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P R O P O S TAS DE INTE RV E NÇÃO

D E R E G ENERAÇÃO URBANA
As propostas de intervenção apresentadas são o resultado da soma de diversas variáveis, ma-
teriais e intangíveis, considerando a situação territorial existente, os documentos essenciais em maté-
rias de ordenamento de território, a visão e estratégias municipais a curto e longo prazo para os seus
espaços concelhios, intervenções futuras previstas e os princípios base da aplicação do “urbanismo
verde”.

A base documental analisada pode ser dividida em dois conjuntos:

- Instrumentos de Gestão Territorial (Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território,


Programa Regional de Ordenamento do Território, Plano Director Municipal da Maia e suas revisões);
- Planos, estratégias e documentos estratégicos municipais (Relatório do Estado do Ordenamento
do Território, Plano de Mobilidade Sustentável do Concelho da Maia, Plano Estratégico de Desenvol-
vimento Urbano, relatórios das Áreas de Reabilitação Urbana e respectivas Operações de Reabilita-
ção Urbana, Estratégia Maia 2028, Relatório Grandes Opções do Plano Maia 2020/21, MasterPlan -
Corredor do Rio Leça).

Dos elementos considerados destacam-se as seguintes premissas, com base no planeamento estra-
tégico municipal:

- “Adoção de novos pressupostos económicos e de mobilidade: circular e verdes;


- Caminhar rapidamente para uma sociedade descarbonizada mediante a adoção de modos de vida
mais sustentáveis em que a criação de percursos cicláveis, de ecocaminhos, da promoção do trans-
porte público, da promoção de coexistência de modos suaves, da mobilidade sustentável, da criação
de interfaces intermodais (…) sejam e constituam fatores e conceitos de rápida absorção por todos;
- Sustentabilidade do desenvolvimento urbano, materializado na opção prioritária pela reabilitação
urbana, na colmatação dos espaços sobrantes (em detrimento de novas áreas de expansão), procu-
rando a requalificação de vazios urbanos, o reforço das identidades locais e a valorização das áreas
verdes;
- Preservação e proteção dos recursos naturais, pela conservação e valorização da biodiversidade
ambiental (…);
- Resiliência ambiental, mitigando as alterações climáticas e fomentando a valorização do sistema
ribeirinho;
- Melhoria da qualidade de vida, valorizando a ruralidade e sociabilização do espaço urbano.”
[2.ª Revisão do Plano Diretor Municipal da Maia Relatório de Fundamentação, Metodologia e Programação de Trabalhos]
- “Ampliar a rede de ciclovias”;
- “Aumentar a consciência do número de espaços verdes e de lazer para usufruto da população, atra-
vés da criação de experiências nesses espaços (…)”
[Estratégia Maia 2028]

As quatro propostas, ainda que cada uma na sua macro-escala, são baseadas em actuações
a uma escala menor, numa visão bottom-up e holística do território, conjugando os elementos naturais
com o tecido construído. Os âmbitos de trabalho em actuação traduzem-se nos seguintes pontos:

- Qualificação do espaço público;


- Colmatação urbana;
- Promoção da mobilidade suave, meios de transporte sem sistemas de combustão e intermodalidade;
- Requalificação e valorização dos recursos naturais;
- Salvaguarda territorial e mitigação dos efeitos causados por fenómenos climáticos extremos.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO DE REGENERAÇÃO URBANA


MUNICÍPIO DA MAIA | MAIO 2021
1 | CORREDOR VERDE - RIBEIRA DO ARQUINHO

Diagnóstico:

A Ribeira do Arquinho tem um papel preponderante nesta proposta. Além de não se encontrar
devidamente aproveitada como um valioso activo do território, possui um Leito de Cheia que actual-
mente já entra em conflito com as edificações, dada a pressão da mancha urbana sobre os elementos
naturais. O ponto norte da Área de Intervenção (AI) conta com vias estruturantes, como é o caso da
Rua dos Mogos/Rua de Santo Condestável, Rua Dona Sílvia Alves Teixeira/Av. Eng. José Afonso Mo-
reira de Figueiredo e a Estrada Nacional 107. Existem ainda previstas no PDM a concretização de duas
vias estruturantes que completam o circuito na Rua dos Mogos, com passagem anexa ao núcleo de
Nogueira, aí já na zona central da AI. Estão ainda previstas ligações rodoviárias a Este e a Sul da AI,
retirando pressão à congestionada Rua 5 de Outubro.

A ocupação e uso do solo é de predominância Residencial e Industrial. Ainda que dentro desta
delimitação existam alguns equipamentos públicos colectivos, a área é considerada como que “re-
talhada” na mancha urbana, dada a existência de uma variedade de espaços intersticiais. Denota-se
igualmente uma percentagem considerável de solo permeável, tanto público como privado, ainda que
em nenhum deles exista um espaço verde público de permanência, recreio e lazer.
Com efeito, esta situação aplica-se igualmente ao núcleo central e mais urbanizado do município da
Maia, contígua à envolvente da Área de Intervenção. Não obstante dos espaços verdes concelhios
existentes, o único núcleo urbano de nível 1 não possui uma área desta natureza na dimensão mu-
nicipal, um “pulmão verde da cidade da Maia”. Dada a abrangência geográfica considerada para a
intervenção, pelo carácter de continuidade oferecida pela linha de água, o impacto gerado no território
incluiria ainda o núcleo de Nogueira e Gueifães.

Visão:

A Ribeira do Arquinho é considerada um elemento natural essencial e de elevada importância


no panorama municipal, sendo a única linha de água que atravessa o concelho integralmente de norte
a sul, desaguando finalmente no Rio Leça. De acordo com alguns processos de participação públi-
ca consultados, realizados aos munícipes maiatos, estes fizeram bastantes referências e lembraram
antigas memórias relativas a dinâmicas passadas da população com a ribeira. Além desta memória
colectiva e identitária no panorama municipal, a Ribeira do Arquinho é também o maior afluente do Rio
Leça com proveniência do município maiato. Alavancado pelo programa “Corredor Verde do Leça”
está criada a pertinência e importância da reabilitação destas margens ribeirinhas.

Não se propõem alterações do uso do solo, mas sim a cerzidura da malha urbana através da
criação de um corredor verde, qualificando este território, salvaguardando os elementos naturais e
minimizando potenciais pontos de conflito criados por fenómenos climáticos, como cheias.

As previsões de intervenção municipais para esta área foram também consideradas, nas quais
se incluem a criação de um espaço de acção social, dois equipamentos de ensino (um deles anexo à
já existente Escola Básica e Secundária do Levante da Maia) e a criação de três parques verdes (um
a norte, junto ao centro comercial Maia Jardim, o segundo contíguo à Estrada Nacional 107, na apro-
ximação ao núcleo de Nogueira, e o terceiro anexo à Escola Básica e Secundária do Levante da Maia
e à instalação industrial também presente).

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MUNICÍPIO DA MAIA | MAIO 2021
Com base nestes pressupostos propõe-se a comunhão dos elementos naturais ao longo de
um eixo Verde e Azul, em forma de Corredor Verde, promovendo o Continuum Naturale. A acompa-
nhar o curso de água propõe-se a instalação de um passadiço interligando as zonas de permanência,
criando também novas acessibilidades por meios não motorizados a estabelecimentos de ensino,
equipamentos desportivos e a equipamentos programados por meio de uma pista ciclável dedicada.
As novas acessibilidades criadas, promovendo a mobilidade suave, criariam igualmente novas dinâmi-
cas nos deslocamentos dos núcleos do centro da Maia, Nogueira e Gueifães, contribuindo para uma
repartição modal mais equilibrada de meios de transporte utilizados.

A proposta é complementada a Sul pela continuidade dos passadiços ao longo das margens
ribeirinhas, criando novas acessibilidades suaves integradas com a Rua 5 de Outubro. Não se preten-
de que a mobilidade suave seja exercida apenas em contexto de lazer ou desporto, mas sim como
principal forma de mobilidade, com particular destaque para os movimentos pendulares.
A planta de mobilidade que integra o PDM refere ainda a possibilidade da extensão da linha do Ae-
roporto do Metro do Porto, o que conferiria uma dinâmica transformativa do território ainda mais
acentuada com a presença de um transporte de massas, acrescendo a mobilidade sustentável e a
intermodalidade.

Pelo carácter umbilical, esta proposta está directamente relacionada com a intervenção seguin-
te que se propõe para a Rua 5 de Outubro.

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2 | RECONFIGURAÇÃO DA RUA 5 DE OUTUBRO

Diagnóstico:

A Rua 5 de Outubro é uma via estruturante dentro da hierarquia viária municipal, o principal
acesso entre o Centro da Maia e Milheirós e atende ainda o núcleo de Gueifães no que toca a deslo-
cações entre este e os dois núcleos urbanos anteriormente referidos. É bastante movimentada e dos
seus utilizadores resulta alguma repartição modal, mas é predominantemente utilizada com recurso a
automóveis ligeiros e pesados.

Este arruamento, apesar do seu perfil transversal curto ao longo do seu percurso, destaca-se
como sendo como uma via que origina alguns conflitos entre modos de transporte, dada a pressão
automobilística que se verifica e os fluxos de tráfego que origina. No que concerne a infraestrutura de
formas alternativas de mobilidade, as condições encontradas neste arruamento não são as mais favo-
ráveis e, como tal, a promoção dos modos suaves não é incentivada aos seus utilizadores. Verificam-
-se descontinuidades nos passeios e ausência dos mesmos em certos locais ao longo do percurso e
as velocidades automóveis praticadas desincentivam uma repartição modal mais equilibrada.

Ao nível das características do seu perfil transversal em toda a extensão, a via em apreciação
apresenta diversos perfis distintos, com presença e ausência de passeios, vagas de estacionamento
com diferentes direcções e desprovida de continuidades e coerência.

Analisando ainda o perfil longitudinal da Rua 5 de Outubro verifica-se que esta via confere maio-
ritariamente acesso a habitações unifamiliares e que, devido à entrada e saída de viaturas em virtude
dos movimentos pendulares desta comunidade, existem constrangimentos quanto à fluidez do trá-
fego. Relativamente ao fluxo de veículos motorizados pesados, este arruamento apesar de conceder
acesso a algumas instalações industriais, consideram-se existir vias distribuidoras que melhor servem
este propósito, nomeadamente a norte por utilização da Estrada Nacional 107 e demais arruamentos
perpendiculares a este.

Visão:

Com base no diagnóstico realizado e compreendendo as dinâmicas geradas pela Rua 5 de


Outubro, pretende-se que esta via deixe, orgânica e gradualmente, de ser utilizada como percurso de
veículos pesados e se alterem os padrões de mobilidade actuais, recorrendo a um desenho alternativo
deste arruamento. Com efeito, sugere-se a reconfiguração da via e a supressão de um dos sentidos de
tráfego automóvel, mantendo a circulação no sentido Maia – Milheirós, sendo que a faixa de rodagem
com sentido inverso passe a configurar um espaço canal de promoção de modos suaves de transpor-
te.
Foram analisadas as possíveis alternativas e circuitos de fluxo motorizado, para o caso da in-
tervenção que se propõe. O sentido de trânsito automóvel seleccionado permite manter os actuais
fluxos no nó dos Maninhos, para os utilizadores que emigram do núcleo central do município, sendo
que existem alternativas no fluxo inverso pelo núcleo de Gueifães e a zona da Nortecoope, a sul da AI.
A norte da mesma os circuitos são mais deficitários, ainda que o incremento da Rede Viária prevista no
PDM (referida na proposta nº1), permitiria um melhor fluxo de trânsito e aliviaria a pressão automóvel
na Rua 5 de Outubro.

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A nível do desenho é prevista uma ciclovia bidireccional do lado esquerdo do sentido de trá-
fego motorizado, pelos seguintes motivos: a maioria do tecido construído ao longo do arruamento
encontra-se do lado direito do tráfego, existindo uma menor probabilidade de conflitos com entradas e
saídas de viaturas; existem mais ligações rodoviárias do lado direito do arruamento comparativamente
ao lado esquerdo, minimizando conflitos nas intersecções; o lado esquerdo do arruamento, ao longo
do seu trajecto, é o que se encontra mais deficitário a nível de infraestrutura pedonal.

Reforça-se que o perfil transversal do arruamento é curto e, por existirem avanços e recuos
construtivos, os percursos periféricos da via não são lineares. Tendo este dado em consideração, pro-
põe-se que nos troços onde não exista passeio, a pista ciclável passe a ter uma modalidade partilhada
com o modo pedonal, assinalada pela cor contrastante do pavimento e reforçada por sinalização. Nos
troços onde existam passeios em mau estado de conservação propõe-se uma intervenção de melho-
ria dos mesmos.

A intervenção neste arruamento garantiria a ligação entre o futuro Parque dos Maninhos e o
Parque Fluvial do Alvura, através de infraestrutura de mobilidade sustentável, incrementando a relação
entre esta proposta e a intervenção a decorrer relativa ao Corredor Verde do Leça. Em adição e ainda
com enfoque no Parque dos Maninhos, a intervenção proposta equaciona ainda o possível prolonga-
mento e continuidade da rede ciclável através de ligações à infraestrutura existente na Cidade Despor-
tiva da Maia.

Por sua vez, e como anteriormente referido na proposta nº1, a área intermédia da extensão do
arruamento seria ainda complementada pelo aumento de acessibilidades de modos suaves de trans-
porte, contribuindo para uma repartição modal mais equilibrada.

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3 | LIGAÇÕES MODOS SUAVES - CIRCUITO MOREIRA, MAIA, CASTÊLO DA MAIA
3.1 CIRCUITO MOREIRA - MAIA - CASTÊLO DA MAIA

Diagnóstico

A área a considerar como passível de intervenção tem uma abrangência municipal e pode ser
definida como a zona central compreendida entre limites de três das maiores Áreas de Reabilitação
Urbana concelhias: ARU do centro da Maia, ARU de Moreira/Vila Nova da Telha e ARU da Vila do
Castêlo da Maia. Como elementos importantes, estruturadores e pilares na definição desta proposta
destaca-se o Ecocaminho e o trajecto de três linhas de Metro do Porto que atravessam o município
maiato na orientação norte-sul: abrangido pelas Linhas B e E está o núcleo de Moreira (neste troço
ambas as linhas possuem o mesmo trajecto) e abrangidos pela Linha C os núcleos do centro da Maia
e Castêlo.

O Ecocaminho assegura actualmente um eixo linear e segregado de outras formas de mobili-


dade, promovendo a acessibilidade entre o centro da Maia e o núcleo do Castêlo por modos suaves
de transporte, com término actual no Interface de Mandim. A previsão do seu prolongamento para a
região norte do município assegurará a continuidade deste eixo num fluxo longitudinal norte-sul.

Abrangido por um sistema metropolitano de transportes públicos num fluxo longitudinal, o ter-
ritório maiato assegura assim dinâmicas para municípios periféricos relativos ao seu enquadramento
geográfico, denotando-se deficiências no que toca aos fluxos transversais intramunicipais. A parca
existência de acessibilidades entre as Linhas de Metro do Porto, dentro do município, não contraria a
necessidade que os utentes tenham de sair do concelho para mudar de linha, uma vez que o trans-
bordo é apenas efectuado no município de Matosinhos.

Ainda que existam pontos intermodais que incentivam à utilização dos transportes públicos,
numa modalidade Park and Ride, foram detectadas oportunidades latentes relativas à intermodalidade
com um maior enfoque na mobilidade suave. Tal situação pode ajudar a explicar a predominância da
utilização do automóvel na repartição modal, levando a constrangimentos e excesso de tráfego moto-
rizado nestes três núcleos urbanos.

Importa ainda salientar a importância das Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) e as respectivas
Operações de Reabilitação Urbana (ORU) previstas, em especial neste caso para a de ARU de Morei-
ra e Vila Nova da Telha. Os constrangimentos de tráfego, em particular, no nó da rotunda da Estrada
Nacional 13 (EN13), na aproximação ao Núcleo de Moreira, e do nó anexo ao Mira Maia Shopping
são casos complicados no que toca a fluidez de tráfego. Também previstas para a ARU de Moreira e
Vila Nova Telha estão ORU de intervenção em espaços verdes de enquadramento, de recreio, lazer e
promoção de actividades desportivas.

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Visão:

Esta intervenção considera como âmbito de enfoque principal a promoção dos modos suaves
de transporte, das acessibilidades concelhias e a intermodalidade. É pretendido que se promovam as
ligações ao longo de fluxos transversais no enquadramento municipal, proporcionando alternativas
modais nos acessos aos Interfaces de transporte, assegurando a acessibilidade entre Interfaces de
transporte de massas, promovendo assim a intermodalidade e alternativas aos utilizadores do Metro
do Porto.

Com base no diagnóstico realizado propõe-se a criação de um circuito pedonal e ciclável Maia
- Moreira – Castêlo, usufruindo do troço existente do Ecocaminho e do seu prolongamento previsto.
Esta acção conectaria 3 das freguesias mais populosas do concelho e centros urbanos de nível 1 (Ci-
dade da Maia) e nível 2 (Moreira e Castêlo da Maia). A criação deste circuito promoveria a alteração da
repartição modal actual, procurando introduzir cada vez mais à população o hábito da não utilização
do automóvel e a incorporação de modos suaves de transporte nas rotinas diárias.

O desenho dos novas novas infraestruturas seria posteriormente detalhado em fase de projec-
to, mas mesmo não sendo os trajectos apresentados considerados definitivos, partiriam como base
das seguintes premissas:

- Reconfiguração das vias existentes, para acolher os novos meios de transporte;


- Aproveitamento dos caminhos rurais para integração neste circuito, valorizando as comunidades
rurais e integrando as áreas periurbanas no contexto local e municipal;
- Consideração pelos arruamentos previstos como ORU e integração dos circuitos na rede viária pre-
vista.

A título complementar propõe-se a criação de um novo arruamento entre o nó da rotunda da


EN 13 e uma nova via prevista, anexa ao Mosteiro de Moreira. Estando cientes que este nó se encontra
sob a tutela das Infraestruturas de Portugal, sugere-se uma articulação entre os órgãos municipais e
o IP por forma a resolver os constrangimentos rodoviários que aí se verificam, libertando pressão de
fluxos nas fases consequentes, como no cruzamento da Igreja de Moreira ou na restante extensão da
EN13.
A actual proposta visa ainda conferir ligações e dotar o território de acessibilidades entre os espaços
verdes existentes e os previstos sob a forma de ORU.

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3.2 LOTEAMENTO DO VALE DA RIBEIRA DAS LACEIRAS
CIRCUITO MOSTEIRO DE MOREIRA - VALE DA RIBEIRA DAS LACEIRAS

Diagnóstico:

Por se inserir numa área onde se localizam infraestruturas pesadas de transporte motorizado
(A4 e EN13), a área a intervencionar nesta proposta encontra-se condicionada a nível de acessibilida-
des, onde a extensão da área considerada é composta por terrenos tanto públicos como privados.
Relativamente à inserção urbana e coexistência do natural e do material considera-se que existe uma
fraca interacção entre os elementos naturais, o tecido a construir e o já construído.

Existindo já um projecto de loteamento para a referida AI, este é composto por um conjunto de
12 lotes, sendo que o 12º é o que único que não se insere nesta proposta, como referido no Alvará de
Loteamento. Assim, dos 11 lotes previstos, 5 foram concretizados no topo norte da AI, edificados e
existem já arruamentos que acompanham a disposição dos restantes lotes ainda não edificados (con-
forme apresentado no projecto inicial). No núcleo da área em questão encontra-se uma linha de água
que forma uma lagoa na região central e volta a estreitar o seu leito antes de desaguar no Rio Leça.

A estruturação do território marcada pelos percursos das vias pesadas de transporte, “obriga”
a que esta mancha urbana se direcione para sul, onde se identificam o Parque da ETAR de Moreira e
um troço do rio Leça que limita os concelhos de Maia e Matosinhos. Também devido a estes condi-
cionalismos, existe uma ligação pouco acentuada de modos suaves de transporte entre esta zona e
o núcleo urbano de Moreira, apesar da sua proximidade. É ainda relevante considerar a intervenção já
em curso que se estende desde o Parque de Ponte de Moreira e a Ponte da Pedra, onde se pretende
inserir um percurso pedonal e ciclável com 7 km ao longo do Rio, ao abrigo do projeto do Corredor
Verde do Leça.

Visão:
A AI desta proposta é alicerçada por intervenções em terrenos privados, mas de forma a con-
jugarem-se e criar continuidades com os terrenos e espaços públicos na envolvente. Propõe-se uma
redução do número de lotes e respectivo número de edifícios, mantendo, no entanto, a capacidade
construtiva. A orientação de um deles foi igualmente alterada configurando um desenho mais propício
para a fruição de áreas verdes e uma menor pressão sobre a linha de água, comparativamente ao
projecto original.

Pretende-se igualmente valorizar esta linha de água e criar espaços de permanência, de lazer
e práticas desportivas nas suas margens, assegurando um bom equilíbrio ecológico deste afluente do
Rio Leça. Simultaneamente existe a intenção de integrar as zonas verdes da envolvente do edificado
com o Parque da ETAR de Moreira e, nos espaços verdes de enquadramento às vias pesadas, pro-
põe-se a manutenção e incremento de elementos arbóreos de protecção.

No que concerne ao âmbito de mobilidade, não se propõe a construção de novos arruamentos,


mas sim o incremento dos modos suaves de transporte através de dois percursos pedonais e uma
pista ciclável. O percurso pedonal mais longo garante a acessibilidade de e para as áreas centrais da
AI ao longo dos seus espaços verdes num trajecto transversal e acompanhado pelo segundo percurso
pedonal garantem os espaços canais entre edifícios. A pista ciclável percorre a AI num eixo longitudi-
nal, a acompanhar a linha de água, criando uma ligação a sul complementar à intervenção do Corredor
Verde do Leça. A norte da AI esta pista ciclável faz igualmente a ligação ao núcleo de Moreira, articu-
lado no âmbito da proposta nº3.

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MUNICÍPIO DA MAIA | MAIO 2021
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