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CURSO DE NR-33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM

ESPAÇOS CONFINADOS
SUPERVISOR
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
2. DEFINIÇÕES .............................................................................................. 9
2.1 Introdução ............................................................................................. 9
2.2 Segurança do Trabalho ......................................................................... 9
2.3 Espaços Confinados ........................................................................... 10
2.4 Trabalhadores em Espaços Confinados ............................................. 11
3. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO................... 16
3.1 Introdução ........................................................................................... 16
3.2 Normas Regulamentadoras ................................................................ 16
3.3 NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados 34
3.4 Normas Complementares ................................................................... 35
4. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS CONFINADOS ................................... 36
4.1 Classificação dos Espaços Confinados............................................... 36
4.1.1 Características geométricas ......................................................... 36
4.1.2 Classificação por categoria ........................................................... 37
4.1.3 Classes ......................................................................................... 37
4.2 Identificação do Espaços confinado .................................................... 38
4.3 Locais que Possuem Espaços Confinados ......................................... 38
4.4 Atividades em Espaços Confinados .................................................... 40
5. RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS ............. 43
5.1 Introdução ........................................................................................... 43
5.2 Reconhecimento do Riscos ................................................................. 43
5.3 Avaliação do Riscos ............................................................................ 45
5.4 Controle de Riscos .............................................................................. 46
5.4.1 Identificar, sinalizar e Isolar os Espaços Confinados para Evitar a
Entrada de Pessoas não Autorizadas ....................................................... 48
5.4.2 Controle de Riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos ................................................................................................. 48
5.4.3 Prever a Implantação de Travas, Bloqueios, Alivio, Lacres e
Etiquetagem .............................................................................................. 53
5.4.4 Implementar Medidas Necessárias para Eliminação ou Controle
dos Riscos Atmosféricos ........................................................................... 57
5.4.5 Avaliar e Monitorar para Manter a Atmosfera nos Espaços
Confinados Segura ................................................................................... 59
5.4.6 Medidas de Controle de Riscos .................................................... 61
6. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E FUNCIONAMENTO ........................... 65
6.1 Equipamentos de Proteção Coletiva ................................................... 66
6.1.1 Cone de sinalização ..................................................................... 67
6.1.2 Fita de sinalização ........................................................................ 67
6.1.3 Grade metálica dobrável ............................................................... 68
6.1.4 Sinalizador strobo ......................................................................... 68
6.1.5 Banqueta isolante ......................................................................... 69
6.1.6 Escadas e rampas com corrimão e Antiderrapantes .................... 69
6.1.7 Pisos antiderrapantes ................................................................... 70
6.1.8 Placas de sinalização ................................................................... 70
6.1.9 Ar Condicionado ........................................................................... 72
6.1.10 Exaustores ................................................................................ 73
6.1.11 Sistema de purificação do ar ..................................................... 74
6.1.12 Sistema de proteção contra agentes químicos .......................... 74
6.2 Equipamentos de Proteção Individual ................................................. 75
6.2.1 EPI para proteção da cabeça ....................................................... 76
6.2.2 EPI para proteção dos olhos e face .............................................. 77
6.2.3 EPI para proteção auditiva ........................................................... 78
6.2.4 EPI para proteção respiratória ...................................................... 78
6.2.5 EPI para proteção do tronco ......................................................... 79
6.2.6 EPI para proteção dos membros superiores ................................ 79
6.2.7 EPI para proteção dos membros inferiores .................................. 81
6.2.8 EPI para proteção do corpo inteiro ............................................... 82
6.2.9 EPI para proteção contra quedas com diferença de nível ............ 82
7. PROCEDIMENTOS E UTILIZAÇÃO DA PERMISSÃO DE ENTRADA E
TRABALHO ...................................................................................................... 84
7.1 Introdução ........................................................................................... 84
7.2 Medidas Administrativas ..................................................................... 84
7.3 Procedimentos de Trabalho ................................................................ 86
7.4 Permissão de Trabalho ....................................................................... 88
8. NOÇÕES DE RESGATE E SALVAMENTO .............................................. 91
8.1 Introdução ........................................................................................... 91
8.2 Identificar a Avaliação de Risco .......................................................... 92
8.3 Emergência e Salvamento .................................................................. 92
8.4 Equipes de Resgate ............................................................................ 93
8.5 Equipamentos Utilizados em Resgates e Salvamento ........................ 94
9. RESPONSABILIDADES............................................................................ 96
9.1 Introdução ........................................................................................... 96
9.2 Cabe ao Empregador .......................................................................... 96
9.3 Cabe aos Trabalhadores ..................................................................... 97
10. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA .................................... 99
10.1 Introdução ........................................................................................ 99
10.2 Procedimentos de Implantação e Administração do Programa ..... 100
10.2.1 Regras e Responsabilidades ................................................... 100
10.3 Tipos de Respiradores ................................................................... 102
10.3.1 Respiradores por Adução de Ar .............................................. 102
10.3.2 Respiradores Purificador de Ar ............................................... 105
10.4 Seleção de Respiradores ............................................................... 107
10.5 Ensaio de Vedação ........................................................................ 108
10.6 Uso dos Respiradores.................................................................... 109
10.6.1 Verificações preliminares ........................................................ 109
10.6.2 Troca de filtros ......................................................................... 109
10.6.3 Conhecimentos do usuário sobre proteção respiratória .......... 110
10.6.4 Percepção dos contaminantes ................................................ 111
10.6.5 Aumento da resistência à respiração ou redução da vazão de ar
111
10.6.6 Embaçamento do visor ............................................................ 111
10.6.7 Dispositivo de alarme .............................................................. 111
10.6.8 Danos no respirador ................................................................ 111
10.7 Manutenção, Higienização, Inspeção e Guarda ............................ 112
10.7.1 Descontaminação .................................................................... 112
10.7.2 Limpeza e higienização ........................................................... 112
10.7.3 Inspeção .................................................................................. 114
10.7.4 Manutenção e reparos............................................................. 115
10.7.5 Guarda e armazenagem.......................................................... 116
11. ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................................... 118
11.1 Introdução ...................................................................................... 118
11.2 Atmosferas Explosivas ................................................................... 118
11.3 Fontes de Ignição .......................................................................... 119
11.3.1 Fontes de Ignição de Origem não elétrica ............................... 119
11.3.2 Fontes de ignição de origem elétrica ....................................... 120
11.4 Classificação das áreas ................................................................. 120
11.4.1 Zona 0 ..................................................................................... 121
11.4.2 Zona 1 ..................................................................................... 122
11.4.3 Zona 2 ..................................................................................... 122
11.5 Causas das Explosões................................................................... 123
11.6 Efeitos das Explosões .................................................................... 124
11.7 Cuidados em Áreas Classificadas ................................................. 125
12. CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA
CONTROLE DE RISCOS ............................................................................... 126
12.1 Introdução ...................................................................................... 126
12.2 Medição de Gases ......................................................................... 126
12.3 Equipamentos de Medição............................................................. 128
12.3.1 Explosímetro ........................................................................... 129
12.3.2 Oxímetro.................................................................................. 130
12.3.3 Decibelímetro .......................................................................... 130
12.3.4 Termômetro ............................................................................. 131
12.3.5 Amostradores de gases e vapores .......................................... 131
12.4 Seleção dos Equipamentos para Controle de Riscos .................... 132
13. CONHECIMENTOS SOBRE PRÁTICAS SEGURAS EM ESPAÇOS
CONFINADOS ............................................................................................... 133
13.1 Redução de Contaminação............................................................ 133
13.2 Purga ou Inertização ...................................................................... 133
13.3 Ventilação ...................................................................................... 134
13.3.1 Ventilação por Exaustão.......................................................... 134
13.3.2 Ventilação por insuflação ........................................................ 136
13.3.3 Ventilação Local Exaustora ..................................................... 136
13.3.4 Ventilação por insuflação com aberturas adicionais ................ 137
14. OPERAÇÕES DE SALVAMENTO ....................................................... 138
14.1 Introdução ...................................................................................... 138
14.2 Equipamentos Utilizados................................................................ 138
14.2.1 Guincho ................................................................................... 139
14.2.2 Tripé ........................................................................................ 139
14.2.3 Monopé ................................................................................... 139
14.2.4 Equipamento de Comunicação ............................................... 140
14.2.5 Equipamentos de Iluminação .................................................. 140
14.2.6 Equipamentos de Proteção Respiratória ................................. 141
14.3 Procedimentos de Salvamento ...................................................... 141
15. PRIMEIROS SOCORROS ................................................................... 143
15.1 Primeiros Socorros: Importância, Legislação e Conceitos ............. 143
15.1.1 Importância dos Primeiros Socorros ....................................... 143
15.1.2 Conceitos Básicos ................................................................... 144
15.1.3 Legislação ............................................................................... 145
15.2 Caixa de Primeiros Socorros ......................................................... 146
15.2.1 Etapas Básicas de Primeiros Socorros ................................... 148
15.2.2 Avaliação da Cena .................................................................. 148
15.2.3 Avaliação da Vítima ................................................................. 150
15.3 Funções, Sinais Vitais e de Apoio.................................................. 153
15.3.1 Introdução ............................................................................... 153
15.3.2 Funções vitais ......................................................................... 154
15.3.3 Sinais Vitais ............................................................................. 154
15.3.4 Sinais de Apoio ....................................................................... 160
15.4 Ressuscitação Cardiopulmonar ..................................................... 165
15.4.1 Introdução ............................................................................... 165
15.5 Estado de Choque ......................................................................... 166
15.5.1 Introdução ............................................................................... 166
15.5.2 Causas .................................................................................... 167
15.5.3 Sintomas ................................................................................. 168
15.5.4 Prevenção do Choque ............................................................. 169
15.6 Emergências Clínicas .................................................................... 170
15.6.1 Introdução ............................................................................... 171
15.6.2 Infarto ou Ataque Cardíaco ..................................................... 171
15.6.3 Insolação ................................................................................. 174
15.6.4 Exaustão pelo Calor ................................................................ 176
15.6.5 Cãibras de Calor ..................................................................... 178
15.6.6 Desmaio .................................................................................. 180
15.6.7 Convulsão ............................................................................... 182
15.6.8 Choque Elétrico ....................................................................... 185
15.7 Picadas e Ferroadas de Animais Peçonhentos ............................. 189
15.7.1 Introdução ............................................................................... 189
15.7.2 Acidentes Causados por Serpentes ........................................ 190
15.7.3 Acidentes causados por Aranhas e escorpiões ....................... 196
15.7.4 Acidentes causados por Lagartas Venenosas ........................ 201
15.7.5 Acidentes causados por Abelhas, Vespas e Formigas............ 202
15.8 Intoxicação ou Envenenamento ..................................................... 205
15.8.1 Introdução ............................................................................... 205
15.8.2 Substâncias comuns nas intoxicações .................................... 206
15.8.3 Sintomas ................................................................................. 208
15.8.4 Primeiros Socorros .................................................................. 209
15.9 Telefone Úteis ................................................................................ 213
15.9.1 Introdução ............................................................................... 213
15.9.2 Corpo de bombeiros – 193 ...................................................... 213
15.9.3 Polícia Militar – 190 ................................................................. 214
15.9.4 SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192 .... 214
15.9.5 Polícia Rodoviária Federal – 191 ............................................ 215
15.9.6 Defesa Civil – 199 ................................................................... 215
15.9.7 Disque Intoxicação (ANVISA) – 0800-722-6001 ..................... 216
16. REFERENCIAS .................................................................................... 217
1. INTRODUÇÃO

Em muitas atividades podemos encontrar os espaços confinados,


ambientes estes que estão presentes na indústria, na agricultura, na construção
civil, entre outros, sendo que há uma grande dificuldade de identificar estes
espaços, o que acaba gerando muitos riscos à saúde e a vida dos trabalhadores,
por este motivo em 2006 o ministério do trabalho criou a Norma
Regulamentadora de número 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados.
A NR-33 estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços
confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
O treinamento do Instituto Treni para supervisores de espaços confinados
aborda assuntos relevantes ao trabalhador como, as principais definições e
identificação de espaços confinados; legislação; reconhecimento, avaliação e
controle de riscos; equipamentos utilizados e funcionamento; permissão de
trabalho; noções de resgate e salvamento; responsabilidade; programa de
proteção respiratória; áreas classificas; critério para o uso de equipamentos para
o controle de riscos; práticas seguras; operação de salvamento; e primeiros
socorros.
O Instituto Treni deseja a você bons estudos e segurança e saúde no seu
ambiente de trabalho.
2. DEFINIÇÕES
2.1 Introdução

Você sabe o que é um espaço confinado?

O reconhecimento do ambiente de trabalho e os riscos presentes nele é


o ponto inicial para que o profissional trabalhe com segurança.
Com isso vem a importância conhecer as principais definições de
segurança do trabalho, espaços confinados, características e atividades típicas.

2.2 Segurança do Trabalho

A segurança do trabalho ainda é considerado um desafio dentro das


empresas, tanto na implantação quanto na aceitação por parte dos
trabalhadores, contudo vale ressaltar que a importância da mesma no ambiente
de trabalho.
A segurança e Saúde do Trabalho caracterizam-se pela adoção de
estratégias que levam os trabalhadores a desenvolver atitudes conscientes para
o trabalho seguro durante a realização de suas atribuições. (SILVA, 2012).
A segurança do trabalho pode ser entendida com um conjunto de medidas
que são tomadas, com o objetivo de minimizar os acidentes e doenças do
trabalho, protegendo também a integridade e a capacidade de trabalho, sendo
está baseada em normas e leis.

2.3 Espaços Confinados

A NR-33 conceitua espaço confinado como qualquer área ou ambiente


não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de
entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio.
A NBR 14787 define o espaço confinado como qualquer área não
projetada para a ocupação contínua, a qual tem meios limitados de entrada e
saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes
perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se
desenvolver.
Espaços confinados são áreas fechadas ou enclausuramento, com as
seguintes características:
 O ambiente não prevê ocupação humana contínua;
 As aberturas para entrada e saída são restritas, limitadas,
parcialmente obstruídas ou providas de obstáculos que impeçam a
livre circulação dos trabalhadores;
 A movimentação no seu interior é muitas vezes difícil, podendo
ocorrer o aprisionamento do trabalhador devido a complexibilidade
da geometria, como planos inclinados, paredes convergentes,
pisos lisos, seção reduzidas e outras;
 A ventilação natural inexistente ou deficiente;
 A ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes
(gases, vapores, poeiras, névoas ou fumos);
 O percentual de oxigênio pode ser inferior ou superior aos limites
legais;
 Poluentes tóxicos e inflamáveis e/ou explosivos podem ser
encontrados no seu interior;
 O risco de ocorrência de acidentes de trabalho ou de intoxicação é
elevado.

Ambas tem como objetivo estabelece os requisitos mínimos para


identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta
ou indiretamente nestes espaços.

2.4 Trabalhadores em Espaços Confinados


Os trabalhos em espaços confinados possuem diversas funções, sendo
que os trabalhadores precisam ser qualificados para executarem as tarefas.

2.4.1 Responsável Técnico

Segundo a NR-33 o responsável técnico é o profissional habilitado para


identificar os espaços confinados existentes na empresa e elaborar as medidas
técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e resgate.
Cabe ao responsável técnico:
 Redigir o programa de Gestão de Segurança e Saúde nos
Trabalhos em Espaços Confinados;
 Elaborar os procedimentos de entrada, trabalho e resgate;
 Adaptar a Permissão de Entrada e Trabalho (PET) às
características dos riscos e espaços confinados de cada empresa;
 Especificar os equipamentos de avaliação e controle dos riscos e
equipamentos de comunicação;
 Providenciar a capacitação dos Supervisores de Entrada, Vigia e
Trabalhadores Autorizados.
 Descrever e implantar medidas de controle para Emergência e
Salvamento.

2.4.2 Trabalhador Autorizado

Segundo a NR-33 o trabalhador autorizado é o trabalhador capacitado


para entrar no espaço confinado, ciente dos seus direitos e deveres e com
conhecimento dos riscos e das medidas de controle existentes.
Cabe aos trabalhadores autorizados a:
 Conhecer os riscos e as medidas de prevenção que possam
encontrar durante a entrada, incluindo informações sobre o modo,
sinais ou sintomas e consequências da exposição;
 Usar adequadamente os equipamentos EPI e EPR;
  Saber operar os recursos de comunicação para permitir que
monitore as suas atuações e os alerte da necessidade de
abandonar o espaço confinado.
 Alertar o vigia sempre que algum sinal de perigo ou sintoma de
exposição a uma situação perigosa não prevista e/ou detectar uma
condição proibida.
2.4.3 Supervisor de Entrada

Segundo a NR-33 o supervisor de entrada é a pessoa capacitada para


operar a permissão de entrada com responsabilidade para preencher e assinar
a Permissão de Entrada e Trabalho (PET) para o desenvolvimento de entrada e
trabalho seguro no interior de espaços confinados.
Cabe ao supervisor de entrada:
 Emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das
atividades;
 Executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos
contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;
 Assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam
disponíveis e que os meios para acioná-los estejam operantes;
 Cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando
necessário;
 Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos
serviços; e
 Desempenhar a função de Vigia.

2.4.4 Vigia
O vigia é o trabalhador designado para permanecer fora do espaço
confinado, responsável pelo acompanhamento, comunicação e ordem de
abandono para os trabalhadores.
Cabe ao vigia desempenhar as seguintes atividades:
 Manter continuamente a contagem precisa do número de
trabalhadores autorizados no espaço confinado e assegurar que
todos saiam ao término da atividade;
 Permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato
permanente com os trabalhadores autorizados;
 Adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de
salvamento, pública ou privada, quando necessário;
 Operar os movimentadores de pessoas; e
 Ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer
algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida,
acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar
efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro Vigia.
O Vigia não poderá realizar outras tarefas que possam comprometer o
dever principal que é o de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;
3. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

3.1 Introdução

No ambiente de trabalho, o maior patrimônio de uma empresa, são as


vidas dos seus trabalhadores, e para que essas vidas sejam protegidas, existem
regras específicas para garantir a sua segurança e sobrevivência.
A legislação aplicada na segurança do trabalho, é composta por um
conjunto de normas regulamentadoras; portarias e decretos, bem como,
convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
devidamente ratificadas pelo Brasil.

3.2 Normas Regulamentadoras

No Brasil, a legislação sobre a segurança do trabalho são as normas


regulamentadores (NRs).
As normas regulamentadoras foram criadas a partir da lei nº 6.514, de 08
de junho de 1978. As mesmas são elaboradas e modificadas, por uma comissão
tripartite, composta por representantes do governo, empregados e
empregadores. Elas só podem ser elaboradas e modificadas, por meio de
portarias expedidas pelo MTE, o que acontece quando se sente que algo precisa
ser modificado, melhorado ou excluído.
As Normas Regulamentadoras (NRs), são orientações trabalhistas, sobre
procedimentos obrigatórios, relacionados à saúde e à segurança do trabalhador,
visando promover e preservar a integridade física do mesmo, estabelecendo a
regulamentação da legislação pertinente à segurança e medicina do trabalho,
além de instituir políticas sobre esses assuntos, dentro das empresas.
As NRs relativas à segurança e saúde ocupacional, são de obrigação para
toda a empresa ou instituição que admite empregados registrados pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e isso também inclui empresas
privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta ou indireta, bem
como os órgãos do Poder Legislativo.
As normas regulamentadoras, são elaboradas pelo Ministério do Trabalho
e um sistema tripartite paritário, formado por representantes do Governo; dos
trabalhadores e dos empregadores, os três com o mesmo peso de decisão.
O Ministério do Trabalho é um órgão do Governo Federal, que trata das
políticas e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao
trabalhador; das políticas e diretrizes para a modernização das relações do
trabalho; da fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário; da política
salarial; da formação e desenvolvimento profissional; da segurança e saúde no
trabalho; política de imigração e cooperativismo e associativismos urbanos.
São 37 normas regulamentadoras, sendo que 36 estão vigentes. Cada
uma possui seus próprios parâmetros de regulamentação, com o objetivo de
prevenir acidentes e doenças provocadas pelo trabalho.
Segundo o Ministério do Trabalho:

Normas Regulamentadoras – NRs, relativas à segurança e


medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

A seguir serão apresentadas as normas regulamentadoras e seus


objetivos:
NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS

Relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância


obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT.

NR 2 – INSPEÇÃO PRÉVIA

Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá


solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do Ministério do
Trabalho.

NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO
Embargo e interdição, são medidas de urgência, adotadas, a partir da
constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao
trabalhador.

NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE


SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

As empresas privadas e públicas; os órgãos públicos da administração


direta e indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão,
obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho.

NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como
objetivo, a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo
a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da vida e
a promoção da saúde do trabalhador.

NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

A norma regulamenta a utilização do EPI. Considera-se Equipamento de


Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos, suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.

NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE


OCUPACIONAL
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte
de todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde, do conjunto dos
seus trabalhadores.

NR 8 – EDIFICAÇÕES

Estabelece requisitos técnicos mínimos, que devem ser observados nas


edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem.

NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS


Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte
de todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando
à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da
antecipação; reconhecimento; avaliação; e consequente controle da ocorrência
de riscos ambientais, existentes, ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos
naturais.

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM


ELETRICIDADE

Estabelece os requisitos e condições mínimas, objetivando a


implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

NR 11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E


MANUSEIO DE MATERIAIS
Normas de segurança para operação de elevadores; guindastes;
transportadores industriais e máquinas transportadoras.

NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E


EQUIPAMENTOS

Esta Norma Regulamentadora e seus anexos, definem referências


técnicas; princípios fundamentais e medidas de proteção, para garantir a saúde
e a integridade física dos trabalhadores, e estabelece requisitos mínimos para a
prevenção de acidentes e doenças do trabalho, nas fases de projeto e de
utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda, à sua
fabricação; importação; comercialização; exposição e cessão a qualquer título,
em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto
nas demais Normas Regulamentadoras – NRs, aprovadas pela Portaria nº 3.214,
de 8 de junho de 1978, das normas técnicas oficiais e; na ausência ou omissão
destas, nas normas internacionais aplicáveis.

NR 13 – CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÃO

Estabelece requisitos mínimos para a gestão da integridade estrutural de


caldeiras à vapor; vasos de pressão e suas tubulações de interligação, nos
aspectos relacionados à instalação; inspeção; operação e manutenção, visando
à segurança e à saúde dos trabalhadores.

NR 14 – FORNOS

Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente,


revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante, não ultrapasse
os limites de tolerância, estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 15.

NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Trata de atividades que expõem os empregados a agentes nocivos à


saúde, acima dos limites legais permitidos.

NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS


Trata das atividades e operações perigosas, no exercício do trabalho.

NR 17 – ERGONOMIA

Visa a estabelecer parâmetros, que permitam a adaptação das condições


de trabalho, às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto; segurança e desempenho eficiente.

NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

Estabelece diretrizes de ordem administrativa; de planejamento e de


organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança, nos processos; nas condições e no meio ambiente de
trabalho, na indústria da construção.

NR 19 – EXPLOSIVOS

Estabelece diretrizes para o trabalho com explosivos. Considera-se


explosivo, material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição
muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e
desenvolvimento súbito de pressão.

NR 20 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS


E COMBUSTÍVEIS

Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no


trabalho, contra os fatores de risco de acidentes, provenientes das atividades de
extração; produção; armazenamento; transferência; manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis.

NR 21 – TRABALHOS A CÉU ABERTO


Estabelece requisitos mínimos para os trabalhos realizados a céu aberto,
sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de
proteger os trabalhadores contra intempéries.

NR 22 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

Tem por objetivo, disciplinar os preceitos a serem observados, na


organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível, o
planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira, com a busca
permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.

NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS


Estabelece que todos os empregadores, devem adotar medidas de
prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e com as
normas técnicas aplicáveis.

NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS


DE TRABALHO

Estabelece as condições sanitárias mínimas no ambiente de trabalho.

NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Estabelece requisitos sobre a utilização e destinação de resíduos


industriais, provenientes dos processos industriais, na forma sólida; líquida ou
gasosa, ou combinação dessas, e que, por suas características físicas; químicas
ou microbiológicas, não se assemelham aos resíduos domésticos, como cinzas;
lodos; óleos; materiais alcalinos ou ácidos; escórias; poeiras; borras; substâncias
lixiviadas e àqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição; bem como aos demais efluentes líquidos e emissões gasosas
contaminantes atmosféricos.

NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Trata da utilização de cores na segurança do trabalho, estabelecendo a
adoção de cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a
fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.

NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA


DO TRABALHO

Revogada.

NR 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Trata da fiscalização sobre o cumprimento das disposições legais e/ou


regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, obedecendo a CLT e
as Normas Regulamentadoras.
NR 29 – NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE
NO TRABALHO PORTUÁRIO

Objetiva regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças


profissionais; facilitar os primeiros socorros a acidentados; e alcançar as
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores
portuários.

NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO

Tem como objetivo, a proteção e a regulamentação das condições de


segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.

NR 31 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA,


PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
Tem por objetivo, estabelecer os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o
planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura; pecuária;
silvicultura; exploração florestal e aquicultura, com a segurança; saúde e meio
ambiente do trabalho.

NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE


SAÚDE

Tem por finalidade, estabelecer as diretrizes básicas para a


implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como, daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS


CONFINADOS
Tem como objetivo, estabelecer os requisitos mínimos para identificação
de espaços confinados e o reconhecimento; avaliação; monitoramento e controle
dos riscos existentes, de forma a garantir, permanentemente, a segurança e a
saúde dos trabalhadores, que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

NR 34 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E DESMONTE NAVAL

Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança;


à saúde e ao meio ambiente de trabalho, nas atividades da indústria de
construção; reparação e desmonte naval.

NR 35 – TRABALHO EM ALTURA
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento; a organização e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, envolvidos direta ou
indiretamente com esta atividade.

NR 36 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE


ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS

O objetivo desta Norma, é estabelecer os requisitos mínimos para a


avaliação; controle e monitoramento dos riscos existentes, nas atividades
desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados,
destinados ao consumo humano, de forma a garantir, permanentemente, a
segurança; a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da
observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NRs, do
Ministério do Trabalho e Emprego.

NR 37 - SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO


Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos de
segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas
de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB.

3.3 NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

Em 2016, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a portaria 202, que


trata da Norma Regulamentadora 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em
Espaços Confinados.
Esta norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta
ou indiretamente nestes espaços.
A norma trata os espaços confinados como qualquer área ou ambiente
não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de
entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de
oxigênio.
A norma estabelece as responsabilidades do empregador e dos
trabalhadores, também apresenta o programa de gestão de segurança e saúde
nos trabalhos em espaços confinados, descrevendo as medidas técnicas de
prevenção, administrativas, pessoais, bem como a capacitação para
trabalhadores em espaços confinados.
A norma também esclarece sobre a emergência e o salvamento, o qual
cabe ao empregador elaborar e implantar procedimentos de emergência e
resgate adequados aos espaços confinados.
Com isso pode-se observar que a norma objetiva a prevenção de
acidentes e a preservação da vida do trabalhador nos espaços confinados.

3.4 Normas Complementares

A normas regulamentadora NR-33, estabelece que onde houver espaços


confinados devem ser observadas, de forma complementar as seguintes normas
regulamentadoras:

 NBR 14606: Postos de Serviço - Entrada em espaços confinados


– estabelece os procedimentos de segurança somente para a
entrada em espaços confinados em postos de serviços. Sua
aplicação está restrita a entrada em espaços confinados
subterrâneos.
 NBR 14787/2001 – Espaço Confinado – Prevenção de acidentes,
procedimentos e medidas de proteção – estabelece requisitos
mínimos para proteção dos trabalhadores e do local de trabalho
contra os riscos de entrada em espaços confinados.
4. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS CONFINADOS

4.1 Classificação dos Espaços Confinados

Há diversos tipos de ambientes de trabalho confinado todos com suas


especificidades, no entanto espaços confinados podem ser classificados de
acordo com as suas características geométricas, categoria ou classes.

4.1.1 Características geométricas

Os espaços confinados são classificados através das características


geométricas, espaços abertos ou espaços fechados.

 Espaços abertos: túneis, galerias subterrâneas, parques de


estacionamento subterrâneos, etc.
 Espaços fechados: cisternas, silos, reatores, fornos, câmaras de
visitas, etc.

4.1.2 Classificação por categoria

De acordo com os riscos potenciais, os espaços confinados podem ser


classificados em três categorias:
 1ª categoria: Implica perigo de vida, é necessário autorização
escrita de entrada e plano de trabalho desenhado especificamente
para o efeito;
 2ª categoria: Com perigo potencial de lesão, é necessário a
utilização de método de trabalho seguro para se obter autorização
de entrada sem proteção respiratória;
 3ª categoria: Com perigos normais potencializados pela
instalação, com base na experiência e inspeções, é importante que
seja assegurado um método de trabalho seguro, sem necessidade
de autorização de trabalho.

4.1.3 Classes

O Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional classifica o


espaço confinado em classes, sendo elas:
 Classe A: São aqueles que oferecem condições imediatamente
perigosa a vida e saúde, englobando ambientes deficientes de
oxigênio e/ou que possuam atmosferas tóxicas ou explosivas;
 Classe B: São espaços que não oferecem riscos imediatos a vida
ou a saúde porém, podem provocar lesões ou doenças quando os
trabalhadores não adotarem medidas preventivas;
 Classe C: São espaços cujo risco é quase zero, dispensando
práticas ou procedimentos de trabalho.

4.2 Identificação do Espaços confinado

Um espaço será caracterizado como confinado quando atendidos todos


os requisitos previstos na sua definição.

O local é destinado a ocupação Pode ocorrer uma É um espaço confinado?


humana contínua atmosfera perigosa?
SIM SIM NÃO
SIM NÃO NÃO
NÃO SIM SIM
NÃO NÃO NÃO
Fonte: Ministry of Labour Ontario Occupational Health and safety

Desta forma, um espaço será considerado como confinado quando não


for destinado para ocupação humana contínua; e quando possuir meios limitados
de entrada e saída, havendo a possibilidade de formação de uma atmosfera de
risco, seja quando fechado durante a preparação da entrada ou durante a
entrada e trabalho, quer pela presença de contaminantes tóxicos, inflamáveis,
pela redução do percentual de oxigênio ou enriquecimento de oxigênio.

4.3 Locais que Possuem Espaços Confinados


O espaço confinado oferece risco constante, visto que não foi projetado
para a permanência continua dos seres humanos, além de oferecer diversos
riscos atmosféricos, que invariavelmente são as principais causas dos acidentes
nesses espaços, considerando que é comum a existência de gases tóxicos.
Os espaços confinados por serem perigosos, exigem medidas constante
de segurança e saúde do trabalho. Eles estão por toda parte, e são encontrados
na mais diversos setores e segmentos, assim como os riscos e perigos que
fazem parte deles.
Existem muitos empresas onde é possível encontrar espaços confinados,
porém para cada uma existe um conjunto de medidas específicas para
proporcionar aos trabalhadores maior segurança, a fim de garantir a sua
integridades física e sua saúde.
Como exemplos de espaços confinados:
 Agricultura: Biodigestores, silos, transportadores enclausurados,
poços, cisternas, vala, trincheiras, moegas, tanques, elevadores de
canecas e tremonhas;
 Indústria alimentícia: Depósitos, rotortas, tubos, bacias,
panelões, fornos, silos, tanques, misturadores, secadoras,
lavadores de ar e tonéis.
 Construção civil: Nos poços, escavações, forros, valas,
trincheiras, esgotos, caixas, caixões, passa dutos e dutos;
 Indústrias da borracha, do couro e têxtil: Dutos de ventilação,
caixas, misturadores, fornos, recipientes de tingimentos, caldeiras,
tanques e prensas;
 Indústria e fábricas de papel e celulose: Depósitos, torres,
colunas, digestores, batedores, misturadores, tanques, fornos e
silos;
 Indústria gráfica;
 Indústria e Refinaria de petróleo e gás: Plataformas, dutos,
gasodutos, oleodutos e caldeiras, tanques, reatores, colunas de
destilação, torres de resfriamento, áreas de diques, tanques de
água, filtros coletores, precipitadores, lavadores de ar, secadores,
vagões;
 Metalurgia: Nos depósitos, dutos, tubulações, silos, poços,
tanques, desengraxadores, coletores e cabines;
 Operações Marinhas: Porões, contêineres, caldeiras, tanques de
combustível e de água e compartimentos;
 Tabaco: Secadores, tonéis;
 Concreto, argila, pedras, cerâmica e vidro: Fornos, depósitos,
silos, tremonhas, moinhos, secadores;
 Serviços de água e esgoto: Galerias, poços, esgotos, digestores,
incineradores, poços de válvulas, cabos, caixas, caixões,
enclausuramento, poços químicos, estações de bombas,
reguladores, poços de lama, poços de água, caixas de gordura,
estações elevatórias, esgotos e drenos.
 Serviços de eletricidade e telefonia: Porões, túneis,
desengraxadores, cabines e tanques;
 Setor de transportes: Tanques nas asas dos aviões, vagões
ferroviários, caminhões-tanques e navios-tanques.
 Operações marítimas: Caldeiras e tanques;
 Beneficiamento de minérios;
 Siderúrgicas e metalúrgicas;

4.4 Atividades em Espaços Confinados


Muitos são os ambientes de trabalho em espaços confinados, com isso
muitas atividades devem ser desenvolvida, porém para isso os trabalhadores
devem ser bem treinados e pra preparados para executar suas tarefas.
Abaixo vamos listar as principais atividades realizadas em espaços
confinados:
 Atividades de inspeção da integridade física e o imprescindível
processo de equipamentos;
 Atividades que envolvam a aplicação de recobrimento de
superfícies em subterrâneos com ou sem tubulações;
 Atividades de verificação e leitura de manômetros, painéis, gráficos
ou outros tipos de indicadores;
 As mais variadas instalações elétricas;
 Combate as pragas e animais peçonhentos;
 Diversos reparos e substituições de válvulas, tubos, bombas,
motores em covas ou escavações;
 Diversos ajustes ou alinhamentos de equipamentos mecânicos e
seus componentes;
 Instalação de equipamentos de proteção coletiva;
 Instalações e inspeções;
 Instalações de equipamentos;
 Instalações de fibras ópticas;
 Instalações, ligações e reparos de equipamentos elétricos ou de
comunicações;
 Inspeções mecânicas;
 Movimentações de equipamentos;
 Manutenção em geral, vários reparos, limpeza, pintura de
equipamentos e reservatórios;
 Operações de resgate de trabalhadores;
 Reparos e substituições;
 Serviços envolvendo processo de soldagem;
 Serviços de emergência e salvamento;
 Transportes de equipamentos.
5. RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS

5.1 Introdução

O trabalhador em espaço confinado está exposto constantemente a


riscos. Os riscos podem ser classificados como riscos operacionais, ambientais:
 Riscos operacionais são aqueles que existem e convivem com as
atividades de produção e distribuição dos produtos e serviços da
empresa;
 Riscos ambientais são os riscos existentes pela presença de
agentes no ambiente de trabalho, capazes de afetar o trabalhador,
provocando acidentes e/ou doenças profissionais ou do trabalho;
Para que os riscos não se tornam uma ameaça aos trabalhadores é
necessário fazer o gerenciamento de riscos, que é um processos de planejar,
organizar, dirigir e controlar os recurso humanos e materiais de uma empresa.
O gerenciamento de riscos é uma atividade desempenhada em todo o
mundo e em todas as empresas organizadas a fim de avaliar e controlar os riscos
por meio de formulação e implantação de medidas e procedimentos técnicos
administrativos.

5.2 Reconhecimento do Riscos


Em espaços confinados, os riscos existentes ou gerados pela atividade
são potencializados pela sua configuração, dificuldade para movimentação e
trabalho no seu interior, ventilação natural deficiente ou inexistente e aberturas
para entrada e saída restritas ou limitadas. Todos os fatores devem ser avaliados
detalhadamente, levando-se em conta o efeito de um sobre o outro.
O principal desafio é lidar com os riscos e evita-los, sendo a prevenção,
postura zelosa e a responsabilidade os melhores meios de evitar os riscos.

Os principais riscos encontrados nos espaços confinados são:


 Gases e vapores tóxicos e inflamáveis, que podem ser causados
por uma eventual falha de isolamento, evaporação de resíduos, ou
até mesmo incêndio ou explosão em razão da presença dos
vapores e gases inflamáveis;
 Falta ou excesso de oxigênio, introdução de gases inertes,
oxidação de matais, fermentação de matéria orgânica ou ventilação
deficiente;
 Queimaduras químicas ou dermatológicas pelo uso de produtos
químicos, queimaduras por vapor em função de tubulações sem
isolantes térmicos;
 Escorregões, quedas ou quedas de ferramentas ou outros objetos;
 Intoxicação por substâncias químicas;
 Infecções por agentes biológicos;
 Afogamentos;
 Soterramentos;
 Choques provocados por lâmpadas e ferramentas elétricas.

Sempre que possível deve ser evitada a entrada nos espaços confinados,
sendo que quando não for possível o gerenciamento deve ser adequado feito
através de Análise Preliminar de Riscos (APR) e a Permissão de Entrada e
Trabalho (PET), documentos esses obrigatórios antes do início dos trabalhos.
A equipe responsável pela autorização da entrada tem que considerar os
riscos existentes ou gerados no período em que o espaço confinado permanecer
fechado (em repouso), os riscos que podem ser formados durante a execução
da tarefa, os riscos do ambiente externo (chuvas, ventos fortes, animais, tráfego
de pessoas e veículos) que possam afetar o espaço confinado, bem como os
riscos deste local (vazamentos, emissões de gases tóxicos de equipamentos
etc.), que possam vir a afetar o ambiente externo.

5.3 Avaliação do Riscos


A avaliação dos riscos é a base para prevenir os acidentes de trabalho,
tendo em vista esta situação, a avaliação de risco deve ser realizada antes do
início dos trabalhos.
O primeiro passo para a realizar da avaliação do risco é a identificação do
espaço confinado, afim de ser executada uma avaliação minuciosa dos mesmos
e facilitar a análise preliminar de riscos dos espaços confinados, além de fazer a
identificação dos próximos espaços que eventualmente venham a surgir.
É possível afirmar que é fundamental avaliar os riscos inerentes a cada
espaço confinado, para que a Análise preliminar de riscos seja eficaz e
abrangente em relação aos riscos que normalmente são envolvidos nos
trabalhos em espaços confinados.
Através da avaliação de riscos deve-se verificar se os métodos e controles
utilizados estão adequados aos espaços, visto que os riscos precisam ser
prevenidos.
As avaliações de riscos devem ser muito bem planejas, visto que é a base
para a implantação das medidas de controle.
A elaboração da avaliação de risco deve ser realizada para pessoas
competentes, como conhecimento prático das atividades de trabalho, devendo a
mesma ser elaborada com uma abordagem útil e simples para que todos
consigam tem um aproveitamento completo.
Para elaboração do avaliação de riscos há alguns passos básicos a serem
seguidos:
1º etapa: Classificar as atividades de trabalho;
2º etapa: Identificar os eventuais perigos;
3º etapa: Diminuir o risco;
4º etapa: Decidir se o tipo de risco é tolerável;
5º etapa: caso haja necessidade, preparar um plano de ação;
6º etapa: Fazer a revisão ou eventual adequação do plano.

5.4 Controle de Riscos


O controle dos riscos implica verificar, fiscalizar, conferir, inspecionar e
dominar as situações de riscos.
A entrada no espaço confinado, sempre que possível, deve ser evitada. A
realização do serviço com os trabalhadores fora do espaço confinado e a
utilização de equipamentos para a inspeção (vídeo), manutenção (robótica) e
limpeza (vácuo ou hidro jato) devem ser analisadas e priorizadas.

Muitas atividades podem ser realizadas em espaços confinados, com isso


podem ser encontrados vários agentes de risco ambiental e operacional, sendo
assim se faz necessário uma análise detalhada antes do início de qualquer
trabalho.
É necessário também tomar medidas de controle como a identificação e
as medições para verificar as concentrações e intensidades dos agentes nos
espaços confinados. É de igual modo importante a identificação do tipo de
supervisão e os procedimentos para a liberação dos serviços.
5.4.1 Identificar, sinalizar e Isolar os Espaços Confinados para Evitar
a Entrada de Pessoas não Autorizadas

Deve ser afixado no corpo, estrutura, laterais ou paredes externas,


próximo à entrada do espaço confinado, uma placa com o número, código e/ou
nomenclatura do espaço confinado para permitir a sua rápida identificação,
garantindo que a entrada e o trabalho só ocorram no espaço confinado
programado.
A sinalização do espaço confinado deve ser feita através do modelo
estabelecido pela NR-33, conforme imagem abaixo.

Durante as operações de entrada, as áreas próximas às entradas do


espaço confinado também devem ser sinalizadas e isoladas com fitas, cones,
cavaletes ou outro tipo de barreira. A sinalização e o isolamento evitam quedas
e a entrada no espaço confinado sem autorização via de Permissão de Entrada
e Trabalho.
O controle de entrada e saída dos Trabalhadores Autorizados deve ser
rígido para que não ocorra o fechamento do espaço confinado com trabalhadores
no seu interior. A conferência dos trabalhadores pode ser feita por meio de
crachás-espelhos, pulseiras ou outro sistema controlado pelo Vigia.

5.4.2 Controle de Riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos


e mecânicos

Em espaços confinados, os riscos existentes ou gerados pela atividade


são potencializados pela sua configuração, dificuldade para movimentação e
trabalho no seu interior, ventilação natural deficientes ou inexistente e aberturas
para entrada e saída restritas ou limitadas. Todos os fatores devem ser avaliados
detalhadamente, levando-se em conta o efeito de um sobre o outro.
 Riscos Físicos

Riscos físicos são as diversas formas de energia a que possam estar


expostos os trabalhadores, como, ruído, calor, radiações não ionizantes e
umidade que são encontrados com frequência nos espaços confinados.
O nível de pressão sonora muitas vezes provoca efeitos indesejáveis pela
sua reflexão nas paredes e teto do espaço confinado.
O calor é intensificado pela circulação reduzida do ar, aquecimento de
superfícies e equipamentos no interior do espaço confinado e radiação solar
constante.
As radiações não ionizantes, como a infravermelha e a ultravioleta, estão
presentes em intensidades elevadas nas operações de soldagem. O risco ao
trabalhador é aumentado devido à dificuldade para instalar biombos.
A umidade ocorre devido à dificuldade para a retirada de líquidos do
espaço confinado, cujo nível do piso muitas vezes é inferior ao nível do lençol
freático, podendo encharcar o uniforme e botas do trabalhador, nas atividades
realizadas em galerias, tanques, poços subterrâneos, praça de máquinas, entre
outros.

 Riscos Biológicos
O risco biológico, ocorre na manipulação de seres vivos, que sejam
capazes de provocar inflamações, caso o trabalhador seja exposto aos mesmos.
Os espaços confinados possuem condições propícias para a proliferação
de microrganismos e algumas espécies de animais, em virtude da umidade alta,
iluminação deficiente, água estagnada e presença de nutrientes.
Ratos, morcegos, pombos e outros animais que possuem acesso fácil a
espaços confinados, e os utilizam como abrigo contra seus predadores, são
vetores de doenças transmissíveis ou hospedeiros intermediários.
Cobras, insetos e outros artrópodes podem provocar intoxicações e
doenças. As poeiras presentes nos espaços confinados podem conter material
biológico potencialmente patogênico, pela presença de excrementos, urina,
saliva e demais fluidos orgânicos provenientes desses animais.
Vírus, bactérias e fungos podem provocar doenças, tais como, tétano,
leptospirose, criptococose, histoplasmose, raiva, entre outras.
Devem ser adotadas medidas de prevenção como: a vacinação, a
utilização de EPI (luvas, botas, óculos de segurança, máscara, roupas
impermeáveis etc.) e a manutenção da limpeza no entorno e no interior do
espaço confinado. Em caso de dúvida, a água estagnada deve ser analisada
para identificar a presença de possíveis agentes patogênicos como a Salmonella
e coliformes fecais.
Ao se encontrar colmeias, vespeiros, ninhos de cobras ou escorpiões,
acione a Prefeitura, Controle de Zoonoses ou Corpo de Bombeiros para
avaliação e controle da situação. Em caso de mordida por cobra, transporte o
trabalhador acidentado imediatamente ao hospital, unidade de saúde mais
próxima ou outro serviço para socorro médico. Os acidentes com lacraias são
raros e apresentam menor potencial de gravidade, mas, mesmo assim, o
trabalhador deve ser imediatamente transportado ao hospital para tratamento.
Se possível, levar o animal para que seja identificado, permitindo a seleção
adequada do soro contra o veneno.

 Riscos Ergonômicos

Os riscos ergonômicos é a relação do trabalho às características


fisiológicas e psicológicas do homem, tornando o ambiente de trabalho perigoso
e causador de lesões.
O acesso e a movimentação no espaço confinado são muitas vezes
difíceis em razão do tamanho das aberturas de entrada e da sua geometria.
A iluminação é geralmente deficiente e algumas atividades exigem
esforços excessivos e posturas desconfortáveis.
Medidas como revezamento entre Vigias e Trabalhadores Autorizados,
organização do trabalho para evitar entradas e saídas desnecessárias e
renovação continuada do ar dão bons resultados.

 Riscos Mecânicos
Os riscos mecânicos são os risco de operacionais, que incluem trabalho
em altura, instalações elétricas inadequadas, contato com superfícies aquecidas,
maquinário sem proteção, impacto de ferramentas e materiais, inundação,
superfícies inclinadas, desabamento, e formação de atmosfera explosiva, que
podem causar quedas, choques elétricos, queimaduras, aprisionamento e lesão
em membro ou outra parte do corpo, afogamento, engolfamento, asfixia,
incêndio e explosão.

 Riscos Químicos

Os riscos químicos são substâncias, compostos ou produtos, que possam


penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras; fumos;
névoas; neblinas; gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo, através da
pele ou por ingestão.
A presença de contaminantes e a deficiência de oxigênio (O2) podem
provocar a intoxicação, asfixia (simples ou química) e, eventualmente, a morte
dos trabalhadores. Os contaminantes (aerodispersóides, gases ou vapores)
podem ser gerados pelas substâncias armazenadas, pela decomposição de
matéria orgânica, por vazamentos, ou pela atividade desenvolvida no espaço
confinado.
Segundo a NR-33 a deficiência de oxigênio é uma atmosfera contendo
menos de 20,9 % de oxigênio em volume na pressão atmosférica normal, a não
ser que a redução do percentual seja devidamente monitorada e controlada.
O uso de motores à combustão é proibido em espaços confinados, pois
geram dióxido de carbono (asfixiantes simples) e monóxido de carbono
(asfixiante químico), que podem formar uma atmosfera imediatamente Perigosa
à Vida e à Saúde (IPVS), e a ventilação geral normalmente não é capaz de diluir
os contaminantes gerados em grandes concentrações.
A oxidação normal de estruturas metálicas, a presença de bactérias, as
operações que envolvam chamas abertas, a liberação ou formação de
asfixiantes simples como o Argônio, Nitrogênio, Metano e Dióxido de Carbono e
o consumo de ar pelos trabalhadores dentro do espaço confinado são alguns
dos processos que também diminuem o percentual de O2 no seu interior.
A descontaminação do espaço confinado é crucial para a liberação dos
trabalhos no seu interior.

5.4.3 Prever a Implantação de Travas, Bloqueios, Alivio, Lacres e


Etiquetagem

O travamento, bloqueio e etiquetagem (lock out & tag out) para controle
das energias potencialmente nocivas são medidas necessárias para que não
ocorra a energização acidental de sistemas elétricos, mecânicos, hidráulicos,
pneumáticos e o acionamento não previsto de equipamentos.
O bloqueio pode ser realizado através dos seguintes equipamentos:
 Cadeado de bloqueio: fechadura portátil que é acoplada
diretamente no equipamento a ser bloqueado ou a um dispositivo de bloqueio;
 Caixa de bloqueio: é utilizada quando um único ponto precisa ser
bloqueado por vários executantes, de uma ou mais equipes;
 Travamento de válvulas: existem muito modelos e podem ser
utilizando em vários tipos de válvulas presentes nos equipamentos;
 Bloqueio de disjuntores: este é utilizado para evitar o ligamento
da energia elétrica, devendo sempre ser instalado com o disjuntor na posição
desligado;
 Cabo de bloqueio geral: é utilizado para bloquear qualquer tipo de
mecanismo de manobra que não tenha um dispositivo de bloqueio específico;
 Lacre de grupo: é utilizado quando um único pronto precisa ser
bloqueado por vários trabalhadores;
 Travamento de registros: dispositivo utilizando para o travamento
de válvulas de registro, existente em vários modelos;
 Raqueteamento: é uma peça colocada entre dois flanges para
vedação absoluta de uma tubulação.
Para a aplicação dos bloqueios e etiquetagem deve-se realizar uma
análise inicial para determinar quais chaves, válvulas ou dispositivos de
isolamento de energia se aplicam ao equipamento a ser utilizado.
O empregador deve fornecer informações, instruções e supervisão aos
trabalhadores sobre os procedimentos de utilização dos bloqueios e
etiquetagem. Garantindo que os trabalhadores saibam quais fontes de energia
precisam ser controladas.
Para o bloqueios deve-se, haver um pré-planejamento, identificando todas
as fontes de energias; realizar a notificação de todos os trabalhadores afetados
com o bloqueio; e os equipamentos devem ser deligados normalmente para a
aplicação do bloqueio e a sinalização.
 Procedimentos de Bloqueio

Preparação
1. Notifique todos os trabalhadores afetados que um bloqueio é necessário
e o motivo do bloqueio.

Desligamento e Isolamento da Máquina ou Equipamento


1. Se o equipamento estiver em operação, desligue-o seguindo o
procedimento normal de parada (pressione o botão de parada, abra a
chave seletora, etc.). Somente trabalhadores com conhecimento na
operação do equipamento específico devem realizar procedimentos de
desligamento ou reinício.
2. Opere o (s) dispositivo (s) de isolamento de energia de modo que todas
as fontes de energia (elétrica, mecânica, hidráulica, etc.) sejam
desconectadas ou isoladas do equipamento.
3. Os interruptores de desconexão elétrica nunca devem ser puxados sob
carga, devido à possibilidade de formação de arco ou mesmo explosão.
4. A energia armazenada, como em capacitores, molas, peças de máquinas
elevadas, volantes rotativos, sistemas hidráulicos e pressão de ar, gás,
vapor ou água, etc., também deve ser liberada, desconectada ou
restringida por métodos como aterramento, reposicionamento, bloqueio
ou sangramento.
5. Puxar fusíveis não é um substituto para o bloqueio. Um fusível puxado
não é garantia de que o circuito esteja desligado. Mesmo que um circuito
esteja desligado, outra pessoa pode inadvertidamente substituir o fusível.
6. Equipamentos que operam intermitentemente, como bombas,
ventiladores, ventiladores ou compressores, podem parecer inofensivos
quando não estão funcionando. Não presuma que, por não estar
operando em um determinado ponto no tempo, o equipamento
permanecerá desligado durante a execução de qualquer trabalho.

Aplicação de bloqueio / tag out


1. Bloqueie e marque o dispositivo de isolamento de energia com uma trava
individual atribuída. Um trabalhador não estará protegido a menos que
ele / ela use seu próprio cadeado.
2. Se mais de um trabalhador estiver trabalhando na mesma peça de
equipamento ao mesmo tempo, cada um deve bloquear o equipamento,
colocando uma trava pessoal e uma marca no dispositivo de bloqueio de
grupo quando ele começar a trabalhar e deve remover esses dispositivos
quando ele parar de trabalhar na máquina ou no equipamento.
3. Bloqueios e sinalização devem mostrar claramente o nome da pessoa
que aplicou o dispositivo, a data e o motivo do bloqueio. Isso identifica
quem está consertando a máquina ou o equipamento. Em uma situação
de bloqueio múltiplo / sinalização, ele também identificará qualquer
trabalhador que não tenha terminado de trabalhar.
4. Bloqueios e sinalização devem ser duráveis o suficiente para suportar o
ambiente no qual serão usados. Informações sobre os bloqueios e
sinalização devem permanecer legíveis.
5. As fechaduras devem ser substanciais o suficiente para impedir a
remoção sem o uso de força excessiva. As sinalizações devem ser
substanciais o suficiente para impedir a remoção acidental ou inadvertida.
6. Os bloqueios e sinalizações devem ser padronizados por cor, forma ou
tamanho. As sinalizações devem ser facilmente reconhecidas e fornecer
informações apropriadas sobre o bloqueio.
7. Para alguns equipamentos, pode ser necessário construir anexos aos
quais os bloqueios possam ser aplicados. Um exemplo é um
multiplicadores de bloqueio. As etiquetas devem ser anexadas aos
dispositivos de isolamento de energia e ao controle operacional normal,
de modo a impedir a operação durante o bloqueio.

Verificação de Isolamento
1. Depois de garantir que nenhum trabalhador possa ser ferido, opere o
botão ou outros controles normais para verificar se todas as fontes de
energia foram desconectadas e se o equipamento não funcionará.
2. Se houver possibilidade de re-acumulação de energia armazenada, tal
como um aumento na pressão para um nível perigoso, o isolamento do
equipamento deve ser verificado periodicamente até que a manutenção
ou reparo seja concluída, ou até que a possibilidade de tal acumulação
não mais exista. .
3. Retorne os controles de operação para a posição neutra após o
teste. Uma verificação da ativação do sistema (por exemplo, uso de
voltímetro para circuitos elétricos) deve ser realizada para garantir o
isolamento.
4. O equipamento está agora bloqueado.

Interrupção de bloqueio / sinalização


1. Se uma máquina estiver bloqueada / etiquetada e houver necessidade de
teste ou posicionamento do equipamento / processo, os seguintes passos
devem ser seguidos:
 Limpar o equipamento / processo de ferramentas e materiais.
 Assegure-se de que os trabalhadores estejam a uma distância
segura de qualquer perigo em potencial.
 Remova as travas / etiquetas de acordo com o procedimento
estabelecido.
 Continue com o teste.
 Desenergize todos os sistemas e bloqueie novamente os controles
antes de retomar o trabalho.

Liberar do bloqueio / sinalização


1. Antes que as travas e etiquetas sejam removidas e a energia seja
restaurada na máquina ou no equipamento, inspecione a área de trabalho
para garantir que itens não essenciais tenham sido removidos e que os
componentes da máquina ou do equipamento estejam operacionalmente
intactos.
2. Assegure-se de que os trabalhadores estejam a uma distância segura de
qualquer perigo em potencial.
3. Cada bloqueio e sinalização deve ser removido de cada dispositivo de
isolamento de energia pelo trabalhador que aplicou o bloqueio e a
sinalização.
4. Notifique os funcionários afetados de que bloqueios e sinalizações foram
removidos.

5.4.4 Implementar Medidas Necessárias para Eliminação ou Controle


dos Riscos Atmosféricos
Principal causa de acidentes em espaços confinados, segundo a
Occupational Safety and Health Administration (OSHA), os riscos atmosféricos
devem ser preferencialmente eliminados antes da entrada e mantidos sob
controle durante a permanência dos trabalhadores no interior dos espaços
confinados.
A concentração de contaminantes, a presença de inflamáveis e o
percentual inadequado de oxigênio, seja por deficiência ou enriquecimento, são
riscos atmosféricos que podem provocar intoxicação e asfixia dos trabalhadores
ou a formação de uma atmosfera inflamável/explosiva.
Para avaliar adequadamente os riscos atmosféricos é necessário
conhecer:
 A classificação da ação fisiológica da substância;
 O limite de exposição (L.E.);
 O valor imediatamente perigoso à vida e à saúde (IPVS);
 O limiar de odor;
 A densidade;
 Os limites inferior e superior de explosividade (LIE E LSE);
 O ponto de fulgor;
 A temperatura de autoignição; e,
 A ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ).
Vários gases podem estar presentes nos espaços confinados. O metano
(CH4), formado pela decomposição de resíduos orgânicos, é um gás inflamável
e asfixiante simples. Em altas concentrações, desloca o oxigênio do ar existente
no espaço confinado. O gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio (H2S), formado
em processos de biodegradação da matéria orgânica, é um gás tóxico, asfixiante
químico e inflamável.
O monóxido de carbono (CO), formado pela queima em presença de
pouco oxigênio (combustão incompleta) e/ou alta temperatura de carvão ou
outros materiais ricos em carbono, é um gás altamente tóxico e inflamável.
Possui grande afinidade pela hemoglobina do sangue, impedindo a oxigenação
dos tecidos. Isto pode levar à morte por asfixia química. Já o dióxido de carbono
(CO2) é um asfixiante simples e, apesar de deslocar o oxigênio em altas
concentrações, possui Valor Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde (IPVS).
Gases como H2S e CO só podem ser medidos através de sensores
dedicados de gás sulfídrico e monóxido de carbono. A configuração padrão para
instrumentos medidores de múltiplos gases (multigases) é composta por quatro
sensores, sendo um sensor de oxigênio, com alarmes para deficiência (19,5%
em volume) e enriquecimento (23% em volume); um sensor de explosividade
com alarme a 10% do LIE; um sensor de CO e um de H2S. Os alarmes de H2S
e CO podem ser ajustados para o Limite de Tolerância ou para o Nível de Ação
(metade do Limite de Tolerância). A configuração padrão contempla os gases
encontrados com maior frequência em espaços confinados, mas não dispensa,
em hipótese alguma, um estudo aprofundado dos riscos atmosféricos para
seleção dos sensores adequados para cada caso.

5.4.5 Avaliar e Monitorar para Manter a Atmosfera nos Espaços


Confinados Segura

A avaliação inicial da atmosfera é importante para se determinar quais os


riscos atmosféricos existentes no espaço confinado, quando a sua abertura ou
para se detectar vazamentos ocorridos durantes períodos em que o espaço
confinado permaneceu aberto sem trabalhador no interior.
As avaliações iniciais deverão ser realizadas com o Supervisor de
Entrada, Vigias e os Trabalhadores Autorizados fora do espaço confinado,
determinando a concentração de oxigênio e a presença de agentes tóxicos no
seu interior
As avaliações iniciais deverão ser realizadas fora do espaço confinado,
através de sonda ou mangueira inserida no seu interior. A utilização de
mangueiras com comprimento e diâmetro diferentes dos recomendados pelo
fabricante pode alterar significativamente os resultados das avaliações.
Não é seguro utilizar uma corda para baixar o equipamento e efetuar
avaliações no interior de espaço confinado com abertura vertical.
Esta prática não permite a leitura dos resultados em tempo real e pode
levar a conclusões erradas. Quando da liberação, o espaço confinado deve estar
isento de contaminantes, com 20,9% de oxigênio e sem a presença de
inflamáveis/explosivos. Qualquer redução no percentual de oxigênio pode indicar
a presença de contaminantes acima da concentração Imediatamente Perigosa à
Vida e à Saúde.
Caso as avaliações iniciais indiquem a presença de riscos atmosféricos,
o espaço confinado deve ser ventilado, purgado, lavado ou tornado inerte. A
purga e a inertização são processos onde uma atmosfera perigosa é substituída
por outra, com ar, vapor ou gás inerte. Nunca esquecer que a inertização implica
na formação de uma atmosfera IPVS.
A ventilação deve ser realizada para manter o percentual de oxigênio
dentro de uma faixa segura, bem como proporcionar conforto térmico e
respiratório aos trabalhadores. Pode ser usada a insuflação, a exaustão ou
ambas. O emprego simultâneo da insuflação e exaustão oferece melhor eficácia.
Ao se insuflar o ar, o contaminante é diluído e expelido do espaço confinado pela
formação de pressão positiva. No processo de exaustão, o ar contaminado é
retirado do seu interior, enquanto que ocorre a admissão de ar pela formação de
pressão negativa.
O dimensionamento do sistema de ventilação deve considerar a forma
como o risco atmosférico é criado e a sua concentração, as dimensões do
espaço confinado e o número e tamanho das aberturas. O ar deve ser captado
de fonte limpa, livre de gases provenientes dos motores à combustão.
Mangueiras longas e curvas reduzem de forma significativa a eficiência do
sistema de ventilação.
As boas práticas de segurança em espaço confinado exigem ventilação
contínua, que deve ser iniciada antes da entrada e mantida durante a entrada e
no decorrer da atividade.
A atmosfera do espaço confinado deverá ser continuamente monitorada
por meio de detectores portáteis transportados pelos trabalhadores autorizados
e/ou por meio de detectores fixos, instalados próximos às tubulações, válvulas e
demais locais onde possam ocorrer vazamentos ou formação de contaminantes
durante a execução da tarefa. O monitor deve ter capacidade de detectar todos
os gases e vapores existentes no espaço confinado. Os monitores mais
utilizados detectam o percentual de oxigênio, Limite Inferior de Explosividade de
Inflamáveis, Monóxido de Carbono e o Gás Sulfídrico. O prazo de garantia e a
vida útil dos sensores, detectores ou células devem ser verificados
periodicamente.
5.4.6 Medidas de Controle de Riscos

Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação,


soterramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática,
queimaduras, quedas, esmagamentos, amputações que possam afetar a
segurança e saúde dos trabalhadores.
Uma análise criteriosa dos riscos, antes da entrada, permite a adoção de
medidas adequadas para controlar ou eliminar os riscos existentes nas
operações de entrada e trabalho no espaço confinado. Dentre estes podemos
destacar:

 Risco de Queda de Altura

Espaços confinados com entrada pela parte superior devem possuir


escada incorporada à sua estrutura e plataforma junto à abertura de entrada.
Durante o acesso, a entrada e a saída do espaço confinado, os trabalhadores
devem utilizar cinto de segurança dotado de dispositivo trava-quedas,
devidamente ligado a cabo-guia.

 Risco de choque elétrico

Ele pode ser minimizado com a utilização de tensão de segurança (tensão


não superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua,
entre fases ou entre fase e terra), cabos com duplo isolamento e aterramento
dos equipamentos elétricos.

 Riscos de esmagamentos e amputações de membros

A instalação de proteção nas partes móveis das máquinas e


equipamentos evita a ocorrência deste acidente.
 Risco de queda de objetos

Em áreas onde existe circulação de pessoas e veículos é recomendável


colocação de anel de proteção ou barricadas junto à abertura do espaço
confinado para evitar a queda no seu interior.

 Risco de afogamento

Por inundação do espaço confinado em dias de chuva ou devido a


vazamentos de líquidos, principalmente em túneis, poços de visita e redes de
esgoto. A paralisação dos serviços, o fechamento de válvulas, a manutenção
prévia, o emprego de bombas, a comunicação e outros procedimentos podem
eliminar este risco.

 Risco de Engolfamento
A entrada e trabalho em espaços confinados com materiais sólidos, como
grãos, deve ser feita com talabarte, cinto de segurança e cabo-guia esticado,
pois caso o trabalhador seja coberto por este material, dificilmente a equipe
externa conseguirá içá-lo do interior do espaço confinado.

 Trabalho a Quente

O trabalho a quente refere-se a qualquer operação com tempo reduzido


que envolva chama exposta ou produza calor ou faísca. Esse trabalho pode
causar a ignição de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos, um tipo de serviço
que possa gerar fagulhas e chamas.
A exposição a esse tipo de trabalho pode causar danos a respiração,
reação química e/ou ação biológica.
6. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E FUNCIONAMENTO

Para os trabalhos em espaços confinados é necessário a utilização de


equipamentos de proteção coletiva e individual, para que os riscos que os
trabalhadores estão em constante exposição possam ser eliminados ou
minimizados.
Segundo a NR-33:
Devem ser providenciados equipamentos sem custo para os
empregados e mantidos em perfeitas condições de uso, tais como:
monitoramento, comunicação, iluminação, ventilação, reanimação,
emergência e resgate, indicador pessoal de movimento, extintores de
incêndio, lava olhos e conjunto para primeiros socorros, entre outros.

Para a seleção dos tipos e quantidade de equipamentos é necessário


determinar o número de trabalhadores envolvidos na entrada, a distância entre
as fontes geradoras e os trabalhadores, o tempo de permanência no espaço
confinado, os riscos existentes e as interferências entre as atividades a serem
desenvolvidas.
Antes de cada utilização dos equipamentos de proteção coletiva e
individual o Supervisor de Entrada deve testar os equipamentos e ajustar as
configurações do equipamento de avaliação, verificar a carga das pilhas ou
baterias, testar os sensores (bump-test), confirmar se a mangueira não está
obstruída, bem como observar as recomendações do manual de operação.

6.1 Equipamentos de Proteção Coletiva

Você sabe o que é um Equipamento de Proteção Coletiva?


Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), é todo o equipamento de uso
coletivo, destinado a evitar acidentes e o aparecimento de doenças
ocupacionais.
Você sabia que os equipamentos de proteção coletiva devem presentes
no ambiente de trabalho?
Os equipamentos de proteção coletiva são de extrema importância para
preservar a integridade física dos trabalhadores, minimizando os riscos de
eventuais acidentes. Esses equipamentos são dispositivos, utilizados nos
ambientes de trabalho, que visam proteger os trabalhadores dos eventuais riscos
inerentes ao processo.
Deve ter algum tipo de rigor na cobrança do uso do EPC, mesmo que
ainda esse equipamento não dependa da boa vontade do trabalhador. A
preferência pela utilização deste é maior em relação a utilização do Equipamento
de Proteção Individual (EPI).
O EPI será obrigatório, somente nos casos em que o EPC não minimizar
ou eliminar o risco completamente ou se oferecer proteção parcial.
Muitos são os EPC’s que garantem a segurança e saúde do trabalho.
Rojas (2015) cita os seguintes EPC’s, que estão presentes no dia a dia das
empresas:

● Enclausuramento acústico de fontes de ruídos;


● Ventilação dos locais de trabalho;
● Proteção de partes móveis de máquinas (tela, grade para proteção
de polias, peças ou engrenagens móveis, sensores de movimento);
● Ar-condicionado ou aquecedor para locais frios;
● Placas de aviso e sinalizadoras;
● Corrimão em escadas e passarelas;
● Fitas antiderrapantes de degraus de escadas;
● Iluminação;
● Piso antiderrapante;
● Barreiras de proteção contra luminosidade e radiação;
● Guarda-corpos;
● Sirene de alarme de incêndio;
● Cabines para pintura;
● Purificadores de ar/água;
● Chuveiro e lava-olhos de emergência.

Abaixo descreve-se os principais EPC’s, utilizados no dia a dia, em uma


empresa:

6.1.1 Cone de sinalização

Fonte: https://stock.adobe.com

Usado para sinalizar áreas de trabalho e obras em vias públicas ou


rodovias, e demais atividades que requerem sinalização e orientação do trânsito
de veículos e de pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com fitas
zebradas.

6.1.2 Fita de sinalização


http://www.agarwalwelding.com

Usada para delimitar; sinalizar e isolar áreas de trabalho. Também


conhecida como fita zebrada.

6.1.3 Grade metálica dobrável

Usada para isolar e sinalizar as áreas de trabalho; poços e inspeção;


entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes, onde haja a
possibilidade de ocorrer queda, principalmente.

6.1.4 Sinalizador strobo


Usado para identificação de serviços; obras; acidentes e atendimentos em
ruas, rodovias e atividades em geral, que precisam de atenção.

6.1.5 Banqueta isolante

http://www.directindustry.com

A banqueta isolante é um equipamento útil ao eletricista para o isolamento


do potencial de terra, ampliando a sua segurança nas intervenções em
subestações; cubículos; painéis elétricos; entre outros, além de facilitar o acesso
a locais acima do seu limite de alcance.

6.1.6 Escadas e rampas com corrimão e Antiderrapantes


Para garantir a segurança do trabalhador devem ser utilizadas escadas
com corrimão e pisos antiderrapantes

6.1.7 Pisos antiderrapantes

Os pisos antiderrapante devem ser utilizados para evitar escorregamentos


e consequentemente quedas no ambiente de trabalho, devendo ser utilizado
obrigatoriamente em ambiente úmidos.

6.1.8 Placas de sinalização


São utilizadas para sinalizar perigo e situação dos equipamentos, visando
a proteção de pessoas que estivem trabalhando em locais onde ofereça ao
trabalhador algum tipo de risco.
A sinalização dos espaços confinados deve ser realizada através do
modelo estabelecido pela NR-33.
A sinalização é indispensável, mesmo quando não estão sendo feitos
trabalhos nos espaços confinados. A ausência de sinalização de forma
permanente em vias públicas ou em outros locais que possam ser danificados
pela circulação de pessoas, veículos, equipamentos ou materiais, deve ser
justificada pelo Responsável Técnico.

6.1.9 Ar Condicionado

Os ambientes climatizados artificialmente são espaços fisicamente


delimitados, com dimensões e instalações próprias, submetidos ao processo de
climatização por meio de equipamentos de ar condicionados.
O conforto térmico no ambiente de trabalho, está diretamente ligado ao
bem estar das pessoas, e por isso pode possuir grande influência no rendimento
delas e na qualidade de vida do trabalhador.
Caso a empresa prefira o sistema de ar-condicionado, deve-se atentar à
manutenção periódica, pois o acúmulo de umidade ou respingos de um
equipamento mal calibrado pode ser uma fonte de proliferação microbiana.

6.1.10 Exaustores

Os exaustores são utilizados para retirar gases e vapores produzidos


durante o expediente para o meio externo, no qual serão dissipados com maior
facilidade. Para tanto, devem ser instalados em locais apropriados.
O funcionamento desses equipamentos deve seguir orientações
específicas da medicina do trabalho para não incorrer em acúmulo de gases
tóxicos ou aumentar a passagem de contaminantes durante o processo de
trabalho.
Além disso, os tipos, a voltagem, a capacidade do exaustor, o espaço para
instalação e o número de funcionários existentes no mesmo recinto são fatores
interferentes no momento da aquisição.
As recomendações para aquisição desse aparelho incluem o tipo de
passagem de ar (vertical ou horizontal), o espaço físico para instalação e como
serão feitas as rotinas para manipulação de quimioterápicos.
O exaustor portátil para espaço confinado, também chamado de
insuflador, é um equipamento de ventilação portátil utilizado em espaços
confinados onde não haja risco de explosão. O exaustor portátil para espaço
confinado possui uma carcaça fabricada em metal, sendo um produto muito
resistente, que apresenta excelente durabilidade. O exaustor tem baixo peso e
conta com motor elétrico de 220 V. Esse equipamento possui pés de borracha,
o que permite uma fixação segura e ausência de trepidações durante seu
funcionamento. O exaustor portátil para espaço confinado conta ainda com
conexão para diversos tipos de dutos.

6.1.11 Sistema de purificação do ar

Sabe-se que muitas doenças são transmitidas pelo ar na forma de


perdigotos, ou seja, partículas emitidas por pessoas doentes que viajam por todo
o ambiente e penetram em outros indivíduos suscetíveis de adquiri-las.
Por isso, um sistema de purificação e circulação de ar é fundamental para
manter a saúde dos trabalhadores da instituição. A escolha do equipamento
dependerá do porte da empresa, da decisão da CIPA e do investimento
financeira para aquisição e manutenção.
Nesse sentido, pode-se optar por um sistema de ventilação em que o
sentido do ar seja do ambiente limpo para o setor mais sujo e deste para o lado
externo o mais rapidamente possível.

6.1.12 Sistema de proteção contra agentes químicos

Como sistema de proteção contra agentes químicos destacam-se o lava-


olhos e os chuveiros de segurança.
O lava-olhos é utilizado em empresas que realizam reações químicas que
podem ser nocivas aos olhos, enxaguar os olhos poderá diminuir a absorção da
substância que causa cegueira.
Os chuveiros de segurança são usados para retirar produtos químicos
que, porventura, tenham caído nas roupas e na pele dos colaboradores.
Conforme orientações específicas, o chuveiro diminui as lesões advindas do
contato da pele com as substâncias químicas corrosivas ou irritantes.

6.2 Equipamentos de Proteção Individual

O equipamento de proteção individual (EPI) é todo o dispositivo ou


produto, de uso individual do trabalhador, destinado a proteção contra riscos
capazes de ameaçar a sua segurança e sua saúde, devendo ser utilizado
sempre que o EPC não for suficiente para eliminar completamente o risco de
acidentes ou doenças ocupacionais.
A Norma Regulamentadora 06, normatiza os EPI’s, onde a mesma
considera:
6.1. Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção
Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o
fabricante tenha associado contra um ou mais riscos, que possam
ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.

Todo o equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou


importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado, com a indicação do
Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego.
A NR 6 estabelece as obrigações das empresas e empregados quanto ao
uso dos EPI’s, determinando que tanto empregados quanto empregadores, são
responsáveis pela segurança no ambiente de trabalho, determinando obrigações
para ambos.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre
que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos
de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; enquanto as
medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, para atender a
situações de emergência.
Já ao trabalhador cabe o uso do EPI utilizando-o apenas para a finalidade
a que se destina; responsabilizar-se pela guarda e conservação; comunicar ao
empregador, qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, cumprir as
determinações do empregador sobre o uso adequado.

Cada tipo de atividade exige uma tipo diferenciado de equipamentos de


proteção individual, abaixo serão apresentados os principais equipamentos de
proteção individual utilizados no espaços confinados.

6.2.1 EPI para proteção da cabeça


O capacete serve para proteger a cabeça do trabalhador contra impactos
externos. Existem capacetes para várias aplicações, variando quanto a
segurança oferecida, como por exemplo, proteção contra impactos de objetos
sobre a cabeça, proteção contra choques elétricos, proteção de cabeça e face
contra riscos provenientes de fontes geradora de calor nos trabalhos de combate
a incêndio, sendo:

● Capacete de proteção: utilizado na proteção da cabeça do


trabalhador contra agentes meteorológicos e trabalhos confinados,
impactos provenientes de queda ou projeção de objetos,
queimaduras, choque elétrico e irradiação solar;
● Capacete de proteção tipo aba frontal com viseira: utilizado para a
proteção da cabeça e face, em trabalhos onde haja risco de
explosões com projeção de partículas e queimaduras provocadas
por abertura de arco voltaico (arco elétrico).

6.2.2 EPI para proteção dos olhos e face


Os óculos de proteção e o protetor fácil são utilizados na proteção dos
olhos contra impactos mecânicos; partículas volantes; luminosidade intensa;
radiação ultravioleta; radiação infravermelha.
E a máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de
partículas volantes; radiação ultravioleta; radiação infravermelha e luminosidade
intensa.

6.2.3 EPI para proteção auditiva

A proteção auditiva é utilizada para a proteção dos ouvidos nas atividades


e nos locais que apresentem qualquer sinal de ruído, principalmente em locais
com ruídos excessivos. Existem 3 tipos de protetor auditivo: o circum-auricular;
o protetor auditivo de inserção e protetor auditivo semi-auricular.

6.2.4 EPI para proteção respiratória


A proteção respiratória é utilizada em atividades e locais que apresentem
tal necessidade, em atendimento a Instrução Normativa Nº 1 – Programa de
Proteção Respiratória.
Os respiradores são subdivido em 5 grandes grupos:
● Respirador purificador de ar não motorizado;
● Respirador purificador de ar motorizado;
● Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido;
● Respirador de adução de ar tipo máscara autônoma;
● Respirador de fuga.

6.2.5 EPI para proteção do tronco

A proteção do tronco pode ser realizada através de vestimenta contra


riscos de origem térmica; mecânica; radioativa; umidade, proveniente de
precipitação pluviométrica ou operações com uso de água ou contra agentes
químicos.

6.2.6 EPI para proteção dos membros superiores


Os membros superiores são as partes do corpo onde ocorrem lesões com
maior frequência. As mãos são as partes do corpo que mais sofrem lesões. Por
este motivo, devem-se usar luvas; cremes protetores; mangas; braçadeiras e
dedeiras.
As luvas evitam contato direto com materiais abrasivos; escoriantes;
cortantes; perfurantes; choque elétrico; agentes térmicos, biológicos, químicos;
vibrações; contra umidade proveniente de operações com uso de água e contra
radiações ionizantes.
Os principais EPIs de proteção de membros superiores utilizados em
trabalhos são:

● Luvas isolantes de borracha: utilizadas para a proteção das


mãos e braços do trabalhador, contra choques em trabalhos e
atividades com circuitos elétricos energizados;
● Luvas de cobertura para proteção da luva isolante de
borracha: usada exclusivamente como proteção da luva isolante
de borracha;
● Luva de proteção em raspa de vaqueta: usada para a proteção
das mãos e dos braços do trabalhador contra agentes abrasivos e
escoriantes;
● Luva de proteção em vaqueta: utilizada para a proteção das
mãos e punhos contra agentes abrasivos e escoriantes;
● Luva de proteção tipo condutiva: utilizada para as mãos e
punhos quando o trabalhador realiza trabalhos ao potencial;
● Luvas de proteção de borracha nítrica: protege mãos e punhos
contra agentes químicos e biológicos;
● Luvas de proteção em PVC: Protege mãos e punhos contra
recipientes com óleos, graxas, solvente e biológicos;
● Creme protetor para pele: protege mãos e braços contra agentes
químicos.

6.2.7 EPI para proteção dos membros inferiores

A proteção de membros inferiores visam garantir a segurança do


trabalhador, com a utilização de calçados; meias; perneiras e calças.
Nos trabalhos os calçados mais utilizados são:

● Calçados de proteção tipo botina de couro: utilizado para a


proteção dos pés contra torção, escoriações, derrapagens e
umidade;
● Calçados de proteção tipo bota de couro cano médio: utilizados
para a proteção de pés e pernas contra torção, escoriações,
derrapagens e umidade;
● Calçado de proteção tipo bota de couro cano longo: utilizados
para a proteção de pés e pernas contra torção, escoriações,
derrapagens, umidade e ataque de animais peçonhentos;
● Calçado de proteção tipo bota de borracha cano longo:
utilizado para a proteção de pés e pernas contra umidade,
derrapagens, agentes químicos agressivos e animais
peçonhentos;
● Calçado de proteção tipo condutivo: utilizado para a proteção
dos pés quando o trabalhador realiza trabalhos ao potencial;
● Perneiras de segurança: utilizadas para a proteção das pernas
contra objetos perfurantes, cortantes e ataques de animais
peçonhentos.

6.2.8 EPI para proteção do corpo inteiro

A proteção de corpo inteiro, pode ser feita através de macacão para a


proteção do tronco e membros superiores e inferiores, ou vestimenta de corpo
inteiro.

6.2.9 EPI para proteção contra quedas com diferença de nível

São medidas de proteção individual, utilizadas para a proteção do


trabalhador contra quedas em serviços onde exista diferença de nível.
● Cinturão de segurança tipo paraquedista: Equipamento de
Proteção Individual, utilizado para trabalhos em altura, onde haja
risco de queda, constituído de sustentação na parte inferior do
peitoral, acima dos ombros e envolta nas coxas;
● Dispositivo trava quedas: dispositivo de segurança para proteção
do usuário contra quedas, em operações com movimentação
vertical ou horizontal, quando conectado com cinturão de
segurança para proteção contra quedas;
● Talabarte de segurança: dispositivo de conexão de um sistema
de segurança, regulável ou não, para sustentar, posicionar e/ou
limitar a movimentação do trabalhador.
7. PROCEDIMENTOS E UTILIZAÇÃO DA PERMISSÃO DE ENTRADA E
TRABALHO

7.1 Introdução

A entrada em espaços confinados exige uma autorização ou liberação


especial, após a análise do ambiente confinado, bem como os riscos e as
medidas de segurança necessárias.
Para a entrada nos espaços confinados, deve ser realizada a gestão de
segurança e saúde nos espaços confinados que é um conjunto de medidas
técnicas de prevenção administrativa, pessoais e coletivas necessárias para
garantir o trabalho seguro em espaços confinados.
Estas medidas devem ser elaboradas pelo responsável técnico,
profissional este habilitado.

7.2 Medidas Administrativas


As medidas administrativas são utilizadas para minimizar ou eliminar os
riscos no ambiente de trabalho.
Cabe aos Responsável técnico pelos espaços confinados da empresa
elaborar e manter o cadastro dos espaços confinados, informar a localização,
dimensões, finalidade, acessos, riscos, tarefas realizadas, periodicidade da
entrada, tempo médio de permanência, iluminação, EPI’s recomendados,
sistema de resgate, entre outras informações relevantes.
Os espaços confinados desativados também devem possuir cadastro que
informe a data da sua desativação, isolamento, sinalização, bloqueios e medidas
necessárias para a abertura segura, quando da sua reativação.
Como medidas administrativas utilizadas nos espaços confinados a
normas regulamentadora 33 faz algumas citações:
 Manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos
desativados, e respectivos riscos;
 Definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do
espaço confinado;
 Manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado,
conforme o Anexo I da presente norma;
 Implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;
 Adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho, previsto no Anexo
II desta NR, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços
confinados;
 Preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e
Trabalho antes do ingresso de trabalhadores em espaços confinados;
 Possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da
Permissão de Entrada e Trabalho;
 Entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia cópia da
Permissão de Entrada e Trabalho;
 Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem
completadas, quando ocorrer uma condição não prevista ou quando
houver pausa ou interrupção dos trabalhos;
 Manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho
por cinco anos;
 Disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para
o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e
fiscalização do trabalho;
 Designar as pessoas que participarão das operações de entrada,
identificando os deveres de cada trabalhador e providenciando a
capacitação requerida;
 Estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no
interior dos espaços confinados;
 Assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com
acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;
 Garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e
medidas de controle existentes no local de trabalho; e
 Implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a
análise de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho
a ser desenvolvido.

7.3 Procedimentos de Trabalho


Fonte: guia de orientações para espaços confinados (Fundacentro, 2011)

Os procedimentos de trabalho devem obedecer a uma sequência lógica


de medidas para garantir com segurança a entrada, trabalho e saída dos
trabalhadores do espaço confinado.
O procedimento deve ser elaborado pelo Responsável Técnico, devendo
conter pelo menos os seguintes itens:
 Aplicações e objetivos claros;
 Referência bibliográfica;
 Responsabilidades e competências dos trabalhadores designados;
 Medidas para emissão, encerramento e cancelamento da PET;
 Metodologia para análise de riscos;
 Especificação dos equipamentos e dispositivos para controle dos
riscos.
Anualmente, o Responsável Técnico, em conjunto com o SESMT e a
CIPA, quando existentes na empresa, deve avaliar os procedimentos de trabalho
e a PET, para verificar a sua atualização e aplicação. Alterações nos riscos
implicam necessariamente na revisão dos procedimentos de trabalho e da PET.
Caso necessário, devem ser adotadas medidas de controle adicionais ou
modificações nas existentes.
Os procedimentos de trabalho devem ser revisados sempre que ocorrer a
entrada de pessoas não autorizadas, detecção de um riscos não identificado ou
condição proibidas na permissão de trabalho, dano ou acidente durante a
entrada, mudança no uso ou na configuração do espaço confinado, reclamação
dos trabalhadores quanto a segurança e a saúde o trabalho ou até mesmo
mudanças no procedimento ou métodos de trabalho nos espaços confinados.

7.4 Permissão de Trabalho

A Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento escrito


contendo o conjunto de medidas de controle visando à entrada e
desenvolvimento de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate
em espaços confinados.
A permissão de entrada e trabalho deve ser documentada em
conformidade as condições locais e autorizar a entrada em cada espaço
confinado, sendo válida somente para uma entrada, devendo ser encerrada e
arquivada ao seu término.
A norma regulamentadora disponibilizada um modelo de permissão de
entrada e trabalho, porém a empresa poderá adaptar conforme o processo da
empresa, podendo ainda incluir avaliações, medidas e procedimentos que não
foram previstos na PET, mas que seja necessário para o trabalho.
No caso de exclusão de qualquer item da PET, o responsável técnico deve
fundamentar a sua decisão por escrito.

A permissão de entrada deve identificar:


 A empresa responsável pelo serviço;
 Relacionar os relacionar os trabalhadores e funções;
 O espaço confinado a ser adentrado;
 O objetivo da entrada;
 A data e duração da autorização da permissão de entrada;
 Os trabalhadores autorizados a entrar em um espaço confinado, que
devem ser relacionados identificados pelo nome e pela função que irão
desempenhar;
 A assinatura e identificação do supervisor de entrada que autorizou a
entrada;
 Descrição dos procedimentos realizados antes da entrada: Isolamento;
teste inicial da atmosfera; bloqueio, travamento e etiquetagem; purga e/ou
lavagem; ventilação/exaustão; teste pós ventilação; iluminação geral e
isolamento; iluminação geral; procedimentos de comunicação;
procedimentos de resgate; procedimentos e proteção de movimentação
vertical; treinamentos; equipamentos de proteção; equipamentos de
monitoramento.

A PET deve ser preenchida, assinada e datada, em no mínimo três vias,


antes do ingresso dos trabalhadores, indica-se a utilização de folhas carbonadas
e a impressão em cores diferentes, para facilitar a reprodução das informações
e a entrega da via correta para o supervisor de entrada, o Vigia e um dos
Trabalhadores Autorizados antes da entrada no espaço confinado.
Para o controle do número de PET emitidas e rápida localização, as
mesmas devem ser enumeras ou codificadas.
Ao término da atividade programada no espaço confinado, o Supervisor
de Entrada deve encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho. Quando
ocorrerem condições não previstas, como vazamentos; dificuldade de
comunicação, contato visual ou movimentação; constatação da presença de
riscos não identificados antes da entrada ou com intensidade acima da estimada;
danos ou quebra de ferramentas e equipamentos; entre outras, a PET será
encerrada e os Trabalhadores Autorizados deverão sair, imediatamente, do
interior do espaço confinado.
No caso de pausas para descanso, intervalos para refeições ou
interrupções da atividade, ainda que programadas, a PET deve ser encerrada,
desde que ocorra a saída de todos os trabalhadores do espaço confinado.
Os procedimentos e uma das vias da PET devem ser guardados por, no
mínimo, cinco anos, para fins técnicos e jurídicos. A via arquivada deve conter
todos os procedimentos adotados pelo Supervisor de Entrada, inclusive a data e
horário do término da atividade e encerramento da PET, ficando estas
disponíveis para o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus
representantes e fiscalização do trabalho.
8. NOÇÕES DE RESGATE E SALVAMENTO

8.1 Introdução

Devido aos riscos nos espaços confinados é a NR-33 e a NBR 14787


preveem quem deve ser implantados o serviço de urgência e emergência e
resgate, mantendo os membros sempre à disposição, treinados e com
equipamentos em perfeitas condições de uso.
Em relação ao salvamento nos ambientes confinados, a NR-33 esclarece
que:
33.4 Emergência e Salvamento
33.4.1 O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de
emergência e resgate adequados aos espaços confinados incluindo,
no mínimo:
a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir
da Análise de Riscos;
b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a
serem executadas em caso de emergência;
c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de
comunicação, iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros
socorros e transporte de vítimas;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela
execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada
serviço a ser realizado; e
e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários
de acidentes em espaços confinados.
33.4.2 O pessoal responsável pela execução das medidas de
salvamento deve possuir aptidão física e mental compatível com a
atividade a desempenhar.
33.4.3 A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos
os possíveis cenários de acidentes identificados na análise de risco.

Desta forma, para que os serviços de resgate sejam realizados de


maneira eficaz, conforme previsto na NR-33, o empregador deverá assegurar a
cada membro do serviço de resgate:
 A provisão e utilização de equipamentos de proteção individual e também
de resgate necessários para operar em espaços confinados;
 Treinamento adequado para o uso do EPI;
 Treinamento adequado para a equipe desempenhar as tarefas de
resgate designadas;
 Treinamentos para fins de autorização dos trabalhadores;
 Treinamento básico em primeiros socorros e também em reanimação
cardiopulmonar (RCP). É importante que pelo menos um membro do
serviço de resgate deverá estar preparado e ter certificação atual em
primeiros socorros e (RCP).

8.2 Identificar a Avaliação de Risco

Para que seja possível a realização do salvamento e resgate é necessário


que os trabalhadores sejam capacitados para avaliar os riscos existentes no
espaço confiando antes da entrada dos trabalhadores.
Sendo assim o trabalhador que tiver a obrigação de chefiar a equipe de
resgate deve estar preparado, juntamente com os trabalhadores autorizados,
para tentar prever todas intercorrências que podem resultar em acidentes.
Contudo está orientação visa contribuir para a eficácia do trabalho da
equipe e para o bem estar dos trabalhadores que adentram ao espaço confinado.

8.3 Emergência e Salvamento


Normalmente, acidentes demandam situações de emergências e apesar
de dificuldades enfrentadas pelos acidentes, os mesmos ainda precisam contar
com a eficiência das equipes de salvamento.
Segundo a NR-33
33.4.1 O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de
emergência e resgate adequados aos espaços confinados incluindo,
no mínimo:
a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir
da Análise de Riscos;
b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a
serem executadas em caso de emergência;
c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de
comunicação, iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros
socorros e transporte de vítimas;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela
execução das medidas de resgate e primeiros socorros para cada
serviço a ser realizado; e
e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários
de acidentes em espaços confinados.
33.4.2 O pessoal responsável pela execução das medidas de
salvamento deve possuir aptidão física e mental compatível com a
atividade a desempenhar.
33.4.3 A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos
os possíveis cenários de acidentes identificados na análise de risco.

Neste caso torna-se necessário o empregador disponibilizar equipes de


salvamento treinadas para atuarem em situações de emergência.

8.4 Equipes de Resgate


A frequência de acidentes, assim como a falta de eficiência nas ações de
resgate e salvamento pode ser um indicativos de falta ou falha no treinamento.
Uma vez definida a equipe de resgate os treinamentos devem ser
exclusivamente, para atividades em espaços confinados, pois durante essas
atividades a equipe deverá se dedicar muito.
Segundo a Norma Brasileira (NBR 16577) devem-se facilitar a retirada de
pessoas do interior de espaços confinados, sem que a equipe de resgate precise
adentrar nestes, podem ser utilizados movimentadores individuais de pessoas,
atendendo aos princípios dos primeiros-socorros, desde que não prejudiquem a
vítima.
O socorrista precisam sempre manter a atenção, disposição física,
conhecer a estrutura dos espaços, capacidades de fazer a identificação e análise
de riscos, conhecer os procedimentos de saída de emergência bem como saber
os recursos de primeiros socorros, devido aos tipos e quantidade de riscos
existentes no espaço confinado. E alguns deles podem causar lesões, doenças
ou até a morte do trabalhador.

8.5 Equipamentos Utilizados em Resgates e Salvamento


Antes da operação de salvamento a equipe e os responsáveis pela
segurança dos trabalhadores devem selecionar e supervisionar todos os
equipamentos que serão utilizados.
Os principais equipamentos utilizados no resgate e salvamento são para:
 Comunicação;
 Iluminação de Emergência;
 Busca;
 Resgate;
 Primeiros Socorros;
 Transporte de vítimas.
O uso de escadas e/ou tripés ligados a cinturão de segurança reduz o
tempo necessário para a equipe de resgate acessar o local do acidente. Macas,
equipamentos para reanimação, proteção respiratória e conjunto para primeiros
socorros, possibilitam um atendimento e retirada das vítimas com maior rapidez.
Todos os equipamentos devem ser de boa qualidade e ser mantidos em bom
estado de conservação para evitar falhas durante a sua utilização.
Para a seleção dos equipamentos é necessário levantar algumas
informações como:
 Natureza do agente contaminante;
 Qual é área cúbica;
 Que tipo de trabalho estava sendo realizado;
 Quantos trabalhadores estão no local.
9. RESPONSABILIDADES

9.1 Introdução

Todos possuem responsabilidades para que os trabalhos sejam


desenvolvidos de forma segura e eficaz.
Segundo o dicionário foram responsabilidades são obrigações, dever de
arcar, de se responsabilizar pelo próprio comportamento ou pelas ações de
outras pessoas.
Para isso a norma regulamentadora informa as responsabilidades do
empregador e dos trabalhadores.

9.2 Cabe ao Empregador


 Indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta
norma;
 Identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
 Identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
 Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em
espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção,
administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma
a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas
de trabalho;
 Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os
riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em
espaços confinados;
 Garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após
a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho,
conforme modelo constante no anexo II desta NR;
 Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos
nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a
capacitação de seus trabalhadores;
 Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde
dos trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e
condições para que eles possam atuar em conformidade com esta
NR;
 Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição
de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato
abandono do local; e
 Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de
controle antes de cada acesso aos espaços confinados.

9.3 Cabe aos Trabalhadores


 Colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;
 Utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela
empresa;
 Comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de
risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do
seu conhecimento; e
 Cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos
treinamentos com relação aos espaços confinados.
10. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

10.1 Introdução

Fonte: Fundacentro, 2018.

Os trabalhos em espaços confinados expõem os trabalhadores, a muitos


riscos respiratórios, devido à importância em manter a saúde dos pulmões e do
organismo geral do trabalhador, surgiu a necessidade da utilização de protetor
respiratório.
O protetor respiratório é um equipamento de proteção individual utilizado
para a proteção do trabalhador quando no uso de agentes químicos, em
ambientes com pouca ventilação e quando as medidas de proteção coletivas não
são suficientes para manter o ambiente respirável. O uso do EPR é considerado
o último recurso na hierarquia das medidas de controle e deve ser adotado
somente após cuidadosa avaliação dos riscos.
O programa de proteção respiratória (PPR), veio com o objetivo de auxiliar
a elaborações, implantação e administração dos equipamentos de proteção
respiratórios (EPR), abrangendo a seleção, utilização e manutenção.
Segundo a NR-33 o programa de proteção respiratória é um conjunto de
medidas práticas e administrativas necessárias para proteger a saúde do
trabalhador pela seleção adequadas e uso correto dos respiradores.

10.2 Procedimentos de Implantação e Administração do Programa

É importante que o Programa de Proteção Respiratória seja implantado,


avaliado e atualizado, quando necessário, levando em consideração as
mudanças nas condições de trabalho que possam afetar a seleção e o uso do
respirador.
O administrador deve atribuir a uma só pessoa a responsabilidade e a
autoridade pelo programa, esta pessoa deve ser qualificada por treinamento ou
possuir experiência comprovada. O administrador poderá indicar pessoas com
competência para auxilia-lo na implantação de algumas tarefas do programa.

10.2.1 Regras e Responsabilidades

Todas as pessoas envolvidas no PPR devem ser competentes na sua


área de responsabilidade dentro do programa e devem manter seus
conhecimentos e treinamentos atualizados, para poderem desenvolver com
eficiência seus encargos.

Responsabilidade do Empregador
O empregador é responsável pelo PPR e deve:
 Designar uma administrador para o programa;
 Providenciar recursos, definir, implementar e documentos o
programa;
 Fornecer o respirador adequado; permitir que o trabalhador usuário
do respirador deixa a área de risco por qualquer motivo relacionado ao seu uso;
 Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar
providencias para sana-las; e
 Fornecer somente respiradores aprovados.

Responsabilidade do Trabalhador

Para que as medidas implantadas surtam efeito, o usuário é responsável,


no mínimo, por:
 Usar o respirador fornecido de acordo com as inscrições e o
treinamento recebido;
 No caso de uso de respirador com vedação fácil, não apresentar
pelos faciais (barca, cavanhaque etc), que interfiram na selagem do respirador
em seu risco;
 Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo
conveniente para que não se danifique ou deforme;
 Deixar imediatamente a área contaminada se observar que o
respirador não está funcionado bem e comunicar o defeito a pessoa responsável
indicada nos procedimentos operacionais escritos;
 Comunicar a pessoa responsável qualquer alteração em seu
estado de saúde que possa influir na capacidade de uso seguro do respirador.
10.3 Tipos de Respiradores

Os respiradores de ar podem ser divididos em dois grandes grupos o de


adução de ar e purificadores de ar.
 Respiradores por adução de ar são independentes do ambiente;
 Respiradores purificadores são dependentes do ar ambiente.

Fluxo Continuo

Respirador de linha Demanda com


de ar comprimido pressão positiva
Respirador de linha
Demanda sem
de ar com cilindro
pressão positiva
auxiliar

Circuito aberto Demanda sem


pressão positiva
Adução de Ar Mascara autonoma
Circuito Fechado Demanda com
pressão positiva

Sem ventoinha
RESPIRADORES

Respirador de ar Com ventoinha


natural manual

Com ventoinha
motorizada
Peça Semi facial
Não Motorizado filtrante para
particulas

Purificador de Ar Com Filtro quimico

Com filtro para


Motorizado
Partículas
Com filtro
combinado Adução
de ar

Classificação dos Respiradores: (ABNT NBR 12543)

10.3.1 Respiradores por Adução de Ar


Esta classe de respiradores supre, ao usuário, ar ou outro gás respirável
vindo de uma atmosfera independente do ar ambiente. Pertencem a esta
categoria os seguintes respiradores:
 Mascaras autônomas

Fonte: Honeywell safety, 2018

O ar, oxigênio ou uma substância química geradora de oxigênio é


transportada pelo usuário. É mais comum o uso de peça fácil inteira embora
alguns equipamentos também empreguem peça semifacial, bocal e capuz.
a) Máscaras autônomas de circuito fechado: todo a gás inalado,
ou parte dele, é purificado e reinalado;
b) Máscara autônoma de circuito aberto: o gás exalado sai para o
ambiente em vez de ser reinalado;

 Respiradores de linha de ar comprimido


Fonte: Honeywell safety, 2018

O ar respirável é fornecido ao usuário através de uma mangueira ligada a


um compressor, a uma rede ar comprimido ou a uma bateria de cilindros. A
mangueira é ligada ao usuário através de um cinturão ou outro equipamento
apropriado, e pode ser desconectado rapidamente numa emergência.
a) De fluxo contínuo: o ar chega garante quase sempre a pressão
ligeiramente positiva dentro da cobertura das vias respiratórias.
b) De demanda sem pressão positiva: esses respiradores somente
usam peça semifacial ou facial inteira. A válvula da demanda
garante o fluxo de ar somente durante a inalação;
c) De demanda com pressão positiva: geralmente usam peças
semifaciais ou faciais inteira dotadas de válvulas de exalação
especial.

 Respiradores de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar


para fuga
Os respiradores de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para fuga
tem autonomia menor ou igual a 15 minutos. A entrada em atmosferas IPVS
somente deve ser feita utilização a linha de ar comprimido. O cilindro auxiliar é
utilizado somete para a fuga.

 Respiradores de ar natural
A peça facial inteira é conectada através de uma traqueia a uma
mangueira de ar, pela qual o ar atmosférico é transferido de um ambiente não
contaminado, pela depressão provocada durante a inalação, até as vias
respiratórias do usuário e liberando ao ambiente através da válvula de exalação.
Alguns modelos possuem ventoinha manual ou elétrica.

 Roupa de proteção respiratória

Fonte: Honeywell safety, 2018

As roupas são classe de os equipamentos de proteção respiratória que


proporcionam simultaneamente proteção da pele e das vias respiratórias. O ar
respirável é suprido através de mangueiras, de cilindros ou de um respirados
purificador de ar motorizado.
Essas roupas são classificadas pela Environmental Protection Agency
(EPA) em quatro níveis de proteção (A, B, C e D), dependendo do tipo de risco
ao qual trabalhador é exposto.

10.3.2 Respiradores Purificador de Ar

Fonte: Honeywell safety, 2018


Nestes respirados o ar ambiente passa através de um elemento filtrante
que remove aerossóis, gases, vapores ou a combinação desses contaminantes.
Nos respiradores de pressão negativa a cobertura das vias respiratórias é do tipo
com vedação facial.
Os respiradores purificados de ar motorizados são equipados com bateria,
motor e ventoinha, transportados junto ao corpo do usuário.
A ventoinha insufla o ar ambiente pelo elemento filtrante, e o ar purificado
vai para a cobertura das vias respiratórias com vedação facial ou sem vedação
facial: peça facial, capuz, capacete ou roupa de proteção respiratória.
Os respiradores purificadores de ar não protegem o usuário quando em
atmosfera com deficiência de oxigênio, contra irritação da pele, ou absorção de
contaminantes pela pele. A máxima concentração na qual pode ser utilizado o
respirador purificador de ar depende da eficiência do filtro mecânico, da
capacidade de filtro químico e do tipo da peça facial, isto é, do fator de Proteção
Atribuído.
O período de tempo durante o qual o usuário está protegido depende do
tipo de filtro, da concentração do contaminante, da temperatura e umidade do
ambiente e do nível do esforço desenvolvido pelo usuário.
A seleção do tipo de trabalho. Os respiradores purificadores de ar não
motorizados podem provocar desconforto devido à resistência a respiração. Tem
a vantagem de serem pequenos, leves e de operação simples.

 Respiradores purificadores de ar com filtro químico

Fonte: Honeywell safety, 2018

Cobrem as vias respiratórias com uma peça um quarto facial, semifacial,


facial inteira, semifacial filtrante ou bocal. Não protegem contra contaminantes
aerossóis. É necessário usar filtros e deve-se observar o período de troca.
 Respiradores purificadores de ar com filtro mecânico

Cobrem as vias respiratórias por meio de peça um quarto facial,


semifacial, facial inteira ou peça semifacial filtrante. Só protege de contaminantes
aerossóis.

 Respiradores purificadores de ar com filtro combinado


Possuem filtro mecânico e filtro químico superpostos para remover de
forma simultânea aerossóis, gases e vapores do ar.

 Respirador de adução de ar e purificador de ar


É a combinação do respirador e do purificador de ar. Se o modo de adução
não estiver em uso, o purificador estará.

10.4 Seleção de Respiradores

A seleção de um respirador exige o conhecimento de cada operação para


determinar os riscos que possam estar presentes e, assim, selecionar o tipo ou
a classe de respirador que proporcione proteção adequada.
O processo de seleção deve ser iniciado somente após a realização da
avaliação dos perigos no ambiente, a qual deve ser complementada com as
avaliações dos fatores relativos à tarefa, ao usuário e ao ambiente de trabalho.
Devem ser usados somente respiradores aprovados, isto é, com
Certificado de Aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Previdência
Social. Qualquer modificação no respirador feita pelo usuário, mesmo que
pequena, pode afetar de modo significativo o desempenho do respirador e
invalida a sua aprovação.
Para a seleção do respirador deve-se levar em consideração os seguintes
fatores:
 Atividade do usuário;
 Condições do uso do respirador;
 Localização da área de risco;
 Características e limitações dos respiradores;
 Características da tarefa.

10.5 Ensaio de Vedação

Todo o usuário de respirador com vedação facial deve ser submetido a


um ensaio.
O ensaio de vedação é realizado obedecendo a uma procedimento
padronizado com a finalidade de avaliar, qualitativa ou quantitativamente, a
selagem oferecida por um modelos e tamanho específico de respirador no rosto
de um usuário.
10.6 Uso dos Respiradores

10.6.1 Verificações preliminares

Os respiradores somente devem ser utilizados sem qualquer modificação


e de acordo com as instruções do fabricante. Os usuários devem fazer a
inspeção preliminar no respirador antes do uso, seguindo as instruções
recebidas no treinamento e fornecidas pelo fabricante.
A inspeção preliminar inclui (quando aplicável):
a) a confirmação da integridade do respirador (estado dos tirantes, das
válvulas, da superfície de selagem no rosto, guarnições etc.);
b) a confirmação de que os filtros são do tipo e da classe selecionados,
se estão fixados corretamente, se estão em bom estado e se estão dentro do
prazo de validade e da vida útil no caso dos respiradores purificadores de ar;
c) a confirmação de que a pressão e a vazão de operação estão corretas
nos respiradores de adução de ar;
d) no caso dos respiradores com vedação facial, a confirmação de que a
selagem no rosto é aceitável pela realização da verificação de vedação pelo teste
de pressão positiva ou negativa;
e) a confirmação de que a vazão de operação dos respiradores
purificadores de ar motorizados é maior ou igual à vazão mínima especificada
no manual de operação e se as outras condições estabelecidas pelo fabricante
estão sendo atendidas.
O respirador somente deve ser utilizado se todas as verificações
realizadas antes do uso forem satisfatórias.

10.6.2 Troca de filtros


Os filtros para partículas ou químicos devem ser substituídos de acordo
com a frequência definida pelo administrador do programa ou quando o indicador
do fim de vida útil do filtro alertar. Os filtros usados aos pares devem ser
substituídos ao mesmo tempo. Os filtros repostos devem ser do mesmo tipo e
classe que os previstos na seleção do respirador.
A percepção das propriedades de alerta pelo usuário não deve ser tomada
como critério principal para definir a frequência de troca dos filtros. O
administrador do programa deve ser informado caso alguns trabalhadores
detectem odor ou sinais de irritação antes do tempo de troca definido para que
sejam reavaliados o tempo de troca, a concentração de exposição, a umidade
relativa, a taxa de trabalho etc.

10.6.3 Conhecimentos do usuário sobre proteção respiratória

O usuário deve conhecer os riscos respiratórios a que está exposto, o


motivo do uso do respirador, o significado do fator de proteção atribuído, a
importância da vedação adequada do respirador na face, as consequências da
omissão de seu uso, a necessidade da sua manutenção correta e deve ser capaz
de identificar quando o respirador não está mais proporcionando o nível de
proteção previsto.

10.6.4 Percepção dos contaminantes

O usuário deve deixar imediatamente a área contaminada quando


perceber sinais de que o respirador não está funcionando bem, tais como sentir
sabor, cheiro ou irritação provocada pelos agentes químicos presentes no
ambiente de trabalho.

10.6.5 Aumento da resistência à respiração ou redução da vazão de ar

O usuário deve abandonar a área contaminada e adotar as ações


corretivas indicadas no treinamento quando perceber dificuldade para respirar
em função do entupimento do filtro ou do mau funcionamento do respirador.

10.6.6 Embaçamento do visor

O embaçamento do visor pode indicar redução da vazão em alguns tipos


de respiradores. Se esta ocorrência não estiver prevista na operação normal do
respirador, o usuário deve abandonar a área contaminada e adotar as ações
corretivas indicadas no treinamento.

10.6.7 Dispositivo de alarme

O usuário deve abandonar a área contaminada e adotar as ações


corretivas indicadas no treinamento quando o dispositivo de alarme do respirador
(se existente) avisar.

10.6.8 Danos no respirador

O usuário deve abandonar a área perigosa quando detectar danos no


respirador.
10.7 Manutenção, Higienização, Inspeção e Guarda

Os procedimentos de manutenção, higienização, inspeção e guarda


devem seguir as orientações do fabricantes, desde que sejam eficazes,
conforme as instruções abaixo.

10.7.1 Descontaminação

Os respiradores podem tornar-se contaminados por substancias tóxicas.


Se a contaminação é leve, os procedimentos normais de limpeza
conseguem uma descontaminação satisfatória, senão, deve-se primeiramente
proceder à descontaminação e, depois, à limpeza.

10.7.2 Limpeza e higienização

Os respiradores devem ser limpos e higienizados conforme a seguinte


frequência:
a) os de uso individual devem ser limpos e higienizados quantas vezes for
necessário para serem mantidos em boas condições de higiene;
b) os usados por mais de um indivíduo, limpos e higienizados antes de
ser usado pelo outro e
c) os usados no ensaio de vedação e no treinamento, limpos e
higienizados após cada uso.
Os métodos de limpeza e higienização devem garantir que os
respiradores fiquem limpos e higienizados, não se danifiquem durante o
processo nem apresentem resíduos do agente empregado para a limpeza ou
higienização que representem perigo para o usuário.
A limpeza e higienização dos respiradores devem seguir os seguintes
procedimentos:
a) Remover os filtros. Desmontar a peça facial, isto é, remover o diafragma
de voz, membrana das válvulas, válvulas de demanda e qualquer outro
componente recomendado pelo fabricante. Descartar ou reparar qualquer
componente com defeito.
b) Lavar a cobertura das vias respiratórias e os demais componentes da
peça facial indicados pelo fabricante com uma solução aquosa de detergente
para limpeza normal a 43 °C ou com a solução que o fabricante recomenda.
Quando necessário, usar escova para remover a sujeira. Não utilizar escova com
fios metálicos.
c) Enxaguar com água morna limpa (no máximo 43 °C), preferivelmente
água corrente.
d) Quando o detergente não contiver agente desinfetante, os
componentes do respirador devem ficar por 2 minutos numa das seguintes
soluções:
 Solução de hipoclorito (50 ppm de cloro) preparada pela mistura de
aproximadamente 1 mL de água sanitária em 1 litro de água a 43 °C;
 Solução aquosa de iodo (50 ppm de iodo) preparada pela mistura de 0,8
mL de tintura de iodo (6 a 8 g de iodeto de amônio ou iodeto de potássio
em 100 mL de álcool etílico a 45%) em 1 litro de água a 43 °C;
 Outra solução recomendada pelo fabricante do respirador, como, por
exemplo, a preparada com os sais quaternários de amônia.
e) Enxaguar bem os componentes com água morna (43 °C),
preferivelmente em água corrente. Escorrer. É importante enxaguar bem, pois o
desinfetante ou o detergente que secar na peça facial pode provocar dermatite.
Além disso, a não remoção completa desses agentes pode causar deterioração
da borracha ou provocar corrosão das partes metálicas.
f) Os componentes devem ser secos manualmente com o auxílio de um
pano de algodão seco, que não solte fios.
g) Montar novamente a peça facial e recolocar os filtros, se necessário.
h) Verificar se todos os componentes do respirador estão funcionando
perfeitamente. Substituir quando necessário.
10.7.3 Inspeção

A inspeção regular dos respiradores deve ser realizada de acordo com as


instruções do fabricante. Pode incluir uma verificação da estanqueidade das
conexões; da condição de selagem da cobertura das vias respiratórias; da
carneira, das válvulas, dos tubos de conexão, das mangueiras, dos cinturões,
dos filtros, dos cartuchos, do indicador de fim de vida útil (se existente), dos
componentes elétricos, da data de validade e do funcionamento dos reguladores,
alarmes e de outros sistemas de alerta. Os componentes de borracha ou de outro
elastômero devem ser inspecionados para avaliar a sua flexibilidade e quaisquer
sinais de deterioração. Os cilindros com ar/ gás respirável devem ser
inspecionados para assegurar que estão completamente carregados de acordo
com as instruções do fabricante e estão dentro do prazo de validade.
Caso os respiradores ou seus componentes não estejam em boas
condições, devem ser substituídos, reparados ou descartados.
O empregador deve adotar um procedimento que assegure que todos os
equipamentos de proteção respiratória em uso no serviço (rotina, emergência,
ou fuga) sejam inspecionados com a devida frequência.

Respiradores para uso rotineiro


A inspeção destes respiradores deve ser feita:
a) de acordo com as instruções do fabricante;
b) imediatamente antes e depois de cada uso para garantir que estejam
em boas condições de operação;
c) depois da limpeza e higienização para determinar se estão em condição
de trabalho apropriada, se necessitam da substituição de peças ou reparos ou
se devem ser descartados;
d) pelo menos mensalmente.

Respiradores para emergência


A inspeção destes respiradores deve ser feita:
a) de acordo com as instruções do fabricante;
b) depois de cada uso;
c) depois da limpeza e manutenção e antes de ser colocado de volta no
serviço;
d) pelo menos mensalmente.

Respiradores para fuga


A inspeção destes respiradores deve ser feita:
a) de acordo com as instruções do fabricante;
b) antes de ser levado para o local de trabalho;
c) depois do uso;
d) depois da limpeza e manutenção e antes de ser colocado de volta no
serviço;
e) pelo menos mensalmente

Para cada respirador para emergência ou fuga deve ser mantido um


registro que inclua a data de inspeção, identificação do componente,
informações detalhadas da conformidade/não conformidade encontrada e ação
corretiva eventualmente tomada. Os respiradores que não satisfaçam os critérios
aplicáveis da inspeção serão imediatamente removidos do serviço, reparados ou
substituídos

10.7.4 Manutenção e reparos

Manutenção rotineira
Os procedimentos de manutenção devem ser preparados com a
finalidade de assegurar que o respirador continue a apresentar o desempenho
previsto pelo fabricante.
A manutenção dos respiradores é obrigatória e deve ser realizada por
pessoa competente e de acordo com as instruções do fabricante. Ela não é feita
em respiradores denominados “sem manutenção”.
Um programa de manutenção completo deve incluir:
a) lista para a identificação de falhas;
b) substituição de peças, quando necessário;
c) verificação do desempenho.
Devem ser usadas apenas peças de substituição indicadas pelo
fabricante para aquele respirador. O ajuste ou reparo de válvulas, reguladores e
alarmes deverá ser efetuado somente pelo fabricante ou técnico por ele treinado.

Reparos
Os respiradores que falhem na inspeção ou sejam considerados
defeituosos devem ser removidos do serviço e descartados, reparados ou
ajustados de acordo com os seguintes procedimentos:
a) reparos ou ajustes em um respirador devem ser feitos apenas por
pessoas treinadas para executar tais operações e serão usadas somente peças
do fabricante projetadas para o referido respirador;
b) o tipo e extensão dos reparos a serem executados devem ser feitos de
acordo com as recomendações e especificações do fabricante.

Descarte
O descarte do respirador usado ou de seus componentes deve ser
realizado de maneira apropriada, seguindo todas as regulamentações
pertinentes e instruções locais.
Quando os contaminantes forem tóxicos por natureza, por exemplo,
bactérias, vírus, poeira radioativa, chumbo, cádmio, enzimas, carcinógenos tais
como o asbesto, deverão ser tomadas providências para o descarte seguro de
filtros contaminados, pré-filtros e outras peças que não podem ser
descontaminados com segurança. Devem ser seguidos os regulamentos
pertinentes, nacionais ou locais.

10.7.5 Guarda e armazenagem

Os respiradores devem ser guardados de acordo com as instruções do


fabricante, de modo que estejam protegidos contra agentes físicos e químicos,
tais como vibração, choque, luz solar, calor, frio excessivo, umidade elevada ou
contaminantes. Deve-se cuidar para que as partes de borracha ou outro
elastômero não se deformem. Não devem ser colocados em gavetas ou caixa
de ferramentas, a menos que estejam protegidos contra contaminação, distorção
ou outros danos.
Os respiradores para uso em emergência que permanecem na área de
trabalho, além de obedecerem às recomendações anteriores, devem ser
facilmente acessíveis durante todo o tempo e devem estar em armários ou
estojos marcados de modo que sua identificação seja imediata.
11. ÁREAS CLASSIFICADAS

11.1 Introdução

Um espaço confinado sujeito à existência ou formação de misturas


explosivas pela presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis
misturadas com ar é considerado como área classificada.
Segundo a NR-33, áreas classificadas são áreas potencialmente
explosivas ou com riscos de explosão.

11.2 Atmosferas Explosivas

As explosões e incêndios ocorrem dentro e fora dos espaços confinados,


podendo ter várias causas e efeitos, nos espaços confinados as explosões
causam grandes ameaças aos trabalhadores.
Atmosfera explosiva é a mistura do ar com substâncias inflamáveis na
forma de gás, vapor, poeira ou fibra, na qual, após a ignição ocorre a explosão.
Para que a atmosfera seja explosiva é necessário três elementos,
combustível, comburente e ignição.
11.3 Fontes de Ignição

A fonte de ignição, também conhecida por fonte de calor, é o elemento do


triangulo do fogo que vai dar a energia, ou calor, necessário para dar início ao
processo de combustão, à combinação combustível + comburente.
A fonte de ignição necessária para dar início ao processo varia muito, e
vai depender do combustível e comburente.
Um simples palito de fósforo, isqueiro ou um leve atrito podem ser
suficientes para dar a energia inicial necessária para o álcool, gasolina ou
pólvora pegarem fogo.
Já algumas reações químicas necessitam de energia elétrica para ocorrer
combustão. Certos tipos de sólidos, como os metais, necessitam de um
maçarico, com uma chama fortíssima, fornecendo altas quantidades de calor,
para entrarem em combustão.
Até mesmo a temperatura ambiente pode ser suficiente para dar início ao
processo de combustão em algumas substâncias, como a gasolina.

11.3.1 Fontes de Ignição de Origem não elétrica

 Esmeril;
 Lixadeira;
 Impacto de peças ferrosas;
 Impacto de hélice de ventilador;
 Chama exposta;
 Chama Exposta (maçarico, caldeira, forno, etc.), gases de
combustão;
 Gases quentes inclusive partículas/fagulhas;
 Brasa de cigarro;
 Superfície quente;
 Reações exotérmicas.

11.3.2 Fontes de ignição de origem elétrica

 Equipamentos elétrico do tipo comum, sem proteção para


atmosfera explosiva;
 Arco elétrico de solda, contato elétrico e ferramentas portáteis
(centelhas das escovas);
 Correntes circulantes, proteção, catódica, pontos quentes ou arcos
em pontos com falha de contato elétrico;
 Centelhas devido a curto-circuito, falha de isolação, etc;
 Descarga atmosférica, raios;
 Rádio frequência (RF) ondas eletromagnéticas;
 Radiação ionizantes;
 Corona, etc.

11.4 Classificação das áreas


Deve ser definida a classificação de um local quando existe a
possibilidade de se formar misturas explosivas. Essa classificação obedece a
critérios pré-determinados por meio de normas, conforme o grau de
probabilidade da presença de atmosfera explosiva, como zona de risco.
A classificação em ZONAS baseia-se na frequência e duração com que
ocorre a atmosfera explosiva.

11.4.1 Zona 0

Área na qual uma atmosfera explosiva de gás, consistindo de uma mistura


com ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor ou névoa é presente
por longos períodos ou frequentemente.
Exemplos de áreas classificadas em Zona 0:
 A superfície de um líquido inflamável em um tanque de teto fixo, com
respiro permanente para a atmosfera;
 A superfície de um líquido inflamável que esteja aberto para a atmosfera,
continuamente ou por longos períodos (separador de óleo/água);
 Áreas internas a equipamentos de processo contendo gases ou vapores
inflamáveis;
 Áreas internas a vasos de pressão ou tanques de armazenamento;
 Áreas em torno de respiros que liberem gases ou vapores continuamente
ou por longos períodos;
 Áreas acima e próximo de superfícies de líquidos inflamáveis em geral.
11.4.2 Zona 1

A mistura explosiva é provável durante a operação normal, mas, quando


ocorre será por tempo limitado.
 Selos de bombas, compressores ou válvulas, se a liberação de material
inflamável for esperada de ocorrer durante a operação normal;
 Pontos de drenagem de água em vasos que contêm os líquidos
inflamáveis, que podem liberar o material inflamável para a atmosfera
durante a drenagem de água em operação normal;
 Qualquer área confinada ou semi-confinada, sem ventilação, com acesso
direto a qualquer área classificada como Zona 2;
 Qualquer área confinada ou semi-confinada, com ventilação adequada,
contendo fonte de risco de grau primário;
 Qualquer área confinada ou semi-confinada, sem ventilação, contendo
fonte de risco de grau secundário;
 Salas de Baterias;
 Área em torno dos Tanques de Armazenamento de Querozene de
Aviação, da Bomba de Abastecimento e carretel de mangueira.
 Paiol de Tintas;
 Área de depósito de Cilindros de Acetileno.

11.4.3 Zona 2

A mistura explosiva só é provável em caso de falhas do equipamento ou


do processo. O tempo de duração dessa situação é curto.

 Flanges, conexões e acessórios de tubulação, onde a liberação do


material inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em
condições normais de operação;
 Selos de bombas, compressores e válvulas onde a liberação de material
inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em condições
normais de operação;
 Válvulas de alívio, respiros e outras aberturas onde a liberação do material
inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em condições
normais de operação

11.5 Causas das Explosões

Uma área classificada pode ser gerada pela existência de gases e


vapores combustíveis. Os gases podem ser:
 Combustíveis: ocorre na mistura com o ar partindo de um ponto
chamado Limite Inferior de Explosividade (LIE);
 A mistura é explosiva se atingir outro ponto, o Limite Superior de
Explosividade (LSE), acima do qual não há mais ar suficiente para
gerar a combustão;
 A composição da mistura de gás/ar situada entre o LIE e o LSE,
está composição varia conforme o gás.
Os gases e o ar têm uma faixa ampla entre o LIE e o LSE, com o
hidrogênio, 4% e 75%, são mais perigosos.
Os explosímetros não apresentam diferença entre os gases monitorados.
Os incêndios e explosões podem ser provocados em espaços confinados
através de:
 Atmosfera inflamável com focos de ignição em diversos pontos;
 Substâncias combustíveis ou atmosferas inflamáveis com focos de
ignição diversos e aumentos da concentração de oxigênio;
 Desprendimento de produtos inflamáveis absorvidos na superfície
interna dos recipientes;
 Vapores de dissolvedores em trabalho de pintura e vapores de
substâncias inflamáveis em operação de limpeza de tanques;
 Limpeza com gasolina ou outras substâncias inflamáveis em foças
de lubrificação de veículos;
 Reações químicas que originam gases inflamáveis;
 O ácido sulfúrico diluído, reagindo com o ferro liberta o hidrogênio.
O carboneto de cálcio em contato com a água dá origem ao
acetileno;
 Trabalhos de soldadura ou de oxicorte em espaços que contem ou
contiveram substâncias inflamáveis;
 Descargas eletroestáticas na trasfega de líquidos inflamáveis;
 Aumento de oxigênio para melhorar a qualidade do ar respirável no
interior de tanques;
 Utilização de oxigênio ou ar comprimido em equipamentos de
bombagem especiais para a trasfega de líquidos inflamáveis,
introduzidos no interior de depósito.

11.6 Efeitos das Explosões

As explosões podem causar desde pequenos ou grandes efeitos, isso


dependerá da proporção da explosão, esses efeitos são classificados como:
 Efeitos fisiológicos: afeta os envolvidos ao nível dos olhos,
tímpanos, pulmões, coração, etc.
 Efeitos térmicos: provem do aumento de temperatura provocado
pela liberação de energia;
 Efeitos mecânicos: é a deslocação de materiais, por arrastamento
ou destruição.

11.7 Cuidados em Áreas Classificadas

Sempre que possível, a área classificada deve ser desclassificada para o


trabalho ser realizado de forma segura, sem a presença de energias
potencialmente nocivas, sem o transporte de produtos tóxicos e inflamáveis e
sem a existência de sistemas energizados. Procedimentos de trava, bloqueio e
etiquetagem “lock-out tag-out” são muito úteis nestes casos.
Em áreas classificadas os cuidados devem ser redobrados.
Nestes locais o uso de equipamentos para atmosfera explosiva é
obrigatório e a ventilação deve ser adequada para que não ocorra incêndio ou
explosão.
12. CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA
CONTROLE DE RISCOS

12.1 Introdução

Como vimos anteriormente os espaços confinados oferecem muitos riscos


aos trabalhadores. Sendo assim é necessário uma análise detalhada do
ambiente para a identificação e avaliação dos riscos, para que possam ser
selecionados equipamentos para o controle efetivo dos riscos nos ambientes de
trabalho.
É de responsabilidade do Responsável técnico definir medidas para isolar,
sinalizar, controlar ou eliminar os riscos nos espaços confinados.

12.2 Medição de Gases


Os riscos atmosféricos podem passar despercebidos, pois nem sempre
tem odor ou são visíveis, por isso é necessário realizar testes do ar interno para
que não ocorram acidentes por asfixia, intoxicação, incêndio ou explosão.
Os testes do ar interno são medições para a verificação dos níveis de
oxigênio, gases e vapores tóxicos e inflamáveis.
As medições de gases devem ser realizadas antes e durante a realização
dos trabalho, por existir a possibilidade dos ambientes sofrerem alterações.
O teste de ar interno deve ser executado na seguinte sequência:

1º É necessário avaliar, primeiramente ou simultaneamente, a


concentração de oxigênio, pois alguns equipamentos portáteis de
monitoramento de gases podem dar uma leitura errada de inflamabilidade em
atmosferas com concentração inadequada de oxigênio.
2º E seguida, deve-se analisar a concentração de gases ou vapores
inflamáveis.
3º Por fim, deve-se avaliar contaminantes tóxicos do ar.

Antes da entrada deve ser feita a análise das condições aceitáveis para a
liberação da entrada, sendo importantes testar o ar em vários níveis para
assegurar que todo o espaço de trabalho esteja seguro.
Para a medição são utilizados o oxímetro que avalia o percentual de
oxigênio; explosímetro que avalia a forma quantitativa a presença de gases
combustíveis em espaços confinados; detectores de gases fixos e detectores de
multigases.
Informar que os equipamentos para monitoramento de gases devem
passar por calibração uma vez por ano ou quando ocorrer uma das seguintes
situações:
 Prazo expirado;
 Degradação dos sensores ou perda dos componentes eletrônicos;
 Exposição a condições ambientais extremas (alta/baixa
temperatura, umidade e altos níveis de partículas em suspensão);
 Exposição a altas concentrações de gases e vapores, exposição
intensa dos sensores a gases tóxicos, corrosivos e a vapores de
solventes;
 Queda do equipamento;
 Orientações do fabricante.

A calibração deve ser executada por um Organismo de Certificação


Credenciado pelo INMETRO.

12.3 Equipamentos de Medição

Os equipamentos de medição que serão utilizados devem ser


extremamente confiáveis, previamente aferidos.
Os equipamentos devem possuir alarme sonoro, visual e vibratório, visor
para a leitura instantânea, ser resistente ou a prova d’agua, quando portado em
espaços confinados úmidos ou encharcados, e ser provido de revestimento que
resista a atmosferas corrosivas ou eventuais quedas.
Antes de cada utilização, o Supervisor de entrada deve ajustar as
configurações do equipamento de avaliação, verificar a carga das pilhas ou
baterias, testar os sensores, confirmar se a mangueira não está obstruída, bem
como observar as recomendações do manual de operação.
A atmosfera do espaço confinado deverá ser continuamente monitorada
por meio de detectores portáteis transportados pelos trabalhadores autorizados
e/ou por meio de detectores fixos, instalados próximos às tubulações, válvulas e
demais locais onde possam ocorrer vazamentos ou formação de contaminantes
durante a execução da tarefa.
O monitor deve ter capacidade de detectar todos os gases e vapores
existentes no espaço confinado.
Nos espaços confinados são utilizados muitos equipamentos de medição
conforme segue alguns exemplos:

12.3.1 Explosímetro

Os explosímetros são equipamentos que medem o grau de explosividade


do ambiente;
Os explosímetros são equipamentos de sensores, resistências e circuitos
transistorizados que funcionam com base no princípio da Ponte de Wheatstone.
Quando a mistura inflamável entra em contato com o sensor aquecido dentro do
aparelho ocorre uma combustão facilitada pela existência de um catalizador. O
calor gerado desequilibra a Ponte de Wheatstone resultando na medição do
percentual de gás e/ou vapor inflamável existente no ar ambiente.
Equipamento destinado a determinar a concentração de uma substância
no ar, mediante método potenciométrico.
Os explosímetros devem ser testados constantemente para evitar
quaisquer tipos de riscos de acidentes.
12.3.2 Oxímetro

Oxímetro é o medidor de oxigênio e outros gases, ele possuí dois


componentes principais para sua operação o sensor de oxigênio e o mostrador
da medição.
Em alguns equipamentos o ar é aspirados por uma bomba de sucção, já
em outros equipamentos o ar ambiente é aspirado por difusão até o sensor.
O detector de oxigênio utiliza um sensor eletroquímico para determinar a
concentração de oxigênio no ar.

12.3.3 Decibelímetro

O Decibelímetro é um dispositivo que mede o ruído instantâneo da


atividade, podendo também ser utilizado para a medição da pressão do ar.
Esse equipamento é normalmente calibrado para indicar o nível de som
em decibéis, uma unidade logarítmica.
O limite de audição humana suportável sem lesão é de aproximadamente
0 dB para um ouvido humano normal, sendo que não é permitida exposição a
níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam
adequadamente protegidos. Os limites de tolerância para ruído contínuo ou
intermitente e ruídos de impacto estão descritos nos anexos 1 e 2 da NR-15
Atividades e Operações Insalubres.
12.3.4 Termômetro

Os termômetros são equipamentos utilizados para medira a temperatura


dos espaços confinados.

12.3.5 Amostradores de gases e vapores

Os Amostradores de gases e vapores são também conhecidos como


Amostradores passivos, sendo os contaminantes coletados na altura da zona
respiratória.
O monitor passivo consiste em uma espécie de “crachá” que é constituído
de um filtro de membrana revestido com material absorvente de acordo com o
tipo de contaminante que necessita ser coletado, como a camada de carvão
ativado de vapores orgânicos voláteis.
12.4 Seleção dos Equipamentos para Controle de Riscos

Os equipamentos devem ser adequados aos riscos dos espaços


confinados, para a seleção dos tipos e quantidades de equipamentos é
necessário determinar o número de trabalhadores envolvidos na entrada, a
distância entre as fontes geradoras e os trabalhadores, o tempo de permanência
no espaço confinado, os riscos existentes e as interferências entre as atividades
a serem desenvolvidas.
13. CONHECIMENTOS SOBRE PRÁTICAS SEGURAS EM ESPAÇOS
CONFINADOS

13.1 Redução de Contaminação

A remoção de substancias contaminantes pode ser feita através de


processos de lavagem, que pode ser simples (com água) ou mais complexos
(com produtos químicos).
Normalmente este tipo de processo é fechado, evitando o lançamento de
resíduos para a atmosferas.

13.2 Purga ou Inertização

A purga ou inertização é um procedimentos que pode ser usado como


proteção primária, empregando-se substâncias inertes, como: nitrogênio, dióxido
de carbono, vapor de água, hidrocarbonetos halogenados ou, ainda, substâncias
inertes em forma de pó.
A purga ou inertização tem a função de evitar uma atmosfera
potencialmente explosiva no interior dos espaços confinados por meio de
deslocamentos de gases por fluido inerte.
Existem dois modos em que a purga pode ser empregada.

 Purga por uso de gás inerte


Neste tipo de procedimento utiliza-se dióxido de carbono ou nitrogênio,
por exemplo. O resultado é uma atmosfera não combustível, porém com
deficiência de oxigênio. Deve-se tomar o cuidado para evitar a formação de
eletricidade estática, além de implementar o processo de ventilação logo em
seguida.

 Purga por uso de vapor


Esse tipo de purga é usado em espaços que contenham contaminantes
com baixo ponto de temperatura e hidrocarbonetos mais pesados, como
solventes, diesel e outros produtos derivados do petróleo.
Apesar a purga ou inertização ajude a reduzir os riscos causados por
gases e vapores perigosos, a purga também pode criar novos ricos, como
deficiência ou enriquecimento de oxigênio, por exemplo.
Por esta razão deve ser sempre seguida de ventilação.

13.3 Ventilação

A ventilação tem como o objetivo realizar o processo de movimentar


continuamente ar fresco através dos espaços confinados.
A ventilação pode ser natural ou mecânica:
 Ventilação Natural: quando é utilizado corrente de ar natural;
 Ventilação Mecânica: quando é utilizado meios mecânicos para
mover o ar dentro e fora dos espaços confinados.

13.3.1 Ventilação por Exaustão


O sistema de ventilação de gases mais leves que o ar, por exaustão, os
gases mais leves são capturados no topo, normalmente é utilizado ventilador por
exaustor e o ar de reposição deve ser admitido por baixo.

Fonte: Vale, 2018.

O sistema de ventilação por insuflação correção de curto-circuito de ar


pela instalação de mangotes flexíveis.

Fonte: Vale, 2018.


O sistema de ventilação por exaustão correção de curto-circuito de Ar em
espaço confinado por meio de instalação de mangote flexível.
Fonte: Vale, 2018.

Sistema de Ventilação por Exaustão Correção de Curto-circuito de Ar em


Espaços Confinados por meio da mudança na localização do ventilador
exaustor.

13.3.2 Ventilação por insuflação

O sistema de ventilação por insuflação correção de curto-circuito de ar


pela instalação de mangotes flexíveis.

Fonte: Vale, 2018.

13.3.3 Ventilação Local Exaustora

A ventilação local exaustora em espaços confinados e controle de fumos


de solda na fonte contaminante.
Fonte: Vale, 2018.

13.3.4 Ventilação por insuflação com aberturas adicionais

O sistema de ventilação por insuflação com aberturas adicionais é


realizada através do uso de dutos que ajudam a prevenir curto-circuito e
recirculação de ar, mas aberturas adicionais também ajudam a ventilar com mais
eficiência o espaço confinado.

Fonte: Vale, 2018.


14. OPERAÇÕES DE SALVAMENTO

14.1 Introdução

Fonte: Osha, 2018.

A operação de salvamento em espaços confinados dever ser realizada


por equipe especializada com treinamento e simulado anual contendo os
possíveis cenários de acidentes em espaços confinados.
A partir de um estudo do ambiente de trabalho e uma avaliação completa
e criteriosa é possível determinar a necessidade de uma equipa própria ou se é
possível a contratação de equipe externa ou o acionamento de uma equipe
pública para a execução das medidas de resgate e primeiros socorros.

14.2 Equipamentos Utilizados


No processo de entrada e salvamento em espaços confinados cada
detalhe precisa ser valorizado e, principalmente, no que diz respeito aos
equipamentos de salvamento e resgate. Cada equipamento tem a sua função e
importância no processo de salvamento e resgate nos espaços confinado.

14.2.1 Guincho

O guincho é um dispositivo mecânico utilizado para içamento de pessoas


ou equipamentos.
Faz parte do conjunto para acesso e resgate de pessoas no interior de
espaços confinados, sendo utilizados com o suporte de um monopé ou tripé.

14.2.2 Tripé

O tripé é um dispositivo mecânico que possuí três pontos de apoio, sem


base fixa no local (o que permite sua mobilidade).

14.2.3 Monopé
O monopé é um dispositivo mecânico com um ponto único de apoio, com
base fixa no local.

14.2.4 Equipamento de Comunicação

Os equipamentos de comunicação devem garantir a comunicação entre


os trabalhadores, mas acima de tudo garantir que os equipamentos operam em
extra baixa tensão para que de forma alguma possam oferecer eventuais riscos
de choque elétrico, incêndios ou explosão.

14.2.5 Equipamentos de Iluminação


Os equipamentos de iluminação, como luminárias com grades de
proteção, devem ser adequados criteriosamente, para um tipo de atmosferas
explosivas, considerando, que a alimentação das luminárias não pode em
hipótese alguma, suportar tensão maior de 24 volts.

14.2.6 Equipamentos de Proteção Respiratória

Os equipamentos de proteção respiratório são de extrema importância


para o resgatista, por tanto é necessário conhecer o ambiente e os riscos que o
mesmo causa ao trabalhador.

14.3 Procedimentos de Salvamento

O Ministério da Justiça desenvolveu procedimento operacional para


orientar o Bombeiro Militar a executar ações de busca e salvamento em espaço
confinado. O qual objetiva evitar acidentes aos socorristas e as pessoas no local
da ocorrência; salvar vítimas; evitar que outras pessoas se tornem vítimas;
evitando assim o agravamento de lesões nas vítimas.

 Solicitar o detalhamento de informações para a Central de Operações,


principalmente sobre quantidade de vítimas;
 Informar a Central de Operações quando da chegada no local;
 Estacionar o veículo, em local seguro, que permita a aproximação de
viaturas de apoio;
 Assumir o comando da operação;
 Reconhecer o local e efetuar a devida avaliação de risco;
 Verificar a necessidade de recursos adicionais;
 Estabelecer o perímetro de segurança e isolar o local;
 Traçar e aplicar um plano de ação envolvendo a segurança e proteção
com base na avaliação dos riscos;
 Armar estabelecimento para proteção;
 Checar a quantidade de vítimas;
 Detectar os gases do espaço confinado e tomar as medidas que
possibilitem o acesso seguro;
 Manter a monitoração constante durante a operação;
 Ventilar o ambiente, observando a entrada e saída do ar;
 Dar suporte de vida a vítima durante toda a operação, se possível;
 Checar se o ambiente está energizado e providenciar o corte conforme o
caso;
 Estabelecer sinais de alarme para PARAR, CONTINUAR o serviço e para
EVACUAÇÃO do local;
 Conferir e ajustar o EPI e o EPR;
 Deixar uma dupla em prontidão (reserva) equipada e preparada para
entrar em caso de necessidade;
 Controlar a entrada e saída do efetivo;
 Controlar o tempo de atuação dos socorristas dentro do espaço
confinado, por conta da reserva de ar;
 Acessar o local e efetuar a busca de vítimas e o salvamento / resgate;
 Realizar a técnica de imobilização e retirada da vítima apropriada para o
local;
 Realizar inspeção final;
 Interditar o local para evitar novos acessos;
 Acionar o órgão ou responsável que tenha o dever legal de garantir a
segurança;
 Preencher o relatório da ocorrência ou documento similar.
15. PRIMEIROS SOCORROS

15.1 Primeiros Socorros: Importância, Legislação e Conceitos

Para iniciar os estudos, se faz necessário conhecer os conceitos;


importância e a legislação de primeiros socorros, para que assim, possa-se
desenvolver bons atendimentos e de forma adequada.

15.1.1 Importância dos Primeiros Socorros

É de essencial importância a prestação de atendimentos emergenciais. É


importante ter a consciência de que a prestação dos primeiros socorros, não
elimina a importância de uma equipe especializada para o atendimento.
É importante manter a calma e verificar se há condições, seguras o
bastante, para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça
que um atendimento de emergência mal feito, pode comprometer, ainda mais, a
saúde da vítima. Entretanto, a pessoa que chama por socorro especializado, por
exemplo, já está prestando e providenciando o socorro.
Os momentos após um acidente, principalmente as duas primeiras horas,
são os mais importantes, para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das
pessoas feridas.

15.1.2 Conceitos Básicos

O que é primeiros socorros?

Segundo Hafen; Karren e Frandsen (2014), primeiros socorros refere-se


ao atendimento temporário e imediato de uma pessoa que está ferida ou que
adoece repentinamente. Os primeiros socorros incluem: reconhecer condições
que põem a vida em risco; e tomar as atitudes necessárias para manter a vítima
viva e na melhor condição possível, até que se obtenha atendimento médico.
Os principais objetivos dos primeiros socorros são:

 Reconhecer situações que ponham a vida em risco;


 Aplicar respiração e circulação artificiais, quando necessário;
 Controlar sangramentos;
 Tratar de outras condições que ponham a vida em risco;
 Minimizar o risco de outras lesões e complicações;
 Evitar infecções;
 Deixar a vítima o mais confortável possível;
 Providenciar a assistência médica e transporte.
1.1.1.1 Socorrista ou socorrista leigo?

Socorrista é o profissional que está habilitado a praticar os primeiros


socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos, que
o capacitaram para esse desempenho.
Portanto, uma pessoa que possui apenas o curso básico de primeiros
socorros, se chama socorrista leigo.
Atendimento especializado, pode ser solicitado através do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência – SAMU.

15.1.3 Legislação

A legislação é muito clara sobre a prestação e omissão de primeiros


socorros, conforme pode ser visto nas leis abaixo:
1.1.1.2 Lei 2848/40

Lei de Omissão de Socorro – Artigo 135 do Código Penal Brasileiro –


Decreto-Lei 2848/40.
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo Único – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

1.1.1.3 Lei abandono de incapazes

Lei abandono de incapazes – Artigo 133 do Código Penal Brasileiro.


Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
§1º. Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena — reclusão, de 1(um) a 5 (cinco) anos.
§ 2º. Se resulta a morte:
Pena — reclusão de 4 (quatro) a 12(doze) anos.
§ 3º. As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I — se o abandono ocorre em lugar ermo;
II — se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III — se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (inciso introduzido pela
Lei n° 10.161, de 1° de outubro de 2003).

15.2 Caixa de Primeiros Socorros


A caixa de primeiros socorros deve ser de plástico, com uma tampa
segura e que feche bem, para poder ser usada em viagens, ou pode ser do tipo
necessaire com fecho, devendo ser constituída por:

Itens da caixa de primeiros socorros

Termômetro

Tesoura
Instrumentos
Pinça

Conta-gotas

Algodão hidrófilo

Gaze esterilizada

Material para curativo Esparadrapo

Ataduras de crepe

Caixa de curativo adesivo

Água oxigenada – 10 volumes


Antissépticos
Álcool

Medicamentos Soro fisiológico

Equipamento de proteção Luvas cirúrgicas


Fonte: Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz (2016)
Apesar do kit de primeiros socorros ser essencial em casos de
emergências, é necessário ir ao hospital, para o médico fazer uma avaliação,
diagnóstico e tratamento de qualquer tipo de ferimento.

15.2.1 Etapas Básicas de Primeiros Socorros

Inicialmente, deve-se ter em mente, que quem presta socorro, deve


avaliar a cena; manter a segurança da área; avaliar o estado da vítima;
administrar socorro de emergência e chamar por socorro.

15.2.2 Avaliação da Cena


A primeira atitude a ser tomada no local do acidente, é a avaliação dos
riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros
socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do
socorro especializado.
Neste período, verifica-se também as prováveis causas do acidente; o
número de vítimas; a provável gravidade de suas lesões; e outras informações
que possam ser úteis para a notificação do acidente. É imprescindível a
utilização de equipamentos de proteção individual como: máscaras; luvas; ou
óculos, no atendimento da vítima.
A fim de se isolar os riscos, e promover um socorro efetivo, até a chegada
de profissionais, a avaliação da cena é dividida em quatro fases:

 Segurança – verificar se a cena é segura para ser abordada;


 Cinemática do trauma – verificar como se deu o acidente ou
sinistro;
 Bioproteção;
 Triagem/Nr de vítimas.

Segurança

É necessário verificar se a cena é segura para ser abordada, e assim,


procure tornar o ambiente adequado para o atendimento prévio. Por exemplo,
no caso de acidentes de trânsito, deve-se procurar improvisar um espaço para
desviar o fluxo de veículos, sinalizando aos carros que vêm no sentido do
problema ocorrido.
Cinemática

Verificar como se deu o acidente ou mal sofrido pela vítima, perguntando


a ela, se estiver plenamente consciente, ou às pessoas próximas, que
testemunharam o ocorrido. Na carência das duas hipóteses, deve-se adotar
procedimentos que serão abordados mais adiante.

Bioproteção

Deve-se procurar maneiras de evitar possíveis infecções, que podem


ocorrer, através do contato direto com o sangue das vítimas, usando luvas
cirúrgicas, se possível. Em situações adversas, não deve-se abortar os
procedimentos por falta de instrumentos.

Apoio

Procure o auxílio de pessoas próximas da cena para: ajudar a dar o


espaço necessário para o atendimento prévio; chamar imediatamente o socorro
especializado; desviar o trânsito de veículos; manter a ordem e a calma entre as
outras pessoas; etc. No caso de não ter pessoas por perto, isso deve ser feito
com o máximo de agilidade e tranquilidade, pela própria pessoa que presta o
socorro inicial.

15.2.3 Avaliação da Vítima

A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência


clínica ou traumática, é a segunda etapa básica, na prestação dos primeiros
socorros. Ela deve ser realizada ao mesmo tempo, ou rapidamente, logo após a
avaliação do acidente e proteção do acidentado.
O exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes
prioridades:

 Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade,


etc.);
 Respiração: movimentos torácicos e abdominais, com entrada e saída de
ar, normalmente, pelas narinas ou boca;
 Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que
se perde. Se é arterial ou venoso;
 Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as
pupilas);
 Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e
extremidades.
Deve-se ter sempre uma ideia bem clara do que se vai fazer, para não
expor, desnecessariamente, o acidentado, verificando se há ferimento, com o
cuidado de não movimentá-lo excessivamente.
Em seguida, proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo.
Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo
e incapacidades funcionais de mobilização. Pedir para apontar onde é a dor;
pedir para movimentar as mãos; braços; etc.

1.1.1.4 Cabeça e pescoço

Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do acidentado,


apalpar com cuidado o crânio, à procura de fratura; hemorragia ou depressão
óssea.
Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o pulso
na artéria carótida (pescoço), observando frequência; ritmo e amplitude; correr
os dedos pela coluna cervical, desde a base do crânio até os ombros, procurando
alguma irregularidade. Solicitar que o acidentado movimente lentamente o
pescoço; verificar se há dor nessa região. Movimentar lenta e suavemente o
pescoço, movendo-o de um lado para o outro. Em caso de dor, pare qualquer
mobilização desnecessária.
Perguntar a natureza do acidente; sobre a sensibilidade e a capacidade
de movimentação dos membros, visando confirmar suspeita de fratura na coluna
cervical.

1.1.1.5 Coluna Dorsal

Perguntar ao acidentado se sente dor. Na coluna dorsal, correr a mão pela


espinha do acidentado, desde a nuca até o sacro. A presença de dor pode indicar
lesão na coluna dorsal.

1.1.1.6 Tórax e Membros

Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se há dor


quando o tórax é levemente comprimido.
Solicitar ao acidentado que movimente, de leve, os braços e verificar a
existência de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e procurar
deformação; edema e marcas de injeções. Verificar se há dor no abdome e
procurar todo tipo de ferimento, mesmo pequeno.
Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia, para verificar se há
lesões. Solicitar à vítima que tente mover as pernas, e verificar se há dor ou
incapacidade funcional.
Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento,
tente levantar-se prontamente, achando que nada sofreu. Ele deve ser mantido
imóvel, pelo menos para um rápido exame, nas áreas que sofreram alguma
lesão. O acidentado deve ficar deitado de costas, ou na posição que mais
conforto lhe ofereça.

1.1.1.7 Exame do acidentado inconsciente

O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter


poucas informações sobre o seu estado, podem surgir complicações, devido à
inconsciência.
O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores
desimpedidas, fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la em posição lateral,
para evitar aspiração de vômito. Limpar a cavidade bucal.
O exame do acidentado inconsciente, deve ser igual ao do acidentado
consciente, só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e
capacidade funcional, não poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo com
respostas a estímulos dolorosos.
As observações das seguintes alterações, deve ter prioridade, acima de
qualquer outra iniciativa. Elas podem salvar uma vida:

 Falta de respiração;
 Falta de circulação (pulso ausente);
 Hemorragia abundante;
 Perda dos sentidos (ausência de consciência);
 Envenenamento.

15.3 Funções, Sinais Vitais e de Apoio

15.3.1 Introdução

A atividade de primeiros socorros, implica no conhecimento dos sinais que


o corpo emite, e servem como informação para a determinação do seu estado
físico.
Alguns detalhes importantes sobre as funções vitais e os sinais vitais do
corpo humano, precisam ser compreendidos.
15.3.2 Funções vitais

Algumas funções são vitais, para que o ser humano permaneça vivo.
São vitais as funções exercidas pelo cérebro e pelo coração.
As funções vitais do corpo humano são controladas pelo Sistema Nervoso
Central, que é estruturado por células muito especializadas, organizadas em alto
grau de complexidade estrutural e funcional. Estas células são muito sensíveis
à falta de oxigênio, cuja ausência provoca alterações funcionais. Conforme será
advertido outras vezes nesta apostila, chamamos a atenção para que se perceba
que:
O prolongamento da hipóxia (falta de ar) cerebral determina a morte do
Sistema Nervoso Central, e com isso, a falência generalizada de todos os
mecanismos da vida, em um tempo de aproximadamente três minutos.
Para poder determinar em nível de primeiro socorro, como leigo, o
funcionamento satisfatório dos controles centrais dos mecanismos da vida, é
necessário compreender os sinais indicadores, chamados de sinais vitais.

15.3.3 Sinais Vitais

Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos
ou indícios, que permitem concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os
sinais sobre o funcionamento do corpo humano, que devem ser compreendidos
e conhecidos são:

 Temperatura;
 Pulso;
 Respiração;
 Pressão arterial.
Os sinais vitais podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim,
que na ausência deles, existem alterações nas funções vitais do corpo.

Temperatura corporal

A temperatura corporal é a medida do calor do corpo: é o equilíbrio entre


o calor produzido e o calor perdido.
Nosso corpo tem uma temperatura média normal, que varia de 35,9 a 37,2
ºC. A avaliação da temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de
uma pessoa, pois em algumas emergências, a temperatura muda muito.
Abaixo será apresentada a variação de temperatura do corpo, de acordo
com o estado térmico e a temperatura.

a) Subnormal – 34 a 36° C;
b) Normal – 36 a 37° C;
c) Estado febril – 37 a 38° C;
d) Febre – 38 a 39° C;
e) Febre alta (pirexia) – 39 a 40° C;
f) Febre muito alta (hiperpirexia) – 40 a 41° C.

 Verificação da temperatura

Oral ou bucal – Temperatura média varia de 36,2 a 37º C. O termômetro


deve ficar por cerca de três minutos, sob a língua, com o paciente sentado; semi-
sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes; crianças depois
de ingerirem líquidos (frios ou quentes); após a extração dentária ou inflamação
na cavidade oral.
Axilar – Temperatura média varia de 36 a 36,8º C. A via axilar é a mais
sujeita a fatores externos. O termômetro deve ser mantido sob a axila seca, por
3 a 5 minutos, com o acidentado sentado; semi-sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica temperatura em vítimas de queimaduras no tórax; processos
inflamatórios na axila ou fratura dos membros superiores.
O acidentado com febre muito alta e prolongada, pode ter lesão cerebral
irreversível. A temperatura corporal abaixo do normal, pode acontecer após
depressão de função circulatória ou choque.

 Perda de calor

O corpo humano perde calor, através de vários processos, que podem ser
classificados da seguinte maneira:
 Eliminação - fezes, urina, saliva, respiração;
 Evaporação - a evaporação pela pele (perda passiva), associada à
eliminação, permitirá a perda de calor em elevadas temperaturas;
 Condução - é a troca de calor entre o sangue e o ambiente. Quanto
maior é a quantidade de sangue que circula sob a pele, maior é a troca de calor
com o meio. O aumento da circulação, explica o avermelhamento da pele
(hiperemia) quando estamos com febre.

 Febre

A febre é a elevação da temperatura do corpo acima da média normal. Ela


ocorre quando a produção de calor do corpo excede a perda.
Tumores; infecções; acidentes vasculares ou traumatismos, podem afetar
diretamente o hipotálamo, e com isso, perturbar o mecanismo de regulagem de
calor do corpo. Portanto, a febre deve ser vista, também, como um sinal que o
organismo emite. Um sinal de defesa.
Devemos lembrar que pessoas imunodeprimidas podem ter infecções
graves e não apresentar febre.
A vítima de febre apresenta a seguinte sintomatologia:

a) Inapetência (perda de apetite);


b) Mal estar;
c) Pulso rápido;
d) Sudorese;
e) Temperatura acima de 40 graus Celsius;
f) Respiração rápida;
g) Hiperemia da pele;
h) Calafrios;
i) Cefaleia (dor de cabeça).

 Primeiros socorros para febre

Aplicar compressas úmidas na testa; cabeça; pescoço; axilas e virilhas


(que são as áreas por onde passam os grandes vasos sanguíneos). Encaminhar
a vítima com febre para atendimento médico.
Devemos salientar que os primeiros socorros, em casos febris, só devem
ser feitos em temperaturas muito altas (acima de 40°C), por dois motivos já
vistos. A febre é defesa orgânica (é o organismo se defendendo de alguma
causa) e o tratamento da febre deve ser de suas causas.

Pulso
A alteração na frequência do pulso, denuncia alteração na quantidade de
fluxo sanguíneo.
As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso podem ser:
digestão; exercícios físicos; banho frio; estado de excitação emocional; e
qualquer estado de reatividade do organismo.
No desmaio/síncope, as pulsações diminuem.
Através do pulso ou das pulsações do sangue dentro do corpo, é possível
avaliar se a circulação e o funcionamento do coração estão normais ou não.
Pode-se sentir o pulso com facilidade, tomando-se os seguintes cuidados:

a) Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada;


b) Usar o dedo indicador, médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir
o pulso, fazendo uma leve pressão sobre qualquer um dos pontos, onde
se pode verificar mais facilmente o pulso de uma pessoa;
c) Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias
pulsações;
d) Contar no relógio as pulsações, num período de 60 segundos. Neste
período, deve-se procurar observar a regularidade, a tensão, o volume e
a frequência do pulso;
e) Existem no corpo, vários locais onde se pode sentir os pulsos da corrente
sanguínea.

A variação de frequência varia de acordo com a idade. A seguir serão


descritas as médias normais:
f) Lactentes: 110 a 130 bpm (batimentos por minuto);
g) Abaixo de 7 anos: 80 a 120 bpm;
h) Acima de 7 anos: 70 a 90 bpm;
i) Puberdade: 80 a 85 bpm;
j) Homem: 60 a 70 bpm;
k) Mulher: 65 a 80 bpm;
l) Acima dos 60 anos: 60 a 70 bpm.

Respiração

A respiração é uma das funções essenciais à vida. É através dela que o


corpo promove, permanentemente, o suprimento de oxigênio necessário ao
organismo, vital para a manutenção da vida.
A frequência da respiração é contada pela quantidade de vezes que uma
pessoa realiza os movimentos combinados de inspiração e expiração em um
minuto. Para se verificar a frequência da respiração, conta-se o número de vezes
que uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01 inspiração + 01
expiração = 01 movimento respiratório.
A contagem pode ser feita, observando-se a elevação do tórax, se o
acidentado for mulher, ou do abdome se for homem ou criança. Pode ser feita
ainda, contando-se as saídas de ar quente pelas narinas.
A frequência média por minuto dos movimentos respiratórios, varia com a
idade, se levarmos em consideração uma pessoa em estado normal de saúde.
Por exemplo: um adulto possui um valor médio respiratório de 14 - 20
respirações por minuto (no homem); 16 - 22 respirações por minuto (na mulher);
enquanto uma criança, nos primeiros meses de vida, 40 - 50 respirações por
minuto.
Fatores fisiopatológicos podem alterar a necessidade de oxigênio ou a
concentração de gás carbônico no sangue. Isto contribui para a diminuição ou o
aumento da frequência dos movimentos respiratórios. A nível fisiológico, os
exercícios físicos; as emoções fortes e banhos frios, tendem a aumentar a
frequência respiratória. Em contrapartida, o banho quente e o sono, a diminuem.
Algumas doenças cardíacas e nervosas, e o coma diabético, aumentam
a frequência respiratória. Como exemplo de fatores patológicos que diminuem a
frequência respiratória, podemos citar o uso de drogas depressoras.
Os procedimentos a serem observados e os primeiros socorros, em casos
de parada respiratória serão estudados a frente.

Pressão Arterial

A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de


contração do coração; do grau de distensibilidade do sistema arterial; da
quantidade de sangue e sua viscosidade.
Não é recomendável a instrução a leigos da medição da pressão arterial
com o aparelho, para não induzir a diagnósticos não autorizados após a leitura.

15.3.4 Sinais de Apoio


Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros
que devem ser observados, para obtenção de mais informações sobre o estado
de saúde de uma pessoa. São os sinais de apoio, sinais que o corpo emite em
função do estado de funcionamento dos órgãos vitais.
Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia; parada
cardíaca; ou uma forte batida na cabeça, por exemplo. Os sinais de apoio
tornam-se cada vez mais evidentes, com o agravamento do estado do
acidentado. Os principais sinais de apoio são:

a) Dilatação e reatividade das pupilas;


b) Cor e umidade da pele;
c) Estado de consciência;
d) Motilidade e sensibilidade do corpo.

Dilatação e reatividade das pupilas

A pupila é uma abertura no centro da íris, a parte colorida do olho. A sua


função principal é controlar a entrada de luz no olho. Com pouca ou quase
nenhuma luz, a pupila se dilata, fica aberta. Quando a pupila está totalmente
dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio, exceto no uso
de colírios midriáticos ou certos envenenamentos. A dilatação e reatividade das
pupilas são um sinal de apoio importante.
Muitas alterações do organismo provocam reações nas pupilas, como por
exemplo, iminência de estado de choque; parada cardíaca; intoxicação; abuso
de drogas; colírios midriáticos ou miótico; traumatismo crâneo-encefálico e
condições de stress. Tensão e medo também provocam consideráveis
alterações nas pupilas.
Devemos observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte
lateral, de preferência, com o ambiente escurecido. Se não for possível, deve-se
olhar as pupilas contra a luz ambiente.

Cor e umidade da pele

A cor e a umidade da pele são também sinais de apoio muito útil no


reconhecimento do estado geral de um acidentado. Uma pessoa pode
apresentar a pele pálida, cianosada (azulada) ou hiperemiada (avermelhada e
quente).
A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas
extremidades dos membros, onde as alterações se manifestam primeiro. A pele
pode também ficar úmida e pegajosa. Pode-se observar melhor estas alterações
no antebraço e na barriga.
A seguir serão apresentadas algumas alterações orgânicas que provocam
modificações na cor e umidade da pele.

COR E UMIDADE DA PELE


Alteração Ocorrência

Cianose (pele azulada) Exposição ao frio, parada cardiorrespiratória,


estado de choque, morte.

Palidez Hemorragia, parada cardiorrespiratória,


exposição ao frio, extrema tensão emocional,
estado de choque.

Hiperemia (pele vermelha e Febre, exposição a ambientes quentes, ingestão


quente) de bebidas alcoólicas, queimaduras de primeiro
grau, traumatismo.

Pele fria e viscosa ou úmida e Estado de choque.


pegajosa

Pele amarela Icterícia, hipercarotenemia.

Estado de consciência

Este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em


que uma pessoa mantém um nível de lucidez, que lhe permite perceber
normalmente o ambiente que a cerca, com todos os sentidos saudáveis,
respondendo aos estímulos sensoriais.
Quando se encontra um acidentado, capaz de informar com clareza sobre
o seu estado físico, pode-se dizer que esta pessoa está perfeitamente
consciente. Há, no entanto, situações em que uma pessoa pode apresentar
sinais de apreensão excessiva; olhar assustado; face contraída e medo.
Esta pessoa, certamente não estará em seu pleno estado de consciência.
Uma pessoa pode estar inconsciente por desmaio; estado de choque;
estado de coma; convulsão; parada cardíaca; parada respiratória; alcoolismo;
intoxicação por drogas; e uma série de outras circunstâncias de saúde e lesão.
Na síncope e no desmaio, há uma súbita e breve perda de consciência e
diminuição do tônus muscular. Já o estado de coma, é caracterizado por uma
perda de consciência mais prolongada e profunda, podendo o acidentado, deixar
de apresentar, gradativamente, reação aos estímulos dolorosos e perda dos
reflexos.

Motilidade e sensibilidade do corpo

Qualquer pessoa consciente, que apresente dificuldade ou incapacidade


de sentir ou movimentar determinadas partes do corpo, está, obviamente, fora
de seu estado normal de saúde. A capacidade de mover e sentir partes do corpo
é um sinal que pode dar muitas informações.
Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos
movimentos, pode-se suspeitar de uma paralisia da área que deveria ser
movimentada.
A incapacidade de mover um membro superior, depois de um
acidente, pode indicar lesão do nervo do membro. A incapacidade de movimento
nos membros inferiores, pode indicar uma lesão da medula espinhal.
O desvio da comissura labial (canto da boca), pode indicar lesão cerebral
ou de nervo periférico (facial). Pede-se à vítima que sorria. Sua boca sorrirá torta,
só de um lado.
Quando um acidentado perde o movimento voluntário de alguma parte do
corpo, geralmente também perde a sensibilidade no local. Muitas vezes, porém,
o movimento existe, mas o acidentado reclama de dormência e formigamento
nas extremidades. É muito importante o reconhecimento destas duas situações,
como um indício de que há lesão na medula espinhal.
É importante, também, nestes casos, tomar muito cuidado com o
manuseio e transporte do acidentado, para evitar o agravamento da lesão.
Convém ainda lembrar, que o acidentado de histeria; alcoolismo agudo ou
intoxicação por drogas, mesmo que sofra acidente traumático, pode não sentir
dor por várias horas.
A verificação rápida e precisa dos sinais vitais e dos sinais de apoio, é
uma chave importante para o desempenho de primeiros socorros. O
reconhecimento destes sinais dá suporte; rapidez e agilidade no atendimento e
salvamento de vidas.

15.4 Ressuscitação Cardiopulmonar

15.4.1 Introdução

Socorristas leigos sem treinamento, devem fornecer ressuscitação


cardiopulmonar, somente com as mãos, com ou sem orientação de uma
atendente, para adultos, vítimas de parada cardiorrespiratória. O socorrista deve
continuar a ressuscitação cardiopulmonar, somente com compressões, até a
chegada de um Desfibrilador Externo Automático ou de um socorrista com
treinamento adicional, ou até que os profissionais do serviço médico de
emergência, assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se mover.
Todos os socorristas leigos devem, no mínimo, aplicar compressões
torácicas em vítimas de parada cardiorrespiratória, numa frequência de no
mínimo 100 vezes por. Além disso, se o socorrista leigo treinado, puder realizar
ventilações de resgate, as compressões e as ventilações, devem ser aplicadas
na proporção de 30 compressões para cada 2 ventilações.

15.5 Estado de Choque

15.5.1 Introdução

O estado de choque se dá, quando há mal funcionamento entre o coração;


vasos sanguíneos (artérias ou veias) e o sangue, instalando-se um desequilíbrio
no organismo.
O choque é uma grave emergência médica. O correto atendimento, exige
ação rápida e imediata. Vários fatores predispõem ao choque. Com a finalidade
de facilitar a análise dos mecanismos, considera-se, especialmente para estudo,
o choque hipovolêmico, por ter a vantagem de apresentar uma sequência bem
definida. Há vários tipos de choque:

Choque hipovolêmico: é o choque que ocorre devido a redução do


volume intravascular, por causa da perda de sangue; de plasma ou de água,
perdida em diarreia e vômito;
Choque cardiogênico: ocorre na incapacidade de o coração bombear
um volume de sangue que seja suficiente para atender às necessidades
metabólicas dos tecidos;
Choque septicêmico: pode ocorrer devido a uma infecção sistêmica;
Choque anafilático: é uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que
ocorre quando um indivíduo é exposto a uma substância, a qual é extremamente
alérgico;
Choque neurogênico: decorre da redução do tônus vasomotor normal,
por distúrbio da função nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo,
por transecção da medula espinhal, ou pelo uso de medicamentos, como
bloqueadores ganglionares ou depressores do sistema nervoso central.
O reconhecimento da ameaça de choque, é importante para o salvamento
da vítima, ainda que pouco possamos fazer para reverter a síndrome. Muitas
vezes é difícil este reconhecimento, mas podemos notar algumas situações
predisponentes ao choque e adotar condutas para evitá-lo ou retardá-lo. De uma
maneira geral, a prevenção é consideravelmente mais eficaz do que o tratamento
do estado de choque.
O choque pode ser provocado por várias causas, especialmente as de
origem traumática. Devemos ficar sempre atentos a possibilidade de choques,
pois a grande maioria dos acidentes e afecções abordadas nesta apostila, pode
gerar choque, caso não sejam atendidos corretamente.

15.5.2 Causas

● Hemorragias intensas (internas ou externas);


● Infarto;
● Taquicardias;
● Bradicardias (baixa frequência nos batimentos cardíacos);
● Queimaduras graves;
● Processos inflamatórios do coração;
● Traumatismos do crânio e traumatismos graves de tórax e abdômen;
● Envenenamentos;
● Afogamentos;
● Choque elétrico;
● Picadas de animais peçonhentos;
● Exposição a extremos de calor e frio;
● Septicemia.
No ambiente de trabalho, todas as causas citadas podem ocorrer,
merecendo especial atenção, os acidentes graves com hemorragias extensas,
como perda de substâncias orgânicas em prensas, moinhos, extrusoras; ou por
choque elétrico; ou por envenenamentos por produtos químicos; ou por
exposição a temperaturas extremas.

15.5.3 Sintomas

A vítima de estado de choque ou na iminência de entrar em choque,


apresenta, geralmente, os seguintes sintomas:

● Pele pálida, úmida, pegajosa e fria;


● Cianose (arroxeamento) de extremidades: orelhas, lábios e pontas dos
dedos;
● Suor intenso na testa e palmas das mãos;
● Fraqueza geral;
● Pulso rápido e fraco;
● Sensação de frio, pele fria e calafrios;
● Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil;
● Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo, com pupilas
dilatadas;
● Agitação;
● Medo (ansiedade);
● Sede intensa;
● Visão nublada;
● Náuseas e vômitos;
● Respostas insatisfatórias a estímulos externos;
● Perda total ou parcial de consciência;
● Taquicardia.

15.5.4 Prevenção do Choque

Algumas providências podem ser tomadas para evitar o estado de


choque. Mas, infelizmente, não há muitos procedimentos de primeiros socorros
a serem tomados para tirar a vítima do choque.
Existem algumas providências que devem ser memorizadas, com a
finalidade permanente de prevenir o agravamento e retardar a instalação do
estado de choque.

DEITAR A VÍTIMA: a vítima deve ser deitada de costas. Afrouxar as


roupas da vítima no pescoço; peito e cintura e, em seguida, verificar se há
presença de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e os retirar.
Os membros inferiores devem ficar elevados em relação ao corpo. Isto
pode ser feito, colocando-os sobre uma almofada; cobertor dobrado ou qualquer
outro objeto. Este procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas
desses membros, pois serve para melhorar o retorno sanguíneo e levar o
máximo de oxigênio ao cérebro.
Não erguer os membros inferiores da vítima a mais de 30 cm do solo. No
caso de ferimentos no tórax, que dificultem a respiração, ou de ferimento na
cabeça, os membros inferiores não devem ser elevados.
No caso de a vítima estar inconsciente, ou se estiver consciente, mas
sangrando pela boca ou nariz, deitá-la na posição lateral de segurança (PLS),
para evitar asfixia.

RESPIRAÇÃO: verificar, quase que simultaneamente, se a vítima respira.


Deve-se estar preparado para iniciar a respiração boca a boca, caso a vítima
pare de respirar.

PULSO: enquanto as providências já indicadas são executadas, observar


o pulso da vítima. No choque, o pulso da vítima apresenta-se rápido e fraco.

CONFORTO: dependendo do estado geral e da existência ou não de


fratura, a vítima deverá ser deitada, da melhor maneira possível. Isso significa
observar se ela não está sentindo frio e perdendo calor. Se for preciso, a vítima
deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante, como uma lona ou
casacos.

TRANQUILIZAR A VÍTIMA: se o socorro médico estiver demorando,


tranquilizar a vítima, mantendo-a calma, sem demonstrar apreensão quanto ao
seu estado. Permanecer em vigilância junto à vítima, para dar-lhe segurança e
para monitorar alterações em seu estado físico e de consciência.

15.6 Emergências Clínicas


15.6.1 Introdução

A importância das emergências clínicas é facilmente reconhecida, na


medida em que se consideram as frequências com que causam óbito ou
incapacidade, as dificuldades que existem para preveni-las e o grande potencial
de recuperação, quando são convenientemente atendidas.
Neste módulo, abordaremos as emergências clínicas mais comuns e que
podem ser atendidas com sucesso, por uma pessoa que venha a prestar os
primeiros socorros.

15.6.2 Infarto ou Ataque Cardíaco

É um quadro clínico, consequente à deficiência do fluxo sanguíneo na


região do coração.
As principais causas são a arteriosclerose, a embolia coronariana e
espasmo arterial coronário, tendo como complicação, a parada cardíaca por
fibrilação ventricular (parada em fibrilação) e até mesmo o óbito.
1.1.1.8 Sintomas

a) A maioria das vítimas de infarto agudo do miocárdio, apresenta dor


torácica. Esta dor é descrita classicamente com as seguintes
características:

a) dor angustiante e insuportável na região precordial (subesternal),


retroesternal e face anterior do tórax;
b) compressão no peito e angústia, constrição;
c) duração maior que 30 minutos;
d) a dor não diminui com repouso;
e) irradiação no sentido da mandíbula e membros superiores,
particularmente do membro superior esquerdo, eventualmente
para o estômago (epigástrio);
1- A grande maioria das vítimas apresenta alguma forma de arritmia
cardíaca;
2- Palpitação, vertigem e desmaio;
3- Deve-se atender as vítimas com quadro de desmaio, como prováveis
portadoras de infarto agudo do miocárdio, especialmente se
apresentarem dor ou desconforto torácico antes ou depois do desmaio;
4- Sudorese profusa (suor intenso), palidez e náusea. Podem estar
presentes vômitos e diarreia;
5- A vítima apresenta-se, muitas vezes, estressada, com sensação de morte
iminente;
6- Quando há complicação pulmonar, a vítima apresenta edema pulmonar,
caracterizado por dispneia (alteração nos movimentos respiratórios) e
expectoração rosada;
7- Choque cardiogênico.

1.1.1.9 Primeiros socorros

Muitas vezes, a dor que procede a um ataque cardíaco, pode ser


confundida, por exemplo, com a dor de uma indigestão. É preciso estar atento
para este tipo de falso alarme, sendo os seguintes os primeiros socorros:

a) Procurar socorro médico ou um hospital com urgência;


b) Não movimentar muito a vítima. O movimento ativa as emoções e faz com
que o coração seja mais solicitado;
c) Observar com precisão os sinais vitais;
d) Manter a pessoa deitada, em repouso absoluto, na posição mais
confortável, em ambiente calmo e ventilado;
e) Obter um breve relato da vítima ou de testemunhas, sobre detalhes dos
acontecimentos;
f) Tranquilizar a vítima, procurando inspirar-lhe confiança e segurança;
g) Afrouxar as roupas;
h) Evitar a ingestão de líquidos ou alimentos;
i) No caso de parada cardíaca, aplicar as técnicas de ressuscitação
cardiorrespiratória;
j) Ver se a vítima traz nos bolsos, remédios de urgência. Aplicar os
medicamentos segundo as bulas, desde que a vítima esteja consciente,
como vasodilatadores coronarianos e comprimidos sublinguais.
A confirmação da suspeita de quadro clínico de um infarto agudo do
miocárdio, só ocorre com a utilização de exames complementares, do tipo
eletrocardiograma (ECG) e exames sanguíneos (transaminase, etc.), que
deverão ser feitos no local do atendimento especializado.

15.6.3 Insolação

É causada pela ação direta e prolongada dos raios de sol sobre o


indivíduo.

Sintomas

Surgem lentamente:

a) Cefaleia (dor de cabeça);


b) Tonteira;
c) Náusea;
d) Pele quente e seca (não há suor);
e) Pulso rápido;
f) Temperatura elevada;
g) Distúrbios visuais;
h) Confusão.

Surgem bruscamente:

 Respiração rápida e difícil;


 Palidez (às vezes desmaio);
 Temperatura do corpo elevada;
 Extremidades arroxeadas;
 Eventualmente pode ocorrer coma.

9.4.1 Primeiros Socorros

 O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal, lenta e gradativamente;


 Remover o acidentado para um local fresco, à sombra e ventilado;
 Remover o máximo de peças de roupa do acidentado;
 Se estiver consciente, deverá ser mantido em repouso e recostado
(cabeça elevada);
 Pode-se oferecer bastante água fria ou gelada, ou qualquer líquido não
alcoólico para ser bebido;
 Se possível, deve-se borrifar água fria em todo o corpo do acidentado,
delicadamente;
 Podem ser aplicadas compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e
virilhas. Tão logo seja possível, o acidentado deverá ser imerso em banho
frio ou envolto em panos ou roupas encharcadas.
Atenção especial deverá ser dada à observação dos sinais vitais. Se
ocorrer parada respiratória, deve-se proceder à respiração artificial, associada à
massagem cardíaca externa, caso necessário.

15.6.4 Exaustão pelo Calor

A exaustão pelo calor é outro tipo de reação sistêmica à prolongada


exposição do organismo à temperaturas elevadas, que ocorre devido à
eliminação de sódio, desidratação, ou combinação de ambas.
O trabalhador que exerce a sua atividade em ambientes, cuja temperatura
é alta, está sujeito a uma série de alterações em seu organismo, com graves
consequências à sua saúde. Estes ambientes, geralmente são locais onde
existem fornos; autoclaves; forjas; caldeiras; fundições; etc.

1.1.1.10 Sintomas
Quando a origem dos sintomas for devida, predominantemente à perda
de água, o acidentado reclama de sede intensa; fraqueza e acentuados sintomas
nervosos, que podem incluir falta de coordenação muscular; distúrbios
psicológicos; hipertermia; delírio e coma. Se a falência circulatória sobrevier, a
situação pode progredir rapidamente para golpe de calor.
O acidente pode ocorrer, devido à perda de sódio, em pessoas não
aclimatadas a altas temperaturas, que irão apresentar sintomas sistêmicos de
exaustão pelo calor. Esta situação, ocorre quando a sudorese térmica é resposta
por ingestão adequada de água, mas não de sal. O acidentado, geralmente,
reclama de câimbra muscular, associada à fraqueza; cansaço; náusea; vômito;
calafrios; respiração superficial e irregular. O acidentado não demonstra estar
sedento. Pode se observar palidez; taquicardia e hipotensão.

1.1.1.11 Primeiros Socorros

 Remover o acidentado para um local fresco e ventilado, longe da fonte de


calor;
 Deve ser colocado em repouso, recostado;
 Afrouxar as roupas do acidentado;
 Oferecer líquido em pequenas quantidades, repetidas vezes, se possível
com uma pitada de sal. Se o acidentado não conseguir tomar líquidos
oralmente, não insistir, para não piorar suas condições;
 Providenciar para que o acidentado, neste caso, tenha atendimento
especializado, pois a ele terá de ser administrado solução salina
fisiológica ou glicose isotônica, por via intravenosa.
Observar os sinais vitais, para a necessidade de ressuscitação
cardiorrespiratória, e remoção para atendimento especializado, se os primeiros
socorros não melhorarem o estado geral do acidentado.

15.6.5 Cãibras de Calor

As cãibras de calor ocorrem, principalmente, devido à diminuição de sal


do organismo.

Sintomas
Vítimas de cãibras apresentam contrações musculares involuntárias,
fortes e muito dolorosas. Ocorrem nos músculos do abdômen e nas
extremidades.
A pele fica úmida e fria. Nestes casos, a temperatura do corpo estará
normal ou ligeiramente baixa. Há hemoconcentração e baixo nível de sódio no
organismo.

Primeiros Socorros

● A vítima de cãibras deve ser colocada em repouso, confortavelmente, em


local fresco e arejado;
● Pode-se tentar massagear, suavemente, os músculos atingidos, para
promover alívio localizado;
● Pode-se dar à vítima, água com uma pitada de sal, que muitas vezes faz
o acidentado melhorar quase que imediatamente;
● Pode-se oferecer alimento salgado.
Dependendo da gravidade do ataque, a vítima precisará ser mantida em
repouso por vários dias.
15.6.6 Desmaio

É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à


diminuição de sangue e oxigênio no cérebro. É causada geralmente por
hipoglicemia; cansaço excessivo; fome; nervosismo intenso; emoções súbitas;
susto; acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea; dor intensa;
prolongada permanência em pé; mudança súbita de posição (de deitado para
em pé); ambientes fechados e quentes; disritmias cardíacas (bradicardia); entre
outras.

Sintomas

 Fraqueza;
 Suor frio abundante;
 Náusea ou ânsia de vômito;
 Palidez intensa;
 Pulso fraco;
 Pressão arterial baixa;
 Respiração lenta;
 Extremidades frias;
 Tontura;
 Escurecimento da visão;
 Devido à perda da consciência, o acidentado cai.

Primeiros Socorros

A. Se a pessoa apenas começou a desfalecer:

 Sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante;


 Curvá-la para frente;
 Baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e pressionar
a cabeça para baixo;
 Manter a cabeça mais baixa que os joelhos;
 Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.
B. Havendo o desmaio:

 Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição


mais baixa em relação ao resto do corpo;
 Afrouxar a sua roupa;
 Manter o ambiente arejado;
 Se houver vômito, lateralizar-lhe a cabeça, para evitar sufocamento;
 Depois que o acidentado se recuperar, pode ser dado ao mesmo, café,
chá ou mesmo água com açúcar;
 Não se deve dar jamais bebida alcoólica.

15.6.7 Convulsão

É uma contração violenta, ou uma série de contrações dos músculos


voluntários, com ou sem perda de consciência.
Nos ambientes de trabalho, podemos encontrar esta afecção em
indivíduos com histórico anterior de convulsão ou em qualquer indivíduo de
qualquer função. De modo específico, podemos encontrar trabalhadores com
convulsão, quando expostos a agentes químicos de poder convulsígeno, tais
como, os inseticidas clorados e o óxido de etileno.
As principais causas da convulsão é a febre muito alta, devido a processos
inflamatórios e infecciosos, ou degenerativos; hipoglicemia; alcalose; erro no
metabolismo de aminoácidos; hipocalcemia; traumatismo na cabeça; hemorragia
intracraniana; edema cerebral; tumores; intoxicações por gases, álcool ou
drogas alucinatórias; insulina; dentre outros agentes e devido a epilepsia, ou
outras doenças do Sistema Nervoso Central.

Sintomas
 Inconsciência;
 Queda desamparada, onde a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço
para evitar danos físicos a si própria;
 Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos;
 Suor;
 Midríase (pupila dilatada);
 Lábios cianosados;
 Espumar pela boca;
 Morder a língua e/ou lábios;
 Corpo rígido e contração do rosto;
 Palidez intensa;
 Movimentos involuntários e desordenados;
 Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano).
Geralmente, os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos,
tornando-se, então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando
gradativamente. Estes acessos podem variar na sua gravidade e duração.
Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se
recupera mais tarde.

Primeiros socorros

● Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a


cabeça não sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com
cuidado, acomodando-a;
● Retirar da boca: próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e
eventuais detritos;
● Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá-
la de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo:
escadas; portas de vidro; janelas; fogo; eletricidade; máquinas em
funcionamento;
● Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a
vítima não está se machucando;
● Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura;
● Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos
ou secreções;
● Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima;
● Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes, para evitar
mordedura da língua;
● Não jogar água fria no rosto da vítima;
● Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada, até que ela tenha
plena consciência e autocontrole;
● Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve-se ajudar a tornar isso
possível;
● Contatar o atendimento especializado do SAMU, pela necessidade de
diagnóstico e tratamentos precisos.
No caso de se propiciar meios para que a vítima durma, mesmo que seja
no chão, no local de trabalho, a melhor posição para mantê-la é deitada na
Posição Lateral de Segurança – PLS.
Devemos fazer uma inspeção no estado geral da vítima, a fim de verificar
se está ferida e sangrando. Conforme o resultado desta inspeção, devemos
proceder, no sentido de tratar as consequências do ataque convulsivo, cuidando
dos ferimentos e contusões.
É conduta de socorro bem prestado, permanecer junto à vítima, até que
ela se recupere totalmente. Devemos conversar com a vítima, demonstrando
atenção e cuidado com o caso, e informá-la onde está e com quem está, para
dar-lhe segurança e tranquilidade. Pode ser muito útil, saber da vítima, se ela é
epiléptica.
Em qualquer caso de ataque convulsivo, a vítima deve ser encaminhada
ao centro clínico, mesmo que ela tenha consciência de seu estado e procure
demonstrar a impertinência dessa atitude. A obtenção ou encaminhamento para
o centro clínico, deve ser com a maior rapidez, especialmente se a vítima tiver
um segundo ataque; se as convulsões durarem mais que 5 minutos ou se a
vítima for mulher grávida.

15.6.8 Choque Elétrico

São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo


corpo humano. As alterações provocadas no organismo humano pela corrente
elétrica, dependem, principalmente, de sua intensidade, isto é, da amperagem.
Dependendo da intensidade dessa corrente, pode causar um simples
formigamento, uma queimadura de 3° grau ou até mesmo a morte.
Em condições habituais, correntes de 100 a 150 Volts, já são perigosas,
e acima de 500 Volts, são mortais.
De acordo com os valores aproximados, as consequências causadas por
um choque elétrico podem ser:

2. 1 mA a 10 mA: sensação de formigamento;


3. 10 mA a 20 mA: sensação de formigamento, acompanhada de fortes
dores;
4. 20 mA a 100 mA: convulsões e parada respiratória;
5. 100 mA a 200 mA: fibrilação;
6. Acima de 200 mA: queimaduras, parada cardíaca e óbito.

Causas principais

Nos ambientes de trabalho, encontramos este acidente, quando há falta


de segurança nas instalações e equipamentos, como: fios descascados; falta de
aterramento elétrico; parte elétrica de um motor que, por defeito, está em contato
com sua carcaça; etc.
Estas condições, geralmente encontramos por imprudência; indisciplina;
ignorância ou acidentes; etc.
Observação: corrente alternada – tetanização com tempo de exposição;
corrente contínua – contração muscular brusca, com projeção da vítima,
podendo ocorrer traumatismo grave.

Sintomas

1- Mal estar geral;


2- Sensação de angústia;
3- Náusea;
4- Cãibras musculares de extremidades;
5- Parestesias (dormência, formigamento);
6- Ardência ou insensibilidade da pele;
7- Escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos);
8- Cefaleia;
9- Vertigem;
10- Arritmias (ritmo irregular) cardíacas (alteração do ritmo cardíaco);
11- Falta de ar (dispneia).

Principais Complicações:

● Parada cardíaca;
● Parada respiratória;
● Queimaduras;
● Traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos, etc.);
● Óbito.

Primeiros socorros

Antes de socorrer a vítima, cortar a corrente elétrica, desligando a chave


geral de força, retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada
(desde que esteja encapado).
Se o item anterior não for possível, tentar afastar a vítima da fonte de
energia, utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes, e que
estejam secos (cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado, pano
grosso dobrado, corda, etc.), afastando a vítima do fio ou aparelho elétrico, bem
como:

● Não tocar na vítima, até que ela esteja separada da corrente elétrica ou
que esta seja interrompida;
● Se o choque for leve, seguir os itens do capítulo "Estado de Choque";
● Em caso de parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as
manobras de ressuscitação;
● Insistir nas manobras de ressuscitação, mesmo que a vítima não esteja
se recuperando, até a chegada do atendimento especializado;
● Depois de obtida a ressuscitação cardiorrespiratória, deve ser feito um
exame geral da vítima, para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou
lesões, que possam ter ocorrido, no caso de queda durante o acidente;
● Deve-se atender primeiro a hemorragias, fraturas e queimaduras, nesta
ordem.

Eletrocussão

Eletrocussão é o termo designado para caracterizar uma morte provocada


por choque elétrico. Tensão superior a 600 volts já é o suficiente para causar o
óbito. A presença de água, no cenário do choque, aumenta potencialmente a sua
intensidade, devido às propriedades condutoras de eletricidade que a água
possui.
A eletrocussão pode provocar a morte imediata; perda prolongada dos
sentidos; convulsões e queimaduras no ponto de contato. É preciso tomar muito
cuidado na hora de tentar socorrer a vítima. Tocá-la é extremamente perigoso.
Mesmo em situações de extrema emergência, o mais seguro é:

a) Pegar com um objeto de plástico, pois conduz pouca eletricidade;


b) Afastá-lo imediatamente do objeto que está provocando o choque;
c) Verificar os sinais vitais da vítima;
d) Caso a vítima se encontre em processo de parada cardiorrespiratória,
deve-se retirar os eventuais objetos, como dentaduras, óculos e outros;
e) Exponha o tórax da pessoa;
f) Se possível, faça o procedimento para a reanimação, colocando sobre o
tórax, as duas mãos sobrepostas, fazendo compressões seguidas com
até 5 cm de profundidade, até a chegada do socorro médico.

15.7 Picadas e Ferroadas de Animais Peçonhentos

15.7.1 Introdução

Os acidentes com animais peçonhentos, são aqueles causados por


animais que produzem veneno e o secretam, através de estruturas inoculadoras
especializadas, como por exemplo, presas, ferrões e espinhos. Dentre os vários
animais peçonhentos, destacamos algumas espécies de serpentes, escorpiões,
aranhas, abelhas, vespas, lagartas, formigas, entre outros.
Devido a grande exposição dos trabalhadores a picadas e ferroadas de
animais peçonhentos, a FUNDACENTRO, em conjunto com o Instituto Butantan,
publicaram o livro “Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos”, no ano
de 2011.

15.7.2 Acidentes Causados por Serpentes

Entre os animais peçonhentos mais perigosos estão as serpentes, que


podem levar a sérios acidentes.
De acordo com a quantidade de veneno introduzido, uma picada do
animal poderá levar a morte ou incapacitar o acidentado, quando não socorrido
em tempo hábil e tratado de forma correta, com a aplicação dos soros
apropriados. As vítimas mais comuns são trabalhadores rurais.

Tipos de serpentes
No Brasil, existem mais de 392 espécies de serpentes, conforme segue
os tipos abaixo:
 Jararacas

São as serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos


registrados no país. Também são conhecidas por jararacuçu, urutu, jararaca do
rabo branco, cotiara, caiçaca, surucucurana, patrona, jararaca-pintada,
preguiçosa e outros.
As jararacas são de coloração variada, com padrão de desenhos
semelhantes a um V invertido. O corpo é fino, medindo aproximadamente um
metro de comprimento.

Sintomas:
Dor, inchaço e manchas arroxeadas na região da picada. Pode haver
sangramento no local, e em outras partes do corpo, como nas gengivas,
ferimentos recentes e urina. É possível haver complicações, como infecções e
morte do tecido no local picado, nos casos extremos, os rins podem parar de
funcionar.
 Surucucu

Responsável por cerca de 1,5% dos acidentes ofídicos registrados no


país. Também é conhecida por surucucu pico de jaca, surucutinga, malha-de
fogo e outros.
É caracterizada por ser a maior das serpentes peçonhentas das Américas.
As escamas da parte final da cauda são arrepiadas, com ponta lisa.

Sintomas:
Os principais sintomas da picada de uma surucucu é dor e inchaço no
local, semelhante a picada da jararaca, podendo haver sangramentos, vômitos,
diarreia e queda da pressão arterial.

 Cascavel

É responsável por 8% dos acidentes ofídicos registrados no país.


Também é conhecida por maraboia, boicininga, boiquira, maracá e outros.
Caracterizada pela coloração marrom-amarelada e corpo robusto,
medindo aproximadamente um metro.
Possui fosseta loreal e apresenta caracteristicamente chocalho ou guizo
na cauda. Não tem por hábito atacar e, quando ameaçada, começa a balançar
a cauda, emitindo o ruído do chocalho ou guizo.

Sintomas:
No local da picada não há alterações, a vítima apresenta visão borrada ou
dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento.
Pode haver dor muscular e a urina torna-se escura, algumas horas depois
do acidente.
O risco de afetar os rins é maior do que nos acidentes com jararaca.

 Coral

É responsável por cerca de 0,5% dos acidentes ofídicos registrados no


país. Também conhecida por coral verdadeira, ibiboboca, boicorá e outros.
São serpentes de pequeno e médio porte. Seu corpo é coberto por anéis
vermelhos, pretos, brancos ou amarelos, podendo variar de acordo com a região
que a mesma habita.
É importante prestar atenção nas cores da coral, pois existem serpentes
não venenosas, com colorações semelhantes às das corais verdadeiras, que são
conhecidas como falsas corais.

Sintomas:
No local da picada não se observa alteração importante, porém, a vítima
apresenta visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. Pode
haver aumento na salivação e insuficiência respiratória.

Primeiros socorros

Em caso de picadas de serpentes, algumas medidas devem ser tomadas,


para evitar problemas futuros:

a) Não amarre o braço ou a perna acidentada. O torniquete ou garrote


dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena
e não impede que o veneno seja absorvido;
b) Não se deve cortar o local da picada, alguns venenos podem provocar
hemorragias e o corte aumentará a perda de sangue;
c) Não adianta chupar o local da picada. É impossível retirar o veneno do
corpo, pois ele entra imediatamente na corrente sanguínea. A sucção
pode piorar as condições do local atingido;
d) Não coloque folhas, querosene, pó de café, terra, fezes e outras
substâncias no local da picada, pois elas não impedem que o veneno vá
para o sangue, ao contrário, podem provocar uma infecção, assim como
os cortes;
e) Evite que o acidentado beba querosene, álcool e outras substâncias
tóxicas que, além de não neutralizar a ação do veneno, podem causar
intoxicação;
f) Mantenha o acidentado deitado, em repouso, com a parte atingida em
posição mais elevada, evitando que ele ande ou corra;
g) Retire anéis, pulseiras ou qualquer outro objeto que possa impedir a
circulação do sangue;
h) Leve imediatamente o acidentado ao serviço de saúde, para que ele
receba soro e atendimento adequados;
i) O soro, quando indicado, deve ser aplicado o mais breve possível e em
quantidade suficiente, por profissional habilitado. Deve ser específico para
a serpente que o picou. Ex.: o soro antibotrópico para picadas de jararaca
não é eficaz para picadas de cascavel (deve ser o soro anticrotálico) ou
de coral, soro antielapídico.

15.7.3 Acidentes causados por Aranhas e escorpiões

Considerando a variedade de organismos que pertencem à classe


Arachnida (os aracnídeos), entre as quais, poucas são nocivas ao ser humano,
ou seja, causam dano à saúde humana, é necessário um intenso controle
desses pequenos animais, em razão da síntese de venenos potencialmente
prejudiciais, em alguns casos levando à morte.

Tipos de Aranhas e Escorpiões

As aranhas e os escorpiões, são animais peçonhentos e existe uma


grande variedade desses animais, em especial as aranhas, com cerca de 40 mil
espécies identificadas; e os escorpiões, com aproximadamente 1600 espécies e
subespécies catalogadas.

 Aranhas armadeiras

Este tipo de arranha se caracteriza por ter o corpo coberto de pelos curtos,
de coloração marrom-acinzentada, com manchas claras, formando pares no
dorso do abdômen e não constroem teias.
Sintomas:

As picadas de aranhas armadeiras, pode, muitas vezes, gerar dor forte


imediata e intensa, sendo acompanhada de inchaço discreto no local da picada.
Nos casos mais graves, que ocorrem principalmente com crianças, pode haver
suor intenso, enjoos, vômitos, agitação, alteração no batimento cardíaco e
choque.

 Aranha marrom

É caracterizada por um corpo revestidos de pelos curtos e sedosos, de


cor marrom-esverdeada, com desenho claro, em forma de violino ou estrela, não
são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo.

Sintomas:
Muitas vezes, a picada não é dolorosa e por isso não é percebida. Horas
depois do acidente, aparece vermelhidão, endurecimento e dor no local, que
podem ser acompanhados de bolhas e escurecimento da pele. Pode correr
também febre, mal-estar, dor de cabeça, vermelhidão no corpo todo e
escurecimento da urina.

 Viúva negra

Este tipo de aranha é geralmente de cor preta, sem pelos evidentes, de


aspecto liso, com ou sem manchas vermelhas no abdômen, que é bastante
redondo. Algumas espécies têm coloração marrom e no ventre há uma mancha
avermelhada, em forma de ampulheta.
Sintomas:
Após a picada deste animal, a dor é de média intensidade no local da
picada, acompanhada de contrações musculares. Também pode ocorrer
agitação, sudorese e alterações circulatórias. Compressas quentes e anestesia
local para alívio da dor, são suficientes na grande maioria dos casos. No caso
de acidentes com viúva negra, não há soro disponível no Brasil. O acidentado
deve ser hospitalizado, para controle das alterações.

 Escorpiões

Os escorpiões apresentam tronco e cauda. Possuem mãos na forma de


pinças. No final da cauda encontra-se o télson, contendo uma bolsa de veneno
e o ferrão, são animais carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos,
como grilos e baratas.
Os escorpiões podem ser classificados como:

a) Escorpião Amarelo;
b) Escorpião Preto ou Marrom.

Primeiros socorros

Compressas quentes e anestesia local para alívio da dor, são suficientes


na grande maioria dos casos.
O soro antiaracnídico e antiescorpiônico, somente são utilizados, se
houver grandes manifestações.

15.7.4 Acidentes causados por Lagartas Venenosas

São também conhecidas por vários nomes, conforme a região: taturana,


mandarová, oruga, ruga, sauí, lagarta de fogo, chapéu-armado, taturana-
gatinho, taturana-de-flanela, entre outros.
As taturanas ou lagartas, são formas larvais de borboletas e mariposas.
A reação imediata após o contato é de ardência ou queimação, com
inchaço local. Nos acidentes por Lonomia oblíqua, pode ocorrer hemorragia após
algumas horas (gengivas, urina). Também podem haver problemas com o
funcionamento dos rins (insuficiência renal) e sangramento grave.
Já o contato com a lagarta Pararama, apresenta-se, inicialmente, o
quadro inflamatório no local, semelhante ao causado por outras espécies de
lagarta. Uma maior exposição, pode levar a artrites crônicas deformantes. Como
atingem predominantemente as mãos, a deformidade nos dedos pode
impossibilitar o trabalho.

Primeiros socorros

Recomenda-se fazer compressas frias e anestesia local para alívio da dor.


Porém, deve-se, imediatamente, encaminhar a vítima para o atendimento
médico.

15.7.5 Acidentes causados por Abelhas, Vespas e Formigas


As abelhas, vespas, formigas e os marimbondos, são bastantes
conhecidos e úteis na polinização, na produção de mel e de outros produtos. O
maior problema está ligado as ferroadas, ou mordidas, que acontecem quando
molestados. Os acidentes ocorrem devido a presença de um ferrão com a
glândula de veneno que, introduzida na pele, libera substâncias tóxicas.

Abelhas e mamangavas: são insetos sociais de pequeno porte, que


vivem em colmeias. Possuem colorido escuro, e às vezes listrado, com pelos
ramificados ou plumosos, principalmente na região da cabeça e do tórax e o seu
ferrão localiza-se na extremidade do corpo, que fica na pele da pessoa que foi
ferroada.

Vespas e marimbondos: se diferenciam das abelhas, principalmente


pelo estreitamento entre o tórax e o abdome. Ao contrário das abelhas, não
deixam ferrão na pele da pessoa ferroada.
Formigas: são insetos agressivos, que atacam em grande número se o
formigueiro for perfurado. As formigas saúva são capazes de produzir cortes na
pele humana.

Sintomas

Na maioria das pessoas ocorre apenas dor, inchaço, vermelhidão e


coceira no local da ferroada. Porém, deve-se levar em conta que algumas
pessoas são alérgicas. Nestes casos podem ocorrer obstrução das vias aéreas
e choque anafilático, levando a pessoa a morte, mesmo com uma única ferroada.
Nos casos de múltiplas ferroadas, em geral acima de cem, desenvolve-se
um quadro tóxico generalizado, denominado síndrome de envenenamento, com
aumento de batidas do coração e da pressão sanguínea, distúrbio de coagulação
e alterações cardíacas.
As formigas tocandira, podem ocasionar dor intensa e, eventualmente,
reações generalizadas (sistêmicas), como calafrios, sudorese e taquicardia. Já
a ferroada pela formiga-correição é menos dolorosa.

Primeiros socorros
Após a picada, devem ser feitas compressas frias no local. Pode ser
necessária a aplicação de outros medicamentos e, nos casos mais graves,
cuidados de terapia intensiva. Por isso, é necessário o rápido encaminhamento
a um serviço médico.
Nas ferroadas de abelhas, a remoção do ferrão deve ser feita com uma
lâmina esterilizada rente a pele, para evitar que haja compressão da glândula de
veneno contida no ferrão. Não utilizar pinças.

15.8 Intoxicação ou Envenenamento

15.8.1 Introdução

Numerosas substâncias químicas e partículas sólidas, originadas nas


atividades comercial, agrícola, industrial e laboratorial, são potencialmente
tóxicas para o homem. Intoxicações ou envenenamentos, podem ocorrer por
negligência ou ignorância no manuseio de substâncias tóxicas, especialmente
no ambiente de trabalho. A presença de substâncias tóxicas, estranhas ao
organismo, pode levar a graves alterações de um ou mais sistemas fisiológicos.

15.8.2 Substâncias comuns nas intoxicações


Devemos conhecer os tipos de substâncias tóxicas manipuladas no nosso
ambiente de trabalho, bem como os antídotos para estas substâncias. Apesar
da extensa variedade de substâncias tóxicas, que provocam diferentes reações,
em diversos sistemas do organismo, o ambiente de trabalho laboratorial é
particularmente propício à existência de alguns agentes tóxicos.
As poeiras são partículas sólidas de tamanhos variados, produzidas pelo
manuseio e impacto mecânico de equipamentos, máquinas e ferramentas,
contra materiais orgânicos e inorgânicos.
As poeiras flutuam no ar e podem ser inaladas ou entrar em contato com
as mucosas. Dependendo de sua origem, podem provocar lesões de diferentes
gravidades, para quem as aspire ou com elas entre em contato.
A fumaça é uma mistura de gases, vapores e partículas, derivadas do
aquecimento e queima de substâncias. A agressão causada pela fumaça, varia
de acordo com a sua composição, com o agente gerador da fumaça, e, muitas
vezes, com sua temperatura.
Os fumos são partículas microscópicas, produzidas pela condensação de
metais fundidos. A respiração se torna também uma via de intoxicação.
As névoas e neblinas, são gotículas que ficam em suspensão, a partir da
condensação de vapores, que podem ser tóxicos ao serem respirados. Podem
ser provocadas pela nebulização, espumejamento ou atomização de
substâncias químicas orgânicas.
Os vapores são formas gasosas de compostos químicos que, na
temperatura e pressão ambiente, apresentam-se em outro estado físico.
Os vapores se formam a partir do aumento da temperatura ou pela
diminuição da pressão de compostos químicos. São formas físicas que se
difundem muito rapidamente e com facilidade em qualquer ambiente.
Os gases são fluídos sem forma própria, que se espalham com muita
facilidade por todo o ambiente que os contém. São geralmente invisíveis e,
quase sempre, inodoros.
O indivíduo também pode ingerir substâncias tóxicas como:

a) Produtos de limpeza;
b) Remédios - sedativos e hipnóticos;
c) Plantas venenosas;
d) Alucinógenos e narcóticos;
e) Bebidas alcoólicas;
f) Inseticidas, raticidas, formicidas;
g) Soda cáustica;
h) Derivados de petróleo;
i) Ácidos, álcalis, fenóis;
j) Alimentos estragados ou que sofreram contaminação química.
No ambiente de trabalho, encontraremos muitas destas formas físicas e
químicas que podem, por vezes, provocar intoxicações ou envenenamento.

15.8.3 Sintomas

Como suspeitar de envenenamento


Deve-se suspeitar da existência de envenenamento na presença dos
seguintes sinais e sintomas:
Sinais evidentes, na boca ou na pele, de que a vítima tenha mastigado, engolido,
aspirado ou estado em contato com substâncias tóxicas, elaboradas pelo homem
ou animais.
Hálito com odor estranho (cheiro do agente causal no hálito).
Modificação na coloração dos lábios e interior da boca, dependendo do agente
causal.
Dor, sensação de queimação na boca, garganta ou estômago.
Sonolência, confusão mental, torpor ou outras alterações de consciência.
Estado de coma alternado com períodos de alucinações e delírio.
Vômitos.
Lesões cutâneas, queimaduras intensas, com limites bem definidos ou bolhas.
Depressão da função respiratória.
Diminuição ou ausência de volume urinário.
Queda de temperatura, que se mantém abaixo do normal.
Evidências de estado de choque eminente.
Paralisia.
Quadro: Suspeitas de envenenamento.
Fonte: Fiocruz, 2015

15.8.4 Primeiros Socorros

Inalação

a) Isolar a área;
b) Identificar o tipo de agente que está presente no local onde foi encontrado
o acidentado;
c) Quem for realizar o resgate, deverá utilizar equipamentos de proteção
próprios para cada situação, a fim de proteger a si mesmo;
d) Remover o acidentado, o mais rapidamente possível, para um local bem
ventilado;
e) Solicite atendimento especializado;
f) Verificar rapidamente os sinais vitais. Aplicar técnicas de ressuscitação
cardiorrespiratória, se for necessária. Não faça respiração boca-a-boca,
caso o acidentado tenha inalado o produto. Para estes casos, utilize
máscara ou outro sistema de respiração adequada;
g) Manter o acidentado imóvel, aquecido e sob observação. Os efeitos
podem não ser imediatos.
Observação:

Estes procedimentos só devem ser aplicados, se houver absoluta certeza,


de que a área onde se encontra, juntamente com o acidentado, está inteiramente
segura.
É importante deixar esclarecido o fato de que a presença de fumaça,
gases ou vapores, ainda que pouco tóxicos, em ambientes fechados, pode ter
consequências fatais, porque estes agentes se expandem muito rapidamente e
tomam o espaço do oxigênio presente, provocando asfixia.

Contato com a pele

Algumas substâncias podem causar irritação ou destruição tecidual,


através do contato com a pele, mucosas ou olhos.
Além de poeiras, fumaça ou vapores, pode ocorrer contato tóxico
com ácidos, álcalis e outros compostos. O contato com estes agentes
pode provocar inflamação ou queimaduras químicas nas áreas afetadas.
A substância irritante ou corrosiva, deverá ser removida o mais
rapidamente possível. O local afetado deverá ser lavado com água corrente,
pura, abundantemente. Se as roupas e calçados do acidentado estiverem
contaminados, a remoção destas deverá ser feita sob o mesmo fluxo de água da
lavagem, para auxiliar na rápida remoção do agente, e estes deverão ser
isolados.
Não fazer a neutralização química da substância tóxica. A lavagem da
pele e mucosa afetada, com água corrente, tem demonstrado ser a mais valiosa
prevenção contra lesões.
Em caso de contato com gases liquefeitos, aqueça a parte afetada com
água morna.

Ingestão

Muitas intoxicações ocorrem pela ingestão de agentes tóxicos, líquidos ou


sólidos. O grau de intoxicação varia com a toxicidade da substância e com a
dose ingerida.
Ao confirmar que houve ingestão de substância tóxica ou venenosa,
verificar imediatamente os sinais vitais e assegurar de que a vítima respira.
Proceder segundo a técnica, para os casos de parada cardiorrespiratória.
Como primeiros socorros deve-se:

a) Dar prioridade à parada cardiorrespiratória. Não faça respiração boca-a-


boca, caso o acidentado tenha ingerido o produto, para estes casos utilize
máscara ou outro sistema de respiração adequado;
b) Identificar o agente, através de frascos próximos do acidentado, para
informar o médico ou procurar ver nos rótulos ou bulas, se existe alguma
indicação de antídotos;
c) Observar atentamente o acidentado, pois os efeitos podem não ser
imediatos;
d) Procurar transportar o acidentado imediatamente a um pronto-socorro,
para diminuir a possibilidade de absorção do veneno pelo organismo,
mantendo-o aquecido.
Não provocar vômito em vítimas inconscientes e nem de envenenamento
pelos seguintes agentes:

• Veneno que provoque queimadura dos lábios, boca e faringe;


• Soda cáustica;
• Alvejantes;
• Tira-ferrugem;
• Água com cal;
• Amônia;
• Desodorante;
• Derivados de petróleo como querosene, gasolina, fluído de isqueiro,
benzina, lustra-móveis;
• Substância corrosiva forte, como: ácidos e lixívia.

O conhecimento dos sinais e sintomas dos envenenamentos mais


comuns, costuma ser de grande valor no diagnóstico. Correlações serão
estabelecidas pelo médico entre o quadro do acidentado e quadros clínicos dos
tóxicos suspeitos. Nos casos duvidosos, a confirmação do agente tóxico tem que
se basear na pesquisa laboratorial.
Em todos os casos de envenenamentos e intoxicações, é importante
investigar toda a área onde o acidentado foi encontrado, na tentativa de
identificar, com a maior precisão possível, o agente causador do
envenenamento, ou encontrar pistas que ajudem nesta identificação.
Muitos indícios são úteis nesta dedução: frascos de remédios, produtos
químicos, materiais de limpeza, bebidas, seringas de injeção, latas de alimentos,
caixas e outros recipientes.
Muitas pessoas supõem que exista um antídoto para a maioria ou a
totalidade dos agentes tóxicos. Infelizmente isto não é verdade. Existem apenas
alguns produtos específicos para certos casos e que, mesmo assim, necessitam
de orientação médica para serem usados.

15.9 Telefone Úteis

15.9.1 Introdução

Há órgãos e departamentos governamentais especializados em atender


situações de emergência, os quais, em toda ocorrência, devem ser acionados,
ainda que os primeiros socorros já estejam sendo realizados. Esse contato
explica-se porque todo caso acidental ou clínico, deve passar por uma avaliação
médica, para excluir possíveis sequelas e também para restabelecer plenamente
a vítima.

A seguir, alguns telefones úteis e a atribuição específica de cada


instituição, todos com ligação totalmente gratuita:

15.9.2 Corpo de bombeiros – 193


Solicitar em casos de emergências, incêndios, acidentes domésticos, de
trânsito, resgate de vítimas, e em situações que não é possível realizar os
primeiros socorros. São encarregados de realizar o transporte das vítimas a uma
unidade de saúde especializada, de acordo com o caso específico.

15.9.3 Polícia Militar – 190

Responsável por fazer atendimentos prévios, no caso de ser o primeiro


serviço especializado a chegar ao local; manter a ordem do fluxo de trânsito e
de pessoas (curiosos); apurar circunstâncias do acidente e em eventualidades,
realizar o transporte de vítimas.

15.9.4 SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192


É um serviço específico de atendimentos de urgência, criado por uma
portaria do Ministério da Saúde, e gerido pela Secretaria de Saúde de cada
estado ou município. Realiza um serviço de atendimento às vítimas de acidentes
e estados clínicos que necessitam de acompanhamento, realizando um
atendimento prévio no próprio local ou dentro de ambulâncias, enquanto as
vítimas são transportadas a um hospital ou unidade de saúde mais próximos.

15.9.5 Polícia Rodoviária Federal – 191

Em casos de acidentes em rodovias mais isoladas de grandes centros, é


recomendável acionar o serviço da PRF, pois é a instituição que, provavelmente,
estará mais próxima da ocorrência, uma vez que é a polícia responsável por
zelar pelo bom fluxo em rodovias nacionais.

15.9.6 Defesa Civil – 199


É um órgão nacional, responsável por organizar prevenções de acidentes
e desastres naturais ou de grandes proporções e trabalhos de resposta a esses
acontecimentos, como medidas de remoção de famílias em áreas
potencialmente de risco de desmoronamentos, deslizamentos e alagamentos.

15.9.7 Disque Intoxicação (ANVISA) – 0800-722-6001

É um serviço criado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com o


objetivo de esclarecer pessoas e profissionais de saúde quanto às ocorrências,
envolvendo intoxicações dos mais diversos tipos.
16. REFERENCIAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR - 14.787 Espaço


confinado - prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção,
2001. 10f.
ARAÚJO, Giovanni Moraes de. Segurança na armazenagem, manuseio e
transporte de produtos perigosos: gerenciamento de emergência química.
2.ed. Rio de Janeiro: Verde Editora, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Manual de
primeiros socorros. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
BRASIL. Congresso. Senado. Constituição (2006). Portaria nº 1.409, de 29 de
agosto de 2012. MTE. NR-33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em
Espaços Confinados. 2. ed. Brasil, 29 ago. 2012. Disponível em:
<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR33.pdf>. Acesso em: 06
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FUNDACENTRO; BUTANTAN, Instituto. Prevenção de acidentes com
animais peçonhentos. São Paulo: Fundacentro, 2001.
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da NR-33. Brasilia: Ministério do Trabalho e Emprego, 2013.
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PIATTELLI, Bianca Barreto. Segurança e Saúde em Espaços Confinados a
Luz da NR33. 2013. 48 f. Tese (Doutorado) - Curso de Administração de
Empresas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
PORTO ALEGRE - RS. Manual de primeiros socorros para leigos. Porto
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ROJAS, Pablo Roberto Auricchio. Técnico em Segurança do Trabalho. Porto
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VALE. Requisitos de Atividades Críticas: Guia do Instrutor Supervisor de
Entrada. Brasil: Valer - Educação Vale, 2018.

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