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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA, MECÂNICA E DE COMPUTAÇÃO


LABORATÓRIO DE ENGENHARIA TÉRMICA E DE FLUIDOS

Mecânica dos Fluidos 2

Prof. Felipe Pamplona Mariano


E-mail: fpmariano@ufg.br

Material de uso exclusivo da UFG, sendo vedadas a sua reprodução e a distribuição.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA, MECÂNICA E DE COMPUTAÇÃO
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA TÉRMICA E DE FLUIDOS

Escoamentos Compressíveis com Choques Normais

Link para acesso ao vídeo da aula:


https://drive.google.com/file/d/1n9js05pgn8Yky5aabSve1pgoGKc3a-XH/view?usp=sharing

Goiânia, 26 de maio de 2021.

Material de uso exclusivo da UFG, sendo vedadas a sua reprodução e a distribuição.


Escoamento com choques normais

• Na prática, os escoamento sofrem com os choques:


– Essas descontinuidades irreversíveis podem ocorrer em qualquer campo
do escoamento supersônico:
• no escoamento interno
• no escoamento externo.
– O conhecimento das variações de propriedades através dos choques e do
comportamento dos choques é importante para a compreensão do
projeto de difusores supersônicos:
• Entradas de ar de aviões de alto desempenho
• Túneis de vento supersônicos.

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Escoamento com choques normais

• Embora seja fisicamente impossível ter descontinuidades nas


propriedades dos fluidos, o choque normal é aproximadamente
descontínuo:
– A espessura de um choque é cerca de 0,2 μm ou, grosseiramente, quatro
vezes o caminho livre médio das moléculas de gases.

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Escoamento com choques normais
• Grandes variações na pressão, temperatura e em outras
propriedades ocorrem através dessa pequena distância.
– As desacelerações locais das partículas do fluido atingem dezenas de
milhões de gs!
• Essas considerações justificam tratar o choque normal como uma
descontinuidade súbita;
– Estudar as mudanças que ocorrem através do choque e não os detalhes
da sua estrutura.

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Escoamento com choques normais

• Considere o volume de controle envolvendo um choque normal


estabelecido em uma passagem de forma arbitrária:

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Escoamento com choques normais
• A partir das sete equações fundamentais:

1V1 A1 = 2V2 A2 = VA = m = constante


p =  .R.T
Rx + p1. A1 − p2 . A2 = mV2 − mV1 h = h2 − h1 = C p (T2 − T1 )
T  P 
s2 − s1 = C p 0 ln  2  − R ln  2 
Q  V22   V12   T1   P1 
=  h2 +  −  h1 + 
m  2   2   T2   v2 
s2 − s1 = Cv 0 ln   + R ln  
 T1   v1 
1 Q
m ( s2 − s1 )     .d A
SC
T  A • Simplificam-nas e obtém-se
um equacionamento mais
simples e desacopladas.
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Escoamento com choques normais
• Hipóteses:
– Escoamento de um gás ideal
– Calores específicos constantes
– Largura do volume de controle é
infinitesimal (na realidade, cerca de 0,2
μm):
• A1 ≈ A2 ≈ A,
• Força devido às paredes Rx ≈ 0
• Transferência de calor com as paredes
δQ/dm≈0

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Escoamento com choques normais
• Então, simplificando as equações fundamentais:
1V1 A1 = 2V2 A2 = VA = m = constante
1 Q
m ( s2 − s1 )     .d A
Rx + p1. A1 − p2 . A2 = mV2 − mV1 SC
T  A
p1. A1 − p2 . A2 = mV2 − mV1 s2  s1

p =  .R.T
Q  V   2
V  2
=  h2 +  −  h1 + h = h2 − h1 = C p (T2 − T1 )
2 1

m  2   2 
 V12   V22  T  P 
 h1 +  =  h2 +  s2 − s1 = C p 0 ln  2  − R ln  2 
 2   2   T1   P1 
h01 = h02  T2   v2 
s2 − s1 = Cv 0 ln   + R ln  
 T1   v1 
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Escoamento com choques normais
• Então, simplificando as equações fundamentais:
1V1 A1 = 2V2 A2 = VA = m = constante
s2  s1
p1. A1 − p2 . A2 = mV2 − mV1

p =  .R.T
 V12   V22  h = h2 − h1 = C p (T2 − T1 )
 h1 +  =  h2 + 
 2   2 
h01 = h02
 T2   P2 
s2 − s1 = C p 0 ln   − R ln  
 T1   P1 

 T2   v2 
s2 − s1 = Cv 0 ln   + R ln  
 T1   v1 
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Escoamento com choques normais
• As variações em um escoamento unidimensional podem ser
causadas por:
– Variação de área,
– Atrito,
– Transferência de calor.
• Porém, na dedução das equações anteriores, foram eliminadas
todas as três causas!
• Então, o que está fazendo o escoamento ser alterado?

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Escoamento com choques normais
• Então, o que está fazendo o escoamento ser alterado?
– Talvez não existam variações através de um choque normal!

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Escoamento com choques normais
• Na verdade, observando cada uma das equações, cada uma delas
é satisfeita:
• Pelo menos, tem uma “solução” possível.
– se todas as propriedades na posição 2 forem iguais às propriedades
correspondentes na posição 1.
– Por exemplo, p2 = p1, T2 = T1;

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Escoamento com choques normais
• Na verdade, observando cada uma das equações, cada uma delas é
satisfeita:
• Pelo menos, tem uma “solução” possível.
– se todas as propriedades na posição 2 forem iguais às propriedades
correspondentes na posição 1.
– Por exemplo, p2 = p1, T2 = T1;
• Exceto a Segunda Lei da Termodinâmica:

s 2  s1

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Escoamento com choques normais
• Naturalmente, na ausência de variação de área, atrito e
transferência de calor, as propriedades do escoamento não
variarão, a não ser de maneira muito abrupta, irreversível,
em que a entropia aumenta.

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Escoamento com choques normais
• De fato, todas as propriedades, com exceção de T0, variam através do choque.
• Deve-se encontrar uma solução que satisfaça todas as equações
fundamentais
– Atenção:
• Como todas as equações, exceto a Segunda Lei da Termodinâmica, são satisfeitas por
p2 = p1, T2 = T1, e assim por diante, métodos numéricos apresentam falhas na
resolução desse conjunto de equações.

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Escoamento com choques normais
• As equações anteriores podem ser resolvidas:
– de forma interativa – e com muito cuidado!
– É um conjunto de equações algébricas não lineares acopladas.
• Porém, é possível e mais útil desenvolver funções para
choques normais baseados no número de Mach a montante
(Ma1).

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Escoamento com choques normais
• Um choque normal ocorre apenas quando o escoamento de entrada é
supersônico:
– Escoamentos subsônicos geralmente se ajustam gradualmente às condições a
jusante, por exemplo:
• O campo de pressão redireciona o escoamento em torno de um objeto.
– Entretanto, se o escoamento está se movendo a uma velocidade tal que o campo de
pressão não pode se propagar a montante:
• Ou seja, quando o escoamento está com Ma > 1,
– Então, o fluido tem que se ajustar “violentamente”/“rapidamente” para
as condições a jusante.

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Escoamento com choques normais
• O choque que um escoamento supersônico pode encontrar é como um
impacto que cada partícula fluida sofre:
– a pressão aumenta subitamente através do choque (sobre uma distância < 2μm);
– Logo, existe um gradiente negativo de pressão muito forte. Este gradiente de pressão
causa:
• uma drástica redução na velocidade, V;
• um rápido aumento na temperatura, T, visto que a energia cinética é convertida em energia térmica
interna;
• a massa específica aumenta;
• a entropia aumenta;
• a velocidade do som c, aumenta (porque a temperatura, T, aumenta);
• o número de Mach diminui:
– de fato, ele sempre se torna subsônico.

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Escoamento com choques normais

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Escoamento com choques normais

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• Um choque normal é um fenômeno no qual as propriedades do
fluido sofrem grandes variações sobre uma distância e tempo muito
curtos:
– Fora das condições de equilíbrio.
• Para ganhar alguma compreensão física considera-se dois
processos, nos quais as propriedades dos escoamentos variam
gradualmente:
– processo envolvendo atrito – linha de Fanno;
– processo de transferência de calor – linha de Rayleigh.

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• A linha de Fanno mostra todos os
estados possíveis (diagrama T x s) para
um escoamento unidimensional que
está sendo variado apenas por atrito:
– não existe variação de área,
– nem transferência de calor.
• Segunda Lei da Termodinâmica requer
que a entropia aumente.

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• Se o escoamento começa subsônico, o atrito causa aceleração no
fluido até que ele se transforma em sônico:
– Não é intuitivo que o atrito possa acelerar um escoamento, mas pode
acontecer se a pressão estiver caindo rápido o suficiente
• um escoamento que começa supersônico se desacelera até se
tornar sônico.
• Todos estes escoamentos com atrito devem se mover na direção do
aumento de entropia.

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• A linha de Rayleigh mostra todos os estados
possíveis para um escoamento unidimensional
que está sofrendo apenas transferência de
calor:
– não existem variações de área ou atrito.
• A adição de calor corresponde a um aumento
– na entropia
– na temperatura
• Ambos os escoamentos, supersônico e
subsônico, se aproximam das condições sônicas:
– um processo de resfriamento leva a reduções na
temperatura e na entropia.
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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• O choque normal é obtido a partir de uma superposição das duas curvas:

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• Os estados 1 e 2 representam os estados inicial e final de um
escoamento:
– seguindo a linha de Fanno, possui apenas atrito, ou,
– seguindo a curva de Rayleigh, possui apenas transferência de calor

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• Pode-se realmente ter um escoamento
no qual se tem atrito a partir do estado
1 até Ma=1;
• De Ma=1 até o estado 2 deve-se ter
“atrito negativo”:
– Consequentemente, a partir de Ma = 1
para o estado 2, o processo é imaginário:
• Pela linha de Fanno, tem-se atrito
(estado 1 até Ma=1), em seguida “atrito
negativo” (Ma=1 até estado 2),
terminando sem atrito líquido.

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• Para ir do estado 1 para o estado 2,
também pode-se:
– aquecer o escoamento,
– em seguida resfriá-lo.
• Resultando em transferência líquida
de calor nula sobre a linha de
Rayleigh.

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Interpretação de Fanno e Rayleigh do choque normal
• A conclusão é que os estados 1 e 2 representam uma variação em
um escoamento para o qual:
– não existe transferência de calor,
– não existe atrito,
– não existem variações de área;
• A variação é “violenta” porque o escoamento varia a partir do
estado 1 para o estado 2 sem seguir uma curva de processo;
– Então, a entropia aumenta.

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Equacionamento para escoamento unidimensional
de gás ideal com choque normal:
– é mais conveniente, utilizar as equações baseadas no
número de Mach:
• Especificamente no número de Mach inicial, M1.
– Isso envolve três etapas:
• primeiro, obter as razões de propriedades (por exemplo, T2/T1
e p2/p1) em termos de M2 e M1.
• segundo, desenvolver uma relação entre M1 e M2;
• terceiro, usa-se essa relação para obter expressões para as
razões de propriedades em termos do número de Mach a
montante, M1.
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• A razão de temperaturas pode ser expressa como:
T2 T2 T02 T01
=
T1 T02 T01 T1

• Como a temperatura de estagnação é constante através do choque:

  k −1  2 
1+   ( Ma1 ) 
T2   2  
=
T1   k − 1  2 
1 +  2  ( Ma2 ) 
   

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Uma razão de velocidades pode ser obtida usando:

V2 M 2 c2 M 2 k .R.T2 M 2 T2
= = =
V1 M 1c1 M 1 k .R.T1 M 1 T1
  k −1  2 
1 + 
T2   2 
 ( Ma1 )

= 
• Então substituindo: T1   k − 1  2 
+
  2 
1 ( Ma 2 )
   

  k −1  2 
  2  ( 1 )
1 + Ma
V2 M 2
=    
  k −1  2 
  2  ( 2 )
V1 M 1
1 + Ma
   
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Uma razão de massas específicas pode ser obtida da equação da
continuidade:
1V1 =  2V2   k −1  2 
1 +  2  ( Ma1 ) 
 2 V1 V2 M 2
=    
=   k −1  2 
  2  ( 2 )
V1 M 1
+
1 V2 1
  
Ma

  k −1  2 

2 M1 1 +  2  ( Ma2 ) 
=    
1 M 2   k −1  2 
1 +  2  ( Ma1 ) 
   

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• E da equação de quantidade de movimento:

p1 + 1V12 = p2 +  2V22
• Substituindo ρ=p/RT, e colocando as pressões em evidência, resulta:

 p1  2  p2  2
p1 +   V1 = p2 +   V2
 R.T1   R.T2 
 V12   V22 
p1 1 +  = p2 1 + 
 R.T1   R.T2 

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Multiplicando por k, chega-se a relação de pressões:

 k .V12
  k .V2 
2
p1 1 +  = p2 1 + 
 k .R.T1   k .R.T2 
 k .V12   k .V22 
p1 1 + 2  = p2 1 + 2 
 c1   c2 
p1 1 + k .Ma12  = p2 1 + k .Ma22 

p2 1 + k .Ma 2
1 

=
p1 1 + k .Ma22 

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Para achar M2 em função de M1, obtém-se outra expressão para
uma das razões de propriedades dadas pelas equações:


p2 1 + k .Ma1 
2

  k −1  2  =
1+   ( Ma1 )  p1 1 + k .Ma22 
T2   2  
=
T1   k − 1  2 
1 +  2  ( Ma2 ) 
      k −1  2 

2 M1 1 +  2  ( Ma2 ) 
=    
1 M 2   k −1  2 
1 +  2  ( Ma1 ) 
   
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Da equação de gases ideais:
p1 = 1 RT1 p2 =  2 RT2
p1 p2
T1 = T2 =
1 R 2 R
p2
T2
=
2 R
T1 p1
1 R
T2 p2 1
=
T1 p1  2
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Então:

  k −1  2 
p2 1 + k .Ma    2  ( 2 )
2
1 + Ma
2 M1   
=
1 
=
1 M 2
p1 1 + k .Ma22    k −1 
  2  ( 1 )
1 + Ma 2 

   
T2 p2 1
=
T1 p1  2
  k −1  2 
 + 2
 1 +  2  ( Ma2 ) 
T2 
=
1 k .Ma1  M1    
T1 1 + k .Ma22  M 2   k −1  2 
1 +  2  ( Ma1 ) 
   
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Igualam-se as duas equações de temperatura:
  k −1  2 
 + 2
 1 +  2  ( Ma2 ) 
T2 
=
1 k .Ma1  M1    
T1 1 + k .Ma22  M 2   k −1  2 
1 +  2  ( Ma1 ) 
   
  k −1  2 
1+   ( Ma1 ) 
T2   2  
=
T1   k − 1  2 
1 +  2  ( Ma2 ) 
   
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Igualam-se as duas equações de temperatura:

  k −1  2    k −1  2 
1+   ( Ma1 )  1 + k .Ma 2  1 +  2  ( Ma2 ) 
T2   2    1  M1    
= =
T1   k − 1    +  M2   k −1  2 
1 +  2  ( Ma2 )  1 +  2  ( Ma1 ) 
2
2 1 k .Ma 2

       

  k −1  2 
1 +  2  ( Ma1 )  M 1 + k .Ma12 
    = 2  
  k −1    + 
1 +  2  ( Ma2 ) 
2
2 M 1 1 k .Ma 2

   
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Elevando ao quadrado:

2
   k −1  2 


 1 + 



( Ma1 ) 
   M 1 + k .Ma1  
2
2

 2  = 2  
   2 
  k −1  2   1 1 + k .Ma2  
  2  ( 2 ) 
  M 
1 + Ma 
    

 k −1 
1+   ( 1 ) M 2 1 + 2.k .Ma 2 + k .Ma 4 
2
Ma
 2  = 22 
1 1 

 k −1  M 1 1 + 2.k .Ma22 + k .Ma24 


1+   ( Ma2 )
2

 2 

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Duas soluções para Ma2 podem ser encontradas:
– a primeira é trivial:

Ma = Ma2
2
2
1

– a segunda expressa a dependência singular de M2 em relação a M1:

 2 
Ma +  
2

k −1 
1
Ma2 =
2 
2k
Ma12 − 1
k −1
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• Conhecendo Ma1, pode-se obter Ma2 da equação:
 2 
Ma +  
2

k −1 
1
Ma2 =
2 
2k
Ma12 − 1
k −1
• e as razões de propriedades podem ser determinadas
subsequentemente.

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• As razões de propriedades podem ser determinadas
subsequentemente:
– a temperatura de estagnação permanece constante, a razão de
temperaturas de estagnação através do choque é a unidade.

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• As razões de propriedades podem ser determinadas
subsequentemente:
– A razão de pressões de estagnação é avaliada como:
k / ( k −1)
  k −1  2 
 1+   ( Ma2 ) 
= 2 
p02 p02 p2 p1 p 2 
= 
p2 p1 p01 p1   k − 1 
p01
1+ 
  2  ( Ma1 )
2 

 2 
Ma +  
2


1
– Substituindo e simplificando: Ma2 =
2  k 1 
2k
Ma12 − 1
p2 2k k −1 k −1
= 2
Ma1 −
p1 k +1 k +1
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• As demais razões de propriedades são:
k / ( k −1)
 2    k +1 
Ma1 +    2 ( 1 ) 
2 2
 Ma
 k − 1     
Ma22 =
1 +  k − 1  Ma 2 
  2  ( 1 ) 
2k
Ma12 − 1
k −1 p02
= 1/ ( k −1)
p01  2k   k − 1 
 k + 1  ( 1 )  k + 1  

2
Ma
   

A razão p2/p1 é conhecida como a


p2 2k k −1 intensidade do choque; quanto
= Ma1 −
2
maior for o número de Mach de
p1 k + 1 k +1 entrada, mais forte é o choque.
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Equacionamento para escoamento com choque normal
• As demais razões de propriedades são:
 k −1 2  k −1  Essas equações embora sejam
 1+ Ma1   kMa1 − 2
 algebricamente bastante
T2  2  2 
= complexas, fornecem relações
 k +1
2
T1
  Ma1
2
explícitas de propriedades em
 2  termos do número de Mach na
entrada, M1.

 k +1 2

 2 V1   Ma1
= =  2 
1 V2  k −1 
1+   1
Ma 2

 2 

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• São apresentadas em tabelas:

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Equacionamento para escoamento com choque normal
• São apresentadas graficamente:

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente

• Precisa-se completar a discussão sobre escoamento em um bocal


convergente-divergente operando com contrapressões variáveis.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Então, a distribuição de pressão através do bocal, para diferentes
contrapressões, é mostrada:

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Quatro regimes de
escoamento são possíveis:
– No Regime I, o escoamento é
totalmente subsônico:
• A vazão mássica aumenta com o
decréscimo da contrapressão.
• Na condição (iii), que forma a linha
divisória entre os Regimes I e II, o
escoamento na garganta é sônico,
Mt = 1.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Quatro regimes de escoamento são
possíveis:
– À medida que a contrapressão é
reduzida abaixo da condição (iii), um
choque normal aparece a jusante da
garganta, conforme mostrado pela
condição (υi).
• Há um aumento de pressão através do
choque.
– Como o escoamento é subsônico
(Ma<1) atrás do choque, ocorre uma
desaceleração acompanhada de um
aumento de pressão através do canal
divergente.
Material de uso exclusivo da UFG, sendo vedadas a sua reprodução e a distribuição.
Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Quatro regimes de escoamento são
possíveis:
– À medida que a contrapressão é
reduzida ainda mais:
• O choque move-se para jusante até
aparecer no plano de saída (condição υii).
– Nos Regime I e II, o escoamento de
saída é subsônico e, por conseguinte,
pe= pb.
– Como as propriedades do escoamento
na garganta são constantes para todas
as condições no Regime II,
• A vazão mássica no Regime II não varia
com a contrapressão.
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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Quatro regimes de escoamento são
possíveis:
– No Regime III, conforme exemplificado
pela condição (υiii), a contrapressão é
mais alta do que a pressão de saída:
• mas não o suficiente para sustentar um
choque normal no plano de saída.
– O escoamento ajusta-se para a
contrapressão através de uma série de
choques de compressão oblíquos fora
do bocal;
– esses choques oblíquos não podem ser
tratados pela teoria unidimensional.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Quatro regimes de escoamento
são possíveis:
– a condição (iυ) representa a
condição de projeto.
– No Regime IV, o escoamento
ajusta-se para a contrapressão
mais baixa através de uma série
de ondas de expansão oblíquas
fora do bocal;
• essas ondas de expansão oblíquas
não podem ser tratadas pela teoria
unidimensional.
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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• O diagrama T x s para escoamento em bocal convergente-
divergente com um choque normal:

• o estado 1 está localizado imediatamente a montante do choque e o estado 2


imediatamente a jusante.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• O aumento de entropia através do choque move o escoamento
subsônico a jusante para uma nova linha isentrópica.
• A temperatura crítica é constante:
– de modo que p2* é menor que p1*.
– como ρ* = p*/RT*, a massa específica crítica a jusante também é reduzida.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Para transportar a mesma vazão em massa, o escoamento a jusante deve
ter uma área crítica maior.
• Da continuidade e da equação de estado, a razão de área crítica é o inverso
da razão de pressão crítica:
– isto é, através de um choque, p*A* = constante.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Se o número de Mach (ou posição) do choque normal no bocal for
conhecido:
– a pressão no plano de saída pode ser calculada diretamente.
• Na situação mais realista:
– a pressão no plano de saída é especificada,
– a posição e intensidade do choque são desconhecidas.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• O escoamento subsônico a jusante deve deixar o bocal na
contrapressão, de modo que pb = pe:
*
pb pe pe p02 pe A pe At Ae
= = = = 1
*
p01 p01 p02 p01 p02 A p02 Ae A2* 2

• Como o escoamento é isentrópico do estado (após o choque) ao


plano da saída:
A2* = Ae* p02 = p0 e

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Assim, da equação:
pb pe pe p02 pe A1* pe At Ae
= = = *
= *
p01 p01 p02 p01 p02 A2 p02 Ae A2

• Pode-se escrever:
pe pe At Ae pe At Ae
= =
*
p01 p02 Ae A2 p0 e Ae Ae*

• Rearranjando: pe Ae pe Ae
=
p01 At p0 e Ae*
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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
pe Ae pe Ae
=
p01 At p0 e Ae*

• o lado esquerdo possui quantidades conhecidas,


• o lado direito é uma função somente do número de Mach na saída Mae:
– A determinação de Mae normalmente requer iteração.
• a razão de pressão é obtida a partir da relação de pressão de estagnação.
• razão de área é obtida da relação de área isentrópica.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Conhecido Mae, a magnitude e o local do choque normal podem ser
determinados rearranjando a equação:
p02 At Ae
= *
p01 Ae Ae
• O lado direito é conhecido
– a primeira razão de área é dada e a segunda é uma função de Mae apenas.
• O lado esquerdo é uma função somente do número de Mach antes
do choque, Ma1:
– Então, Ma1, pode ser determinado.

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Escoamento com choque normal em canal convergente-divergente
• Conhecido Mae, a magnitude e o local do choque normal podem
ser determinados rearranjando a equação:
p02 At Ae
= *
p01 Ae Ae
• A área na qual esse choque ocorre pode, portanto, ser
determinada a partir da relação de área isentrópica:
– com A* = At, para escoamento isentrópico entre a garganta e o estado 1.

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