Você está na página 1de 35

Ursula K.

Le Guin
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ursula Kroeber Le Guin (Berkeley, 21 de Outubro de


1929 — Portland, 22 de Janeiro de 2018), mais conhecida
Ursula K. Le Guin
como Ursula K. Le Guin, foi uma escritora, ficcionista,
tradutora, poetisa, ensaísta e editora literária estadunidense.
Em seus mais de cinquenta anos de carreira profissional,
Le Guin publicou mais de cem obras, entre mais de
cinquenta romances[1] e dezenas de contos,[1] ensaios e
poemas.[2] Seus trabalhos constantemente orbitam o
gênero da ficção em seus mais diversos contextos e
nuances, incluindo obras renomadas[3][4] de ficção
científica e de fantasia. A maioria de seus textos são
ambientados em mundos alternativos e/ou secundários, e
abordam questões complexas ligadas à política, filosofia,
psicologia, etnografia, biologia, religião, antropologia e
sexualidade e gênero. Em última análise, sua obra está
repleta de referências às convicções feministas, anarquistas
e taoístas da autora.[5][6][7][8]

Aclamada pela crítica especializada, a carreira de Le Guin


está entre as mais premiadas da história da literatura norte-
americana,[9][10] tendo a autora, em vida, ganho múltiplos
prêmios, dentro e fora dos Estados Unidos por obras
específicas, e em décadas recentes, pelo conjunto de sua Nome nativo Ursula Kroeber Le Guin
obra e o impacto contínuo desta.[11][12] Em 2016, Le Nascimento 21 de outubro de 1929
Guin foi descrita pelo The New York Times como "a maior Berkeley, Califórnia,
escritora viva de ficção científica dos Estados Unidos",[12] Estados Unidos
e não obstante, a autora foi por vezes aclamada como uma Morte 22 de janeiro de 2018 (88 anos)
"lenda viva" nos últimos anos de sua vida e Portland, Oregon,
Estados Unidos
carreira.[13][14]
Residência Berkeley, Portland
Cidadania Estados Unidos
Índice Progenitores Mãe:Theodora Kroeber
Pai:Alfred Louis Kroeber
Biografia Cônjuge Charles Le Guin
Nascimento e família
Filho(s) Elisabeth · Caroline · Theodore
Infância e educação
Casamento Irmão(s) Karl Kroeber

Início da carreira Alma mater Faculdade Radcliffe


Universidade Columbia
Sucesso literário
Ocupação Escritora
Últimos anos
Falecimento Período de c. 1959–2018
atividade
Carreira literária
Antecedentes Prêmios Prêmio Prometheus na
categoria Hall of Fame, Grand
Início Prix de l'Imaginaire, prêmio
Década de 1950 Hugo de Melhor Conto, Prêmio
Hugo de melhor relato, Prêmio
Década de 1960 Prometheus, Prémio
Rocannon's World, Planet of Exile e City PEN/Malamud, Otherwise
of Illusions Award, Prêmio Locus de Melhor
Conto, Otherwise Award,
A Wizard of Earthsea Prêmio Locus de Melhor Conto,
The Left Hand of Darkness Prêmio Locus de Melhor Conto,
prêmio Hugo de Melhor
Década de 1970 Romance, prêmio Hugo de
The Tombs of Atuan Melhor Romance, Prêmio Locus
de Melhor Romance de Ficção
The Lathe of Heaven Científica, Prêmio Nebula de
The Dispossessed Melhor Romance, Prêmio
Nebula de Melhor Romance,
Década de 1980 Prêmio Nebula de Melhor
Década de 1990 Romance, Prêmio Pilgrim,
Prêmio Nebula de Melhor
Década de 2000 e últimos anos Romance, Prêmio Hugo de
Temas e influências Melhor Curto Romance, Prêmio
Grão-Mestre Damon Knight
Temas Memorial, Prêmio Nebula de
Influências Melhor Novela, Prêmio Nebula
de Melhor Conto, Medalha
Adaptações Newbery, Prêmio World
Fantasy de Melhor Romance,
Premiações Lenda Viva da Biblioteca do
Congresso, Programa Fulbright,
Bibliografia selecionada Otherwise Award, Hall da Fama
Referências de Ficção Científica e Fantasia
Empregador Universidade de Oregon
Gênero Ficção científica · Fantasia ·
Biografia literário Poesia · Ensaio
Magnum Terramar, The Left Hand of
opus Darkness
Nascimento e família Religião ateísmo

Registrada como Ursula Kroeber, a escritora nasceu em Causa da ataque cardíaco


morte
Berkeley, a 17 km de São Francisco na Califórnia, em 21
de outubro de 1929. Era a caçula de quatro irmãos, e a Página oficial
única filha do casal de proeminentes antropólogos Alfred https://www.ursulakleguin.com
L. Kroeber (1876-1960) e Theodora Kracow-Kroeber Assinatura
(1897-1979), ambos professores universitários e ativistas
sociais, sendo que sua mãe ainda era escritora e poetisa. [[File: |frameless]]
Ursula possuía dois meio-irmãos mais velhos, Theodore
(1921-2015) e Clifton (1923-2005), frutos do primeiro [edite no Wikidata]
casamento de sua mãe (e posteriormente adotados por seu
pai), e um irmão mais velho, Karl Kroeber (1926-2009). A
autora possuía ascendência alemã por parte de pai e polonesa e inglesa por parte de mãe. Boa parte de sua
família materna era do Colorado, enquanto sua família paterna, desde que seu avô havia imigrado da Prússia
para os Estados Unidos nos anos 1840, havia se estabelecido entre Nova Iorque e Nova Jersey. Quando
nasceu, em 1929, haviam se completado doze anos que seu pai, Alfred Kroeber, publicou sua mais importante
obra, The Superorganic, que lançou as bases para a antropologia moderna.[15]

Infância e educação
Oriunda de uma família de classe média, Ursula foi criada em
diversos ambientes estimulantes e dinâmicos. Seus pais a
acostumaram desde cedo a observar e a aprender com os diversos
grupos acadêmicos e círculos literários dos quais participavam. Nos
anos 1930, durante a infância da autora, Alfred e Theodora tinham
grande influência nas diversas sociedades de pesquisa e discussão que
orbitavam o corpo docente da Universidade da Califórnia em
Berkeley, do qual os dois eram membros atuantes. Na época, o
universo de amigos e contatos do casal era amplo, e incluía desde Vista de Berkeley, na Califórnia,
outros nomes do meio acadêmico, como Robert Oppenheimer — que Estados Unidos, em 2012, cidade
inclusive, serviria mais tarde como inspiração para a autora ao criar natal de Le Guin.
Shevek, protagonista de The Dispossessed [16] —, até líderes de
comunidades indígenas do país, cuja causa era uma das principais bandeiras do trabalho universitário dos dois.
Mesmo durante a Grande Depressão americana, o padrão de vida da família de Ursula não sofreu grandes
abalos. Sobre sua criação, Ursula escreveu em seu site: "Fui criada para pensar, questionar e aproveitar [a
vida]",[17] e sobre o fato de ter sido a única menina entre quatro filhos, ela afirmou: "Todos em minha família
ficaram felizes por eu ser uma menina, o que fez com que eu me tornasse uma mulher feliz,
eventualmente".[17] A autora cresceu apegada não somente à seus pais, mas à muitos de seus amigos que
frequentavam regularmente a casa da família. Ela também desenvolveu uma relação bastante próxima com
seus irmãos mais velhos, e, em especial, com uma de suas tias-avós, Elizabeth Johnson-Buck (1877-1946),
irmã de sua avó materna Phebe "Phebe Ann" Kraków (1864-1949) que ajudou a cria-la e a quem a autora
considerava sua "segunda mãe".[17]

Ao longo de sua infância, a família de Ursula vivia na cidade de


Berkeley durante o período do ano letivo, quando seus pais
lecionavam na Universidade da Califórnia em Berkeley, e passava os
verões em um rancho na região do Vale de Napa, no condado
homônimo, ao norte da baía de São Francisco. Esta última servia
como um "ponto de encontro" em especial para o amplo círculo de
amigos e colegas de seus pais.[18]

Leitora ávida desde cedo, outro dos hábitos incutidos por seus pais,
O Vale de Napa, situado no condado
eles próprios leitores inveterados, Ursula e seus irmãos cresceram
homônimo ao norte da Baía de São
entre livros. Tanto a casa de sua família em Berkeley quanto a do Vale
Francisco, na Califórnia, onde Ursula
de Napa eram repletas de livros. Foi nessa época que Ursula teve o
e sua família sempre passavam as
primeiro contato com obras clássicas, tendo a autora crescido lendo férias de verão e que inspirou
livros como O Livro da Selva, de Rudyard Kipling, Alice no País das algumas das primeiras histórias da
Maravilhas, de Lewis Carroll e O Vento nos Salgueiros, de Kenneth autora.
Grahame. Segundo a autora, durante a infância, diferentemente de
muitas crianças de sua geração, seus pais nunca a proibiram de ler
qualquer coisa, e ao invés disso, ela tinha amplo acesso à vasta biblioteca da família, e era autorizada a ler
“qualquer coisa que conseguisse entender, e lidar com o que não conseguia”. Sobre seus livros de sua infância,
Ursula afirmou: “Quando criança eu fui uma daquelas crianças que vivem com o nariz enfiado nos livros, nos
cantos. Livros sempre foram muito importantes para mim. Há alguns livros que eu lia quando criança e eu
continuo a reler. Um deles é ‘’Alice no País das Maravilhas’’. Como muitas das grandes fantasias, não importa
quantos anos você tenha quando leu; simplesmente não importa. Você se encanta tem nove anos ou noventa”.
Mais tarde, a partir de sua adolescência, ela foi apresentada por seus pais e membros de seu círculo de amigos
às obras mais adultas, de grandes nomes da literatura vitoriana e aos romances clássicos da Literatura francesa
e americana do século XIX. Ademais, a autora teve a oportunidade de conhecer obras populares na época de
ficção fantástica, como The Worm Ouroboros, de E. R. Eddison e O Hobbit, de J. R. R. Tolkien na época em
sua primeira edição americana, publicado nos Estados Unidos pela primeira vez em 1938 pela editora
Houghton Mifflin de Boston. Também nessa mesma época, entre o fim dos anos 1930 e início dos anos 1940,
Ursula descobriu alguns dos primeiros romances de ficção científica propriamente dita que leu, tendo contato
com revistas pulp, bastante populares no período, durante a pré-era de ouro da literatura de ficção científica.
Entre elas, a Astounding Science Fiction, para a qual ela enviou pela primeira vez uma história de ficção de
sua autoria, aos onze anos de idade em 1941.

Assim como seu irmão Karl, Ursula foi alfabetizada em casa por sua mãe e sua tia-avó Elizabeth, e apenas
depois ela foi enviada para escolas primárias padrão. Segundo a autora, foram a partir dessas primeiras noções
de escrita em casa por volta dos cinco anos que foi incutido nela o desejo de ser escritora.[19] Ursula foi
enviada por seus pais para escolas primárias padrão apenas durante sua segunda infância, tendo ela
frequentado escolas públicas do condado de Alameda por quase toda a infância e adolescência. E, embora a
criação de seus pais tenha sido encorajadora e estimulante, e eles tenham proporcionado uma boa educação
formal tanto para ela quanto para seus irmãos, Ursula foi uma tanto uma criança quanto uma adolescente
tímida. De fato, quando criança e adolescente, a autora possuía um círculo de amizades muito restrito, com
poucos amigos de sua idade, encontrando mais facilidade em se aproximar de pessoas mais velhas,
especialmente dos amigos e colegas acadêmicos de seus pais. Embora fosse uma aluna aplicada, com interesse
maior em matérias como História, Literatura e Biologia, Ursula apresentava grande dificuldade em outras
como Matemática e Física.[20] De fato, a autora diria mais tarde que "apenas começaria a gostar [do ambiente
de sala de aula enquanto aluna] quando ingressei na faculdade", aos dezoito anos.

Ursula frequentou a Berkeley High School durante o ensino médio,


entre 1944 e 1946. Por um breve período, Philip K. Dick (1928-1982)
foi seu colega de classe,[21] quando ambos ainda eram desconhecidos
e eles não tenham estabelecido qualquer tipo de relação de
proximidade. Segundo a autora, frequentar o ensino médio foi
especialmente difícil para ela psicologicamente, definindo-a como
"três anos de tortura social",[17] ou "um exílio na Sibéria dos
costumes adolescentes".[13] Na época, Ursula costumava "refugiar-
se" do ambiente de constante pressão social daquele meio visitando a
principal biblioteca pública de Berkeley, situada a poucos quadras de Fachada da Berkeley High School,
sua escola, aonde passava os intervalos e o horário do almoço lendo em Berkeley.
clássicos como as obras de Liev Tolstói, Thomas Hardy e Ivan
Turgenev.[13]

De 1942 a 1945, todos os seus três irmãos serviram na Europa durante a Segunda Guerra Mundial,[17] e de
acordo com Ursula em seu site, o período durante as férias de verão em que apenas ela e seus pais passavam
no rancho da família no Vale de Napa foram bastante solitários: "aqueles verões foram de silêncio e solidão,
uma adolescente vagando pelos morros sem companhia, 'sem nada para fazer', o que me marcou
profundamente. Creio que comecei a estabelecer meu ser ali".[17] Ursula ingressou na universidade logo após
o fim da Segunda Guerra Mundial, a partir de 1947, aos dezoito anos. Ela foi admitida na Radcliffe
College,[22] aonde cursou Literatura Italiana e Francesa Renascentista. Na época, ela se mudou da Califórnia
para Cambridge, Massachusetts para frequentar a Radcliffe. Anne McCaffrey (1926-2011), que também se
tornaria uma escritora de fantasia e ficção científica de sucesso nas décadas seguintes, também frequentou a
Faculdade de Estudos Literários da Radcliffe College por volta da mesma época.

Ursula se graduou com honras em 1951, aos vinte e dois anos, fazendo a extensão de sua formação no ano
letivo de 1951/1952 na Universidade Columbia, em Nova York, especializando-se em Literatura Francesa e
Italiana e iniciando seu doutorado sobre a obra do poeta renascentista francês Jean Lemaire de Belges[20] logo
depois. Em 1953, conseguiu admissão no Fulbright–Hays Program, um programa do governo estadunidense
que oferecia bolsas de especialização acadêmica no exterior, e que a permitiu continuar as pesquisas para seu
doutorado, por um período de quinze meses na França, entre 1953 e 1954.[22][16]
Casamento

Durante sua viagem para a Europa a bordo do transatlântico RMS Queen Mary na primavera de 1953, Ursula
conheceu seu futuro marido, o professor de inglês e historiador franco-estunidense Charles Le Guin
(1920-),[23] que estava à caminho da França para finalizar seu próprio doutorado sobre a Revolução Francesa.
Eles se tornaram noivos apenas duas semanas depois de se conhecerem, logo que aportaram na Europa, e se
casaram em Paris poucos meses depois, em dezembro do mesmo ano,[24] retornando aos Estados Unidos em
maio de 1954. Na época, a autora decidiu interromper as pesquisas de seu doutorado,[20] preferindo
acompanhar o marido na volta da Europa para os Estados Unidos. O casal inicialmente se estabeleceu em
Boston, Massachusetts, depois se mudando, ainda 1954, para Atlanta, na Georgia. Embora planejasse na
época retomar seus estudos futuramente, Ursula nunca completou seu doutorado. Mais tarde, contudo, ela
licenciou-se como professora de francês em 1957 pela Mercer College da Universidade de Idaho.[22]

Por volta da mesma época, com a interrupção de seu doutorado, Ursula começou a considerar seriamente uma
carreira literária, seu sonho desde a infância. Ela começou a enviar com regularidade para editoras e submeter
à seus editores alguns de seus primeiros manuscritos, embora sem sucesso em um primeiro momento.
Inicialmente, ela conseguiu publicar somente poesias,[20] e apenas de modo ocasional entre o fim dos anos
1950 e início dos anos 1960, por editoras pequenas e tiragens curtas, sem impacto entre o público e a crítica.
Nos finais de 1955, por indicação de um dos amigos ingleses de seu pai, Ursula descobriu O Senhor dos
Anéis, de Tolkien, então recém-lançado, que leu e que impactaria enormemente sua obra posterior. No início
de 1956, seu marido, Charles Le Guin conseguiu seu doutorado em História pela Universidade Emory de
Atlanta.[25] Ainda naquele ano, o casal mudou-se para a cidade de Moscow, no estado de Idaho, no noroeste
dos Estados Unidos, perto da fronteira com o Canadá, uma vez que Charles havia aceitado uma vaga para
lecionar na Universidade de Idaho, situada na cidade. Na época, Ursula passou a trabalhar como secretária
bilíngue para a instituição, a fim de incrementar a renda da família já que as poesias que lançava
ocasionalmente não garantiam praticamente nenhum retorno financeiro concreto. Na mesma época, entre o
último semestre de 1956 e o início de 1957, licenciou-se como professora de francês pela Mercer College da
Universidade de Idaho, formando-se em fevereiro de 1957 e logo depois começou a dar aulas particulares para
estudantes universitários.

Por volta da mesma época, Ursula engravidou pela primeira vez, e a primeira filha dela e de Charles, Elizabeth
(1957-), nasceu em Moscow, Idaho, no último semestre daquele ano, pouco antes da autora completar vinte e
oito anos, batizada em homenagem a tia-avó que havia ajudado a cria-la. Na primavera de 1958, Charles
aceitou um convite para lecionar história europeia na Universidade do Estado do Oregon, e Ursula e sua
família se mudaram para Portland[26] no novembro daquele ano. A autora viveria na cidade, com exceção de
alguns períodos residindo na região da Baía de San Francisco, até o fim de sua vida, por quase sessenta anos
entre 1958 e 2018.[27]

Ursula continuou a trabalhar como professora particular de francês, a escrever em meio período e a,
ocasionalmente, enviar seus trabalhos para editoras. Em 1959, ano em que a autora completou trinta anos, a
segunda filha do casal, Caroline (1959-), nasceu em Portland[27] Em 1960 seu pai, o renomado antropólogo
Alfred Kroeber, faleceu em Paris, aos oitenta e quatro anos.

Início da carreira

Em 1961, pela primeira vez um conto de sua autoria, intitulado "An die Musik", foi aceito para publicação,
lançando na revista The Western Humanities Review na edição de junho daquele ano[28]. A história, a primeira
escrita dentro do país ficcional de Orsinia, depois seria reunida com outros contos do mesmo universo na
coletânea Orsinian Tales, de 1976. De fato, foi a partir do início dos anos 1960 que sua carreira literária
deslanchou, se estabelecendo com seus contos em revistas especializadas variadas e com a publicação de
alguns de seus primeiros romances. Por volta da mesma época, a carreira de sua mãe, Theodora Kroeber,
como escritora consolidou-se. Recém-viúva de seu pai e professora emérita de antropologia da Universidade
de Berkeley, ela lançou, em 1961, Ishi in Two Worlds: a biography of the last wild Indian in North America, a
biografia do último nativo-estadunidense conhecido da etnia yahi Ishi (?-1916), que na década de 1910 teve
seus depoimentos e história de vida registrados pelo futuro marido de Theodora e pai de Ursula, Alfred
Kroeber. A história de Ishi, mesmo após sua morte, continuou a despertar o interesse dentro e fora do meio
acadêmico dos Estados Unidos, e, quando lançado, a biografia de Theodora foi aclamada pela crítica.

Nessa época, segunda metade dos anos 1960, a autora descobriu o taoísmo e seu interesse por essa tradição
filosófica e religiosa acabou por influenciar quase todo seu trabalho e sua vida posterior. Por volta dos anos
1970, ela adotaria o taoísmo como sua filosofia pessoal. Não obstante, o período entre a segunda metade dos
anos 1960 e a primeira dos anos 1970 foi o mais criativo e produtivo de sua carreira. Finalmente em 1966,
Ursula finalmente conseguiu lançar seu primeiro romance, Rocannon's World uma obra de ficção científica
pela editora Ace Books de Nova York. Rocannon's World foi tanto a estreia da autora no mercado de
romances quanto o primeiro romance publicado de sua extensa série de ficção científica Ciclo Hainish, da qual
alguns de seus trabalhos posteriores mais famosos, já como uma escritora de renome, como A Mão Esquerda
da Escuridão (1969) e Os Despossuídos (1974) também fariam parte. Ursula escreveu Rocannon's World em
diferentes períodos entre 1964 e 1965, enquanto estava grávida de seu terceiro e único filho, Theodore
(1964-).[16]

Já em 1968, Ursula lançou pela Parnassus Books de Berkeley, uma editora de pequeno porte que então
publicava os livros de sua mãe, o romance A Wizard of Earthsea (em Portugal, publicado com o título de "O
Feiticeiro e a Sombra", e no Brasil, como "O Mago de Terramar" ou "O Feiticeiro de Terramar"), sua primeira
obra de fantasia publicada e também seu primeiro trabalho direcionado para o público infanto-juvenil. O
lançamento foi um marco em sua carreira e se tornou igualmente um marco para a própria literatura de fantasia
ao inovar em diversos conceitos e temas que em décadas posteriores seriam utilizados à exaustão dentro do
gênero, incluindo na série bestseller mundial Harry Potter (1997-2007), de J. K. Rowling (1965-).

Sucesso literário

Contudo, apenas no ano seguinte, com o romance The Left Hand of Darkness (publicado tanto no Brasil como
em Portugal sob o título literal "A Mão Esquerda da Escuridão") que Ursula conseguiu atenção maciça do
público, e em especial, a aclamação da crítica especializada,[29] algo que seria recorrente em sua carreira
posterior. Foi a primeira obra de ficção científica da autora a entrar para a lista de best-sellers do mercado
literário norte-americano, ainda em 1969, mesmo ano em que a autora completou quarenta anos. O sucesso da
obra também permitiu que Ursula deixasse o emprego de professora de francês e se tornasse escritora em
tempo integral. Na época, The Left Hand of Darkness ajudou a consolidou a carreira literária de Le Guin,[16]
ao mesmo tempo em que sedimentou e popularizou o movimento new wave de ficção científica — no qual a
autora se estabeleceu desde seus primeiros trabalhos no gênero —, ao lado de obras do mesmo período como
Duna (1965), de Frank Herbert (1920-1986), e Um Estranho Numa Terra Estranha (1961), de Robert A.
Heinlein (1907-1988). Não obstante, a obra de Ursula inovou dentro do movimento e do próprio gênero de
ficção científica, ao adicionar temas como feminismo e identidade de gênero em sua ficção.[30][31] No período,
The Left Hand of Darkness foi rapidamente adotado pela contracultura, se tornando bastante popular entre os
jovens do movimento hippie, algo que se repetiria em todos suas publicações posteriores durante os anos 1970.
Ainda no ano de 1970, a atenção que a obra recebeu refletiu em suas várias indicações para prêmios literários
especializados, dentro e fora dos Estados Unidos. De fato, na época, ganhou os dois principais dentro da
literatura de ficção científica norte-americana, o Nebula, da Science Fiction Writers of America, e o
Hugo.[32][20][33] O sucesso da obra, inclusive, permitiu a Le Guin largar o emprego como professora de
francês para se tornar escritora em tempo integral. Ainda em 1970, a mãe de Ursula, Theodora, viúva de seu
pai desde 1960, casou-se com John Quinn.
No entanto, apesar do sucesso crescente e da correspondente consolidação de sua carreira literária, Ursula
enfrentou longos períodos de depressão entre o fim dos anos 60 e início dos anos 70,[13] acerca da qual,
contudo, nunca revelou maiores detalhes. Em uma entrevista para a revista The New Yorker em 2016, a autora
falou sobre esse período brevemente, descrevendo-o como "momentos de escuridão que eu tive de aprender a
enfrentar".[13]

Ela, todavia, continuou a escrever, e entre 1970 e 1971, a autora


lançou na revista de ficção científica Amazing Stories, em diferentes
partes seriadas, a ficção científica distópica The Lathe of Heaven
(publicada no Brasil e em Portugal como "O Tormento dos Céus"),
depois reunidas no romance homônimo publicado em 1971 pela
editora Avon Books. Sem relação com o Ciclo Hainish, a obra
igualmente bem recebida pela crítica e pelo público, ganhando o
Locus Award[34] de Melhor Romance de 1972 e tendo sido indicada
(e estado entre os finalistas) tanto para o Nebula de Melhor Romance
de 1971,[35] quanto para o Hugo de Melhor Romance, de 1972.[36]

Ursula voltaria a ganhar ambos os prêmios Hugo e Nebula[37] com o


romance The Dispossessed (publicado em Portugal como "Os
Despojados" e no Brasil como "Os Despossuídos"), publicado em
1974. Situado no universo do Ciclo Hainish e The Left Hand of
Darkness, a obra dava vazão aos ideais anarquistas de Le Guin como
nenhum outro trabalho seu publicado até então, e aproxima-se do
subgênero da ficção científica utópica, em oposição a The Lathe of Capa da revista Amazing Stories,
Heaven, uma ficção científica distópica. Na época, foi tão bem aonde Le Guin publicou The Lathe of
acolhido pelo público e pela crítica quanto The Left Hand of Heaven pela primeira vez em partes
seriadas no início dos anos 1970.
Darkness, entrando para as principais listas de best-sellers dos Estados
Unidos e da Grã-Bretanha ainda em 1974. Não obstante, além do
Nebula, de 1974 e o Hugo, de 1975 — fazendo então Ursula o primeiro nome da literatura de ficção científica
a ser indicado e premiado com os dois principais prêmios do meio[38] — ganhou também o Locus Award[39] e
o John W. Campbell Memorial Award,[39] ambos de 1975. Por volta da mesma época, a autora buscou
aprofundar a visão feminista em sua obra,[13] ao mesmo tempo em que manteve esforços para consolidar suas
próprias crenças taoístas.

Em 1979, a mãe da autora, Theodora Krakow-Quinn, faleceu aos oitenta e dois anos de idade.

O telefilme The Lathe of Heaven, com o ator Bruce Davison no papel principal de George Orr, foi ao ar no
canal PBS pela primeira vez em 9 de janeiro de 1980.[40] A autora, seu marido, Charles e o filho deles,
Theodore, então com quinze anos, aparecem em uma cena em que o protagonista, George, e a oficial Heather
almoçam em um refeitório. Uma década depois, Ursula relataria sua experiência com o projeto no ensaio
Working on 'The Lathe', publicado na antologia de não-ficção Dancing at the Edge of the World: Thoughts on
Words, Women, Places de 1989.[41]

Ao longo da primeira metade da década de 1980, Le Guin continuaria a trabalhar ocasionalmente com roteiros
de cinema e televisão. Foi também a partir desse período que as obras de Ursula começaram de fato a
transitarem entre a ficção popular e a ficção realista, quando ela começou a flertar com subgêneros ficcionais
como o realismo mágico e o pós-mordenismo.[13] Na primavera de 1983, a autora foi convidada para discursar
na festa de formatura da Mills College, de Oakland, na Califórnia, Estados Unidos, em uma fala que depois se
tornaria célebre sob o título de A Left-Handed Commencement Address, e que seria transcrita e publicada em
Dancing at the Edge of the World (1989). Em 1984, Le Guin juntou-se a Ken Kesey, William Stafford e Brian
Booth, entre outros nomes, na fundação Oregon Institute of Literary Arts, depois renomeada para Literary Arts
in Portland.[42] No ano seguinte, a autora colaboraria com o músico inglês David Bedford no libretto da ópera
Rigel 9, inspirada em space operas e na literatura de ficção
científica,[43] que seria apresentada nos circuitos de Londres a partir
da primavera de 1986. Em 1990, Ursula retornaria ao universo de
Terramar publicando o volume Tehanu, dezoito anos depois do
lançamento de The Farthest Shore, em 1972[44]

Últimos anos

Em 2000, Le Guin lançou o último volume publicado do Ciclo


Hainish, The Telling.

Em 2003, Le Guin foi eleita Grã-Mestre de Ficção Científica da


Ursula ao lado do escritor Harlan
Science Fiction and Fantasy Writers of America (SFWA), um dos
Ellison na convenção de ficção
primeiros nomes a ser eleito para o hall de grã-mestres da entidade e a
científica e fantasia Westcon, em
primeira mulher.[45] Em 2004, publicou Gifts, o primeiro volume da Portland, Oregon, EUA, em 1984.
série de alta fantasia Annals of the Western Shore, sua última série
literária inédita lançada em vida,[46][47] e em 2008, lançou Lavinia,
seu último romance publicado.[48]

Em 2009, mesmo ano em que Le Guin completou oitenta anos, a


autora se desassociou da Authors Guild, a principal organização de
autores de livros dos Estados Unidos, em protesto ao apoio da
entidade ao Google Books, programa de digitalização de obras
literárias lançado naquele ano pela Google. Em sua carta de
desassociação, ela escreveu: "Há princípios envolvidos, acima de
tudo, o conceito de direitos autorais, e estes vocês acharam por bem
abandonar em favor a uma corporação, nos termos dela, sem
lutar"[49][50]

Ainda a partir de 2009, Le Guin juntou-se a cineasta e documentarista


Arwen Curry para um documentário sobre a vida e a obra da autora,
intitulado The Worlds of Ursula K. Le Guin ("Os Mundos de Ursula
K. Le Guin"), foi lançado.[51] Entre 2009 e 2016, Curry sua equipe
acompanharam a rotina de Ursula, gravando para o projeto dezenas Ursula Le Guin em 2004.
de entrevistas e sequências com a própria Le Guin, seus familiares,
amigos, fãs e vários outros escritores e artistas influenciados por sua obra.

Em 2014, a autora foi prestigiada com a Medalha da National Book Foundation por sua distinguível
contribuição para as letras estadunidenses,[52] numa cerimônia apresentada pelo autor britânico Neil Gaiman.

Em 2015, a autora criticou a empresa de comércio eletrônico Amazon.com e sua crescente influência no
mercado editorial dos Estados Unidos e entre o público leitor estadunidense, especialmente entre os jovens[53]
Em um texto publicado no site Book View Cafe, Le Guin criticou principalmente o "ideal de livro da Amazon
como uma commodity apresentável, um produto comercial".[54]

No final de 2015, o documentário sobre a vida e a obra da autora, então em fase de finalização, ganhou o
National Endowment for the Humanities, um programa financeiro do governo estadunidense para o incentivo
da cultura no país.[51][55] E, no início de 2016, uma campanha de financiamento coletivo pelo site Kickstarter
para custer a finalização do documentário, foi lançado, atingindo sua meta online ainda naquele ano. A data de
lançamento de The Worlds of Ursula K. Le Guin está prevista para junho de 2018, no Sheffield Documentary
Festival, em Sheffield, no Reino Unido.
Entre 2015 e 2016, Ursula criticou publicamente as ações da milícia
armada autointitulada Right-Winged Loonybirds que atuava invadindo
reservas florestais no estado do Oregon, e a ineficácia do FBI em
contê-la.[56][13]

Desde o início dos anos 2000, Ursula dividia sua rotina entre sua casa
em Portland, e a casa de veraneio de sua família na cidade de Cannon
Beach, no litoral norte do Oregon,[13] aonde sempre passava os
verões e as primaveras com seu marido Charles, os filhos e netos.

Falecimento

Mesmo com a idade avançada e problemas de saúde crescentes, em


seus últimos anos de vida Ursula ainda participava frequentemente de
encontros com fãs e entrega de prêmios, embora apenas aceitasse
convites para eventos na região de sua cidade de residência, Portland
Ursula lendo excerto de Lavinia em
ou em áreas próximas do estado do Oregon ou através de livraria de Danville, Califórnia, em
videoconferência, por não estar mais em condições de fazer longas junho de 2008.
viagens. Ela também dedicava-se com regularidade a gravação de um
documentário sobre sua vida e carreira, o Worlds of Ursula K. Le
Guin e com frequência regulava decisões acerca de sua obra nos
Estados Unidos e no exterior, e ocasionalmente ainda emprestava sua
influência para causas sociais ou políticas. Faleceu em 22 de janeiro
de 2018, em sua casa em Portland, Oregon, Estados Unidos, aos
oitenta e oito anos.[57][58][59][60][61] A causa de seu falecimento não
foi divulgado, mas seu filho, Theodore Le Guin, afirmou à imprensa
que a autora esteve com a saúde debilitada ao longo de meses[57]
antes de vir a falecer.

Vista de praia em Cannon Beach,


Carreira literária Oregon, aonde a autora costumava
passar parte do ano com sua família.

Antecedentes

Ursula K. Le Guin escreveu suas primeiras histórias ainda durante a primeira infância. Segundo a própria
autora, o desejo particular de ser escritora foi incutida nela assim que aprender a escrever, a partir dos cinco
anos de idade.[19]

Ainda de acordo com Le Guin, seus pais a encorajaram desde o princípio, embora não de modo a fazer alarde
de seu desejo ou de seus primeiros escritos, e ao invés disso "no sentido acreditarem que isso (talento e o
desejo para escrever) é um dom tanto quanto uma obrigação: algo que é dado para você trabalhar por e
trabalhar para. E esse é o trabalho mais gratificante de todos"[62]

A autora, a única menina entre quatro irmãos, cresceu em um ambiente absolutamente masculino e segundo a
própria, essa supremacia "contaminou" alguns de seus primeiros trabalhos, ainda que de modo
inconsciente.[62] Contudo, ainda de acordo com Ursula, seus pais, especialmente sua mãe (tendo a própria
Theodora crescido em um ambiente masculinizado), sempre se esforçaram para que ela nunca se sentisse
menosprezada e "nunca fizeram com que eu sentisse que esperavam menos de mim em relação à meus irmãos,
ou que qualquer caminho, intelectual ou artístico, estava fechado para mim por eu ser uma menina".[62]
O primeiro contato da autora com o mercado editorial se deu
precocemente, aos onze anos na primavera de 1941. Na época, com a
ajuda de seu irmão Theodore, ela enviou uma história de ficção
científica de sua autoria para a revista pulp Astounding Science
Fiction,[63] bastante popular nos Estados Unidos entre o fim dos anos
1930 e início dos anos 1940. Leitora assídua da publicação, assim que
completou a história, que envolvia uma máquina do tempo e a origem
da vida,[63] a autora a considerou "melhor do que muito do material"
lançado pela Astouding na época, e pediu ajuda de seu irmão para
enviá-la pelo correio. Ela foi educadamente rejeitada, e devolvida
algumas semanas depois com uma carta de incentivo do editor da
revista.[63] Em retrospecto, Ursula sempre considerou o episódio
como tendo sido essencial para que ela aprofundasse sua relação com
a escrita, e encarasse, ao longo de sua adolescência, o ofício de
escritora com mais seriedade. Sobre isso, ela disse em uma entrevista
em 2008: "Se eu demorei mais uns dez anos para voltar a tentar
publicar profissionalmente, não foi porquê falhei em minha primeira
tentativa, mas sim porquê eu adquiri consciência do que eu tinha que Capa da edição de março de 1933 da
aprender para escrever da maneira que eu queria escrever".[64] Astounding Science Fiction.

Pouco após o fim da Segunda Guerra, aos dezesseis anos em junho de


1946, a autora deixou a Berkeley High School. Ela seguira escrevendo por toda sua adolescência, e na época,
ao formar-se no ensino médio, seu desejo de se seguir uma carreira de escritora profissional, em tempo
integral, permanecia intacto. No entanto, a pressão para frequentar uma faculdade, e obter uma formação
universitária padrão, fez Ursula ingressar aos dezoito anos em 1947 na Radcliffe College, uma instituição
exclusiva para mulheres em Cambridge, Massachusetts. Na Radcliffe, a autora cursou literatura renascentista
francesa e italiana, e tenha seguido escrevendo, embora sem conseguir ser publicada.

Início

Década de 1950

Embora escrevesse desde a adolescência tanto em verso como em prosa, entre poesias, contos e romances,
inicialmente apenas suas poesias conseguiram ser publicadas. De fato, Le Guin escreveu um total de cinco
romances ao longo dos anos 1950[65] bem como dezenas de contos e centenas de poesias, e embora ela os
enviasse constantemente para a avaliação de editoras de várias partes dos Estados Unidos, especializadas na
publicação em diferentes gêneros, seus manuscritos eram seguidamente rejeitados. Na época, a principal
justificativa dada por diferentes editoras para a rejeição de seu trabalho era a de que este era inacessível ao
público,[65] e não se estabelecia propriamente em nenhum gênero de modo claro. Entre as editoras que
recusaram os trabalhos da autora estavam a Alfred A. Knopf, cujo editor Alfred A. Knopf Sr. (1892-1984) era
amigo de sua família (para o qual a autora enviou seus trabalhos anonimamente).[66] Sobre esses
acontecimentos, Le Guin afirmou, em uma entrevista em 2011: "Eu não sei quantas vezes foi me dito que eu
escrevia bem, mas "nós não temos certeza do que você está pretendendo" (ao escrever essas histórias)". E ela
sempre atrelou esse insucesso inicial ao fato de ser uma mulher escrevendo ficção popular. Sobre isso, a autora
afirmou, em 2014: "Quando eu comecei a escrever, a concepção comum na [literatura de] ficção era a de que
homens estão no centro de tudo".

Década de 1960
Até 1965, Ursula continuaria publicando contos profissionais em revistas especializadas, embora apenas
ocasionalmente, enquanto firmava seu nome no mercado editorial. Ainda pela Fantastic Stories of
Imagination, ela publicou "The Masters" e "Darkness Box", nas edições de fevereiro e novemebro de
1963,[66] respectivamente. O ano seguinte de 1964 foi de grande importância para a carreira de Le Guin,
quando ela publicou contos que, nos anos posteriores, serviriam de base para as histórias de alguns de seus
mais famosos romances, que as expandem.

Rocannon's World, Planet of Exile e City of Illusions

Por Rocannon's World, a autora recebeu um adiantamento 5.500 dólares, um valor abaixo do padrão para
autores iniciantes no mercado editorial americano de ficção da época. Ao longo dos anos 1950 e o início dos
anos 1960, a Ace Books especializou-se na literatura de ficção científica, se tornando um dos pilares do gênero
nos EUA na metade do século XX, publicando autores como Samuel R. Delany e Roger Zelazny e lançando,
além de Le Guin, nomes como R. A. Lafferty e Joanna Russ. Rocannon's World foi publicado em maio de
1966 pela Ace Books,[67] inicialmente no formato tête-bêche de livro duplo, bastante popular na época, ao
lado de The Kar-Chee Reign, de Avram Davidson. Sobre o processo de escrever a obra, Le Guin disse
posteriormente: "Eu não sabia ainda que a ciência na minha ficção seria principalmente ciências sociais,
psicologia, antropologia, história, etc., e que eu tinha que descobrir como usar tudo isso, e trabalhar duro nisso
também, porque ninguém mais havia feito muito isso no gênero. Eu peguei o que veio à mão, o genérico salto
na velocidade da luz e a Idade do Bronze, e usei-os sem pensar muito nisso, economizando a coragem da
invenção real para meus trabalhos de fantasia propriamente dita".[66] Na época, embora a obra tenha sido bem
acolhida pela crítica, não teve grande impacto entre o público, e não entrou na lista dos mais vendidos.

Planet of Exile foi publicado nos Estados Unidos em dezembro de 1966 pela Ace Books, sob o mesmo
formato tête-bêche de livro duplo, tendo Mankind Under the Leash, de Thomas M. Disch, como lado B. De
acordo com a autora em seu livro de ensaios The Language of the Night, de 1979, ela começou a escrever
Planet of Exile em 1963, antes de completa-lo em 1964, antes mesmo que o manuscrito original de
Rocannon's World fosse escrito.[66] Já City of Illusions foi lançado em agosto de 1967 pela Ace Books. Ela
vendeu o romance para a editora logo no início de 1967, com Planet of Exile ainda recém-publicado. Desde os
anos 1960, o livro é reconhecido como o primeiro romance de Le Guin a conter influências implícitas do
taoísmo, como notado pela crítica especializada,[68] bem como as já "tradicionais" influências antropológicas
em sua obra .[69] Assim como Rocannon's World e Planet of Exile, no entanto, City of Illusions não foi um
sucesso imediato, e também não entrou na lista dos mais vendidos em seu ano de lançamento, mantendo o
público de Le Guin bastante restrito e seu nome pouco conhecido entre os leitores de ficção especulativa, na
época. De fato, o romance só ganharia renome após o sucesso de The Left Hand of Darkness e o
estabelecimento de sua carreira, a partir dos anos 1970.

A Wizard of Earthsea

No início de 1968, enquanto preparava o que pretendia ser o quarto volume publicado do Ciclo de Hainish (e
que mais tarde se tornaria The Left Hand of Darkness), Ursula recebeu um convite do editor-chefe da
Parnassus Press, Herman Schein. Na ocasião, Schein pediu a ela que escrevesse um livro infanto-juvenil para
a editora, que na época estava lançando uma linha de publicações infanto-juvenis, concedendo plena liberdade
para que Le Guin escolhesse o tema ou o tom[70][71] da obra. Inicialmente a autora recusou, agradecendo ao
convite, mas se justificando afirmando que não se considerava capaz de escrever para crianças, ou para
qualquer público em específico e que todos seus trabalhos até então haviam sido pensados para qualquer. Em
retrospecto, Ursula afirmou em entrevista em vídeo em 2012: "Eu disse 'ah, não, eu nunca escrevi para
crianças, nunca escrevi para um público em específico', eu não podia fazer aquilo".[72] Contudo, pouco depois
de receber a proposta e imediatamente recusá-la, a autora começou a reconsiderar. Ursula ponderou então
sobre o que poderia caracterizar um livro destinado para o público infanto-juvenil e o que uma obra como essa
deveria conter para encontrar eco entre leitores pré-adolescentes e adolescentes, conseguindo respostas para os
anseios típicos dessa faixa etária. Para isso, Le Guin procurou lembrar quais obras a atraíam quando possuía a
mesma idade, e o que a atraía nas histórias que lia com tanto afinco, quando pré-adolescente. Ela então chegou
a conclusão de que, por essência, o que um livro infanto-juvenil necessitava era de um protagonista infanto-
juvenil. Sobre isso, ela afirmou, em 2012: "Eu pensei então: 'todos nós sabemos que adolescentes são pessoas,
e são grandes leitores, alguns entre os melhores públicos leitores. Então, ok, o que faz de um livro infanto-
juvenil? Claro, ter um protagonista infanto-juvenil!' ".[72]

Na época, a autora acreditou que não havia universo melhor para ambientar a história que o de Terramar, que
havia começado a desenvolver com os contos "The Rule of Names" e "The Word of Unbinding", publicados
em 1964, repleto de magos, dragões e magia. Em um encontro com fãs em 2008 em um evento organizado
pela Timberland Regional Library, em Olympia, Washington, Estados Unidos, Ursula disse: "O fato do livro
ser destinado para o público infanto-juvenil possivelmente fez com que brotasse em minha mente a seguinte
conclusão: todos os magos, de todos os livros que li até 1967 eram velhos. Homens velhos, homens brancos
velhos, com barbas brancas e cabelos brancos e chapéus pontudos", como Merlin do Ciclo Arturiano, e
Gandalf de O Senhor dos Anéis e O Hobbit. E questionou: "mas você não pode ser um homem velho sem ter
sido jovem, e me ocorreu 'como esses magos começaram?' eles obviamente tiveram muito o que aprender, e
aonde se aprende coisas?, bem se aprende em escolas, então (para você ser um mago) você tem que ir para
uma escola de magos". E "a ideia de aprender uma arte realmente difícil e perigosa (como magia), um poder
que um mago necessitaria, me deu o perfil do livro. Porque, muito bem, eu tenho um garoto (o personagem
central de A Wizard of Earthsea , Duny) que não sabe nada e tem de aprender todas essas coisas, ele vai
misturar sua própria vida com a magia, vai aprender tudo errando primeiro, como é o jeito que normalmente
aprendemos algo corretamente. Ou seja, é a ideia de que, quando maior seu dom para algo, provavelmente
maior é a necessidade de aprende-lo".

A Wizard of Earthsea foi lançado originalmente nos Estados Unidos em junho de 1968 pela Parnassus
Press,[73] o primeiro romance de fantasia da autora e seu primeiro trabalho não publicado pela Ace. À
exemplo de seus livros anteriores, o título foi elogiado pela crítica, mas não teve um impacto imediato entre o
público. Apenas quando foi indicada e laureada com o prêmio Horn Book da The Horn Book Magazine e do
Boston Globe, no início de 1969, a obra entrou para a lista das publicações infanto-juvenis mais vendidas dos
Estados Unidos, aparecendo pela primeira vez a partir daquele ano no The New York Times Bestseller List. A
Wizard of Earthsea foi o primeiro trabalho da autora a entrar para os mais vendidos do mundo editorial, e
consequentemente o primeiro sucesso comercial de sua carreira, antes do sucesso de The Left Hand of
Darkness. E, embora o livro nunca tenha alcançado as primeiras posições da lista e nem tenha ficado esgotado,
este foi suscetivelmente reimpresso, inicialmente pela Parnassus Press, e depois pela Houghton Mifflin[74] que
comprou a Parnassus em 1977.

O livro rapidamente se tornou um sucesso entre o público infanto-juvenil dentro e fora dos Estados Unidos, e
o primeiro de uma série literária de alta fantasia, que a autora posteriormente nomeou como Earthsea Cycle
(Ciclo de Terramar, na maioria das traduções para o português) e que se tornou um sucesso contínuo ao longo
dos anos, conforme os demais volumes foram sendo lançados e entrando nas listas dos mais vendidos. Sobre
esse impacto, Ursula afirmou em uma entrevista de 2012: "O que os meus leitores dizem dos livros de
Terramar, sobre todos eles, todos os seis, especialmente os (leitores) mais jovens, ou os que eram jovens
quando leram A Wizard of Earthsea ou a trilogia original pela primeira vez, eles me dizem que ajudou-os a
reconhecerem seus próprios caminhos na vida". Na Grã-Bretanha, o livro foi lançado em 1971 pela Penguin
Books,[75] apenas a segunda obra da autora a ser publicada no exterior, depois de The Left Hand of Darkness.
Na época, A Wizard of Earthsea inovou ao inserir elementos clássicos do taoísmo e costurá-los a conceitos
derivados do monomito ("A Jornada do Herói") de Joseph Campbell, para construir um romance fiel à
premissa do Bildungsroman. A obra também inovou ao ter um protagonista de pele bronzeada (em detrimento
dos protagonistas de pele clara, padrão na literatura de ficção fantástica), como foi precisamente representado
pela ilustração da artista Ruth Robbins para a capa original da obra nos Estados Unidos.

The Left Hand of Darkness


Assim como 1964, 1969 foi um ano basilar na carreira da autora. Além do sucesso de A Wizard of Earthsea
que começava a colher a partir daquele ano, o período também foi bastante rico para as histórias de ficção
científica de Le Guin, com o ano sendo marcando pela publicação de The Left Hand of Darkness. Ao lado do
sucesso crescente que A Wizard of Earthsea que registrava na época, o impacto de The Left Hand of Darkness
serviu como um divisor de águas definitivo em sua carreira.

Ursula escreveu The Left Hand of Darkness entre o verão de 1968, quando A Wizard of Earthsea já havia sido
terminado mas não publicado, e daquele o outono daquele ano, quando o livro já havia sido lançado pela
Parnassus e começava a ganhar a atenção do público. Inicialmente, Le Guin escreveu, em fins de 1967,
"Winter's King", um conto ambientado no mesmo planeta em que situaria The Left Hand of Darkness, parte do
Ciclo Hainish e que apresentava seus habitantes andrógenos pela primeira vez (e que só seria lançado após a
publicação do livro). Embora a autora originalmente planejasse escrever e publicar The Left Hand of Darkness
em 1968, dando continuidade a sua série de obras de ficção científica do Ciclo Hainish, teve de postergar para
o ano seguinte após aceitar a proposta, na primavera daquele ano para escrever e lançar A Wizard of Earthsea.
Ursula assinou o contrato para a publicação de The Left Hand of Darkness com a Ace Books no final de 1968,
apenas alguns meses depois de finalizar o manuscrito original do livro. Na época, a autora enviou a obra para
Terry Carr, então recém admitido como editor da Ace, que a comprou.

Durante o primeiro trimestre de 1969, com o sucesso crescente de A Wizard of Earthsea e com The Left Hand
of Darkness vendido, Ursula decidiu contratar uma agente literária pela primeira vez em sua carreira. Até
então, ela própria enviava seus manuscritos e pessoalmente mantinha correspondência com o corpo editorial
das editoras. Ter The Left Hand of Darkness aceito para a publicação, fez Le Guin entrar em contato com a
agente Virginia Kidd (1921-2003), para que a representasse. Na época, Kidd se tornava uma das mais
proeminentes agentes literárias do mercado ficcional norte-americano e exatamente por estar ascendendo em
um meio predominantemente masculino, foi a primeira opção da autora. Além disso, Virginia, que havia tido
contato com alguns dos trabalhos anteriores de Ursula, havia a elogiado em entrevistas à revistas
especializadas do meio. Na época, Kidd já agenciava autores como R. A. Lafferty (1914-2002), Judith Merril
(1923-1997), Anne McCaffrey (1926-2011) e David R. Bunch (1925-2000), e aceitou rapidamente representar
Le Guin. E a primeira ação de Kidd como agente de Ursula foi conseguir que The Left Hand of Darkness
fosse publicado pela Ace Books tanto na versão convencional (de capa "mole", mais barata e na qual todos as
obras anteriores haviam sido exclusivamente publicadas) quanto na versão especial (de capa "dura", mais
cara), tendo sido o primeiro trabalho de Le Guin a ser lançado nesse formato (considerado de alta linha no
mercado editorial americano).

A autora, contudo, não acreditava no sucesso comercial ou de crítica de The Left Hand of Darkness, mas a
confiança tanto de Virginia Kidd quanto de Terry Carr na obra a ajudaram a acreditar mais no livro. Sobre
isso, ela disse, em 2017: "Eu realmente estava preocupada com o julgamento deles. Left Hand parecia para
mim um fracasso natural. Seu estilo não é o jornalístico, então padrão na literatura de ficção científica, sua
estrutura é complexa, se desenrola lentamente, e se todos são chamados de "ele", nem todos são homens. Essa
é uma grande dose de dificuldades, heresia e ousadia para um romance de gênero de uma ninguém em 1968".
O receio de Le Guin era que nem a crítica ou o público compreendessem sua proposta para a história, e sua
abordagem da questão de gênero, então um movimento que iniciava-se, e apenas em ambientes acadêmicos.
Na época, o próprio direcionamento político que a história tomava refletia as convicções pessoais da autora
acerca do movimento feminista e sua oposição a Guerra do Vietnã e a proliferação de armas nucleares.

The Left Hand of Darkness foi lançado pela Ace Books nos Estados Unidos em março de 1969.[66] Logo em
suas primeiras edições, a obra teve grande repercussão, atraindo críticas diversas e chamando a atenção do
público de um modo de nenhuma obra anterior da autora havia conseguido. Na época, primeiro nos Estados
Unidos, na esteira do movimento New Wave, especialmente entre o público jovem, The Left Hand of
Darkness teve grande aceitação no seio da contracultura, então em grande evidência, e do movimento hippie.
A obra, e sua abordagem do alienígena e de viagens interplanetárias, típicas no gênero da ficção científica,
casava também com a época de sua publicação, com a Corrida Espacial EUA-União Soviética, e a chegada do
homem a Lua naquele mesmo ano.
Entre a crítica, especializada ou não, The Left Hand of Darkness também destacou-se. A maioria dos críticos
especializados elogiou o livro[29] por sua profundidade e pela inserção do tema do gênero de um modo tido
como inovador para a época. Alguns, inclusive, compararam a obra a Frankenstein ou o Prometeu Moderno
(1818), de Mary Shelley (1797-1851).[33] Fora do campo da crítica literária, o livro também foi bastante bem
recebido por acadêmicos e ativistas da questão de gênero. No entanto, parte da crítica especializada chamou a
atenção para a escolha da autora em tratar todos os personagens andrógenos, independente do gênero que
assumem, pelo pronome pessoal masculino "ele". Em resposta, na ocasião da publicação de "Winter's King",
conto ambientado no universo de Left Hand of Darkness, lançado na revista Orbit em setembro de 1969,
poucos meses após o livro propriamente dito, a autora escolheu utilizar o pronome pessoal feminino "ela" para
se referir à seus personagens. Além disso, Le Guin ainda escreveria um ensaio, "Is Gender Necessary?", de
1976,[76] discutindo acerca do tema.

Refletindo o sucesso entre a crítica e setores estratégicos do público leitor, The Left Hand of Darkness entre
para a lista dos mais vendidos do The New York Times, apenas o segundo trabalho da autora a figurar na lista,
depois de A Wizard of Earthsea, e na mais alta posição que Ursula conseguiria até a publicação de The
Dispossessed, em 1974. Só até o final de 1970, a obra venderia aproximadamente trinta mil cópias apenas nos
Estados Unidos, encabeçando a lista dos títulos de ficção científica mais vendidos do país por vários meses e
tornando Le Guin, à época, a escritora que mais tempo permaneceu na lista. A consagração de The Left Hand
of Darkness, no entanto, viria, ao longo de 1970, com a indicação para os dois mais prestigiados prêmios da
literatura de ficção científica, e a posterior premiação. O Hugo Award de Melhor Romance, desbancou na
ocasião Slaughterhouse-Five, de Kurt Vonnegut (1922-2007) e Up the Line, de Robert Silverberg (1935-), e o
Nebula Award da Science Fiction Writers of America.[32][77][33] O sucesso da obra gerou ainda uma explosão
pela procura de títulos anteriores da autora, com a Ace Books tendo que reeditar Rocannon's World, Planet of
Exile e City of Illusions para atender a demanda por mais histórias de ficção científica da autora. Na Grã-
Bretanha, em que a obra foi publicada em 1970 pela editora Walker & Co. já na versão capa "dura", o
primeiro livro da autora publicado no exterior, os três títulos originais só foram lançados depois, entre 1972 e
1973.

Com o sucesso de The Left Hand of Darkness, esperou-se que a autora desse seguimento ao Ciclo Hainish e
lançasse mais uma romance em seu universo de ficção científica. Le Guin, no entanto, não queria seguir por
esse caminho. Ela continuou a lançar contos ocasionais dentro do Ciclo Hainish, caso de "Vaster than Empires
and More Slow", publicada em agosto de 1971 na coletânea New Dimensions 1, "The Ones Who Walk Away
from Omelas", lançada em New Dimensions III em julho de 1973.

Década de 1970

The Tombs of Atuan

Contudo, no período do início dos anos 1970, Le Guin dedicou-se mais seriamente a escrever uma
continuação para A Wizard of Earthsea, The Tombs of Atuan, que não planejara em um primeiro momento,
mas que acabou sentindo a necessidade de escrever. Na época, devido a problemas internos, a Parnassus Press
não pode comprar os direitos para a publicação dessa sequência. A autora então os vendeu para a Atheneum
Books de Nova York, que acabou comprando os direitos para o volume seguinte do Earthsea Cycle, The
Farthest Shore e que ao lado dos volumes anteriores, formaria a trilogia original da série. Contudo, antes de
sua publicação integral pela Atheneum Books, uma parte do manuscrito de The Tombs of Atuan foi lançado na
edição de inverno da revista Worlds of Fantasy de 1970,[66] em dezembro daquele ano. Quando a obra foi
publicada completa pela Atheneum Books em fevereiro de 1971,[78] teve um desempenho ainda melhor que A
Wizard of Earthsea, atraindo ainda mais atenção do público e da crítica do que o volume anterior. O livro
recebeu no ano de seu lançamento um volume muito maior de resenhas da crítica especializada e atingiu
posições melhores na dos mais vendidos do mercado norte-americano que A Wizard of Earthsea. Com o
sucesso nos Estados Unidos e Canadá, a Penguin Books comprou os direitos e publicou The Tombs of Atuan
na Grã-Bretanha no final de 1971, apenas alguns meses depois de lançar no país A Wizard of Earthsea. O
sucesso da obra também se refletiu ao receber o Newbery Honor Book de 1972, da Association for Library
Service to Children, uma divisão da American Library Association.

The Lathe of Heaven

Ainda no início de 1971, Ursula voltou ao gênero da ficção científica, embora em uma obra sem ligação com o
Ciclo Hainish, se aproximando mais do subgênero da ficção distópica seguindo a tradição de clássicos como
Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley (1894-1963) e 1984 de George Orwell (1903-1950). À exemplo
de The Tombs of Atuan, a obra foi lançada inicialmente em formato de fascículo nas edições de março e maio
da revista Amazing Science Fiction, embora integralmente. A versão reunida em formato de romance de The
Lathe of Heaven foi publicada pela Avon Books no verão de 1971. A obra foi um sucesso comercial mediano
no ano de seu lançamento, mas continuou a ter bom desempenho nas vendas ao longo de todos os anos 1970.
The Lathe of Heaven ganhou o Locus Award de Melhor Romance em 1972, o primeiro prêmio Locus da
carreira da autora, e foi indicado tanto para o Nebula ainda em 1971 e para o Hugo de 1972. Embora a obra
não tenha ganho nenhum deles, as indicações fizeram de Le Guin a primeira autora mulher a ser indicada duas
vezes pelo mesmo trabalho para cada um dos prêmios, os dois mais prestigiados do meio e apenas o terceiro
nome da literatura de ficção científica a conseguir tal distinção.

Em 1972 a autora retornaria tanto ao universo de Terramar quanto ao do Ciclo Hainish. Em março daquele
ano ela publicaria a novela (conto estendido) The Word for World Is Forest, presente na antologia Again,
Dangerous Visions ao lado de autores como Joanna Russ (1937-2011), Gene Wolfe, Ray Bradbury e Kurt
Vonnegut, editada por Harlan Ellison e lançada em edição limitada pela Doubleday. Então, a novela foi a mais
extensa narrativa dentro do universo do Ciclo Hainish lançada desde The Left Hand of Darkness. O trabalho
seria indicado e ganharia o Hugo Award de Melhor Novela em 1973. E em outubro, ela lançaria, também pela
Atheneum Books, o terceiro volume da série, The Farthest Shore que na época havia sido divulgado como o
último da saga, uma trilogia. Diferentemente de The Tombs of Atuan que só foi planejado e escrito após a
publicação de A Wizard of Earthsea, Ursula já havia definido os principais pontos que pretendia abordar em
The Farthest Shore quando ela ainda estava finalizando o manuscrito de The Tombs of Atuan. O livro se
tornaria um sucesso menor que o seu volume anterior mas entraria para a lista dos mais vendidos já em seu ano
de lançamento e em 1973 ganharia o National Book Award de Melhor Livro Infanto-Juvenil da National Book
Foundation dos Estados Unidos.

The Dispossessed

Em 1974, Le Guin publicou o romance seguinte do Ciclo Hainish, continuação não diretamente relacionada a
The Left Hand of Darkness. The Dispossessed, originalmente lançado como The Dispossessed: An Ambiguous
Utopia (em referência ao título traduzido para o inglês The Possessed, da obra Demons de Dostoevsky),
rapidamente firmou-se como o mais êxito da carreira da autora, ao lado de The Left Hand, tanto em termos de
público e crítica. E, assim como The Left Hand havia ecoado muito dos temas em voga da sociedade norte-
americana quando lançado, The Dispossessed conversava profundamente com os Estados Unidos dos anos
1970 e o contexto da Guerra do Vietnã, do escândalo do Caso Watergate e da maciça crise econômica gerada
pelo Primeiro Choque do Petróleo. De acordo com o que revelou a autora para o prefácio da nova edição da
Library of America da obra em 2017: "The Dispossessed começou como um conto horrível, que eu não
terminava mas que também não conseguia ignorar. Tinha um livro ali (em vez de um conto), sabia disso, mas o
livro teve que esperar para que eu aprendesse como o que eu estava escrevendo e como escrever sobre isso.
Eu precisei entender minha apaixonada oposição a guerra que nós parecíamos, interminavelmente, travando no
Vietnã e protestando eternamente em casa. Se eu soubesse que meu país (os EUA) continuaria a travar guerras
sangrentas para o resto da minha vida, eu talvez tivesse para protestar naquela época. (...) Então, quando eu
percebi que ninguém havia escrito ainda um livro sobre utopia anárquica, eu finalmente comecei a ver meu
livro poderia ser. (...)" Ela já havia abordado o tema da utopia com a cidade utópica de Omelas no conto "The
Ones Who Walk Away from Omelas", pelo qual foi indicada para o Locus Award por Melhor Conto em
1974[79] e ganhou o Hugo Award por Melhor Conto no mesmo ano.[80]

Publicada nos Estados Unidos pela primeira vez em julho de 1974 pela editora Harper & Row e abordando
temas como anarquismo, utopia e feminismo, a obra atingiu o topo da lista dos livros de ficção mais vendidos
do país no ano de seu lançamento, e a mais alta posição na lista dos best-sellers do The New York Times
alcançada por um trabalho de Le Guin ao longo de sua carreira. The Dispossessed igualaria o número de
exemplares vendidos de The Left Hand of Darkness dentro do mercado norte-americano, e até 1979 seria
traduzido e publicado em países como França, Suécia, Itália e Países Baixos, fazendo da obra, na época, o
maior sucesso internacional da autora.

Entre a crítica especializada, The Dispossessed obteve êxito ainda maior que The Left Hand of Darkness. A
obra foi elogiada pelos mais diferentes críticos literários, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior,
conforme a obra foi sendo publicada, especialmente na Europa. Ainda em seu ano de lançamento, ganhou
Nebula Award de 1974, e no ano seguinte, o Hugo e o Locus Award de Melhor Romance, além de ter sido
finalista do John W. Campbell Memorial Award no mesmo período. Ainda em 1974, Ursula ganharia outro
Nebula Award, de Melhor Conto, para "The Day Before the Revolution", definido pela própria autora como
um prólogo para The Dispossessed, e lançada na revista Galaxy de agosto daquele ano. Na época, a autora foi
o primeiro nome da literatura de ficção científica a ganhar dois Nebula Awards em duas categorias diferentes
no mesmo ano.

Em oposição a primeira metade dos anos 1970, a segunda metade da década foi menos produtiva para a
carreira da autora. Na época, Ursula dedicou-se a edição de coletâneas de suas poesias e de vários de seus
contos publicados separadamente ao longo dos anos e a produção de obras relativamente curtas, contos em sua
maioria, de ficção não fantástica e não ficção. Em 1975, publicou tanto Wild Angels, que reunia todas as suas
poesias publicadas entre os anos 1950 e 1960, e The Wind's Twelve Quarters, que reunia vários de seus contos
dos anos 1960 de ficção científica e fantasia, incluindo "The Word of Unbinding" e "The Rule of Names",
que deram origem ao universo de Terramar, pela primeira vez publicados juntos. E, em 1976, lançou Orsinian
Tales, que reunia contos de seu país fictício, Orsinia. Alguns de seus trabalhos de ficção de maior destaque do
período incluem The Eye of the Heron (1978) e Malafrena (1979), esse último também se passando no
universo de Orsinia. Ela também publicaria alguns de seus principais trabalhos de literatura infantil.

Década de 1980

Ao longo dos anos 1980, Le Guin publicaria pouco de sua ficção científica e fantástica, incluindo literatura
infantil e infanto-juvenil. Seu primeiro romance de ficção fantástica desde The Farthest Shore, The Beginning
Place, foi lançado em 1980 pela editora Harper & Row, e a série de livros infantis Catwings, cujos primeiros
volumes saíram em 1988, pela Orchard/Atheneum Books. Contudo, seu romance de maior destaque na década
foi a ficção não fantástica Always Coming Home, lançado em 1985 pela Harper & Row, em que a autora lança
mão de muito de sua bagagem antropológica para descrever a vida e a sociedade da etnia indígena fictícia
Kesh, ambientada por Ursula no norte da Califórnia (mesma região aonde seu pai trabalhou com o estudo de
etnias nativo-americanas reais no início do século XX). A autora ainda publicaria contos situados nesse
ambiente ficcional, "The Trouble with the Cotton People" e "The Visionary" e lançada em coletâneas
especificas em 1984.

Década de 1990

Se nos anos 1980 a carreira de Le Guin havia se distanciado de seus universos tradicionais de ficção científica
e fantasia, os anos 1990 foram marcados por seu retorno a suas duas séries mais famosas dentro do gênero. Em
1990, atendendo aos apelos que ouvia de fãs da série Terramar dentro e fora dos Estados Unidos desde os
anos 1970, Ursula lançou, pela Atheneum Books, um quarto volume para a saga, Tehanu — o primeiro
romance inédito da autora dentro do universo de Terramar em dezoito anos, desde The Farthest Shore em
1972. Cronologicamente, Tehanu se passa entre The Tombs of Atuan e The Farthest Shore, os volumes dois e
três da trilogia original. A partir da publicação de Tehanu, a série literária até então denominada The Earthsea
Trilogy ("Trilogia Terramar") passou a se chamar The Earthsea Cycle ("Ciclo Terramar"). A obra já estrou
entre os mais vendidos do mercado norte-americano, e até 1993, havia sido traduzido para idiomas como
holandês, sueco, alemão e francês. Tehanu também foi elogiado pela crítica especializada na época, e foi
vencedor do Nebula Award de Melhor Romance em 1990[81][82] e do Locus Award de Melhor Romance de
Fantasia em 1991.[83] Depois de Tehanu, Ursula revisitou também do universo de Ciclo Hainish publicando,
ainda em 1990, a novela "The Shobies' Story", o primeiro trabalho da autora dentro da série lançado desde
"The Day Before the Revolution", de 1974. O conto foi indicado ao Nebula Award de Melhor Novela em
1991[84]

Pelos anos restantes da década de 1990, Le Guin publicaria contos em diferentes gêneros, incluindo uma série
de trabalhos dentro do Ciclo Hainish, além de livros e livretos infantis ocasionais. Entre esses contos de ficção
científica, parte do Ciclo Hainish, estão "The Matter of Seggri", de 1994, publicado pela primeira vez na
antologia Crank!, "Coming of Age in Karhide", lançado na antologia New Legends, de 1995, e "Old Music
and the Slave Women", publicado na coletânea Far Horizons, de 1996. Além destes, Ursula também publicou
cinco contos — "Betrayals", "Forgiveness Day", "A Man of the People", "A Woman's Liberation" e "Old
Music and the Slave Women" — na coletânea do Ciclo Hainish Four Ways to Forgiveness, lançada pela
editora HarperCollins em 1995.

Em 1998, quase uma década depois de Tehanu, Le Guin retornou ao universo de Terramar com a novela
"Dragonfly", publicado na antologia Legends: Short Novels by the Masters of Modern Fantasy, publicado
pela Tor Books, ao lado de novelas de Stephen King para A Torre Negra, Robert Jordan para A Roda do
Tempo e George R. R. Martin para As Crônicas de Gelo e Fogo. Em 1999, ela prosseguiria com novos
trabalhos dentro da série, com a publicação do conto "Darkrose and Diamond", pela revista The Magazine of
Fantasy & Science Fiction.

Década de 2000 e últimos anos

Em 2000, Le Guin lançou o primeiro romance dentro do Ciclo Hainish desde The Dispossessed, em 1974 e
seu primeiro romance desde Tehanu, de 1990. The Telling foi publicado nos Estados Unidos pela editora
Harcourt, e foi vencedor do Locus Award de Melhor Romance, em 2001.[85] Em 2001, também pela
Harcourt, a autora lançou a coletânea Tales from Earthsea, incluindo três contos inéditos, "The Finder", "The
Bones of the Earth" e "On the High Marsh", além de "Dragonfly" e "Darkrose and Diamond". A coletânea
venceu o Locus Award de Melhor Coletânea em 2002.[86] No mesmo ano, Ursula ainda publicou, pela
Harcourt, The Other Wind, romance que dá sequência tanto a Tehanu e a novela "Dragonfly". O romance
entrou para a lista dos mais vendidos do The New York Times e recebeu uma série de indicações[87] e
vencendo, entre outros, o World Fantasy Award de Melhor Romance.

Até 2004, a autora lançaria apenas alguns contos inéditos, incluindo, dentro do Ciclo Hainish, "Paradises
Lost", na coletânea The Birthday of the World: and Other Stories, de 2002, que republicou também contos da
série lançados originalmente nos anos 1990. Outra coletânea de contos publicados anteriormente dentro do
Ciclo Hainish, Changing Planes, lançada em 2003. Em 2004, Ursula publicou seu primeiro romance desde
The Other Wind, Gifts, primeiro volume da série Annals of the Western Shore, dando início a sua primeira série
literária inédita de ficção especulativa desde os anos 1980. Os demais volumes incluiriam Voices, de 2006, e
Powers, de 2007.

Finalmente em 2008, Ursula lançou seu último romance em vida, Lavinia, pela Harcourt Books. A obra, que
venceu o Locus Award de Melhor Novela em 2009, foi baseado na vida da personagem homônima do poema
épico Eneida, de Vigílio. Até seu falecimento, em 2018, a autora ainda trabalharia na edição de coletâneas de
vários de seus poemas e publicaria, em formato digital, The Daughter of Odren, um conto da série Terramar.
Seu último trabalho publicado foi a coletânea Orsinia, lançado em setembro de 2017.

Temas e influências

Temas

Por toda sua carreira, Ursula K. Le Guin destacou-se pela


versatilidade e a profundidade com as quais abordou temas de cunho
social, cultural, político, pscicológico e filosófico para encaixá-los em
suas obras de ficção especulativa, especialmente ficção científica e
fantasia. Um dos principais expoentes do movimento new wave
dentro da ficção científica durante os anos 1960 e 1970, Le Guin
soube unir elementos clássicos tanto da literatura de ficção científica
— incluindo viagens pelo espaço sideral e raças alienígenas — quanto
da literatura de fantasia — como magos e dragões — a aspectos da
antropologia, da sociologia, da ciência política e da psicologia. Em
muitos casos de modo pioneiro, adiantando tendências sócio-políticas
ou ajudando a disseminar concepções que até então permaneciam
O taijitu, que representa a dualidade
restritas ao âmbito acadêmico. Aliado a isso, sua obra sempre foi
do yin-yang, e é o símbolo máximo
marcada pela criatividade e originalidade, e pela subversão de clichês do taoísmo, filosofia que influenciou
dos gêneros ficcionais e na fomentação de questionamentos que os grandemente a obra da autora
levavam a novos patamares de profundidade e diversidade. Como a
própria autora afirmou em uma convenção com fãs em Melbourne, na
Austrália, em 1975: "Eu quero ver a ficção científica atravessar suas velhas muralhas e seguir direto para as
próximas e derrubá-las, também".[88] Não obstante, por toda sua carreira profissional, especialmente após os
lançamentos das obras The Left Hand of Darkness (1969) e The Dispossessed (1974), Ursula teve seu trabalho
rotulado pela crítica como "ficção científica soft", em oposição a ficção científica hard, tradicional e que
consagrou o gênero entre os anos 1940 e 1950.[89] A autora, em vida, contudo, continuadamente rejeitou a
classificação, afirmando que esta restringia os limites da própria ficção científica e da literatura de ficção em
geral.[63] Segundo a crítica literária Elizabeth McDowell, em artigo de 1992, "embora muitos dos trabalhos de
Le Guin sejam exercícios da imaginação fantástica, eles são igualmente exercícios da imaginação política."[90]

Muito de sua obra, como a crítica especializada nota desde os anos 1960, é em muito marcada pela
experimentação. E, diferentemente dos escritores de ficção científica tradicional, ou hard, que se baseiam
primariamente em fatos científicos (da matemática, da física e da química), para comporem aspectos de seus
trabalhos, Le Guin destacou-se por priorizar nuances da ciência social que, embora utilizados para retratarem
culturas e sociedades alienígenas, refletiam características diversas da cultura e da sociedade humana. A
maioria de seus personagens, ainda que alienígenas ou inseridos em contextos fantásticos, são negros ou
notadamente pertencem a etnias que não a caucasiana, lugar praticamente obrigatório na literatura de ficção
científica norte-americana tradicional. Além disso, muito das sociedades que criou para sua ficção são fies à
suas próprias convicções pessoais, assumindo características do anarquismo ou da utopia, e em muitos casos,
trazendo fundamentos da ecologia e preceitos da filosofia taoísta, a qual seguia.[91][92] Le Guin sempre
declarou encarar o taoísmo e a anarquia como expressões muito próximas em essência, dizendo: "O taoísmo e
o anarquismo se encaixam de maneiras muito interessantes e eu sou taoísta desde que aprendi o que (o
Taoísmo) era".[93]

Ademais, muitas de suas histórias refletiam também suas visões feministas,[94][95] em muitos casos desafiando
o papel do homem como centro da ficção,[96] e pacificista,[97][98][99] rotulando a guerra como "metáfora
moral limitada, limitante e perigosa", condenando a banalização de conflitos armados na literatura fantástica e
em mídias de entretenimento. E, para retratar a interação entre essas culturas ou quaisquer outras, Le Guin
sempre utilizou-se igualmente de sua bagagem pessoal, por ser filha do casal de influentes antropólogos Alfred
Kroeber e Theodora Kracaw e por ter crescido em um ambiente de farta confluência cultural. Não obstante,
muito do trabalho de Ursula foi composto intrinsecamente calcado na representação fictícia do método
etnográfico para retratar culturas e civilizações alienígenas ou inseridas em mundos fantásticos.

Influências

A respeito de suas influências literárias, Le Guin sempre


apontou carinhosamente os autores de alguns dos livros
que lia na infância como fortes influências, incluindo
Rudyard Kipling (1865-1936),[100][101] de O Livro da
Selva e Lewis Carroll (1832-1898),[102] de Alice no
País das Maravilhas. Segundo a autora, ao longo de sua
adolescência e início de sua idade adulta, entre os anos
1940 e 1950, sua escrita foi continuadamente
influenciada por romancistas clássicos do século XIX,
que descobriu tanto espontaneamente quanto por
incentivo de seus familiares e amigos, incluindo Liev
Tolstói (1828-1910),[103] Charles Dickens (1812- J. R. R. Tolkien (esquerda) e Rudyard Kipling
1870),[104] Jane Austen (1775-1817),[105] Mary Shelley (direita) dois dos autores que influenciaram a obra
(1797-1851) e as irmãs Brontë.[106] Nesse mesmo de Ursula K. Le Guin
período, ela e seu trabalho também foram influenciados
por autores modernos da primeira metade do século XX,
entre os quais Virginia Woolf (1882-1941),[107] Mervyn Peake (1911-1968),[103] Lorde Dunsany (1878-
1957)[108] e J. R. R. Tolkien (1892-1973).[109][110][103] Ademais, autores da antiguidade clássica ocidental,
incluindo Virgílio e clássicos da literatura oriental, incluindo Lao Zi, também influenciaram Le Guin ao longo
de toda sua carreira. Lao Zi, e todo o expoente da tradição taoísta, foram especialmente importantes tanto para
a carreira da autora quanto para sua vida pessoal, na medida em que adotou, a partir de meados da década de
1960, o taoísmo como filosofia pessoal.

Como uma escritora iniciante não-publicada nos Estados Unidos entre os anos 1940 e 1960, Ursula também
foi diretamente influenciada por grandes nomes da ficção científica clássica, em seu auge no período, da qual
foi leitora árdua em sua juventude, incluindo Isaac Asimov (1920-1992), Philip K. Dick (1928-1982),
Theodore Sturgeon (1918-1985) e Cordwainer Smith (1913-1966). Ela também foi influenciada por autores de
literatura fantástica período além de Tolkien, entre os quais, Poul Anderson (1926-2001) e Eric Rücker
Eddison (1882-1945).

Sobre suas influências literárias, ela afirmou: "Depois que aprendi a ler, li tudo. Eu li todas as fantasias
famosas, Alice no País das Maravilhas, O Vento nos Salgueiros e Kipling. Eu adorava O Livro da Selva de
Kipling. E então, quando fiquei mais velho, encontrei Lorde Dunsany. Ele abriu um novo mundo: o mundo da
pura fantasia. E... Worm Ouroboros. Mais uma vez, pura fantasia. Muito, muito estimulante. E então meu
irmão e eu descobrimos a ficção científica quando eu tinha 11 ou 12 anos. Primeiramente Asimov, coisas
assim. Mas isso não teve muito efeito em mim. E não até que voltasse a ficção científica e descobrisse
Sturgeon, mas particularmente Cordwainer Smith... Eu li a história "Alpha Ralpha Boulevard" (de Smith), e
isso me fez pensar: "Uau! Essa história é tão linda, e tão estranha, e eu quero fazer algo assim." A partir da
década de 2000, a autora revelou continuadamente sua admiração pela obra do escritor português e Prémio
Nobel de Literatura José Saramago (1922-2010),[111][112][113][112][114] e o impacto que esta teve em sua
literatura e visão acerca do ofício de escrever. Le Guin, inclusive, resenhou muitos de seus livros, e citou
Saramago em muitas entrevistas e convenções literárias.

Adaptações
O primeiro trabalho de Ursula K. Le Guin adaptado para outra mídia foi a distopia The Lathe of Heaven
(1971), no telefilme de 1980 produzido e exibido pelo canal de TV americano PBS. O longa foi dirigido por
David Loxton e Fred Barzyk, que já haviam trabalhado na adaptação da obra de Kurt Vonnegut para o
telefilme Between Time and Timbuktu de 1972 e tinha Bruce Davison no papel principal de George Orr, Kevin
Conway como Dr. William Haber e Margaret Avery como Heather. The Lathe of Heaven contou, à epoca,
com um orçamento de 250 mil dólares e foi exibido pela primeira vez em janeiro de 1980. A produção teve,
inclusive, uma rápida aparição da própria Le Guin, que acompanhou as filmagens, como figurante em uma
cena ao lado de seu marido, Charles e do filho, Theodore.

Em 1977, Ursula vendeu os direitos de adaptação televisiva de The Lathe of Heaven para a rede de televisão
americana PBS. Para a adaptação, entre 1977 e 1979, a autora se envolveria pela primeira vez em sua carreira
na produção de roteiros para a televisão. Na época, a principal exigência de Le Guin para a assinatura do
contrato foi que o roteiro que adaptava sua obra fosse de sua própria autoria. Para o projeto, a PBS escalou os
diretores David Loxton e Fred Barzyk, que haviam trabalhado no telefilme de 1972 Between Time and
Timbuktu, baseado na obra de Kurt Vonnegut (1922-2007). Ursula viajou em 1979 para o Texas para
acompanhar as gravações, que ocorreram durante o terceiro trimestre em estúdios nas cidades de Dallas e Fort
Worth,[41] com um orçamento total de 250.000 dólares.

Em seguida, no início dos anos 1980, o diretor japonês Hayao Miyazaki tentou comprar os direitos junto da
agente de Le Guin para a adaptação em formato de anime de A Wizard of Earthsea, lançado com grande
sucesso no Japão nos anos 1970. A autora, no entanto, declinou a oferta, especialmente por não estar
familiarizada com o formato e por não poder viajar para o Japão para acompanhar a produção do longa. Le
Guin e Miyazaki, contudo, continuaram a manter contato e a autora acompanhou, dos EUA, a produção de
Tonari no Totoro, e elogiou fortemente a animação, quando lançada em 1988.

Em 1987, seu romance bestseller The Dispossessed foi adaptado em uma série de seis episódios de trinta
minutos cada pela primeira vez pela emissora de rádio norte-americana CBC para o especial Vanishing
Point.[115] Em 1990, a emissora voltou a adaptar o trabalho de Le Guin, levando The Word for World Is Forest
numa série de três episódios de trinta minutos cada.[116]

Em 1995, pela primeira vez a obra de Le Guin foi adaptada para o teatro em uma grande produção, quando o
Lifeline Theatre, de Chicago, nos Estados Unidos, adaptou The Left Hand of Darkness. O crítico do Chicago
Reader, Jack Helbig, afirmou, à época: "adaptação é inteligente e bem trabalhada, mas em última análise
insatisfatória". De fato, a maioria das críticas realçaram a dificuldade de adaptar um livro de mais de trezentas
páginas para uma peça de duas horas de duração.[117]

Em 2004, o canal Sci-Fi dos Estados Unidos conseguiu, junto da editora original de Le Guin (embora em
oposição à opinião da mesma), os direitos para a adaptação dos dois primeiros volumes da série Terramar, A
Wizard of Earthsea e The Tombs of Atuan. Legend of Earthsea, dirigido por Robert Lieberman e contando
com Shawn Ashmore no papel de Ged e Kristin Kreuk como Tenar, foi lançado em dezembro daquele ano em
dois episódios de oitanta e seis minutos cada. Na época, contudo, Le Guin não escondeu sua insatisfação com
a adaptação. Em um texto intitulado A Whitewashed Earthsea: How the Sci Fi Channel wrecked my books ela
a criticou abertamente, chamando-a de "muito longe da Earthsea (Terramar) que eu vislumbrei". Ela também
criticou a escolha de atores brancos, especialmente Ashmore e Kreuk para os papéis centrais de personagens
não-caucasianos, e também criticou o fato do canal Sci-Fi tê-la excluído da produção.[118]

Finalmente em 2006, a animação pelo Estúdio Ghibli baseado na série Terramar foi lançado, embora
originalmente apenas no Japão. Gedo Senki adaptou os livros da Ciclo Terramar, principalmente The Farthest
Shore e Tehanu. O roteiro também incorporava elementos da história de The Journey of Shuna, um mangá de
Hayao Miyazaki de 1983. Por motivos pessoais, Hayao Miyazaki não pode dirigir ou produzir o filme, e a
direção ficou a cargo de seu filho, Goro Miyazaki. Teve um orçamento de vinte e dois milhões de dólares, e
arrecadou aproximadamente de sessenta e oito milhões de dólares internacionalmente,[119] principalmente no
Japão, aonde o longo fez muito sucesso e ficou no primeiro lugar entre os filmes mais vistos nos cinemas do
país,[120] e uma adaptação em mangá também foi lançada. Na época, no entanto, à exemplo de Legend of
Earthsea, Ursula criticou o filme, lamentando que a história de seus livros tenha sido "inteiramente alterada",
como escreveu em seu site pouco depois do lançamento do filme, em um texto intitulado Gedo Senki: First
Response.[121] Embora tenha gostado da estética do filme, e o tenha considerado um bom filme quando
analisado isoladamente, ela afirmou, dirigindo-se ao diretor Goro Miyazaki: "este não é o meu livro. É o seu
filme. E é um bom filme".[121]

Em 2012, o compositor norte-americano Stephen Andrew Taylor e a libretista canadense Marcia Johnson
adaptaram a novela de Le Guin, "Paradises Lost", publicada originalmente em 2002 na coletânea The
Birthday of the World para uma ópera. Sua estreia ocorreu em abril daquele ano, na Krannert Center for the
Performing Arts do campus da Universidade de Illinois, em Urbana, nos Estados Unidos.[122] Já no ano
seguinte, a Portland Playhouse, de Portland, no Oregon, EUA, produziu uma adaptação de The Left Hand of
Darkness, dirigida por Jonathan Walters e adaptada por Walters e John Schmor. A produção, que contou com
a supervisão pessoal de Le Guin, estreou em maio daquele ano no Hand2Mouth Theatre.[123]

No início de 2017, Ursula envolveu-se novamente com a supervisão de uma adaptação de The Left Hand of
Darkness, na ocasião para o desenvolvimento de uma minisérie de televisão pela produtora Critical
Content.[124] Ainda em 2017, o compositor canadense John Plant compôs uma sonata inspirada na série
Terramar.[125] Plant enviou uma cópia do trabalho para a apreciação de Le Guin, que algum tempo depois
enviou, em resposta, uma mensagem de agradecimento, elogiando a composição. A mensagem foi enviada por
correio em 17 de janeiro de 2018, menos de uma semana antes de seu falecimento.[126]

Premiações
A carreira de Ursula K. Le Guin está entre as mais premiadas da história da literatura popular de ficção, dentro
e fora dos Estados Unidos. Ao longo de sua carreira profissional de mais de cinquenta anos, a autora recebeu
diversos dos mais renomados prêmios da literatura ficcional, nos Estados Unidos e internacionalmente, além
de condecorações variadas por títulos específicos e prêmios pela totalidade sua obra e contribuição para a
literatura.

Seu primeiro grande prêmio foi o Horn Book para Melhor Livro Infanto-juvenil do jornal norte-americano
Boston Globe[127] por A Wizard of Earthsea, em 1968. Na época, a premiação ajudou a divulgar a obra, e
contribuiu diretamente para seu sucesso dentro dos EUA. O primeiro best-seller de sua carreira, The Left Hand
of Darkness, de 1969, também marcou a primeira vez em que Le Guin foi indicada e venceu alguns dos mais
cobiçados prêmios da literatura ficcional. Pela obra, ela ganhou tanto o Nebula Award quanto o Hugo Award
de Melhor Romance de 1969,[127] fazendo da autora o primeiro nome da literatura de ficção científica a
ganhar os dois prêmios pelo mesmo trabalho no mesmo ano.

Por The Tombs of Atuan, sequência de A Wizard of Earthsea, Ursula foi indicada e venceu o Newbery Silver
Medal Award de 1972,[127] e por The Farthest Shore, terceiro livro da trilogia original de Terramar, o National
Book Award de Melhor Livro Infantil,[127] também em 1972. Em 1973, por The Lathe of Heaven, Ursula
venceu o Locus Award de Melhor Romance.[127]

Pelos trabalhos no Ciclo Hainish durante os anos 1970, entre romances, contos e novelas, Le Guin recebeu
diversos prêmios: o Hugo Award de Melhor Novela de 1973 por The Word for World is Forest,[127] o Hugo
Award de Melhor Conto por "The Ones Who Walk Away from Omelas", e em 1975 tanto o Nebula Award
quanto o Jupiter Award de Melhor Conto para "The Day Before the Revolution". The Dispossessed, seu
maior best-seller desde The Left Hand of Darkness, a autora voltou a ganhar tanto o Hugo Award quanto o
Nebula Award de Melhor Romance, em 1975.[127]
Em 1979, Le Guin ganhou seu primeiro prêmio por conjunto da obra, o Gandalf Award de Grand Master of
Fantasy.[127] No mesmo ano, a autora recebeu o Lewis Carroll Shelf Award, um dos mais cobiçados prêmios
da literatura infanto-juvenil na Inglaterra, em homenagem ao aniversário de uma década do lançamento de A
Wizard of Earthesa. Em 1983, a autora ganharia também seu primeiro Locus Award por Melhor Coletânea por
The Compass Rose (1982).

Em 1990, por Tehanu, obra que marcou o retorno da autora ao universo de Terramar desde The Farthest
Shore, Ursula ganhou o Nebula Award de Melhor Romance.[127] Pelo conto "Forgiveness Day", presente na
coletânea Four Ways to Forgiveness, parte do Ciclo Hainish, de 1995, ela ganhou o Asimov’s Readers Award,
o Locus Readers Award e o Theodore Sturgeon Award, e por Four Ways to Forgiveness como um todo, o
Locus Award de Melhor Coletânea de 1996. Por "Solitude", de 1994, outro dos contos do Ciclo Hainish
publicado nos anos 1990, Le Guin recebeu o Nebula Award de Melhor Conto. Unlocking the Air and Other
Stories, uma coletânea de contos de ficção, lançada nos EUA em 1996, foi indicado e ganhou Pulitzer Prize de
1997.

A partir do início dos anos 2000, Le Guin começou a receber uma variedade de prêmios pela totalidade de sua
obra e contribuição para a literatura. Em 2000, foi homenageada tanto com o título "Living Legend" (Lenda
Viva) na categoria "Writers and Artists" (Escritores e Artistas) conferida pela Biblioteca do Congresso do
governo dos Estados Unidos,[128] quanto com o Robert Kirsch Lifetime Achievement Award, dado pelo
jornal The Los Angeles Times, de Los Angeles, Califórnia.[127] Em 2001, ela também receberia o Lifetime
Achievement Award pela Pacific Northwest Booksellers Association,[127][129] um grupo das principais
editoras e livrarias do noroeste dos Estados Unidos, e no mesmo ano, por The Telling, primeiro romance da
autora dentro do Ciclo Hainish desde The Dispossessed, venceu o Locus Award de Melhor Romance.

Em 2000, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos homenageou a autora, incluindo-a na lista de
"Living Legend" (Lenda Viva) na categoria Writers and Artists por sua significativa contribuição a cultura
estadunidense.[128]

Ursula voltaria a receber o Locus Award em 2002, vencendo em duas categorias pelos contos "The Finder" e
"The Bones of the Earth", presentes na coletânea Tales from Earthsea.[127] No mesmo ano, ela receberia
ainda o Lifetime Achievement Award da associação Willamette Writers e o PEN/Malamud Award, da
PEN/Faulkner Foundation, por "excelência no campo do conto ficcional".[130]

Finalmente em 2003, a autora foi incluída como Grand Master da literatura norte-americana de ficção
científica e fantasia, a mais alta condecoração da Science Fiction and Fantasy Writers of America (SFWA), um
dos poucos nomes do gênero a recebe-lo, na época. E, em 2004, Le Guin foi homenageada tanto com o May
Hill Arbuthnot Lecturer Award[131] de literatura infanto-juvenil quanto com o Margaret Edwards Award[132]
de literatura jovem adulta, ambos pela American Library Association (ALA) dos EUA. A ALA afirmou sobre
a autora, na época: "(Ursula K. Le Guin) inspirou quatro gerações de jovens adultos a lerem uma linguagem
muito bem construída, visitar mundos de fantasia que os informam sobre suas próprias vidas e pensar sobre
suas idéias que não são fáceis nem inconsequentes".[132]

Em 2006, Ursula também foi homenageada pela Washington Center for the Book, uma associação literária de
Washington, D.C., nos EUA, que a reconheceu com o Maxine Cushing Gray Fellowship for Writers.[133]
Powers, o terceiro volume da série de fantasia Annals of the Western Shore, a última série fantástica publicada
pela autora, ganhou o Nebul Award de Melhor Romance Jovem Adulto em 2008.[134] Já no ano seguinte, Le
Guin venceu o Locus Award de Melhor Romance e o Mythopoeic Award da Mythopoeic Society, por
Lavinia, e o Oregon State Library, do estado do Oregon, incluiu o romance The Lathe of Heaven, a coletânea
Searoad e os contos "The World Begins Here" e "The Ones Who Walk Away From Omelas" de Ursula no
especial 150 Books for Oregon’s Sesquicentennial. Em 2010, Le Guin venceu o Locus Award de Melhor
Coletânea por Cheek by Jowl, uma coletânea de ensaios e em 2012, o Eaton Lifetime Achievement Award,
concedido pela Universidade da Califórnia de Riverside.
Já em setembro de 2014, em um encontro realizado em Nova York e apresentado por Neil Gaiman, a autora
foi homenageada com a Medal for Distinguished Contribution to American Letters, uma medalha concedida
pela National Book Foundation dos Estados Unidos[135][136] Em seu discurso, Le Guin afirmou que "Livros
não são simples commodoties, e completou: "Eu tive uma longa e boa carreira como escritora, em boa
companhia. Aqui no final, eu não quero assistir literatura americana ser vendida e ir rio abaixo. Nós, que
vivemos escrevendo e publicando, queremos e devemos exigir nosso quinhão dos lucros; mas o nome da
nossa bela recompensa não é lucrativo. Seu nome é liberdade"[137] Em fevereiro de 2017, ela foi eleita
membro honorária da American Academy of Arts and Letters,[127] e no mesmo ano, ganhou o Hugo Award
de Melhor Trabalho Relacionado pela coletânea de ensaios Words Are My Matter: Writings About Life and
Books, 2000–2016, durante a cerimônia Worldcon75, em Helsínquia, na Finlândia.[127]

Bibliografia selecionada
Ano do
Título (Original em inglês / traduções em Editora original/meio Série
Formato lançamento
português) original de publicação literária
original
"Folksong from the Montayna Province" poema Prairie Poet (revista) 1959 Orsinia
Western Humanities
"An die Musik" conto 1961 Orsinia
Review (revista)
Fantastic vol. 11
"April in Paris" conto 1962
(revista)
"The Masters" conto Fantastic vol. 12 1963
"Darkness Box" conto Fantastic vol. 12 1963
"The Word of Unbinding" conto Fantastic vol. 13 1964 Earthsea
"The Rule of Names" conto Fantastic vol. 13 1964 Earthsea
"Selection" conto Amazing Stories vol. 38 1964
"The Dowry of the Angyar" conto Amazing Stories vol. 38 1964 Hainish
Rocannon's World romance Ace Books 1966 Hainish
Planet of Exile romance Ace Books 1966 Hainish
City of Illusions romance Ace Books 1967 Hainish
A Wizard of Earthsea / O Mago de Terramar
ou O Feiticeiro de Terramar ou O Feiticeiro e romance Parnassus Press 1968 Earthsea
a Sombra
The Left Hand of Darkness / A Mão
romance Ace Books 1969 Hainish
Esquerda da Escuridão
Orbit 5, G. P. Putnam's
"Winter's King" conto 1969 Hainish
Sons
Nine Lives noveleta Playboy vol. 16 1969
Quark/1, Hachette
"A Trip to the Head" conto 1970
Books
Orbit 5, G. P. Putnam's
"Things" conto 1970
Sons
"The Good Trip" conto Fantastic vol. 19 1970
The Tombs of Atuan romance Atheneum Books 1971 Earthsea
New Dimensions 1,
"Vaster than Empires and More Slow" conto 1971 Hainish
Doubleday
The Lathe of Heaven romance Scribner's Books 1971 Hainish
The Farthest Shore romance Atheneum Books 1972 Earthsea
Again, Dangerous
"The Word for World Is Forest" novela 1972 Hainish
Visions, Doubleday
"Imaginary Countries" conto The Harvard Advocate 1972 Orsinia
"Dreams Must Explain Themselves" ensaio Algol vol. 21 1973
New Dimensions III,
"The Ones Who Walk Away from Omelas" conto 1973
Doubleday
coletânea
From Elfland to Poughkeepsie de Pendragon Press 1973
ensaios
"The Day Before the Revolution" conto Galaxy Science Fiction 1974 Hainish
vol. 35
The Dispossessed: An Ambiguous Utopia /
Os Despossuídos ou Os Despojados: Uma romance Harper & Row 1974 Hainish
Utopia Ambígua
Pacific Northwest
"Why Are Americans Afraid of Dragons?" ensaio Library Association 1974
Quarterly vol. 38
coletânea
The Wind's Twelve Quarters de Harper & Row 1975
contos
Science Fiction Studies
"Ketterer on The Left Hand of Darkness" ensaio 1975
vol. 2
Science Fiction Studies
"American SF and The Other" ensaio 1975
vol. 2
coletânea
Wild Angels de Santa Barbara Press 1975
poemas
coletânea
Orsinian Tales de Harper & Row 1975 Orsinia
contos
Very Far Away from Anywhere Else romance Atheneum Books 1976
Future Power, Ramdom
"The Diary of the Rose" conto 1976
House
"Is Gender Necessary?" ensaio Aurora: Beyond Equality 1976
"Science Fiction and Mrs Brown" ensaio Science Fiction at Large 1976
The Little Magazine vol.
"A Week in the Country" conto 1976 Orsinia
9
The Little Magazine vol.
"Brothers and Sisters" conto 1976 Orsinia
10
Encore, Magazine of the
"Ghost Story" conto 1977
Arts vol. 1
"Gwilan's Harp" conto Redbook (revista) 1977
Millennial Women,
The Eye of the Heron romance 1978
Delacorte Press
"The First Report of the Shipwrecked
conto Antaeus, Ecco Press 1978
Foreigner to the Kadanh of Derb"
Malafrena romance Berkley Books 1978 Orsinia
New Dimensions
"The Pathways of Desire" conto Science Fiction, Number 1979
9, Harper & Row
"Where Does Time Go?" conto Omni vol. 2 1979
"Two Delays on the Northern Line" conto The New Yorker (revista) 1979
coletânea
The Language of the Night de G. P. Putnam's Sons 1979
ensaios
The Beginning Place romance Harper & Row 1980
Hard Words and Other Poems coletânea Harper & Row 1981
de
poemas
romance
The Adventure of Cobbler's Rune (infanto- Cheap Street Press 1982
juvenil)
coletânea
The Compass Rose de Harper & Row 1982
contos
romance
Solomon Leviathan's Nine Hundred and
(infanto- Cheap Street Press 1983
Thirty-First Trip Around the World
juvenil)
Isaac Asimov's Space
"The Ascent of the North Face" conto of Her Own, Davis 1983
Publications
Kesh/Always
The Missouri Review
"The Trouble with the Cotton People" conto 1984 Coming
vol. 7
Home
Kesh/Always
Parabola: Myth and the
"The Visionary" conto 1984 Coming
Quest for Meaning vol. 9
Home
Kesh/Always
Always Coming Home romance Harper & Row 1984 Coming
Home
Kesh/Always
The Hudson Review vol.
"Time in the Valley" conto 1985 Coming
37
Home
coletânea
Buffalo Gals, and Other Animal Presences de Santa Barbara Press 1987
poemas
romance
Catwings (infanto- Orchard Books 1988 Catwings
juvenil)
romance
A Visit from Dr. Katz (infanto- Atheneum Books 1988
juvenil)
romance
Fire and Stone (infanto- Atheneum Books 1988
juvenil)
coletânea
Wild Oats and Fireweed: New Poems de Perennial Library 1988
poemas
coletânea
Dancing at the Edge of the World de Grove Press 1989
ensaios
coletânea
Way of the Water's Going de Harper & Row 1989
ensaios
romance
Catwings Return (infanto- Orchard Books 1989 Catwings
juvenil)
Tehanu / Tehanu: O Nome da Estrela romance Atheneum Books 1990 Earthsea
"The Shobies' Story" conto Universe 1, Ace Books 1990 Hainish
Searoad coletânea Harper Collins 1991
de
contos
"Dancing to Ganam" conto Amazing Stories vol. 68 1993 Earthsea
Earthsea Revisioned ensaio Green Bay Press 1993
romance
Wonderful Alexander and the Catwings (infanto- Orchard Books 1994 Catwings
juvenil)
coletânea
A Fisherman of the Inland Sea de Harper Prism 1994
contos
coletânea
Going out with Peacocks and Other Poems de Harper Perennial Books 1994
poemas
"The Matter of Seggri" conto Crank! (revista) 1994 Hainish
Tomorrow Speculative
"Another Story" conto 1994 Hainish
Fiction (revista)
"Unchosen Love" conto Amazing Stories vol. 69 1994 Hainish
The Magazine of
"Solitude" conto Fantasy & Science 1994 Hainish
Fiction vol. 87
coletânea
Four Ways to Forgiveness de Harper Prism 1995 Hainish
contos
New Legends, Legend
"Coming of Age in Karhide" conto 1995 Hainish
Books
coletânea
Unlocking the Air and Other Stories de Harper Collins 1996
contos
Asimov's Science
"Mountain Ways" conto 1996 Hainish
Fiction vol. 20
Far Horizons, Avon Eos
"Old Music and the Slave Women" conto 1996 Hainish
Books
Tao Te Ching (Tradução; autor original Lao livro
Shambhala Publications 1997
Tzu) filosófico
Steering the Craft: Exercises and coletânea
The Eighth Mountain
Discussions on Story Writing for the Lone de 1998
Press
Navigator or the Mutinous Crew ensaios
"Dragonfly" conto Legends, Tor Books 1998 Earthsea
romance
Jane On Her Own (infanto- Orchard Books 1999 Catwings
juvenil)
The Magazine of
"Darkrose and Diamond" conto Fantasy & Science 1999 Earthsea
Fiction vol. 97
The Telling romance Ace Books 2000 Hainish
The Magazine of
"The Birthday of the World" conto Fantasy and Science 2000 Hainish
Fiction vol. 98
coletânea
Tales from Earthsea de Harcourt 2001 Earthsea
contos
The Other Wind romance Harcourt 2001 Earthsea
coletânea
The Birthday of the World and Other Stories de Harper Collins 2002
contos
coletânea
Changing Planes de Harcourt 2003
contos
coletânea
The Wave in the Mind de Shambhala Publications 2004
ensaios
Annals of
Gifts romance Harcourt 2004 the Western
Shore
Annals of
Voices romance Orion Books 2006 the Western
Shore
coletânea
Incredible Good Fortune de Shambhala Publications 2007
poemas
Annals of
Powers romance Orion Books 2007 the Western
Shore
coletânea
Four Different Poems de Longhouse Press 2007
poemas
Lavinia romance Harcourt 2008
coletânea
Cheek by Jowl de Aqueduct Press 2009
ensaios
romance
Cat Dreams (infanto- Orchard Books 2009
juvenil)
coletânea
Out Here: Poems and Images from Steens
de Astoria-Raven 2010
Mountain Country
poemas
Wild Girls romance PM Press 2011
coletânea
Finding My Elegy: New and Selected Poems de Houghton Mifflin/Harcout 2012
poemas
"The Jar of Water" conto Tin House (revista) 2014
"The Daughter of Odren" conto Harcourt 2014 Earthsea
coletânea
Late in the Day: Poems 2010–2014 de PM Press 2015
poemas
coletânea
Steering the Craft: A 21st-Century Guide to Houghton
de 2015
Sailing the Sea of Story Mifflin/Harcourt
ensaios
coletânea
Words Are My Matter: Writings About Life
de Small Beer Press 2016
and Books, 2000–2016
ensaios
The Complete Orsinia coletânea The Library of America 2016 Orsinia
de Press
contos
coletânea
No Time to Spare: Thinking About What Houghton
de 2017
Matters Mifflin/Harcourt
ensaios
coletânea
Victor Gollancz
Orsinia de 2017 Orsinia
Publishing
contos
coletânea
Dreams Must Explain Themselves and Other Victor Gollancz
de 2018
Essays 1972–2004 Publishing
ensaios

Referências
9. «What Happens When a Science Fiction
1. «List of Major Titles» (http://www.ursulaklegu Genius Starts Blogging?» (https://newrepubli
in.com/MajorTitles.pdf) (PDF). Sítio oficial de c.com/article/144719/happens-science-fictio
Ursula K. Le Guin. Janeiro de 2013. n-genius-starts-blogging)
Consultado em 17 de agosto de 2018
10. Michel, Lincoln (24 de janeiro de 2018).
2. Attebery, Brian. «Ursula K. Le Guin: The «One of the Greatest Sci-Fi Authors Just
Complete Orsinia» (https://www.loa.org/book Passed Away» (https://www.gq.com/story/urs
s/513-the-complete-orsinia). Library of
ula-k-le-guin-was-our-greatest-science-fictio
America. Consultado em 17 de agosto de
n-writer)
2018
11. «Ursula K. Le Guin, Influential Science
3. «Ursula K. Le Guin, aclamada escritora de
Fiction Writer, Dies at 88» (https://www.spac
ficção científica, morre aos 88» (http://www1.
e.com/39470-ursula-k-le-guin-obituary.html)
folha.uol.com.br/ilustrada/2018/01/1952857-
ursula-k-le-guin-aclamada-escritora-de-ficca 12. «Ursula Le Guin Has Earned a Rare Honor.
o-cientifica-morre-aos-88.shtml). Folha de S. Just Don't Call Her a Sci-Fi Writer.» (https://w
Paulo. 23 de janeiro de 2018. Consultado ww.nytimes.com/2016/08/29/books/ursula-le-
em 17 de agosto de 2018 guin-has-earned-a-rare-honor-just-dont-call-
her-a-sci-fi-writer.html?_r=0)
4. Flood, Alison (24 de janeiro de 2018). «Don't
know where to start? The essential novels of 13. «The Fantastic Ursula K. Le Guin» (https://w
Ursula K Le Guin» (https://www.theguardian. ww.newyorker.com/magazine/2016/10/17/the
com/books/booksblog/2018/jan/24/essential- -fantastic-ursula-k-le-guin)
novels-ursula-k-le-guin). The Guardian 14. Eddy, Cheryl. «Pioneering Fantasy Author
5. Jankowski, Lauren (7 de fevereiro de 2018). Ursula K. Le Guin Has Passed Away» (http
«Biography of SciFi Pioneer Ursula LeGuin» s://io9.gizmodo.com/pioneering-fantasy-auth
(https://www.thoughtco.com/ursula-k-le-guin- or-ursula-k-le-guin-has-passed-1822355185)
biography-3530883). ThoughtCo. 15. «Savage Mind's new occasional paper
Consultado em 17 de agosto de 2018 series: first up, The Superorganic - Savage
6. «Ursula K. Le Guin on Racism, Anarchy, and Minds» (https://savageminds.org/2013/10/04/
Hearing Her Characters Speak» (https://lithu savage-minds-new-occasional-paper-series-
b.com/ursula-k-le-guin-on-racism-anarchy-an first-up-the-superorganic/). savageminds.org
d-hearing-her-characters-speak/). 1 de abril 16. Spivack, Charlotte (1984). Ursula K. Le Guin.
de 2016 Boston: Twayne Publishers. ISBN
7. «Postmodern Anarchism in the Novels of 0805773932.
Ursula K. Le Guin» (https://theanarchistlibrar 17. «Ursula K. Le Guin: Answers to a
y.org/library/lewis-call-postmodern-anarchis Questionnaire (FAQ: Frequently Asked
m-in-the-novels-of-ursula-k-le-guin) Questions)» (http://www.ursulakleguin.com/F
8. «The Influence of Taoism in the Writing of AQ.html#Childhood). Sítio oficial de Ursula
Ursula K. Le Guin» (https://rhystranter.com/2 K. Le Guin
018/01/25/ursula-k-le-guin-taoism/). 25 de 18. Le Guin, Ursula K. "Le Guin, Ursula K.
janeiro de 2018 1929–". Encyclopedia.com. Archived from
the original on November 5, 2016. Retrieved Anatomy of Wonder 4. New Providence,
November 5, 2016. New Jersey: R.R. Bowker. p. 300. ISBN 978-
19. «Ursula K. Le Guin: Answers to a 0-8352-3288-3.
Questionnaire (FAQ: Frequently Asked 30. Reynolds, Ross. «Ursula K. Le Guin on
Questions)» (http://www.ursulakleguin.com/F writing and the women's movement» (http://k
AQ.html#Inspiration). Sítio oficial de Ursula uow.org/post/ursula-k-le-guin-writing-and-wo
K. Le Guin mens-movement)
20. Reid, Suzanne Elizabeth (1997). Presenting 31. Youngs, Ian (17 de agosto de 2018). «Ursula
Ursula Le Guin. New York: Twayne. ISBN Le Guin: 'A fearless writer, a fearless
978-0-8057-4609-9 woman' » (https://www.bbc.co.uk/news/entert
21. «Ursula K. Le Guin Encourages Stealing, ainment-arts-42805957) – via www.bbc.com
Went to High School With Philip K. Dick - 32. "Ursula K. Le Guin". The Locus Index to SF
Tor.com» (https://web.archive.org/web/20141 Awards: Index of Literary Nominees.
024194554/http://www.tor.com/blogs/2013/1 Archived from the original on September 12,
0/ursula-k-le-guin-encourages-stealing-went- 2015. Retrieved April 12, 2012.
to-high-school-with-philip-k-dick). 24 de 33. White, Donna R. (1999). Dancing with
outubro de 2014 Dragons: Ursula K. Le Guin and the Critics.
22. «Ursula K. Le Guin: Biographical Data Columbia, South Carolina, USA: Camden
(2004)» (http://www.ursulakleguin.com/Bio.ht house. ISBN 978-1-57113-034-1.
ml). Sítio oficial de Ursula K. Le Guin 34. «1972 Award Winners & Nominees» (https://
23. Baker, Jeff (February 27, 2010). "Northwest www.worldswithoutend.com/books_year_ind
Writers at Work: Ursula K. Le Guin is 80 and ex.asp?year=1972). Worlds Without End
taking on Google". OregonLive. The 35. «1971 Award Winners & Nominees» (https://
Oregonian. Archived from the original on www.worldswithoutend.com/books_year_ind
August 13, 2015. Retrieved August 11, 2015. ex.asp?year=1971). Worlds Without End
24. Clute, John (24 de janeiro de 2018). «Ursula 36. "1972 Award Winners & Nominees". Worlds
K Le Guin obituary» (https://www.theguardia Without End. Retrieved 2009-07-28.
n.com/books/2018/jan/24/obituary-ursula-k-l 37. «1974 Award Winners & Nominees» (https://
e-guin). The Guardian www.worldswithoutend.com/books_year_ind
25. Le Guin, Charles Alfred (17 de agosto de ex.asp?year=1974). Worlds Without End
2018). «The first Girondin ministry, March- 38. Freedman, Carl, ed. (2008). Conversations
June 1792: a revolutionary experiment.» (htt with Ursula K. Le Guin (First ed.). Jackson:
p://www.worldcat.org/title/first-girondin-minist University Press of Mississippi. p. xxiii. The
ry-march-june-1792-a-revolutionary-experim Dispossessed wins Hugo and Nebula
ent/oclc/22129038) – via Open WorldCat
awards, making Le Guin the first writer ever
26. Baker, Jeff (February 27, 2010). "Northwest twice to win both awards simultaneously.
Writers at Work: Ursula K. Le Guin is 80 and
39. «1975 Award Winners & Nominees» (https://
taking on Google". Oregon Live. Archived
www.worldswithoutend.com/books_year_ind
from the original on September 14, 2015.
ex.asp?year=1975). Worlds Without End
Retrieved September 14, 2015.
40. King, Susan (August 29, 2000). "PBS' first
27. Julie Phillips (2010). Fowler, Karen Joy;
TV movie out on video, DVD". Chicago Sun-
Notkin, Debbie, eds. 80! Memories and
Times.
Reflections on Ursula K. Le Guin. Seattle:
Aqueduct Press. p. 175. 41. Le Guin, Ursula (1989). "Working on 'The
Lathe'". Dancing on the Edge of the World.
28. Busch, Willian. «Resenha | An die Musik
Grove Press. p. 31. ISBN 978-0-8021-3529-
(1961) por Ursula Kroeber Le Guin – 2.
Estudos de Ficção Científica» (http://estudos
deficcaocientifica.com/2019/07/26/resenha-a 42. «Brian Booth Writers' Fund - Literary Arts» (h
n-die-musik-de-ursula-kroeber-le-guin- ttps://literary-arts.org/who-we-are/brian-booth
1961/). Estudos de Ficção Cientifica. -writers-fund/)
Consultado em 20 de fevereiro de 2020 43. «Ursula K Le Guin» (https://www.theguardia
29. Stableford, Brian (1995). "Le Guin, Ursula K.: n.com/books/2008/jun/13/ursulakleguin).
The Left Hand of Darkness". In Barron, Neil. The Guardian. 22 de julho de 2008
44. Tehanu title listing at the Internet Speculative Retrieved March 5, 2016.
Fiction Database (ISFDB). 56. Flood, Alison (21 de janeiro de 2016).
45. Haley, Guy (2014). Sci-Fi Chronicles: A «Ursula Le Guin blasts coverage of Oregon
Visual History of the Galaxy's Greatest militia's 'Right-Winged Loonybirds' » (https://
Science Fiction. London: Aurum Press www.theguardian.com/books/2016/jan/21/ur
(Quarto Group). p. 197. ISBN 1781313598. sula-le-guin-blasts-coverage-of-oregon-militi
In 2003 [she] was made a Grandmaster of as-right-winged-loonybirds). The Guardian
Science Fiction, the first of only a handful of 57. Jonas, Gerald (23 de janeiro de 2018).
female writers to take the top honor in a «Ursula K. Le Guin, Acclaimed for Her
genre that has come to be dominated by Fantasy Fiction, Is Dead at 88» (https://www.
male writers. nytimes.com/2018/01/23/obituaries/ursula-k-l
46. Le Guin, Ursula K. (2004). Gifts. Harcourt. e-guin-acclaimed-for-her-fantasy-fiction-is-de
ISBN 9781842551073. ad-at-88.html). The New York times.
47. ^ Jump up to: a b "Gifts". ursulakleguin.com. Consultado em 17 de janeiro de 2018
Retrieved 18 April 2017. 58. Flood, Alison; Lee, Benjamin (24 de janeiro
48. Higgins, Charlotte (2009-05-23). "The de 2018). «Ursula K Le Guin, sci-fi and
princess with flaming hair". Guardian Books. fantasy author, dies aged 88» (https://www.th
London. Retrieved 2009-11-01. eguardian.com/books/2018/jan/23/ursula-k-l
e-guin-sci-fi-fantasy-author-dies-at-88). The
49. Flood, Alison (December 24, 2009). "Le Guin
Guardian
accuses Authors Guild of 'deal with the
devil'". The Guardian. London. Archived from 59. «US fantasy author Ursula K Le Guin dies»
the original on May 8, 2014. Retrieved May (https://www.bbc.co.uk/news/world-us-canad
27, 2010. Ursula K Le Guin has resigned a-42798654). 17 de agosto de 2018 – via
from the writers' organisation in protest at www.bbc.com
settlement with Google over digitisation. 60. «Ursula K Le Guin's science fiction holds a
50. Le Guin, Ursula K. (December 18, 2009). mirror up to our own world» (https://www.inde
"My letter of resignation from the Authors pendent.co.uk/news/obituaries/ursula-k-le-gu
Guild". Archived from the original on January in-dies-death-dead-obituary-left-hand-of-dark
11, 2012. Retrieved January 10, 2012. ness-gender-feminism-capitalism-fantasy-a8
176236.html)
51. Flood, Alison (February 1, 2016). "Ursula K
Le Guin documentary maker turns to 61. «Ursula K. Le Guin, master of speculative
Kickstarter for funds". The Guardian. fiction, dies in Portland at age 88» (https://w
Archived from the original on December 9, ww.oregonlive.com/books/index.ssf/2018/01/
2016. ursula_le_guin_dies.html)
52. Arons, Rachel (November 20, 2014), "'We 62. «Ursula K. Le Guin: Answers to a
Will Need Writers Who Can Remember Questionnaire (FAQ: Frequently Asked
Freedom': Ursula Le Guin and Last Night's Questions)» (http://www.ursulakleguin.com/F
N.B.A.s", The New Yorker, archived from the AQ.html#Help). Sítio oficial de Ursula K. Le
original on December 19, 2014, retrieved Guin
December 19, 2014 63. «URSULA K. LE GUIN - Vice Magazine» (htt
53. Bausells, Marta (3 de junho de 2015). ps://web.archive.org/web/20110709072611/
«Ursula K Le Guin launches broadside on http://www.viceland.com/int/v15n12/htdocs/ur
Amazon's 'sell it fast, sell it cheap' policy» (ht sula-k-le-guin-440.php). 9 de julho de 2011
tps://www.theguardian.com/books/2015/jun/0 64. «URSULA K. LE GUIN - Vice Magazine» (htt
3/ursula-k-le-guin-amazon-bs-machine). The ps://web.archive.org/web/20110709072611/
Guardian http://www.viceland.com/int/v15n12/htdocs/ur
54. «Why Does Ursula K. Le Guin Hate sula-k-le-guin-440.php). 9 de julho de 2011
Amazon? - Marginal REVOLUTION» (https:// 65. Reid, Suzanne Elizabeth (1997). Presenting
marginalrevolution.com/marginalrevolution/2 Ursula Le Guin. New York: Twayne. ISBN
015/06/why-does-ursula-k-le-guins-hate-ama 0805746099.
zon.html). 9 de junho de 2015 66. «The Left and Right Hands of Ursula K. Le
55. "Worlds of Ursula K. Le Guin". Kickstarter. Guin - Kirkus Reviews» (https://www.kirkusre
Archived from the original on March 7, 2016.
views.com/features/left-and-right-hands-ursul 185–190. doi:10.1353/chl.0.0112.
a-k-le-guin/) 79. https://www.webcitation.org/672ekxHkX?
67. «Ursula K. Le Guin: The Complete Orsinia - url=http://www.locusmag.com/SFAwards/Db/L
Library of America» (https://www.loa.org/boo 80. «1974 Hugo Awards» (http://www.thehugoa
ks/513-the-complete-orsinia). www.loa.org wards.org/hugo-history/1974-hugo-awards/).
68. Bain, Dena C., "The Tao Te Ching as 26 de julho de 2007
Background to the Novels of Ursula K. Le 81. http://www.sfwa.org/2009/11/nebula-
Guin" published in Ursula K. Le Guin awards-“international-sf”-and-problems-of-
(Modern Critical Views), ed. Harold Bloom, identity/
(New York, NY: Chelsea House Publishers, 82. «Cópia arquivada» (https://web.archive.org/
1986) page 211. web/20170319101617/http://www.locusmag.
69. Bernardo, Susan M. & Murphy, Graham J. com/SFAwards/Db/Nebula.html). Consultado
Ursula K. Le Guin: A Critical Companion, em 10 de agosto de 2018. Arquivado do
(Westport, CT: Greenwood Press, 2006), original (http://locusmag.com/SFAwards/Db/
page 16. Nebula.html) em 19 de março de 2017
70. Esmonde, Margaret P. (17 de agosto de 83. http://locusmag.com/SFAwards/Db/Locus.htm
1981). «The Good Witch of the West» (http 84. «The Locus Index to SF Awards: Locus
s://muse.jhu.edu/article/246022). Children's Award Nominees List» (https://web.archive.o
Literature. 9 (1): 185–190. rg/web/20150531005008/http://www.locusm
doi:10.1353/chl.0.0112 (https://dx.doi.org/10. ag.com/SFAwards/Db/LocusNomList.html).
1353%2Fchl.0.0112) – via Project MUSE
31 de maio de 2015
71. Cadden, Mike (2005). Ursula K. Le Guin 85. https://www.worldswithoutend.com/books_yea
Beyond Genre: Fiction for Children and
year=2001
Adults. New York City, New York, US:
Routledge. ISBN 0-415-99527-2. 86. http://locusmag.com/SFAwards/Db/NomLit77.
2001
72. Simon & Schuster Books (21 de julho de
2012). «Ursula Le Guin discusses Earthsea» 87. «The Locus Index to SF Awards: Locus
(https://www.youtube.com/watch?v=jII2rr4ptH Award Nominees List» (https://web.archive.o
g) – via YouTube rg/web/20120628144908/http://www.locusm
ag.com/SFAwards/Db/LocusNomList.html).
73. «Authors : Le Guin, Ursula K : SFE : Science
28 de junho de 2012
Fiction Encyclopedia» (http://sf-encyclopedi
a.com/entry/le_guin_ursula_k). sf- 88. «Poets & Writers on Twitter» (https://twitter.co
encyclopedia.com m/poetswritersinc/status/9976278997787484
16)
74. «Two Publishers, One Series: The Latest
Tale of Ursula K. Le Guin's Earthsea» (http 89. Spivack, Charlotte (1984). "'Only in Dying,
s://www.publishersweekly.com/pw/by-topic/c Life': The Dynamics of Old Age in the Fiction
hildrens/childrens-book-news/article/53371-t of Ursula Le Guin". Modern Language
wo-publishers-one-series-the-latest-tale-of-ur Studies. 14 (3): 43–53.
sula-k-le-guin-s-earthsea.html) doi:10.2307/3194540. JSTOR 3194540.
75. «A Wizard of Earthsea (1st edition) by Ursula 90. McDowell, Elizabeth (1992). Power and
K. Le Guin: Golancz 9780575007178 Hard Environmentalism in Recent Writings by
Cover, 1st Edition. - AbeBooks.com» (https:// Barbara Kingsolver, Ursula K. Le Guin, Alica
www.abebooks.com/first-edition/Wizard-Eart Walker, and Terry Tempest Williams.
hsea-1st-edition-Ursula-Guin/22365948673/ Eugene, OR: University of Oregon.
bd#&gid=1&pid=4). www.abebooks.com 91. Lewis, Call (2007). "Postmodern Anarchism
76. «A Safe Trip Into Androgyny» (https://www.n in the Novels of Ursula K. Le Guin".
ewyorker.com/books/book-club/a-safe-trip-int SubStance. 36 (2): 87–105. JSTOR
o-androgyny) 25195127.
77. Reid, Suzanne Elizabeth (1997). Presenting 92. Sølvskutt, Brunskow, Erling; Sølvskutt,
Ursula Le Guin. New York, New York, USA: Brunskow, Erling (17 de agosto de 2018).
Twayne. ISBN 978-0-8057-4609-9. «Cosmic Landscapes: Daoism and
Environmentalism in Ursula K. Le Guin's
78. Esmonde, Margaret P. (1981). "The Good
Witch of the West". Children's Literature. 9:
Utopian Fictions» (https://www.duo.uio.no/ha 104. «First Contact: A Talk with Ursula K. Le
ndle/10852/57954) Guin» (https://www.newyorker.com/books/bo
93. «Stage and Studio on 11/02/10» (https://kbo ok-club/first-contact-a-talk-with-ursula-k-le-gu
o.com/media/20743-stage-and-studio-11021 in)
0). 1 de novembro de 2010 105. Fowler, Karen Joy (25 de janeiro de 2018).
94. «Ursula Le Guin: Her best books, feminist «Ten Things I Learned from Ursula K. Le
ideas and lasting legacy» (https://www.irishe Guin» (https://www.theparisreview.org/blog/2
xaminer.com/breakingnews/entertainment/ur 018/01/25/ten-things-i-learned-from-ursula-k-
sula-le-guin-her-best-books-feminist-ideas-a le-guin/)
nd-lasting-legacy-824492.html). 24 de 106. «Perspective - Ursula K. Le Guin didn't want
janeiro de 2018 to be called a 'genius' » (https://www.washin
95. «Biography of SciFi Pioneer Ursula LeGuin» gtonpost.com/entertainment/books/ursula-k-l
(https://www.thoughtco.com/ursula-k-le-guin- e-guin-didnt-want-to-be-called-a-genius/201
biography-3530883) 8/01/23/069b69fa-009c-11e8-bb03-7227694
96. Fimi, Dimitra. «Ursula K Le Guin's strong 54f82_story.html). Washington Post
female voice challenged the norms of a 107. Scurr, Ruth (14 de março de 2018). «Dreams
male-dominated genre» (https://theconversat Must Explain Themselves by Ursula K Le
ion.com/ursula-k-le-guins-strong-female-voic Guin review – writing and the feminist
e-challenged-the-norms-of-a-male-dominate fellowship» (https://www.theguardian.com/bo
d-genre-90636) oks/2018/mar/14/dreams-must-explain-them
97. «Ursula K. Le Guin on Racism, Anarchy, and selves-by-ursula-k-le-guin-review). The
Hearing Her Characters Speak» (https://lithu Guardian
b.com/ursula-k-le-guin-on-racism-anarchy-an 108. com, webmaster (at) ursulakleguin (dot).
d-hearing-her-characters-speak/). 1 de abril «Lord Dunsany: In the Land of Time and
de 2016 Other Fantasy Tales, edited by S.T. Joshi,
98. Wytenbroek, J. R. (1 de janeiro de 1987). reviewed by Ursula K. Le Guin» (http://www.
«Always Coming Home: Pacificism and ursulakleguin.com/UKL-Review-Joshi-LordD
Anarchy in Le Guin's Latest Utopia» (https://o unsany.html). Sítio oficial de Ursula K. Le
nline.liverpooluniversitypress.co.uk/doi/abs/1 Guin
0.3828/extr.1987.28.4.330?journalCode=ext 109. «Tolkien and Le Guin» (https://gwydionmada
r). Extrapolation. 28 (4): 330–339. wc.com/57-about-tolkien/tolkien-and-le-gui
doi:10.3828/extr.1987.28.4.330 (https://dx.do n/). 18 de maio de 2015
i.org/10.3828%2Fextr.1987.28.4.330) 110. Simon & Schuster Books (1 de agosto de
99. «Artigo: Ursula K. Le Guin nos deixou a 2012). «Ursula Le Guin discusses Lord of
tarefa de sonhar» (https://oglobo.globo.com/c the Rings» (https://www.youtube.com/watch?
ultura/livros/artigo-ursula-le-guin-nos-deixou- v=M_Pgcy3G5V4) – via YouTube
tarefa-de-sonhar-22326163). 25 de janeiro 111. «The legendary Ursula K. Le Guin remains
de 2018 fiery, relevant and influential with 'Words Are
00. «75+ Books Ursula K. Le Guin My Matter' » (https://www.dallasnews.com/art
Recommended» (https://bookriot.com/2018/0 s/books/2016/10/28/ursula-k-le-guin-words-a
2/02/books-ursula-k-le-guin-recommended/). re-my-matter-review). 28 de outubro de 2016
2 de fevereiro de 2018 112. «Ursula K. Le Guin Names the Books She
01. «Ursula Le Guin Q&A» (https://www.theguar Likes and Wants You to Read» (http://www.o
dian.com/books/2004/feb/09/sciencefictionfa penculture.com/2016/05/books-that-ursula-k-
ntasyandhorror.ursulakleguin). The le-guin-likes-and-wants-you-to-read.html)
Guardian. 9 de fevereiro de 2004 113. «Ursula K. Le Guin - Write Through It» (http
02. «Ursula K. Le Guin on the books that meant s://writethroughitblog.com/tag/ursula-k-le-gui
the most to her» (http://ew.com/books/2018/0 n/). writethroughitblog.com
1/23/ursulale-guin-books-of-my-life/) 114. «Ursula K. Le Guin's Essential Internet
03. «Ursula K. Le Guin: By the Book» (https://ww Writing, Now Between Two Covers» (https://
w.nytimes.com/2015/08/09/books/review/urs www.tor.com/2017/12/14/book-reviews-ursul
ula-k-le-guin-by-the-book.html) a-k-le-guin-no-time-to-spare/). 14 de
dezembro de 2017
15. otrarchive.blogspot.com/2009/06/vanishing- 127. «Ursula K. Le Guin: Website Outline» (http://
point-cbc.html www.ursulakleguin.com/MenuContentsList.h
16. «Plot Spot - Miscellaneous Shows» (http://w tml#Awards). Sítio oficial de Ursula K. Le
ww.otrplotspot.com/miscellaneousShows.ht Guin
ml#vanishingPoint). www.otrplotspot.com 128. «Ursula Leguin - Living Legends - Library of
17. Helbig, Jack. «The Left Hand of Darkness» Congress» (https://web.archive.org/web/201
(https://www.chicagoreader.com/chicago/the- 80124082508/https://www.loc.gov/about/awa
left-hand-of-darkness/Content?oid=886665) rds-and-honors/living-legends/ursula-
leguin/). 24 de janeiro de 2018
18. Guin, Ursula K. Le (16 de dezembro de
2004). «A Whitewashed Earthsea» (http://ww 129. «2001 PNBA Book Awards» (https://web.arc
w.slate.com/articles/arts/culturebox/2004/12/ hive.org/web/20130621065514/http://www.p
a_whitewashed_earthsea.html) – via Slate nba.org/2001BookAwards.html). 21 de junho
de 2013
19. «Tales from Earthsea (2010) - Box Office
Mojo» (https://www.boxofficemojo.com/movie 130. "People and Publishing: Awards". Locus,
s/?id=talesfromearthsea.htm). Jan. 2003, pág. 8
www.boxofficemojo.com 131. «The May Hill Arbuthnot Honor Lecture
20. «Tales from Earthsea tops Japanese box Award - Association for Library Service to
office» (https://web.archive.org/web/2009042 Children (ALSC)» (https://web.archive.org/w
5111559/http://www.madman.com.au/action eb/20130209043152/http://www.ala.org:80/al
s/news.do?method=view&newsId=712). 25 sc/awardsgrants/bookmedia/arbuthnothonor/
de abril de 2009 arbuthnothonor). 9 de fevereiro de 2013
21. «Ursula K. Le Guin: Gedo Senki, a First 132. «2004 Margaret A. Edwards Award Winner -
Response» (http://www.ursulakleguin.com/G Young Adult Library Services Association
edoSenkiResponse.html). Sítio oficial de (YALSA)» (https://web.archive.org/web/2013
Ursula K. Le Guin 1019100143/http://www.ala.org/yalsa/booklis
22. «University of Illinois School of Music» (http tsawards/bookawards/margaretaedwards/ma
s://web.archive.org/web/20130821201648/htt eprevious/04ursula). 19 de outubro de 2013
p://www.music.illinois.edu/news_items/ui-op 133. «Ursula K. Le Guin honored: Maxine
era-to-premiere-new-opera-by-stephen-taylo Cushing Gray Fellowship» (https://web.archi
r). 21 de agosto de 2013 ve.org/web/20141106014551/http://www.sfw
a.org/archive/Pressbook/06/0925b-LeGuin-M
23. «Theater review: 'The Left Hand of
axineCushingGrayFellowship.html). 6 de
Darkness' finds deeply human love on a
novembro de 2014
cold, blue world» (https://www.oregonlive.co
m/performance/index.ssf/2013/05/theater_re 134. http://locusmag.com/SFAwards/Db/Nebula200
view_the_left_hand_o.html) 135. «Ursula K. Le Guin to receive NBF Medal for
24. Littleton, Cynthia (11 de maio de 2017). Distinguished Contribution to American
«Critical Content Developing Ursula K. Le Letters» (http://www.nationalbook.org/amerle
Guin's 'Left Hand of Darkness' as Limited tters_2014_uleguin.html#.W2ZPzPZFxjo).
Series (EXCLUSIVE)» (https://variety.com/20 www.nationalbook.org
17/tv/news/ursula-k-le-guin-left-hand-of-dark 136. «Ursula K. Le Guin wins big honor from
ness-limited-series-critical-content-1202423 National Book Foundation» (https://www.ore
149/) gonlive.com/books/index.ssf/2014/09/ursula
25. «John Plant, composer» (https://www.johnpl _k_le_guin_wins_big_hono.html)
antmusic.com/audio.htm). John Plant, 137. «Ursula K Le Guin's speech at National
composer Book Awards: 'Books aren't just
26. «John Plant, composer» (https://www.johnpl commodities' » (https://www.theguardian.co
antmusic.com/apps/blog/). John Plant, m/books/2014/nov/20/ursula-k-le-guin-nation
composer al-book-awards-speech). The Guardian. 20
de novembro de 2014

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ursula_K._Le_Guin&oldid=59378807"
Esta página foi editada pela última vez às 14h19min de 18 de setembro de 2020.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BY-SA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de utilização.

Você também pode gostar