Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Educação Infantil
Quebrando Tabus
j
TABUS
com uma mensagem negativa para criança ou adolescente. Por exemplo, quando uma criança faz
uma pergunta sobre sexualidade e recebe como resposta: "Fica quieta, esse assunto não é coisa
de criança!". Essa atitude, por si só, é uma maneira de educar. Negativa, mas é. Por isso a
educação sexual também está presente nas relações cotidianas, nas interações, nos olhares dos
adultos, na forma como eles lidam com questões e dúvidas sobre o corpo e o sexo.
E dentro das escolas?
Até os anos 2000, vinhamos progredindo paulatinamente no sentido de pais
aceitarem que a escola pudesse fazer esse trabalho, já que, a grande maioria não
se sente preparado para falar sobre isso com os filhos em casa. Então, a educação
sexual nas escolas estava caminhando, até vir essa onda conservadora, no meio
educacional que aumentou, o receio dos professores com relação a possíveis
reações dos pais ao tratarem temas tão importantes, como a diversidade, gênero,
masturbação, aborto e a prevenção a Infecções Sexualmente Transmissíveis
Escola Sem Partido
As crianças tem o dom de nos emudecer com determinadas perguntas. Como falar
de um assunto tão delicado? podemos dizer: “ A camisinha é como se fosse uma meia
para o homem pôr no pênis". Entende? É como se aborda. Para a criança, basta uma
explicação. E ali, você está respondendo a verdade, não uma mentira ou criando uma
situação em que ela percebe que está sendo enrolada. Agindo desta forma, cria-se
uma relação de confiança, visto que, a criança aprende que pode perguntar quando ela
tem um adulto que responde a perguntas com serenidade.
Por outro lado se a criança percebe que foi enrolada com uma
historinha ou é repreendida, o que ela faz? Busca a resposta para
sua dúvida com os amiguinhos, na internet, se expondo a todos a
riscos possíveis, posto que, é exorbitante o número de pedófilos nas
redes sociais esperando apenas uma oportunidades para enganar
nossas crianças.
Cor define sexo?
A primeira grande falha começa aí, no nível de formação inicial de professores. Outro ponto
é que não há políticas públicas de formação continuada, para que os professores
acompanhem o ritmo de discussões e debates que vão surgindo. Imagina que professores
de português, de ciência, de história, tivessem tido uma formação continuada com
conhecimento claro sobre diversidade sexual e identidade de gênero. Provavelmente, hoje,
talvez não estaríamos enfrentando tantos desafios para falar sobre essas questões.
Educadores devem ter esse tipo de
preparação?
Com certeza sim, pois há diferença entre um professor que tem o mínimo de conhecimento
e didática em educação sexual, para aquele que não tem nenhum conhecimento. Situações em
sala de aula, em que um aluno provoca um colega por causa da orientação sexual, o professor
pode lidar de duas maneiras. A mais comum, com o famoso: "Vou chamar o diretor. Você vai ser
encaminhado para a diretoria". Essa é uma reação punitiva, tem um efeito desastroso, e gera um
aprendizado negativo.
A primeira reação do educador em sala de aula, diz muito sobre o quanto ele está preparado
para lidar com questões de gênero e sexualidade, de uma maneira positiva e saudável como,
chamar todos os alunos e explicar que as pessoas são diversas em vários quesitos, desde o corpo,
a cor da pele, a nacionalidade, e que há também diversidade do ponto de vista sexual.
Questionar o que os alunos sabem sobre isso, é dar oportunidade para que entendam o que é a
homossexualidade, que a pessoa não escolhe, que não é uma opção. É uma oportunidade de
aprendizado riquíssima, que muitas vezes se perde por falta de preparo, o que leva apenas para
ações punitivas imediatas sem promover uma mudança de comportamento.
E o que pode acontecer quando a educação
sexual não encontra esse espaço?
Crianças se tornaram adultos que, possivelmente vão vivenciar a sexualidade
de uma forma bastante empobrecida ou negativa. A falta de oportunidade e de
espaço para esse aprendizado, já faz com que muitos jovens cresçam com uma
noção muito empobrecida do que é o sexo e a sexualidade. Então, passam a
associá-lo a vergonha, ao pudor, aquilo que faz escondido porque não se pode falar.
É um retrocesso que, causa até um problema na vida a dois, por ignorância e
desconhecimento, que gera um empobrecimento da vivência sexual
E como isso pode melhorar?
Quando as crianças que estão hoje nos bancos escolares, tiverem professores
que promovam debate, haverá aprendizado positivo em sala de aula. Assim, se
tornaram jovens mais conscientes e responsáveis, depois adultos, pais e mães, que
vão conseguir constituir uma família onde o diálogo aconteça dentro de casa. Só
vamos melhorar, quando tivermos uma educação sexual de base sólida para entender
que esse assunto é natural. O corpo, o sexo, não é tabu. Faz parte de nós, da vida,
das relações humanas. Enquanto esse aprendizado não acontecer nas escolas, o
reflexo em casa e na sociedade será negativo, como vem sendo até agora.
O corpo, sexo, não é tabu. Faz parte de nós, da vida, das
relações humanas. Enquanto esse aprendizado não acontecer
nas escolas, o reflexo em casa e na sociedade será negativo,
como vem sendo até agora.
Educai as crianças e não será necessário
punir os adultos.
Pitágoras
Obrigada!
• Att: Kátia Araújo