem que estão Normas
se expondo ao perigo; inconscientes, quando as pessoas desconhecem o brasilei-
ras: NBR
perigo a que se expõe e circunstanciais, quando as pessoas podem conhecer ou 14280:2001.
desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva à prática da ação insegura. Três ca-
tegorias:
Prática da ação insegura: por exemplo, tentativa de salvar alguém em consciente,
situação perigosa ou tentativa de evitar algum prejuízo à empresa. inconsciente
e circunstan-
Quanto à ação perigosa das pessoas, não muda nada nas três categorias, o cial.
63
que diferencia um dos outros é o estado de consciência das pessoas ou o motivo
que as levou a praticar o ato inseguro.
É importante distinguir a consciência da pessoa quando pratica o ato com

a atitude de praticá-lo.
Atitude:
Atitude é a decisão mental de praticar a ação física que aproxima as pessoas
atitude é a do perigo.
decisão
mental Existem alguns atos inseguros mais frequentes. Destaca-se que, no entanto,
de praticar
a ação que essa frequência pode variar de empresa para empresa e de município para
física município. Os atos inseguros mais conhecidos e frequentes são:
que apro-
xima • ficar junto ou sob cargas suspensas;
as pessoas • colocar parte do corpo em lugar perigoso;
do
perigo. • usar máquinas sem habilitação ou autorização;
• imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga;
• lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento;
• improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais;
• uso de dispositivo de segurança inutilizados;
• não usar proteções individuais;
• uso de roupas inadequadas ou acessórios desnecessários;
Maneira
diver- • manipulação insegura de produtos químicos;
sa: por • transportar ou empilhar materiais sem segurança;
exemplo, o
trabalha- • fumar ou usar chamas em lugares indevidos;
dor não • tentativa de ganhar tempo e;
deveria ter
mani- • brincadeiras e exibicionismo.
pulado
produtos
químicos Sobre o ato inseguro é importante observar que o ato pode ser caracterizado por algo
sem ler as que a pessoa fez quando não deveria fazer ou deveria ter feito de maneira diversa. O ato
instruções
necessárias pode ser caracterizado, ainda, por algo que deixou de ser feito, quando deveria ter feito.
para tanto.
Feito: por Ainda sobre o assunto, é importante observar que:
exemplo,
entrar no a) o ato inseguro tanto pode ser praticado pelo próprio acidentado quantoi
canteiro de por terceiros não acidentados;
obras sem
a utilização b) a pessoa que pratica o ato inseguro pode fazê-lo consciente, inconsciente
de capa-
cete. ou circunstancial, ou estar agindo inseguramente (como já descrito);
64
c) o ato inseguro não significa, necessariamente, desobediência às normas
ou regras constantes de regulamentos adotados pela empresa, podendo
caracterizar-se pela não observância de práticas de bom senso;
d) o fato de uma ação envolver riscos não a caracteriza como ato inseguro.
Existem algumas atividades que envolvem riscos claros e nem por isso são
caracterizadas como atos inseguros. Por exemplo, um eletricista trabalha com
materiais que, naturalmente, envolvem riscos, mas nem por isso devem ser
considerados atos inseguros.
Outra consideração importante diz respeito à possibilidade de praticar
outra ação de menor risco. Por exemplo, caso um trabalhador utilize uma máquina
considerada perigosa que não disponha de dispositivo de segurança, esse ato de
utilizar a máquina não deve ser caracterizado como um ato inseguro.
Fator pessoal de insegurança
Além dos conceitos de condição e ato de insegurança, é importante

conhecer o fator de insegurança pessoal, que de acordo com as normas vigentes,
é conceituada como a causa relativa ao comportamento humano, que pode levar
à ocorrência de acidente ou à prática de ato inseguro. Alguns fatores pessoais de
insegurança podem levar os trabalhadores a praticar atos inseguros:
• inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais;
• fatores circunstanciais;
• desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los;
• desajustamento; e
• personalidade.
Não seria razoável alocar um senhor de certa

idade para o trabalho de descarga de um caminhão
com sacos de cimento.
Fatores circunstanciais: são os fatores que estão

influenciando o desempenho do indivíduo no momento. Exemplos: problemas
familiares, abalos emocionais, discussão com colegas, alcoolismo e toxicomania,
grandes preocupações, doenças e estado de fadiga.
Toxicomania:
consumo de
drogas.
65
Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los são
causados por:
• seleção ineficaz;
• falhas de treinamento;
• falta de treinamento: negação do risco quando elevado.

Falta de
treina- Desajustamento: relacionado com certas condições específicas do
mento: em trabalho. Exemplos: problemas com chefia, problemas com os colegas, política
novatos.
salarial imprópria, política promocional imprópria, clima de insegurança
pressão por produtividade.
Personalidade: fatores que fazem parte das

características de personalidade do trabalhador
e que se manifestam por comportamentos
impróprios. Exemplos: o desleixado, o “machão”,
o exibicionista calado, o exibicionista falador, o
desatento o brincalhão, o negligente, o apressado,
o indisciplinado, excesso de autoconfiança.
Muito
bem! Exercícios!
Agora que
você fina- Questão 01 - Sobre os acidentes, de acordo com o material didático,
lizou esta
lição, res-
assinale a única opção INCORRETA:
ponda as a) um acidente é um acontecimento infeliz que resulta em ferimento,
questões
e depois dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, etc;
registre as
respostas b) o acidente não é uma simples obra do acaso e, quando acontece
nos testes pode trazer consequências indesejáveis;
da sua
Aula Inte- c) os acidentes podem ser previstos e, se podem ser previstos, podem,
rativa. também, ser evitados;
d) os acidentes não podem ser previstos e, por isso, não podem
ser evitados.
66
Questão 02 - Sobre os acidentes e incidentes assinale a única opção
correta:
I. Os acidentes e incidentes não possuem características em comum.
II. Os dois, quase sempre, têm sua origem em erros ou falhas humanas,
raramente têm sua origem por falha técnica ou falha de equipamento.
III. Os dois costumam ser resultados de uma sequência de erros,
quase sempre não acontecendo devido a uma única falha.
IV. A cada repetição de erros a chance de um acidente ou incidente
ocorrer aumenta mais.
a) apenas as afirmações I, II e III estão corretas;
b) apenas as afirmações II, III e IV estão corretas;
c) apenas as afirmações I, II e IV estão corretas;
d) todas as afirmações estão corretas.
Questão 03 - Assinale a única opção correta.
Um acidente de trabalho pode ser definido como:

a) acidente do trabalho é aquele que pode ocorrer pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando somente lesão corporal, que
não cause a morte. A perda, ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho não é considerado acidente de trabalho;
b) acidente do trabalho é aquele que pode ocorrer pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, provocando a perda, ou redução,
permanente da capacidade para o trabalho. Já os incidentes são as
mortes ocorridas durante o exercício do trabalho;
c) acidente do trabalho é aquele que pode ocorrer pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional, que cause a morte ou perda, ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho;
d) acidente do trabalho é aquele que ocorre fora do horário do exercício
do trabalho, quando o empregado não está a serviço da empresa.
67
Questão 04 - Assinale a única opção correta.
De acordo com as normas brasileiras, a condição insegura para o

ambiente de trabalho é:
a) a condição do meio que causou o acidente ou contribui para a

sua ocorrência. Comumente, essas condições apresentam-se somente
como deficiências técnicas nas construções. As deficiências técnicas
nas instalações; maquinaria e; proteção ao trabalhador configuram ato
inseguro;
b) a condição do meio que causou o acidente ou contribui para a

como deficiências técnicas na maquinaria. As deficiências técnicas nas
construções; instalações e; proteção ao trabalhador configuram ato
inseguro;
c) a condição do meio que causou o acidente ou contribui para a

sua ocorrência. Comumente, essas condições apresentam-se como
deficiências técnicas nas construções e instalações; maquinaria e;
proteção ao trabalhador;
d) a condição do meio que causou o acidente ou contribui para a

como deficiências técnicas nas instalações. As deficiências técnicas na
maquinaria e proteção ao trabalhador configuram ato inseguro.
Questão 05 - Os atos inseguros podem ser classificados como

conscientes e circunstanciais. Sobre o assunto julgue os itens que
seguem como Verdadeiros (V) ou Falsos (F), em seguida, marque a
sequência correta.
( ) Os atos inseguros são conscientes, quando as pessoas sabem

que estão se expondo ao perigo.
( ) Os atos inseguros são circunstanciais, quando as pessoas podem

conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva a prática
da ação insegura.
68
( ) Os atos inseguros são inconscientes, quando as pessoas podem
conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva a prática
da ação insegura.
( ) Os atos inseguros são inconscientes, quando as pessoas

desconhecem o perigo a que se expõem.
a. V – V – F – V;
b. F – F – F – V;
c- V – V – V – V;
d- F – F – F – F.
69
2. RISCOS AMBIENTAIS E EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO
2.1 Riscos Ambientais

O conceito de risco ambiental, na área de segurança do trabalho, diz que
seus agentes determinantes são aqueles que possam trazer ou ocasionar danos
à saúde ou à integridade física do trabalhador nos ambientes de trabalho, em
função de sua natureza, concentração, intensidade e exposição aos agentes.
Vamos conhecer melhor os agentes que podem ocasionar danos à saúde?
Agentes físicos: os principais agentes físicos prejudiciais são os ruídos,

vibrações, temperaturas anormais, pressão atmosférica, intempéries, umidade,
eletricidade, eletromagnetismo, radiação, etc.
Agentes químicos: comumente são encontrados sob a forma de névoas,

neblinas, poeiras, fumos, gases, vapores e, em alguns casos, em estado líquido,
pastoso e gasoso.
Agentes biológicos: são os microrganismos de uma forma geral, como

bactérias, fungos, parasitas, helmintos, protozoários, vírus, bacilos, vermes, etc.
Agentes ergonômicos: são contrários às técnicas de ergonomia, que

exigem que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, proporcionando
bem estar físico e psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a
fatores externos e internos, em síntese, quando há disfunção entre o indivíduo e
seu posto de trabalho.
Externos:
do
ambiente. Independente da classificação do tipo de risco ambiental, é importante observar que
Internos: os mesmos são nocivos e danificam a saúde e afetam a integridade física do trabalhador.
do plano
emocional.
A seguir serão apresentados alguns riscos, de acordo com o agente (físico,
químico, biológico ou ergonômico) o que provoca e a sua consequência.
70
Agentes físicos
Os agentes físicos podem causar consaço, irritação,

dores de cabeça, diminuição da audição, aumento da
pressão arterial, fadiga, taquicardia, problemas visuais,
quedas, doenças de pele e respiratórias, entre outros.
Agentes químicos
Os agentes químicos podem provocar doenças pulmorares crônicas,

intoxicação, irritação das vias aéreas, asfixia, danos em diversos órgaõs e ao
sistema formador do sangue.
Agentes biológicos
São capazes de desencadear doenças como: hepatite, cólera, amebíase,

AIDS, tétano, dermatites, doenças respiratórias, entre outras.
Agentes ergonômicos
Os agentes ergonômicos podem causar cansaço, dores musculares,

fraqueza, hipertensão arterial, úlcera, doenças nervosas, alterações de sono e da
libido, cardiopatia, asma, problemas da coluna vertebral, acidentes, entre outros.
Mapas de risco
Os conceitos vistos até agora são importantes

para entender um mapa de risco. Este é uma
representação gráfica dos fatores no local
de trabalho com capacidade de acarretar
prejuízos à saúde dos trabalhadores.
Nesse sentido, dentre outras finalidades, um mapa de risco

serve para a conscientização e informação dos Trabalhadores por
meio da fácil visualização dos riscos existentes na empresa, reunir
as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situ-
ação de segurança e saúde no trabalho na empresa e possibilitar,
durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhado-
res, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.
71
Mapa de risco
2.2 Equipamento de Proteção Individual e Coletiva –

EPI e EPC
Os equipamentos de proteção são dispositivos utilizados pelos trabalhado-
res para diminuir as ameaças à sua segurança e saúde no trabalho. Esses equipa-
mentos podem ser individuais ou coletivos. Vamos estudá-los?
O uso dos equipamentos de proteção individual só é necessário quando

não for possível eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolvem as
atividades. Assim, a regra é que o empregador tente eliminar completamente o
risco do ambiente de trabalho e, caso isso não seja possível, deve-se fornecer os
equipamentos de proteção individual a todos os que trabalharam em tal ambiente.
Nesse sentido, os equipamentos de proteção individual devem ser utilizados

quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis, eficientes ou suficientes
para a atenuação dos riscos e não oferecerem completa proteção contra os riscos
de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho.
72
Já os equipamentos de proteção coletiva são utilizados no ambiente de
trabalho com a finalidade de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes ao
trabalho da construção civil. Esses equipamentos não dependem da vontade do
trabalhador de utilizá-los, uma vez que são fixados no ambiente de trabalho, como
guarda-corpos. Por esta razão, deve ter preferência a utilização dos equipamentos
de proteção individual.
Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos

completamente ou se oferecer proteção parcialmente.
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
Segundo a legislação vigente, o empregador é responsável pelo fornecimento

gratuito ao empregado de todos os equipamentos de proteção individual.
Os equipamentos de proteção individual são os

dispositivos de uso pessoal, ou individual (como o
próprio nome sugere) utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Destaca-se que, tais equipamentos devem ser adequados à atividade que o

trabalhador desempenhará. Ainda, o empregador deverá entregar tais equipamentos
em perfeito estado de conservação e funcionamento.
Nesse sentido, podem-se sistematizar as responsabilidades do empregador

quanto ao equipamento de proteção individual:
• adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
• exigir o seu uso;
• fornecer ao empregado somente EPI’s aprovados pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
73
• orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado
acondicionamento e conservação;
• substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
• comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
MTE: Já o empregado deve:
Ministério
do
• utilizar o equipamento de proteção individual apenas para a finalidade a
Trabalho e que se destina;
Emprego.
• responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação dos seus
equipamentos;
• comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o equipamento
impróprio para uso;
• cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Os EPI’s mais comuns são:
• proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;
• proteção respiratória: máscaras e filtro;
• proteção visual e facial: óculos e viseiras;
• proteção da cabeça: capacetes;
• proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;
• proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;
• proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.
Existem muitos casos de empregados que, com desculpas

de que não se acostumam ou que o equipamento o
incomoda no exercício da função, deixam de utilizá-lo e
consequentemente, passam a sofrer as consequências
de um ambiente de trabalho insalubre.
Quando isso ocorrer, o empregador deve utilizar-

se de seu poder diretivo e orientar o empregado a
utilizar o equipamento, sob pena de advertência e
74
suspensão no primeiro momento e, havendo reincidências, aplicar punições mais
severas como a demissão por justa causa.
Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC
Como já visto, os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos usados

à proteção do grupo de trabalhadores durante a execução de suas atividades.
São exemplos desses equipamentos:
• fitas de demarcação reflexivas: utilizadas para delimitação e isolamento
de áreas de trabalho;
• cones de sinalização: têm finalidade de sinalização de áreas de trabalho e
obras em vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e de pedestres
e podem ser utilizados em conjunto com fita zebrada, sinalizador ou bandeirolas;
• conjuntos para aterramento temporário: finalidade de garantir que
eventuais circulações de corrente elétrica fluam para a terra, minimizando os
riscos aos trabalhadores;
• detectores de tensão para baixa tensão e alta tensão: têm finalidade de
comprovar a ausência de tensão elétrica na área a ser trabalhada;
• coberturas isolantes: finalidade de isolar partes energizadas de redes

elétricas de distribuição durante a execução de tarefas;
• exaustores: finalidade de remover ar ambiental contaminado ou promover
a renovação do ar saudável.
75
De acordo com o que vimos sobre os EPI’s e EPC’s julgue os objetos,
marcando (1) para equipamentos de proteção individual e (2) para
equipamento de proteção coletivo.
( ) Fitas de demarcação ( ) Luva de proteção
reflexivas ( ) Capacete de proteção
( ) Bota de borracha ( ) Protetor auditivo
( ) Cones de sinalização ( ) Exaustores
( ) Cinturão de segurança ( ) Creme protetor
( ) Coberturas isolantes
2.3 Leis trabalhistas

As relações de trabalho individuais ou coletivas são regidas pela Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT, cujo objetivo é unificar todas as leis trabalhistas
praticadas no Brasil. Todos os empregados que possuem registro em carteira de
trabalho são, comumente, chamados de “celetistas”. Além dos celetistas, existem
as empresas que trabalham como pessoas jurídicas, os profissionais autônomos
e os servidores públicos estatutários.
Veja a seguir o que a legislação trabalhista brasileira prevê:
• não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de

trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual;
• considera-se como serviço efetivo o período em que o empregado

permanece à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens;
• são computados, na contagem de tempo de serviço, para efeito de

indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do
trabalho por motivo de acidente do trabalho;
• a todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção

de sexo;
• não se distingue o trabalho realizado no estabelecimento do empregador,

o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que
estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
76
Ressalta-se que a legislação trabalhista é extensa. Como o objetivo dessa
apostila não é apresentar os detalhes de tal legislação, recomenda-se ao aluno
que deseja aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, a leitura do sítio
eletrônico do Governo Federal: http://www.brasil.gov.br/para/servicos/direitos-
do-trabalhador. Lá será possível, dentre outras informações, que o aluno leia sobre:
PIS/Pasep; Salário mínimo; Auxílio-acidente; Seguro-desemprego; Salário-

maternidade; Salário-família; Auxílio-reclusão; Auxílio-doença; Pensão por
morte; Vale-refeição/ vale-alimentação; 13º salário; Férias; Vale-transporte; FGTS;
Assistência médica; Assistência odontológica; Benefício assistencial ao idoso;
Benefício assistencial ao deficiente; Carteira funcional; Abono salarial; Jornada de
trabalho e; Trabalho noturno.
Exercícios
Questão 1- Os equipamentos de proteção individual devem-se Parabéns!
adequar ao tipo de atividade desempenhada pelo trabalhador. Assim, Agora
responda
esses dispositivos variam de acordo com o tipo de atividade ou risco as
que ameaçam a segurança e a saúde do empregado e da parte do questões
e registre-
corpo que se pretende proteger. Sobre os EPI’s mais comuns assinale a as nos
única opção correta: testes da
sua Aula
a) os EPI’s de proteção respiratória são os abafadores de ruídos ou Interativa.
protetores auriculares; já os de proteção auditiva são máscaras e filtro;
b) os EPI’s de proteção de cabeça são os abafadores de ruídos ou
protetores auriculares; já os de proteção respiratória são os capacetes;
c) os EPI’s de proteção auditiva são os abafadores de ruídos ou
protetores auriculares; já os de proteção respiratória são máscaras e filtro;
d) os EPI’s de proteção auditiva são os capacetes; já os de proteção de
mãos e braços são máscaras e filtro.
Questão 2- Sobre o capacete, equipamento de proteção individual
destinado à proteção da cabeça, assinale a única opção correta:
a) a sua limpeza deve ser feita mergulhando-o por 1 dia num
recipiente contendo água com cimento ou argamassa e cal;
b) utilizado para proteção da cabeça do empregado contra agentes
meteorológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado,
77
impactos provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras,
choque elétrico e irradiação solar;
c) o casco deve ser limpo com lixa, garantindo a retirada da proteção
isolante de silicone (brilho);
d) utilizado para proteção da cabeça do empregado somente contra
agentes meteorológicos (trabalho a céu aberto). O trabalho em local
confinado, impactos provenientes de queda ou projeção de objetos,
queimaduras, choque elétrico e irradiação solar são protegidos com a
utilização de guarda chuvas ou protetores solares.
Questão 3- Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos
usados para a proteção do grupo de trabalhadores durante a execução
de suas atividades. Sobre a finalidade dos exaustores assinale a única
opção correta:
a) finalidade de comprovar a ausência de tensão elétrica na área a
ser trabalhada;
b) finalidade de isolar partes energizadas de redes elétricas de
distribuição durante a execução de tarefas;
c) finalidade de remover ar ambiental contaminado ou promover a
renovação do ar saudável;
d) finalidade de garantir que eventuais circulações de corrente
elétrica fluam para a terra, minimizando os riscos aos trabalhadores.
Questão 4- As relações de trabalho individuais ou coletivas são

regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, cujo objetivo é:
Assinale a única opção correta:

a) unificar todas as leis trabalhistas praticadas no Brasil. Todos
os empregados que possuem registro em carteira de trabalho são,
comumente, chamados de “celetistas”. Além dos celetistas, existem
as empresas que trabalham como pessoas jurídicas, os profissionais
autônomos e os servidores públicos estatutários;
b) unificar todas as leis trabalhistas praticadas no mundo. Todos
comumente, chamados de “estatutários”. Além dos estatutários,
78
existem as empresas que trabalham como pessoas jurídicas chamados
de estatutários;
c) todos os empregados que possuem registro em carteira de
trabalho são, comumente, chamados de pessoas jurídicas;
d) unificar todas as leis trabalhistas praticadas no Brasil. Todos
comumente, chamados de servidores públicos estatutários.
Questão 5- Sobre os mapas de risco assinale a única opção incorreta:
a) mapa de risco é uma representação gráfica dos fatores do local de
trabalho que são capazes de acarretar prejuízos a saúde dos trabalhadores;
b) dentre outras finalidades, um mapa de risco serve para a
conscientização e informação dos trabalhadores por meio da fácil
visualização dos riscos existentes na empresa;
c) um mapa de risco, dentre outras finalidades, serve para reunir as
informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde do trabalho na empresa;
d) um mapa de risco é uma representação gráfica dos fatores fora
do local de trabalho que são capazes de acarretar somente prejuízos
de ordem ergonômica aos trabalhadores, não sendo representados
outros riscos à saúde dos trabalhadores.
79
PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DE ELETRICIDADE
1. PRINCÍPIOS DA ELETRICIDADE
O objetivo desta primeira lição é relembrar

alguns conceitos importantes para dar suporte
ao prosseguimento dos estudos de circuitos
elétricos. Após esta breve introdução, veremos
alguns conceitos fundamentais como: tensão
elétrica, corrente elétrica, corrente alternada e
contínua, resistência e potência serão estudadas.
1.1 Tensão elétrica - Conceitos preliminares

Tensão elétrica
A passagem de uma corrente elétrica em um material condutor (propriedade

detalhada mais a frente nesta apostila) é causada pela existência de uma diferença
de energia potencial elétrica, denominada tensão elétrica. Em uma bateria, por
exemplo, reações químicas fazem com que os elétrons (se acumulem em um dos
terminais, enquanto os íons se acumulam em outro terminal, ficando estabelecida,
Elétrons:
cargas
assim, a diferença de potencial elétrico (existência de tensão elétrica) entre os
negativas. terminais, o que permitirá a passagem de uma corrente elétrica.
Íons: que
geram as Assim, para que exista uma corrente elétrica, é essencial que haja uma
cargas tensão elétrica, que pode, por exemplo, existir em uma bateria. Nesse sentido,
positivas.
a imagem a seguir ilustra um circuito elétrico de uma lanterna que só é capaz
de gerar luz, porque as pilhas instaladas em série, permitem a existência de uma
tensão elétrica.
80
Assim sendo, o deslocamento de cargas (corrente elétrica) de um condutor
é gerado pela tensão elétrica, que pode ser definida como a energia necessária
para mover uma unidade de carga de um ponto A para um ponto B, sua unidade
de medida é o volt (V). Existem dois tipos de tensão elétrica que comumente são
aplicadas em circuitos elétricos. Vamos ver?
Tensão contínua, onde o valor da tensão não varia ao longo do tempo.

Por exemplo: pilhas e baterias;
Tensão alternada onde seu valor varia ao longo do tempo seguindo

uma frequência bem definida. Como exemplo pode ser citado a tensão da rede
elétrica de distribuição que chega às casas e escritórios.
Uma lanterna é um exemplo de circuito elétrico que gera luz. Sobre
esse dispositivo assinale a única opção correta:
a) um circuito elétrico de uma lanterna só é capaz de gerar luz, porque

as pilhas permitem a existência de uma tensão elétrica;
b) um circuito elétrico de uma lanterna só é capaz de gerar luz,

porque as pilhas permitem a existência de uma tensão mecânica;
c) um circuito elétrico de uma lanterna que só é capaz de gerar luz, porque

as pilhas permitem a existência de uma diferença de potencial hidráulico.
81
Corrente elétrica
A função de um circuito elétrico é mover ou transferir cargas elétricas

(elétrons) por meio de um percurso fechado e pré-definido. O movimento
dessas cargas é chamado corrente elétrica, que, então é definida como a taxa de
variação de cargas elétricas em relação ao tempo e é medida em Ampères (A).
Matematicamente, a corrente elétrica é representada pela quantidade de cargas
elétricas que atravessam uma superfície de referência por unidade de tempo:
Onde:
i=Δq i: corrente elétrica;
Δt (01) Δq: variação de carga, e;
Δt: variação de tempo.
Assim sendo, suponha-se que em determinado condutor passe uma unidade de

carga (1 Coulomb) a cada segundo. Isso gerará uma corrente elétrica de:
i=Δq=1C=1 C ⁄ s=1A=1 ampere
Δt 1s
Sobre o sentido da corrente elétrica, no início acreditava-se que o fluxo era

de cargas positivas, ou seja, as cargas se movimentavam do polo positivo para o
polo negativo. Naquele tempo pouco se conhecia sobre a estrutura dos átomos
e partículas elétricas. O que ocorre é que o fluxo é de cargas negativas, ou seja, se
deslocam do polo negativo para o polo positivo. Entretanto, quando tal fato foi
constatado, o conceito anterior (de que o fluxo era de cargas positivas) já estava
bem difundido em cálculos e representações.
Assim, o sentido que é utilizado até os dias de hoje, chamado de sentido

convencional, é o sentido de deslocamento do polo positivo para o polo
negativo, diferente do sentido real, que é o deslocamento de cargas negativas
do polo negativo para o polo positivo. Conforme ilustra a figura a seguir.
82
Existem dois tipos de correntes que são comumente
empregadas em circuitos elétricos, que são as correntes
contínuas (cc) e as correntes alternadas (ca). A primeira não
varia com o tempo e é produzida por uma tensão contínua,
como bateria ou pilha. A segunda varia com o tempo e é
produzida por uma fonte de tensão alternada, como a energia
que chega às residências e escritórios comerciais.
Vamos estudá-las?
Corrente contínua
A corrente contínua (cc), também conhecida como corrente galvânica,

é o fluxo contínuo e inalterado de elétrons sempre em uma direção (como
visto acima). Esse tipo de corrente, comumente, é gerado por pilhas e baterias,
podendo ser baterias de automóveis ou de motos (6, 12 ou 24V), pequenas
baterias (geralmente 9V), pilhas (1,2V e 1,5V), dínamos, células solares e fontes de
alimentação de várias tecnologias, que retificam a corrente alternada para produzir
corrente contínua. Normalmente é utilizada para alimentar aparelhos eletrônicos
(entre 1,2V e 24V) e os circuitos digitais de equipamento de informática.
83
Os circuitos que são alimentados por fontes de tensão contínua, possuem
um polo positivo e um polo negativo, cuja intensidade é mantida sem alterações.
Mais corretamente, a intensidade da corrente cresce no início, atinge um ponto
máximo e permanece inalterada até o seu desligamento, quando diminui até
zero e se extingue.
As primeiras experiências na eletrodinâmica foram feitas com corrente

contínua. Atualmente, pequenos circuitos elétricos como controles remotos,
Eletrodi-
lanternas e brinquedos utilizam corrente contínua para o seu funcionamento.
nâmica:
parte da
eletricidade Merece destaque, no entanto, que os sistemas de corrente contínua em alta
que estuda,
analisa e tensão são uma alternativa para a transmissão de grandes blocos de energia a longas
observa o distâncias. A usina de Itaipu, por exemplo, utiliza esse tipo de corrente para transmitir
compor-
tamento
toda a sua energia gerada.
das cargas
elétricas em
movimento.
Usina de Itaipu transmite sua energia

gerada por meio de corrente contínua.
Corrente Alternada
A corrente alternada (ca) é uma corrente elétrica cujo sentido varia no

tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao
longo do tempo. A corrente alternada surgiu com Nicola Tesla, que foi chamado
para construir uma linha de transmissão entre duas cidades do estado de Nova
Iorque, EUA. Inicialmente, Tesla foi desacreditado por muitos, no entanto o
sistema por ele proposto funcionou.
A partir de então a corrente elétrica em forma de corrente alternada passou

a ser muito utilizada, sendo hoje aplicada na transmissão de energia elétrica que
vai das companhias de energia elétrica até os centros residenciais e comerciais.
A corrente alternada é a forma mais eficaz de transmissão de energia elétrica por
longas distâncias, pois ela apresenta facilidade para ter o valor da sua tensão
alterado por aparelhos denominados transformadores.
84
Linhas de transmissão levam
corrente alternada para as residências
e escritórios.
Resistência
Outro conceito que deve ser entendido é o de resistência. Quando há

movimentação de cargas (elétrons) em qualquer material, existe uma força
contrária à realização desses movimentos, muito semelhante ao atrito mecânico.
Esta oposição, resultado das colisões entre elétrons e entre elétrons e átomos do
material, converte energia elétrica em calor e é chamada “resistência” do material.
Assim, a resistência de um material é a sua propriedade de se opor, ou

ainda, resistir ao movimento de cargas. Nesse sentido, para que os elétrons
possam passar através de um material é necessária uma tensão compatível com
a resistência do material, caso contrário essa resistência poderá ser tão grande
que não permitirá a circulação de elétrons, não havendo assim, corrente elétrica.
A unidade de medida da resistência é o Ohm (Ω). Na teoria de circuitos,

o elemento que traduz o conceito de resistência apresentado acima é
denominado “resistor”. O símbolo utilizado para a representação do resistor
pode ser observado abaixo:
Imagem de resistores e sua representação

gráfica em um circuito elétrico.
Instalações em série e instalações em paralelo
As instalações em série e em paralelo podem ser entendidas quando se

tomam duas aplicações práticas. A primeira aplicação é mostrada a seguir, onde
se tem um conjunto de lâmpadas para iluminar árvores de natal.
85
Nessas instalações em série a corrente passa em cada uma das lâmpadas por
vez. Assim, caso uma delas queime a corrente é interrompida e todas as lâmpadas
apagam. Outra particularidade desse tipo de ligação é que a tensão da rede de
energia é dividida entre as lâmpadas, então, se o conjunto tiver 10 lâmpadas, os
110 V da rede de energia ficarão divididos por 10 e cada lâmpada recebe 11 V.
Já na segunda aplicação, que trata de uma instalação em paralelo, o conjunto

de lâmpadas fica sujeito à mesma tensão, como mostra a imagem a seguir:
No exemplo acima, as lâmpadas estão conectadas em paralelo e a corrente que

passa entre elas é independente. Nesse sentido, para uma funcionar não é preciso
que a outra funcione, logo se uma queimar não afeta o funcionamento da outra.
Nas instalações elétricas, diversos são os dispositivos que, comumente,

são ligados em série como os fusíveis e os interruptores, e dispositivos que são
ligados em paralelo como as lâmpadas, tomadas e outros que devem receber
alimentação de modo independente.
Existem outros conceitos importantes para serem compreendidos. Caso seja de

interesse do aluno, poderá pesquisar na internet para encontrar os conceitos de
indutor, capacitor, transistor, fusível e disjuntor.
86
1.2 Circuitos elétricos
Indutor:
armazena
Agora que entendemos esses
energia
conceitos preliminares, vamos na forma
estudar os circuitos elétricos. de campo
magné-
tico.
Capacitor:
armazena
energia
num cam-
po elétrico.
Diodo:
Um circuito elétrico é uma ligação de elementos, denominados elementos usado
como reti-
elétricos, que formam um caminho fechado para que a corrente elétrica (alternada ficador de
ou contínua) possa “caminhar”. Esses elementos podem ser resistores, indutores, corrente
elétrica.
capacitores, diodos, linhas de transmissão, fontes de tensão, fontes de corrente e
interruptores. Assim, um circuito elétrico permite a passagem de corrente elétrica
por ele, podendo essa corrente produzir diversos efeitos como luz, movimentos,
aquecimentos, sons, etc.
Um circuito elétrico sempre apresenta uma fonte de energia elétrica (seja pilha,
baterias ou tomadas), um aparelho elétrico, fios ou placa de ligação e um interruptor
para desligar e ligar o aparelho.
Os circuitos elétricos em obras de edificação, normalmente, são

classificados como:
• circuitos de distribuição; • circuitos de pontos de

tomada de uso geral;
• circuitos de terminais;
• circuitos de pontos de
• circuitos de iluminação;
tomada de uso específico.
• circuitos de iluminação externa;
Vamos estudar cada um deles mais detalhamente.
87
Circuitos de distribuição
Os circuitos de distribuição ligam o quadro medidor ao quadro de

distribuição que fornece energia para as demais localidades.
Circuitos de terminais
Partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas,

pontos de tomadas de uso geral e pontos de tomadas de uso específico.
88
Circuitos de iluminação
Como o próprio nome sugere, esses circuitos são desenvolvidos para

conectar dispositivos de iluminação.
Circuitos de iluminação externa
Como o próprio nome sugere, esses circuitos são desenvolvidos para

conectar dispositivos de iluminação.
89
Circuitos de pontos de tomada de uso geral
Esses circuitos são desenvolvidos para a ligação de tomadas de uso geral.
Circuitos de pontos de tomada de uso específico
Esses circuitos são desenvolvidos para a viabilização de tomadas de uso es-

pecífico, como equipamentos aquecedores ou condicionadores de ar e chuveiros.
A instalação elétrica de uma residência deve ser dividida em circuitos

terminais. Isso facilita a manutenção e reduz a interferência. Nesse sentido, alguns
critérios devem ser seguidos:
• prever circuitos de iluminação separados dos circuitos de pontos de
tomadas de uso geral;
• prever circuitos independentes, exclusivos para cada equipamento com
corrente nominal superior a 10 A;
90
• os pontos de tomadas de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de
serviços, lavanderias e locais semelhantes devem ser alimentados por circuitos
destinados unicamente a estes locais.
Assim, sugere-se a seguinte separação:
Dentre os circuitos elétricos encontrados em obras de edificação,
estão os circuitos de distribuição, circuitos de terminais e circuitos de
iluminação. Sobre esses circuitos assinale a única opção correta:
a) os circuitos de distribuição ligam o quadro medidor (que marca

o consumo de energia elétrica em um determinado prédio ou
apartamento) ao quadro de destribuição que fornece energia para as
demais localidades;
b) os circuitos de iluminação partem do quadro de distribuição e

alimentam diretamente lâmpadas, pontos de tomadas de uso geral e
pontos de tomadas de uso específico
c) como o próprio nome sugere, os circuitos terminais são

desenvolvidos para conectar dispositivos de iluminação.
91
Condutor e Isolante
Os condutores são os materiais capazes de conduzir energia de forma

eficiente. O termo condutor elétrico é usado para designar um produto destinado
a transportar corrente elétrica, sendo que os fios e os cabos elétricos são os tipos
Eficiente:
com mais comuns de condutores. O cobre é o metal mais utilizado na fabricação de
poucas condutores elétricos para instalações residenciais, comerciais e industriais.
perdas.
Corrente: Um fio é um condutor sólido, maciço, provido de isolação, usado diretamente
energia.
como condutor de energia elétrica. Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando
um conjunto de fios é reunido para formar um condutor elétrico. Dependendo
do número de fios que compõem um cabo e do diâmetro de cada um deles, um
condutor apresenta diferentes graus de flexibilidade.
Esse conceito de flexibilidade dos condutores é muito importante, vez que nas
instalações residenciais, os condutores são enfiados no interior de eletrodutos e
passam por curvas e caixas de passagem até chegar ao seu destino final. Além disso,
em muitas ocasiões, há vários condutores de diferentes circuitos no interior do mesmo
eletroduto, o que torna o trabalho de enfiação mais difícil ainda.
Nestas situações, a experiência dos trabalhadores do setor vem comprovando há

muitos anos que o uso de cabos flexíveis reduz significativamente o esforço de enfiação
dos condutores nos eletrodutos, facilitando também a eventual retirada dos mesmos.
Já os isolantes são materiais cujas cargas elétricas não conseguem se

mover livremente. Vidro, borracha e óleos são exemplos de isolantes elétricos.
Esses materiais são frequentemente utilizados na fabricação de equipamentos
de proteção individual dos trabalhadores que lidam com a eletricidade. Por
exemplo, luvas de borracha não permitem a passagem de corrente elétrica de
um cabo energizado para o corpo do trabalhador.
1.3 Simbologia adotada em projetos de instalações

elétricas
Antes de tratar das pequenas instalações elétricas é importante conhecer
a simbologia utilizada nos projetos dessas pequenas instalações. Nesse sentido,
segue a tabela a seguir:
92
Item Símbolo Imagem
Quadro de distribuição
Ponto de luz de teto
Ponto de luz na parede
Ponto de tomada baixa
Ponto de tomada média
Caixa de saída alta
Interruptor simples
Interruptor paralelo
93
Campainha
Botão de campainha
Eletroduto embutido na
laje
Eletroduto embutido na
parede
Eletroduto embutido
no piso
Condutor fase
Condutor neutro
94
Condutor de retorno
Condutor de proteção
Conhecendo esses símbolos, é possível entender o que pede o projeto de

instalações de um pequeno apartamento:
95
(1) ( ) Quadro de distribuição
(2) ( ) Ponto de luz na parede
(3) ( ) Interruptor simples
(4) ( ) Interruptor paralelo
Pequenas instalações elétricas
Diversas são as instalações elétricas possíveis, vamos conhecer algumas

delas? No entanto, antes de apresenta-las é importante conhecer os fios que
passam dentro de um cabo, os fios são: Retorno, Neutro, Fase e Proteção, conforme
ilustrado abaixo:
Agora que conhecemos os fios que passam dentro de um cabo, vamos co-
nhecer alguns esquemas de ligação de diferentes projetos elétricos, comumente
utilizados em uma residência:
96
Ligação de uma lâmpada comandada por um interruptor simples
Ligação de mais de uma lâmpada com interruptores simples
97
Ligação de lâmpada comandada de dois pontos (interruptores paralelos)
Ligação de lâmpada comandada de três ou mais pontos
(paralelos+intermediários)
Ligação de lâmpada comandada por interruptor simples, instalada em
98
área externa
Ligações de pontos de tomadas de uso geral (monofásicas)
Ligação de pontos de toadas de uso específico

Exercícios
Questão 1 - A passagem de uma corrente elétrica em um material Viu como
você con-
condutor é causada pela (assinale a única opção correta): segue?
Registre
a) existência de uma diferença de energia potencial mecânica, suas
denominada tensão mecânica; respostas
na Aula
Interativa.
b) existência de uma diferença de energia potencial hidráulica,
denominada ensão hidráulica;
c) existência de uma diferença de energia potencial elétrica,

denominada tensão elétrica;
99
d) existência de uma diferença de energia potencial gravitacional,
denominada tensão gravitacional.
Questão 2 - Bateria é uma fonte de energia que pode gerar uma

corrente elétrica em um circuito elétrico. Marque a única opção correta.
a) Em uma bateria, reações químicas fazem com que os elétrons

(cargas negativas) se acumulem em um dos terminais, enquanto que
os íons (que geram as cargas positivas) se acumulam em outro terminal.
b) Em uma bateria, reações químicas fazem com que os elétrons

(cargas positivas) se acumulem em um dos terminais, enquanto os íons
(que geram as cargas negativas) se acumulam em outro terminal.
c) Uma bateria possibilita o estabelecimento de uma diferença de

potencial hidráulico (existência de tensão hidráulica) entre os terminais,
o que permitirá a passagem de uma corrente elétrica.
d) Ao contrário do que sugere o enunciado, baterias e pilhas nunca

podem ser consideradas fontes de energia para um circuito elétrico.
Questão 3 - Sobre a tensão elétrica, julgue os itens que seguem e

marque a única opção incorreta.
a) A tensão elétrica pode ser definida como a energia necessária para

mover uma unidade de carga de um ponto A para um ponto B.
b) A unidade de medida da tensão elétrica é o watt (W).
c) A unidade de medida da tensão elétrica é o volt (V).
d) O deslocamento de cargas (corrente elétrica) de um condutor é

gerado pela tensão elétrica.
Questão 4 - A corrente contínua, também conhecida como corrente

galvânica, é o fluxo contínuo e inalterado de elétrons sempre em uma
direção. Sobre o assunto, assinale a única opção incorreta:
a) esse tipo de corrente, comumente, é gerado por pilhas e baterias,

podendo ser baterias de automóveis ou de motos (6, 12 ou 24V),
pequenas baterias (geralmente 9V) e pilhas (1,2V e 1,5V);
b) A corrente contínua (cc) é uma corrente elétrica cujo sentido
100
varia no tempo, ao contrário da corrente alternada (ca) cujo sentido
permanece constante ao longo do tempo;
c) normalmente é utilizada para alimentar aparelhos eletrônicos

(entre 1,2V e 24V) e os circuitos digitais de equipamento de informática;
d) os circuitos que são alimentados por fontes de tensão contínua,

possuem um polo positivo e um polo negativo, cuja intensidade é
mantida sem alterações.
Questão 5 - As instalações em série e em paralelo podem ser

entendidas quando se tomam duas aplicações práticas. Sobre o
assunto, assinale a única opção correta.
a) Nas instalações em paralelo, a corrente passa em cada uma

das lâmpadas por vez. Assim, caso uma delas queime, a corrente é
interrompida e todas as lâmpadas apagam.
b) Nas instalações em série a tensão da rede de energia é dividida

entre as lâmpadas, assim, se o conjunto tiver 10 lâmpadas, os 110 V da
rede de energia ficarão divididos por 10 e cada lâmpada recebe 11 V.
c) Em um conjunto de lâmpadas conectadas em série a corrente que

passa entre elas é independente. Nesse sentido, para uma funcionar,
não é preciso que a outra funcione, logo, se uma queimar, não afeta o
funcionamento da outra.
d) As instalações em série são sinônimas das instalações em paralelo.
101
PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS
DA HIDRÁULICA
1. PRINCÍPIOS DA HIDRÁULICA
Os tubos e conexões de uma instalação
hidráulica predial podem ser de aço
galvanizado, cobre, ferro fundido, PVC rígido
ou outros materiais. Independente do material
escolhido, a instalação deve suportar a pressão
exercida sob a tubulação.
Neste último módulo, vamos estudar sobre
hidráulica. Preparado?
1.1 Noções de instalações hidráulicas

em PVC
Destaca-se que o PVC possui algumas vantagens quando comparado com os
outros materiais. São vantagens desse material: facilidade na instalação; leveza que
facilita manuseio e transporte; menor perda de carga; boa resistência à pressão;
durabilidade quase ilimitada; e baixo custo.
Por esta razão, trataremos apenas das instalações em PVC rígido. Caso seja
de interesse do aluno, poderá pesquisar sobre instalações hidráulicas com outros
materiais.
Em geral, os tubos de PVC são agrupados em três classes indicadas pela

pressão de serviço:
• classe 12 (6 kgf/cm2 ou 60 mca);
Pressão • classe 15 (7,5 kgf/cm2 ou 75 mca);
de serviço: • classe 20 (10 kgf/cm2 ou 100 mca);
pressão
máxima Os tubos de PVC rígido podem ser utilizados em instalações prediais de
que se pode
aplicar em água fria desde que: não sejam ultrapassados, em nenhum ponto da instalação,
um tubo. os valores estabelecidos pela Norma; desde que não haja válvulas de descarga
102
interligadas a esses tubos; e sejam em prédios que não possuam grandes alturas.
Normalmente, os tubos de PVC são agrupados em três classes indicadas

pela pressão de serviço. Assinale a única opção que contempla essas três classes.
a) Classe 6 (20 kgf/cm2 ou 60 mca); classe 7 (75 kgf/cm2 ou 75 mca) e classe
10 (10 kgf/cm2 ou 100 mca).
b) Classe 12 (6 kgf/cm2 ou 60 mca); classe 15 (7,5 kgf/cm2 ou 75 mca) e
classe 20 (10 kgf/cm2 ou 100 mca).
c) Classe 12 (60 kgf/cm2 ou 60 mca); classe 25 (75 kgf/cm2 ou 150 mca) e
classe 50 (10 kgf/cm2 ou 200 mca).
A válvula de descarga é um dispositivo que produz valores elevados de

sobre-pressão na rede em que estiver interligada. Tal fato ocorre porque esta Sobre-
peça, que possui uma grande abertura ocasionando velocidades elevadas pressão:
nas canalizações que a alimenta, causa golpes de aríete nas tubulações, se golpe de
aríete;
esta apresentar fechamento rápido. Esses golpes podem romper ou causar aumento
vazamentos nas canalizações, devendo-se, por isso, tomar cuidados especiais ao brusco de
pressão.
instalar tais válvulas.
Assim, as canalizações de PVC devem possuir um traçado mais curto possível,

evitando, também, muitas curvas. As tubulações de PVC não poderão ser embutidas
em elementos estruturais de concreto (pilares, vigas e lajes), sendo permitido,
entretanto, quando indispensável, ser alojada em alguns locais especificados em
projeto para esse fim. Deve-se evitar a passagem desse tipo de tubulação nas vigas.
Classificação dos tubos em PVC
No mercado existem diversos tipos de tubulações em PVC. No entanto, para

a utilização em instalações prediais, existem basicamente duas linhas:
• linha hidráulica, destinada a conduzir água fria e;
• linha sanitária, destinada para sistema de esgoto, ventilação e captação
de água pluvial.
De acordo com o sistema de junta, os tubos e conexões classificam-se em
dois tipos distintos: de junta roscada e de junta soldada. O primeiro sistema
de junta (roscada) permite que a montagem e a desmontagem da tubulação
103
sejam feitas sem a sua danificação, possibilitando, assim, o reaproveitamento de
tubulações e conexões anteriormente utilizadas. Já o sistema de junta soldada
não permite essa reutilização, entretanto, possui as seguintes vantagens quando
comparado com o sistema de junta roscada:
• transforma a junta em ponto de maior resistência;
• pela facilidade de execução, proporciona maior rapidez, nos serviços de
instalação e;
• dispensa qualquer ferramenta especial.
Os tubos com junta soldada são fabricados na cor marrom, nos diâmetros
nominais de 20 (1/2”), 25 (3/4”), 32 (1”), 40 (1¼”), 50 (1½”), 60 (2”), 75 (2½”), 85 (3”) e
110 (4”) e são fornecidos em barras de 6 m de comprimento com ponta e bolsa. Já
os tubos com junta roscada, são fabricados na cor branca, nos diâmetros de 1/2”,
3/4”, 1”, 1¼”, 1½”, 2”, 3”, 4” e 6” e são fabricados em barras de 6 m de comprimento
com rosca nas duas pontas.
Assim como os tubos da linha hidráulica, os tubos da linha sanitária também pos-
suem duas tipificações de acordo com a sua junta: tubulações sanitárias com junta elás-
tica e anel de borracha ou; tubulações sanitárias com junta soldada, exceto no diâmetro
nominal de 40 mm (esgoto secundário) que utiliza apenas junta soldada.
Manuseio e Estocagem
O transporte de tubos e conexões deve ser feito com muito cuidado,

isso porque qualquer queda ou batida poderá provocar deformações e avarias
que comprometerão o fluxo da água ou do esgoto. Para tanto, é preciso que o
profissional evite, fundamentalmente:
• manuseio violento;
• grandes flechas: colocação dos tubos em balanço e;
• contato dos tubos com peças metálicas salientes, durante o transporte.
No descarregamento dos tubos de PVC (facilitado pelo seu baixo peso) não
se pode usar movimentos bruscos e violentos, como por exemplo, lançamento
104
dos tubos ao solo. No que diz respeito ao transporte dos tubos, destaca-se que
esses devem ser carregados e nunca arrastados sobre o solo ou pisos duros.
No que diz respeito à estocagem dos tubos, como já observado em capítulo

anterior, os tubos deverão ser armazenados o mais próximo possível do local de
utilização, a fim de se evitar perdas de tempo em seu transporte. O local destinado
ao armazenamento precisa ser plano e bem nivelado para evitar deformação
permanente nos tubos.
Características técnicas básicas da tubulação de PVC
Os tubos de PVC da linha hidráulica suportam uma pressão de até 7,5 kgf/
cm2, o que significa que, um centímetro quadrado da tubulação aguenta uma
força equivalente a 7,5 quilogramas. Destaca-se, no entanto, que esses valores
são para a temperatura de 20°C, pois a resistência dos tubos de PVC diminui com
o aumento da temperatura. Nesse sentido, são recomendações:
• não se pode utilizar os tubos normais de PVC nos ramais de água quente,
pois o PVC perde sua resistência nas altas temperaturas;
• usar os tubos de PVC nos ramais de água fria até o registro de pressão do
misturador, e executar o restante da tubulação com outro material como o cobre,
por exemplo;
• devem ser adotadas medidas que impeçam o retorno de água quente
do aquecedor para a tubulação de alimentação (é necessário observar as
recomendações do fabricante do aquecedor).
Bastante detalhe, não é mesmo? Outro cuidado que se

deve tomar é no emprego de tubos de PVC nas colunas
ou ramais onde há instalação de válvulas de descarga,
uma vez que, quando desreguladas essas válvulas
podem causar o fenômeno denominado golpe de aríete.
Para se evitar esse problema, recomenda-se a utilização
de caixa de descarga no lugar da válvula de descarga, o
que gera, ainda, uma economia no consumo de água.
Aríete: golpe de aríete designa as variações de pressão, causadas por alguma perturbação, voluntária
ou involuntária, que se imponha ao fluxo de líquidos em condutos, tais como operações de abertura ou
fechamento de válvulas, falhas mecânicas de dispositivos de proteção e controle, parada de turbinas hidráulicas
e ainda de bombas causadas por queda de energia no motor, havendo, no entanto, outros tipos de causas.
105
1.2. Noção de pressão disponível: estática e dinâmica
Conceitos introdutórios
Antes de entender a diferença
entre pressão estática e pressão
dinâmica é importante que se conheçam
os conceitos fundamentais de força,
pressão e perda de carga, largamente
utilizados nos estudos de hidráulica.
Quando uma força qualquer é
aplicada sobre uma determinada área,
ocorre o que se chama de pressão.
Imagine um reservatório com 10 metros
de altura, completamente cheio de
água. Assim, em cada cm2 do fundo do
reservatório haverá uma força equivalente ao peso de dez metros de água,
independente do tamanho do reservatório. Para melhor entender observe a
figura acima que ilustra um reservatório cilíndrico com dez metros de altura
completamente cheio de água.
Nesse sentido, a água contida em determinado tubo, reservatório ou copo
exerce uma pressão no fundo do recipiente. Como visto acima, a pressão exercida
pela coluna de água independe da área do fundo do reservatório. Assim sendo,
imagine que dois reservatórios A e B possuem distintas áreas de fundo:
106
Ao observar os dois reservatórios pode-se imaginar que existe uma maior
pressão no fundo do reservatório A. O que não é pois, como visto no início desta
lição a pressão é a ação da força em determinada área. Como se avalia a ação da
força da coluna de água por cm2, a pressão nos dois reservatórios somente seria
diferente caso as colunas possuíssem alturas diferentes.
Isso se justifica pois, ao ligar os dois reservatórios, percebe-se que o nível
dos dois reservatórios permanece inalterado, isso porque as pressões nos dois
reservatórios é a mesma.
Caso a pressão no reservatório A fosse maior quando comparada à pressão do

reservatório B, aquele empurraria a água deste de tal forma que a água do reservatório
B transbordaria. Nos estudos de hidráulica, a esse fato é dado o nome de Princípio dos
Vasos Comunicantes.
Imagine agora que o reservatório A, desse

conjunto de reservatórios A e B, já conectados,
recebe mais água. Inicialmente ,ocorre um
pequeno aumento da altura “hA”. O nível do
reservatório A, então, vai baixando aos poucos.
Com a adição de água, há um aumento de
pressão no fundo do mesmo, a qual tenderá
a se igualar à pressão exercida pela água do
reservatório B.
Assim, constata-se que a pressão que a água exerce em uma superfície

qualquer, seja no fundo de um reservatório, nas superfícies de uma tubulação ou
no fundo de um canal, depende apenas da altura do nível da água até a superfície.
Nesse sentido, níveis iguais, geram pressões iguais. A pressão não depende da
forma do recipiente.
Aplicação para edificações

Dentro do sistema de abastecimento e da instalação predial, a água exerce
uma força sobre as paredes das tubulações. Como vimos, essa força gera uma
pressão nos diversos pontos da tubulação. Assim como nos exemplos dos
reservatórios, a pressão exercida nas instalações prediais depende apenas da
altura do nível da água e não do volume do reservatório. Logo, quanto maior
107
for a altura do reservatório, maior será a pressão
exercida e, caso essa altura seja diminuída, a pressão,
consequentemente, diminuirá. Na imagem ao lado,
a pressão no ponto B é maior quando comparada à
pressão no ponto A. Isso porque, no ponto B, a altura
da coluna de água é maior quando comparada com
a pressão do ponto A:
Conforme visto, a pressão hidráulica é a força
que um líquido (no exemplo dado, a água) exerce
sobre uma determinada superfície. Sua unidade
de medida é o quilograma força por centímetro
quadrado, ou kgf/cm2. Existem, também, outras
unidades de medida de pressão:
• m.c.a: metros de coluna d’água • Pa: Pascal
Essas unidades se correspondem da seguinte forma: 1kgf/cm² é a pressão exercida

por uma coluna com 10 metros de altura, ou seja, 10 metros de coluna d’água (m.c.a.),
ou 100.000 Pa. Resumindo: 1kgf/cm2 = 10 m.c.a. = 100.000 Pa.
A pressão hidráulica é a força que um líquido exerce sobre uma
determinada superfície. Sua unidade de medida é (assinale a única
opção correta):
a) o quilograma força por centímetro quadrado, ou kgf/cm2. Existem,
também, outras unidades de medida de pressão, metros de coluna d’água
e o Pascal;
b) o quilograma força por centímetro quadrado, ou kgf/cm2. Existem,
também, outras unidades de medida de pressão, Volt e o Pascal;
c) o quilograma força por centímetro quadrado, ou kgf/cm2. Existem,
também, outras unidades de medida de pressão, Àmpere e o Pascal.
108
A imagem ao lado ilustra a pressão exercida por
uma coluna de 10 metros de água em uma tubulação.
Para medir a pressão em

uma edificação, deve-se fazer
uso de uma ferramenta que mede
pressão: o manômetro. Lendo a medida do
aparelho, é possível saber, por exemplo, a que
distância está o nível de água. Suponha que
o manômetro marque a medida de 1,5 kgf/
cm², isto significaria que esta altura é de 15 metros
de coluna d’água, já que, como visto acima,1 kgf/cm2
equivale a 10 m.c.a. Ou seja, 15 metros de desnível.
Pressão estática, dinâmica e de serviço
Vistos esses conceitos introdutórios, deve-se considerar

três tipos de pressão em instalações prediais: a pressão estática, a pressão
dinâmica e a pressão de serviço. Vamos entender melhor?
a) Pressão estática: A pressão estática pode ser entendida como a força

que a água exerce, quando parada, em determinada superfície. O seu valor é
medido pela altura que existe entre, por exemplo, o chuveiro e o nível da água
no reservatório superior. Se for instalado um manômetro no ponto do chuveiro e
a altura até o nível da água no reservatório for de 2 metros, o manômetro marcará
0,2 kgf/cm2 ou 2 m.c.a.
A norma NBR 5626, que trata de instalações prediais de água fria, diz que,
nessas instalações, em qualquer ponto, a pressão estática máxima não deve
ultrapassar 40 m.c.a. Isto significa que a diferença entre a altura do reservatório
109
superior e o ponto mais baixo da instalação predial não deve ser maior que 40
metros. Em um primeiro momento, pode-se acreditar que, de acordo com a norma,
não seria possível construir edificações com alturas maiores que 40 metros.
No entanto, para esses casos, a solução mais utilizada, por ocupar menos
espaço, é o uso de válvulas redutoras de pressão, normalmente instaladas no
subsolo do prédio, conforme esquema ilustrado:
b) Pressão dinâmica: A pressão dinâmica

é aquela verificada quando a água está em
movimento, que pode ser medida também por
meio de um manômetro. Esta pressão depende
do traçado da tubulação e os diâmetros
adotados para os tubos. O seu valor é a pressão
estática menos as perdas de carga distribuída e localizada.
c) Pressão de serviço: A pressão de serviço é a pressão máxima que se

pode aplicar a um tubo, conexão, válvula ou outro dispositivo, quando em uso
normal. A mesma norma NBR 5626 afirma que o fechamento de qualquer peça
de utilização não pode provocar sobre-pressão em qualquer ponto da instalação
que seja maior que 20 m.c.a. acima da pressão estática nesse ponto.
110
Conforme estudado, isso significa que a pressão de serviço nunca deve
ultrapassar o valor de 60 m.c.a., pois é o resultado da máxima pressão estática
(40.m.c.a.) somada a máxima sobre-pressão (20m.c.a.).
É importante seguir estas recomendações para evitar danos às tubulações, como

os casos de rompimento de conexões, estrangulamentos de tubos, etc., que trazem
transtornos aos usuários.
Alguns profissionais que executam instalações em prédios com grandes

alturas utilizam tubos metálicos, pensando que estes são mais fortes e que
resistem a maiores pressões. Na realidade a norma não faz distinção sobre
qual ou quais materiais devem ser as tubulações das instalações. Dessa forma,
a pressão estática máxima de 40 m.c.a. deve ser obedecida em qualquer caso,
independente dos materiais dos tubos. (PVC, cobre ou ferro).
Exercícios
Questão 1 - A alternativa que explica corretamente a correspondência Viu como
das unidades de pressão quilograma força por centímetro quadrado, você con-
segue?
metros de coluna d´água e Pascal é (assinale a única opção correta): Registre
suas
a) 10 kgf/cm2 = 1 m.c.a. = 10.000 Pa; respostas
na Aula
b) 1 kgf/cm2 = 10 m.c.a. = 100.000 Pa; Interativa.
a) 5kgf/cm2 = 30 m.c.a. = 100.000 Pa;
a) 15 kgf/cm2 = 10 m.c.a. = 150.000 Pa;
Questão 2 - Sobre o conceito de pressão estática assinale a única

opção correta:
a) a pressão estática pode ser entendida como a força que a água

exerce, quando parada, em determinada superfície. O seu valor é
medido pela altura que existe entre, por exemplo, o chuveiro e o nível
da água no reservatório superior;
111
b) a pressão estática pode ser entendida como a força que a água
exerce, quando em movimento, em determinada superfície. O seu
valor é medido pela altura que existe entre, por exemplo, o chuveiro e
o nível da água no reservatório superior;
c) a pressão estática pode ser entendida como a força que a água

exerce, quando em movimento, em determinada superfície. O seu
valor é medido pela velocidade do fluído;
d) a pressão estática pode ser entendida como a força que a água

exerce, quando parada, em determinada superfície. O seu valor é
medido pela velocidade do fluído.
Questão 3 - Os tubos de PVC rígido podem ser utilizados em

instalações prediais de água fria desde que (assinala a única opção
errada):
a) não sejam ultrapassados, em nenhum ponto da instalação, os

valores estabelecidos pela Norma;
b) não hajam válvulas de descarga interligadas a esses tubos;
c) sejam utilizados em prédios que não possuam grandes alturas;
d) ultrapasse os pontos de instalação, e fiquem interligados a válvulas

de descarga.
Questão 4 - Existem no mercado diversos tipos de tubulações

PVC. No entanto, para a utilização em instalações prediais, existem
basicamente duas linhas, que são: (assinale a única opção correta):
a) linha sanitária, destinada a conduzir água fria e; linha hidráulica,

destinada para sistema de esgoto, ventilação e captação de água
pluvial;
b) linha predial, destinada a conduzir água fria e; linha residencial,

pluvial;
112
c) linha hidráulica, destinada a conduzir água fria e; linha sanitária,
pluvial;
d) linha mecânica, destinada a conduzir água fria e; linha hospitalar,

pluvial.
Questão 5 - O transporte da tubulação de PVC deve ser feita com

algumas precauções. Sobre o assunto, assinale a única opção incorreta:
a) transporte de tubos e conexões deve ser feito com muito cuidado,

isso porque qualquer queda ou batida poderá provocar deformações e
avarias que comprometerão o fluxo da água ou do esgoto;
b) é preciso que o profissional evite o manuseio violento e grandes

flechas: colocação dos tubos em balanço;
c) é preciso que o profissional evite o contato dos tubos com peças

metálicas salientes, durante o transporte;
d) transporte de tubos e conexões não precisa de maiores cuidados,

isso porque o PVC é um material elástico que pouco se deforma.
113
2. NOÇÕES DE ENCANAMENTOS
2.1 Classificação dos escoamentos em canais livres.

Os escoamentos em canais livres também são chamados de escoamento
em condutos livres. Nesses escoamentos, o líquido possui uma superfície sujeita
à ação atmosférica (não está confinado dentro de uma tubulação), assim o
contorno sólido do escoamento não é completamente fechado, apresentando
uma superfície livre em contato com o ar atmosférico. Nesses canais a principal
força responsável pelo escoamento é a força gravitacional.
Em condutos forçados, onde a água

está completamente confinada dentro de
um tubo, é mais usual encontrar seções
circulares. O mesmo não acontece com
os condutos livres, que apresentam as
formas oval, trapezoidal e hexagonal. Os
canais abertos na rocha são de forma
retangular com a largura igual a duas
vezes a altura. As calhas de madeira, aço
ou cerâmica são geralmente circulares.
São exemplos de escoamentos livres:

• cursos d’água, riachos, ribeirões e rios;
• canais artificiais: geração de energia elétrica, irrigação, abastecimento,
drenagem ou controle de cheias;
• galerias pluviais e coletores de esgotos;
• canaletas, calhas e túneis canais.
Um canal de escoamento livre pode ser classificado como:
• Permanente: as grandezas, tais como vazão, velocidade, profundidade e
área não variam com o tempo.
• Não permanente: as grandezas, tais como vazão, velocidade,
profundidade e área variam com o tempo.
• Uniforme: velocidade, vazão e profundidade permanecem constantes
com a posição.
• Variado (não uniforme): velocidade, vazão e profundidade variam com a
posição.
114
• Laminar: Fluido escoa em lâminas aproximadamente paralelas, sendo
que uma porção não se mistura com outras.
• Turbulento: Fluido se movimenta de forma complexa, formando
turbilhões.
• Paralelo: Filetes fluidos são aproximadamente paralelos.
• Não paralelo: Filetes fluidos divergentes ou convergentes.
Um conceito importante no estudo de canais abertos é o perímetro
molhado, que imita a seção molhada junto às paredes e no fundo, não
abrangendo a superfície livre, como mostra a imagem abaixo.
Outro conceito importante a ser estudado é a velocidade desenvolvida nos

canais abertos. Nesses canais, o atrito entre a superfície livre e o ar e a resistência
oferecida pelas paredes e pelo fundo originam diferenças de velocidades. Assim
as velocidades tendem a ser mais baixas quanto mais próximas das superfícies.
Tudo bem até aqui? Vamos continuar.
2.2 Montagem do encanamento e instalações básicas.

Cuidados básicos na montagem dos encanamentos
Antes da montagem da tubulação, é essencial que os tubos e conexões

sejam verificados. Deverão ser descartadas tubulações que apresentem falhas
como deformação, folga excessiva entre a bolsa e a ponta, fissuras, soldas velhas
com muitos coágulos, anéis de borracha sem identificação e anéis de borracha
sem elasticidade.
Outro fator importante para o sucesso das instalações hidráulicas diz

respeito ao não improviso na obra, dentre outras recomendações o trabalhador
deverá usar as conexões corretas para cada ponto. Para cada desvio ou ajuste,
utilizar as conexões adequadas para evitar os esforços na tubulação, e nunca
abusar da relativa flexibilidade dos tubos. A tubulação em estado de tensão
permanente pode provocar trincas, principalmente na parede das bolsas.
115
Veja o que diz respeito à proteção dos tubos.
Proteção contra carga acidental: envolva os tubos instalados em valas

com reaterro cuidadosamente selecionado, isento de pedras e corpos estranhos
e adensado em camadas a cada 10 cm até atingir a cola do terreno. Esse cuidado
é extremamente importante para os tubos da linha sanitária, a fim de evitar a
ovalação. Em locais de passagem de veículos ou outras cargas excessivas, os
tubos enterrados serão projetados de forma adequada.
Ovalaçâo: Evite a perfuração acidental: proteja os tubos contra perfuração acidental
ato ou
efeito de por pregos ou parafusos, fechando os rasgos abertos na alvenaria com argamassa
ovalar. de cimento e areia no traço 1:3.
Ovalar é
tornar-se
oval.
Proteção contra choques mecânicos: os tubos de PVC devem ser
protegidos contra choques e outros esforços mecânicos. Principalmente na
Traço 1:3:
um saco de tubulação externa instalada até 2 m do solo, em área comum, como garagem,
cimento e onde é necessário prever a proteção ou escolher a posição mais protegida.
três sacos
de areia.
No tubo de queda ou na coluna para condução de água de chuva, nos
edifícios altos, a extremidade final da tubulação (pé da coluna) poderá sofrer o
impacto causado pelos despejos de esgoto ou algum objeto sólido em queda
livre. Portanto, recomenda-se utilizar, nesses pontos, cotovelos de ferro fundido
(protegidos com pintura interna à base de epóxi).
É preciso que se tomem algumas precauções quanto à movimentação dos

tubos. Devido às suas características os tubos podem se dilatar facilmente. Para
efeito de comparação: o PVC dilata-se seis vezes mais quando comparado com
um tubo fabricado em aço.
Veja os cuidados necessários quanto à movimentação.
Junta de dilatação: nas instalações prediais de esgoto, de água pluvial e

de ventilação, a distância máxima entre dois pontos fixos é o de seis metros. Entre
dois pontos fixos, será prevista, sempre, uma junta elástica para absorver eventual
dilatação.
Braçadeira: as braçadeiras de fixação devem ter folga suficiente a fim

de permitir livre movimentação da tubulação, exceto nos pontos livres nela
previstos. As braçadeiras necessitam ter certa largura para distribuir melhor o
esforço, nunca utilizam arames ou barras de ferro para essa finalidade.
116
Tubo engastado: os tubos de PVC não devem ser embutidos na estrutura de
concreto, principalmente os tubos de ventilação e de condução de água pluvial,
que sofrem grande variação de temperatura. Os tubos, quando for inevitável que
atravessem a estrutura de concreto, terão de ser isolados de modo a permitir sua
livre movimentação.
Já os tubos em instalação aparente precisam obedecer aos espaçamentos

corretos dos apoios, a fim de evitar deformações excessivas dos tubos e o
consequente mau escoamento dos fluidos.
Outra atividade essencial na montagem de encanamentos diz respeito à

preparação dos tubos. Para cortar os tubos de grande diâmetro é essencial que
se utilize uma guia, confeccionada em madeira ou papel cartolina, enrolada no
tubo para obter um melhor esquadro.
Após o corte dos tubos, as partes cortadas deverão ser limpas, uma
vez que o corte deixa algumas imperfeições na tubulação, chamadas
comumente de rebarbas. Essa limpeza é de suma importância
para que se obtenham melhores resultados nos sistemas de
juntas. Caso essa limpeza não seja realizada, é possível
que algumas inconveniências sejam causadas como:
dificuldade no encaixe das pontas; arrastamento da solda
para o fundo da bolsa, comprometendo o desempenho do
tubo; e deslocamento do anel de borracha que está alojado no sulco.
Após o corte dos tubos é importante que se trate das soldas utilizadas em
tubulações sanitárias de PVC. A solda, ou adesivo, para PVC é um solvente com
pequena quantidade de PVC que, quando aplicada na superfície dos tubos, dissolve
uma pequena camada destes e, ao se encaixarem as duas partes, ocorre a fusão das
duas paredes, formando um único conjunto. Portanto, a solda para PVC não serve
para preencher vazios, o solvente existente na solda é um material volátil.
Assim, o solvente que existe na solda pode ocasionar a formação de gases

dentro da tubulação, o que poderá gerar avarias nas paredes dos tubos de PVC.
117
Para evitar a ação dos gases é importante deixar abertos todos os registros e as
torneiras, a fim de facilitar a saída dos gases.
Outra recomendação é que se trabalhe em ambiente ventilado e se evite trabalhar

em ambiente muito quente com exposição direta ao sol. As soldas devem ser
armazenadas em locais frescos e ventilados.
Instalações básicas
a) instalações hidráulicas de água fria
A captação de água para o sistema predial pode ser feita por meio da rede
pública ou então a partir de fontes particulares. Se a captação de água for feita a
partir de uma fonte particular, deve ser previsto um sistema de tratamento, a fim de
se garantir a qualidade da água para uso humano. De qualquer forma, caso exista
rede urbana, as fontes particulares podem ser utilizadas para outras finalidades,
tais como combate a incêndio, lavagem de pisos, uso industrial, entre outros.
Considerando a captação a partir da rede pública, os sistemas prediais de

água fria podem ser divididos em dois subsistemas:
• abastecimento (com a instalação elevatória);
• distribuição.
O abastecimento de água é feito por meio de uma ligação predial, que
compreende:
• ramal predial propriamente dito, ou ramal externo: é o trecho
compreendido entre a rede pública e o aparelho medidor.
• alimentador predial ou ramal interno de alimentação: é o trecho
Aparelho
medidor: compreendido entre o hidrômetro e a primeira derivação, ou até a válvula de
hidrômetro. flutuador na entrada de um reservatório.
Válvula de A distribuição compreende os elementos que levam a água desde a
flutuador: ou
“válvula de instalação elevatória, ou desde o reservatório, caso esta última seja desnecessária,
boia”. até os pontos de consumo.
Pontos de
consumo: b) Instalações de esgoto sanitário
ou pegas de
utilização As instalações prediais de esgoto sanitário visam atender às exigências
mínimas de habitação no que se relaciona à higiene, segurança, economia e
conforto dos usuários. Projetos inadequados dessas instalações resultam em
118
desconfortáveis efeitos, entre os quais podem ser destacados: refluxo do esgoto,
surgimento de espumas em ralos, mau cheiro nas instalações sanitárias.
A norma técnica da ABNT que regula-

menta os procedimentos para instalações
prediais de esgoto sanitário é a NBR 8160.
Também são referentes ao tema, que inter-
ferem direta ou indiretamente, as normas:
• NBR 5645 – Tubos Cerâmicos para
canalizações - Especificação.
• NBR 6943 – Conexão de ferro
maleável para tubulações, classe 10 –
Padronização.
• NBR 7229 – Construção e instalação
de fossas sépticas e disposição dos efluentes
finais – Procedimento.
• NBR 7362 – Tubos de PVC rígido de seção circular para coletores de esgoto –
Especificação.
• NBR 5580 – Tubos de aço – carbono, aptos para rosca NBR 6414, para
condução de fluidos – Especificação.
• NBR 5688 – Tubos de PVC rígido para esgoto predial e ventilação –
Especificação.
• NBR 8161 – Tubos e conexões de ferro fundido para esgoto e ventilação –
Padronização.
Segundo as normas acima descritas, as instalações prediais de esgoto
sanitário devem ser projetadas de modo a: permitir o rápido escoamento
dos esgotos e fáceis desobstruções; vedar a passagem de gases e animais
das tubulações para o interior das edificações; não permitir vazamentos,
escapamentos de gases e formação de depósitos no interior das tubulações e; iv)
impedir a poluição da água potável.
Nesse contexto, as instalações sanitárias coletam os esgotos das residências

e os despejam em locais indicados pelo Poder Público. Esse destino poderá ser
uma rede pública coletora de esgoto sanitário ou sistema particular, quando não
houver sistema público.
119
O esquema de funcionamento de um sistema de esgoto, em geral, é
representado no diagrama a seguir:
Entenda cada composição da imagem.

RD - Ramal de Descarga: tubulação que recebe diretamente efluente de
aparelho sanitário.
RE - Ramal de Esgoto: tubulação que recebe efluentes de ramais de
descarga.
CV - Coluna de Ventilação: tubulação vertical que conduz os gases para a
atmosfera.
Desconector: dispositivo provido de fecho hídrico destinado a vedar
a passagem de gases e animais para o interior da edificação. (Elemento que
desconecta o esgoto primário do esgoto secundário).
TQ - Tubo de Queda: tubulação vertical que recebe efluente de subcoletores,
ramais de esgoto e ramais de descarga.
Esgoto primário: é a parte da instalação à qual os gases e os animais têm

acesso. É a parte da instalação entre os desconectores e o coletor público, quando
há coletor público.
Esgoto secundário: é a parte da instalação à qual os gases e animais não

têm acesso. São os aparelhos e a canalização que vem antes dos desconectores.
120
2.3 Diretrizes para projeto de instalações hidráulicas
e sanitárias
Estamos chegando ao final do curso. Vejamos, então, quais são os principais
passos para instalações hidráulicas e elétricas.
Instalações hidráulicas
O projeto do sistema predial de água fria compreende, basicamente, as
seguintes etapas:
• concepção;
• cálculo (dimensionamento);
• elaboração do projeto para a produção;
• elaboração do projeto “as built”;
• quantificação e orçamento para execução.
A concepção consiste na proposição da solução a ser adotada, a qual é
função não somente das solicitações sobre o sistema, mas também das exigências
da normalização técnica, das concessionárias e órgãos públicos locais, resultando
na definição do traçado do sistema, dos tipos de sistemas a serem adotados, etc.
O cálculo consiste na estimativa das solicitações impostas ao sistema

predial de água fria e no dimensionamento de todos os seus componentes para
atender a estas solicitações.
O projeto para produção consiste num conjunto de elementos a serem

elaborados tendo em vista o processo de execução do sistema, tais como:
detalhes de “kits” hidráulicos e tabelas descritivas dos componentes dos “kits”.
O projeto “as built” é elaborado a partir de registros de alterações no

sistema, feitas na obra, tendo por objetivo possibilitar a rastreabilidade do sistema
em caso de manutenção.
Dentro do projeto do sistema predial de água fria, os elementos gráficos e

documentos a serem apresentados variam conforme a complexidade do referido
sistema e/ou da edificação para a qual foi projetado.
De qualquer forma, alguns elementos básicos devem ser apresentados:

• planta da cobertura, barrilete, andar(res) tipo, térreo, subsolo(s), com a
indicação das colunas de distribuição de água fria e desvios;
121
• esquema vertical (ou fluxograma geral) de todo o sistema, sem escala,
incluindo reservatórios e sistema de recalque;
• detalhe dos reservatórios e sistema de recalque;
• desenhos isométricos dos ambientes sanitários, com a indicação das
colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, e;
• memorial descritivo e especificações técnicas.
De posse dos elementos acima, podem ser procedidas as etapas de
quantificação e orçamento dos componentes do sistema, para a posterior
execução. A seguir são apresentados alguns exemplos dos elementos básicos e
a simbologia comumente empregada no projeto do sistema predial de água fria:
122
Instalações sanitárias
Na elaboração de um projeto de esgoto doméstico seguem-se três etapas:

concepção, dimensionamento e comunicação do projeto.
Concepção é sem dúvida a parte mais importante, onde ocorre a maioria

das análises e decisões do projetista. Nesta etapa são realmente importantes os
conhecimentos, a experiência e os critérios adotados, sendo necessário:
a) identificar os pontos geradores de: águas negras ou imundas; águas com

gordura e; águas servidas. Onde:
• Águas servidas: são águas que foram usadas para fins higiênicos e que
não contêm dejetos;
• Águas negras ou imundas: são as águas que contêm dejetos, portanto
provenientes de vasos sanitários, e;
• Águas com gordura: são águas provenientes de pias de cozinha, pias de
despejo, e que contêm gorduras.
b) definir e posicionar: os desconectores, caixas sifonadas, ralos sifonados,

caixas retentoras e sifões.
c) definir o sistema de ventilação: os ramais de ventilação e a coluna de

ventilação compõem o sistema de ventilação. Sua finalidade é proteger os Aspiração:
vácuo.
fechos hídricos dos desconectores de romperem por aspiração ou compressão
Compressão:
e encaminhar os gases emanados da fossa ou coletor público para a atmosfera. pressão.
e) Posicionar os tubos de queda do esgoto primário e de gordura. Para Shaft: espaço

por onde
evitar que os tubos de queda estrangulem a seção das vigas, pode-se posicioná- passam as
los em pilares falsos ou adotar o sistema de shafts. instalações
hidráulicas.
123
e) definir o acesso à: tubulação poços de visita, caixas de gordura, tubos
operculados e caixas de inspeção. Todo trecho de tubulação de esgoto deve ter
Tubo no mínimo um ponto de acesso, para inspeção e desobstrução;
operculado:
peça de f ) Definir o destino do esgoto em coletor público tratamento ou destino
inspeção em
forma de tubo,
particular.
provida de
janela com Dimensionamento: Consiste em determinar os diâmetros capazes de
tampa. proporcionar a vazão necessária.
Comunicação: Consiste na elaboração das instruções técnicas escritas e

desenhadas necessárias para a execução do projeto.
Vejas os desenhos utilizados para os projetos.
124
EXERCÍCIOS
Questão 1 - Antes da montagem da tubulação, é essencial que os Responda
as questões
tubos e conexões sejam verificados, devendo ser descartadas tubulações e depois
que apresentem falhas como (assinale a única opção incorreta): registre as
respostas
a) deformação; nos testes
b) folga excessiva entre a bolsa e a ponta; da sua Aula
Interativa.
c) fissuras e soldas velhas com muitos coágulos;
d) os tubos sempre se apresentam em perfeito estado, não sendo
necessária a sua verificação prévia antes da montagem.
125
Questão 2 - A captação de água para o sistema predial pode ser feita
por meio da rede pública ou então a partir de fontes particulares. Sobre
o assunto marque a alternativa errada.
a) Considerando-se a captação a partir da rede particular, os sistemas
prediais de água fria podem ser divididos em dois subsistemas:
abastecimento (com a instalação elevatória) e distribuição.
b) Se a captação de água for feita a partir de uma fonte particular,
deve ser previsto um sistema de tratamento, a fim de se garantir a
qualidade da água para uso humano.
c) Caso exista rede urbana, as fontes particulares podem ser utilizadas
para outras finalidades, tais como combate a incêndio, lavagem de
pisos, uso industrial, entre outros.
d) Considerando-se a captação a partir da rede pública, os sistemas
prediais de água fria podem ser divididos em dois subsistemas:
abastecimento (com a instalação elevatória) e distribuição.
Questão 3 - É preciso que se tomem algumas precauções quanto

à movimentação dos tubos devido à sua dilatação. Sobre o assunto
assinale a única opção incorreta:
a) devido às suas características os tubos podem se dilatar facilmente;
b) para efeito de comparação: o PVC dilata-se seis vezes mais quando
comparado com um tubo fabricado em aço;
c) nas instalações prediais de esgoto, de água pluvial e de ventilação,
a distância máxima entre dois pontos fixos é de seis metros;
d) os tubos não se dilatam, não sendo necessárias, nesse sentido,
maiores preocupações.
Questão 4 - O abastecimento de água é feito por meio de uma

ligação predial, que compreende:
Julgue as alternativas, em seguida marque a sequência correta.

I. ramal predial propriamente dito, ou ramal externo: é o trecho
compreendido entre a rede pública e o aparelho medidor (hidrômetro);
126
II. alimentador predial ou ramal interno de alimentação: é o trecho
compreendido entre o hidrômetro e a primeira derivação, ou até a
válvula de flutuador (“válvula de boia”) na entrada de um reservatório;
III. sistema de controle de energia potencial elétrica.

a) Apenas a afirmação I está correta.
b) Apenas a afirmação II está correta.
c) Apenas as afirmações I e II estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
Questão 5 - O projeto do sistema predial de água fria compreende,

basicamente, cinco etapas. Assinale a única opção que contempla as
cinco etapas corretamente:
a) implantação dos tubos na obra, dimensionamento; elaboração do
projeto para a produção, elaboração do projeto “as built”, quantificação
e orçamentação para execução;
b) concepção; cálculo (dimensionamento), elaboração do projeto
para produção, elaboração do projeto “as built”, quantificação e
orçamento para execução;
c) reparos nos tubos e conexões, cálculo, elaboração do projeto para
a produção, elaboração do projeto “as built”;
d) aterramento dos tubos e conexões, dimensionamento, elaboração
do projeto para a produção, elaboração do projeto “as built”,
quantificação e comprar do material para execução.
127
Bibliografia
• ABNT. História da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Disponível em: http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1110. Acesso em
setembro de 2012.
• ARROS, M.M.B., DORNELES, V.P. Racionalização de Métodos e Processos

construtivos: ação no plano da obra. São Paulo. Departamento de Engenharia
de Construção Civil/EPUSP, 1991/ Seminário de Apresentação no curso de pós-
graduação da EPUSP
• BARROS, M.M.B. Metodologia para implantação de Tecnologia Construtiva

Racionalizada na Produção de Edifícios. São Paulo, 1996.
• CARDELLA, B. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes: uma

abordagemholística: segurança integrada à missão organizacional com
produtividade,qualidade, preservação ambiental e desenvolvimento de pessoas.
São Paulo: Atlas,1999. 254p.
• MARTUCCI, R. Projeto Tecnológico para edificações habitacionais: Utopia

ou desafio? São Paulo:USP - 1990. Tese (Doutorado) - Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo.
• MELHADO, S.B. O que é qualidade de projeto? Uma discussão acerca das

mudanças conceituais necessárias para a melhoria da qualidade na construção de
edificações. In: Workshop Qualidade de Projeto, 1995, Porto Alegre. Anais. Porto
Alegre. Departamento de Engenharia Civil/ Escola Politécnica/PUC - RS, 1995.
• NOVAES, C.C. Diretrizes para garantia da qualidade do projeto na

produção de edificações habitacionais. São Paulo: USP (?), 1996. Tese (Doutorado)
- Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo (?).
• Sinduscon-SP. Fins, Prerrogativas, Deveres e Condições de Funcionamento.

Disponível em: http://www.sindusconsp.com.br/msg2.asp?id=1862. Acesso em
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• YAZIGI, WALID. A técnica de edificar / Walid Yazigi - 10. ed. rev. e atual. - São
Paulo : Pini : SindusCon, 2009.
128

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A economia de Goiás vem crescendo acima da média nacional e tem exigido

A minuciosa avaliação da demanda do mercado de trabalho de Goiás deu origem

Boas aulas e até a sua formatura!

Gabinete de Gestão de Capacitação Núcleo Bolsa Futuro

NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL�����������������������������������������������������������������������������11

2. GRANDES FEITOS DA ENGENHARIA CIVIL NA ERA MODERNA��������������������������������������� 20

UTILIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS �����������������������37

NOÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ����������������������������������������������58

2. RISCOS AMBIENTAIS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO���������������������������������������������������� 70

PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DA HIDRÁULICA���������������������������������102

Exercícios na Aula Interativa

O curso Básico em Eletricista/Encanador foi organizado em 5 módulos:

São objetivos deste curso: oferecer conhecimentos para o profissional eletricista e

Porém, para entender as várias técnicas de especializações é necessário adquirir uma

Este curso é direcionado a você, que está ingressando ou retornando ao mercado

1.1 Definição da engenharia

Engenharia Civil Engenharia Mecânica

É um produto da Engenharia Mecânica.

É uma estrutura resultante de práticas

Você sabe que o profissional que exerce a prática na engenharia é o engenheiro,

No Brasil, a entidade que certifica e fiscaliza o profissional são os Conselhos

Normalmente, a lei restringe a prática de determinados atos de engenharia

1.2 História da Engenharia

Ao longo da história diversos projetos de engenharia foram desenvolvidos:

A história aponta um homem com nome de Imhotep como o primeiro engenheiro

Essas invenções requereram um conhecimento

A primeira máquina a vapor foi construída em 1698 por:

1.3 Objeto da Engenharia

Nesse sentido, os engenheiros aplicam

A tarefa fundamental do engenheiro, que pode

As dificuldades, ou obstáculos de um projeto, podem incluir as limitações

A figura acima mostra um incêndio possivelmente causado por um curto

Além disso, os profissionais de engenharia trabalham com o estado de obras

A ciência da engenharia é bastante abrangente e comumente é subdividi-

Inicialmente existiam apenas as engenharias naval e militar. A partir desta última

O prestígio da engenharia fez com que outras áreas quisessem se apropriar

Destaca-se que existe uma considerável sobreposição de matérias comuns a

Questão 2 - Sobre o objeto da engenharia assinale a alternativa

Questão 4 - Os engenheiros aplicam as ciências físicas e

a) É exigido ao engenheiro o conhecimento das ciências relevantes

b) É exigido ao engenheiro constante aprendizado em novas matérias

c) Cabe aos engenheiros e demais profissionais da engenharia,

d) O constante aprendizado em novas técnicas e matérias é uma

( ) A engenharia é a ciência de adquirir e de aplicar conhecimentos

( ) A finalidade da engenharia está em construir prédios, apenas, não

( ) A engenharia tem como finalidade a criação, aperfeiçoamento e

2.1 Os feitos da engenharia civil

A implantação de ferrovias exigiu um esforço muito

Durante o período da Revolução, surgiram as primeiras associações e

Associações: Caso seja de seu interesse, outras associações ao redor do mundo

No Brasil temos o Instituto de Engenharia de São Paulo (IE) e a Associação

Alguns engenheiros civis e cientistas do Brasil e do mundo são responsáveis

O engenheiro civil Marie François Eugène

A famosa torre situada em Paris, capital

A construção deste famoso canal deve-se a Ferdinand de Lesseps, enge-

Na América do Norte houve dois desafios da engenharia

Ponte do Brooklyn em Nova Iorque e Ponte Golden Gate em San Francisco

A ponte do Brooklyn, com cerca de 1,8 km de extensão em estrutura pênsil,

Ponte Bay Bridge de San Francisco

A ponte Bay Bridge ligando San Francisco a Oakland, possui um trecho

O Brasil possui uma engenharia civil muito desenvolvida, equiparando-

NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL��11

2. GRANDES FEITOS DA ENGENHARIA CIVIL NA ERA MODERNA�� 20

UTILIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ��37

NOÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ��58

2. RISCOS AMBIENTAIS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO�� 70

PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS DA HIDRÁULICA��102