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D E R E G ENERAÇÃO URBANA
As propostas de intervenção apresentadas são o resultado da soma de diversas variáveis, ma-
teriais e intangíveis, considerando a situação territorial existente, os documentos essenciais em maté-
rias de ordenamento de território, a visão e estratégias municipais a curto e longo prazo para os seus
espaços concelhios, intervenções futuras previstas e os princípios base da aplicação do “urbanismo
verde”.
Dos elementos considerados destacam-se as seguintes premissas, com base no planeamento estra-
tégico municipal:
As quatro propostas, ainda que cada uma na sua macro-escala, são baseadas em actuações
a uma escala menor, numa visão bottom-up e holística do território, conjugando os elementos naturais
com o tecido construído. Os âmbitos de trabalho em actuação traduzem-se nos seguintes pontos:
Diagnóstico:
A Ribeira do Arquinho tem um papel preponderante nesta proposta. Além de não se encontrar
devidamente aproveitada como um valioso activo do território, possui um Leito de Cheia que actual-
mente já entra em conflito com as edificações, dada a pressão da mancha urbana sobre os elementos
naturais. O ponto norte da Área de Intervenção (AI) conta com vias estruturantes, como é o caso da
Rua dos Mogos/Rua de Santo Condestável, Rua Dona Sílvia Alves Teixeira/Av. Eng. José Afonso Mo-
reira de Figueiredo e a Estrada Nacional 107. Existem ainda previstas no PDM a concretização de duas
vias estruturantes que completam o circuito na Rua dos Mogos, com passagem anexa ao núcleo de
Nogueira, aí já na zona central da AI. Estão ainda previstas ligações rodoviárias a Este e a Sul da AI,
retirando pressão à congestionada Rua 5 de Outubro.
A ocupação e uso do solo é de predominância Residencial e Industrial. Ainda que dentro desta
delimitação existam alguns equipamentos públicos colectivos, a área é considerada como que “re-
talhada” na mancha urbana, dada a existência de uma variedade de espaços intersticiais. Denota-se
igualmente uma percentagem considerável de solo permeável, tanto público como privado, ainda que
em nenhum deles exista um espaço verde público de permanência, recreio e lazer.
Com efeito, esta situação aplica-se igualmente ao núcleo central e mais urbanizado do município da
Maia, contígua à envolvente da Área de Intervenção. Não obstante dos espaços verdes concelhios
existentes, o único núcleo urbano de nível 1 não possui uma área desta natureza na dimensão mu-
nicipal, um “pulmão verde da cidade da Maia”. Dada a abrangência geográfica considerada para a
intervenção, pelo carácter de continuidade oferecida pela linha de água, o impacto gerado no território
incluiria ainda o núcleo de Nogueira e Gueifães.
Visão:
Não se propõem alterações do uso do solo, mas sim a cerzidura da malha urbana através da
criação de um corredor verde, qualificando este território, salvaguardando os elementos naturais e
minimizando potenciais pontos de conflito criados por fenómenos climáticos, como cheias.
As previsões de intervenção municipais para esta área foram também consideradas, nas quais
se incluem a criação de um espaço de acção social, dois equipamentos de ensino (um deles anexo à
já existente Escola Básica e Secundária do Levante da Maia) e a criação de três parques verdes (um
a norte, junto ao centro comercial Maia Jardim, o segundo contíguo à Estrada Nacional 107, na apro-
ximação ao núcleo de Nogueira, e o terceiro anexo à Escola Básica e Secundária do Levante da Maia
e à instalação industrial também presente).
A proposta é complementada a Sul pela continuidade dos passadiços ao longo das margens
ribeirinhas, criando novas acessibilidades suaves integradas com a Rua 5 de Outubro. Não se preten-
de que a mobilidade suave seja exercida apenas em contexto de lazer ou desporto, mas sim como
principal forma de mobilidade, com particular destaque para os movimentos pendulares.
A planta de mobilidade que integra o PDM refere ainda a possibilidade da extensão da linha do Ae-
roporto do Metro do Porto, o que conferiria uma dinâmica transformativa do território ainda mais
acentuada com a presença de um transporte de massas, acrescendo a mobilidade sustentável e a
intermodalidade.
Pelo carácter umbilical, esta proposta está directamente relacionada com a intervenção seguin-
te que se propõe para a Rua 5 de Outubro.
Diagnóstico:
A Rua 5 de Outubro é uma via estruturante dentro da hierarquia viária municipal, o principal
acesso entre o Centro da Maia e Milheirós e atende ainda o núcleo de Gueifães no que toca a deslo-
cações entre este e os dois núcleos urbanos anteriormente referidos. É bastante movimentada e dos
seus utilizadores resulta alguma repartição modal, mas é predominantemente utilizada com recurso a
automóveis ligeiros e pesados.
Este arruamento, apesar do seu perfil transversal curto ao longo do seu percurso, destaca-se
como sendo como uma via que origina alguns conflitos entre modos de transporte, dada a pressão
automobilística que se verifica e os fluxos de tráfego que origina. No que concerne a infraestrutura de
formas alternativas de mobilidade, as condições encontradas neste arruamento não são as mais favo-
ráveis e, como tal, a promoção dos modos suaves não é incentivada aos seus utilizadores. Verificam-
-se descontinuidades nos passeios e ausência dos mesmos em certos locais ao longo do percurso e
as velocidades automóveis praticadas desincentivam uma repartição modal mais equilibrada.
Ao nível das características do seu perfil transversal em toda a extensão, a via em apreciação
apresenta diversos perfis distintos, com presença e ausência de passeios, vagas de estacionamento
com diferentes direcções e desprovida de continuidades e coerência.
Analisando ainda o perfil longitudinal da Rua 5 de Outubro verifica-se que esta via confere maio-
ritariamente acesso a habitações unifamiliares e que, devido à entrada e saída de viaturas em virtude
dos movimentos pendulares desta comunidade, existem constrangimentos quanto à fluidez do trá-
fego. Relativamente ao fluxo de veículos motorizados pesados, este arruamento apesar de conceder
acesso a algumas instalações industriais, consideram-se existir vias distribuidoras que melhor servem
este propósito, nomeadamente a norte por utilização da Estrada Nacional 107 e demais arruamentos
perpendiculares a este.
Visão:
Por sua vez, e como anteriormente referido na proposta nº1, a área intermédia da extensão do
arruamento seria ainda complementada pelo aumento de acessibilidades de modos suaves de trans-
porte, contribuindo para uma repartição modal mais equilibrada.
Diagnóstico
A área a considerar como passível de intervenção tem uma abrangência municipal e pode ser
definida como a zona central compreendida entre limites de três das maiores Áreas de Reabilitação
Urbana concelhias: ARU do centro da Maia, ARU de Moreira/Vila Nova da Telha e ARU da Vila do
Castêlo da Maia. Como elementos importantes, estruturadores e pilares na definição desta proposta
destaca-se o Ecocaminho e o trajecto de três linhas de Metro do Porto que atravessam o município
maiato na orientação norte-sul: abrangido pelas Linhas B e E está o núcleo de Moreira (neste troço
ambas as linhas possuem o mesmo trajecto) e abrangidos pela Linha C os núcleos do centro da Maia
e Castêlo.
Ainda que existam pontos intermodais que incentivam à utilização dos transportes públicos,
numa modalidade Park and Ride, foram detectadas oportunidades latentes relativas à intermodalidade
com um maior enfoque na mobilidade suave. Tal situação pode ajudar a explicar a predominância da
utilização do automóvel na repartição modal, levando a constrangimentos e excesso de tráfego moto-
rizado nestes três núcleos urbanos.
Importa ainda salientar a importância das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) e as respectivas
Operações de Reabilitação Urbana (ORU) previstas, em especial neste caso para a de ARU de Morei-
ra e Vila Nova da Telha. Os constrangimentos de tráfego, em particular, no nó da rotunda da Estrada
Nacional 13 (EN13), na aproximação ao Núcleo de Moreira, e do nó anexo ao Mira Maia Shopping
são casos complicados no que toca a fluidez de tráfego. Também previstas para a ARU de Moreira e
Vila Nova Telha estão ORU de intervenção em espaços verdes de enquadramento, de recreio, lazer e
promoção de actividades desportivas.
Esta intervenção considera como âmbito de enfoque principal a promoção dos modos suaves
de transporte, das acessibilidades concelhias e a intermodalidade. É pretendido que se promovam as
ligações ao longo de fluxos transversais no enquadramento municipal, proporcionando alternativas
modais nos acessos aos Interfaces de transporte, assegurando a acessibilidade entre Interfaces de
transporte de massas, promovendo assim a intermodalidade e alternativas aos utilizadores do Metro
do Porto.
Com base no diagnóstico realizado propõe-se a criação de um circuito pedonal e ciclável Maia
- Moreira – Castêlo, usufruindo do troço existente do Ecocaminho e do seu prolongamento previsto.
Esta acção conectaria 3 das freguesias mais populosas do concelho e centros urbanos de nível 1 (Ci-
dade da Maia) e nível 2 (Moreira e Castêlo da Maia). A criação deste circuito promoveria a alteração da
repartição modal actual, procurando introduzir cada vez mais à população o hábito da não utilização
do automóvel e a incorporação de modos suaves de transporte nas rotinas diárias.
O desenho dos novas novas infraestruturas seria posteriormente detalhado em fase de projec-
to, mas mesmo não sendo os trajectos apresentados considerados definitivos, partiriam como base
das seguintes premissas:
Diagnóstico:
Por se inserir numa área onde se localizam infraestruturas pesadas de transporte motorizado
(A4 e EN13), a área a intervencionar nesta proposta encontra-se condicionada a nível de acessibilida-
des, onde a extensão da área considerada é composta por terrenos tanto públicos como privados.
Relativamente à inserção urbana e coexistência do natural e do material considera-se que existe uma
fraca interacção entre os elementos naturais, o tecido a construir e o já construído.
Existindo já um projecto de loteamento para a referida AI, este é composto por um conjunto de
12 lotes, sendo que o 12º é o que único que não se insere nesta proposta, como referido no Alvará de
Loteamento. Assim, dos 11 lotes previstos, 5 foram concretizados no topo norte da AI, edificados e
existem já arruamentos que acompanham a disposição dos restantes lotes ainda não edificados (con-
forme apresentado no projecto inicial). No núcleo da área em questão encontra-se uma linha de água
que forma uma lagoa na região central e volta a estreitar o seu leito antes de desaguar no Rio Leça.
A estruturação do território marcada pelos percursos das vias pesadas de transporte, “obriga”
a que esta mancha urbana se direcione para sul, onde se identificam o Parque da ETAR de Moreira e
um troço do rio Leça que limita os concelhos de Maia e Matosinhos. Também devido a estes condi-
cionalismos, existe uma ligação pouco acentuada de modos suaves de transporte entre esta zona e
o núcleo urbano de Moreira, apesar da sua proximidade. É ainda relevante considerar a intervenção já
em curso que se estende desde o Parque de Ponte de Moreira e a Ponte da Pedra, onde se pretende
inserir um percurso pedonal e ciclável com 7 km ao longo do Rio, ao abrigo do projeto do Corredor
Verde do Leça.
Visão:
A AI desta proposta é alicerçada por intervenções em terrenos privados, mas de forma a con-
jugarem-se e criar continuidades com os terrenos e espaços públicos na envolvente. Propõe-se uma
redução do número de lotes e respectivo número de edifícios, mantendo, no entanto, a capacidade
construtiva. A orientação de um deles foi igualmente alterada configurando um desenho mais propício
para a fruição de áreas verdes e uma menor pressão sobre a linha de água, comparativamente ao
projecto original.
Pretende-se igualmente valorizar esta linha de água e criar espaços de permanência, de lazer
e práticas desportivas nas suas margens, assegurando um bom equilíbrio ecológico deste afluente do
Rio Leça. Simultaneamente existe a intenção de integrar as zonas verdes da envolvente do edificado
com o Parque da ETAR de Moreira e, nos espaços verdes de enquadramento às vias pesadas, pro-
põe-se a manutenção e incremento de elementos arbóreos de protecção.