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eleger os 37 Vereadores. Porto Alegre, minha querida Senadora Ana Amelia, tem
1,064 milhão, que são representados na Câmara por 36 Vereadores. Em vez de
fazer campanha num colégio eleitoral de pouco mais de um milhão de eleitores,
cada candidato faria campanha num colégio eleitoral de cerca de 30 mil eleitores.
Esse, no meu entender, Sr. Presidente, é o caminho para inocularmos
um vírus positivo na nossa estrutura política.
Falta nesse debate participação da opinião pública. Vamos aproveitar
o impulso popular que levou à formulação da Lei de Ficha Limpa e sua aprovação
pelo Congresso Nacional num movimento que possa efetivamente levar à
regeneração da nossa estrutura política a partir da sua célula primordial, que é o
Município, que é o bairro, que é a vizinhança. O vereador é aquele que é capaz de
ver e andar, andar e ver, conhecer e ser conhecido pelo seus vizinhos.
Essa proposta pode ser implantada para as próximas eleições
municipais de 2012, com enorme efeito benéfico sobre a saúde do nosso sistema
político.
(Interrupção do som).
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Agradeço
esses minutos de indulgência.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco/PDT – DF) – Permite, Sr.
Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Wilson Santiago. Bloco/PMDB – PB) – V. Exª
tem mais dois minutos para concluir o seu raciocínio, pela importância do tema.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Obrigado,
Presidente.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco/PDT – DF) – Eu acho que esse
tema realmente, Presidente, merece longo debate. A gente devia parar o Senado
por um tempo só para debater esse assunto. Eu vou lhe mandar uma proposta que
terminei, uma primeira versão de reforma, mas reforma política, não eleitoral
apenas, mas foi uma política republicana. Um dos itens é o voto distrital para
vereadores.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (bloco/PSDB – SP) – Ótimo.
Muito bem!
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco/PDT – DF) – Estou de acordo com o
senhor. Agora, no que se refere a parlamentares, Deputados, eu faço uma
mudança que pode parecer complicada. Eu sugiro que se elejam 40% dos
Deputados Federais de forma distrital, 50% sejam eleitos da forma como é hoje,
com o voto do Estado inteiro, e 10% seriam eleitos com voto nacional. Teríamos
10% dos Deputados Federais eleitos nacionalmente, seria a disputa dos grandes
lideres nacionais entre eles, como os presidentes dos partidos. É claro que vão
aparecer alguns lideres religiosos, talvez alguns artistas, mas os grandes nomes
nacionais participariam da disputa recebendo voto no Brasil inteiro para chegar aqui
como Senador do Brasil e não Senador de determinado Estado. No que se refere
aos vereadores, defendo, sim, que seja o voto distrital, por uma razão: é uma
eleição que não se ideologiza.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) –
Exatamente.
O Sr. Cristovam Buarque (Bloco/PDT – DF) – É uma eleição do local.
Se elegermos todos os Deputados pelo voto distrital, como nos Estados Unidos,
vamos perder a chance do grande debate sobre temas maiores e vai cortar o
espaço das minorias, que não ganharão eleições porque elas estão espalhadas,
elas não são concentradas em um distrito só. Apenas a comunidade quilombola
elegeria um Deputado negro. Então parabenizo V. Exª. Estou sintonizado
totalmente com V. Exª no que se refere à eleição do Vereador e por que não fazer
isso na próxima eleição?
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (bloco/PSDB – SP) – Fico muito
feliz com mais uma coincidência entre nós, Senador Cristovam Buarque. Aguardo,
com muito interesse, a proposta de V. Exª, reafirmando também que é
perfeitamente possível coexistirem regras diferentes para eleição de Deputados
Federais e Distrital e Estaduais e para a eleição de Vereadores. Não é necessário
que nós vistamos o corpo eleitoral brasileiro com o mesmo figurino.
Agradeço a atenção de V. Exªs e a compreensão do Sr. Presidente
desta sessão.
Muito obrigado, Senador.