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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

10 – NORMA REGULAMENTADORA NR 10
Um sistema elétrico, na sua concepção mais geral, é constituído pelos equipamentos e materiais
necessários para transportar a energia elétrica desde a usina geradora (fonte) até os pontos onde ela será
utilizada ou consumida (carga).

 AS NORMAS REGULAMENTADORAS E OS ORGÃOS OFICIAIS


 MTE - Ministério do Trabalho e Emprego.
 CPNSEE - Comissão Permanente Nacional sobre Segurança em Energia Elétrica (NR 10/2004).
 NR 3 - Embargo ou Interdição.
 NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
 NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
 NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
 NR 17 - Ergonomia.
 NR 23 - Proteção Contra Incêndios.
 NR 28 - Fiscalização e Penalidades.

NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE


A norma regulamentadora Nº 10 é composta na sua totalidade por 99 itens, cada um com a sua
importância. No entanto, com o objetivo de facilitar um contato inicial com o conteúdo da NR 10,
apresenta-se a seguir um resumo com alguns dos seus itens mais importantes.

10.1 – Objetivo e Campo de Aplicação


10.1.1 A norma NR 10 estabelece os requisitos e condições mínimas para a implementação de medidas
de controle e prevenção, de forma a garantir a segurança dos trabalhadores que interajam em instalações
elétricas e serviços com eletricidade.
10.1.2 Esta norma se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as
etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer
trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais e, na ausência ou
omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

10.2 – Medidas de Controle


10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de
controle do risco elétrico, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde
no trabalho.
10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas
dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e
dispositivos de proteção.
10.2.8 – Medidas de Proteção Coletiva
10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas,
prioritariamente, medidas de proteção coletiva, de forma a garantir a segurança dos trabalhadores.
10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica e,
na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.
10.2.9 – Medidas de Proteção Individual
10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva forem
tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem ser adotados equipamentos de
proteção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas, conforme a NR 6.
10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas
proximidades.

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10.3 – Segurança em Projetos


10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a obrigatoriedade ou não da
interligação entre o condutor neutro e o de proteção (PE) e a conexão à terra das partes condutoras não
destinadas à condução da eletricidade.
10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos trabalhadores autorizados, das
autoridades competentes e de outras pessoas autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado.
10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas Regulamentadoras de Saúde e
Segurança no Trabalho, as regulamentações técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por
profissional legalmente habilitado.
10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, dentre outros itens de segurança, a especificação
das características relativas à proteção contra choques elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais.

10.4 – Segurança na Construção, Montagem, Operação e Manutenção


10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas, reformadas, ampliadas,
reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança dos trabalhadores e dos usuários, e serem
supervisionadas por profissional autorizado.

10.5 – Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas


10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho,
mediante os procedimentos apropriados, obedecida a seqüência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;
c) constatação da ausência de tensão;
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

10.5.2 O estado de instalação desenergizadas deve ser mantido até a autorização para reenergização,
devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos abaixo:
a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;
b) retirada da zona controlada dos trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização;
c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais;
d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;
e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas


10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 V em corrente
alternada ou superior a 120 V em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que
atendam ao que estabelece o item 10.8 desta norma (Habilitação, Qualificação, Capacitação e
Autorização de Trabalhadores).
10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber treinamento de segurança para
trabalhos com instalações elétricas energizadas, com currículo mínimo, carga horária e demais
determinações estabelecidas no Anexo II desta norma.
10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa tensão,
com materiais e equipamentos adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não
advertida.
10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados mediante
procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas no Anexo I desta norma.

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10.7 – Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT)


10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão, que
exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, conforme
Anexo I, devem atender ao disposto no item 10.8 desta norma.
10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de segurança, específico
em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas proximidades, com currículo mínimo,
carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo II desta norma.
10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no
Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente.
10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando
houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por profissional autorizado.
10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em
atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os demais
membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço.

10.8 – Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos Trabalhadores


10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na
área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino (MEC).
10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com
registro no competente conselho de classe (CREA).
10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições,
simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.
10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições estabelecidas
pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.
10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais
habilitados, com anuência formal da empresa.
10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento
específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de
prevenção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o estabelecido no Anexo II desta norma.
10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores capacitados ou
qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com avaliação e aproveitamento
satisfatórios dos cursos constantes do Anexo II desta norma.

10.9 – Proteção Contra Incêndio e Explosão


10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção
contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23.

10.10 – Sinalização de Segurança


10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança,
destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR 26.

10.11 – Procedimentos de Trabalho


10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e realizados em conformidade com
procedimentos de trabalho específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a
passo, assinados por profissional que atenda ao que estabelece o item 10.8 desta norma.

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10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de aplicação, base técnica,
competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas de controle e orientações finais.

10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em condições de exercer a
supervisão e condução dos trabalhos.

10.12 – Situação de Emergência


10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o resgate e prestar primeiros
socorros a acidentados, especialmente por meio de reanimação cardio-respiratória.
10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipamentos de
prevenção e combate a incêndio existentes nas instalações elétricas.

10.13 – Responsabilidades
10.13.1 As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são solidárias aos contratantes e
contratados envolvidos.
10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os riscos a
que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos
elétricos a serem adotados.
10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços em
eletricidade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas.
10.13.4 Cabe aos trabalhadores:
a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou
omissões no trabalho;
b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares,
inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde; e
c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de
risco para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

10.14 – Disposições Finais


10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas,
comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis.
10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta NR, o MTE adotará as
providências estabelecidas na NR 3.
10.14.5 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente, à disposição das autoridades
competentes.

 GLOSSÁRIO
Ao final do seu texto, a NR 10 apresenta um glossário com a definição de 31 termos técnicos,
dentre os quais se encontram os mostrados abaixo.
28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada,
ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais,
ferramentas ou equipamentos que manipule.
30. Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive
acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é
permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.
31. Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões
estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados.

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11 – ANEXOS DA NR 10
11.1 – Zona de Risco e Zona Controlada (ANEXO I)
Tabela 11-1 – Raios de delimitação das zonas de risco, controlada e livre.
Faixa de tensão nominal da Rr - Raio de delimitação entre zona Rc - Raio de delimitação entre zona
instalação elétrica em kV de risco e controlada em metros controlada e livre em metros
<1 0,20 0,70
≥1 e <3 0,22 1,22
≥3 e <6 0,25 1,25
≥ 6 e < 10 0,35 1,35
≥ 10 e < 15 0,38 1,38
≥ 15 e < 20 0,40 1,40
≥ 20 e < 30 0,56 1,56
≥ 30 e < 36 0,58 1,58
≥ 36 e < 45 0,63 1,63
≥ 45 e < 60 0,83 1,83
≥ 60 e < 70 0,90 1,90
≥ 70 e < 110 1,00 2,00
≥ 110 e < 132 1,10 3,10
≥ 132 e < 150 1,20 3,20
≥ 150 e < 220 1,60 3,60
≥ 220 e < 275 1,80 3,80
≥ 275 e < 380 2,50 4,50
≥ 380 e < 480 3,20 5,20
≥ 480 e < 700 5,20 7,20

ZL

ZL
Rc
ZC
Rc ZL
ZC
ZR
ZR
PE
Rr
PE
Rr
SI

Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente


radialmente as zonas de risco, controlada as zonas de risco, controlada e livre, com interposição
e livre. de superfície de separação física adequada.

ZL = Zonal livre.
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e
equipamentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança.
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11.2 – Treinamento (ANEXO II)


O Anexo II da NR 10 estabelece o currículo mínimo, carga horária e demais determinações
relacionadas aos treinamentos que devem ser realizados pelos trabalhadores autorizados.

1. CURSO BÁSICO – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade.


(Para os trabalhadores autorizados)
Carga horária mínima = 40 h.
Programação mínima:
1. Introdução à segurança com eletricidade.
2. Riscos em instalações e serviços com eletricidade.
3. Técnicas de análise de risco.
4. Medidas de controle do risco elétrico.
5. Normas técnicas brasileiras – NBR da ABNT: NBR 5410, NBR 14039 e outras.
6. Regulamentação do MTE.
7. Equipamentos de proteção coletiva.
8. Equipamentos de proteção individual.
9. Rotinas de trabalho – procedimentos.
10. Documentação de instalações elétricas.
11. Riscos adicionais.
12. Proteção e combate a incêndios.
13. Acidentes de origem elétrica.
14. Primeiros socorros.
15. Responsabilidades.

2. CURSO COMPLEMENTAR – Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas


Proximidades.
(É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter participado, com aproveitamento
satisfatório, do curso básico definido anteriormente)
Carga horária mínima = 40 h.
Programação mínima:
1. Organização do sistema elétrico de potência – SEP.
2. Organização do trabalho.
3. Aspectos comportamentais.
4. Condições impeditivas para serviços.
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção. (*)
6. Técnicas de análise de risco no SEP. (*)
7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. (*)
8. Técnicas de trabalho sob tensão. (*)
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verificação e ensaios). (*)
10. Sistemas de proteção coletiva. (*)
11. Equipamentos de proteção individual. (*)
12. Posturas e vestuários de trabalho. (*)
13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos. (*)
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho. (*)
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso. (*)
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento e transporte de acidentados. (*)
17. Acidentes típicos – análise, discussão e medidas de proteção. (*)
18. Responsabilidades. (*)
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições de trabalho
características de cada ramo, padrão de operação, nível de tensão e de outras peculiaridades específicas
ao tipo ou condição especial de atividade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico do
trabalhador.

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12 – CÁCULO DA INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA


No projeto de instalações elétricas, para se poder dimensionar os condutores e dispositivos de
proteção, deve-se calcular previamente a intensidade da corrente elétrica que por eles irá passar.
Podemos distinguir duas conceituações para a corrente elétrica, aplicáveis ao caso.

12.1 – Corrente Nominal (In)


É a corrente consumida pelo equipamento de utilização, de modo a operar segundo condições
prescritas em seu projeto de fabricação que, em muitos casos, vem indicada na plaqueta fixada na carcaça
do equipamento. Quando isto não ocorre, deveremos calcular a corrente nominal In, conforme veremos a
seguir, usando para este cálculo as informações da Tabela 12-1.
Dependendo do tipo de circuito, poderá ser utilizada uma das equações a seguir:

Resistivos Pn Pn
Circuitos In = In =
(Lâmpadas incandescentes VF VL
Monofásicos e resistências)
F + N; F + F;
2F + N Indutivos In =
Pn
In =
Pn
V F ⋅ cos ϕ ⋅ η V L ⋅ cos ϕ ⋅ η
(Reatores e motores)
Pn
Equilibrados (3F) In =
Circuitos 3 ⋅ VL ⋅ cos ϕ ⋅ η
Trifásicos Pn
Desequilibrados (3F + N) In =
3 ⋅ VF ⋅ cos ϕ ⋅ η
In – Corrente nominal do equipamento ou circuito em A.
Pn – Potência elétrica nominal do equipamento ou circuito em W.
VF – Tensão de fase ou diferença de potencial entre fase e neutro (220 V).
VL – Tensão de linha ou diferença de potencial entre fases (380 V).
η – Rendimento do equipamento em %.
cosϕ – Fator de potência do equipamento ou do circuito.

Tabela 12-1 – Valores típicos para o fator de potência e o rendimento, a ser utilizados na falta de dados
específicos do fabricante. Para os equipamentos de uso mais comum em instalações elétricas residenciais.

EQUIPAMENTOS cos θ Rendimento η


ILUMINAÇÃO
Incandescente 1,0 1,0
Mista 1,0 1,0
Fluorescente c/ reator não-compensado (baixo FP)
com starter - 18 a 65 W 0,50 0,60 a 0,83
partida rápida - 20 a 110 W 0,50 0,54 a 0,80
Fluorescente c/ reator compensado (alto FP)
com starter - 18 a 65 W 0,85 0,60 a 0,83
partida rápida - 20 a 110 W 0,85 0,54 a 0,80
MOTORES (trifásicos, com rotor de gaiola)
até 600 W 0,50 —
de 1 a 4 CV 0,75 0,75
de 5 a 50 CV 0,85 0,80
mais de 50 CV 0,90 0,90
RESISTORES (aquecimento elétrico) 1,0 1,0

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12.2 – Corrente de Projeto (Ip)

É a corrente que um circuito de distribuição ou terminal deve transportar, operando em condições


normais, quando não se espera que todos os equipamentos a ele ligados estejam sendo utilizados, isto é,
que funcionem simultaneamente.

Normalmente não estarão funcionando todos os equipamentos da instalação, principalmente os


que atuam ligados a tomadas, de modo que se pode considerar no dimensionamento dos alimentadores
uma corrente inferior (Ip), uma vez que a potência demandada é inferior à potência instalada. A corrente
de projeto Ip é calculada multiplicando-se a corrente nominal, correspondente à potência nominal, pelos
seguintes fatores:
f1 = g = fator de demanda. Aplicável a circuitos de distribuição (entre o quadro geral e o quadro
terminal). Não se usa em circuitos terminais, a partir do último quadro de distribuição.
f2 = fator de utilização. Decorre do fato de que nem sempre um equipamento é solicitado a
trabalhar com sua potência nominal. Isto acontece normalmente com motores e não deve ser
considerado como aplicável a lâmpadas e tomadas, aparelhos de aquecimento e de ar
condicionado. Para estes casos, f2 = 1, isto é, a potência utilizada é igual à potência nominal. Na
falha de indicações mais rigorosas quanto ao comportamento dos motores, pode-se adotar, para o
caso em questão, f2 = 0,75.
f3 = fator de crescimento de carga. Fator que leva em consideração um aumento futuro de carga
do circuito alimentador. Quando não se for prever nenhum aumento, f3 = 1.
f4 = fator aplicável a circuitos de motores. Na determinação de f4 costuma-se acrescentar 25% à
carga do motor de maior potência.
Pode ser calculada pela equação apresentada a seguir:
Ip = In . f1 . f2 . f3 . f4

Observação Importante:
 Nos circuitos terminais devem ser considerados os valores apresentados abaixo:
f1 = f2 = f3 = f4 = 1,0. Logo, para os circuitos terminais Ip = In.

13 – OS CONDUTORES ELÉTRICOS

Condutor elétrico é um corpo constituído de material bom condutor, destinado à transmissão da


eletricidade. Em geral é de cobre eletrolítico e, em certos casos, de alumínio.

Fig. 13-1 – Fio: é um condutor sólido, maciço, em geral de seção circular, com ou sem isolamento.

Fig. 13-2 – Cabo: é um conjunto de fios encordoados, não isolados entre si.

Os cabos podem ser isolados ou não (cabo nu), conforme o uso a que se destina. São mais
flexíveis que um fio de mesma capacidade de carga.

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Com freqüência, os eletrodutos conduzem os condutores de fase, neutro e terra, simultaneamente.


Esses condutores são eletricamente isolados com um revestimento de material mau condutor de
eletricidade, e que constitui a isolação do condutor. Um cabo isolado é um cabo que possui isolação.
Além da isolação, recobre-se com uma camada denominada cobertura quando os cabos devem ficar em
instalação exposta, colocados em bandejas ou diretamente no solo.

Isolação - É aplicada sobre o condutor com a finalidade de isolá-lo eletricamente do ambiente que o
circunda ou de outros condutores próximos (instalados no mesmo eletroduto).
Ex: Cloreto de Polivinila (PVC), Polietileno (PE).

Fig. 13-3 – Diferenças entre isolação e isolamento.

Cobertura - É um invólucro externo não metálico e contínuo, sem função de isolação, destinado a
proteger o fio ou cabo contra influências externas.

Fig. 13-4 – Visualização da 1ª camada de isolação e da 2ª camada de cobertura, em um fio e em um cabo.

Os cabos podem ser:


• unipolares, quando constituídos por um condutor de fios trançados com cobertura
isolante protetora;
• multipolares, quando constituídos por dois ou mais condutores isolados, protegidos por
uma camada protetora de cobertura comum.

Fig. 13-5 – Exemplo de um cabo unipolar.

Fig. 13-6 – Exemplo de um cabo multipolar (com três condutores).


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13.1 – Tipos de Condutores

Trataremos especificamente dos condutores para baixa tensão (0,6 kV – 0,75 kV – 1 kV).

Em geral, os fios e cabos são designados em termos de seu comportamento quando submetidos à
ação do fogo, isto é, em função do material de sua isolação e cobertura. Assim os cabos elétricos podem
ser classificados em quatro grandes categorias:

(1) Propagadores de chama – São aqueles que entram em combustão sob a ação direta da chama e a
mantém mesmo após a retirada da chama. Tais cabos podem contribuir para o desenvolvimento e a
propagação dos incêndios.
Ex - Etilenopropileno (EPR) e o Polietileno reticulado (XLPE).

(2) Não propagadores de chama – Removida a chama ativadora, a combustão do material cessa. A chama
se auto-extingue após cessar a causa ativadora da mesma.
Ex - Cloreto de polivinila (PVC) e o neoprene.

(3) Resistentes à chama – Mesmo em caso de exposição prolongada, a chama não se propaga ao longo do
material isolante do cabo.
Ex - Sintenax Antiflam, da Pirelli e o Noflam BWF 750 V, da Ficap.

(4) Resistentes ao fogo – São materiais especiais incombustíveis, que permitem o funcionamento do
circuito elétrico mesmo em presença de um incêndio (exposição à chama direta, 750 ºC, por 3 horas). Tais
cabos são particularmente utilizados para circuitos de segurança e sinalizações de emergência.

13.2 – Normas a serem Atendidas por cada Tipo de Isolação

Os cabos unipolares e multipolares devem atender às seguintes normas:

a) os cabos com isolação de EPR, à ABNT NBR 7286;

b) os cabos com isolação de XLPE, à ABNT NBR 7287;

c) os cabos com isolação de PVC, à ABNT NBR 7288 ou à ABNT NBR 8661.

Os condutores isolados com isolação de PVC de acordo com a ABNT NBR NM 247-3 devem ser
não-propagantes de chama.

Os cabos não-propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e


gases tóxicos devem atender à ABNT NBR 13248.

OBS: Os cabos não-propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases
tóxicos podem ser condutores isolados, cabos unipolares e cabos multipolares.

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14 – DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES ELÉTRICOS


Após o cálculo da intensidade da corrente de projeto Ip de um circuito, procede-se o
dimensionamento do condutor capaz de permitir, sem excessivo aquecimento e com uma queda de tensão
predeterminada, a passagem da corrente elétrica. Além disso, os condutores devem ser compatíveis com
a capacidade dos dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito (sobrecorrentes).
Uma vez determinadas as seções possíveis para o condutor, calculadas de acordo com os critérios
utilizados, escolhe-se em tabela de capacidade de condutores, padronizados e comercializados, o fio ou
cabo cuja seção seja igual ou maior do que o valor da seção calculada.
Dimensionar um circuito, terminal ou de distribuição, é determinar a seção dos condutores e a
corrente nominal do dispositivo de proteção contra sobrecorrentes. No caso mais geral, o
dimensionamento de um circuito deve seguir as seguintes etapas:
1. Determinação da corrente de projeto;
2. Escolha do tipo de condutor e sua maneira de instalar (isto é, escolha do tipo de linha
elétrica a ser utilizado);
3. Determinação da seção do condutor pelo critério da capacidade de condução de corrente;
4. Determinação da seção do condutor pelo critério da queda de tensão admissível;
5. Escolha da proteção contra correntes de sobrecarga e aplicação dos critérios de
coordenação entre condutores e proteção contra correntes de sobrecargas;
6. Escolha da proteção contra correntes de curto-circuito e aplicação dos critérios de
coordenação entre condutores e proteção contra correntes de curtos-circuitos.
A seção dos condutores será a seção nominal que atender a todos os critérios utilizados.

14.1 – Seções Mínimas dos Condutores (Critério da Seção Mínima)


• Em instalações residenciais só podem ser empregados condutores de cobre, exceto condutores de
aterramento e proteção.
• Em instalações comerciais é permitido o emprego de condutores de alumínio com seções iguais ou
superiores a 50 mm2.
• Em instalações industriais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que sejam obedecidas
simultaneamente as seguintes condições:
• Seção nominal dos condutores seja ≥ 16 mm2.
• Potência instalada seja igual ou superior a 50 kW.
• Instalações e manutenção qualificadas.
Tabela 14-1 – Seções mínimas dos condutores.
Tipo de Instalação Utilização do Circuito Seção mínima do condutor
(mm2) - Material
Circuitos de iluminação 1,5 - Cu
16 - Al
Cabos Circuitos de força 2,5 - Cu
isolados (Tomadas de corrente) 16 - Al
Instalações Circuitos de sinalização e
0,5 - Cu
fixas em circuitos de controle
geral Circuitos de força 10 - Cu
Condutores 16 - Al
nus Circuitos de sinalização e
4 - Cu
circuitos de controle
Para um equipamento específico Como especificado na
norma do equipamento
Ligações flexíveis feitas Para qualquer outra aplicação
0,75 - Cu
com cabos isolados (Extensões)
Circuitos a extra-baixa tensão 0,75 - Cu

61
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

14.2 – Critério da Capacidade de Condução de Corrente (Critério do Aquecimento)

O condutor não pode ser submetido a um aquecimento exagerado provocado pela passagem da
corrente elétrica, pois a isolação e a cobertura do mesmo poderiam vir a ser danificadas. Entre os fatores
que devem ser considerados na escolha da seção de um fio ou cabo, supostamente operando em condições
de aquecimento normais, destacam-se:
1. O tipo de isolação e de cobertura do condutor, em geral é de PVC;
2. O número de condutores carregados, isto é, de condutores vivos, efetivamente percorridos
pela corrente (ver Tabela 14-2);
3. A maneira de instalar os cabos (ver Tabela 14-3);
4. A proximidade de outros condutores, agrupamento com outros circuitos (ver Tabela 14-4);
5. A temperatura ambiente ou do solo no caso de linhas subterrâneas (ver Tabela 14-5);

Tabela 14-2 – Número de condutores carregados.

Tipo do Circuito Número de Condutores Carregados


F+N
2
F+F
2F + N
3F 3
3F + N (equilibrado)
3F + N (lâmpadas de descarga) 4

Tabela 14-3 – Tipos de linhas elétricas.

Referência Descrição
Condutores isolados, cabos unipolares ou multipolares em eletroduto embutido em parede
1 termicamente isolante.
A 2 Cabos unipolares ou cabos multipolares embutidos diretamente em parede isolante.
Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto contido em canaleta
3 fechada.
1 Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente.
2 Condutores isolados ou cabos unipolares em calha.
3 Condutores isolados ou cabos unipolares em moldura.
Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto contido em canaleta
B 4 aberta ou ventilada.
Condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto embutido em
5 alvenaria.
6 Cabos unipolares ou cabos multipolares contidos em blocos alveolados.
1 Cabos unipolares ou cabos multipolares diretamente fixado em parede ou teto.
2 Cabos unipolares ou cabos multipolares embutidos diretamente em alvenaria.
C 3 Cabos unipolares ou cabos multipolares em canaleta aberta ou ventilada.
4 Cabo multipolar em eletroduto aparente.
5 Cabo multipolar em calha.
1 Cabos unipolares ou cabos multipolares em eletroduto enterrado no solo.
D 2 Cabos unipolares ou cabos multipolares enterrados – diretamente – no solo.
3 Cabos unipolares ou cabos multipolares em canaleta fechada.

62
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Tabela 14-4 – Fatores de correção para agrupamento de mais de um circuito ou mais de um cabo
multipolar instalado em eletroduto ou calha, ou agrupados sobre uma superfície — k1.

Número de Circuitos Agrupados Fator de Agrupamento (k1)


1 1,00
2 0,80
3 0,70
4 0,65
5 0,60
6 0,57
7 0,54
8 0,52
9 a 11 0,50
12 a 15 0,45
16 a 19 0,41
≥ 20 0,38

Para a correção da corrente de projeto calculada (Ip) para cada circuito, se faz necessário consultar
a planta com a representação gráfica da fiação e seguir o percurso dos condutores de cada circuito,
observando neste trajeto qual a situação em que temos o maior número de circuitos agrupados no
eletroduto.

Após a identificação do maior agrupamento de cada circuito no projeto, ou seja, após a


determinação do fator de correção (k1), divide-se o valor da corrente de projeto (Ip) pelo respectivo fator
de agrupamento obtendo-se uma corrente fictícia de projeto (Ip’), ou corrente de projeto corrigida.

EXEMPLO: Em um trecho de uma instalação elétrica o Circuito 1 (Iluminação) tem o seu maior
agrupamento com mais quatro circuitos. A corrente de projeto calculada para o Circuito 1 foi de 4,8 A.
Qual o valor da corrente de projeto corrigida?
Maior número de circuitos agrupados dentro dos eletrodutos = Circuito 1 + 4 Circuitos = 5 Circuitos.
Valor do fator de correção k1, (ver Tabela 14-4) = 0,60.
Ip 4,8
I p '= = = 8 A.
k1 0,60

Tabela 14-5 – Fator de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30ºC para cabos não
enterrados e de 20ºC (temperatura do solo) para cabos enterrados — k2.

Ambiente Do Solo
Fator Térmico (k2) Fator Térmico (k2)
Temperatura Temperatura
Isolação Isolação
(°C) (°C)
PVC EPR ou XLPE PVC EPR ou XLPE
10 1,22 1,15 10 1,10 1,07
15 1,17 1,12 15 1,05 1,04
20 1,12 1,08 25 0,95 0,96
25 1,06 1,04 30 0,89 0,93
35 0,94 0,96 35 0,84 0,89
40 0,87 0,91 40 0,77 0,85
45 0,79 0,87 45 0,71 0,80
50 0,71 0,82 50 0,63 0,76
55 0,61 0,76 55 0,55 0,71
60 0,50 0,71 60 0,45 0,65

63
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Após a determinação de todos os fatores de correção que se façam necessária, calcula-se a


corrente de projeto corrigida Ip’, através da aplicação da fórmula apresentada a baixo, e entra-se com este
valor na Tabela 14-6 ou na Tabela 14-7 obtendo-se desta forma a bitola do condutor.
Ip Ip Ip
I p '= ou ou
k1 k2 k1 × k 2

Tabela 14-6 – Capacidade de condução de corrente, em ampères, para as maneiras de instalar A, B, C e D.


— Condutores e cabos de cobre, com isolação de PVC.
— 2 e 3 condutores carregados.
— Temperatura no condutor: 70ºC.
— Temperatura ambiente: 30ºC para linhas não-subterrâneas e 20ºC para linhas subterrâneas.
Condutores de COBRE, com isolação de PVC
Maneiras de Instalar (Tipos de Linhas)
Seções
A B C D
Nominais
Condutores Carregados Condutores Carregados Condutores Carregados Condutores Carregados
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3
1 11 10,5 13,5 12 15 13,5 17,5 14,5
1,5 14,5 13 17,5 15,5 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 24 21 26 24 29 24
4 26 24 32 28 35 32 38 31
6 34 31 41 36 46 41 47 39
10 46 42 57 50 63 57 63 52
16 61 56 76 68 85 76 81 67
25 80 73 101 89 112 96 104 86
35 99 89 125 111 138 119 125 103
50 119 108 151 134 168 144 148 122
70 151 136 192 171 213 184 183 151
95 182 164 232 207 258 223 216 179
120 210 188 269 239 299 259 246 203

Tabela 14-7 – Capacidade de condução de corrente, em ampères, para as maneiras de instalar A, B, C e D.


— Condutores e cabos de cobre, com isolação de EPR ou XLPE.
— 2 e 3 condutores carregados.
— Temperatura no condutor: 90ºC.
— Temperatura ambiente: 30ºC para linhas não-subterrâneas e 20ºC para linhas subterrâneas.
Condutores de COBRE, com isolação de EPR ou XLPE
Maneiras de Instalar (Tipos de Linhas)
Seções
A B C D
Nominais
Condutores Carregados Condutores Carregados Condutores Carregados Condutores Carregados
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3
1 15 13 18 16 19 17 21 17
1,5 19 17 23 20 24 22 26 22
2,5 26 23 31 28 33 30 34 29
4 35 31 42 37 45 40 44 37
6 45 40 54 48 58 52 56 46
10 61 54 75 66 80 71 73 61
16 81 73 100 88 107 96 95 79
25 106 95 133 117 138 119 121 101
35 131 117 164 144 171 147 146 122
50 158 141 198 175 209 179 173 144
70 200 179 253 222 269 229 213 178
95 241 216 306 269 328 278 252 211
120 278 249 354 312 382 322 287 240

64
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

14.3 – Critério da Máxima Queda de Tensão Admissível (Critério da Queda de Tensão)

Para que os aparelhos, equipamentos e motores possam funcionar satisfatoriamente, é necessário


que a tensão, sob a qual a corrente lhes é fornecida, esteja dentro de limites prefixados. Ao longo do
circuito, desde o quadro geral ou a subestação até o ponto de utilização em um circuito terminal, ocorre
uma queda na tensão. Assim, é necessário dimensionar os condutores para que esta redução na tensão não
ultrapasse os limites estabelecidos pela norma NBR 5410, da ABNT.

Os limites para a queda de tensão nas instalações são os seguintes:


1. Instalações Alimentadas a partir da Rede de Alta Tensão, isto é, a partir da Subestação.
• Iluminação e tomadas: 7%
• Outros usos: 7%
2. Instalações Alimentadas Diretamente em Rede de Baixa Tensão, a partir do Quadro Geral.
• Iluminação e tomadas: 5%
• Outros usos: 5%

Observação Importante:
 Para qualquer dos dois casos, a queda de tensão, a partir do quadro terminal até o dispositivo ou
equipamento consumidor de energia, deverá ser, no máximo, de 4% (ver Figura 14-1).

4%

1%

7%
1%

1%

Limite de Queda de Tensão,


conforme a NBR 5410:2004.
Fig. 14-1 – Limites máximos de queda de tensão estabelecidos pela NBR 5410 (7%) e COPEL (5,5%).

65
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

14.3.1 - Método da Queda de Tensão Unitária

Para o dimensionamento do condutor, pode-se adotar o procedimento a seguir descrito.

Conhecendo-se:
• O material do eletroduto (se é magnético ou não-magnético).
• A corrente de projeto, Ip (em ampères).
• O fator de potência, cos θ.
• A queda de tensão admissível para o caso, em porcentagem (∆V%). Se 4% usar 0,04.
• O comprimento do circuito, l (em km).
• A tensão nominal do circuito, Vn (em volts).

Calcula-se:

• A queda de tensão admissível, ∆V (em volts).


∆V = (∆V% ) × (Vn )

• A queda de tensão em [volts/(ampères×km)].

 
 
 V   ∆V   V   ∆V 
 = ou  = n
 A × km   I p × l   A × km   I × l 
∑ i i 
 i =1 
• A seção nominal do condutor, entrando na Tabela 14-8 com o valor calculado acima.

Tabela 14-8 – Quedas de tensão unitárias. Condutores isolados com PVC em eletroduto ou calha fechada.

Eletroduto ou calha de
Eletroduto ou calha de material não-magnético
material magnético
Seção
Circuito monofásico ou
Nominal Circuito monofásico Circuito trifásico
trifásico
(mm2)
cos θ = 0,80 cos θ = 0,95 cos θ = 0,80 cos θ = 1,0 cos θ = 0,80 cos θ = 0,95
V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km) V/(A×km)
1,5 23,03 27,6 20,2 24,0 23,0 27,4
2,5 14,03 16,9 12,4 14,7 14,0 16,8
4 8,9 10,6 7,8 9,2 9,0 10,5
6 6,0 7,1 5,2 6,1 5,9 7,0
10 3,6 4,2 3,2 3,7 3,5 4,2
16 2,3 2,7 2,0 2,3 2,3 2,7
25 1,5 1,7 1,3 1,5 1,5 1,7
35 1,1 1,2 0,98 1,1 1,1 1,2
50 0,85 0,94 0,76 0,82 0,86 0,95
70 0,62 0,67 0,55 0,59 0,64 0,67
95 0,48 0,50 0,50 0,43 0,50 0,51
120 0,40 0,41 0,36 0,36 0,42 0,42
150 0,35 0,34 0,31 0,30 0,37 0,35
185 0,30 0,29 0,27 0,25 0,32 0,30
240 0,26 0,24 0,23 0,21 0,29 0,25

Atenção:
 Para o cálculo da queda de tensão num circuito deve ser utilizada a corrente de projeto do circuito Ip e
não a corrente de projeto corrigida Ip’.
66
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

14.3.2 - Fórmula Simplificada

Roteiro para circuitos monofásicos:


A seção mínima do condutor de um circuito monofásico pode ser determinada pelo critério da
máxima queda de tensão admissível, de modo simplificado, a partir da seguinte fórmula:

200 × ρ × ∑ (lc × I c )
S= (mm2)
∆V% × V fn

Onde:
S ⇒ Seção do condutor (mm2);
ρ ⇒ Resistividade do material condutor (cobre: 1/56 Ω.mm2/m);
lc ⇒ Comprimento do circuito (m);
Ic ⇒ Corrente da carga (A);
∆V% ⇒ Queda de tensão máxima admissível (3% = 3);
Vfn ⇒ Tensão de fase (V).

Roteiro para circuitos trifásicos:


A seção mínima do condutor de um circuito monofásico pode ser determinada pelo critério da
máxima queda de tensão admissível, de modo simplificado, a partir da seguinte fórmula:

100 × 3 × ρ × ∑ (l c × I c )
S= (mm2)
∆V% × V ff

Onde:
Vff ⇒ Tensão de linha (V).

EXEMPLO: Um circuito de distribuição trifásico com condutores instalados em eletrodutos de PVC


aparente, tensão nominal de 220 V, possui um comprimento total de 100 m (desde seu ponto inicial até o
quadro terminal de cargas). A queda de tensão máxima prevista é de 3% (pelas condições particulares do
projeto), o fator de potência considerado é de 0,80 e uma corrente de projeto calculada de 85 A.
Dimensione os condutores do circuito através da aplicação dos dois critérios estudados?
a) Critério da Máxima Capacidade de Condução de Corrente.
Ip = 85 A; S = 25 mm2, com Iz = 89 A.
b) Critério da Máxima Queda de Tensão Admissível.
Método da Queda de Tensão Unitária:
∆V = ∆V(% ) × Vn = 0,03 × 220 = 6 ,6 V .
 V  ∆V 6 ,6 V
 = = = 0,78 .
 A × km  I p × l 85 × 0,1 A × km
Na Tabela 1-8, para o valor 0,78, achamos S = 50 mm2, com 0,76 = V/(A×km).
Fórmula Simplificada:
1
100 × 3 × ρ × ∑ (l c × I c ) 100 × 3 ×
56
× 100 × 85
S= = = 39,83mm 2
∆V% × V ff 3 × 220
A seção nominal imediatamente superior a 39,83 mm2 é de: S = 50 mm2.

67
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

14.4 – Seção Nominal do Condutor Neutro


O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito.
O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor de fase.
Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for
superior a 15%, a seção do condutor neutro não deve ser inferior à dos condutores de fase, podendo ser
igual à dos condutores de fase se essa taxa não for superior a 33%.
OBS 1: Tais níveis de correntes harmônicas são encontrados, por exemplo, em circuitos que alimentam
luminárias com lâmpadas de descarga, incluindo as fluorescentes.
Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito com duas fases e neutro, a taxa de
terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 33%, pode ser necessário um condutor neutro com
seção superior à dos condutores de fase.
OBS 2: Tais níveis de correntes harmônicas são encontrados, por exemplo, em circuitos que alimentam
principalmente computadores ou outros equipamentos de tecnologia de informação.
OBS 3: Para se determinar a seção do condutor neutro, com confiança, é necessária uma estimativa
segura do conteúdo de terceira harmônica das correntes de fase e do comportamento imposto à corrente
de neutro pelas condições de desequilíbrio em que o circuito pode vir a operar.
Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores de fase tenham uma seção nominal superior
a 25 mm2, a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos condutores de fase, sem ser inferior aos
valores indicados na Tabela 14-9, em função da seção dos condutores de fase, quando as três condições
seguintes forem simultaneamente atendidas:
a) o circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal;
b) a corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos superior a 15%; e
c) o condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes.
OBS 4: Os valores da Tabela 14-9 são válidos quando os condutores fase e neutro forem do mesmo metal.
Tabela 14-9 – Seção do condutor neutro, em relação ao condutor fase.
Seção dos condutores fase Seção mínima do condutor neutro
(mm2) (mm2)
S ≤ 25 Mesma seção do condutor fase S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185

14.5 – Seção Nominal dos Condutores de Proteção (PE)

Tabela 14-10 – Seção mínima dos condutores de proteção em relação à seção dos condutores fases.

Seção dos condutores fases (S) Seção mínima dos condutores de proteção (S’)
(mm2) (mm2)
S ≤ 16 S’ = S
16 < S ≤ 35 S’ = 16
S > 35 S’ ≥ S/2

68
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

15 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO DOS CIRCUITOS

Os condutores e equipamentos que fazem parte de um circuito elétrico devem ser protegidos
automaticamente contra curtos-circuitos e contra sobrecargas (intensidade de corrente acima do valor
compatível com o aquecimento do condutor e que poderiam danificar a isolação do mesmo ou deteriorar
o equipamento). Os dispositivos classificam-se conforme o objetivo ao qual se destinam:
1. Dispositivos que assegurem apenas proteção contra curto-circuito (Disjuntores com Proteção
Eletromagnética apenas e Fusíveis).
2. Dispositivos que protejam eficazmente apenas contra sobrecargas (Disjuntores com Proteção
Térmica apenas e Relés Térmicos).
3. Dispositivos que proporcionem segura proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos
(Disjuntores com Proteção Térmica e Eletromagnética).

15.1 – Tipos de Fusíveis

O fusível pode ser considerado como uma resistência devidamente protegida que deve fundir com
a passagem da corrente de sobrecarga ou curto-circuito. Os tipos mais comuns são:
a) Fusível Tipo Rolha: é um fusível de baixa tensão em que um dos contatos é uma peça
roscada, que se fixa no contato roscado correspondente da base (ver Figura 15-1).
b) Fusível Tipo Cartucho: é um fusível de baixa tensão cujo elemento fusível é encerrado em
um tubo protetor de material isolante, com contatos nas extremidades. Pode se apresentar de
duas formas tipo virola e tipo faca ou baioneta (ver Figura 15-2 e 15-3).
c) Fusível tipo D (ou Diazed, que é a marca registrada da Siemens): é um fusível limitador de
corrente, de baixa tensão, cujo tempo de interrupção é tão curto que o valor de crista da
corrente de curto-circuito presumida não é atingido. Estes fusíveis são usados na proteção de
condutores de rede de energia elétrica e circuitos de comando (na proteção de motores
empregam-se fusíveis do tipo retardado, que não fundem com a corrente de partida do
motor). São empregados para correntes de 2 a 100 A (ver Figura 15-4).
d) Fusível NH: é um fusível limitador de corrente de alta capacidade de interrupção, para
correntes nominais de 6 a 1.000 A em aplicações industriais. Protegem os circuitos contra
curtos-circuitos e também contra sobrecargas de curta duração, como acontece na partida de
motores de indução com rotor em gaiola (ver Figura 15-5).

Fig. 15-1 – Fusível tipo rolha. Fig. 15-2 – Fusível cartucho tipo virola.

Fig. 15-3 – Fusível tipo faca.

69
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Tampa Base
Capa de Proteção

Fusível

Parafuso de Ajuste

Chave para Punho Saca Fusível


Parafuso de Ajuste
Anel de Proteção Fusível

Base Unipolar

DIA - diâmetro
DIAZED: Z - 2 partes (bipartido) NH: N - baixa tensão
ED - rosca tipo Edson H - alta capacidade de interrupção

Fig. 15-4 – Fusível tipo D. Fig. 15-5 – Fusível NH.

15.2 – Tipos de Disjuntores


Denominam-se disjuntores os dispositivos de manobra e proteção, capazes de estabelecer,
conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito, assim como estabelecer, conduzir por
tempo especificado e interromper correntes em condições anormais especificadas do circuito, tais como
as de curto-circuito. Podem ser unipolares, bipolares e tripolares. Os tipos mais comuns são:
a) Disjuntores Térmicos: possuem um dispositivo de interrupção da corrente constituído por
lâminas de metais de coeficientes de dilatação térmica diferentes (latão e aço), soldadas. A
dilatação desigual das lâminas, por efeito do aquecimento provocado por uma corrente de
sobrecarga moderada de longa duração, faz interromper a passagem da corrente no circuito,
porque a dilatação desigual das lâminas determina que as mesmas se curvem e desliguem o
dispositivo (ver Figura 15-6).
b) Disjuntores Magnéticos: são providos de relés magnéticos (bobinas de abertura) que atuam
mecanicamente, desligando o disjuntor quando ocorre uma corrente de curto-circuito que é
intensa e de curta duração (relés de máxima). Os tipos que possuem “bobina de mínima”
desarmam quando falta tensão em uma das fases (ver Figura 15-7).
c) Disjuntores Termomagnéticos: apresentam as características térmica e magnética em um
mesmo dispositivo. Também chamado de proteção magnetotérmica (ver Figura 15-8).

70
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

ATENÇÃO: Qualquer corrente que exceda um valor nominal pré-fixado (por exemplo, a corrente
nominal de um equipamento In ou a capacidade de condução de corrente de um condutor Iz) é chamada de
Sobrecorrente. Se tivermos um valor nominal de 50 A, uma corrente de 51 A, será uma sobrecorrente e
uma de 5.000 A também será uma sobrecorrente. Nas instalações elétricas, as sobrecorrentes podem ser
de dois tipos: as correntes de sobrecarga (subdimensionamento de circuitos, substituição de equipamentos
por outros de potência maior ou inclusão de equipamentos não previstos) e as correntes de falta (falha na
isolação dos condutores, corrente de fuga ou corrente de curto-circuito).
• Sobrecarga: corrente elétrica de intensidade moderada e longa duração, não produzida por falta.
• Curto-Circuito: corrente elétrica de altíssima intensidade e curta duração, produzida por uma
falta direta entre condutores vivos (fases e neutro).

Fig. 15-6 – Disjuntor com proteção térmica apenas.

Fig. 15-7 – Disjuntor com proteção eletromagnética apenas.

Fig. 15-8 – Disjuntor com proteção térmica e eletromagnética.

71
Instalações Elétricas de Baixa Tensão

15.3 – Dispositivos de Proteção a Corrente Diferencial-Residual (DR)

A norma brasileira de instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410) utiliza a expressão
“dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual” ou, abreviadamente, “dispositivos DR”, para se
referir, genericamente, à proteção diferencial-residual — qualquer que seja a forma que ela venha a
assumir. De fato, o “dispositivo” de que fala a norma pode ter várias “caras” (ver Figura 15-9).

Fig. 15-9 – As normas referem-se a “dispositivos DR” de forma genérica. Isso significa que o
“dispositivo” pode ser um interruptor DR [bipolar, (1a), ou tetrapolar, (1b)], um disjuntor DR (2), uma
tomada com proteção DR (3) ou, ainda, um relé DR e respectivo TC toroidal (4) — associados, neste
último caso, ao disparador de um disjuntor ou contator.

Nos projetos de instalações residenciais a proteção diferencial-residual, normalmente, é realizada


através de um dos seguintes dispositivos:
1. Interruptores diferenciais-residuais (utilizar no projeto).
2. Disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada.
3. Blocos diferenciais acopláveis a disjuntores em caixa moldada ou a disjuntores modulares.

O princípio de funcionamento dos dispositivos DR se baseia na medição permanente da soma


vetorial das correntes que percorrem os condutores do circuito (ver Figura 15-10). Enquanto o circuito se
mantiver eletricamente são, a soma vetorial das correntes nos seus condutores é praticamente nula.
Ocorrendo falha no isolamento de um equipamento alimentado por esse circuito, circulará uma corrente
de falta para a terra — ou, numa linguagem rudimentar, haverá “vazamento” de corrente para a terra.
Devido a esse “vazamento”, a soma vetorial das correntes nos condutores monitorados pelo DR não é
mais nula e o dispositivo detecta justamente essa diferença de corrente, IDR (corrente diferencial-residual).

A situação é análoga se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido, pois a
porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará, igualmente, um desequilíbrio na soma
vetorial das correntes — diferença então detectada pelo dispositivo DR, tal como se fosse uma corrente de
falta à terra. A corrente diferencial-residual também é conhecida como corrente de fuga (IFalta, ICC ou Ich).

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Fig. 15-10 – Ocorrendo uma corrente de falta à terra Id, a corrente “de retorno” I2 não será mais igual à
corrente “de ida” I1 e essa diferença provoca a circulação de uma corrente I3 no enrolamento de detecção.
Cria-se, no circuito magnético do relé, um campo que vence o campo permanente gerado pelo pequeno
ímã, liberando a alavanca. A liberação da alavanca detona o mecanismo de abertuta dos contatos.

Fig. 15-11 – Vista em corte de um interruptor diferencial-residual tetrapolar (3F + 1N).

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

15.4 – Funcionamento dos Dipositivos DR


A) Funcionamento Elétrico:
“As bobinas principais (P) são enroladas sobre o núcleo
magnético de modo a determinar, quando atravessadas pela corrente
I, dois fluxos magnéticos iguais e opostos, de modo que, em
condições normais de funcionamento, o fluxo resultante seja nulo.
A bobina secundária (B) é ligada ao relé polarizado.
Se a corrente diferencial-residual (isto é, a corrente que flui
para a terra) for superior ao limiar de atuação I∆N, a bobina
secundária enviará um sinal suficiente para provocar a abertura do
relé polarizado e, portanto, dos contatos principais.
Para verificar as condições de funcionamento do Fig. 15-12 – Princípio de funcionamento
dispositivo deve-se acionar o botão de teste (T); assim cria-se um elétrico dos dispositivos DR.
“desequilíbrio” de corrente tal que provoca a atuação do dispositivo
diferencial e a conseqüente abertura dos contatos principais”.
B) Funcionamento Mecânico:
Em condições normais de funcionamento do circuito, isto é, com corrente diferencial-residual
insuficiente para acionar o dispositivo DR, o campo magnético produzido pelo ímã permanente (M) é
suficiente para manter atraída a parte móvel do núcleo (N), vencendo a reação da mola (G). A alavanca de
desengate intermediário (L) mantém a alavanca (L1) em posição por meio do dente de engate (D).
Quando no circuito a corrente diferencial-residual supera o valor I∆N, a bobina secundária do
transformador diferencial envia um sinal (tensão V) à bobina (B), que produz um campo magnético tal
que sature o núcleo. Nessas condições, o campo magnético produzido pelo ímã permanente é reduzido e
então a mola (G) determina a abertura da parte móvel (N), agindo sobre o pino (P) que desloca a alavanca
(L). Inicia-se assim a fase de abertura.

1º) Posição Fechada 2º) Início do Disparo 3º) Posição Aberta após o Disparo
Fig. 15-13 – Seqüência de funcionamento mecânico do disjuntor DR, fabricante Bticino.

15.5 – Resumo Quanto à Utilização dos DR


Os interruptores ou disjuntores diferenciais-residuais devem ser utilizados para proteção:
a) das partes metálicas conectadas à terra que se tornem vivas;
b) de pessoas ou animais domésticos contra contatos acidentais com partes vivas da instalação elétrica;
c) contra perigos de incêndio devido a faltas à terra;
d) contra a presença de faltas à terra provocada por aparelhos eletrodomésticos ou instalações elétricas
em más condições de conservação;
e) em locais de grande concentração de umidade, comopor exemplo banheiros, área de serviço, cozinhas
e piscinas, o perigo de eletrocussão é gravíssimo; de fato, a imersão na água reduz a resistência que
limita a corrente que atravessa o corpo humano. Portanto, todo cuidado deve ser tomado com a
proteção nestes ambientes. Todas as tomadas de corrente devem ser instaladas distantes d’água, e
devem ser protegidas com um disjuntor ou interruptor diferencial-residual de alta sensibilidade.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

O dispositivo DR tem por finalidade a proteção de vidas humanas contra acidentes provocados
por choques, no contato acidental com redes ou equipamentos elétricos energizados. Oferece, também,
proteção contra incêndios que podem ser provocados por falhas no isolamento dos condutores e
equipamentos. A experiência mostra que não se pode, na prática, evitar que ocorra uma certa corrente de
fuga natural para a terra, apesar do isolamento da instalação. Quando a corrente de fuga atinge valores
que possam comprometer a desejada segurança para os seres humanos (30 mA) ou apresentar riscos de
incêndio em instalações industriais (500 mA), o dispositivo DR atua, desligando o circuito.

Quando a corrente diferencial-residual, IDR ou corrente de fuga for igual ou superior a I∆N
(corrente diferencial-residual nominal de atuação do dispositivo), o fluxo criado no núcleo toroidal do
disparador, pela corrente proveniente da bobina secundária do transformador, provoca a desmagnetização
do núcleo, abrindo o contato da parte móvel e, conseqüentemente, os contatos principais do dispositivo.
Os contatos principais têm por função permitir a abertura e o fechamento do circuito e são dimensionados
de acordo com IN (corrente nominal do dispositivo).

Quanto a sensibilidade os dispositivos DR podem ser divididos em dois grupos, que são:
1º) Dispositivos DR de Baixa Sensibilidade: são destinados à proteção contra contatos indiretos e
contra incêndios, I∆N > 30 mA (a NBR 5410 recomenda usar DR com I∆N = 300 mA).

2º) Dispositivos DR de Alta Sensibilidade: além de proporcionarem proteção contra contatos


indiretos, se constituem numa proteção complementar contra contatos diretos, I∆N ≤ 30 mA (a
NBR 5410 recomenda usar DR com I∆N = 30 mA).

15.6 – Aplicação dos Dispositivos DR

As instalações elétricas sempre apresentam correntes de fuga. O valor de tais correntes, que fluem
para a terra, dependerá de diversos fatores, dentre os quais podemos destacar: a qualidade dos
componentes e dos equipamentos de utilização empregados, a qualidade da mão de obra de execução da
instalação, a idade da instalação e o tipo de prédio. Via de regra, as correntes de fuga variam desde uns
poucos miliampères até alguns centésimos de ampère.

É evidente que para poder instalar um dispositivo DR na proteção de um circuito ou de uma


instalação (proteção geral), as respectivas correntes de fuga deverão ser inferiores ao limiar de atuação do
dispositivo. Por exemplo, não se pode nunca utilizar um DR (pelo menos um de alta sensibilidade) numa
instalação onde exista um chuveiro elétrico metálico com resistência nua (não blindada). No caso de
chuveiros elétricos deve-se utilizar um equipamento com resistência blindada e isolação classe II.

Nessas condições, antes de instalar um dispositivo DR, sobretudo em instalações mais antigas, é
necessário efetuar uma medição preventiva destinada a verificar a existência, pelo menos, de correntes de
fuga superiores a um certo limite. Se o resultado dessa medição for favorável, isto é, se não existirem
correntes significativas fluindo para a terra, poder-se-á instalar um dispositivo DR como proteção geral
contra contatos indiretos; caso contrário, só poderão ser instalados dispositivos DR nas derivações da
instalação (geralmente em circuitos terminais).

O dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual (DR) é inimigo de gambiarras. Por isso


mesmo conquistou o ódio dos eletricistas “espertos”. E ganhou o título de persona non grata, pelo seu
papel de dedo-duro dos erros cometidos durante a execução da instalação.

Definitivamente, o DR tem muito má vontade com a instalação incorreta (mas mais barata!) de
interruptores paralelos, de campainhas e outros vícios de construção.

Dizem, também, que ele não simpatiza com cachorros, ratos e outros animais que apreciam o
PVC de eletrodutos e condutores, por compulsão inata ou necessidade alimentar.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Fig. 15-14 – Utilização dos dispositivos DR como proteção geral e como proteção de circuitos terminais.

15.7 – Determinação da Corrente Nominal do Dispositivo de Proteção

Para que seja estabelecida a coordenação entre a seção dos condutores de um circuito e o
respectivo dispositivo de proteção contra correntes de sobrecarga, devem ser satisfeitas as condições
impostas pela NBR 5410 (para proteção com disjuntores), que são:

1) Ip ≤ IN ≤ Iz

2) I2 ≤ 1,45 × Iz P
P
I2 = α × IN α = 1,35 × IN (Disjuntores)
I2 = α × IN α = 1,6 × IN (Fusíveis gG)
Onde:
Ip ⇒ Corrente de projeto do circuito.
IN ⇒ Corrente nominal da proteção.
Iz ⇒ Capacidade de condução de corrente (corrigida).
I2 ⇒ Corrente convencional de atuação para disjuntores.
Disjuntores Termomagnéticos (IN): 5, 6, 10, 15, 16, 20, 25, 32, 35, 40, 50, 60, 63, 70, 90 e 100 A.
Disjuntores DR (IN): 16, 25, 40, 63, 80 e 100 A.
Disjuntores DR (I∆N): 10, 30, 100, 300 e 500 mA.

EXEMPLO: Um circuito de distribuição trifásico com condutores instalados em eletrodutos de PVC


embutido e uma corrente de projeto de 86 A (em cada fase).
Dimensione os condutores e o dispositivo de proteção para o referido circuito?
a) Critério da Máxima Capacidade de Condução de Corrente.
Ip = 86 A; S = 25 mm2, com Iz = 89 A.
b) Proteção contra Correntes de Sobrecarga realizada com a utilização de Disjuntor.
Ip ≤ IN ≤ Iz ⇒ 86 A ≤ IN ≤ 89 A.
Como o valor de IN vai ter que ser 90 A, logo a seção do condutor aumenta: S = 35 mm2.
Resposta: Ip = 86 A; IN = 90 A; S = 35 mm2, com Iz = 111 A.
Condutores: 4 × 35 mm2, sendo 3F + 1N.
Dispositivo de Proteção: Disjuntor Termomagnético Trifásico com IN = 90 A.
ou Disjuntor DR Tetrapolar com IN = 100 A e I∆N = 30 mA.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

15.8 – Seletividade entre os Dispositivos de Proteção


A seletividade representa a possibilidade de uma escolha adequada de fusíveis e disjuntores, de
tal modo que, ao ocorrer um defeito em um ponto da instalação, o desligamento afete uma parte mínima
da mesma. Para que isto aconteça, é necessário que a proteção mais próxima do defeito ocorrido venha a
ser a primeira a atuar. Deve-se, então, coordenar os tempos de atuação dos disjuntores de proteção, de tal
modo que os tempos de desligamento cresçam à medida que as proteções se achem mais afastadas das
cargas, no sentido da fonte de suprimento de energia (ver Figuras 15-15 e 15-16).

Fig. 15-15 – Seletividade entre fusíveis em série. Fig. 15-16 – Seletividade entre disjuntor e fusível.

Para dois disjuntores: A protegendo a linha e A’ protegendo um ramal. Na faixa correspondente à


sobrecarga, a curva A-B do disjuntor de entrada deverá estar sempre acima da curva A’-B’ do disjuntor do
ramal (ver Figura 15-17). Para uma corrente de curto-circuito, ICC, a diferença ∆t, entre os tempos de
atuação dos dois disjuntores, deverá ser maior do que 150 ms. A corrente nominal do disjuntor geral deve
ser ajustada para um valor maior ou igual a 125% do valor ajustado para o disjuntor do circuito terminal.

I N (Geral ) ≥ 1,25 × I N ( Ramal )

Fig. 15-17 – Proteção com disjuntores no alimentador (geral) e nos ramais (circuitos terminais).

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

16 – CONDUTOS ELÉTRICOS

Chamamos de conduto elétrico a uma canalização destinada a conter condutores elétricos. Nas
instalações elétricas são utilizados vários tipos de condutos: eletrodutos, calhas, molduras, blocos
alveolados, canaletas, bandejas, escadas para cabos, poços e galerias.

16.1 – Tipos de Condutos Elétricos

Os condutos elétricos são classificados nas seguintes categorias:

(1) Eletroduto – É um elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter
condutores elétricos, permitindo tanto a enfiação quanto a retirada dos condutores por puxamento. São
usados em linhas elétricas embutidas ou aparentes. Os eletrodutos podem ser metálicos (aço ou alumínio)
ou de material isolante (PVC, polietileno, fibro-cimento etc.).

(2) Calha – É um conduto fechado utilizado em linhas aparentes, com tampas desmontáveis em toda sua
extensão, para permitir a instalação e a remoção dos condutores. As calhas podem ser metálicas (aço ou
alumínio) ou isolantes (plástico); as paredes podem ser maciças ou perfuradas e a tampa simplesmente
encaixada ou fixada com auxílio de ferramenta.

Fig. 16-1 – Eletrodutos. Fig. 16-2 – Calha com tampa removível.

(3) Moldura – É um conduto utilizado em linhas aparentes, fixado ao longo de paredes, compreendendo
uma base com ranhuras para colocação de condutores e uma tampa desmontável em toda sua extensão.
Recebe o nome de alizar, quando fixada em torno de um vão de porta ou janela, e rodapé, quando fixada
junto ao ângulo parede-piso. As molduras podem ser de madeira ou plástico (Sistema X – Pial Legrand).

(4) Bloco Aoveolado – É um bloco de construção, com um ou mais furos que, por justaposição com
outros blocos, forma um ou mais condutos fechados.

Fig. 16-3 – Moldura com duas ranhuras. Fig. 16-4 – Bloco aoveolado com dois condutos.

(5) Canaleta – É um conduto com tampas ao nível do solo, removíveis e instaladas em toda sua extensão.
As tampas podem ser maciças e/ou ventiladas e os cabos podem ser instalados diretamente ou em
eletrodutos.

(6) Bandeja – É um suporte de cabos constituído por uma base contínua com rebordos e sem cobertura,
podendo ser ou não perfurada; é considerada perfurada se a superfície retirada da base for superior a 30%.
As bandejas são geralmente metálicas (aço ou alumínio).

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Fig. 16-5 – Canaleta com tampas maciças e ventiladas. Fig. 16-6 – Bandeja não perfurada.

(7) Escada para Cabos – É um suporte constituído por uma base descontínua, formada por travessas
ligadas a duas longarinas longitudinais, sem cobertura. As travessas devem ocupar menos de 10% da área
total da base. Assim como as bandejas, as escadas são geralmente metálicas.

(8) Poço – É um conduto vertical formado na estrutura do prédio. Nos poços, via de regra, os condutores
são fixados diretamente às paredes ou a bandejas ou escadas verticais ou são instalados em eletrodutos.

(9) Galeria Elétrica – É um conduto fechado que pode ser visitado em toda sua extensão. Geralmente nas
galerias os condutores são instalados em bandejas, escadas, eletrodutos ou em outros suportes (como
prateleiras, ganchos etc.).

Fig. 16-7 – Escada para cabos. Fig. 16-8 – Prateleira e gancho para cabos.

Observação Importante:
 Os termos “Leito para cabos”, “Perfilado” e “Eletrocalha”, não normalizados, são muitas vezes
usados para designar “Escadas para cabos”, “Calhas” ou “Bandejas”.

Fig. 16-9 – Termos mais utilizados pelos profissionais da área (Catálogos dos Fabricantes).

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

16.2 – Tipos de Eletrodutos

A principal função do eletroduto é proteger os condutores elétricos contra certas influências


externas (choques mecânicos, agentes químicos etc.) podendo também, em alguns casos, proteger o meio
ambiente contra perigos de incêndio e de explosão, resultantes de faltas envolvendo condutores e, até
mesmo, servir como condutor de proteção.

Fig. 16-10 – Proteção contra choque mecânico. Fig. 16-11 – Proteção externa ou revestimento.

Muito embora a definição atual de eletroduto não faça qualquer referência à forma da seção, os
de seção circular são os de uso mais freqüente e se constituem no tipo mais comum de conduto elétrico.

Os eletrodutos, que, em função do material usado podem ser metálicos ou isolantes ou ainda
magnéticos ou não magnéticos, classificam-se em rígidos, curváveis, flexíveis e transversalmente
elásticos.

a) Eletrodutos Metálicos Rígidos: são geralmente de aço-carbono, com proteção interna e externa
feita com materiais resistentes à corrosão, podendo, em certos casos, ser fabricados em aço
especial ou em alumínio. Os eletrodutos metálicos rígidos são fabricados em “varas” de 3 metros.
b) Eletrodutos de PVC Rígidos: são fabricados com derivados de petróleo; são isolantes elétricos,
não sofrem corrosão nem são atacados pelos ácidos. Podem possuir roscas para serem emendados
com luvas, ou podem ser do tipo soldável com ponta e bolsa (extremo com diâmetro expandido).
c) Eletrodutos Metálicos Flexíveis: podem ser constituídos, em geral, por uma fita de aço enrolada
em hélice, por vezes com uma cobertura impermeável de plástico (ou material isolante), de
polietileno ou de PVC. Sua aplicação típica é na ligação de equipamentos que apresentem
vibrações ou pequenos movimentos durante seu funcionamento.
d) Eletrodutos de PVC Flexíveis: são fabricados em PVC auto-extingüente, devido a sua
praticidade com elevada resistência diametral, são também resistentes contra amassamento. Sua
principal vantagem sobre os eletrodutos rígidos é a facilidade de instalação e o fato de
dispensarem o uso das tradicionais curvas. São os eletrodutos flexíveis plásticos.

Fig. 16-12 – Eletroduto metálico flexível. Fig. 16-13 – Acessórios da linha de eletrodutos.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

16.3 – Dimensionamento de Eletrodutos

As dimensões internas dos eletrodutos e respectivos acessórios, os comprimentos entre os pontos


de puxada e o número de curvas devem ser tais que os condutores ou cabos a serem protegidos possam
ser facilmente instalados e retirados após a instalação dos eletrodutos e acessórios.

Observações Importantes:
• Os eletrodutos são caracterizados por seu tamanho nominal. Tamanho nominal do eletroduto é um
simples número sem dimensão, padronizado por norma.
• A NBR 5410 proíbe o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente apresentados
e comercializados como tal, por exemplo, produtos caracterizados por seus fabricantes como
“mangueiras”. Só são aceitos produtos que atendam às normas de fabricação e ensaio de eletrodutos.
• A norma determina que, em todos os tipos de instalações, sejam utilizados apenas eletrodutos não
propagantes da chama, como é o caso dos metálicos e dos de PVC auto-extinguíveis.
• Os trechos contínuos de tubulação, sem interposição de caixas ou equipamentos, não devem exceder
15 m de comprimento para linhas internas às edificações e 30 m para as linhas em áreas externas
às edificações, se os trechos forem retilíneos. Se os trechos incluírem curvas, o limite de 15 m e o de
30 m devem ser reduzidos em 3 m para cada curva de 90°. Assim, por exemplo, um trecho de
tubulação contendo 3 curvas não poderá ter um comprimento superior a 6 metros [15 - (3 × 3) = 6]
para linhas internas e 21 metros [30 - (3 × 3) = 21] para linhas externas.
• Em um mesmo eletroduto só podem ser instalados condutores de circuitos diferentes quando eles
pertencerem à mesma instalação e as seções dos respectivos condutores fase estiverem
compreendidas num intervalo de 3 valores normalizados (por exemplo, 2,5 mm2, 4 mm2 e 6 mm2).
• A soma das áreas totais dos condutores contidos num eletroduto não pode ser superior a:
 53% da área útil do eletroduto, para o caso de um condutor;
 31% da área útil do eletroduto, para o caso de dois condutores; e
 40% da área útil do eletroduto, para o caso de três ou mais condutores (ver Figura 16-14).

Eletrodutos Rígidos de PVC


Tamanho Nominal Diâmetro Interno
(um simples número (designação da rosca
sem dimensão) em polegadas – ”)
16 ½
20 ¾
60%
25 1
32 1¼
40 1½
40% 50 2
60 2½
75 3
85 3½

Fig. 16-14 – Determinação da ocupação de um eletroduto e Tabela de equivalência entre diâmetros.

Dimensionar eletrodutos é determinar o tamanho


nominal do eletroduto para cada trecho da instalação.

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Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Para dimensionar os eletrodutos de um projeto elétrico, basta saber o número de condutores


instalados dentro do eletroduto e qual a maior seção deles (ou qual a maior bitola dentre os condutores).

Tabela 16-1 – Ocupação máxima dos eletrodutos de PVC por condutores de mesma seção.

Seção Número de Condutores no Eletroduto


Nominal 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(mm2) Tamanho Nominal do Eletroduto
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 70
70 40 40 50 50 60 60 75 75 75
95 40 50 60 60 75 75 75 85 85
120 50 50 60 75 75 75 85 85 —
150 50 60 75 75 85 85 — — —
185 50 75 75 85 85 — — — —
240 60 75 85 — — — — — —

EXEMPLO 1:
• Condutores no trecho do eletroduto de PVC = 3 x 2,5 mm2.
• Número de condutores = 3 e Maior seção dos condutores = 2,5 mm2.
RESPOSTA: Deverá ser utilizado um eletroduto com tamanho nominal 16.

EXEMPLO 2:
• Condutores no trecho do eletroduto de PVC = 4 x 1,5 mm2 e 3 x 2,5 mm2.
• Número de condutores = 7 e Maior seção dos condutores = 2,5 mm2.
RESPOSTA: Deverá ser utilizado um eletroduto com tamanho nominal 20.

EXEMPLO 3:
• Condutores no trecho do eletroduto de PVC = 4 x 1,5 mm2, 3 x 2,5 mm2 e 3 x 4 mm2.
• Número de condutores = 10 e Maior seção dos condutores = 4 mm2.
RESPOSTA: Deverá ser utilizado um eletroduto com tamanho nominal 25.

EXEMPLO 4:
• Condutores no trecho do eletroduto de PVC = 3 x 2,5 mm2, 3 x 4 mm2 e 3 x 6 mm2.
• Número de condutores = 9 e Maior seção dos condutores = 6 mm2.
RESPOSTA: Deverá ser utilizado um eletroduto com tamanho nominal 32.

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