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Universidade Federal de Mato Grosso

Faculdade de Arquitetura, Tecnologia e Engenharia


Departamento de Engenharia Elétrica
Laboratório de Circuitos Elétricos I

5ª Experiência
TEOREMA DE THEVENIN
SUPERPOSIÇÃO
Engenharia Elétrica
Docente: Prof. Arnaldo J. P. Rosentino Jr.
Discentes: Henrique Barbosa Gabriel, Natali Reis, João Eduardo
Rodrigues Corrêa, Daniel Takeshi Kondo Ferreira
1. Introdução

1.1 Objetivos
 Familiarizar o aluno com a montagem em laboratório;
 Verificar experimentalmente a validade e os conceitos dos
teoremas de Thevenin e superposição.

1.2 Material utilizado

 Uma fonte de tensão continua;


 Um resistor de 33Ω;
 Um resistor de 82Ω;
 Um resistor de 150Ω;
 Um resistor de 1500Ω;
 Um resistor de 500Ω;
 Um resistor de 1000Ω;
 Um resistor de 740Ω;
 Um resistor de 150Ω;
 Um resistor de 56Ω;
 Um resistor de 22Ω;
 Um amperímetro CC;
 Um voltímetro CC;
 Um multímetro;
 Cabos para ligação.

2. Fundamentos Teóricos

2.1 Teorema de Thevenin

Este teorema é um dos mais interessantes, na medida em que permite a


redução de circuitos complexos para uma forma mais simples de análise e projeto.
Em geral, o teorema pode ser usado para realizar o seguinte:
 Analisar circuitos com fontes que não estão em série ou em paralelo.
 Reduzir o número de componentes necessários para estabelecer as
mesmas características nos terminais de saída.
 Investigar o efeito da mudança de um componente em particular sobre o
comportamento de um circuito sem ter de analisar o circuito inteiro após
cada mudança

O teorema de Thévenin afirma o seguinte: Qualquer circuito de corrente contínua


de dois terminais pode ser substituído por um circuito equivalente que consista
somente de uma fonte de tensão e de um resistor em série, conforme a figura 01.
Figura 01: Circuito equivalente de Thévenin
Procedimento do teorema de Thévenin

1. Remova a parte do circuito para a qual deseje obter um equivalente de


Thévenin.
2. Assinale os terminais do circuito remanescente. (A importância desse passo
ficará óbvia à medida que avançamos em direção a circuitos mais complexos.)
3. Calcule Rth, colocando primeiro todas as fontes em zero (substituindo as fontes
de tensão por curtos-circuitos e as fontes de corrente por circuitos abertos), e,
em seguida, determine a resistência equivalente entre os dois terminais
escolhidos. (Se o circuito original incluir as resistências internas de fontes de
tensão e/ou fontes de corrente, essas resistências devem ser mantidas quando
as fontes forem colocadas em zero.)
4. Calcule Eth retornando primeiro todas as fontes às suas posições originais no
circuito, e, em seguida, determine a tensão entre os dois terminais escolhidos.
(Esse passo é invariavelmente um dos que costuma causar a maior parte de
confusões e erros. Tenha sempre em mente que a diferença de potencial deve
ser calculada com o circuito aberto entre os terminais assinalados no passo 2.)
5. Conclusão: Desenhe o circuito equivalente de Thévenin e recoloque entre os
terminais do circuito equivalente a parte que foi previamente removida. Esse
passo é indicado pela inserção do Resistor RL entre os terminais do circuito
equivalente de Thévenin.

2.2-Superposição

O princípio por trás da técnica da superposição é a propriedade aditiva das funções


lineares. Com efeito, num dado circuito com duas ou mais fontes de corrente ou
tensão independentes, um dado valor de uma grandeza é resultado das contribuições
independentes de cada fonte de tensão ou corrente sozinhas, sem que as outras
estejam presentes no circuito. Ou seja, pode-se tomar uma única fonte de tensão ou
corrente e eliminar as demais (substituindo fontes de tensão por um curto-circuito e
fontes de corrente por um circuito aberto), calculando a grandeza desejada. Repete-
se o processo com cada fonte independente de tensão ou corrente e, ao final, soma-
se os valores encontrados.
Seja, portanto, o circuito abaixo:

Figura 2

Deseja-se calcular V0 no circuito. Usando a técnica da superposição, substitui-se a


fonte de corrente de 6A por um curto aberto (ver Figura 3) e calcula-se entãoV0,
usando o divisor de tensão:

Figura 3: Fonte de corrente eliminada.

Agora elimina-se a fonte de tensão, substituindo-a por um curto-circuito, e calcula-


se V0 para a atuação da fonte de corrente (ver Figura 4), usando-se o divisor de
corrente para calcular a corrente no ramo de V0 e então a tensão V’’, sobre o resistor
de 2W :
Figura 4: Fonte de tensão eliminada.

Para achar V0, soma-se as duas contribuições já calculadas. Vem:

A superposição pode ser aplicada a um circuito com qualquer número de fontes


dependentes e independentes. As fontes dependentes não são eliminadas, mas
deixadas no circuito para que seu efeito seja calculado em relação a cada fonte
independente. Pode-se inclusive superpor grupos de fontes, calculando para duas
fontes ao mesmo tempo e somando a contribuição de uma terceira.

3. Procedimentos Experimentais

Superposição

1. Usando a função “ohmímetro” do multímetro, foram medidas as resistências


dos resistores.Em seguida montou-se o circuito conforme a figura 5.

2.

a. Fig. 05. Circuito para a parte experimental.


3. Ajustou-se a tensão da fonte para V1 = 15V e V2 = 9V .
4. Retirou-se a fonte V1 e então foi medido o valor entre o ponto A e B como
mostra o circuito a baixo.
A

B
5. Depois voltou a fonte V1 e foi retirada a fonte V2 e medido o valor entre A e B,
como mostra o circuito a baixo.

Thevenin e Norton

1. Usando a função “ohmímetro” do multímetro, foram medidas as resistências


dos resistores.
2. Em seguida montou-se o circuito conforme a figura 6.

3.

a. Fig. 06. Circuito para a parte experimental.

4. Ajustou-se a tensão da fonte para V = 5V.


5. Sem a resistência RL calculou-se e fez-se a leitura de E th com um voltímetro
entre os pontos A e B.
6. Retirou-se a Fonte E, substituindo-a por uma ligação (curto-circuito) e fez-se o
cálculo e a leitura de Rth, usando um ohmímetro entre os pontos A e B.
7. Então, substituiu-se o circuito pelo seu equivalente de Thevenin, ajustando a
fonte para a tensão Eth e o reostato para o valor R th, então foram ligados em
série.

4. Resultados

Utilizou-se o software ATPDraw para simulação dos circuitos elétricos, por


meio do qual plotou-se os gráficos da corrente e tensão em função do tempo em
cada circuito. Os valores experimentais das correntes, tensões e resistências
foram medidos com multímetros.

Segue as tabelas e gráficos que registram os resultados obtidos durante a


realização da experiência:

VALORES TEÓRICOS
Superposição

V1 = 15 [V]
V2 = 9 [V]
Rp = 500 [Ω]
RL = 1,5 [K Ω]
R1 = 1 [K Ω]
Thevenin e Norton

V=5V
R1 = 33 Ω
R2 = 1,5 k Ω
R3 = 56 Ω
R4 = 150 Ω
R5 = 82 Ω
R6 = 1 k Ω
RL = 22 Ω
Rp = 740 Ω
VALORES EXPERIMENTAIS
Superposição

V1 = 15 [V]
V2 = 9 [V]
Rp = 510 [Ω]
RL = 1,5 [K Ω]
R1 = 975 [ Ω]

Thevenin e Norton

V=5V
R1 = 32 Ω
R2 = 1450 Ω
R3 = 56 Ω
R4 = 142 Ω
R5 = 81 Ω
R6 = 1 k Ω
RL = 21 Ω
Rp = 750 Ω

Thevenin e Norton

Circuito inicial: Circuito equivalente de Thevenin:

I na Carga = 57 mA I na Carga = 58,5 mA

V na Carga = 4,3 V V na Carga = 4,7 V

Todos os valores medidos com o ohmímetro estavam dentro da faixa de


tolerância especificada de cada resistor.
SIMULAÇÃO NO ATPDraw

Superposição

Gráfico 1: Gráfico da tensão V e I no circuito sem a fonte V1

Gráfico 2: Gráfico da tensão no circuito sem a fonte V2.

Gráfico 3: Gráfico da corrente no circuito sem a fonte V2.


Thevenin e Norton

Gráfico 4: Gráfico contendo os valores da tensão thevenin a corrente sem a carga RL.

Gráfico 5: Gráfico contendo os valores da corrente de Norton e a tensão sem a carga RL.

Através do cálculo do equivalente de Thévenin e com uma posterior


comparação do valor obtido com o valor encontrado experimentalmente foi possível
verificar um teorema fundamental na análise de circuitos elétricos, o teorema de
Thévenin. Nota-se então, que é totalmente aceitável converter uma parte do circuito
em apenas uma fonte de tensão e um resistor em série, tendo o mesmo efeito (tensão
e corrente). Contudo, deve-se observar que os resistores tem uma faixa de tolerância,
ocasionando assim esse percentual irrisório de erro. Além disso, há também a
imprecisão dos aparelhos de medição.
Em relação aos resultados alcançados com a simulação no software ATP draw,
torna-se ainda mais nítido a veracidade do teorema em questão. E isso tudo
demonstra que a forma como foi encontrado tanto E th (conectando um voltímetro aos
terminais de saída do circuito) quanto R th (conectando um ohmímetro aos terminais de
saída do circuito e zerando as fontes) está correta.
Outra questão que é necessário ressaltar é que a tensão e a resistência de
Thévenin encontrada para o circuito independem do valor da resistência R. Portanto,
caso a resistência R for substituída por outra não é necessário fazer uma verificação
total do circuito original, já que com o teorema, com um simples cálculo de divisor de
tensão obtém-se os valores da corrente elétrica e da queda de tensão no resistor R.
5. Conclusões

É lógico que em todo o campo da física que engloba circuitos elétricos, há


varios outros métodos, leis e teoremas que poderiam solucionar o mesmo problema
abordado nessa experiência, o teorema de Thévenin foi apenas um dos vários outros
que foi escolhido para ser trabalhado durante a aula prática de Circuitos Elétricos I, o
que não o torna menos importante do que nenhum deles, pois como já foi dito, os
pequenos valores de desvios encontrados podem estar relacionados justamente com
a tolerância descrita em cada resistor, causando assim uma leve flutuação nos
valores.
Isso comprova uma grande eficácia na aplicabilidade deste teorema, reflexo
disto são os dados obtidos a partir dos gráficos simulados no software ATPDraw, onde
fica explícito o valor da tensão e corrente que se aproximam bastante tanto dos
valores teóricos, quanto dos experimentais destas respectivas grandezas.
Devido o teorema ter como principal objetivo reduzir o circuito a um que seja
equivalente, o uso do mesmo facilita bastante na análise de circuitos mais complexos.
Assim a experiência facilitou a compreensão desta nova ferramenta que é de
grande valia para resolução de problemas no curso de Engenharia Elétrica. Portanto,
conclui-se que os objetivos propostos pela realização do experimento foram atingidos
com a execução da aula prática.

6. Bibliografia
Boylestad, Robert L. – Introdução à Análise de Circuitos – Prentice Hall/Pearson,
12ª. Ed, 2011.

MARTINS, W. K. A. G, Apostila de Circuitos Elétricos I, UFMT 2013.

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