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Ensaio Analítico e Interpretativo sobre a obra “Cura-te a Ti Mesmo: Uma Explicação da

Causa Real e da Cura da Doença”, de Dr. Edward Bach.

“A prevenção e a cura da doença podem ser encontradas por meio da


descoberta do que está errado dentro de nós mesmos e pela erradicação desta
falha através do sincero desenvolvimento da virtude que a destruirá; não pelo
combate ao erro, mas por trazer à tona esta virtude em quantidade tal que
elimine o erro de nossas naturezas”. (BACH, Edward.)

Observações Preliminares

Em consequência da relação entre forma e conteúdo, principalmente nesse guia de cura e


autocuidado, e cheio de questões profundas e difíceis autoanálises de Edward Bach, seria tarefa
árdua e quase impossível dissociar a análise dos comentários interpretativos, uma vez que, ao
pensar a forma e a estrutura, o significado e as possíveis interpretações também aparecem. Por
essa razão as análises de cada traço e elemento do texto serão acompanhadas imediatamente pelos
devidos comentários interpretativos.

Breve resumo sobre vida e obra do autor

Dr. Edward Bach, também conhecido como o pai da terapia floral, nasceu em 24 de setembro de
1886, em Moseley, subúrbio da cidade de Birmingham, Reino Unido. Desenvolveu as essências
florais como uma forma de medicina alternativa inspirada em clássicas tradições homeopáticas,
inspirado por encontrar e disseminar uma nova medicina, mais sutil, pura e simples, e que também
fosse mais acessível às pessoas.

Segundo o site do Instituto Edward Bach, “o Dr. Edward Bach foi um médico com ideias
avançadas para o seu tempo. Ao longo da sua curta carreira, evoluiu da medicina ortodoxa para o
desenvolvimento de uma forma de medicina natural para tratar a saúde emocional e espiritual,
muito em sintonia com as tendências da saúde natural de hoje. Passou grande parte de sua vida
descobrindo seu sistema simples de 38 essências florais. Ele estava convencido de que o bem-
estar emocional era a chave para a boa saúde geral e seu sistema assimilou o estado de espírito
positivo das flores, permitindo-nos redescobrir o lado positivo de nós mesmos”.

Edward Bach estudou medicina primeiro em Birmingham e mais tarde no University College
Hospital de Londres, onde se tornou cirurgião residente. Trabalhou também em sua clínica
privada de Harley Street. Em seu trabalho como bacteriologista, fisiologista e patologista, Dr.
Bach foi pioneiro com suas pesquisas de vacinas em seu laboratório.

Ele sonhava com uma abordagem mais holística da medicina, talvez por isso ele tenha aceitado a
oferta de um cargo no Royal London Homeopathic Hospital, onde pode perceber as semelhanças
entre seu trabalho de pesquisa com as vacinas e os princípios da homeopatia desenvolvida por
Samuel Hahnemann. Inclusive, Bach adaptou suas vacinas no sentido de produzir sete nosódios
homeopáticos.

Hahnemann e Bach compartilhavam do extraordinário pensamento de que a doença se origina


num plano acima do físico

Bach faleceu em 27 de novembro de 1936, em Sotwell, no condado de South Oxfordshire,


Inglaterra. Deixou uma extensa obra a respeito das essências florais e o seu poder curativo,
associado ao autoconhecimento dos comportamentos e falhas humanas. Seu legado foi mantido e
difundido por seus pupilos e assistentes Nora Weeks, Victor Bullen e Mary Tabor.

Os Florais

Trata-se de um sistema de cura através de remédios que contêm apenas a concentração energética
e a essência sutil das flores, que atua diretamente nos corpos sutis e matrizes energéticas das
pessoas, onde estão as raízes da maioria das doenças. Ou seja, campos eletromagnéticos que
podiam ser facilmente assimilados e memorizados na estrutura da água.

É um sistema de cura baseado nos princípios da simplicidade, da busca pela real causa das
enfermidades, no desenvolvimento das virtudes opostas aos defeitos que contrariam os propósitos
da Alma e no princípio do Amor como sendo a Unidade Criadora de todas as coisas.

Os remédios florais não contêm princípios ativos como os alopáticos, por isso, não são tóxicos e
não possuem riscos na interação medicamentosa, de maneira que podem ser utilizados por
qualquer pessoa, profissionais e leigos, mas grandes poderes curativos.

Tanto que, em 1976, os 38 remédios florais de Bach, pedra fundamental da Terapia Floral foram
reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medicina integrativa. Essa
terapêutica vem conquistando espaço no meio acadêmico e sendo amplamente utilizada por
profissionais da saúde que constatam, em sua prática profissional, uma forte relação entre fatores
emocionais em desequilíbrio e o surgimento de doenças físicas.

Sobre a Obra
O Dr. Edward Bach que, como médico, constatou uma forte relação entre fatores emocionais em
desequilíbrio e o surgimento de doenças físicas por meio da observação, da pesquisa e de um
profundo amor pela humanidade.

Com base nisso, em 1930, escreveu sua obra “Cura-te a Ti Mesmo” (traduzido do original Heal
Thyself), com a sua mensagem de que a doença física resulta de um conflito com os nossos
desígnios espirituais. A obra foi publicada pela primeira vez em 1931 e continua a ser reeditado
desde então.

Essa obra representa a base filosófica de seu legado que, em suma, significa que cada um possui
o controle da própria vida e da saúde do próprio corpo, da própria mente e do próprio espírito,
integrando assim a Unidade Divina Criadora e dando um propósito mais elevado à própria Alma.

Bach acreditava que as ações que não estejam condizentes com a nossa missão e que nos colocam
distantes da fonte criadora, como a inveja, a intolerância, o desânimo, o medo, entre tantas outras,
são as reais causas do nosso desequilíbrio físico, que é traduzido na forma das doenças.

Transformar cada indivíduo no protagonista do seu processo de prevenção e cura às doenças, pois
é imprescindível que os desígnios da Alma de cada um e seus comportamentos estejam em
consonância, atingindo assim, a profunda harmonia do ser, a paz e a felicidade Divinas.

“Prefácio à edição brasileira”, por Julian Barnard.

Já no início da obra, durante o prefácio, a mensagem de que

“[…] se há um inimigo a ser combatido somos nós mesmos. [… e a doença a


ser combatida é] a minha própria doença, aquele que me faz mal, a que afasta
a minha vida da saúde e da felicidade”.

O título do livro já declara que somos responsáveis por nós mesmos, por nossas ações e por nossa
felicidade ao afirmar que

“Significa que eu tenho o controle da minha vida e da saúde do meu corpo, da


minha mente e do meu espírito [e que] nossa vida vai muito além da mecânica
corporal física. […] A doença, em sua essência, é o resultado do conflito entre
Alma e Mente”.

Esse é um conceito difundido também em outras culturas, como as orientais e a havaiana, onde
técnicas de meditação e limpeza – como o mindfulness, o vipassana e o ho’oponono – onde o
autoconhecimento, a auto-observação e a busca profunda da interconexão entre mente e corpo são
fundamentais para a cura do Corpo, a harmonia da Alma e o equilíbrio da Mente, visando o bem
maior que é a concretização da Felicidade através da abertura dos caminhos.
Dr. Bach e a quebra de paradigmas, por Luciana Chammas.

Bach sempre foi um médico muito diferenciado: atendia aos pobres de forma gratuita, era
intuitivo, analítico. Ele acreditava que os médicos poderiam fazer mais por seus pacientes e que
a medicina pudesse valorizar mais a humanidade sem serem movidos pela ganância e os lucros
financeiros.

Segundo Bach, o objetivo do médico deveria ser mais do que a cura, mas a prevenção das doenças.
Pensamento que era muito inovador para a época, mas que hoje, já é tido como mais correto por
grande parte da comunidade médica.

Sua vivência do período da I Guerra Mundial e, em seguida, a auge a gripe espanhola, estimulou-
lhe uma reflexão profunda e que, até hoje norteia o estudo da medicina floral:

“Por que no auge de uma infecção tão poderosa, uma parte da população
sucumbe, enquanto a outra continua saudável? […] A experiência clínica de
Dr. Bach já havia demonstrado que a diferença na postura emocional de seus
pacientes influenciava o prognóstico. [ …] Dr. Bach começava a acrescentar
ao exame clínico de um paciente, observações sobre o seu temperamento. A
ideia de que existia uma associação entre personalidade e fatores físicos, entre
saúde/doença e postura emocional […] emergia cada vez mais”.

Capítulo 1

“O principal motivo para o fracasso da ciência médica moderna é que ela está lidando com os
resultados [das doenças] e não com as causas. Por muitos séculos a verdadeira natureza da doença
foi mascarada pelo materialismo […] e não tem sido atacada em sua origem, [… proporcionando
apenas] um alívio temporário [e não a eliminação da causa real da doença]”.

“A doença é, em sua essência, o resultado do conflito entre Alma e a Mente, e apenas será
erradicada por meio de esforços espirituais e mentais. […] Se o paciente tenta diariamente
neutralizar essas forças [forças mentais que subjugam o corpo físico e geram as doenças], a saúde
melhora assim que esse processo é iniciado com sucesso, e quando está completo, a doença
desaparece. Esta é a cura verdadeira: o ataque à fortaleza onde se esconde o inimigo que provoca
sofrimento”.

Capítulo 2

Para entender a natureza da doença, é necessário que certas verdades fundamentais sejam
conhecidas:
I. “O homem possui uma Alma […] um Ser Divino, Poderoso, Filho do Criador de todas
as coisas, do qual o corpo, ainda que seja o templo terreno dessa Alma, não passa de um
mínimo reflexo; que nossa Alma, nossa Divindade que habita dentro e ao redor de nós,
dirige para nós nossas vidas da maneira como Ela deseja que elas sejam governadas e,
tanto quanto consentimos, sempre nos guia, nos protege e nos anima, vigilante e
bondosa, para que possamos extrair o máximo proveito das coisas: que Ele, nosso Eu
Superior, sendo uma centelha do Todo-Poderoso, é, desse modo, invencível e imortal”.

Esse é o conceito mais basal e mais fundamental que origina real vida humana e sua
Humanidade em diversas crenças, adaptado às mais variadas religiões: a ideia de que o
ser humano possui uma Alma e faz parte de um todo Divino que recebe muitos nomes,
mas é responsável por guiá-lo e instigar sua elevação espiritual.

II. “[…] somos personalidades vindas aqui com a missão de obter todo o conhecimento e
toda a experiência que podem ser adquiridos ao longo da existência terrena; de
desenvolver virtudes de que carecemos, de extinguir tudo o que é defeituoso dentro de
nós e, dessa forma, avançar em direção à perfeição de nossas naturezas. A Alma sabe que
ambiente e que circunstâncias nos ajudarão melhor a levar a cabo tal empresa”.

Essa ideia de caminhar em direção à perfeição diz respeito à nossa evolução espiritual ao
longo das reencarnações, e pode ser chamada, entre outros nomes, de Lei do Progresso.
Um processo impossível de ser freado ou de retrocesso. É natural da Alma sempre seguir
o curso do seguir a diante, mesmo lentamente.

Quando o autor revela que a Alma sabe intuitivamente como realizar processo evolutivo
e tem consciência, chegando a participar da escolha do meio mais significativo que
contribua positivamente com essa tarefa, ele fala sobre o que muitos de conhecemos por
karma. Porém, não de um modo pejorativo ou negativo, mas sim, de um modo acolhedor
e sábio.

III. “A curta passagem por esta terra, que conhecemos como vida, não é mais que um breve
instante no curso da nossa evolução, […] nossa intuição nos diz que o nascimento esteve
infinitamente longe do nosso começo e a morte infinitamente longe do nosso fim”.

IV. “Enquanto nossas Almas e nossas personalidades estiverem em harmonia, tudo será paz
e alegria, felicidade e saúde”.
V. “A compreensão da Unidade de todas as coisas; a compreensão de que o Criador de tudo
o que existe é o Amor, e de que tudo aquilo de que temos consciência é, em seu infinito
número de formas, manifestação desse Amor, […] embora cada raio possa ter a sua
individualidade, é, entretanto, parte do grande poder central criador. Deste modo,
qualquer ação contra nós mesmos ou contra alguma outra pessoa afeta o todo […]”.

“Assim, podemos ver que há dois grandes erros fundamentais possíveis: a dissociação entre
nossas Almas e nossas personalidades, e a crueldade ou a falta para com os outros, já que
constituem pecados contra a Unidade”.

“Descobrirmos onde estamos errando […] e o esforço sincero para corrigir a falha levam não
apenas a uma vida de alegria e paz, mas também à saúde. A doença é, em si mesma, benéfica, e
tem por objetivo conduzir a personalidade de volta à Divina Vontade da Alma; dessa forma,
podemos ver que tanto pode ser prevenida quanto evitada […]”.

“O Poder Divino nos oferece todas as oportunidades para que possamos nos corrigir, antes de,
como último recurso, aplicar-nos a dor e o sofrimento. […] Entender e corrigir nossos erros
abreviam a doença e nos trazem a saúde de volta”.

“Existe dois grandes erros: primeiro, não honrar aos desígnios de nossa Alma, e segundo, agir
contra a Unidade”.

“É obedecendo aos comandos de nossa Alma, do nosso Eu Superior, que aprendemos o que
importa de fato por meio da através da consciência, do instinto e da intuição. Deste modo, vemos
que, por meio de seus verdadeiros princípios e essência, a doença tanto pode ser prevenida quanto
curada, [indicando] a maneira como esses erros podem ser erradicados, trazendo de volta a saúde
e a alegria aos pacientes”.

A medicina de hoje não tem interesse na cura completa dos pacientes, pois é mais rentável tratar
os sintomas frequentemente ao invés de tratar a doença uma única vez.

Capítulo 3

“Doença é o último estágio de uma desordem muito mais profunda [que requer] que sua causa
básica também seja eliminada. [… frequentemente o erro do homem] se original no amor-próprio
[…] A real natureza de uma doença é um guia útil no auxílio da descoberta do tipo de ação que
se está sendo tomada contra a Divina Lei do Amor e da Unidade [ … e este amor] está em todo
gesto ou pensamento”.
Deste ponto em diante, podemos interpretar que Bach faz referência à escala evolutiva das Almas
e dos mundos espirituais, levando em conta o estado da matéria, a correção das falhas de
personalidades e a bondade contida nas Almas mais elevadas, influenciando diretamente na
necessidade, ou não, do sofrimento, em maior ou menor grau, para o entendimento das lições
terrenas.

“As principais doenças do homem são falhas como o orgulho, a crueldade, o ódio, o egoísmo, a
ignorância, a instabilidade e a ambição. Esse considerarmos cada uma delas, veremos que são
contrárias à Unidade”.

Sendo assim, as virtudes a serem exaltadas seriam contrárias a tais falhas, como a humildade, a
bondade, o amor, a caridade, a segurança, o equilíbrio e a modéstia. Virtudes que trabalham em
prol da Divindade com fraternidade e generosidade.

Compreende-se que as responsabilidades de cada ser “são bênçãos dadas [conferidas e mantidas]
pela Divindade interior individual […] dentro do esquema geral da Criação”, ou seja, dentro do
todo.

“Até mesmo aqueles que nos perseguem devem ser lembrados somente com sentimentos de
amor e compaixão”, que só lhes dediquemos compreensão, uma vez que “o ódio é o oposto do
Amor, o inverso da Lei da Criação”.

“A instabilidade, a indecisão e a falta de determinação ocorrem quando a personalidade se recusa


a ser orientada pelo Eu Superior, e os levam a trair os outros devido à nossa fraqueza. […] A
ambição leva a um desejo de poder. Em vez de reconhecer que cada um de nós está aqui para se
desenvolver livremente segundo as próprias diretrizes, de acordo com os ditames da própria Alma,
[… sem usurpar] o poder do Criador”.

“Desenvolver livremente suas próprias diretrizes”, significa o cumprimento da missão individual


de cada alma na presente encarnação através do uso consciente do livre arbítrio. Para que isso se
cumpra da melhor maneira possível, é preciso saber utilizar o poder Criador em seu favor e
benefício, porém, sem fugir aos propósitos individuais da Alma ou às grandes verdades,
mencionadas anteriormente.

Agora podemos ver como qualquer tipo de doença “pode nos levar à descoberta da falta que está
por trás de nossa aflição”:

1. “Orgulho, que é arrogância e rigidez mental [se traduzem como doenças na forma de]
rigidez e ancilose do corpo”;
2. “A dor é o resultado da crueldade”;
3. Ódio advém do “isolamento, do temperamento violento e incontrolável”;
4. “Perturbações mentais e os estados de histeria […] são causadas pelo egoísmo em
excesso”;
5. “A ignorância e a falta de sabedoria criam suas próprias dificuldades na vida cotidiana e
se, além disso, houver persistência na recusa em ver a Verdade quando a oportunidade é
dada, a miopia e outras deficiências visuais e auditivas serão as consequências naturais”;
6. “A instabilidade da mente pode acarretar no corpo a mesma característica, com aquelas
várias disfunções que afetam os movimentos e a coordenação motora”;
7. “As consequências da ambição e da vontade de dominar os outros são aquelas doenças
que levam a quem delas sofre a ser escravo do próprio corpo, com os desejos e ambições
refreados pela enfermidade”.

“A parte afetada do corpo não é obra do acaso, mas obedece à lei de causa e efeito e, uma vez
mais, pode servir de guia para nos ajudar”. A Lei da Causa e Efeito é umas das grandes e
poderosas leis que regem o Universo, tanto de forma física quanto de forma espiritual. Além
dessa, destacam-se a Lei do Progresso – já mencionada anteriormente, a Lei do Retorno e a Lei
da Atração.

“Entretanto, não há ainda uma causa para a depressão”. Talvez por ela ser o desequilíbrio mais
profundo da mente que vive em contradição de o que é certo e o que é errado; da ciência de
pertencer à Unidade Divina e, ao mesmo, não se sentir parte dela. Não ser onde se está, e não
estar onde se é.

Capítulo 4

“Assim, vemos que não há nada de acidental no que diz respeito à doença, nem quanto ao seu tipo
nem quanto à parte do corpo que foi afetada; como todos os outros resultados da energia, ela
obedece à lei de causa e efeito. Certos males podem ser causados por meios físicos diretos, tais
como os associados à ingestão de substâncias tóxicas, acidentes, ferimentos e excessos cometidos;
mas, em geral, a doença se deve a algum erro básico em nosso temperamento, como nos exemplos
já mencionados”.

Compreende-se, por tanto, que as doenças crônicas e desequilíbrios mais duradouros têm origem
diversa e são interpretados de maneira diferente daquelas doenças agudas, síndromes e
esporádicas, que acontecem de modo pontual em nossas vidas.

“Para se alcançar uma cura completa, não somente devem ser empregados recursos físicos, […]
devemos nos esforçar ao máximo para eliminar qualquer falha em nossa natureza; porque a cura
total vem essencialmente de dentro de nós, da própria Alma que, por meio da bondade do Criador,
irradia harmonia do começo ao fim da personalidade, quando se permite que assim seja”.
Essa harmonia advém da união do equilíbrio mental e o estágio de ser responsável criador que faz
parte da Unidade. Ela “é transformação do egoísmo em altruísmo” entregue ao amor e ao cuidado.
“Esse é o grande objetivo final: a perda de nossos próprios interesses no serviço da humanidade”.
O Amor por meio da caridade é o maior ensinamento do mestre Jesus Cristo.

“[…] é possível dar continuidade ao trabalho realizado a partir de nossa vocação e, ainda assim,
ser uma verdadeira bênção aos que estão próximos, transmitindo-lhes o Divino Amor da
Fraternidade. [… A rapidez desse processo] dependerá dos esforços que empregaremos, […]
cultivando sempre a fé. […Assim,] nos será permitido que nos unamos à nossa própria Alma, à
Divindade interior, quando então todas as coisas se tornam possíveis”.

União da mente à Alma, da Alma à Divindade interior e universal, união da criança interior com
o adulto maduro; da ânima ao animus; do feminino ao masculino; yin ao yang. Todas as
polaridades unidas e dissipadas restando apenas a Unidade. E “para eliminar qualquer defeito em
particular [devemos trazer] em abundância para a nossa natureza a virtude oposta, [… e] com a
ajuda da Divindade dentro de nós, se perseverarmos, é impossível fracassar”.

“Aquilo que chamamos de errado ou de mal é, na realidade, o bem fora do lugar e, portanto, é
relativo”.

“Se a crueldade ou o ódio impedem nosso progresso, lembremos que o Amor é a base da
Criação, que em cada ser vivo existe o bem e que no melhor de nós existe algum mal. […]
Buscando o bem nas outras pessoas, […] alguma compaixão e esperança [, pois…] a
conquista de todos será sempre através do amor e da bondade […] Nosso objetivo nesta vida
é obedecer aos desígnios de nosso Eu Superior, sem nos assustarmos com as influências dos
outros”.

“Amor gera amor, assim como ódio gera ódio”.

“Alcançamos o consolo de nossa própria aflição ao levarmos alívio e consolo aos nossos
semelhantes no momento de sua aflição”, ou seja, através do poder da caridade e do altruísmo.

“Precisamos manter nossos pensamentos flexíveis, para que ideias preconcebidas e antigas
convicções não nos tirem a oportunidade de ganhar conhecimentos novos e mais amplos”,
acarretando numa evolução constante. Além de nós, também precisamos incentivar nossos irmãos
em seu desenvolvimento.

“Do mesmo modo que desejamos que os outros nos ajudem a escalar a montanha da vida, tão
íngreme e difícil da vida, devemos estar prontos a estender uma mão amiga e a compartilhar
nossa experiência e nosso conhecimento mais amplo com um irmão mais jovem ou mais fraco”.
Isto é caridade e empatia.
A partir desse ponto, Bach argumenta que nos distanciamos do nosso processo de individuação
quando passamos a conviver e sociedade, por isso, é tão importante para que busquemos retornar
a ele. Para retornarmos à Divindade interior, fazendo mais por nós e pelos outros.

“Que o pai, o mestre e o amigo se esforcem para estimular o crescimento do Eu Superior


naqueles sobre os quais têm o maravilhoso privilégio e oportunidade de exercer sua influência,
mas esperemos que permitam sempre aos outros a liberdade, da mesma forma que esperam que
ela lhes seja dada”.

“Do mesmo modo, podemos procurar outras faltas no nosso temperamento e eliminá-las por
meio do aperfeiçoamento da virtude oposta, removendo, assim, de nossa natureza, a causa do
conflito entre a Alma e a personalidade, que é a causa fundamental da doença. Quando
o paciente tem fé e otimismo, essa ação, sozinha, trará alívio, saúde e alegria e, naqueles menos
fortes, ajudará materialmente o trabalho do médico terreno para que alcance o mesmo
resultado”.

“O desejo de ajudar provém dos propósitos do nosso Eu Interior e não de um falso senso de
obrigação. [... Contudo, existem pessoas cujas] personalidades foram absorvidas por algum
indivíduo do qual não tiveram a coragem de se libertar. […] Mas apenas os comandos de nossa
consciência que devem nos dizer nossa obrigação, […] qualquer que seja essa obrigação, devemos
obedecer a esse comendo o máximo que pudermos”.

“Por fim, não tenhamos medo de mergulhar na vida”. A evolução é o único caminho possível,
independente do lugar onde estejamos.

Capítulo 5

“Toda atitude dos pais deve ser a de dar ao recém-chegado toda a orientação espiritual, mental e
física com o máximo de sua capacidade, sempre lembrando que o jovenzinho é uma alma
individual que aqui veio para obter sua própria experiência e conhecimento e seguir seu próprio
caminho de acordo com os ditames de seu Eu Superior”.

“Independência, individualidade e liberdade devem ser ensinadas desde cedo, de forma que a
criança se sinta sempre encorajada a pensar e agir por conta própria”.

“A paternidade é um ofício na vida que passa de pai para filho, e é, em essência, uma doação
temporária de orientação e proteção por um breve período. Após este tempo, deve cessar e o
objetivo de sua atenção deve ser deixado livre para avançar sozinho”.
“O ofício da paternidade é um ofício divino[…], um dever sagrado. Uma missão e não exige em
troca qualquer obrigação por parte da criança, já que ela precisa ser deixada livre para
desenvolver-se à sua própria maneira”.

“Os pais devem se proteger, particularmente, de qualquer desejo de moldar a jovem personalidade
de acordo com suas próprias ideias e vontades. […] Precisamos nos recusar a sermos escravos da
ambição que nos compele a ter o desejo de ‘possuir’ os outros”.

“É preciso que todos se lembrem que sua Alma determinou para cada um de nós um trabalho em
particular, e que, a menos que este trabalho seja realizado, ainda que de modo inconsciente, será
inevitável um conflito entre a Alma e a personalidade, que necessariamente irá se expressar sob
forma de problemas físicos”.

“É preciso também que se tenha em mente que cada um veio a esse mundo para vencer batalhas,
para ganhar forças contra aqueles que querem nos controlar, e para alcançar aquele estágio em
que passamos pela vida realizando nosso dever calma e tranquilamente, sem sermos limitados ou
influenciados por qualquer outro ser vivo, mas apenas orientados pela vos do Eu Superior”.

Bach diz que “as verdadeiras vitórias da vida vêm através do amor e da bondade”. Minhas avós
me diziam algo semelhante: Quem não aprende pelo amor, aprende pela dor. Podemos entender
que a dor é o sofrimento e os males físicos.

“Aqueles que são dominadores precisam de muita ajuda e orientação. […] Se nos recusarmos a
ficar sobre o seu controle e nos esforçarmos para faze-los entender a alegria do despojamento
iremos ajuda-las ao longo de sua própria escalada”. Assim sendo, é preciso que eu me liberte para
auxiliar na libertação do opressor-dominador.

“A conquista da liberdade, da individualidade e da independência [isto é, todo o processo de


individuação psicológica e espiritual] demandará, na maioria doa casos, muita coragem e fé
[…] para lutar”.

Capítulo 6

“Somos ainda tão primitivos, tão pagãos, que ainda acreditamos que, por meio do sacrifício de
animais, somo capazes de fugir aos resultados de nossas próprias falhas e fracassos? […] Seu
motivo é nobre, mas sua sabedoria é pobre, e têm pouca compreensão do sentido da vida. Apenas
o motivo, embora correto, não é suficiente. É preciso combiná-lo à sabedoria e ao conhecimento.
[…] Porque é um pecado contra Deus, contra o homem e contra os animais”.

Nesse momento, existe uma argumentação sobre o cuidado que devemos ter não apenas para
conosco, mas também para com a nossa morada, a Natureza, e o nosso planeta em geral. Bach
discorre sobre a “banalização” da medicina com práticas antiéticas e sem serventia, apenas com
finalidade na obtenção de lucros monetários, acarretando na queda de qualidade do serviço, do
atendimento e no exercício da prática médica em si.

Estabelece um contraponto com a homeopatia, que é uma medicina mais sutil, menos invasiva,
mais acessível e mais atenciosa para com os pacientes. E menciona que “uma alimentação mais
pura e mais limpa constitui um avanço na prevenção de doenças”, outro fator ignorado pela
capitalista indústria dos alimentos processados.

“O primeiro modo de se evitar a disseminação e o aumento da doença e pararmos de cometer


aquelas ações que expendem o seu poder. O segundo é eliminar de nossas naturezas os nossos
próprios defeitos, que permitiriam invasão posterior”.

“Se deixarmos o mundo apenas um pouquinho melhor do que era antes de nossa visita, então
teremos cumprido nossa tarefa”.

“O Divino Guia de nossos destinos sabe em que profissão nos colocar para que dela tenhamos o
máximo proveito”.

“A cura passará do domínio dos métodos físicos de tratamento do corpo físico para aquele de cura
espiritual e mental, que, ao trazer a harmonia entre a Alma e a Mente, irá eliminar a verdadeira
causa da doença. […] Desse modo, o médico do futuro terá dois grandes objetivos. O primeiro
será ajudar o paciente a conhecer a si mesmo e indicar-lhe os erros essenciais que possa estar
cometendo, as deficiências de seu temperamento que ele deverá remediar, e os defeitos em sua
natureza que precisam ser erradicados e substituídos pelas virtudes correspondentes. […] O
segundo dever do médico será administrar remédios que ajudem o corpo físico a ganhar força e
acalmar a mente. […] Estes remédios encontram-se na natureza”.

Capítulo 7

“Lutar contra uma falha aumenta seu poder, mantém nossa atenção voltada para a sua
presença e nos leva, de fato, a uma batalha, cujo único êxito que podemos esperar é a conquista
pela supressão, que deixa muito a desejar, já que o inimigo ainda conosco e pode, em um
momento de fraqueza, reaparecer com forças renovadas”.

“Em todas as coisas que fazemos devemos colocar alegria, e devemos nos recusar a sermos
oprimidos pela dúvida e pela depressão. Devemos nos lembrar que essas coisas não fazem parte
de nós, pois nossas Almas apenas conhecem a alegria e a felicidade”.
Capítulo 8

“Assim, vemos que nossa vitória sobre a doença dependerá principalmente do seguinte: em
primeiro lugar, da compreensão da Divindade que existe dentro de nossas naturezas, do nosso
consequente poder para superar o que esteja errado; em segundo, do conhecimento de que a
causa básica da doença deve-se à desarmonia entre a personalidade e a Alma; em terceiro, de
nossa boa vontade e da habilidade para se descobrir a falta que está causando tal conflito; em
quarto, da remoção desse defeito, desenvolvendo a virtude oposta”.

Precisamos “concentrar esforços para trazer a harmonia entre corpo, mente e alma, que
resultará no alívio e na cura da doença. […] Precisamos praticar a paz e a harmonia, a
individualidade e a firmeza de propósito e desenvolver cada vez mais o conhecimento de que
somos de origem Divina, e temos dentro de nós, para desenvolver, o poder de atingir a
perfeição. […] Não é através da preocupação ou da inquietação que realizaremos mais, e sim,
por meio da calma e de pensamentos e ações tranquilos que nos tornaremos mais eficientes
naquilo que fazemos”.

Quanto mais próximo estivermos do equilíbrio entre Mente e Alma, mais próximos estaremos da
Divindade e, com isso, da própria perfeição. Somos responsáveis por nós, nossos atos e por nossa
felicidade, e manifestamos nossa vontade por meio da manifestação da inspiração Divina.

“Precisamos ser firmes na determinação de vencer, resolutos na vontade de alcançar o topo da


montanha sem parar para lamentar os tropeços no caminho. […] Não podemos permitir que
pensamentos sobre erros do passado nos deprimam; eles já passaram e já terminaram, e o
conhecimento assim obtido irá nos ajudar a não repeti-los. […O medo só] é possível quando
perdemos de vista a nossa Divindade”.

“O desenvolvimento do Amor nos traz a compreensão da Unidade, da verdade de cada um de


nós e todos nós somos parte da Única Grande Criação [ …] O Universo é Deu objetivado”.

Bibliografia

Biografia. Disponível em: <http:// https://www.institutobach.com.br/site/conteudo/pagina/


1,101+Historia.html>

Biografia. Disponível em: <http:// https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Bach>

Biografia. Disponível em: < https://www.bachcentre.com/pt/sobre-nos/historia/dr-edward-


bach/>

Biografia. Disponível em: < https://namu.com.br/portal/o-que-e/florais/>


BACH, Edward. Cura-te a ti mesmo. São Paulo. Editora Blossom, 2019.

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