Todos os dizeres
são determinados pelo já-dito, ou seja, o interdiscurso sustenta o dizer em uma
esfera de discursos já realizados, mas esquecidos. NÃO HÁ CONTROLE DO
INDIVÍDUO SOBRE ESSA MEMÓRIA.
Condições de produção: são as circunstâncias do discurso (por ex: formações
imaginárias).
Imaginário: Faz parte do funcionamento da linguagem. É responsável por
produzir as imagens dos sujeitos dentro de um discurso. Exemplo: imagem do
sujeito locutor (quem sou para falar assim?), sujeito interlocutor (quem é ele para
me falar assim?), objeto do discurso (do que estou falando/do que me fala?). O
imaginário é responsável pelas PROJEÇÕES que fazemos ao produzir/ouvir
discursos.
Formações Discursivas (FDs): Pecheux entende FDs como existentes dentro
das RELAÇÕES DE CLASSES SOCIAIS. Foucault, por outro lado, não leva em
consideração as divisões de classe. As FDS são regras anônimas e históricas que
determinam o que o sujeito pode ou não dizer. As FDs mostram que os sentidos
não estão nas palavras, sendo determinados pelas posições ideológicas a partir
das quais os discursos são produzidos.
Memória Discursiva: transpassa os sentidos presentes pelas ausências. Embora
pareça estar ligada às lembranças pessoais, a memória discursiva deve ser
entendida como sentidos entrecruzados da memória mítica, memória social
inscrita em práticas, memória construída.
Cultura: deve ser mostrada dentro do seu funcionamento, como correlação das
classes socais. De Nardi e Balzan dizem que homogeneizar a cultura é entendê-la
como um espaço de reafirmação de sentidos já existentes. Por isso, deve-se
pensar a cultura como um lugar de resistência e enfrentamento, o que lhe
garantiria um o viés crítico. Eagleton é contra o uso de cultura como algo
civilizatório. Para ele, também é um lugar de resistência e um campo de disputa
entre saberes e poderes. Eagleton diz que a cultura não pode ser definida porque
é vista como um meio de renovação constante da natureza. Inicialmente os
habitantes da urbe eram considerados cultos e os agricultores não. Quem cultiva
a terra é menos capaz de cultivar a si mesmo porque a agricultura não deixa
espaço para o lazer/cultura. Em momentos posteriores, cultura passou a ser
compreendida como sinônimo de civilização (séc 18), ligada ao iluminismo.
Nesse momento, a cultura deixa de ser sinônimo de civilização para virar seu
antônimo. Posteriormente a cultura abandona seu caráter singular e passa a olhar
a pluralidade. Todas as culturas estão envolvidas umas com as outras. Não há
cultura pura. TODA CULTRA É INCOMPLETA NA MEDIDA EM QUE É
GANHO E PERDA SIMULTANEAMENTE (especializa-se demais em uma
área mas deixa de conhecer otras). ORTIZ exemplifica o apagamento, na américa
latina, das diferenças culturais durante a escravidão. Devemos pensar a cultura
como processo de ressignificação do contínuo.
Discurso: as palavras e seus sentidos não são passíveis de uma interpretação e
nunca são neutras. O discurso é o espaço em que as práticas sociais são
materializadas na linguagem. Mangueneau diz que o conceito de discurso
também integra o sujeito ao funcionamento dos enunciados. O discurso é visto
como objeto histórico-social transpassado pelas ideologias. Através do discurso é
que aprendemos a relação entre linguagem e ideologia.
Ideologia: é o imaginário que medeia a relação do sujeito com suas condições de
existências e é constitutiva da relação do mundo com a linguagem.
Enunciado: é resultado de uma memória discursiva, ou seja, de um repertório de
enunciados que já foram proferidos em outras situações interacionais na qual o
sujeito inconscientemente acessa como uma base para realizar seu discurso.
Formações ideológicas: conjunto de projeções que remetem à atitudes e
representações que os sujeitos fazem de si mesmos e dos demais em uma espécie
de relações de força.