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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 1

Objetivos ......................................................................................................................................... 2

Gerais .......................................................................................................................................... 2

Específicos .................................................................................................................................. 2

Metodologias ................................................................................................................................... 3

PLANEAMENTO E CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM DE REJEITO ............................ 4

Rejeito ......................................................................................................................................... 4

Formas de disposição dos rejeitos ............................................................................................... 4

Barragem de rejeito ..................................................................................................................... 6

VIDA UTEL DE UMA BARRAGEM DE REJEITO ................................................................ 7

Seleção do local .......................................................................................................................... 7

Projeto de instalação ................................................................................................................... 8

Construção da barragem de rejeito.............................................................................................. 9

Método Montante .................................................................................................................. 10

Método de Jusante ................................................................................................................. 11

Método por linha de centro ................................................................................................... 13

Causas de roptura de Barragens de rejeito ................................................................................ 14

Conclusão ...................................................................................................................................... 16

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 17


Introdução

O presente trabalho aborda o estudo sobre o planeamento e construção de barragens de


rejeito de mineração que por definição são estruturas construídas para armazenar resíduos
de mineração ou a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, um processo
complexo que inicia-se com a procura do local para implantação, etapa na qual se deve
vincular a todo tipo de variável direta e indiretamente que influenciem a obra:
características geológicas, hidrológicas, topográficas, geotécnicas, aspetos ambientais,
sociais, avaliações de riscos, dentre outras. Com este trabalho o grupo tentou estabelecer
uma visão resumida do que são resíduos, forma de deposição, projeto de instalação e
construção de barragens além de apontar as principais vantagens e desvantagens oriundas
da geometria de cada método de construção (método jusante, método montante, método de
centro).

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Objetivos

Gerais
 Intentar como se faz o planeamento e construção de barragens de rejeito.

Específicos
 Conhecer os procedimentos preliminares do projeto de barragens de rejeito; 
Apresentação de métodos de construção e suas características.

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Metodologias

Com vista uma boa realização do presente trabalho científico, o mesmo foi subdividido em 3
etapas, a saber:

 Consultas bibliográficas nos livros


físicos, eletrónicos bem como na
internet relacionados com o tema;

 Uso de trabalhos antigos relacionados


com o tema;

 A compilação do trabalho.

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PLANEAMENTO E CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM DE REJEITO

Rejeito
São resíduos de mineração que resultam dos processos de beneficiamento a que se submetem os
minérios, visando a redução e regularização da granulometria dos grãos, eliminação dos minerais
associados e melhoria da qualidade do produto final. Na sua composição, o rejeito apresenta
partículas de rocha, água e as substâncias químicas envolvidas no processo de beneficiamento e
dependendo do tipo de minério e das operações de extração e beneficiamento utilizadas, estes
materiais exibem características mineralógicas, geotécnicas e físico-químicas variáveis, podendo
se apresentar como rejeitos granulares (com granulometria de areias médias e finas), ou lamas
(partículas com a granulometria a baixo de 0.074mm). O concentrado ou mineral é submetido a
etapas sucessivas de peneiramento, britagem, moagem, deslamagem e flotação em colunas, na sua
maioria esses processos envolvendo água razão pela qual geralmente os rejeitos de minério
apresentam-se na forma de polpas, constituídas por uma fração líquida e uma sólida com diferentes
minerais em suspensão e elementos químicos dissolvidos.

Formas de disposição dos rejeitos


Os rejeitos produzidos pelo processo de beneficiamento podem ser descartados de duas formas:

 LIQUIDOS (polpas), sendo o seu transporte feito em tubulações através de bombas ou por
gravidade. O rejeito em forma de polpa passa por três etapas de comportamento:

• Comportamento de lâmina líquida, com floculação das partículas de menor


tamanho;

• Comportamento semilíquido e semi-viscoso, em um processo de sedimentação;


Comportando-se como um solo em processo adensamento.

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Figura1. (Planta do modo de descarga da polpa em uma barragem usando tubos)

Figura 2. (Deposição de rejeito de forma polpa em 3D

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 REJEITOS SÓLIDA (pasta ou granel), são descartados usando camiões ou correias
transportadoras. A sua disposição pode ser feita: em superfície, em escavações
subterrâneas. A disposição subterrânea envolve o preenchimento de galerias onde o minério
já foi extraído e caso sejam seguidos os procedimentos de segurança e ambientais
necessários, este método pode-se mostrar bastante económico e com menos impacto
ambiental. Em compensação, a disposição em superfície é a mais aplicada, podendo o
material ser disposto em barragens ou diques, em pilhas de rejeito ou na própria mina, em
áreas já lavradas ou minas abandonadas.

A seleção de um método ou outro para a disposição dos rejeitos depende da natureza do processo
de mineração, das condições geológicas e topográficas da região, das propriedades mecânicas dos
materiais e do poder de impacto ambiental do contaminante dos rejeitos.

Barragem de rejeito
É entendida como uma estrutura de terra construída para armazenar resíduos de mineração, os
quais são definidos como a fração estéril produzida pelo beneficiamento de minérios, em um
processo mecânico e químico que divide o minério bruto em duas frações. A saber:

• Concentrado- fração com valor economicamente rentável


• Rejeito- fração com teor limite abaixo do aceitável no beneficiamento

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VIDA UTEL DE UMA BARRAGEM DE REJEITO

As etapas da vida útil de uma barragem de rejeito compreendem a procura do local da implantação,
projeto da instalação, construção, operação, reaproveitamento e o fechamento definitivo, como
ilustra o esquema abaixo.

A seleção do
Construção e Reaproveitamento
Local e o projeto
Operação E fechamento
Da instalação

Seleção do local
Como já dito acima, Processo de seleção do local apto visa a classificação preliminar de zonas
aceitáveis fundando se em avaliadores geológicos de propensão como a geoquímica ou a geofísica
para identificar áreas potencialmente exploráveis para extração de mineiro. Para as empresas
mineradoras as variáveis consideradas para a melhor opção de local se limita as econômicas, já
que a disposição dos rejeitos é um investimento sem retorno a curto médio ou até longo prazo.

No entanto é necessário na seleção de local vincular todo tipo que direita ou indiretamente
influencia a obra: características geológicas, hidrológicos, geotécnicos, ambiental, social,
avaliação de riscos entre outros sem subestimar o que pode suceder na construção, operação ou
fechamento de barragem de rejeito e fazer uma lista de chocagem considerando tudo quanto se
possa imaginar como admissível sem ignorar nada que afete a vida útil da barragem como o
vazamento do mesmo por falta de atenção dos técnicos na construção.

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Projeto de instalação
A pois a escolha do local ou mesmo antes, deve ser elaborado o projeto da barragem para guiar o
responsável do empreendimento na tomada de decisões sobre o local da implantação da barragem
em funções das áreas concedidas para explorar. De acordo com Mello (2000) “o projeto de
construção da barragem deve ser concebido desde o momento que vincula o desenho de todas as
infraestruturas da mina sobre tudo no momento em que se concebe a planta de processamento” de
modo a adequar o projeto em função dos acidentes e as condições do local sobre tudo a economia
do mesmo empreendimento. Caso exista descontinuidades, fraturas, falhas ou mesmo juntas no
local de se fazer o cementamento para que não haja infiltração das águas da barragem e um possível
contaminamento do lençol freático. O desenho do projeto de conter:

• O Estudo hidrogeológico
• Estudo geotécnico
• Secções de alteamento

Figura.3 (Plano de alteamento)

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Figura.4 (plano de alteamento final)

Figura.5 (deposição em pit comum em minas a céu aberto)

• Análise da estabilidade do rejeito

Figura.5 (Analise de estabilidade do alteamento final)

Construção da barragem de rejeito


A estrutura de contenção é construída levantando-se inicialmente um dique de partida com solo de
empréstimo, o qual deve ter uma capacidade de retenção de rejeitos para pelo menos 3 anos de
operação de lavra. Os estágios posteriores (alteamentos) podem ser construídos também com
material de empréstimo, com estéreis, por deposição hidráulico de rejeito ou por ciclonagem dos
mesmos rejeitos. Os alteamentos podem assumir diferentes configurações, cada uma com suas
características, especificações, vantagens e desvantagens. Os métodos de alteamento são
geralmente classificados em três classes: método de montante, método de jusante e o método de

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linha de centro sendo nomes referentes a direção destes em relação ao dique inicial. Para os três
casos, inicialmente é feito um dique de partida com material de empréstimo e ao longo do tempo
são construídos os alteamentos. Os rejeitos são lançados ao longo da crista do dique por ciclones
ou por series de pequenas tubulações, para que haja uma formação uniforme da praia. A
sedimentação das partículas dá-se em função do seu tamanho e densidade, isto é, as partículas mais
finas e leves ficam em suspensão e transportam-se para o centro da barragem, e as partículas mais
grossas e pesadas sedimentam-se rapidamente mais próximo do dique. A diferença entre estes
métodos está na direção do alteamento em relação ao dique inicial.

Método Montante
Inicialmente é montado o dique de partida e nos alteamentos o eixo da barragem se desloca para o
montante. A polpa é descarregada ao longo do perímetro da crista do dique, formando uma praia
feitos por ciclones, ou com uma sequência de tubulações menores perpendiculares à tubulação
principal, chamados de “spigots”, que permitem uma melhor uniformidade na formação da praia.
Como os rejeitos têm uma distribuição granulométrica ampla, as partículas mais grossas e mais
pesadas sedimentam mais rapidamente, ficando nas zonas próximo ao dique, e as partículas
menores e menos densas ficam em suspensão e são transportadas para as zonas internas da bacia
de sedimentação. Nas etapas posteriores, são construídos diques em todo o perímetro da bacia. O
tamanho dos diques nos alteamentos é uma variável que depende das necessidades operacionais
do processo. Importa frisar que O dique inicial geralmente é sempre maior que os diques das etapas
seguintes, como ilustra a figuara.6 abaixo.

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Figura6. (Alteamento usando o método montante)
Vantagens do método

• O volume de material (de rejeitos ou de empréstimos) dos alteamentos é menor


• Menor custo de construção;
• Maior velocidade de alteamento
• Facilidade de operação
• Pode ser construída em topografias muito íngremes, onde o limitante principal é a área de
deposição

Desvantagens

• Baixa segurança (a linha freática muito próxima ao talude de jusante)


• Suscetibilidade à liquefação por sismos naturais ou por vibrações decorrentes do
movimento de equipamentos, quando os alteamentos são realizados com os rejeitos, isto
devido à fundação do alteamentos ser constituída de areias saturadas fofas não compactadas
e/ou não classificadas (rejeitos descarregados por “spigots”).

• Quando os rejeitos não são compactados ou ligeiramente compactados, a superfície crítica


de deslizamento passa pelos rejeitos sedimentados

• Existe a possibilidade de ocorrência de “piping” devido à linha freática estar muito próxima
do talude da jusante e à não compactação dos rejeitos, ou quando ocorre a concentração de
fluxo entre dois diques compactados.

Método de Jusante
É chamado assim por que nos alteamentos o eixo da barragem se desloca para jusante. É
construído um dique inicial impermeável, o qual deve ter uma drenagem interna, composta por
filtro inclinado e tapete drenante. O talude interno da barragem ou talude de montante, nos
alteamentos, é impermeabilizado. A drenagem interna e a impermeabilização do talude de

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montante não são obrigatórias se os rejeitos possuem características de alta permeabilidade e
ângulo de atrito elevado. Neste método os rejeitos são ciclonados e o “underflow” é lançado no
talude da jusante. Somente são utilizados os rejeitos grossos no alteamento, os quais são
compactados quando as características de umidade da zona o permitam; também se pode utilizar
material de empréstimo, ou estéril proveniente da lavra. figura a baixo ilustra o processo de
ateamento das paredes usando o método.

Figura7. (Alteamento usando o método jusante)

Vantagens

• O método é eficiente para o controle das superfícies freáticas, pela construção de sistemas
contínuos de drenagem;

• Pode ser usado em lugares com vibrações e/ou alta sismicidade, já que, se compactados os
rejeitos do “underflow”, a suscetibilidade de liquefação é muito menor;

• Operação bastante simples;


• Possibilita a compactação de todo o corpo da barragem.
• Maior segurança devido aos alteamentos controlados (disposição da fração grossa dos
rejeitos a jusante, sistemas de drenagem e compactação): as probabilidades de “piping” e
de rupturas horizontais são muito menores

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Desvantagens do método

• Necessidade de grandes quantidades de rejeitos nas primeiras etapas da construção


• É necessário o emprego de ciclones para garantir uma ótima separação dos rejeitos.

Método por linha de centro


O método da linha de centro é assim chamado devido ao eixo da barragem ser mantido na mesma
posição enquanto ela é elevada, é uma solução intermediaria entre o método de montante e a
jusante (inclusive em termos de custo), embora seu comportamento estrutural se aproxime do
método da jusante Inicialmente é construído um dique de partida e o rejeito é lançado
perifericamente da crista do dique até formar uma praia. O alteamento subsequente é formado
lançando materiais de empréstimo, estéril da mina ou “underflow” de ciclones, sobre o limite da
praia anterior e no talude de jusante do maciço de partida, mantendo o eixo coincidente com o eixo
do dique de partida. Exemplo ilustrado na figura abaixo.

Figura8. (Alteamento por linha de centro, fonte>> internet<<)

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Vantagens

• Facilidade na construção
• Eixo dos alteamentos constante`

Desvantagens

• Necessidade de sistemas de drenagem eficientes e sistemas de contenção a jusante (se o


material de rejeito fica saturado a jusante, pode comprometer a estabilidade do maciço
Operação complexa; é necessário equipamento para deposição mecânica a jusante.

Causas de roptura de Barragens de rejeito


As barragens de rejeito estão constantemente sujeitas a deslocamentos e deformações, em virtude
da sua própria natureza e dimensões, além da Acão de agentes internos e externos.
De acordo com Chaves (1994), as mudanças geométricas de uma estrutura podem ocorrer na
geometria externa, caracterizando um deslocamento da estrutura no seu todo, ou na geometria
interna, caracterizando uma fundação.
As deformações podem ser identificadas por recalques excessivos, aumento da taxa de recalques
localizados ou trincas na crista ou nos taludes.
No caso de um deslocamento, a geometria externa permanece a mesma, sofrendo apenas uma
variação na posição e/ou orientação do objeto. Em se tratando de um deslocamento, o mesmo pode
ser horizontal ou vertical, bem como envolver apenas uma translação e/ou rotação.
A deformação das barragens constitui-se no principal problema que pode surgir durante a vida útil
do empreendimento. Ela decorre das deformações do maciço, que ocorrem na forma diferencial,
solicitando de forma irregular o parâmetro, podendo causar fissurações. Vários factores
influenciam nas deformações, dentre eles:
 Formato, dimensões e propriedades mecânicas da material matriz;
 Baixa resistência ao cisalhamento das matérias da barragem;

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 Espessura da camada compactada;
 Método de lançamento, direção do movimento de espalhamento e grau de compactação
obtido de rejeito;
 Natureza da fundação devendo possuir permeabilidade compatível com o objectivo de
minimizar a percolação;
 Declividade da superfície de fundação, ao longo do eixo longitudinal e secoes transversais;
 Variação do nível d’agua do reservatório;
 Atividade sísmica da região ou efeitos de detonação pela mineradora.

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Conclusão

Como definido na demonstração dos resultado, resíduos de mineração resultam dos processos de
beneficiamento a que se submetem os minérios, visando a redução e regularização da
granulometria, mas estes resíduos não são elementos geradores de receitas para as mineradoras
facto que leva o seu tratamento, disposição e destino, não seja dado a devida importância, havendo
por isso construções de barragens de rejeito sem projetos de engenharia. Como conclusões frutos
de uma analise critica em torno do trabalho no seu todo conclui-se que o planeamento e construção
da barragem de rejeito é uma parte de cadeia de valores da mineração que deve ser tratado com
extrema importância visto que entre os métodos de disposição, as barragens de contenção de
rejeitos ainda são as preferidas Essas barragens podem ser construídas utilizando-se solos, estéreis
ou mesmo o próprio rejeito, o seu plano e construção deve ser projetado e executado com
profissionais devidamente qualificados que adequem a barragem em função das exigência dos
resíduos sobre tudo a escolha do método de construção. É importante mencionar que o rejeito não
é propriamente um solo, mas para fins geotécnicos seu comportamento é considerado equivalente
a de um solo com características de baixa resistência ao cisalhamento.

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Referências bibliográficas

 THOMA, mello. Metodologia probabilística e observacional aplicada a barragens de


rejeito construídas por aterro hidráulico. 2000. Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2000

 FARIA,AGT. A mineração e o meio ambiente. 2016. <http://www.google.org.br


 SOUSA DE CAMAROEs. Planeamento e operações mineiras. <http://www.google.br
 ASSIS, A. ESPÓSITO,T. Construção de barragens de rejeito sob uma visão geotécnica.
Simpósio sobre barragens de rejeitos e disposição de resíduos – regeo. 1995.

 Trabalhos antigos relacionados ao tema.

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