Em uma radiografia a parte anatômica do paciente é exposta aos raios x em uma fração de segundo. Uma parte
do feixe de raios x será absorvida pelos tecidos do corpo e outra parte, conseguirá atravessar. Esta parte do feixe
de raios x incidirá sobre o filme radiográfico. Este filme será processado e então uma imagem surgirá em
diferentes tonalidades, desde o negro ao branco, passando por diferentes tons de cinza.
Esta tonalidade depende da absorção de raios x pelos tecidos do corpo. Os tecidos absorvem de forma diferente,
pois são formados de elementos químicos diferentes. Os tecidos que absorvem mais, terão um tom claro na
imagem, já os tecidos que absorvem menos, serão escuros na imagem e até negros, como é o caso do ar. Esta
diferença na tonalidade na imagem é chamada de contraste e este é um contraste natural. Existe também o
contraste artificial, que são substâncias que serão administradas ao paciente e uma vez instaladas em alguma
parte do corpo, se destacam, pois absorvem mais raios x, ficando em uma tonalidade mais clara. Os contrastes
artificiais usados em exames que utilizam raios x são o bário e o iodo (obs: não são radioativos).
O câncer de mama representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As
estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em
desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um
aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional
de diversos continentes. No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.
SINTOMAS
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária.
Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto
semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
FATORES DE RISCO
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de
primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de
caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui
um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A
menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a ocorrência
da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco
para o câncer de mama.
Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de
mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens
elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional
em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o
câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.
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DETECÇÃO PRECOCE
As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a
mamografia.
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se
superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso
para Controle do Câncer de Mama.
A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas
que estão entre 40 e 49 anos.
MAMOGRAFIA
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar
lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros).
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a
fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e
suportável.
A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade
do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e
habilidade de interpretação do radiologista.
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para
rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da
mamografia como método de detecção precoce, capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As
conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem,
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principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, depois de sete a
nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.
O objetivo da mamografia é produzir imagens detalhadas com alta resolução espacial da estrutura interna da
mama para possibilitar bons resultados diagnósticos.
A diferença radiográfica entre o tecido normal e o tecido doente é extremamente sutil; portanto, a alta qualidade do
exame é indispensável para alcançar uma resolução de alto contraste que permita essa diferenciação.
Cada componente na formação seqüencial da imagem é indispensável para o seu sucesso, desde o
posicionamento do paciente para a aquisição da imagem até a qualidade e estado do negatoscópio.
Para garantir o desempenho da mamografia, a imagem obtida deve ter alta qualidade e, para tanto, são
necessários: equipamento adequado, técnica radiológica correta, conhecimento, prática e dedicação dos
profissionais envolvidos.
CLASSIFICAÇÃO DA MAMA
Na Mamografia, tanto a espessura da mama comprimida quanto a densidade do tecido contribuem para a seleção
técnica. É fácil determinar o tamanho ou espessura da mama, mas a densidade dela é menos evidente e requer
informações adicionais. A densidade relativa da mama é afetada basicamente pelas características mamárias
inerentes do paciente, estado hormonal, idade e gestações.
Portanto, as mamas podem ser classificadas em três categorias, dependendo das quantidades relativas de tecido
glandular versus adiposo, sendo:
1. Mama Fibroglandular
A mama jovem geralmente é muito densa, pois contém quantidade relativamente pequena de tecido adiposo. A
faixa etária comum para a mama fibroglandular varia da pós-puberdade até cerca de trinta anos, mas, as mulheres
com mais de 30 anos que nunca amamentaram provavelmente também pertencerão a este grupo.
2. Mama Fibrogordurosa
À medida que a mulher envelhece e ocorrem mais alterações nos tecidos mamários, há uma mudança gradual da
pequena quantidade de tecido adiposo para uma distribuição mais igual de tecido gorduroso e fibroglandular, este
grupo varia dos 30 aos 50 anos idade, a mama não é tão densa quanto no grupo jovem. Radiologicamente, esta
mama tem densidade média e requer menor exposição que a mama do tipo fibroglandular. Várias gestações na
vida reprodutiva de uma mulher acelerarão o desenvolvimento de sua mama para esta categoria Fibrogordurosa.
3. Mama Gordurosa
Ocorre após a menopausa, comumente à partir dos 50 anos de idade. Após a idade reprodutora da mulher, a
maior parte do tecido glandular da mama sofre atrofia, sendo convertida em tecido adiposo em um processo
denominado involução. É necessária uma exposição ainda menor neste tipo de mama que nos primeiros dois
tipos.
As mamas das crianças e da maioria dos homens contêm principalmente gordura e, portanto, também pertencem
a esta categoria.
Observações:
Embora a maioria das mamografias seja realizada em paciente do sexo feminino, deve-se saber que entre
1% e 2% de todos os cânceres de mama são encontrados em homens; portanto ocasionalmente serão realizadas
mamografias neles.
A mamografia convencional é o padrão radiográfico atual para mamas. O maior benefício do sistema convencional
é uma imagem excelente com a menor dose possível de radiação, permitindo que a mulher seja examinada
regularmente. A capacidade de visualização de detalhes, nitidez das margens e tecidos moles é uma
característica da boa qualidade de uma mamografia com filme.
Atualmente, a mamografia convencional e a ultra-sonografia (US) são as principais modalidades de exames
usadas para se obter imagens das mamas.
Contudo, a mamografia convencional continua sendo a mais importante e a mais usada, embora em um moderno
serviço de mamografia o exame convencional e a US sejam usados em conjunto para diagnosticar patologias da
mama.
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A US vem sendo usada para o exame da mama desde meados da década de 1970. Ela fornece informações
adicionais valiosas para o radiologista, juntamente com a mamografia convencional e o exame físico. Atualmente,
a US é parte integrante do serviço de mamografia e dos procedimentos diagnósticos para avaliação da mama.
Seu principal valor é a capacidade de distinguir entre um cisto e uma lesão sólida. É também usada extensamente
para determinar a presença de líquido, abscesso, hematoma e gel de silicone.
A dose recebida pelo paciente é significativa na mamografia. Uma dose cutânea de 800 – 900 mrad é comum, que
é muito maior que aquela para a maioria da outras partes do corpo.
Exemplo: Uma incidência lateral da coluna lombar tem uma dose cutânea de 700 -800 mrad, está é uma
das 9 incidências de maior dose de qualquer parte do corpo.
Na realização da mamografia, deve-se utilizar compressão eficiente, entre 11 a 20 Kg, para obtenção de um bom
exame (na prática, em aparelhos que não indicam automaticamente a força de compressão utilizada, podemos
comprimir até a pele ficar tensa e/ou até o limite suportado pela paciente).
Vantagens da compressão:
INCIDÊNCIAS BÁSICAS
As incidências básicas ou padrões, também algumas vezes denominadas incidências de rotina ou rotinas do
serviço, são as incidências ou posições comumente realizadas na maioria dos serviços de mamografia.
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Incidência Crânio-Caudal
Incidência MLO
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A Tomografia Computadorizada é um método de diagnóstico por imagem que combina o uso de raios-x com
computadores especialmente adaptados para processar grande volume de informação e produzir imagens com
alto grau de resolução.
O feixe de raios-X, após ser atenuado pelo corpo do paciente, interage com um conjunto de detectores que são
responsáveis por transformar os raios x em sinal elétrico.
Cada fóton que atravessa um determinado volume do paciente interage com um detector e produz um pulso
elétrico e fornece uma parcela dos dados que formarão a imagem final no computador.
Para que a imagem possa ser interpretada como uma imagem anatômica, sem sobreposição de estruturas,
múltiplas projeções são realizadas a partir de diferentes ângulos. O computador, de posse dos dados obtidos nas
diferentes projeções constrói uma imagem digital representada em uma matriz composta de pixels. A cada pixel da
imagem é atribuída uma tonalidade de cinza que depende da intensidade da radiação absorvida pelo paciente.
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APLICAÇÕES DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
CÂNCER
A tomografia computadorizada pode ser utilizada para detectar precocemente o câncer nos diferentes tecidos
e órgãos.
POSSÍVEIS RISCOS
- Devido ao método usar raios x, a produção de radicais livres, aumento da dose absorvida e efeitos causados
pela administração da radiação nos seres humanos;
- Pode ocorrer reação alérgica ao uso do meio de contraste, em relação à toxidade ou hipersensibilidade ao iodo.
*Valor médio por um período de 5 anos, não ultrapassando 50 mSv em um único ano.
**Em casos especiais, pode ser usado um limite maior desde que o valor médio não ultrapasse 1 mSv/ano.
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Existem diversos tipos de vestimentas destinadas a proteger as pessoas contra os efeitos das radiações
ionizantes, como é o caso dos raios x. Dentre as mais usadas, encontram-se os aventais de chumbo (longos ou
curtos), os protetores de tireóide e de gônadas, os óculos plumbíferos, as luvas e as mangas protetoras. Além
disso, pode-se também fazer uso de anteparos móveis de chumbo (biombos de chumbo).
IMAGENS DA TC
ULTRASONOGRAFIA
A ultrasonografia diagnóstica utiliza dispositivos que emitem feixes sonoros e registram os ecos refletidos em
diferentes interfaces.
Em um meio homogêneo, o ultrasom se propaga em linha reta, sendo que a velocidade de propagação depende
da densidade deste meio. Em um meio heterogêneo, as ondas sonoras são refletidas a cada densidade diferente,
retornando ecos para o transdutor.
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O emissor de US (transdutor) é constituído por uma cerâmica piezo-elétrica que emite US que se propaga nos
tecidos e é refletido nas diversas interfaces entre um tecido e outro. O transdutor também registra o eco de
retorno, de modo que é também um receptor.
Entre a emissão do US e a recepção do seu eco correspondente há um intervalo de tempo que aumenta com a
distância entre o transdutor e a interface refletora, assim sendo, é possível estabelecer a profundidade desta
interface de acordo com este intervalo.
A visualização através do ultrasom é uma técnica médica usada para reproduzir imagens dos órgãos internos,
tecidos, rede vascular e fluxo sanguíneo. Um transdutor transmite ondas sonoras até a área a ser examinada, que
reflete essas ondas sonoras. O sistema de ultrasom converte as ondas sonoras refletidas em imagens
bidimensionais ou tridimensionais. A visualização por ultra-som é utilizada no diagnóstico e no acompanhamento
de doenças e em procedimentos cirúrgicos especializados. Algumas das aplicações do ultrasom são: exames do
abdômen, função renal, pélvico ginecológico, obstetrícia, urologia, mama, tiróide, cérebro-vascular, vascular
periférica, cardiologia, exames neonatais e pediatria.
Durante o primeiro trimestre - a partir de 7 a 8 semanas - já é possível visualizar o embrião e atestar sua
vitalidade. O mais indicado nessa fase é o exame via transvaginal. Durante o segundo trimestre da gravidez, seu
período intermediário, uma pesquisa anatômica do feto é realizada e cada aspecto da anatomia fetal é examinado
ou medido. No terceiro trimestre temos uma visão clara da anatomia (face, órgãos internos, coração e etc) que
auxiliam decisões sobre os procedimentos durante o parto.
FORMAÇÃO DA IMAGEM
Calculando quanto tempo levou desde a transmissão até a recepção do eco, calcula-se a distância (profundidade)
onde houve reflexão do ultrasom, possibilitando uma imagem nítida do eco na dada profundidade.
Calculando qual a intensidade do eco é possível atribuir uma tonalidade para cada ponto da imagem, logo as
imagens serão formadas em tempo real no monitor do equipamento e arquivadas em um sistema de
armazenamento.
Existem diferentes técnicas de ultra-sonografia, valendo ser lembradas aqui a ecografia B, o eco-doppler colorido
e a ecografia tridimensional. A ecografia B (brilho) é realizada com transdutor manual, registrando os ecos
recebidos na forma de variados graus de brilho superpostos, com fundo escuro por consenso. O eco-doppler
colorido é bastante útil no estudo vascular, constituindo um método não-invasivo que permite avaliação da parede
vascular e do fluxo sanguíneo. Por convenção, o fluxo que se aproxima do transdutor é vermelho e o que se
afasta é azul. No ultra-som tridimensional, as imagens terão um padrão volumétrico, demonstrando as partes
anatômicas em 3 planos ou dimensões.
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Doppler colorido mostrando bifurcação da artéria carótida.
A área da medicina na qual a ultra-sonografia é mais amplamente utilizada é, sem dúvida, a ginecologia e
obstetrícia, sendo que o estudo ultra-sonográfico é o exame de eleição para avaliação da pelve feminina.
Vantagens:
relativamente barato;
rápido;
produz imagens em tempo real;
velocidade ideal para dirigir certos procedimentos intervencionistas;
isenta de riscos.
Desvantagens:
depende muito da habilidade do operador do aparelho;
resolução espacial muito abaixo daquela obtida com TC ou RMN;
não se dispõe, até o momento, de bons contrastes.
Nos últimos anos, os procedimentos ultra-sonográficos intracavitários se tornaram muito solicitados. Exemplos
destes procedimentos são o ultra-som transretal, excelente para avaliação e biópsia de próstata e reto, o ultra-som
transvaginal, excelente no estadiamento das doenças malignas da pelve feminina e o ultra-som transesofágico,
usado na avaliação das neoplasias de esôfago e estômago.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Os tecidos do corpo humano são compostos por diminutas partículas chamadas átomos. Em condições normais,
os prótons dentro destes átomos giram desordenadamente. O equipamento de ressonância magnética organiza
estes átomos de forma a colher um sinal que será tratado e irá gerar imagens diagnósticas.
Durante o exame o paciente fica dentro de um forte imã. Isso faz com que seus prótons alinhem-se juntos e gire
na mesma direção, como um conjunto de minúsculos piões. Um sinal de radio freqüência (RF) é emitido para
dentro do campo magnético. Este sinal tem a mesma freqüência que a freqüência dos prótons de hidrogênio e
desta forma a RF aplicada faz com que os prótons de hidrogênio se movam ao mesmo tempo em ângulos e
velocidade planejadas produzindo o fenômeno da ressonância. Quando o sinal cessa, os prótons voltam à sua
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posição de alinhamento e liberam energia que é captada também na forma de um sinal por uma espiral receptora
(antena comum).
A energia liberada pelos prótons é medida, assim como o tempo que os prótons levam para voltar à posição de
alinhamento também é medido. Estas medidas fornecem informações sobre o tipo de tecido em que estão os
prótons, bem como as alterações destes tecidos.
Um computador utiliza estas informações para construir imagens que aparecem em um monitor. As imagens
assim obtidas podem ser registradas em filmes que juntamente com o laudo são entregues ao paciente que por
sua vez os encaminha ao seu médico. Imagem por ressonância magnética é um método diagnóstico por imagem
que não utiliza radiações ionizantes..
Imagens por ressonância magnética utilizam a mais avançada tecnologia disponível ao ser humano, capaz de
propiciar exames bastante precisos de qualquer parte do corpo. Isso se deve a elevada sensibilidade do aparelho
e às informações obtidas pelo sistema de computadores que trabalham em conjunto durante a realização do
exame.
VANTAGENS
- Extrema sensibilidade diagnóstica.
- Imagens detalhadas com maior precisão em todos os planos do corpo.
- Detecção precoce das doenças.
- Detecção precoce significa tratamento precoce.
- Tratamento precoce quase sempre significa maior sucesso do tratamento e despesas menores.
- Não causa dor ou outros efeitos secundários desagradáveis.
- Não utiliza radiação ionizante.
- O contraste endovenoso (gadolínio), quando usado, não coloca em risco a saúde do paciente.
IMAGENS DA RM
MEDICINA NUCLEAR
A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que utiliza materiais radioativos com fins diagnósticos e
terapêuticos. A maioria dos procedimentos diagnósticos consiste na obtenção de imagens (chamadas de
cintilografia), que mostram a concentração de materiais radioativos nos órgãos do paciente. Neste exame, o
paciente recebe um composto radioativo (radiofármaco) por via oral ou intravenosa. Este composto irá se
concentrar preferencialmente em determinados órgãos ou tecidos dependendo de sua afinidade metabólica.
O intervalo entre a administração do material radioativo e sua concentração irá depender de qual composto
utilizado e qual a velocidade do metabolismo no órgão estudado. Por este motivo, o intervalo para iniciar a
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obtenção das imagens e a duração do estudo é diferente para cada tipo de cintilografia. Como o radiofármaco
emite radiação gama, esta radiação será captada por uma câmara e a imagem do órgão será formada.
A cintilografia é diferente de outros métodos de imagem, como por exemplo, a radiografia simples ou o ultra-som,
porque tem por objetivo avaliar a função dos órgãos e não apenas sua anatomia. A avaliação funcional é baseada
na capacidade que os órgãos e células do nosso organismo têm de concentrar e metabolizar diferentes
substâncias. Ao administrarmos compostos radioativos semelhantes a estas substâncias naturalmente
concentradas ou metabolizadas, passamos a ser capazes de “enxergar” como é que os órgãos e células estão
trabalhando.
Muitos compostos radioativos ou radiofármacos diferentes podem ser utilizados para estudar a função de
diferentes estruturas. Deste modo, um tecido doente que tenha perdido a capacidade de concentrar alguma
substância será visto como uma área de menor captação do radiofármaco na cintilografia.
Como exemplo dos conceitos citados acima, podemos citar a cintilografia da tireóide. A cintilografia da tireóide
pode ser feita com o iodo radioativo, um elemento quimicamente idêntico ao iodo encontrado na alimentação e
que serve como base para a síntese dos hormônios da tireóide. A cintilografia da tireóide irá demonstrar quais as
áreas da tireóide que estão sintetizando muito hormônio (que irão apresentar excessiva concentração do iodo
radioativo) e as áreas que estão sintetizando pouco hormônio (com baixa concentração do iodo).
Cintilografia óssea: utilizada para o diagnóstico de fraturas e traumas ortopédicos, estudos de dores osteo-
articulares inexplicáveis e pesquisa de tumores e metástases ósseas
Cintilografia de coração: tem a finalidade de visualizar a perfusão do miocárdio e servir para o diagnostico da
doença isquêmica coronariana (método não invasivo).
Cintilografia de tireóide: serve para o estudo da anatomia e da função da glândula tireóide (estudo de captação).
Cintilografia de fígado e baço: visa o estudo anátomo-funcional do fígado e do baço
(principalmente no diagnóstico diferencial de nódulos hepáticos). São realizados ainda exames para o diagnóstico
de hemangiomas hepáticos.
Cintilografia de vias biliares: utilizado para demonstrar a função do fígado e das vias biliares, útil no diagnóstico de
patologias obstrutivas das vias biliares.
Cintilografia de inalação e perfusão pulmonar: utilizada para o diagnóstico de embolia pulmonar e de doenças
obstrutivas crônicas, entre outras.
Cintilografias de rins: tem a finalidade de avaliar obstrução, infecção e hipertensão arterial de origem renovascular.
Cintilografia de perfusão cerebral: visa o diagnóstico de demências, depressão e focos de epilepsia.
Outras cintilografias que são realizadas rotineiramente: cintilografias com Gálio67 para avaliar processos
infecciosos em atividade; cintilografia com Tálio201 para avaliação de viabilidade do miocárdio e alguns tipos de
tumores; pesquisas de hemorragias gastro-intestinais; estudos do fluxo arterial, venoso e linfático; cintilografia
testicular; etc.
As doses de radiação dos procedimentos diagnósticos em Medicina Nuclear são baixas e não provocam efeitos
colaterais, sendo semelhantes às doses de um estudo radiológico convencional. Apesar da baixa dose de
radiação, os estudos de Medicina Nuclear não devem ser realizados em mulheres grávidas. As pacientes que
estejam amamentando devem procurar orientação médica antes da marcação do exame. Não costuma existir
qualquer outro tipo de reação aos materiais injetados.
O principal material empregado em medicina nuclear é o tecnécio-99m, correspondendo a 80-90% dos exames
realizados.O tecnécio-99m emite radiação com energia de 140 keV e com meia vida de 6 horas, ou seja, a cada 6
horas a radiação emitida cai pela metade. Os 10-20% restantes dos exames são realizados com tálio-201 (meia
vida de 3 dias), gálio-67 (meia vida de 3 dias), iodo-131 (meia vida de 8 dias) e flúor-18 (meia vida de 2 horas).
Exatamente por apresentar uma rápida redução da atividade é que estes materiais podem ser administrados com
segurança para os pacientes, sem causar complicações ou efeitos colaterais. Por todos esses motivos, a
quantidade de radiação envolvida nos exames de medicina nuclear é pequena.
Além da maior resolução, os equipamentos mais modernos destacam-se pela capacidade de adquirir e processar
estudos tomográficos como é o caso do SPECT (tomografia por emissão de fóton único), trazendo maior
sensibilidade e precisão na localização de lesões. Um equipamento ainda mais moderno é o PET-CT (tomografia
por emissão de pósitron) que é uma cintilografia de alta performance acoplada a uma tomografia
computadorizada. Esta junção permite a obtenção de imagens de alta qualidade anatômica e do metabolismo
celular, tornando este o equipamento mais sensível em termos de detecção do câncer.
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PET-SCAN – mieloma antes e depois da quimioterapia tumor osteolítico
RADIOTERAPIA
A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma
dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o
tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais
circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.
A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação,
sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é
administrada.
Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja
respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais,
quando se usa a terapia externa.
RADIOSSENSIBILIDADE E RADIOCURABILIDADE
A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações.
Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma
clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns apresentam
sensibilidade tão próxima à dos tecidos normais, isto impede a aplicação da dose de erradicação. A curabilidade
local só é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa
a tolerância dos tecidos normais.
INDICAÇÕES DA RADIOTERAPIA
Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou
associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré, pós-operatória e
durante a cirurgia. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.
A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo
é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume
tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de
sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos.
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FONTES DE ENERGIA E SUAS APLICAÇÕES
São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia. Há aparelhos que geram radiação a partir da energia
elétrica, liberando raios X e elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de
cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas, mantendo distâncias da
pele que variam de 1 centímetro a 1 metro (teleterapia). Estas técnicas constituem a radioterapia clínica e se
prestam para tratamento de lesões superficiais, semiprofundas ou profundas, dependendo da qualidade da
radiação gerada pelo equipamento. Os isótopos radioativos (cobalto, césio, irídio etc.) ou sais de rádio são
utilizados sob a forma de tubos, agulhas, fios, sementes ou placas e geram radiações, habitualmente gama, de
diferentes energias, dependendo do elemento radioativo empregado. São aplicados, na maior parte das vezes, de
forma intersticial ou intracavitária, constituindo-se na radioterapia cirúrgica, também conhecida por braquiterapia.
No quadro abaixo estão relacionadas as diversas fontes usadas na radioterapia e os seus tipos de radiação
gerada, energias e métodos de aplicação.
Método de
Fonte Tipo de radiação Energia
aplicação
Unidade de Teleterapia
Raios gama 1,25 MeV
cobalto profunda
Raios X de alta energia e Teleterapia
Acelerador linear 1,5 – 40 MeV
elétrons* profunda
Isótopos Variável conforme o isótopo
Raios gama e/ou beta Braquiterapia
radioativos utilizado
Acelerador linear
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