SÃO PAULO
2018
CAUÊ PINHEIRO BONI
SÃO PAULO
2018
RESUMO
The present work relates the main theoretical arguments coming from the
Austrian School of Economic Thought with the market characteristics of the currently
traded cryptocurrencies. The project seeks to answer if the cryptocurrencies have, in
fact, the power to become a mean of exchange for international society, in which trust
relationships among private agents will be considered a sensitive factor to the global
expansion of cryptocurrencies. It also seeks to validate whether the theoretical
premises of the Austrian School of Economic Thinking give due support to this new
and highly criticized monetary practice.
The methodology of the work brings together both economic variables as well
as technology variables, since the cryptocurrencies' financial backing is directly related
to the capacity for innovation in digital data security, through cryptography and
distributed ledger technology, called Blockchain. The role of government in monetary
issues and other economic interventions that affect the freedom of private agents to
trade in the market are, as well, addressed.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 6
6
comerciais entre os agentes mais primitivos da História Econômica. Essa abordagem
conceitual traz implicações interessantes à temática do lastro. Tratando-se,
especificamente, das criptomoedas, o lastro vem da própria tecnologia intrínseca ao
processo de criação da moeda: o avanço tecnológico é o pressuposto principal que
norteia a garantia da segurança do valor da moeda e, portanto, constitui-se como o
lastro desse meio de troca.
7
2 REVISÃO DA LITERATURA
8
Murray Rothbard, um dos grandes expoentes da Escola Austríaca, desenvolve
o conceito da auto-propriedade (self-ownership), o princípio básico que pode conferir
ilegitimidade ao monopólio de controle do Estado. No sentido econômico, Rothbard
era contra a existência tanto de um Banco Central, quanto de uma moeda lastreada
em títulos do governo; o primeiro, por apresentar características intervencionistas de
reação à economia em direção ao pleno emprego, nos moldes do Keynesianismo; o
segundo, pela expansão desenfreada de base monetária através dos gastos
governamentais, defendendo, dessa forma, a volta ao padrão ouro e a obrigatoriedade
da manutenção de 100% das reservas pelos bancos comerciais (ROTHBARD, 1969).
A moeda de uma nação e seu caráter fiduciário são, também, alvos de análises
econômicas mais recentes. À luz da mineração de criptomoedas, a posição da revista
The Economist é de que o Bitcoin é também uma moeda fiduciária, assim como todas
as moedas emitidas por governo. Segundo o artigo, o possível diferencial propagado
pelas criptomoedas, mais veementemente pelo Bitcoin, da tecnologia de contabilidade
distribuída – o Blockchain, já era utilizado por alguns bancos comerciais do século
XVIII na Inglaterra, nas Câmaras de Compensação, criando sistematicamente moeda
para empréstimos lastreados em ouro (The Economist, 2017). A recente criação da
criptomoeda Bitcoin Cash, fruto de divergências sobre o montante a ser pago para
mineradores, é encarada como um problema de governança entre os agentes,
conferindo ao Bitcoin uma abordagem similar às moedas tradicionais.
9
Em contrapartida, a política monetária do Bitcoin não é discricionária. Através
da Prova de Esforço (Proof of Work, em inglês), mineradores descentralizados criam
unidades monetárias. Dessa forma, para Ulrich, a senhoriagem da moeda não age em
benefício do emissor na forma de títulos públicos, pois não gera passivos em moeda.
Com efeito, a taxa de juros e a taxa de câmbio são regidas pelo mercado, uma vez
que uma das prerrogativas do Bitcoin é oferecer previsibilidade de oferta monetária
no futuro aos agentes (ULRICH, 2014).
10
3 APRESENTAÇÃO DA METODOLOGIA
11
Autores contemporâneos defensores da Escola Austríaca de Pensamento
Econômico rebatem críticas à suposta falta de valor intrínseco do Bitcoin. A
argumentação de que o Bitcoin não possui materialidade, ou um formato físico, e que,
portanto, não pode jamais substituir uma moeda fiduciária, é conceitualmente
infundada, segundo Fernando Ulrich. Para ele, há uma sutil diferenciação nos
atributos do Bitcoin que, como preconizada pelos pensadores austríacos
vanguardistas, confere subjetividade à moeda digital: o termo “valor intrínseco” é
substituído por “propriedades intrínsecas”, voltado aos campos da Química e da
Física. Estabelecendo um paralelo natural entre as ciências exatas, o fato do Bitcoin
apresentar propriedades matemáticas para ser criado é valorado pelos usuários da
moeda a partir do momento em que eles a transacionam no mercado (ULRICH, 2014).
12
4 RESULTADOS ESPERADOS
13
5 CRONOGRAMA DE REALIZAÇÃO DO PROJETO
14
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAVIDSON, Laura; BLOCK, Walter E. Bitcoin, the regression theorem, and the
emergence of a new medium exchange. The Quarterly Journal of Austrian
Economics, USA, v.18, n. 3, p. 311-338, 2015. Disponível em:
http://eds.b.ebscohost.com/eds/pdfviewer/pdfviewer?vid=2&sid=785ab6a6-8953-
486b-8f0f-a39e3d823e5d%40sessionmgr101. Acesso em: 26 out 17.
G, B. Not so novel: Bitcoin is fiat money, too. The Economist Newspaper Limited
2017, United Kingdom, Set. 2017. Disponível em:
https://www.economist.com/blogs/freeexchange/2017/09/not-so-novel. Acesso em:
22 Set 17.
HAYEK, Friedrich. Can We Still Avoid Inflation?. In: EBELING, Richard (Org.). The
Austrian Theory of the Trade Cycle. Auburn: Ludwig von Mises Institute, 1996. v.1,
p. 93-110.
MENGER, Carl. The Origins of Money. Auburn: Ludwig von Mises Institute, 2009.
v.1, p. 30-54.
MISES, Ludwig von. The “Austrian” Theory of the Trade Cycle. In: EBELING, Richard
(Org.). The Austrian Theory of the Trade Cycle. Auburn: Ludwig von Mises
Institute, 1996. v.1, p. 25-36.
ROTHBARD, Murray. Economic Depressions: Their Cause and Cure. In: EBELING,
Richard (Org.). The Austrian Theory of the Trade Cycle. Auburn: Ludwig von
Mises Institute, 1996. v.1, p. 65-92.
ULRICH, Fernando. Introdução. Bitcoin a moeda na era digital. 1 ed. São Paulo:
Mises Brasil, 2014. cap. I-V, p. 15-107.
15