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I – RELATÓRIO
Trata-se de Processo Administrativo enviado, por meio do OFÍCIO/DA/No 616/2020
(0659767), para que esta Procuradoria-Geral do Estado proceda a reanálise e nova manifestação acerca
da possibilidade de convalidação de ato Administrativo oriundo das contratações por dispensa de
licitação, com fulcro no disposto no artigo 24, inciso VII, da Lei 8.666/1993 (Contrato nº 576/2020,
Contrato nº 577/2020 e Contrato nº 578/2020) das empresas ONCO PROD DISTRIBUIDORA DE
PRODUTOS HOSPITALARES E ONCOLÓGICOS LTDA, PONTUAL HOSPITALAR EIRELI e
PROMEFARMA REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA, para prestação de serviços continuados de
manutenção preventiva e corretiva, abrangendo mão de obra, emprego de ferramentas, gás refrigerante e
materiais de consumo com fornecimento de peças, no valor total de R$ 184.199,90 (cento e oitenta e
quatro mil, cento e noventa e nove reais e noventa centavos).
mero juízo de conveniência e discricionariedade, uma vez que a casuística (fato concreto) pode
recomendar sua não utilização, ou se seria obrigatório.
De toda forma, ainda que se entenda pela eventual inaplicabilidade, tal ato
deveria estar motivado em circunstâncias da situação concreta, vez que não se pode presumir
como efetivada a oportunização de lances aos licitantes, e que o pregoeiro ao declarar o
FRACASSO não teria mais outra alternativa de aquisição de preços menores naquela mesma
licitação.
A propósito, vale destacar precedente desta especializada, cujo
enfrentamento da matéria conclui pela obrigatoriedade da aplicação do artigo 48, §3º, da Lei
8666/93. Com efeito, colhe-se do excerto do Parecer PGE/PA nº 205/2014, nos autos do
processo PGE 2014.02.000845, exarado em consulta da própria SESACRE, relativo a solicitação
de contratação direta em face de pregão declarado fracassado, com base no inciso VII, do artigo
24 da Lei 8666/93:
“Sabemos que uma licitação fracassada pode resultar em licitação
dispensável nos termos do art. 24, inc. VII, da Lei de Licitações, quando todos os licitantes
forem desclassificados porque suas propostas continham preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes, ficando a Administração obrigada a aplicar o prazo de oito dias
úteis, nos termos do art. 48, § 3º da Lei de Licitações, para que os licitantes reformulem os
preços e propostas, e se os mesmos continuarem com preços inadequados, resultará
hipótese de licitação dispensável . (grifo nosso)
Por sua vez, a regra constante do art. 24, inc. V da Lei de licitações e
Contratos é muito clara, no sentido de ser dispensável a licitação quando não acudirem
interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
ou seja, se não houver interessado na licitação, e, ainda, se for justificada a impossibilidade
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de ser repetido o procedimento licitatório sem prejuízo para a Administração, poderá ser
realizada a contratação direta, desde que se mantenham as mesmas condições que
constavam do ato convocatório da licitação.
"Além disso, deve restar comprovada que a contratação está sendo realizada
"por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços",
o que somente é possível aferir se comprovada a estimativa realizada no
referido certame licitatório, devendo, em razão disso, ser o processo
devidamente instruído com os documentos desta fase." Resposta: Em
atendimento à diligência, juntamos Tabela da Câmara de Regulação do
Mercado de Medicamentos (CMED) e Mapa comparativo da fase de
estimativa do processo ADA 19-19-0040180 referentes ao SRP 099/2019 (p.
496/509), datados de setembro de 2019; Tabela CMED e Mapa comparativo
do processo ADA 19-19-0045191 inerentes ao SRP 131/2019 (p. 527/560,
datados de outubro/novembro de 2019. Para melhor análise montamos
planilha comparativa de preços (p. 568/569) com os valores estimados para
as licitações, com os valores das propostas ofertadas durante a Ata de
Realização do Pregão, com os motivos dos itens terem sido considerados
fracassados e com os valores deste processo de Dispensa (Valor da Tabela
CMED e valor contratado). Ao sermos impelidos acerca do fato da
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atenção aos requisitos legais previstos no Art. 24°, VII, da Lei n° 8.666/93 e
suas alterações.
administrativa.
Convém alertar, ainda, que todas as contratações realizadas pela
Administração devem ser acompanhadas e fiscalizadas por representante designado, nos termos
do art. 67 do Estatuto Licitatório, bem como deverá a Administração, antes de realizar qualquer
pagamento, observar o disposto no Decreto Estadual nº 9.865, de 31 de março de 2004, alterado
pelo Decreto Estadual nº 9.917, de 15 de abril de 2004, que determinam que os pagamentos
com valores superiores a R$ 500,00 (quinhentos reais) sejam instruídos com consultas à
Secretaria de Estado da Fazenda e Gestão Pública, para levantamento de débitos fiscais; à
Procuradoria-Geral do Estado do Acre, nos casos de pagamentos por desapropriação e ao
Banco do Estado do Acre S/A, em liquidação ordinária, para verificação de dívidas bancárias.
III – CONCLUSÃO
É o Parecer.
Rio Branco-AC, 02 de outubro de 2020.