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Índice

i. Introdução.................................................................................................................................2

ii. Objectivos.................................................................................................................................3

iii. Metodologia..........................................................................................................................3

1. A contribuição do marxismo para a evolução da historia........................................................4

1.1. Aspectos da Contribuição de Marx à História da Educação.................................................5

iv. Conclusão.............................................................................................................................8

v. Bibliografia...............................................................................................................................9
i. Introdução

O presente trabalho aborda sobre a contribuição do marxismo para a evolução da historia, onde,
o pensamento de Karl Marx (1818-1883) denota uma considerável complexidade. Não é nossa
intenção uma análise profunda do pensamento marxista. Isso demandaria um estudo mais
detalhado. No entanto, buscamos com este trabalho apresentar uma compreensão da concepção
marxista de história. Segundo nosso entendimento, uma das mais significativas contribuições de
Marx ao pensamento contemporâneo se deu na sua forma de compreender a história. Ao lado da
crítica à sociedade capitalista, industrial ou burguesa, está a noção de história em Marx a
iluminar a produção do conhecimento na contemporaneidade. Não podemos deixar de nos referir
ao conceito de ideologia em Marx. Trata-se de uma contribuição original e inédita. Através dessa
nova formulação da noção de ideologia, Marx realiza sua crítica à burguesia e ao capitalismo. A
ideologia, segundo os pressupostos marxistas, nos remete à idéia de consciência, isto é, uma
espécie de concepção de pensamento e da racionalidade. Essas idéias de Marx ofereceram uma
contribuição extraordinária para a filosofia e a educação.

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ii. Objectivos

Geral:

 Conhecer a contribuição do marxismo para a evolução da historia.

Específicos:

 Caracterizar a teoria marxista;


 Analisar a sua contribuição para a historia;
 Analisar a sua contribuição para a historia da educação.
iii. Metodologia

Para a realização deste trabalho, a autora aplicou o método de pesquisa bibliográfica.

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1. A contribuição do marxismo para a evolução da historia

Marx entende a história pela perspectiva da produção material de bens. A análise empreendida
por Marx se volta para a produção material dos bens e dos elementos que lhes envolvem ou
correspondem. A análise marxista se volta para os modos de produção, a realização do trabalho e
as relações econômicas que o envolvem, resgatando tais relações em perspectiva histórica.

A história evolui dialeticamente para Marx. Nessa característica ele é semelhante a Hegel. A
dialética marxista é substancialmente diferente, pelo seu materialismo. A expressão mais plena
da dialética marxista é a luta de classes, que é o “motor” da história. O conflito das classes leva
ao progresso da história, ao seu desenvolvimento. Concebe ainda a história como multifacetada e
não unilinear. Para Marx, a história é entendida de muitas formas, aqui está presente a idéia de
classes, que formam a sociedade, e não segue um curso unilinear e evolutivo. Argumenta Marx
sobre sua concepção de história em “O Dezoito de Brumário de Luiz Bonaparte”:

Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob
circunstãncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente,
ligadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como
um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem empenhados em
revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses
períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxílio os
espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra, as
roupagens, a fim de apresentar a nova cena da história do mundo nesse disfarce
tradicional e nessa linguagem emprestada. (MARX e ENGELS, s./d., vol. 1, p.. 203).

Segundo Marx, a sociedade política deveria ser a expressão da sociedade civil, isto é, das
relações de produção que nela se instalam. Assim critica os traços fundamentais da filosofia do
direito de Hegel.

Marx (2007), em sua obra “A Ideologia Alemã”, desconstrói toda a filosofia da consciência
anterior ao seu tempo, principalmente a hegeliana. Mostra o estado como uma superestrutura,
parte essencial da estrutura econômica. Dessa maneira, o estado escravista garante a dominação
sobre os escravos. O estado feudal garante o predomínio das corporações. O estado capitalista
garante o predomínio das relações de produção capitalistas, e, inclusive, protege-as.

Para Marx, a luta de classes determina, no capitalismo, a necessidade do estado. A classe que
detém a propriedade dos meios de produção deve institucionalizar sua dominação econômica,

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através de organismo de dominação política, jurídica, forças repressivas, de convencimento,
entre outra.

O estado em Marx nasce da luta de classes como um poder concentrado, burocrático. Não existe
uma teoria política marxista do estado. A finalidade de Marx e Engels era acabar com o estado.
Existe sim, uma teoria crítica do estado capitalista. Para Marx, em “A Luta de Classes na França
de 1848 a 1850”:

O desenvolvimento do proletariado industrial tem por condição geral o desenvolvimento


da burguesia industrial, sob cujo domínio adquire ele existência nacional que lhe permite
elevar sua revolução à categoria de revolução nacional, criando meios modernos de
produção, que hão de transformar-se em outros tantos meios para a sua emancipação
revolucionária. Somente o domínio da burguesia industrial extirpa as raízes materiais da
sociedade feudal e prepara o único terreno em que é possível uma revolução proletária.
(MARX e ENGELS, s./d., vol. 1, p.119).

O pensamento de Marx dá muita importância à observação da realidade histórica identificando as


relações de contradição. Essas relações são conflitantes. Assim, a filosofia marxista considera: as
relações sociais, a luta de classes, a práxis e a mudança como condição fundamental para
superação das desigualdades provocadas pelo capital. A luta de classes é marcada pelo embate
entre a classe trabalhadora e a burguesia. Marx defende uma história em movimento, a
transformação da realidade e profundas mudanças sociais. Para que a superação do modo de
produção capitalista aconteça é preciso desmascarar e superar a ideologia burguesa.

Ao conferir um valor significativo à história, o pensamento de Marx entende a experiência a


partir da descrição e classificação da realidade concreta do fenômeno. Há um resgate da estrutura
sócio-econômica. O princípio da realidade é a matéria. A consciência, por sua vez, não é vista
longe do homem histórico e concreto, por isso, ela deve ser crítica e reflexiva.

1.1. Aspectos da Contribuição de Marx à História da Educação

O legado marxista para a história da educação não é fácil de ser examinado. Há uma vasta
produção nesse sentido. Marx foi e ainda é uma influência decisiva para a história da educação.
Apresentaremos o método crítico-dialético como expressão da contribuição de Marx para a
educação. Essa influência marxista pode ser notada nos mais variados campos da educação:
didática, teorias da educação, história, políticas, gestão, avaliação, entre outros.

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Do ponto de vista das teorias da educação, se destaca Demerval Saviani, com sua pedagogia
histórico-crítica. Em sua obra “Pedagogia Histórico-Crítica:Primeiras Aproximações”, Saviani
expõe sua aplicação do pensamento de Marx à educação, em especial, tendo como foco, a
educação brasileira. Sua influência não ficou restrita ao âmbito das teorias da educação ou da
história, logo se espalhou para a didática. Inspirando obras como “O Método Dialético na
Didática”, de Lílian Wachowicz ou “Didática e as Contradições da Prática”, de Pura Martins, e
muitas outras. No prefácio da edição brasileira do livro “Marx e a Pedagogia Moderna”, afirma
Saviani:

A vitalidade do marxismo se expressa não apenas pela persistência dos problemas por ele
formulados, mas também por sua capacidade de exercer a crítica tanto externamente, isto
é, em relação sua à sociedade burguesa à qual se contrapõe, quanto internamente, quer
dizer, em relação às diferentes apropriações de Marx e do marxismo efetuadas por
aqueles que se definem como marxistas. (SAVIANI, 1991, p. X).

O pensamento de Marx teve uma boa repercussão na Itália. Autores como Antonio Gramsci e
Mario Manacorda tomam a filosofia marxista como um referência para os seus trabalhos. Eles
procuram separar Marx e o marxismo. Denominam assim o pensamento de Marx de “marxiano”
e não mais marxista, para afastar sua interpretação das experiências do “materialismo vulgar” ou
do “comunismo real”. No livro de Manacorda “Marx e a Pedagogia Moderna”, existe um
precioso exame da influência de Marx na educação contemporânea. Manacorda toma em análise
as principais teorias pedagógicas contemporâneas e mostra como elas se aproximam ou se
distanciam do pensamento de Marx. Manacorda apresenta também a pedagogia “marxiana”.

Podemos afimar que o tema da educação não é fundamental no pensamento de Marx, isto é, ele
não ocupa o lugar central na obra marxista. A educação não está no mesmo plano que o trabalho,
a ideologia, a consciência, o homem ou a dialética. Os temas da educação e da escola aparecem
em um segundo plano. A escola existe para preparar o proletariado para a revolução, isto é, para
a sua própria emancipação. Essa parece ser a visão defendida por Marx na “Crítica ao Programa
de Gotha”.

A escola seria um instrumento de emancipação do proletariado. Contudo, vale ressaltar que a


revolução, a transformação profunda da sociedade pelos trabalhadores, não é conseguida pelos

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acadêmicos. É pela luta dos trabalhadores que o socialismo será implantado.Nisso tudo a escola
tem um lugar fundamental, como instrumento a serviço da implantação do socialismo.

Outra discussão que podemos fazer é sobre o modelo “comunista” ou “socialista” de educação.
Marx não explicita um modelo especificado de educação. Seu pensamento oferece como que
diretrizes para efetivação de uma escola em perspectiva socialista. Ainda seguindo a reflexão de
Marx na “Crítica ao Programa de Gotha”, há a distinção entre: escola estatal e escola pública.

Para Marx, a escola deve se ver livre da influência burguesa. Desse modo, ela não pode mais
reproduzir a ideologia burguesa, mas buscar os ideais proletários. É preciso dissolver a escola
burguesa e dar lugar a um novo modelo de educação, na perspectiva dos trabalhadores.

Uma coisa é determinar, por meio de uma lei geral, os recursos para as escolas públicas,
as condições de capacitação do pessoal docente, as matérias de ensino, etc, e velar pelo
cumprimento destas prescrições legais mediante inspetores do Estado [...], e outra coisa
completamente diferente é designar o Estado como educador do povo! Longe disto, o que
deve ser feito é subtrair a escola de toda a influência por parte do governo e da Igreja.
(ibid.).

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iv. Conclusão

Marx com sua filosofia produziu uma excelente resposta ao contexto histórico do seu tempo.
Enquadrando-se a características do pensamento filosófico do século XIX. Recebe influência de
Hegel, pensa dialeticamente, tem mentalidade historicista, dá grande importância à história, é
visivelmente empirista e também cientificista. O pensamento de Marx produziu uma louvável
proposta filosófica para as necessidades do seu tempo, influenciado pelo contexto histórico em
que vivia. De forma magistral, Marx expôs a articulação de um sistema de exploração e
dominação que expropria o homem de si mesmo. Apontou para o desmantelamento de uma
propriedade tão fundamental à existência do indivíduo como o seu trabalho, observando a
descaracterização humana da atividade laboral. A usurpação do trabalho pelo capitalismo
transformou o homem em uma “monstruosidade”, sobretudo no contexto de Marx, desprovido de
qualquer expectativa existencial. A atualidade de Marx permanece em nossos dias, mesmo sendo
um pensador do século XIX. O modo de produção capitalista ainda predomina entre nós. A
crítica de Marx é implacável ao capitalismo e, nesse sentido, ainda não superada. Sua dialética
materialista da história é uma grande contribuição à ciência e ao conhecimento. Retirar a história
e o conhecimento da abstração, do mundo das idéias, e colocá-los no concreto da vida é uma
mudança radical.

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v. Bibliografia

CHÂTELET, François (org.). História da Filosofia: Idéias, Doutrinas. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 1982.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 18ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

HOBSBAWN, Eric. Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

MANACORDA, Mario Alighiero. Marx e a Pedagogia Moderna. São Paulo/Campinas:


Cortez/Autores Associados, 1991.

MARTINS, Pura Lúcia. Didática e as Contradições da Prática. Campinas: Papirus, 1998.

MARX, Karl. Crítica do Programa de Gotha. In:______; ENGELS, Friedrich. Obras Escolhidas.
Volume 2. São Paulo: Alfa-Omega, s. d. p.203-234.

MARX, Karl. A Guerra Civil na França. In:______; ENGELS, Friedrich. Obras Escolhidas.
Volume 2. São Paulo: Alfa-Omega, s. d. p.39-103.

MARX, Karl. A Luta de Classes na França de 1848 a 1850. In:______; ENGELS, Friedrich.
Obras Escolhidas. Volume 1. São Paulo: Alfa-Omega, s. d. p. 93-198.

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