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1. Generalidades.
1.1 Introdução à ciência de resistência dos materiais. Definições.
1.1.1 Histórico
A Resistência dos materiais, como ciência, remonta ao início do século XVII, época em que
Galileu realizou experiências para estudar os efeitos de cargas em hastes e vigas feitas de vários
materiais. No entanto, para a compreensão adequada dos fenómenos envolvidos, foi necessário
estabelecer descrições experimentais precisas das propriedades mecânicas de materiais. Os
métodos para tais descrições foram consideravelmente melhorados no início do século XVIII.
Na época, estudos foram realizados, principalmente na França, baseados em aplicações da
mecânica aos corpos materiais, denominando-se o estudo de Resistência dos Materiais.
Actualmente, no entanto, refere-se a esses estudos como mecânica dos corpos deformáveis ou
simplesmente mecânica dos materiais (HIBBELER, 2004).
Entre os diversos estudiosos e pesquisadores que colaboraram com a formação da
Resistência dos Materiais, destacam-se: Galileo, Saint Venant, Bernouilli, Navier, Hooke,
Poisson, Cauchy, Euler, Castigliano, Tresca, Von Mises, Lamé, entre outros.
Entende-se por:
• Resistência – como sendo a capacidade das construções e seus elementos constituintes em
suportar determinada carga sem se danificar.
• Rigidez – como sendo a capacidade das construções e seus elementos constituintes em
resistir às cargas externas em relação a deformação (mudança de forma e dimensões).
• Estabilidade – como sendo a capacidade das construções e seus elementos constituintes em
conservar a formas iniciais do seu equilíbrio elástico.
Para o estudo da Resistência dos materiais temos que possuir alguns conhecimentos, tais como:
d) Blocos: são elementos em que não há uma dimensão predominante em relação às outras.
De facto, são poucos os materiais que apresentam todos os requisitos acima (um exemplo é o
aço). No entanto, as hipóteses simplificadoras podem ser utilizadas em materiais que não se
incluem nesses requisitos, utilizando os conceitos definidos na sequência como aproximações
de cálculo (um exemplo é o concreto).
No caso da peça mostrada na (figura 1.5), caso os deslocamentos ´´y´´ dos pontos de seu eixo
longitudinal forem grandes, os momentos poderão ser grandes, se comparados com os
momentos da carga transversal. Sendo assim, hipótese de pequenos deslocamentos não é válida.
Lei de Hooke:
A força aplicada é proporcional ao deslocamento.
F = kd (1.1)
onde: F é a força aplicada; k é a constante elástica de rigidez e d é o deslocamento.
• Princípio de Equilíbrio:
“Toda parte de um sólido em equilíbrio, também está em equilíbrio e à qual se aplicam
as equações da estática.”
O método das seções é uma consequência desse princípio. Esse método é utilizado para a
determinação dos esforços internos resultantes que actuam sobre a superfície seccionada do
corpo.
Os esforços activos podem ser classificados de acordo com a ilustração do quadro abaixo:
b)
Fig. 1.9 – Exemplo de uma viga com carga distribuída variável.
a) Momento concentrado
Onde: W é a carga.
Fig. 1.10 – Exemplo de uma viga com carga distribuída variável.
• Rolete:
ou
ou
Fig. 1.13 – Exemplo de apoio de pinos.
3. Engastamento
Resiste à uma força que age em qualquer direcção e a um momento.
Representação do apoio Engastado
Para a determinação das forças externas que actuam num elemento de construção emprega-se na
maioria das vezes o método de Diagrama de Corpos Livres (DCL). Este método consiste em isolar
o elemento em estudo dos restantes elementos de construção.
Fig. 1.15
Solução:
Diagrama de Corpo Livre (DCL)
Onde:
4𝑡 𝑒 3𝑡 − 𝐷𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑃 𝑒𝑚 𝑃𝑥 𝑒 𝑃𝑦 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑅𝐴𝑥 − 𝐷𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 𝐴 𝑛𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙
𝑅𝐴𝑦 − 𝐷𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 𝐴 𝑛𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙
𝑅𝐵 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 𝐵
Na resistência dos materiais a escolha do esquema de cálculos começa com a esquematização das
propriedades dos materiais. Nesta escolha, tomam-se em consideração as hipóteses nos cálculos de
resistência dos materiais vistos anteriormente.
Ao escolher o esquema de cálculo, introduzem-se simplificações também na geometria do objecto
real. O principal método de simplificação na resistência dos materiais é a redução da forma
geométrica do corpo ao esquema de barra ou de invólucro.
De um modo geral, a palavra barra vem a designar um corpo qualquer que tem uma dimensão (o
comprimento) bem superior a duas outras. Sob o ponto de vista da geometria pode-se obter uma
barra mediante a deslocação de uma figura plana ao longo de uma linha curva ou recta como mostra
a figura 1.17. A linha chama-se eixo da barra e a figura plana, cujo centro de gravidade encontra-se
no eixo da barra e que é perpendicular a este eixo, denomina-se secção transversal. A secção de uma
barra pode ser constante ou variável. A secção também pode girar em torno do eixo. Neste caso a
barra é qualificada como naturalmente retorcida (exemplo broca de furar espiral). A barra pode ser
recta curva ou encurvada no espaço em conformidade com o seu eixo. Por exemplo o cálculo de
molas reduz-se ao esquema de barra encurvada no espaço.
Muitas estruturas complexas podem ser consideradas como compostas de elementos, que têm a
forma de barra.
Fig. 1.17
A substituição de força distribuídas péla sua resultante concentrada é possível somente quando se
faz uma análise do trabalho da barra em geral, isto é, em volumes muito superiores ao volume da
zona de contacto. Se neste exemplo é preciso calcular o olhal em que esta suspensa a carga, a
introdução do conceito de força concentrada é inadmissível.
Durante o estudo da disciplina de Resistência dos Materiais é importante saber que a escolha do
esquema de cálculo é primeiro passo na realização do cálculo. É preciso compreender bem que o
cálculo não consiste apenas na aplicação de distintas fórmulas. Antes de realizar um problema real
às operações matemáticas, é preciso, às vezes, um estudo longo e sério para separar correctamente
no objecto estudado os factores importantes dos secundários.
O cálculo de uma estrutura tem por objectivo determinar se a mesma satisfaz ou não as exigências
de segurança, que se fazem a ela. Por isso e preciso antes de mais formular os princípios que devem
servir de base para a avaliação das condições de segurança suficiente. Todas as questões são
solucionadas ao escolher o método geral de cálculo. O método mais comum de cálculo de resistência
das peças de máquinas e dos elementos de estruturas é o método baseado no cálculo de tensões.
Este método tem como base a suposição de que o critério de segurança da estrutura é a tensão, ou
mais exactamente o estudo de tensão no ponto. O cálculo, efectuado em conformidade com este
método, realiza-se da seguinte maneira:
Na base da análise da estrutura determina-se o ponto do corpo em que surgem as tensões máximas.
A magnitude determinada da tensão é comparada com a tensão limite para o material dado que se
determina anteriormente por meio de laboratório. Comparando as tensões obtidas por meio de
cálculo, com as tensões limites do material dado, faz-se a conclusão sobre a resistência da estrutura.
Este método utiliza-se na solução da maior parte dos problemas práticos. Em vários casos, outros
métodos são mais eficientes.
Outro método utilizado é o método de cálculo por carga de rotura. Por meio deste método são
determinadas não as tensões, mas a carga limite a que a estrutura pode resistir sem se destruir e sem
alterar radicalmente a sua forma. A carga limite (ou de rotura) é comparada com a carga de trabalho
e na base disso se fazem as conclusões sobre o grau de resistência da estrutura nas condições de
trabalho. O defeito deste método consiste em que a determinação da carga de rotura por meio de
cálculo é possível somente nas estruturas mais simples.
Outro método de cálculo é o método de cálculo de deslocamentos admissíveis ou como se diz
cálculo de rigidez. Naturalmente que este método, não exclui a necessidade de verificar a resistência
do sistema na base das tensões.
Para a análise das solicitações internas utiliza-se o método de secções com a seguinte essência:
Separe-se através dum plano perpendicular ao eixo, duma forma imaginária, o corpo em análise
( barra da figura 1.19 a)) e descarta-se uma das barras a fontal ao plano. A parte restante da barra, a
posterior ao plano (barra da figura 1.19 b), está em equilíbrio por causa das forças externas nela
aplicada e as forças aplicadas na secção transversal da barra que substituem todas as forças da parte
descartada. Estas forças para uma barra inteira são solicitações internas dispersas na secção
transversal que para o seu cálculo usando as leis da estática seria quase impossível. Para a parte da
barra que ficou estas forças tornaram-se conhecidas e é possível calcular usando os métodos da
estática.
Fig. 1.19
Em função da distribuição irregular das forças internas péla superfície da secção transversal da barra
seccionadas segundo a figura 1.19 b), pêlo método da estática não é possível compor a equação da
distribuição das solicitações péla secção transversal, mas é possível determinar o principal vector
de forças e principal momento, que são as resultantes das forças internas irregulares.
Se projectarmos o principal vector de forças e o principal momento nas coordenadas com os eixos
𝒙, 𝒚, 𝒛 de modo que 𝒛 seja perpendicular à secção transversal e o eixo 𝑥 𝑒 𝑦 , formam o plano da
secção transversal a partir do centro da secção transversal da barra, obtém-se a seguinte distribuição
de forças internas – Solicitações (figura 19):
Para determinar a magnitude do factor de forças internas são compostas as equações de equilíbrio
da parte cortada corpo. No caso geral, se no corpo actuam sistema de forças tridimensional terá seis
equações de equilíbrio:
(b)
Resolução:
Fig. 1.28 – Diagrama de Corpo livre optado para o cálculo Fig. b).
3º Passo – Cálculos:
∑ 𝐹𝑖𝑥 + 𝑁𝑥 = 0
𝑖
𝑊 + 𝑁𝑐 = 0
200 + 𝑁𝑐 = 0
𝑁𝑐 = −200𝑁
∑ 𝐹𝑖𝑦 + 𝑉𝑦 = 0
𝑖
−𝑊 − 𝑉𝑐 = 0
−200 − 𝑉𝑐 = 0
𝑉𝑐 = −200𝑁
1.7 Tensão
Os esforços internos, como já comentado, actuam em determinados pontos da área de seção
transversal, representando os efeitos resultantes da distribuição da força que actua na área
seccionada. A determinação dessa distribuição de forças é de suma importância na resistência
dos materiais e, para tal, é necessário se estabelecer o conceito de tensão.
Tensão é uma medida das forças internas de um corpo deformável. Quantitativamente, é
a medida da força por unidade de área em uma superfície do corpo onde existam forças
internas.
Considere que a área seccionada seja subdividida em áreas muito pequenas, ∆𝐴 . O factor da
força interna nela aplicada representemos por força de infinitesimais ∆𝐹 como mostra a
figura 1.30.
O valor médio da intensidade da força interna sobre a área, designada por tensão media calcula-se
por:
∆𝑭
𝒑𝒎 = ∆𝑨 . (1.6)
Reduzindo a área ∆𝐴, com tendência a zero encontramos o valor total da tensão no ponto em
análise da secção.
∆𝑭
𝒑 = 𝐥𝐢𝐦 . (1.7)
∆𝑨→𝟎 ∆𝑨
No Sistema Internacional SI, a tensão é medida em pascais – representa a tensão péla qual,
na superfície de 1 𝑚2 actua uma força interna de 1N. Como geralmente esta dimensão é tão
reduzida em relação as quantidades usadas na técnica, usualmente se emprega a unidade em
MPa. 1 MPa=106 Pa.
Na técnica, as tensões são medidas em, normalmente, em quilogramas por centímetro quadrado e
milímetro quadrado.
A componente da tensão total dirigida em direcção ao eixo normal, da secção, designa-se por tensão
normal e representa-se por 𝝈, logo:
∆𝑭 𝒅𝑭
𝝈 = 𝐥𝐢𝐦 = 𝒅𝑨 .
∆𝑨→𝟎 ∆𝑨
𝑭
𝝈𝒎 = (𝟏. 𝟖)
𝑨
Onde:
𝐹 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑎𝑐𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝐴 − Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜
A componente que actua na secção, perpendicular ao eixo, designa-se por tensão tangencial e
representa-se por 𝝉.
∆𝑭 𝒅𝑭
𝝉 = 𝐥𝐢𝐦 = 𝒅𝑨 .
∆𝑨→𝟎 ∆𝑨
𝑭
𝝉𝒎 = (𝟏. 𝟗)
𝑨
Onde:
𝐹 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑐𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑎𝑐𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝐴 − Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜
A tensão normal quando diverge da secção transversal é positiva e quando converge negativa.
A tensão tangencial pode se decompor pélas coordenadas dos eixos em duas componentes:
𝝉𝒛𝒙 e 𝝉𝒛𝒚 .
𝑝 = √𝜎𝑧2 + 𝜏𝑧𝑥
2 +𝜏 2
𝑧𝑦 (𝟏. 𝟏𝟎)
Ao longo de um corpo pode se marcar inúmeras secções e para cada uma delas tem o seu próprio
valor da tensão. Portanto, no cálculo da tensão é necessário mostrar não somente a posição do ponto
do corpo, mas também, a secção feita através desse ponto. O conjunto de tensões para muitas áreas,
que passam pêlo ponto, forma o estado de tensão do ponto.
A tensão na secção transversal está ligada com os factor de forças internas determinadas por diversas
variáveis.
Se da secção transversal tome-se infinitésimas áreas 𝑑𝐴. Por esta superfície num caso geral
actuam infinitésimas (elementares) forças internas (figura 1.32):
Fig.1. 32 – Representação das forças internas em função das tensões num ponto
𝑑𝑁𝑧 = 𝜎𝑧 𝑑𝐴; – normal
𝑑𝑄𝑥 = 𝜏𝑧𝑥 𝑑𝐴; – cortante em relação ao eixo x (1.11)
𝑑𝑄𝑦 = 𝜏𝑧𝑦 𝑑𝐴. – cortante em relação ao eixo y
𝑄𝑦 = ∫ 𝜏𝑧𝑦 𝑑𝐴 ; 𝑀𝑦 = ∫ 𝜎𝑧 𝑥𝑑𝐴
𝐴 𝐴
Da Mecânica Teórica, e a péla dependência entreténs as tensões 𝝉, 𝝉𝒛𝒙 𝒆 𝝉𝒛𝒚 , a expressão de 𝑴𝒛 pode
se escrever da seguinte forma:
𝑀𝑧 = ∫𝐴 𝜏𝜌𝑑𝐴 (1.14)
Onde 𝜌 = √𝑥 2 + 𝑦 2 (1.15)
As integrais acima definidas podem se utilizar para as calculadas solicitações na condição de se
conhecer a lei da distribuição das tensões péla superfície da secção em análise.
∆𝒔´ − ∆𝒔 ∆𝜹
𝜺𝒎é𝒅 = = (𝟏. 𝟏𝟔)
∆𝒔 ∆𝒔
∆𝒔´−∆𝒔
𝜺= → 𝜺. ∆𝒔 = ∆𝒔´ − ∆𝒔 (1.18)
∆𝒔
Unidades: observe que a deformação normal é uma razão entre comprimentos e, portanto, à
dimensional. Na prática é comum expressar em termos da razão entre unidades de comprimento.
No SI, m/m. Outra possibilidade é 𝝁m/m. Uma deformação normal média de 400𝝁m/m significa
que cada 1 metro deste material sofre uma deformação de 400𝝁m. Perceba ainda que 400𝝁m/m
equivale a 𝟒𝟎𝟎 . 𝟏𝟎−𝟔 m/m ou ainda a 𝟒𝟎𝟎 . 𝟏𝟎−𝟒 que, em termos percentuais equivale a 0,04%.
Se são examinadas deformações em direcções dos eixos das coordenadas 𝒙, 𝒚 e 𝒛, o 𝜺 vem
acompanhado de índices 𝒙, 𝒚 𝒆 𝒛. Temos então 𝜺𝒙 , 𝜺𝒚 e 𝜺𝒛 ,
O vector cuja origem é um ponto do corpo deformado e o extremo é o mesmo ponto do corpo
deformado, denomina-se vector total de deslocação.
O deslocamento pode ser linear, quando segue a normal ou angular.
Sejam agora, dois segmentos de recta AB e AC, com origem no mesmo ponto A e comprimento
tendendo a zero, originalmente perpendiculares entre si, direccionados ao longo dos eixos t e n. A
mudança de ângulo ocorrida entre os dois segmentos após a aplicação de um carregamento é
chamada de deformação por cisalhamento ou deformação angular ângulo ou deformação de
cisalhamento 𝜸 , é medido em radianos (rad). Após a deformação, as extremidades das rectas são
deslocadas e as próprias rectas se tornam curvas, de modo que o ângulo entre elas em A é 𝜽´, Figura
1.34.
Portanto, define-se a deformação por cisalhamento no ponto A associado aos eixos n e t como:
𝝅
𝜸= − 𝐥𝐢𝐦 𝜽´ (1.20)
𝟐
𝑩→𝑨 𝒂𝒐 𝒍𝒐𝒏𝒈𝒐 𝒅𝒆 𝒏
𝑪→𝑨 𝒂𝒐 𝒍𝒐𝒏𝒈𝒐 𝒅𝒆 𝒕
𝜽~ 𝐬𝐢𝐧 𝜽 ~ 𝐭𝐚𝐧 𝜽
𝝅 𝝅
Note-se que, se 𝜽´ é menor que 𝟐 , a deformação por cisalhamento é positiva, se 𝜽´ é maior que 𝟐 , a
deformação por cisalhamento é negativa.
Da mesma forma que foi utilizada nas definições de tensão, imagine agora o corpo subdividido em
infinitos pequenos pedaços, conforme a Figura 1.35.
(1.21)
Os ângulos resultantes aproximados entre os lados são:
(1.22)
Observe que, as deformações normais provocam mudança de volume do elemento rectangular,
enquanto deformações por cisalhamento provocam mudança no seu formato. Naturalmente, ambos
os efeitos ocorrem simultaneamente durante a deformação.
Bibliografia:
• HIBBELER, R. C. - Resistência dos Materiais, 7ª Edição, São Paulo, Prentice Hall., 2004.