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Unidade 2 | Aula 2

Anteriormente à Reforma Trabalhista, as férias anuais, que refletem o direito do


trabalhador ao descanso após a conclusão de 12 meses de trabalho
ininterruptos, eram divididas em até dois períodos em casos excepcionais, e
normalmente concedidas em 30 dias consecutivos.

No caso da divisão em dois períodos, a lei exigia que os períodos não fossem
menores a 10 dias. Além disso, por ser uma possibilidade excepcional dada à
empresa e ao empregador, a lei exigia que a empresa comprovasse a real
necessidade da divisão das férias em dois períodos.

Importante lembrar que o não fracionamento correto e comunicável das férias


poderia gerar para a empresa o pagamento em dobro das férias ao
empregado, acarretando em prejuízo financeiro, nos termos do artigo 137 da
CLT.

Com a atualização da lei depois da Reforma Trabalhista, no entanto, as


empresas passaram a fracionar as férias de uma outra forma. A Lei 13.467/2017
acabou por alterar o § 1º do art. 134 da CLT, fazendo com que as empresas
pudessem parcelar as férias de seus empregados em até três períodos.

Vale lembrar, porém, alguns pontos importantes sobre a mudança e o


fracionamento das férias em três períodos:

- O empregado deve estar de acordo com o fracionamento das férias em dois


ou três períodos para que ela seja validada e julgada correta;

- Um dos períodos não deve ser inferior a 14 dias consecutivos;

- Os demais períodos não podem ser inferiores a 5 dias consecutivos, cada um;
- Todos os períodos devem ser concedidos dentro dos 12 meses subsequentes
ao direito adquirido.

Sendo assim, por conta do aumento do parcelamento das férias, as regras


aumentaram para permitir que o empregador gozasse de seu descanso de
maneira apropriada e sem prejuízo. Para as empresas em geral, a mudança
também foi benéfica, pois, desde que o empregado concorde, ele poderá estar
presente em períodos importantes e cruciais para o empreendimento.

Importante salientar também que não existe a NECESSIDADE DE COMPROVAR


a excepcionalidade do parcelamento das férias, desde que o empregado esteja
de total acordo com o fracionamento.

Também, em caso do empregador não disponibilizar os dois ou três períodos


de férias dentro do prazo de 12 meses subsequentes ao direito adquirido, a
empresa será responsável por pagar em dobro o direito ao empregado.

E para aqueles que foram contratados em regime parcial de trabalho?

Neste caso, a nova lei passa a dar o direito ao trabalhador de gozar de 30 dias
de férias por ano e permite a ele usufruir das normas que estão previstas no
artigo 130 da CLT para os colaboradores de tempo integral.

Anteriormente, aqueles que possuíam até 5 horas diárias de trabalho (fazendo


assim parte do regime parcial) tinham direito a apenas 18 dias de férias por ano.

Outro ponto de mudança da lei após a Reforma Trabalhista é que agora a lei
não demonstra nenhuma restrição quanto a idade do empregado.
Anteriormente, a CLT exigia que os menores de 18 anos e os funcionários
maiores de 50 anos tivessem suas férias de 30 dias consecutivos sem nenhum
tipo de parcelamento em períodos.

Com a alteração na lei, qualquer empregado, em qualquer idade, pode optar


pela divisão das férias em até três períodos, desde que exista consentimento de
ambas as partes.

-
E no caso de vender as férias ao empregador?

Neste caso, a lei permite que o trabalhador possa escolher pelo conhecido
abono pecuniário e “vender” até um terço de suas férias. Sendo assim, ele
poderá negociar com a empresa o máximo de 10 dias de suas férias. Como é
claro e notório em toda a lei, essa negociação deve ser acordada entre ambas
as partes e jamais imposta de maneira rígida pela empresa, visto que é o
empregado que deve fazer a escolha de forma autônoma.

Para finalizar esta aula, também vale lembrar que a lei posterior a Reforma
Trabalhista também faz menção a impossibilidade de iniciar as férias no período
de dois dias que antecedem feriados ou aos dias que são concedidos de
repouso semanal remunerado, como são os casos dos sábados e domingos.

Esta lei permite que o funcionário não seja prejudicado por ter dias de descanso
excluídos por conta das férias.

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