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REFLEXÕES PARA VIVER MELHOR (2)

A numeração, aqui disposta, segue progressivamente a partir do texto — com o


mesmo propósito —, constante do Módulo 1.

6.

A mensagem acima diz respeito ao precondicionamento por nós exigido, em


determinadas ocasiões, para que coisas diversas aconteçam, para que certos objetivos ou
atividades se deem por existentes.

Não obstante falar de amor, e assim se mostrar importante por si só como


comportamento positivo — o amor a si, ao próximo (e também a alguma ou única divindade
existente a promover, claro, o bem) —, os dizeres expõem que, se aguardarmos momento ou
confluência ideal ou perfeita para fazer algo, nunca faremos.

Se esperarmos que a temperatura e o clima estejam absolutamente direcionados


para um perfeito dia de lazer próximo ao mar, perderíamos a chance de, mesmo em dia
parcialmente nublado, mas quente, possa este ser aproveitado. Enfim, perder-se-ia a
oportunidade da diversão programada. Caso aguardássemos pela melhor tinta existente, pela
tela de tecido do mais precioso, não pintaríamos quadro algum, e mesmo sem os melhores
temperos e ingredientes do mundo, pratos maravilhosos e nutritivos podem e são de fato
oferecidos.

O amor, a ele retomando, tem sido tema a guiar a vida de muitas pessoas e de muitas
religiões, não sendo diferente com as ciências humanas que se ligam à psique humana, ao
comportamento etc.

A Psicologia Positiva tem nela se baseado bastante; é alicerce também para religiões
de raiz cristã ou mesmo daquelas vindas do Oriente: o amor como princípio e prática a nutrir
o melhor relacionamento com o outro e consigo mesmo.

E, reforçando a questão da naturalidade ou facilidade de como o amor e outros


sentimentos podem se dar, a mensagem alude à respiração. Respira-se e pronto. O mesmo
pode ser dito sobre o fazer de muitas coisas, como dito acima.

A Psicanálise tem nos ensinado que “fazer”, antes mesmo de se pensar ou sentir em
profundidade o desejo de se querer fazer, opera, em sentido contrário, o ciclo da conquista
de objetivos diversos. Ou seja, ao invés de preparar-se ao máximo e aguardar o melhor dos
cenários para realizar algo, o fazer antes de sentir é capaz de, ao final e com o tempo,
promover bons sentimentos.

Pensemos na ideia de cultivar plantas, por exemplo, atividade excelente para nutrir-
nos e curar-nos, válida no sentido de cada qual se ocupar ao invés de se preocupar. Não é
preciso ser jardineiro experiente para dar início a ação de colecionar e de cultivar flora de
várias espécies... Vamos pensar a respeito.
7.

Muito verdade isto? Você concorda? Reflita a respeito.

Nossa opinião é a de que, em complemento ao dito há pouco sobre o “fazer” antes


mesmo de sentir por inteiro algo (a própria vontade de agir), igualmente se mostra muito
significativo praticar o que se quer. A teoria pode ser rica e bela, como ocorre com este curso
de Mestrado em Psicanálise, com muitos livros incríveis e verdadeiramente instrutivos,
repletos de muita cultura.

Mas é preciso ir, mesmo que pouco a pouco, colocando em prática o que se aprende,
pensando de modo analítico, mas, também, encartando no dia a dia modos mais positivos de
se viver. Com força (decisão, firmeza de pensamento) e calma (cautela, paciência etc.), “fazer,
fazer e fazer” (sem esquecer do intercalar de profundos descansos).
8.

Tudo tem o seu tempo, é comum de se ouvir; e assim se mostra ser,


verdadeiramente. Tudo é uma construção, uma plantação, um processo. Claro que coisas
ruins parecem acontecer mais rapidamente, como são as tragédias a atingir coletividades, mas
até elas são parte de um processo.

Por outro lado, e o que mais a nós de fato interessa, é que a bondade, as coisas boas,
as realizações, a transformação para o melhor de cada um, enfim, estas levam um tempo. Ser
paciente, sabendo plantar e, notadamente, cultivar e aguardar de modo compreensivo, calmo
e, repete-se, paciente, é um atributo muito significativo.

Quem não sabe esperar, é preciso cogitar, é infantil. É de se concordar? As crianças


é que não sabem esperar — conquanto os adultos têm tido uma dificuldade gigantesca de
aguardar por tudo ultimamente.

Repetindo para bem se fixar, tudo é um processo, tudo é construção, elaboração


(para se valer de uma palavra muito própria da Psicanálise) e, vivendo-se em um mundo tão
acelerado, pergunta-se: para quê tanta pressa? Para que correr?

(...)
9.

Duas propostas, pelo menos, o desenho acima nos sinaliza, faz-nos pensar: a
importância de se posicionar diante dos problemas e, logicamente, a vantagem de elaborá-
los, organizando-os. Pense nisto, até porque, “mais” ou “menos” prontos (organizados), os
problemas sempre virão... Enfrentá-los com sabedoria se mostra necessário, correto?
10.

Um grande religioso brasileiro, Francisco Cândido Xavier, recebera, por intermédio


de um mentor, orientação no sentido de que “tudo passa”, ou, mais precisamente
reportando-se a algo ruim por ele (Xavier) sentido à época: “isso também passa” — expressão
essa que acabou ficando famosa, denotando grande validade e alcance.

Assim, tem-se que a tempestade sempre passará; o que é possível melhorar é o


indivíduo — é ele que precisa aprender com o clima desfavorável (como metáfora para
qualquer situação), transformar-se, adquirir maturidade, haver-se consigo, crescer. É isto que
a Psicanálise, com o seu “fatiar do pensamento”, com a “oxigenação do pensamento”,
pretende, ao final, promover: o saber lidar consigo.

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