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Palhoça
2020
CRISTINA MARIZE DA MOTA MACAHIBA
Palhoça
2020
CRISTINA MARIZE DA MOTA MACAHIBA
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Prof.ª. Patrícia da Silva Meneghel, Dr.ª
Palhoça
2020
Pelo amor, dedicação e cuidado que meus pais me
deram durante toda a minha existência e formação,
dedico este projeto a eles. Gratidão eterna.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer o professor Marcos Fernando Severo de Oliveira por ser uma
constante fonte de apoio e incentivo ao longo de todo o projeto. Muito obrigada pela paciência e
motivação.
Aos meus avós, pais, irmã e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não
mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa da minha vida.
São chegados ao fim de um ciclo de muitas risadas, choro, felicidades e esforços. Sendo
assim, dedico este trabalho a todos que fizeram parte desta etapa da minha vida, principalmente a
UNISUL.
RESUMO
O objetivo geral desta pesquisa é verificar o uso do CRM nas companhias aéreas no Brasil. Analisar
se estão sendo aplicadas devidamente nas mesmas, compreendendo sempre quais são os metodos
utilizados para a utilização nas companhias. Caracteriza-se como uma pesquisa exploratoria, se
resume na busca de informações sobre o uso do CRM nas companhias. A fim de explicar, identificar
e determinar os tipos de CRM relacionados ao tema. Esse processo explicatório vai desde uma
modalidade flexível, e sua característica principal é uma pesquisa não estruturada, é realizada uma
pesquisa primária, considerando amostragens pequenas numa abordagem qualitativa. Ao concluir
esta pesquisa, conclui-se que o CRM vem reduzindo gradativamente os acidentes aéreos, sendo
totalmente eficaz para as companhias aéreas.
The general objective of this research is to verify the use of CRM in airlines in Brazil. Analyze if
they are being properly applied in them, always understanding what are the methods used for use in
companies. It is characterized as an exploratory research, it is summarized in the search for
information about the use of CRM in companies. In order to explain, identify and determine the
types of CRM related to the topic. This explanatory process goes from a flexible modality and its
main characteristic is unstructured research, a primary research is carried out, considering small
samples in a qualitative approach. At the end of this research, it is concluded that CRM has been
gradually reducing air accidents, being totally effective for airlines.
1. INTRODUÇÃO
• Pilotos e Comissários;
• Pessoal de manutenção;
• Despachantes operacionais de voo e de terra;
• Pessoal de rampa;
• Pessoal de check-in;
• Alta direção;
• Pessoal administrativo.
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
2. REFERENCIAL TEÓRICO
É através dos fatores humanos em todas as operações da aviação civil, que visam o
melhoramento das atividades aeronáuticas, buscando sempre a segurança em todo o sistema
operacional.
De acordo com Pereira, o conceito de fator humano não é necessariamente o erro
humano no ato do acidente, pois o erro pode ter sido originado na fabricação, manutenção ou
recrutamento por exemplo. Define-se então como fator humano o estudo das capacidades e
limitações humanas na sua fisiologia, psicologia e dentro do ambiente de trabalho onde o
objetivo é melhorar essas capacidades junto ao equipamento, sistemas, procedimentos e
ambientes para garantir maior segurança. (PEREIRA, 2004)
Para um total sucesso na implantação do CRM, destaca-se a necessidade de todos
os pilotos aceitarem o treinamento, deixando muitas vezes o "ser" onipotente, a implantação de
listas de checagem e controles de procedimentos (LCP, SOP), aumentando assim a
comunicação entre a tripulação, além da abertura para mecânicos e outros membros da
tripulação intervirem com opiniões, caso percebam algo errado no voo e a expansão do conceito
para todas as áreas envolvidas em aviação com seminários e estratégias de marketing. Conforme
a IAC 060 1002A, o treinamento em CRM consiste em 3 fases:
▪ Treinamento dos Conceitos Iniciais - Consiste na apresentação em sala de
instrução de conceitos fundamentais relacionados à consciência situacional, à comunicação, à
automação, ao trabalho em equipe, entre outros.
▪ Prática em CRM - Pode ser realizada em sala de instrução, em voos de linha, em
simulador de voo (Line Oriented Flight Training – LOFT) ou em outros tipos de simuladores.
É normalmente nesta fase que ocorrem os maiores ganhos do programa, correspondentes às
mudanças de atitude e comportamento.
▪ Reciclagem em CRM – Ocorrem a cada dois anos e tem o importante objetivo de
reforçar os conceitos de CRM na mente de todos os 11 integrantes da organização, de modo a
incorporar esses conceitos à cultura da organização.
De acordo com Júnior, o treinamento de CRM é uma eficiente ferramenta na
prevenção de acidentes. Ele possibilita, através de um melhor gerenciamento de recursos,
decisões mais eficazes em todos os níveis, resultando em voos mais seguros e organizações
mais eficientes. O manual de aplicação do Gerenciamento de Recursos de Equipe (CRM), suas
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A principal causa dos acidentes aéreos ultimamente vem sendo a falha humana, que
pode ser controlada pelo longo diálogo entre os pilotos, para tal feito é necessário a utilização
do CRM entre eles.
Com toda a tecnologia dos dias atuais, as aeronaves das mais simples até as mais
complexas têm uma central de comando. E é através destas centrais de comando que se mostra
todo o funcionamento da aeronave, sendo impossível não detectar algo de errado, porém,
mesmo assim, com toda esta tecnologia, há acidentes aéreos.
Por mais que haja tecnologia de última geração nas cabines de todas as aeronaves,
há um piloto operando-as. Segundo Marcelo Camargo, mais de 85% das ocorrências tiveram
como principal fator contribuinte a falha humana. (CAMARGO, 2012).
Todas as companhias aéreas estão disponibilizando cursos de CRM para toda sua
tripulação. É através deste curso que os pilotos, copilotos e toda a tripulação da aeronave,
tenham um bom relacionamento, sendo assim, no caso de algum contratempo, toda a tripulação
está apta a se manter centrada em solucionar este evento.
A seguir, dois casos em que a falta do uso do CRM entre os pilotos ocasionou
acidentes aeronáuticos, envolvendo aeronaves de pequeno porte. As caixas-pretas, juntamente
com as análises dos fatos, foram obtidos juntos ao CENIPA. Sendo eles:
• Neste primeiro caso, o comandante tinha 20.000 horas de voo, o voo se
iniciou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo e no momento do pouso chovia
muito. A aeronave que ele pilotava colidiu com uma árvore na aproximação final e
depois voou mais de 700 metros até chegar na cabeceira da pista. A estação de rádio
(AFIS) indicava uma maior degradação das condições meteorológicas, e mesmo assim,
o comandante decidiu prosseguir com o pouso. No gravador de voz da cabine (CVR),
ficou registrada a preocupação do copiloto com o temporal que estava nas redondezas
do aeroporto. Ao chegar a 5 milhas da vertical da pista, o comandante pede para o
copiloto informar a rádio que prosseguiria com a aproximação visual, mesmo sem a
constatação de visualização das condições visuais da pista, como mencionado á rádio.
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Nos minutos finais, o procedimento foi realizado fora dos padrões de aproximação,
ficando registrado que o comandante não respeitou a altitude de segurança, descendo
abaixo dos mínimos, em meio à chuva forte, segundo o EGPWS (Sistema de
Aperfeiçoamento de Alarme de Proximidade com o Solo) acusou, seguindo para alertas
para a proximidade do solo. Segundos após, a aeronave colidiu com o solo.
(CAMARGO, 2012).
• Neste caso, o comandante tinha 17.500 horas de voo, sendo que 14.000
dessas horas foram registradas nesta própria aeronave em questão. Este voo teve início
em São Paulo – Congonhas, com destino em Cruzeiro do Sul, com escalas em Cuiabá,
Porto velho e Rio Branco. A tripulação enfrentou em rota condições meteorológicas
muito adversas, ao passar por Cruzeiro do Sul, as condições climáticas no momento,
indicavam céu nublado e com camada de nuvens a 1000 pés. Entre Rio Branco e
Cruzeiro do Sul, o copiloto exercia a função PF (Pilot Flying) enquanto o comandante
exercia a função de PNF (Pilot Not Flying). No primeiro contato com a estação, os
tripulantes foram informados que o aeródromo operava por instrumentos (VOR/DME),
com visibilidade em 3.000 metros, reduzida por nevoa úmida. O PF iniciou o
afastamento direto pela radial 311 e após 2 minutos, ingressou na curva para cumprir o
procedimento de aproximação por instrumentos, baixando para 1.800 pés. Nesta etapa
final ainda com a visibilidade muito baixa, o copiloto transferiu a pilotagem da aeronave
para o comandante, mantendo a aeronave a 2 milhas da pista e mantendo 1.150 pés,
optando por não ligar os faróis da aeronave. Antes de atingir a MDA (Altitude Mínima
de Descida), os dois tripulantes realizaram o check cruzado quanto a radial de
aproximação. Até chegar à curva final, toda a aproximação foi executada com boa
padronização, pelo menos até a curva final, quando o comandante decidiu voar baixo
dos mínimos da carta e ainda teve a falta de um contra-argumento do seu copiloto, que
acabou sendo complacente com a operação do seu comandante. O copiloto disse segundos
antes de o avião colidir com o solo, fora de todo o alinhamento da pista: “agora estamos
sobre a pista, ela está ligeiramente a sua esquerda!”. Neste caso os dois pilotos foram
vítimas da chamada “síndrome de pouso”, na qual não se admite arremeter, fazer uma
orbita, ou até mesmo ir para um outro aeroporto com condições melhores de operação.
(CAMARGO, 2012).
Conclui-se nestes dois casos que não houve a intervenção do copiloto no sentido de
convencer seu comandante de arremeter. Em nenhum dos casos, os comandantes perguntaram
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aos seus copilotos qual eram suas opiniões. Nestes casos, demonstramos o quão é necessário o
uso do CRM, afinal uma boa comunicação interna entre os pilotos, ajudaria muito nestes casos.
Em outro caso, já usando as técnicas de utilização do CRM, a comunicação entre
os pilotos fora imprescindível para uma missão bem-sucedida. Em um famoso voo da US AIR,
onde o comandante Chesley Sullenberger, executou um pouso de emergência em sua aeronave
Airbus A320 sobre o Rio Hudson em Nova York, em 15 de janeiro de 2009. Em meio a toda a
pressão, o comandante pediu ao seu copiloto Jeffrey Skilles uma sugestão, e foi através do uso
do CRM que eles tiveram uma boa comunicação entre eles em realizar uma boa aterrissagem,
mesmo que fosse no rio. (CAMARGO, 2012).
No ano de 2009, outro acidente envolvendo um Airbus 330-200 da Air France,
mergulhou no Oceano Atlântico. Quase três anos depois do voo da Air France 447 ter
mergulhado no oceano, as gravações do voo foram reveladas e apresentaram teorias sobre as
causas do acidente. Gravações estas que revelaram uma situação surpreendente de caos no
Cockpit, e a confusão entre os pilotos que ocasionaram a queda da aeronave.
Segundo Jeff Wise, todos os destroços e dados de voo perdidos á 3 quilômetros
do oceano, especialistas então foram obrigados a tomar como base, um conjunto de
comunicações enigmáticas transmitidas da aeronave para o centro de manutenção da companhia
aérea na França. Segundo informações na época, o avião havia atingido um problema de
congelamento de sensores de velocidade do ar, levando a uma série de erros que gerou o
acidente, resultando na morte de 228 passageiros. Após alguns anos acharam a caixa-preta do
AF447, após a análise do conteúdo, a autoridade francesa de investigação de acidentes,
divulgou relatórios verificando suposições iniciais do acidente. (WISE. 2011).
A aeronave AF447, realmente passou em algumas nuvens associadas a um grande
sistema de trovoadas, fazendo com que seus sensores ficassem congelados, desencadeando seu
piloto automático. Após isso, os pilotos perderam o controle do avião, após reagirem
incorretamente á perda de instrumentação. Como consequência da confusão gerada pela
tempestade, os pilotos perderam o controle do avião, pois estes reagem incorretamente a perda
de instrumentos de voo e parecem incapazes de compreender a natureza de suas ações. Nem o
tempo, nem o mau funcionamento da aeronave, derrubaram o AF447, nem mesmo uma
sequencia de problemas complexos, mas o simples e persistente erro por parte de um dos
pilotos. Tendo em vista que se eles estivesse utilizados o sistema de CRM, entre eles, poderia
não ter ocorrido nesta magnitude esse acidente. (MARINHO. 2012)
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
aéreas vem sendo eficazes. Em alguns casos, alguns tripulantes nem sempre voam na mesma
aeronave, e muitas vezes nem sempre se conhecem, e é através da utilização do CRM que
conseguem realizar uma operação extremamente segura.
Muito já se tem mudado através da utilização do CRM, e muitos acidentes aéreos
já foram evitados, mostrando assim que o bom uso do mesmo está sendo altamente eficaz para
todos ligados as companhias aéreas.
Sendo assim, para atingir o principal objetivo, é necessário que todos os envolvidos
trabalhem juntos, sejam eles tripulantes, mecânicos, despachantes, comissários, entre outros,
visando sempre o melhoramento de todo o sistema aviário.
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REFERÊNCIAS
BASTOS, S.L.C. CRM segurança de vôo em asas rotativas. Rev. UNIFA, 16(18), p. 4-11,
dezembro 2003. Disponível em: http://200.196.54.66/revistas/pages/.%5Cedicoes
%5Crev18_2003%5Crev18_art01.pdf Acesso em 03 abril de 2020.
EJ ESCOLA DE AVIAÇÃO (Brasil). Você sabe o que é o CRM? Conheça essa ferramenta
de segurança de voo. Disponível em: https://www.ej.com.br/show-informativo/731/voc-sabe-
o-que--o-crm-conhea-essa-ferramenta-de-segurana-de-voo. Acesso em: 29 março 2020.
ESCUDEIRO, Mônica Lavoyer. (2015) Fatores Humanos em Foco, Revista Conexão Sipaer,
Vol. 6, No. 1, Edição especial: IV Jornada Latino-Americana de Fatores Humanos e Segurança
Operacional, jan-abr, pp. 35-42.
ICAO [ International Civil Aviation Organization]. (1998) Human Factors Training Man
WISE, Jeff. O que realmente aconteceu a bordo da Air France 447. 2011. Disponível em:
https://www.popularmechanics.com/flight/a3115/what-really-happened-aboard-air-france-
447-6611877/. Acesso em: 23 maio 2020.