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Universidade Federal de Mato Grosso

FAET-Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia


Curso de Engenharia Elétrica

LABORATÓRIO III DE CIRCUITOS ELÉTRICOS I

Ponte desequilibrada e ponte de Wheatstone

Docente: Jackson Marques Pacheco


Discentes: João Eduardo Rodrigues Corrêa
Renato Junio Caetano dos Santos

Relatório apresentado à
disciplina de Circuitos
Elétricos I referente à aula
prática do dia 06 de Maio de
2014.

Cuiabá
2014
1.        OBJETIVOS
1.1. Familiarizar o aluno com montagem em laboratório;
1.2. Estudo dos circuitos elétricos denominados Ponte de Wheatstone
e Ponte de Fino, analisando como são utilizados para a determinação de
resistências elétricas desconhecidas;
1.3. Verificar experimentalmente a resolução de circuitos em ponte.

2 . Material utilizado
 Uma fonte de tensão continua;
 Um resistor de 47Ω;
 Um resistor de 82Ω;
 Um resistor de 180Ω;
 Um resistor variável de 5,5 a 55,5Ω;
 Um amperímetro CC;
 Um voltímetro CC;
 Um multímetro;
 Cabos para ligação

3 . Fundamentos Teóricos

Um resistor variável pode ser ajustado para qualquer valor desejado,


dentro de sua faixa. Pode ser ligado dentro de um circuito de duas formas.
Quando um resistor variável for ligado num circuito de forma que varia a
corrente, é chamado reostato. Quando um resistor variável é ligado para variar
uma tensão, é chamado potenciômetro. O mesmo tipo de resistor variável pode
ser usado para ambas as aplicações. Existem resistências com controle por
tubo rotativo, manípulo ou ranhura, com escala linear ou logarítmica, simples
ou em tandem, multe voltas ou de volta única, de carvão ou de metal,
encapsuladas ou desprotegidas, etc. Exemplos da aplicação de resistências
variáveis são o controle do volume de som de um rádio, o controlo do brilho ou
contraste de um monitor TV, o ajuste do período de oscilação em circuitos
temporizadores, etc.

Figura 1 – Representação de um potenciômetro e de um reostato.


Figura 2 – Resistência variável.

Ponte de Wheatstone

A Ponte de Wheatstone é um circuito muito utilizado em medidas


elétricas, para obter o valor de uma resistência desconhecida, a partir de um
conjunto de outras já conhecidas e tomadas como padrão (figura 1).
Geralmente duas resistências são fixas, uma é ajustável e a quarta é a
incógnita que se pretende determinar. Com este propósito, entre A e B se
estabelece a alimentação da fonte de tensão, e entre C e D é conectado um
galvanômetro como um indicador de corrente. A resistência Rp é ligada em
série com a fonte de tensão para limitar a corrente total da associação e não
faz parte da ponte. Quando houver uma diferença de potencial entre os pontos
C e D, o galvanômetro acusará a passagem de corrente. Essa diferença de
potencial poderá ser anulada através de um ajuste conveniente do valor da
resistência ajustável. Quando esta situação for obtida, tem-se VC = VD e,
consequentemente, a diferença de potencial entre os pontos A e C deve ser a
mesma que entre A e D, e então:

i1 R1 = i3 R3 (1)

De maneira idêntica:
i2 R2 = i4 R4 (2)
Figura 3 - Circuito elétrico da Ponte de Wheatstone.

Dividindo a equação (1) pela equação (2), tem-se:

i1 R1 / i2 R2 = i3 R3 (3)

Como não passa corrente pelo galvanômetro, situação denominada de


equilíbrio da ponte, i1 = i2 e i3 = i4, resultando:

R1 / R 2 = R 3 / R 4 (4)

Se R1 for uma resistência desconhecida, agora denominada R x, e R2 uma


resistência padrão, então basta variar R3 e/ou R4 até equilibrar a ponte e obter:

RX = R2 * (R3 / R4) (5)


4. Procedimentos Experimentais
Usando a função “ohmímetro” do multímetro, foram medidas as resistências
dos resistores indicados de 47Ω, 82Ω e 180 Ω. Em seguida montou-se o
circuito conforme a figura 4. Ajustou-se, então, a tensão da fonte para V = 10V.
Ajustou-se o valor da resistência variável R4 até o valor da tensão do voltímetro
marcar zero voltes e mediu-se a tensão aplicada bem como as quedas de
tensão nas resistências. Para isso conectou-se o voltímetro em paralelo com a
fonte e depois com cada resistor.

Figura 4 – Circuito montado no ATPDraw.

5. Resultados

Para fazer a plotagem do gráfico e a simulação do circuito foi utilizado o


programa ATPDraw, pelo qual foi possível plotar os gráficos de corrente e
tensão pelo tempo. Os valores experimentais das correntes, tensões e
resistências foram medidos com multímetros.
Segue abaixo as tabelas com valores obtidos durante a realização da
experiência:
VALORES TEÓRICOS

R (Ω) V (Volts) I (A) P(W)

FONTE ---------- 10 0,184 1,84

R1 47 6,87 0,146 1,003

R2 180 6,87 0,038 0,261

R3 82 3,12 0,038 0,118

R4 21,4 3,12 0,145 0,452

R(Equivalente) 54,24 10 0,184 1,834

Tabela 1: Resultados teóricos de corrente, tensão e potencia no circuito.


VALORES EXPERIMENTAIS

R (Ω) V (Volts) I (A) P(W)

FONTE ---------- 10 0,180 1,8

R1 48,5 6,75 0,141 0,952

R2 180,6 6,80 0,0383 0,260

R3 82,3 3,16 0,0375 0,118

R4 22,1 3,18 0,144 0,458

R(Equivalente) 54,68 10 0,180 1,788

Tabela 2: Resultados práticos obtidos através da medição com o multímetro da


corrente e tensão no circuito.

Verificando a faixa de tolerância dos resistores:


R1 de 44,65Ω a 49,35Ω
R2 de 162Ω a 198Ω
R3 de 77,9Ω a 86,1Ω
Todos os valores medidos com o ohmímetro estavam dentro da faixa
de tolerância especificada de cada resistor.
Pode-se observar que a soma das potências dissipadas pelos
resistores é igual a potência fornecida pela fonte. Isso se justifica devido ao
princípio da conservação de energia.
Gráfico 1: Gráfico da tensão V na fonte, da tensão V1 no resistor R1 e tensão V4 no resistor R4
em função do tempo.

Gráfico 2: Gráfico da tensão Vv no voltímetro central da ponte, da tensão V2 no resistor R2 e


tensão V3 no resistor R3 em função do tempo.
Gráfico 3: Gráfico da corrente I na fonte, da corrente I1 no resistor R1, da corrente I2 no
resistor R2, I3 no resistor R3 e I4 no resistor R4 em função do tempo.

Observou-se que os valores teóricos (tabela 1) de resistência, tensão e


corrente para os devidos resistores, se assemelham com os mesmos valores
obtidos durante o experimento (tabela 2).
Pequenos desvios notados ocorrem devido ao fato da tolerância da
resistência e também pela resistência dos fios, multímetro, quedas de tensões
nos aparelhos e etc.
Analisando os gráficos obtidos pela da simulação no software ATP Draw,
fica muito claro a queda de tensão, a corrente e a potência dissipada por cada
um dos resistores comprovando a lei de Kirchhoff das tensões (onde a soma
das quedas e elevações de tensões em um caminho fechado deve ser igual a
zero) e a lei de Kirchhoff das correntes (que diz que a soma das correntes
quem entram em um nó é igual a corrente que sai do mesmo) e o principio da
conservação de energia.
Vale lembrar que o valor da tensão encontrado ao se fazer uso do
voltímetro na parte central da ponte (como visto no gráfico 2 o valor desta
queda de tensão é aproximadamente igual a zero). Sendo assim, a corrente
que passa neste caminho também é igual a zero, portanto, pode-se afirmar que
a corrente que passa no resistor R1 é a mesma que passa no resistor R4, e a
que passa no resistor R2 é a mesma do resistor R3, isto pode ser visto no
gráfico 3 e na tabela 2, comprovando assim o equilíbrio da ponte.
Devido ao fato de estar trabalhando com uma ponte equilibrada, o curto
circuito do sistema não possui corrente e não possuirá independente da
resistência que for colocada neste caminho, pois a sua queda de tensão
também será zero.
6. Conclusões
Pelo experimento realizado, os alunos conseguiram entender a relação
estudada na teoria sobre a ponte equilibrada, pois foi possível a visualização
do valor zero de tensão e corrente no multímetro central da ponte. Vale lembrar
que a relação deduzida para o cálculo dos resistores a serem utilizados na
ponte equilibrada, independe do valor de tensão aplicado pela fonte.
Sendo assim, o experimento realizado durante a aula de laboratório de
Circuito Elétricos I contribuiu para um maior entendimento sobre os assuntos
estudados em sala de aula. Portanto, considera-se que todos os objetivos
propostos pela realização desta experiência foram alcançados.

7. Bibliografia

[1] MARTINS, W. K. A. G., Apostila de Circuitos Elétricos. UFMT, 2009.


[2] IRWIN, J. D., Análise de Circuitos em Engenharia, Makron Books.
[3] EDMINISTER, J. A., Circuitos Elétricos, Makron Books.
[4] Boylestad, Robert L. – Introdução à Análise de Circuitos – Prentice
Hall/Pearson, 12ª. Ed, 2011.

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