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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

AULA 3
RECONHECIMENTO DE GÊNEROS
TEXTUAIS (Parte I)

Professora VÂNIA ARAÚJO


GÊNEROS TEXTUAIS
 São as formas de textos materializadas nas situações comunicativas recorrentes
em nossa vida cotidiana que se caracterizam por um uso bastante particular da
linguagem.
 Os gêneros expressam nossa forma de ação, inserção e controle social no
mundo, já que toda e qualquer atividade discursiva se dá por meio de algum
gênero textual.
 Não existe uma estrutura definida, hermética, para os gêneros, uma vez que
vão sofrendo modificações (com novos estilos ou técnicas de expressão) ao longo
do tempo para se adaptarem às mudanças de comunicação na sociedade.
 Um único gênero pode apresentar mais de um tipo textual, mas sempre haverá a
predominância de um sobre os demais.
 Os gêneros mais utilizados em nossa sociedade são: romances, contos,
crônicas, fábulas, anedotas, poemas, resenhas, notícias, artigos, ensaios,
editoriais, cartas, e-mails, mensagens de whatsapp etc.
NOTÍCIA
 É um gênero narrativo tipicamente jornalístico que tem a finalidade de comunicar
um acontecimento novo ou o desdobramento sobre algo já existente e que tenha
relevância para a sociedade.
 Os assuntos podem girar em torno de questões políticas, econômicas, sociais,
culturais, entre outras e são veiculados pelo rádio, televisão, jornais impressos,
revistas, sites e portais eletrônicos.
 Durante a produção de uma notícia jornalística, o autor deve ser imparcial e
objetivo, fazer a apuração dos dados e checar a veracidade dos fatos. E,
sobretudo, usar uma linguagem clara e menos formal, para que seja de fácil
compreensão a todo tipo de público.
Muito cuidado!
Na prática, as notícias não costumam ser tão imparciais e isentas assim. E, com a
pressa na hora da prova, a parcialidade do autor pode ser confundida com a defesa
de um posicionamento por parte do autor.
Elementos essenciais de uma notícia:
 Título – frase de destaque que tem como foco chamar a atenção do leitor.
 Título auxiliar – em um tamanho um pouco maior, é o complemento da manchete
e tem o objetivo de atrair o leitor.
 Lead – traz as principais informações da notícia, expostas no primeiro parágrafo.
Elas têm o objetivo de despertar a intenção do leitor, por isso os principais
detalhes precisam estar contidos nele. Para produzir um lead completo é preciso
responder as seguintes questões da notícia: O que? Quem? Onde? Como? Quando?
Por quê?
 Corpo da notícia – Trata-se da informação propriamente dita, com a exposição
mais detalhada dos acontecimentos anunciados. Materializa-se nos parágrafos
seguintes e apresentam os outros acontecimentos sempre em ordem decrescente
de relevância.
México denunciará no Conselho de Segurança da ONU a concentração de vacinas pelos
países desenvolvidos
País recebe nesta terça-feira quase meio milhão de doses da Pfizer, após um mês sem
abastecimento
O Governo de Andrés Manuel López Obrador pretende se pronunciar esta
semana no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra
a monopolização de vacinas pelos países desenvolvidos e fazer um apelo para que o
acesso ao imunizante seja mais igualitário na comunidade internacional.
O anúncio do Executivo mexicano coincide com o fim da seca de embarques
da farmacêutica Pfizer para o país. Depois de quase um mês sem receber as vacinas
da empresa dos EUA, o México espera a chegada de quase meio milhão de doses
nesta terça-feira. As imunizações contidas nesta remessa serão utilizadas
principalmente para proteger cerca de 600 mil profissionais de saúde, que aguardam
a segunda injeção do antígeno, e assim concluir seu processo de imunização.
Elías Camhaji. Extraído de HTTPS://BRASIL.ELPAIS.COM/INTERNACIONAL/Cidade do México, 16 FEV. 2021 (com adaptações).
REPORTAGEM ESCRITA
 Gênero dissertativo de cunho jornalístico que visa a apresentar várias versões do
mesmo fato, com o objetivo de informar, orientar e formar a opinião dos leitores.
 A reportagem pode conter as observações pessoais e diretas do próprio repórter ou
jornalista, o qual desenvolve um relato pormenorizado dos fatos e o consubstancia
com entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resumos para, depois,
emitir sua opinião sobre o assunto.
 Não possui uma estrutura rígida: é, regra geral, introduzida por um lead, com um
título (que anuncia o fato) e pode ter (ou não) um subtítulo.
 Embora necessite de linguagem clara e objetiva, dentro do padrão culto, a maioria
das reportagens dos jornais e revistas brasileiros costuma empregar termos e
expressões mais informais para melhor atingir seu público-alvo.
 Enquanto a notícia apresenta os fatos de maneira objetiva, aponta razões e efeitos, a
reportagem faz investigações, tece comentários, levanta questões, discute ideias e
argumenta.
Por quanto tempo você precisa se exercitar para se manter saudável?
As novas diretrizes da OMS para manter a forma e saúde por meio da atividade física são divididas por faixa
etária e revelam que os exercícios se tornaram ainda mais importantes para o nosso bem-estar físico e mental.

A gente tem ficado cada vez mais em casa, não é mesmo? Então, se você estiver lendo isto
em seu sofá, as últimas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) vão fazer você repensar
sua posição. Ou pelo menos, deveriam.
De acordo com a OMS, quatro a cinco milhões de mortes por ano deveriam ser evitadas se a
população global fosse mais fisicamente ativa. As estimativas indicam que 27,5% dos adultos e 81%
dos adolescentes atualmente não atendem às recomendações da OMS, de 2010.
Também existem desigualdades, com meninas e mulheres sendo menos ativas do que os meninos e
os homens na maioria dos países. E existem diferenças significativas nos níveis de atividade física
entre grupos econômicos superiores e inferiores, e entre países e regiões.
As novas diretrizes da OMS para manter a forma e saúde por meio da atividade física são
divididas por faixa etária. Pela primeira vez, as recomendações também destacam as associações
entre comportamento sedentário e riscos à saúde, além de fornecer orientações para gestantes,
puérperas e pessoas que vivem com condições crônicas ou com deficiência.
Gisela Garcia. Extraído de https://vidasimples.co/ser/por-quanto-tempo-voce-precisa-se-exercitar-para-se-manter-saudavel/
em 17/02/2021 (com adaptações).
ENTREVISTA ESCRITA
 É um texto dissertativo, que visa a obter a informação e difundi-la em
determinado meio de comunicação (imprensa escrita, rádio, televisão, internet).

 Esse gênero caracteriza-se pela interação entre dois ou mais interlocutores: o


entrevistado apresenta suas opiniões, experiências e conhecimentos acerca de
determinado assunto em resposta a questionamentos elaborados pelo entrevistador.

 A estrutura da entrevista é composta de: Manchete (título), cujo objetivo é


despertar o interesse do público expectador e aparece sob a forma de uma frase
de efeito. Apresentação, que faz a divulgação do entrevistado (sua autoridade
em relação ao assunto, experiência profissional e conhecimento da situação
apresentada) e põe em relevo os tópicos da entrevista. Perguntas e respostas,
que representam o discurso propriamente dito, no qual aparecem as perguntas e
respectivas respostas em conformidade com o assunto em pauta.
DIVERSIDADE
Cleone Santos: ‘A mulher em situação de prostituição tem que poder sonhar’.
A líder da ONG Mulheres da Luz, no centro de São Paulo, fala sobre estigmas, dificuldades e
a busca pela cidadania dessas trabalhadoras.

CartaCapital: Qual a missão da Mulheres da Luz?


Cleone Santos: O primeiro ponto é elevar a autoestima das mulheres. Trabalhamos
com o acolhimento, a escuta e buscamos a resolução de problemas. A organização se
preocupa com a promoção de cidadania e a garantia de direitos a essas mulheres. Isso é
muito amplo, vai de programas de alfabetização até cuidados com a saúde. Trabalho com
projetos de promoção de saúde bucal, exames ginecológicos, fisioterapia, nutrição,
oftalmologia e saúde mental. Também oferecemos cursos e oficinas das mais diversas,
como corte e costura, artesanato, pintura. Buscamos parcerias para vender todo o
material que elas produzem. Também fazemos rodas de conversa e formação política,
entre outras ações de bem-estar e cidadania. E trabalhamos na busca de acesso às
políticas públicas para essas mulheres.
EDITORIAL
 É um gênero dissertativo, normalmente, de cunho jornalístico que manifesta a
opinião de um jornal ou revista a respeito dos assuntos da atualidade (quase
sempre polêmicos), com a intenção de esclarecer ou alterar pontos de vista dos
leitores, alertar a sociedade e, às vezes, até mobilizá-la.
 Segue a estrutura dissertativa padrão, de introdução do assunto, parágrafos de
desenvolvimento da argumentação e parágrafo de conclusão.
 O editorial, como texto argumentativo que é, tem por finalidade persuadir o
leitor e, por isso, precisa dar a impressão de que detém a verdade. Para isso,
precisa evitar as opiniões extremamente pessoais ou as afirmações generalizantes
e sem fundamento.
 No desenvolvimento das ideias de um editorial, os recursos empregados para dar
maior consistência ao texto e aproximá-lo da verdade são exemplos,
depoimentos, dados estatísticos, pesquisas, comparações, relações de causa e
efeito etc.
A evolução do conhecimento levada a cabo pelo homem no século XX foi, sem
dúvida, uma revolução de extensão mais significativa do que qualquer movimento
que, deliberadamente, tenha reivindicado esse título. Do marco inicial da psicanálise,
ainda no limiar do século XIX, às atuais experiências com células-tronco, passando por
grandes descobertas, como a penicilina ou a criação das redes virtuais, a Era dos
Extremos modificou categoricamente a visão do homem sobre o próprio homem.
Mas, se de um lado parecem ruir os ideais iluministas que depositavam no
reino da razão as esperanças de evolução das relações da existência individual e
coletiva, de outro as formas de organização concebidas em consonância com esses
ideais, representadas pela moderna democracia republicana, parecem ainda não ter
perdido sua atualidade. Senão pelas suas virtudes, ao menos pela ausência de outras
alternativas que se tenham mostrado melhores. Porém, de que forma conciliar o
funcionamento de tais instituições com as novas — e nem sempre coincidentes —
visões que as mais diversas áreas do conhecimento produziram sobre o homem?
Durval Mazzei Nogueira Filho. O sujeito da educação. In: Revista Educação & Psicologia, Editorial. (com adaptações)

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